O
ESTADO NACIONAL NO CONTEXTO
DA INTERNACIONALIZAÇÃO
R o berto F r e ir e
O
Estado é a a la v a n c a eco n ô m ic a e s o c ia l. A c o m p e titiv id a d e co m o controle d o E stado n a s e c o n o m i a s so cia is é fu n d a m e n ta l p a r a a dem ocracia. O m ercado n ã o é li vre e tem que sofrer regulação so cial. É preciso u m Estado que te nha a eficiência e a com petência p a ra nos to m a r com petitivos no processo de internacionalização. Nesse sentido, é necessário u m p ro je to cujas características respeitea realidade em que vivemos.
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ro cesso dc in teg ração é algo que acom panha a hu m anidade. H istoricam en te, o com ércio tem sido um dos responsáveis p o r esse processo, como, p o r exemplo, no período das descobertas. Esse processo de integração tem se acelerado em função de m udanças concretas que se operam na relação hom em / natureza, nas transformações ope radas na busca de progresso. As grandes revoluções não são assal tos ao poder. As grandes revolu ções são mudanças efetivas na base do processo d e produção. Q uan do da revolução industrial, o Esta do nacional surgiu praticam ente com o conseqüência, já que revo luções, bem en tendido como mu danças n o processo e no modo de produzir, m udam relações sociais e não apenas as de produção; mu d am c o n c e p ç õ e s, in stitu iç õ e s. Moldam novas concepções, novas in s titu iç õ e s . Este p ro c e sso de internacionalização que estamos vivendo é fruto concreto da revo lução industrial, e qu e caracteriza- se hoje como um a nova etapa de revolução científlco-tecnológica. O m odo de produzir, a riqueza de transform ar a natureza como hoje ela se opera, cria inclusive novosparadigmas e tem força suficiente para modificar esse m odo de pro duzir, e p o d e até criar d e b a te s como esse. Nós estam os assistin do o início do fim - claro que d e n tro de grandes conflitos - do Esta do nacional.
O nacionalismo exacerbado gera fascismo e é sem pre ideologia de direita. Mas existiu o paradoxo: no p ro c e s s o d e in te g ra ç ã o e d e internacionalização da econom ia, as econom ias periféricas viam o nacionalismo como algo que jus tificava muitas vezes posições re form istas e até revolucionárias.
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Roberto FreirePortanto, de esquerda. Esse pro cesso conflituoso se acelera hoje de um a forma m uito mais dram á tica em função do poder das co m unicações. Talvez até possamos dizer que começamos também o início de um a nova civilização. Não m ais civilização industrial de tra balho , mas a civilização do co n h ecim en to e da com unicação. Se esse processo é tão p rofundo q u e m odifica relações e nossa consciência, ev identem ente que m odifica instituições. Os estados supranacionais que hoje começam a existir p o r força da integração econôm ica, da globalização do m u ndo pela comunicação está cri an d o a superação d o conceito de soberania e um a profunda trans formação no seu conteúdo. Não é mais a soberania dos estados na cionais, mas a soberania de iden tid a d e s n a c io n a is q u e po d em , n u m d eterm in ad o m om ento, se afirmar além do seu território, jun to à co m unidade internacional. Novos atores surgem, já não ten d o mais limites de fronteira e in terferindo em soberanias de paí ses nacionais. As Organizações Não Governamentais são uma demons tração desse processo novo de par ticipação num a crescente dem o cratização da sociedade moderna. Iu d o isso faz com que se percam alguns referenciais que a civiliza ção industrial do trabalho postu lava a respeito, inclusive do papel dos próprios partidos políticos. A crise q ue os partidos políticos en frentam não é apenas brasileira. Talvez acon teça aq u i d e form a mais explícita, até porque nunca
tivemos a civilização industrial do trabalho associada à democracia e, portanto, à formação de partidos. Discutir o Estado nacional num a realidade que sem pre se definiu b ip o la rm e n te , m esm o q u a n d o num m undo bipolar, tinha d eter minadas implicações ideológicas explícitas: de que lado se estava. Apesar de que m uitas vezes a es querda não tivesse a clara compre- e n s ã o d e q u e o p r o c e s s o d e autarquização que o nacionalismo nos países periféricos im p u n h a não era algo que referendasse o seu isolamento, mas era um p ro cesso de luta que buscava a ru p tu ra com o sistema que o integrava para integrar-se ao o u tro sistema, ã outra organização social, ao o u tro bloco hegemônico do ponto de vista econômico, político e militar. Em n e n h u m m o m e n to alguém podia im aginar um processo de isolam ento das suas econom ias, dos seus interesses, d o seu terri tório. O processo era um proces so de integração, só que bipolar que se exercia sob forma d e inge rência direta e sem intervenção da c o m u n id a d e in te rn a c io n a l, a té porque o po d er de veto da ONU era oferecido a estes dois blocos. Nós fomos vítimas várias vezes de ingerência, com o foram vítimas outros países no bloco socialista. Hoje, num a outra relação, com o fim da guerra fria e a inexistência de blocos da bipolaridade, a reali dade nos leva a repensar a ques tão dos interesses nacionais b us cando identificá-los d entro dessa multipolaridade, dessa nova
com-p lex id adcd o m undo. E, com-portanto, buscar saber qual o papel desse Estado nacional. Porque conti nuam os a denom iná-lo d o mesmo m odo, mas seu conteúdo, passan do p o r profundas transformações, certam ente não será mais o mesmo.
Há algumas questões que, quan do são colocadas, de imediato nos levam a perceber as mudanças que com eçam a o p erar no conteúdo desse Estado. Um exemplo, quan do se fala cm capital externo. O que se define com o capital exter no em economias regionalizadas, d e in te g ra ç ã o , c o m o o MERCOSUL? C apitai e x te rn o é aqueleextem o à Argentina, ao Bra sil, ao Uruguai, ao Paraguai? Como vamos tratar capital extem o nas econom ias integradas da Europa Ocidental? Com o vai se falar de capital extem o no NAPTA? Sc esse fluxo começa a se d ar não apenas pelo fluxo tradicional que se fazia com barreiras alfandegárias, com protecionism os, mas passa a ser feito a p a rtir d e p ro ce sso s de integração, de processo de aceita ção e de assentim ento? Como dis cutir conceitos que tinham a ver com fronteiras bem definidas, com barreiras econômicas explicitadas, com so beranias bem afirmadas, quando se dá a delegação de so berania, quando as fronteiras não mais existem, quando não se tem mais esse fluxo barrado po r pro tecionismos ou barreiras típicas de econom ias que se contrapunham ? Esse novo papel do Estado é algo que precisa ser com preendido nes
sa nova re a lid a d e . Esse n o v o paradigm a coloca a q u e stã o da democracia, hoje, como um a ques tão central, para qualquer tipo de ideologia política. Já não tem mais sentido nenhum a defesa de ou tro tipo de regime que não seja o da participação e da afirmação da ci dadania. Em termos concretos, o próprio tema desse encontro é a tentativa de saber qual o Estado nacional brasileiro. O que nós te mos é algo que foi de fundam en tal importância, inclusive naquilo que hoje se discute m uito, que foi o seu papel de intervenção no pro cesso econômico e in d u to r d o d e senvolvimento nacional. Esse pa pel pode m udar de conteúdo, mas con tin ua sen do p rese n te e não apenas no interesse nacional bra sileiro, mas nos interesses nacio nais de todos os países. Aqui foi dito e é verdadeiro: em nenhum a econom ia o papel do Estado foi dim inuído. Ele pode ter sido m u dado. E m udou. E o Brasil talvez esteja num m om ento em q u e a mudança tem que se operar. É ver dade que o Estado brasileiro foi responsável por esse país que não é Primeiro Mundo, mas tam bém não é Terceiro, em bora tenha não só Terceiro, mas o Q uarto e até o Q uinto nas suas fronteiras, em ter mos da perversa realidade social. Mas, ao mesmo tem po, ele criou estruturas que o colocam, talvez, como um dos poucos países que concretam ente tem a o p o rtu nid a de de participar desse processo da revolução científico-tecnológica. Essa capacidade que o Brasil adquiriu foi fruto de toda uma
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Roberto Freirepolítica cm que o listado foi a ala vanca fundam ental.
Na década de 40, o Brasil conse guiu, em função de contradições internacionais, rom per aquilo que era norm a do imperialismo finan ceiro no m undo, nas relações de fluxo d e capital. O Brasil conse guiu im plantar uma indústria de base - a siderui^ia; construiu, no cam po energético, a Petrobrás, a Eletrobrás; passou a investir deci sivamente em infra-estrutura. Para term os alcançado a massa crítica profissional e tecnológica de que dispom os hoje o papel do Estado foi fundam ental, inclusive para a form ação d e con g lo m erad o s e grupos d e capitais nacionais - até p orque grande parte dos nossos bens d e capitais foram subsidia dos ou diretam ente construídos pelo Estado brasileiro. Isso gerou o país que nós temos.
Só que essa m udança que se ope ra no m undo, com a grande revo lução no m odo de produzir, ge rou problem as para países que c o n s e g u ira m te r e s ta d o s q u e alavancaram o desenvolvimento, criaram condições dignas para a su a p o p u laç ã o , um Estado do bem -estar social. Exemplos con cretos existem na Europa. No Bra sil esse processo de desenvolvi m ento não gerou estruturas de bem -estar social. Ao contrário. Essa nova realidade levanta ques tões fundam entais ainda sem dar respostas convincentes na Europa Ocidental, p o r exemplo, onde o processo d e transform ação d e
semprega, onde o processo da re volução científico-tecnológico cria problemas para o p róprio Estado do bem-estar social. É a grande dis cussão, hoje, na Europa, sobre o que fazer com aqueles que saem do mercado de trabalho e da p ro d u ção industrial e que não têm espa ço nem na área do serviço ou na área de lazer, não alcançam a ple na ocupação, gerando aquilo que o Muro de Berlim separava como organização social. Hoje, os m uros separam os pobres, p o rq u e não mais se precisa d o exército indus trial de reserva. Essa crise européia está sendo vivida tão gravem ente que esquerda, em q uase to d a a Europa, vem sendo chamada para discutir o que fazer com essa mas sa de desem pregados que não di minui mesmo com o aum ento e a produção da riqueza com o nunca foi visto - exem plo m aior disso é a Espanha, com mais de 20% de sua força de trabalho desem pregada, mas que foi um país qu e experi m entou um grande crescim ento. Não se tem idéia de com o resolver esse problem a m ediante a in ter venção do Estado, qu e é ou não a forma organizada c s u p e rio r de qualquer sociedade?
No Brasil, temos que enfrentar essa terceira revolução industrial - da ciência e da tecnologia - para ser mos contem porâneos desse futu ro num Estado que não cum priu com as suas obrigações m ínimas durante o processo de industriali zação e d e crescim ento. Vamos enfrentar problem as que nos colo cam no Primeiro M undo, quando
estam os precisando também en frentar aquilo que nos rem ete ao Q uinto ou ao Sexto.
E isso não p o d e ser feito com a ausência do Estado, com Estado mínimo, com essa visão neoliberal cm que discute tam anho de Esta do. Eu quero discutir não é tama nho, eu quero discutir é eGciên- cia. Eu quero discutir quais os ob je tiv o s, e e sse s o b je tiv o s têm que ser definidos pela cidadania. O m om ento concreto de discutir no Brasil qual o papel do Estado é esse. Temos que ter, por um lado, a continuação do processo de de senvolvimento, da capacidade de nos inserirmos nessa revolução, de serm os con tem p o rân eo s; e p o r outro, precisamos d e um Estado q ue tenha a capacidade de fazer as transformações sociais para supe rar a perversa desigualdade que existe na sociedade brasileira. Esse duplo papel do Estado tem que ser agora formulado.
Está se discutindo o papel do Es tado na economia. Eu falei da si derurgia. Podemos falarem vários outros m om entos em que o Esta do brasileiro fez intervenção con creta. Talvez não seja mais o mo m ento de imaginarmos o Estado brasileiro investindo em siderur gia, até p o rq u e novos m ateriais deixam a siderurgia para países periféricos. Mas o Estado tem um papel im portante exatamente em relação aos novos materiais. O Es tado tem um papel a desem penhar na formação, na educação, na qua lificação da sua população. Porque
aí é com o vai se qualificar pela com petitividade, se integrar, se internacionalizar de acordo com seus interesses. É irreversível a internacionalização. O que o Esta do brasileiro tem que, talvez, dis cutir, é que não cabe mais a sua intervenção no aço, mas nas no vas tecnologias d e ponta, especi al, dos novos materiais, da eletrô nica e, fundam entalm ente, naqu i lo que é futuro, a biotecnologia. E sem Estado, tal como na década de
40, não vamos criara alavanca para
esse processo. Não vão ser capitais privados, porque os nacionais não têm capacitação, tal como não ti nham em 40 para m ontar nossas siderurgias, nem capital externo, a té p o r q u e e sse p r o c e s s o d e internacionalização não deixa de ser processos de subordinação, de colonização.
Essa discussão passa até pelas m e nores coisas. Nós estam os enfren tando uma questão da revisão, que eu não sei se já foi enterrada. E o centro da discussão talvez tenha sido exatam ente o papel d o Esta do. E se discutiu mal, se discutiu ideologicamente, tal como se usa a privatização de forma ideológi ca. Embora alguns setores tenham tentado tirar a ideologia ela está m uito presente, e não está apenas na esquerda, que não fez revisão, ela está na direita que q u e r conti n u ar m antendo a exclusão. Nós temos que discutir é o papel que o Estado brasileiro tem que d e s e m p e n h a r n e sse p ro c e s s o d e tra n s fo rm a ç ã o im p o s to p e la internacionalização, resultante da
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Roberto Freirein te g r a ç ã o c da g lo b a liz a ç ã o provocadas pelos meios de com u nicação. Nós estamos vivendo um m om ento em que ele terá condi ç õ e s d e se e x p a n d ir e d e se aprofundar, que é o processo elei toral qu e se avizinha. Não pode mos fugir da discussão de saber q u e talv ez o m o n o p ó lio da Petrobrás deva continuar, até por que esse setor é cartelizado. Isso não é um setor de competitividade ou de concorrência. E não é por que a Petrobrás pode não ter tido c o m p etên cia, p o r exem plo, no corporativism o e tenha lido gran d e c o m p e tê n c ia n o s e to r tecnológico, ou porque não tenha a te n d id o o seu objetivo para o qual foi criada, de ter auto-sufici ência em petróleo. É porque este é um setor que depende ainda de um Estado para evitar que ele pos sa ser cartelizado por outros inte resses que não sejam os nacionais. Da mesma forma as telecomunica ções. Até porque o nosso m ono pólio é atípico. Não é um m ono pólio de comunicações em geral, tal como existia na Europa, na In glaterra mesmo, que hoje, é inte ressante notar, banca toda a sua onda neoliberal. Aqui, nós sempre tivem os um m onopólio atípico, que era apenas de alguns setores, enq uan to outros era predom inan tem ente da iniciativa privada, por concessão - as comunicações soci ais. E é im portante que assim seja, e é im portante que continue, até como m onopólio atípico, por uma q u estão básica que é a questão democrática. É um setor também cartelizado no m undo, intenso de
capital e que não pode se imagi nar a formação de m onopólios pri vados. Se o m onopólio estatal nas comunicações, quando foi geral, gerou distorções q u e hoje reco nhecem os - apesar de que d u ran te m uito tem po nós com unistas defendíamos a estatização com ple ta de todas as comunicações, par ticularmente as comunicações so ciais - e s ta m o s v e n d o q u e competitividade dada pelo Estado e com controle da sociedade é algo fundamental para a democracia. E, portanto, a perm anência do m o nopólio se faz necessária. Mesmo que continue atípico, p o d en d o fa zer concessões para outros setores, mas com esse controle social que é essencial. Até p o rq u e ao se fa lar em econom ia de m ercado é bom qu e se tenha tam bém p re sente qu e m ercado não é livre. Isso é fetiche. M ercado tem q u e sofrer regulação social, p o r co n ta dos m onopólios, dos cartéis, do s o ligopólios, p o r co n ta das s u b o rd in a ç õ e s in te rn a c io n a is , p o r conta dos in teresses n a c io nais. Esse processo d e discussão e n g a tin h a p o rq u e a id e o lo g ia presen te ainda é forte o suficien te para q u e a esquerda, inclusive a brasileira, ainda não ten ha fei to toda a sua reciclagem . Alguns ainda pensam q u e o M uro n ão caiu. E eles precisam sab er qu e caiu em cim a d a g e n te . O q u e im aginávam os é q u e cairia em cima do capitalism o, já q u e a o r g an ização social so c ia lista e ra algo superior, e ela foi a prim ei ra vítima dessa revolução cientí- fica-tecnológica. A incapacidade
do Estado socialista de acom pa n h a r essa rev olu ção - aco m pa n h a v a s o m e n te p o r c o n ta da g u e r r a fria , in v e s tin d o em tecnologia m ilitar sem fazer a me diação com a sua cidadania - ge rou o seu esg otam ento e a sua derro cada. E a prim eira vitima, co m o a s e g u n d a vítim a, e stã o se n d o os países do capitalism o in d u stria l q u e não co nseguem d a r esse salto qu e estão vendo fugir a sua hegem onia. Isto é algo tre m en d a m en te positivo. Preci sam o s falar em e sta tiz a çã o da saúd e e da educação. Porque no Brasil não se criou esse Estado do bem -estar social e nós tem os as m aiores perversidades. E, talvez, sejam os beneficiários dela, e n q u a n to parcela da população que po d e escam otear os serviços do Estado relativos à saúde e à e d u cação. Porque há m uito tem po prescindim os de um Estado para g e rir essas ativid ad es, q u e são fu ndam entais para a p rópria d ig n id ad e d o indivíduo. A m aioria da po p ulação precisa do Estado para isso. Nós não, só querem os o Estado q u a n d o estam os discu tin d o as m ensalidades escolares o u os plan o s de saú d e com as s u a s e x o r b itâ n c ia s e s e u s abusivos aum entos. Aí é Estado. Embora, possam os ter até como discurso a fala de q ue querem os a escola pública, de que querem os a saúde pública mas esse discurso é retórico. Porque nossa prática é colocar nossas bandeiras em lutas pelas m ensalidades. Não tem os bandeira alguma quando se dis cute a escola pública.
Esse processo de privatização do Estado é algo que precisa ser en frentado, tom ando-o público na quilo que é essencial, não esque c e n d o d o seu p a p e l d e a lav an cag em n o p r o c e s s o d e indução do crescimento. É im por tante ajustar esses dois m omentos, imaginar o processo q ue se avizi nha e a necessidade d e um a refor ma dem ocrática do Estado para q ue o país tenha capacidade d o bem-estar. Não estou tentando re cuperar ou resgatar nenhum pro jeto social-democrata dos tradi cionais anos 30 ou 40 da Europa, mas um projeto social-democrata, ou o nom e que se queria dar, para o Brasil desse limiar do século XXI. Projeto cujas características respei te a realidade em que nós vivemos. Enfim, um Estado que tenha a efi ciência, a com petência para nos to m ar competitivos no processo de internacionalização. Resum en EL ESTADO NACIONAL EN EL CONTEXTO DE LA INTERNACIONALIZACIÓN
EI Estado cs la palanca econôm ica y social. La competitividad con el c o n tro l d e i E sta d o en las economias sociales es fundam en tal para la democracia. El merca do no es libre y tiene que sufrir
RSP
Roberto Freirercgulación social. lis nccesario un Estado q ue tenga la cficicncia y Ia com petencia para haccm os com p e titiv o s en el p ro c e s o d e intem cionalización. En esc senti do, es nccesario un proyecto cuyas características respeten la realidad en q u e vivimos.
A bstract
THE NATIONAL STATE IN THE CONTEXT OF
INTERNATIONALIZATION PROCESS
T he S ta te is th e eco n o m ic and social lcver. M arket efficiency w ith th e State c o n tro l is fu n d a m e n ta l f o r d e m o c r a c y . T h e m a r k e t i s n ’t f r e e a n d m u s t suffer social rcg u lam cn tatio n . A S ta te th a t h as e fficie n cy a n d c o m p e t e n c e is n e c e s s a r y to m ake lh e eco n om y co m p etitiv e in th e in t c r n a t i o n a l i z a t i o n p ro cess. In this sence, a p ro jcct - w i t h c h a r a c t c r i s t i c s t h a t rc s p e c t th e reality in w hich wc live - is necessary.
Texto baseado cm palestra profe rida durante o Encontro Nacional: Função Pública, Estado e Socieda de, realizado na ENAP, Brasília/DF, em abril de 1994. .
Roberto Freire é senador pelo PPS/PE.