Uma entrevista com
Leopoldino Capelozza Filho
• GraduadoemOdontologiapelaFaculdadedeOdontologiadeBaurudaUniversidadede SãoPaulo-FOB-USP(1972).
• MestreemOrtodontiapelaFOB-USP(1976).
• DoutoremReabilitaçãoOral,áreaPeriodontia,pelaFOB-USP(1979).
• InicioucarreiraproissionalcomofundadoreresponsávelpelosetordeOrtodontiadoCentrinho (HospitaldeReabilitaçãodeAnomaliasCraniofaciaisdaUniversidadedeSãoPaulo,HRAC-USP). • Participacomodocentenapós-graduaçãodessamesmainstituição.
• Noiníciodadécadade80,acrescentouàssuasatividadesapráticadaOrtodontiaemclínica particular,desenvolvendoextensaexperiênciaemtratamentosortodônticosdecriançaseadultos, comdeformidadesdentáriase/ouesqueléticas,eemOdontologiadeacompanhamento. •
Éprofessor-assistentedoutoraposentadodaUniversidadedeSãoPaulo,professordoCursodePós-Graduação(mestrado)emFissurasOrofaciaisdoHRAC-USP,professorvisitantedaUniversidade EstadualPaulistaJúliodeMesquitaFilho,ortodontistadoHRAC-USP,assessordaFundaçãode AmparoàPesquisadoEstadodeSãoPaulo.Cominúmeraspublicaçõesemrevistasnacionaise internacionais,eexpressivaparticipaçãoemcongressosdaespecialidade,atualmentemantéma coordenaçãodoCursodeEspecializaçãoemOrtodontiadaProisedosCursosdeEspecialização eMestradoemOrtodontiadaUniversidadedoSagradoCoração(USC),ecolaboracomvários cursosdepós-graduaçãoemOrtodontia.
Numaespecialcircunstância,fuiconvidadoaapresentaraentrevistadoProf.LeopoldinoCapelozzaFilho,diantedofatodequeumdos seusmaioresamigoseparceiroscientíicos,oProf.OmarGabrieldaSilvaFilho,estavaporfazê-lo,masinfelizmente,logoapósoenviodesuas perguntas,umproblemadesaúdenãolhepermitiucontinuarmaisessetrabalho.Mas,comagraçadeDeus,embreveelepoderávoltarao trabalhoecurtirestahistóricaparticipação.
Sobreaapresentaçãodoilustreentrevistadodestaedição,tenhoacertezadeque,sefossemfazê-la,muitosdosseusamigos(esãomuitos) sentiriamomesmopesodaresponsabilidadeemapresentaro“Dr.Dino”,comocarinhosamenteseriacitado.Etambémtodosseperguntariam: precisadeapresentação?
Estima-sequemaisde3000exemplaresdeseulivrojáforamvendidos,tornando-oumbest-sellerdaeditoraDentalPress.Eesseincansável mestreestáporlançarumnovolivrocommaisinovações,focandoumaOrtodontiaindividualizada,realistaeminimalista(onde,parafraseando-o,omínimopodeseromáximo).
Tiveoprivilégiode,noiníciodeminhaformação,teroProf.CapelozzacomoumdosprincipaismentoresdeOrtodontiae,poressarazão, possotestemunharoseucaráter,honestidadepessoalecientíica,eobomsensodesseincomparávelmestre.Tivecondiçõesdeaprendere despertarparaumaOrtodontiadeolhosmaisabertos,diantedesuavastaexperiênciaecritériocientíico.Conteúdoessequejustiica,hámuito, suadiretrizmorfológicadediagnosticaretratar.
DuranteosanosderesidênciaodontológicanoSetordeOrtodontiadoCentrinho(HRAC-USP,Bauru),pudetambémacompanharain-luênciadesualucideznalutadiáriaemproldosmelhoresresultadosparaospacientesissurados,juntamentecomtodaaequipedoCentrinho.
Muitaslinhasseriamnecessáriaspararelacionaroimpactodesuasatitudessobreascondutasatuaisdosortodontistasbrasileiros,construídas emmaisde30anosdeOrtodontia.Desdeosseusex-alunos,comoeu,quehojepassaramparao“ladodecá”econtinuamatransmitirseuscon-ceitosnaformaçãodenovosproissionais,atéosnovosortodontistas,quepodemterafelizoportunidadedeiniciaracarreiraaumpassoadiante.
Aosqueoconhecembem,sabemquepoderíamosdizermuitomaisdessegenialamigo.
Nestaentrevista,pode-sesubtrairumpoucodoraciocínioclarodoProf.LeopoldinoCapelozzaFilho,que“passeia”sobreotratamentoem issuradosepacientesdaclínicaortodôntica,pontuandosuavisãonostratamentoscompensatóriosnostrêsplanos(vertical,anteroposteriore transversal).Contamoscomaparticipação,comoentrevistadores,dosilustrescolegasProf.OmarGabrieldaSilvaFilhoeProfa.TerumiOkada, doProf.LaurindoFurquim,Profa.SusanaRizzatoeProfa.DionedoVale.
Comoeradeseesperar,oleitorvaiseentregarsempausasaestericoeimperdívelbate-papo,tendoasensaçãodequeestavaconversando pessoalmentecomesteíconeímpardaOrtodontia.
Boaleitura.
Ao se graduar na FOB-USP (Faculdade de Odontologia de Bauru), você foi convidado a trabalhar no Centrinho (Hospital de Reabilita-ção de Anomalias Craniofaciais, HRAC-USP), em Bauru/SP. Como primeiro ortodontista integrando a equipe multidisciplinar, você as-sumiu a difícil tarefa de devolver “sorriso e vida” aos complexos casos que ali chegavam. Quais foram os principais desaios enfrenta
-dos na implantação da ilosoia de tratamen
-to, quais as experiências adquiridas e o que
valeu a pena? Terumi Okada
Navida,umbomcomeçopodefazeradiferen-ça.Aindaestudante,fuiconvidado,noscorredores daFaculdadedeOdontologiadeBauru,aintegrar ocorpodeproissionaisdoentãoCentrinho.O convite foi feito pelo professor JoséAlberto de SouzaFreitas(Dr.Gastão),quepassaria,apartir daí,aseromeumentornavidaacadêmicaeum exemplonavidaparticular.Esseconviteinformal determinariademaneirapredominanteoprois-sionalqueeuviriaaser.Primeiro,meacostumei comotrabalhoduro,masadocicadopelosolhares de gratidão dos pacientes, pais e mães. Com as responsabilidades antecipadas, grandes demais paraojovemqueeuera,masimpossíveisdeserem recusadas,frenteàexpectativa,coniançaeoapoio doDr.Gastão.ComeceiatrabalharnoCentrinho noiníciode1973fazendoclínicagerale,emagosto desse mesmo ano, comecei a me preparar para seroseuprimeiroortodontista.Inicieiocursode pós-graduaçãoemOrtodontia,primeiraturmada FOB,sobcoordenaçãodoProf.DécioRodrigues Martins, outra pessoa de suma importância na minha vida ortodôntica, que mostrou-me o ca-minho,aimportânciadosconhecimentosbásicos, daleituraecompreensãodosartigoscientíicose dapráticaproissionaldocumentada;edespertou emnós(JurandirBarbosa,LuisGarciaeWanderlei Amorin),alunosdaprimeiraturma,umaimensa afeiçãopelaespecialidade. Enquantoiavivenciandobandas,braqueteseios notypodonteplanejandocomdiagnósticocefalomé-tricoosprimeiroscasosdocursodepós-graduação, asdiiculdadesnoCentrinhocomeçavam.Ospa-cientesquenecessitavamdetratamentoortodôntico estavamseacumulando,eeramcasoscomplexos.A presençadeissurasdeváriostiposcriavadoenças diferentes,comenvolvimentoesquelético.Elesti-nhamidadesmuitovariadas,desdemuitojovensaté adultosmaduros.AOrtodontiaqueeuestavaapren-dendo,relexodaépoca,eralimitadaatratamentos corretivosempacientesjovens.Aliteratura,queera escassademodogeraledeacessodifíciledemora-do,nãotrazianadaconsistentesobreotratamento depacientescomissura.Placasmóveis,resultados pobres...desanimador!Comoeunãosabiaoque fazer,aprimeiraideiafoideixarotempopassar... MasquemcontrolavaaânsiadoDr.Gastão? Mãosàobra.Quandoascoisasestãodifíceis,não adiantaicarremoendoasdiiculdades,épreciso buscarsoluções.Naliteratura,Dr.Pruzansky26pelo
pacientesepais,fezadiferença.Aconiançacom que eles, geralmente humildes, se entregavam à instituiçãoquesepropunhaatratá-los,aesperança deterdevoltao“sorrisoeavida”,memarcaram para sempre. Emoção e disposição. Movido pela necessidade,acoragemdefazercoisaspelaprimeira vez,algumasjádescritas,outrasnão.Odiagnóstico absolutamenteindividualizado,vendoasnecessida-desdecadapacienteedeinindooqueerapreciso fazerparasolucioná-las,quebrasseissoounãoas regras da Ortodontia. Baseado em morfologia,
FIGURA 1A - Paciente jovem, 17 anos e 3 meses de idade, com fissura de lábio e palato unilateral, operada quando criança, com cicatrizes marcando o lábio e deformidade nasal, mas com face padrão I. Relação molar de Classe II lado direito e Classe I lado esquerdo, com mordida cruzada posterior direita, dentes anteriores retruídos. Oclusão complicada pela perda de dentes, péssima higiene e condições ruins dos dentes remanescentes. Esse quadro representava bem as condições usuais que esses pacientes apresentavam na época (1978).
principalmentedaoclusão,jáqueaslimitaçõespara afaceeramenormes.Começavaaserdesenvolvido oconceitoqueadotoparadiagnóstico4.
a b c
d e
a
c
b
d
FIGURA 1B - Arcada superior com o aparelho expansor colocado, antes da ativação (a), depois da ativação (b), oclusão de frente (c), radiografia oclusal da maxila antes (d) e depois da expansão (e).
a b c
d e
f g
FIGURA 1D - Arcada dentária superior antes (a), imediatamente depois da colocação de enxerto ósseo tardio (b), e área alveolar reparada (sem fissura) após a cicatrização (c). A correção oclusal foi plena e os dentes ausentes foram repostos por uma prótese. Ao fazer a análise crítica desses resultados, considere que eles foram obtidos há 30 anos.
FIGURA 1E - Cirurgias estéticas foram feitas, pelo Dr. Diógenes Laércio Rocha (Centrinho), para melhorar o contorno do lábio superior e a forma do nariz.
Ospacientescomdeformidadesefacesdesagra-dáveisprecisavamsercorrigidos.Começavaasagaem buscaderecursoscirúrgicosparaessespacientes,e aomesmotempoahistóriadacirurgiaortognática contemporâneanoBrasil.Contamosessahistóriana introduçãodaentrevistacomoDr.ReinaldoMazzot-tini,noaniversáriode30anosdesseacontecimento6.
Aprendemosmuitocomessaexperiência,acomeçar pelaanálisefacial,baseparaodiagnósticoemOrto-dontiacontemporânea,introduzidanaminhavida peloDr.LarryWolford.Era1978eosprimeirospa-cientesforamoperados,emumasemanainesquecível paratodosaquelesquetiveramagraçadevivenciar maisessepassodoCentrinhoemdireçãoàsuameta. O“sorriso e a vida” eram devolvidos àqueles que estavammaisdistantesdeles.
Esses primeiros tempos foram os mais felizes. Talvezporquefôssemosjovens,porquetudoestava por se fazer e, com certeza, porque éramos mais ingênuos.Jáformávamosumaequipe,maspequena, comungandoideaiseirmanadosfeitoumafamília. AresidênciaemOrtodontiacomeçavaeoensinoe apesquisacresciam.Investigamosainluênciados procedimentoscirúrgicosparacorrigiraissurado lábioedopalatocomoagenteetiológicoprimário nassequelasdaface.Eraprecisooperarbem,pouco eemépocaadequada.Começamosaverrecidivae instabilidade nos pacientes que havíamos tratado. Todosessesaspectosforaminvestigadosegeraram publicações.Derambaseparanovasações.Assumia coordenaçãodecondutasterapêuticasdoHospital, queestabeleciaoprotocolodecondutasnoprocesso dereabilitação,porqueessaéfunçãoaserexercida porumortodontista. OsetordeOrtodontiarecebiamaisproissio-nais.Maisqueisso,pessoasespeciais,Dr.Reinaldo Mazzottini, Dra.Arlete Cavassan, Dra. Silvia Graziadei,Dr.OmarGabrieldaSilvaFilhoeDra. TerumiOkadaOzawa.Essefoionúcleocomoqual convivinaépocadepráticaclínicaintensa.Aprendi arespeitardiferenças,aadmiraracompetência,a fazerpartedeumaequipe,areconheceropaciente semprecomooobjetivoprincipal. Achoqueissorespondeasuapergunta.Nós,os humanos,somosresultadodagenéticaquerecebe-mosedasexperiênciasqueavidanospermite.O Centrinho representou uma oportunidade de, em equipe,tratarpacientescomplexos,buscardesaios econdiçõesparaenfrentá-los,reconhecerprecoce-menteaslimitaçõesdaOrtodontia,ededicar-seà prática clínica e ao estudo, condições inexoráveis para ter espírito crítico e coniança para ignorar dogmasequebrarconceitos.Valeuapena?Cadadia! Principalmenteportudoissotersidovividoemum ambientederespeitoaoserhumano,criadoportodos doCentrinhoeinspiradopeloDr.Gastão.
A sua Ortodontia, às vezes ousada e desaia -dora, mas embasada em conceitos morfológi-cos, clínicos e cientíimorfológi-cos, se deve em parte à sua experiência com a Ortodontia complexa e limítrofe dos pacientes com issuras labiopala
-tinas? Terumi Okada
Poderiadizerquesim,foiaprincipalinluência. Começando pelo diagnóstico, falho quando feito pelacefalometriaempacientescomdeformidades esqueléticase,portanto,nãoaplicávelàmaiorparte dosportadoresdeissurascompletas.Peloprognós-ticodifícildeserfeitocombaseconvencional,por serdeterminado,alémdepelosfatoresdaherança genética, pela issura e pelos tratamentos que ela exige e, ainda, pelos transtornos funcionais que acarreta.Complexidade,comovocêdiz,quelimita-vametasterapêuticaseexigiacompreensãodessas limitaçõesparanãotransgredireterinstabilidade comoresposta.Individualizarecompensarforamas palavras-chavenaépoca.Eramtemposdedogmas,de metasrígidas,combasenumérica,que,queroacredi-tar,hojesóaOrtodontiaortodoxaingeaindaacatar. Difícilquebraressesparadigmas,principalmentepara ojovemqueeueraentão.Masocompromissocom ospacientesqueprecisavamdotratamentoortodôn-tico,comopartedeumatendimentointerdisciplinar, começouaditarosprocedimentosquecomeçariaa usare,progressivamente,aorganizareprotocolar4.
rápidadamaxilapodeserumbomexemplo.Ore-cursoqueeuaprendiparafazerexpansãofoioarco emW.Eleeralimitadoquandoaintençãoerauma expansãodebaseóssea.Expansãorápidadamaxila nãoerarotina,eunãotinhaaprendidoafazer,mas osresultadosquepodiamserconseguidoseramesti-mulantes.OsartigosdoHaaseramclarose,tomando coragem,decidifazeraprimeiraexpansão,seguindo suareceita.Disseparaele,quandootrouxemospara Bauruem2001—paraministrarumcursoereceber nossashomenagens—,quetodosaquitínhamossido alunosdelee,eu,oprimeiroeomaisagradecido. Separar,bandar,moldar,obteromodelocomasban-das,iraolaboratórioondeumtécnico,tambémpela primeiravez,iafazerumexpansor.Fazer,cimentar eativar.Aemoçãodeverossegmentosissurados seafastando,amordidasedescruzando.Emoçãoe satisfação.Passamosafazermuitasexpansões.Con-trariandooconceitodaépoca,expandindoamaxila de crianças na dentadura mista precoce, jovens e adultos.Essaexperiênciamultiplicadapelosnossos
proissionais deu base para mudar o desenho do aparelhoexpansor,usandoiosretangularesaoinvés dabarravestibular10,variarosdentesdeancoragem
conformeaidade9,permitiraexpansãocontinuada
comatrocadoparafuso7,8(Fig.2C),criarprotocolos
especíicosparaexpansãoemdiferentesidades5,7,8,13.
Assimeranaquelestemposmágicosdedesco-berta.Necessidadesdiferentesjustiicandométodos diferentes.Usarbraquetescomangulaçãoinvertida paraincisivoscentraisesuperangulaçãoparacaninos vizinhosàissura,respeitandolimitesósseosporela impostos.Nivelarasarcadasdentáriasemsegmentos e,então,expandirefazeronivelamentototal8(Fig.
2B).FinalizarcomrelaçõesdeclasseIIparacaninos e/ou molares, de modo simétrico ou não. Extrair incisivoinferiorempacientescomissuradelábioe palatobilateral,paracompensaromenortamanho dos incisivos centrais superiores (Fig. 2A). Com-pensarinclinandoincisivosemdireçãocontráriaà discrepânciaesquelética,geralmentedopadrãoIII, masconcentrandoacompensaçãonaarcadainferior.
FIGURA 2B - Arcadas dentárias niveladas e alinhadas, a superior em segmentos, o que era rotina pré-expansão. A expansão executada não foi suficiente para corrigir a mordida cruzada, o que exigiria um novo agendamento do paciente para uma expansão adicional. Isso era um problema, com tempos operacionais e custos adicionais.
FIGURA 2C - Quando o expansor era esgotado e a oclusão não corrigida, aos invés de fazer novo aparelho, por ideia do Prof. Dr. Reinaldo Mazzottini, passamos a travar a base em acrílico do expansor, fazer a remoção do parafuso, que era fechado e novamente fixado na base. As travas eram removidas e a expansão continuada. Após isso, finalmente a mordida era descruzada.
Claroqueissoextrapolouoatendimentoaos pacientescomissura,econtaminoutodoomeu universo ortodôntico de prática clínica e ensino. Pessoascompetenteseespeciais,queacreditaram emmim—comooDr.JoãoCardosoNeto,parceiro declínicaparticularhá31anos—,permitirama aplicação desses conceitos de uma maneira in-tensa.Achoque,nesseponto,épossívelentender ondeestáaraizdosconceitosquemepermitiram desenvolver: o diagnóstico baseado no padrão
de crescimento facial4; a necessidade de aceitar as limitações das ações ortodônticas, como regra cerceadas pelos limites dentoalveolares; os meus braquetesindividualizados12;amecânicasegmentar
O atendimento aos pacientes com issuras labio -palatinas atualmente ocorre quase 100% no SUS, e o panorama inicial era de centralizá-lo no Cen-trinho de Bauru. No entanto, a tendência atual é a criação de vários minicentros espalhados em diversas regiões brasileiras, coordenados por di-ferentes proissionais com protocolos variados. Como você vê esse panorama de
descentraliza-ção? Terumi Okada
Nãoseiseacentralizaçãoqueocorreunospri-meirostemposfoiumfatoplanejado.Preiropensar queelafoiconsequênciadaqualidadedotratamento que o Centrinho oferecia: interdisciplinar e com possibilidadesefacilidadesqueospacienteseseus responsáveisnãoencontravamemoutrolugar.Como resultado,muitoscentrosformadoresnaáreamédica, ealgunsemoutrasáreas,passaramaterumaação muitosecundáriaemtermosdequantidadedepa-cientesou,então,pararamdeatender.Nesseponto, aconcentraçãonoCentrinhodeBaurupassouaser quaseaúnicaopção.Emboraessacentralizaçãopossa servistacombonsolhosnaperspectivadeformação de pessoal — que é necessária e que vem sendo cumpridapeloHRAC—,elanãoeraidealparaa prestaçãodeserviços.Achoqueadescentralização é o melhor sistema, e isso parece absolutamente viávelcomoatendimentopraticamentesustentado peloSUS.Centrosespalhadosemáreasestratégicas, dentrodessenossopaíscontinental,oferecemvan-tagens,masdesdequesejarespeitadoumprotocolo consistente29.Esseprotocolo—quetende,emlinhas
gerais,asermundial—deveprivilegiararelação custo-benefício, com resultados proporcionais aos investimentosdetodaordemfeitospelosenvolvidos noprocesso(proissionais,pacienteseentidademan-tenedora).Oquenãoérazoáveladmitiréque,após todaaexperiênciavivida,documentadaedisponível emplenoséculoXXI,oprotocolo—que,senão determinaresultadosfantásticos,poupaopaciente delongostratamentos—sejapreteridoporprefe-rênciasoutécnicasantigaseobsoletas,revestidase comnovonome.Esseéumriscoquetemqueser admitidoeexigevigilânciaparaserevitado.
Baseado em sua experiência, como vislumbra a reabilitação de excelência dos pacientes com is
-suras labiopalatinas? Terumi Okada
Aexcelêncianareabilitaçãodospacientespor- tadoresdeissuraslabiopalatinasexigemuitoscom-ponentes.Começaporumaequipeinterdisciplinar, comproissionaisquetenhamconhecimentoapurado dosrecursosdisponíveisnasuaáreaparadiagnóstico, prognósticoetratamentodessespacientes.Ainda,é importantequecadaumreconheçaexatamenteo graudeimportânciadesuaparticipaçãonoprocesso, erespeiteahierarquiadosprocedimentosestabeleci-dos.Issodeveserdeterminadoemumprotocoloque deinaascondutas,asépocasemqueserãoadotadas easestratégiasdetratamento.Acolaboraçãodopa-cienteedosresponsáveispareceserfundamentale, aparentemente,dependentedonívelsocioeconômico eculturaldesses.Éclaroquecondiçõesinanceiras sãonecessáriasparaquetudoissopossafuncionar acontento,oquepodeserumproblemaparaum sistematotalmentedependentedoEstado. Dopontodevistatécnico,achoquetemoscon-diçõesdeformaçãoproissionaleoprotocolo29queo
HRACadotaébom.Dopontodevistadaaplicação dotratamento,respeitarasestratégias,principalmen-teaidadeparaadoçãodosprocedimentos,émuito importante.Ocomportamentodopaciente—desde atitudes simples, como métodos preventivos para cáriedentária,atéadedicaçãoaosprocedimentos recomendadospelosterapeutas—tambémcontribui paraaqualidadedoprocessoreabilitador.
FIGURA 3A - Paciente com 10 anos, portadora de fissura completa de lábio e palato unilateral direita, operada de lábio e palato mole (3 meses de idade), palato duro, septo nasal e rebordo alveolar (5 anos e 10 meses), e enxerto ósseo alveolar há 6 meses (9 anos e 6 meses). A face é padrão III, moderada retrusão maxilar, provavelmente com etiologia determinada pela fissura. As relações oclusais são típicas, com caninos e dentes anteriores em relação de classe III, mordida cruzada posterior bilateral e anterior de topo.
FIGURA 3D - O impacto da expansão rápida da maxila e da tração maxilar sobre a face foi relativo, mas capaz de melhorar a discrepância sagital. FIGURA 3C - O tratamento com expansão rápida da maxila e tração maxilar, realizado 6 meses após o enxerto ósseo, descruzou a mordida, mas não provocou o rompimento da sutura mediana da maxila.
FIGURA 3G - Tratamento ortodôntico compensatório foi executado de acordo com o protocolo para más oclusões do padrão III. A expansão rápida da ma-xila, executada de modo convencional, dessa vez foi capaz de romper, embora parcialmente, a sutura mediana da maxila. Esse resultado não é frequente, mas, quando ocorre, favorece o resultado final do tratamento.
FIGURA 3H - O tratamento teve sequência de acordo com o protocolo, com início pela arcada superior, usando braquetes da prescrição III, desgaste na mesial dos primeiros pré-molares e distal dos caninos inferiores, e o uso de elásticos com direção de classe III, apoiados nos caninos, desde o início do nivelamento da arcada inferior.
FIGURA 3F - A evolução da oclusão mostra a influência do fator etiológico fissura, restringindo o crescimento maxilar e determi-nando uma relação transversal pobre. A radiografia periapical revela que não há mais fissura alveolar, com o canino fazendo erupção mesial e ocupando a área de enxerto. A preservação do canino decíduo ajudou esse vetor mesial de erupção do ca-nino permanente, favorável à área enxertada.
nareabilitaçãodaissuralabiopalatina.Demodo resumido, o protocolo prevê: cirurgias primárias conservadoras,feitascomqualidade,noprimeiro ano de vida, por um cirurgião experiente; revi-sõesparaestéticadolábioenariz,feitascadavez
FIGURA 3I - Na fase final de nivelamento, a oclusão foi corrigida, com relação molar e canino de classe I do lado direito, e com o dente 23 na posição do incisivo lateral (braquete de canino colocado invertido), dente 24 na posição de canino (com braquete de canino). Os braquetes da arcada superior são da prescrição I, para evitar fechamento do ângulo nasolabial. O protocolo de tratamento é compensatório para más oclusões do padrão III em indivíduos brancos. Veja como o reparo da fissura no alvéolo é clinicamente ótimo.
FIGURA 3J - Pode-se observar que a forma da arcada superior é similar à que pode ser obtida em uma maxila não fissurada, e a posição dos dentes da região anterior da maxila é simétrica.
pré-enxerto (9-11 anos). Nesse ponto, faz-se o preparodamaxila,geralmentecomexpansão,con-tençãodaformaobtidaeenxertoósseoconforme oprotocolo29.Depois,nadentadurapermanente,
avaliaçãoortodônticaeplanejamento—geralmente
FIGURA 3K - Ao final do tratamento, os resultados são bons para a oclusão. A face mantém características de um padrão III, por deficiência maxilar, com envolvimento maior do tecido mole, com relações esqueléticas e dentárias aceitáveis (veja radiografia lateral da face). O déficit estético relacionado ao tecido mole poder ser muito aliviado por cirurgias de retoque no lábio e no nariz, inclusas na fase final do protocolo de tratamento que a paciente vai realizar.
Issopodeacontecer15eagregavaloraotratamento,
permitindoumaoclusãoinalaindamaisparecida comaobtidanospacientessemissura.
Acirurgiaortognáticapodeserutilizadaquando opacienteexigeproximidademaiorcomanorma-lidade,econstituirecursoabsolutamenteeicaze indispensávelpararesolvergrandesdiscrepâncias.
Sua posição pouco ortodoxa quanto à utili-zação da cefalometria como a principal ferra-menta no diagnóstico das más oclusões tem sido muito discutida e, por que não dizer, criticada. Você poderia tecer alguns
comentá-rios acerca dessa sua posição?Dione do Vale
Desde o inal da década passada, não é mais precisoargumentarparaconsiderarabsolutamente descartado o diagnóstico cefalométrico. Os que continuamautilizá-loestãodistantesdosconceitos dediagnósticoqueregemaOrtodontiacontempo-rânea,eaelescabeargumentarparadefenderessa
posiçãoanacrônicaesemsentido.Acefalometria continuasendoumaferramentaútildeavaliação dospacientesortodônticos,masnãoparadiagnós-tico,esimparaestudos,sejamelesdecrescimento, deefeitosdosaparelhossobredentesousobreo esqueletoetc.Nessaperspectiva,asanálisescefa-lométricasdeveriamserensinadasdentrodeum tópico como história da Ortodontia, para serem conhecidascomoculturaortodôntica,enãocomo métodosviáveisdeplanejamento.
Os casos de Padrão ll e lll tratados compen-satoriamente podem ter os seus resultados
comprometidos durante a fase inal do cres
-cimento. Na tentativa de minimizar esse pro-blema, você individualiza a escolha do tipo de contenção utilizada. Até que ponto você con-sidera que essa individualização consegue mi-nimizar os efeitos negativos decorrentes do
crescimento pós-tratamento?Dione do Vale
Nãoachoquepodemosconsiderarostratamen-toscompensatóriosdasmásoclusõesdopadrãoII edopadrãoIIIcomotendoomesmodestinona faseinaldecrescimento.Paraasmásoclusõesdo padrãoII,oconsensoclínicoquetemsuportena literaturaédeque,quandocausadasporprotrusão maxilar,elasdevemsertratadasnadentaduramista e,quandocausadaspordeiciênciamandibular,elas devemsertratadasnadentadurapermanente,de preferêncianosurtodecrescimento.Emambasas circunstâncias,amelhor“contenção”quesepode ter, para preservar os resultados na fase inal de crescimentoemesmodepois,sãorelaçõesoclusais bemestabelecidaseumpadrãofuncionaladequado (relaçãolabialdecontato,respiraçãonasal,padrão dedeglutiçãoadequadoàidade).Dessemodo,nes-sespacientesacontençãoéconvencional,complaca deHawleypor6mesesdeusocontínuo,depois18 mesesparadormirebarralingualixa3x3atéos 30anos,eopcionalparaavidatoda. ParaasmásoclusõesdopadrãoIII,aperspectiva émuitodiferenteeaspreocupaçõescomocres-cimentopós-tratamentosãomaiores.Oprocesso da criação dessa má oclusão, de modo contínuo ao longo do crescimento28, exige um protocolo
diferente. O tratamento clássico, como descrito nessaentrevista,éaexpansãorápidadamaxilae a tração maxilar, que caracteriza a primeira fase, nadentaduramistaprecoce.Amelhorcontenção paraesseprocedimentoénenhumacontençãoe, sim,umasupercorreção.Depois,éprecisoaguardar oinaldosurtodecrescimentofacial,geralmente doisanosapósamenarcaemmeninaseapubescên-ciaplenaemmeninos,checadosemprecomuma radiograiacarpalquedevedetectaroestágioIJde HaggeTaranger20,marcoparainiciarotratamento
ortodônticocompensatóriooudeiniranecessidade deumtratamentocorretivocomcirurgiaortogná-tica4.Tratamentosortodônticosfeitosantesdesse momento, mesmo com uma correção oclusal de qualidade,aocontráriodoqueseadmiteparaotra-tamentocompensatóriodasmásoclusõesdopadrão II,nãosãogarantiadeestabilidade.Seotratamento ortodônticocompensatórioforaopção,apósasua execução—apartirdesseponto,consideradomarco inicial—,oprogramadecontençãoconvencionaljá descritopoderecebercomoacréscimoacontenção dentoalveolardeOsamu14,queterásuaindicação
relacionadaàquantidadedemovimentocompen-satóriorealizadonaarcadainferiorou,emoutras palavras,aquantidadedeinclinaçãolingualintro-duzidanosdentesdaarcadainferior(Fig.4).Essa placa,quandoindicada,eissoémuitofrequente,é utilizadadurantedoisanosparadormir.Alémdisso, nos controles pós-remoção do aparelho, atenção especialédadaparaarelaçãoverticalehorizontal dosincisivos,paradetectartoquesprimáriosnessa região, resultantes de recidiva ou instabilidade determinadaporcrescimentoterminaldamandí-bula.Quandoissoacontece,aremoçãodo3x3está indicada,algumasvezesassociadacomumdesgaste interproximaldosincisivosinferiores,parapermitir ummovimentolingualdeajustedessesdentes. Concluindoarespostaasuapergunta,espero quetenhaicadoclaroque,emborasejamtomadas essasprovidênciasquantoàscontenções,asações querealmentecontamparaminimizarosefeitos negativos decorrentes do crescimento pós-trata-mentosãoaquelasrelacionadasàidadeemqueos tratamentossãorealizados(maisimportantepara opadrãoIII)eaqualidadedasrelaçõesoclusaise dopadrãofuncionalpermitidoaessespacientes, principalmenteosdopadrãoII.
FIGURA 4 - Oclusão final e a placa de Osamu modificada, sem a cobertura oclusal, colocada com objetivo de dar estabilidade ao movimento de inclinação lingual empregado nos dentes inferiores, durante tratamento compensatório de uma má oclusão do padrão III.
morfológica, os braquetes pré-ajustados
ofe-recem poucas prescrições? Laurindo Furquim
Aoclusãonormalnãoéuma,mas,sim,muitas. Todossabemosdissoe,cadavezmais,umnúmero maiordeproissionaisaceitaateseconsequente:a individualizaçãodebraquetes.Originalmente,na perspectivadoautordoconceitoedoaparelho Straight-Wire,L.Andrews,oidealseriaumbra-queteparacadadentedecadapaciente.Issonão era,eaindanãoé,viável;mas,comcerteza,umdia oserá.Poressalimitação,oStraight-Wirecomeçou commuitomenosdoqueisso,maspelomenos comumbraquetedesenhadoparacadadente,ou seja,umbraqueteparaincisivocentralsuperior, outro especíico para incisivo lateral superior e assimpordiante.Jáfoiumagrandeevolução.Além disso,massemdespertarinteresse,tambémforam propostos braquetes para posicionar, de modo compensado em inclinação, incisivos superiores einferiores.Otempopassou,acompreensãode quantootratamentocompensatórioéfrequente2
foiestabelecidaeoutrasprescriçõesforampro-postas,entreasquaisasminhas12.Dessaforma,
temosmuitasprescrições,maselasaindanãosão
Issoétãoimportante,eumrecursousadodemodo tãofrequente,quemeusbraquetesparaincisivos centraiselateraissuperioresdaprescriçãoIeII (elessãoiguais)foramdesenhadossemcurvatura na base, para permitir essa variação na posição durante a colagem direta, para individualizar a angulação,semperderasoutrasprescriçõesim-pressasnobraquete.
Para inclinação, dependendo da exatidão da prescriçãodebraquetesdisponíveleemutilização noseupaciente,oquedeveserfeitoéousode ios de modo individualizado, para não ler (io redondo), ler parcialmente (io retangular com folga, por exemplo 0,019”x0,025” em canaleta 0,022”x0,030”) ou ler totalmente a inclinação impressa na base dos braquetes (io retangular comfolgamínima,porexemplo0,021”x0,025” emcanaleta0,022”x0,030”).Dequalquermodo, nãotenhadúvidas,ofuturovainosbrindarcom uma ampliação das prescrições, quem sabe até chegar à proposta considerada utópica de um braqueteparacadadente,decadapaciente.
Os melhores tratamentos realizados em pa-cientes Padrão II com deiciência mandibular que conheço são os do Dr. Carlos Martins Coelho utilizando o APM. Nesses tratamen-tos destaca-se o posicionamento dos incisi-vos inferiores. O controle do torque parece bastante consistente. Quando questionado se esses resultados advêm de aplicação de torque lingual nos incisivos inferiores, o Dr. Carlos nega, airmando que esse pro -cedimento pode ser adotado em alguns casos especíicos, mas isso não é a rotina. O Dr. Carlos utiliza braquetes dos incisivos com –1 grau de inclinação e 2 graus de angu-lação; e os caninos inferiores com angulação de 7 graus. Admitindo-se que os pacientes Padrão II com deiciência mandibular pos -suem incisivos compensados para vestibular, a colocação de um io retangular sem torque irá impingir a esses dentes um torque lingual.
Em sua opinião, as angulações e inclinações dos braquetes inferiores fazem alguma di-ferença no tratamento das más oclusões de Classe II em pacientes Padrão II com deiciên
-cia mandibular quando esses utilizam APM?
Laurindo Furquim
Essaperguntacompreendemuitosquestiona- mentos.Pararespondê-los,achoimportantecon-siderarconceitosestabelecidosparaotratamento compensatório das más oclusões do padrão II, deiciênciamandibular.Elesdeveriamserabase paranossasaçõesclínicas.
a) Osaparelhospropulsoresdamandíbula,entre osquaisoAPM,sãoefetivosclinicamente,e conseguem a correção da má oclusão prin-cipalmente com alterações dentoalveolares. Asrepercussõessobreoesqueleto,incluindo crescimentomandibular,sãodepequenamag-nitudeetemporárias,demodosimilaraoutros procedimentosdeavançomandibular1,16
.Mes-moquandoosresultadosparacrescimentosão signiicativosnomanejodamandíbula,como jácomprovadoparaoaparelhodeHerbst,eles nãosãomantidosdemodoconsistenteaoinal docrescimento25.
b) Nessa perspectiva, a conclusão — de novo, constantenaliteratura—paraousodetodos os aparelhos empregados para o tratamento das más oclusões do padrão II, deiciência mandibular, é que os dentes inferiores são movimentadosparaafrente(osincisivosincli-nadosparavestibular);independentementedo sistemadeancoragemutilizado,amovimenta-çãodosincisivosédedifícilcontrole24.Torque
a c e
b d f
dosbraquetescom–1graudeangulação,que seriamutilizadospeloautor.
c) A correção oclusal conseguida com esses tratamentos é estável, desde que uma boa intercuspidação dentária tenha sido obtida aoinaldaterapiaequeopacientepossuísse umbompadrãofuncional25
,permitindoajus-tescompensatóriosnopós-tratamento.Esses ajustessigniicammaismovimentodemesma natureza(inclinação)edireçãodosefetuados notratamentoativo.
Resumindoelevandoofocoparaoquedeve darsustentaçãoàminharesposta,parecequeo tratamento das más oclusões do padrão II com deiciênciamandibularé,defato,compensatório eimplicaemmovimentaçãodaarcadadentária
inferiorparaafrente,commovimentodeinclina-çãodosincisivos.Issonãopareceserpossívelde sercontrolado.Esseéopontoquesustentaminha estratégiaparadeinirainclinaçãoparabraquetes na arcada inferior de pacientes que recebem a indicação para esse tratamento: concordar ou aceitarainclinaçãoqueessesdentesgeralmente já exibem e que será aumentada12.Assim, os
braquetesdeincisivostêmumaprescriçãopara inclinação de +8 graus, que chamamos de II “plus”, e que clinicamente muitas vezes é“mi-nus”,jáqueécomumquepacientesportadores dessamáoclusãoapresenteminclinaçõesdecoroa muitosuperioresaessevalorduranteeaoinal dotratamento18.Essainclinaçãonãodeveriaser
consideradaexagerada,porquehápesquisasfeitas
com amostras de oclusão tratadas, e deinidas comoótimas3
,queexibemvaloresmuitoacentu-adosparainclinaçãodeincisivosinferiores(valor máximo+15graus).Essesvalores,queguardam correlaçãocomvalorescefalométricos(Wits)que sugeremrelaçãomaxilomandibulardopadrãoII, são,portanto,esperadoseaceitáveis. Bem,+15grausémuitomaiordoque+8graus. Oquefaçoparaajustaressadiferençaquandoa inclinaçãodeincisivosinferioresémaiordoque aprescritanobraquete?Aquiloquebasicamente todos fazemos: usar ios retangulares de menor calibre,geralmente0,019”x0,025”emcanaletas 0,021”x0,025”. Isso cria o chamado ângulo de folga,quevariade7a10graus(invitro)epermite umafolgamédiaconservadorade7grausentre ainclinaçãoqueodenteapresentaeainclinação impressanabasedobraquete11.Dessemodo,por
exemplo,seumpacienteestivercomobraque-tedaprescriçãoIIplus(+8graus)emincisivos inferioresqueestiveremcomumainclinaçãode até+15graus,teoricamenteelesnãoestarãorece-bendoumtorqueclinicamentesigniicativoseo ioretangularfor0,019”x0,025”.Háevidênciasde queissosejareal,apartirderesultadosextraídos deumapesquisaquerealizamoscomtomograia empacientesdopadrãoII18.Há,portanto,uma
margem de segurança bastante ampla para a proposição que adoto. Se, no mesmo exemplo queacabodedar,opacienteestivessecomum braquetecomprescrição-1parainclinação,essa margemdesegurançacairiapara+6graus,ouseja, apartirdaí,comvaloresmaioresparainclinação (oqueécomum),osincisivosinferiorespresumi-velmentereceberiamtorquelingual,inadequado paraaintençãoterapêuticaeparaascondições debaseósseaqueatomograiatemevidenciado. Portanto,respondendoagorademaneiradiretasua pergunta,ainclinaçãopresentenobraquetepode fazerdiferençanotratamentodasmásoclusões dopadrãoII,deiciênciamandibular.Porém,isso podesermascaradonamaioriadoscasospelouso deumioretangulardecalibreprogressivamente menor,quantomaiorforadiferençaentreapres-criçãoparainclinaçãopresentenobraqueteea realinclinaçãododentenabaseóssea. Comoestouembuscadebraquetesquefaçam adiferençaepermitamaindividualização,oqueé aessênciadatécnicaStraight-Wire,aideiaéfazer pesquisasquedeemsuporteparaacompreensão exata dessa variação e forneçam subsídios para aconstruçãodebraquetescomprescriçãopara inclinaçãovestibularaindamaiores.Issodeineo quantoconsideroabsurdo,dopontodevistada lógicaedabiologia,restringiromovimentode inclinaçãovestibulardosincisivosquandoavan-çosmandibularessãorealizadosnostratamentos compensatórios das más oclusões do padrão II. Nãohásuportenaliteraturaparaoutratese.
Quanto à angulação, fator primário na com-pensação, acho que os braquetes que você cita, comangulaçãode+7grausparacaninose+2graus paraincisivos,quesãobraquetesprotrusivos,são apropriadosparaamaiorpartedoscasosindica-dos para uso de aparelhos como oAPM. Minha prescriçãoII12paraaarcadainferiorésemelhante,
comangulaçãodecaninomenor,iguala+5graus. Minharestriçãoparaousodessesbraquetesseria paraoscasosondehouverapinhamentonaregião anteroinferior. Nessa circunstância, usaria bra-quetesdaminhaprescriçãoII,fazendoacolagem diretadosbraquetessemangulaçãonosincisivos centraiselaterais,ecomangulaçãomínimade+3 grausnoscaninos.Issoporquenãofazsentidousar braquetes que, introduzindo angulação, criarão demandadeespaçoemumaáreaapinhadaeque vai receber inclinação vestibular como conse-quência do tratamento com avanço mandibular. Assimagindo,braquetesmenosanguladosexigirão menorprotrusãoparanivelarealinhar,eumame-norinclinaçãovestibularinaldeveráseroresultado.
você recomendaria esse protocolo,
conside-rando o risco da instabilidade? Susana Rizzatto
Jamaisumretrocesso.Comcertezaumapossi-bilidaderealparaalgunscasosediicilmenteuma condutaderotina.Nãoéumretrocessoporque, conformepodesedepreendernoartigoquein-troduzoassunto17,elesóépossívelpelaadoção
irrestritadeconhecimentodisponível,começando pelaadoçãodeumdiagnósticoapuradocombase emconceitosatuaisdepadrãodecrescimentoede basemorfológica,comdestaquehierárquicopara aface.Alémdisso,aconiançageradapeloapuro natécnicacirúrgica,possibilidadedeprediçãode resultados,agarantiadeestabilizaçãodosmovi-mentoscirúrgicosdadapelousodeixaçõesrígidas, e a possibilidade de movimentos ortodônticos garantidospelasminiplacasrepresentamevolução dasáreasenvolvidas(OrtodontiaeCirurgia).Não seriarazoáveladotaresseprocedimentoemoutro contextoquenãofosseocriadoporessaevolução técnicaecientíica.Poroutrolado,nãosepode esquecerqueaprincipalmotivaçãoparaessepro-cessoédarmenosdesconfortoestéticoaopaciente, oqueélouvávelepodeviabilizarotratamento paraalgunsindivíduosquenãoconcordariamem passarumperíododetempocomsuasrelações faciaismaisprejudicadas.Naminhaperspectiva, baseadaemminhaexperiênciacomosprocedi- mentosconvencionais,ousodesseprotocolopa-recemaisatraenteparacirurgiasconinadasaum dosossos,maxilaoumandíbula,principalmente paracorreçãodasmásoclusõesdopadrãoIIIcom avançodemaxilaoureduçãodemandíbula.Com certeza,começariaadesenvolverexperiênciacom esseprocedimentoatravésdessasindicações.
Em 1996, você publicou um artigo cuja amostra era de pacientes adultos subme-tidos à expansão ortopédica da maxila não assistida cirurgicamente. Na conclusão do artigo, cerca de 80% dos casos atingiram os objetivos terapêuticos almejados, muito embora com pouca resposta ortopédica e,
consequentemente, com pouca abertura do diastema interincisivos centrais. Hoje — con-siderando a necessidade de uma resposta ortopédica mais signiicativa para diluir dis -crepâncias negativas da arcada dentária su-perior; pensando na condição respiratória em relação à resistência nasal e, inalmente, pen -sando na condição periodontal decorrente de perdas na tábua óssea vestibular dos dentes de ancoragem —, você mantém sua posição frente à expansão ortopédica da maxila em
pacientes adultos? Susana Rizzatto
Essaperguntatemoméritodepermitiratu-alizarmeusconceitossobreexpansãorápidada maxila sem assistência cirúrgica em pacientes fora da fase de crescimento. O artigo ao qual vocêsereferefoipublicadoem199613edepois
comoproposiçãoeensejouoartigoaqueme referi. Os resultados atingiram plenamente os meusobjetivos,principalmentepelaqualidade domaterialemétodo.Afinalospacientesforam tratadosemsequência,atendidossemprepelos mesmosprofissionais(Dr.JoãoCardosoNetoe eu),usandosempreomesmotipodeaparelho (expansor de Haas modificado5,13),
confeccio-nadopelamesmatécnicadelaboratório.Além disso,umhistóricodeocorrênciaseraregistrado noprontuárioparaposterioravaliação.
Aoinaldoexperimento,quandoaamostra pareceusubstantiva,osresultadosdeiniramas possibilidadeselimitaçõesdaexpansãorápidada maxilaapósafasedecrescimento,queconstam dasconclusõesdoartigo.AFigura3demonstra aspossibilidadesdoprocesso.Essaspossibilida-deseaexperiênciadevivenciarostratamentos dos pacientes da amostra, que não pode ser totalmenteexpressaempalavras,inluenciaram de modo deinitivo o protocolo que adotamos hojeparaesseprocedimento.Apósinalizaresse
FIGURA 6C - A paciente, além da expansão, teve outros benefícios, como a colocação do dente 17 substituindo o dente 16 e uma melhora na posição dos outros segundos molares, todos substituindo os primeiros, e com todos os terceiros molares substituindo os segundos molares. Isso justifica o sorriso que ela exibe, mais que as alterações faciais, que foram sutis, mas positivas.
a c e
b d f
FIGURA 6D - As arcadas corrigidas mostram expansão para a arcada superior (canino = 2mm, pré-molar = 4,5mm, primeiro molar = 4,5mm) e alguma constrição para a arcada inferior (canino = -1,5mm, pré-molar = 0mm, primeiro molar = -1mm), suficientes para permitir uma correta oclusão.
experimento, mudei de modo signiicativo mi-nhaposiçãoemrelaçãoàindicaçãodaexpansão rápidadamaxilasemassistênciacirúrgicapara pacientesforadafasedecrescimento.Emresumo, indicoesseprocesso:apenasparapacientesaté afaixaetáriade20anos;semprecomoexpan-sordeHaasmodiicado;quenãonecessitemde um ganho signiicativo de perímetro (abertura máxima na sutura de 4mm); que não tenham envolvimentoperiodontalnosdentesdesuporte doaparelho;equeaceitemasintercorrênciasque podemdecorrerdoprocedimento(dor,inlama-ção,ferida)equepossamrecebermedicação.A consideração de todos esses fatores limitantes, mais as possibilidades que temos de fazer ex-pansõesdentoalveolaressuperioreseconstrições dentoalveolaresinferiores,semprequeapoiada emumdiagnósticomorfológicoequedêsuporte aessascondutas,restringedemodosigniicativo aindicaçãodesseprocedimentonosdiasatuais.
Para inalizar, e resumindo a resposta à sua pergunta,aslimitaçõesparaaexpansãorápidada maxilasemassistênciacirúrgicaempacientesfora dafasedecrescimentosãoclaraserestringemos efeitosdoprocedimentoàcorreçãodepequenas
discrepânciasdentoalveolares,semnenhumefeito sobre a respiração e com riscos ao periodonto desuporte.Emcontrapartida,seriaconveniente considerarque,mesmocomaexpansãorápidada maxilaassistidacirurgicamente,nãohágarantias demudançanomododerespirar30eháriscospara
osdentesdesuporte,incluindoperiodonto,oque temjustiicadoodesenvolvimentodeaparelhos expansoresapoiadosemimplantes21.
Os ortodontistas acabaram acatando o proto-colo de tratamento ortopédico sugerido por Haas, e modiicado por outros ortodontistas, na correção da má oclusão de Classe III com mordida cruzada anterior. Essa abordagem in-clui a expansão e a tração reversa da maxila. Você acha que a mecânica transversal contri-bui para a resposta sagital na correção
orto-pédica precoce do Padrão III?Omar Gabriel
FIGURA 6E - Avaliação a longo prazo, 8 anos após o término do tratamento, com a paciente aos 31 anos de idade, parece justificar o tratamento realizado.
quando conseguimos atingir as metas deinidas paraotratamentoconformepropostoporHaas,o quenãoéusual19.Umaexpansãorápidadamaxila
degrandemagnitudeeumatraçãocomforçaor-topédicapesadasãoasmetase,geralmente,boas respostassãoobtidascomesseprotocolo.Osefeitos transversaissãosigniicativosparaarespostasagital nacorreçãoortopédicaprecocedasmásoclusões dopadrãoIIIporque,comojásabíamoserecente-mentefoienfatizadopeloprotocolodeLiou22,23,a
expansãorápidadamaxilafeitacomgrandeam-plitudeéfatorprimordialaensejarumaresposta
FIGURA 7A - Paciente com indicação para expansão rápida da maxila e risco de que os incisivos centrais façam movimento de inclinação para palatina, o que poderia provocar o cruzamento de mordida anterior.
O advento da tomograia computadorizada de feixe cônico (Cone-Beam) tornou realida-de a visualização das tábuas ósseas vesti-bular e lingual das raízes dentárias. De que maneira, ou até que ponto, essa imagem
in-luenciará a liberdade de compensação den
-tária que se admite nas discrepâncias
esque-léticas?Omar Gabriel
Ousodatomografiadeveserrotinaembre-ve, permitindo avaliações morfológicas muito consistentes. Não acho que ela vai modificar osconceitosclássicosdecompensaçãoe,muito menos, mudar as metas terapêuticas para os
FIGURA 8A - Paciente com má oclusão do padrão II, classe II, protrusão de maxila, moderada deficiência mandibular, e imagem tomográfica mostrando com maior clareza as relações dos incisivos (dentes 21 e 31, imagem tomada com corte no meio da coroa clínica) com as respectivas bases ósseas.
FIGURA 7B - Quando for intenção evitar o movimento de inclinação dos incisivos superiores durante o movimento mesial para ocupação da área óssea criada pela expansão rápida da maxila, barras passivas apoiadas na palatina dos dentes incisivos superiores podem ser úteis.
Emoutraspalavras,condiçõesclínicascomunspara osdentes,principalmenteincisivos,emtratamen-toscompensatórios,exibemimagenstomográicas comlimitesósseossurpreendentementeexíguos. Isso vai reforçar o valor da avaliação clínica do periodonto,principalmentedamargemdegengiva inserida,aoplanejarecontrolar,naclínica,movi- mentosdessanatureza.Umperiodontodequali-dadesuportainclinaçãoparavestibular,lingualou
Aexíguarelaçãodasraízesnassuperfíciesvestibu-larelinguale,muitasvezes,doápiceradicularcom abaseóssea,indicaqueumcontroledetorque,ao exerceressesmovimentos,nãoseriaadequado10,18.
CONSIDERAçõES FINAIS
ObrigadopelaoportunidadequeaDentalPress mepermite,atravésdessaentrevista,dedescrever deumamaneiramaisinformaldetalhesdeminha história e minhas relações com a Ortodontia. Obrigadopeloscolegasqueizeramasperguntase tornarampossívelresgataropassadoecomentaro presente.Paraencerrar,ofuturo.Contrariandoas perguntaserespostas,frequentementepessimistas
FIGURA 8B - Paciente com má oclusão do padrão III, classe III, prognatismo, com imagem tomográfica mostrando de modo nítido as limitações para suporte ósseo para todos os incisivos (dentes 11 e 21, dentes 21 e 31, imagens obtidas com corte no meio da coroa clínica) com as respectivas bases ósseas.
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Dione do Vale
- Mestre e Doutora em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Bauru/USP.
- Responsável pelo Setor de Ortodontia do Centro de Aten-cão aos Defeitos de Face (CADEFI) do Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (IMIP, Recife / PE).
Laurindo Furquim
- Graduação em Odontologia pela Faculdade de Odontologia de Lins (1979).
- Especialização em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Bauru (1983).
- Doutorado em Patologia Bucal pela Faculdade de Odontologia de Bauru (2002).
- Atualmente é professor de Ortodontia na Universidade Estadual de Maringá (UEM).
Susana Maria Deon Rizzatto
- Mestre e Especialista em Ortodontia pela UFRGS e PUC-RS.
- Diplomada pelo Board Brasileiro de Ortodontia (BBO). - Professora de Ortodontia da PUC-RS.
Omar Gabriel da Silva Filho
- Coordenador do Curso de Atualização em Ortodontia Preventiva e Interceptiva, promovido pela PROFIS (Sociedade de Promoção Social do Fissurado Lábio-Palatal).
- Professor do Curso de Especialização em Ortodontia promovido pela PROFIS.
- Ortodontista do HRAC-USP (Hospital de Pesquisa e Reabilitação de Lesões Lábio-Palatais, Universidade de São Paulo), em Bauru.
Terumi Okada Ozawa
- Doutora em Ortodontia pela FO Araraquara-UNESP. - Ortodontista e Diretora de Divisão de Odontologia do
Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC) - USP / Bauru.
Endereço para correspondência
Leopoldino Capelozza Filho E-mail: lcapelozza@yahoo.com.br
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