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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS CURSO DE PEDAGOGIA. Tatiane Xavier da Silva

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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE

FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS CURSO DE PEDAGOGIA

Tatiane Xavier da Silva

ACESSO À EDUCAÇÃO SUPERIOR E SEUS DESAFIOS

GOVERNADOR VALADARES – MG 2013

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TATIANE XAVIER DA SILVA

ACESSO À EDUCAÇÃO SUPERIOR E SEUS DESAFIOS

Trabalho de conclusão do curso de Pedagogia, apresentado à Faculdade de Ciências, Educação e Letras da Universidade Vale do Rio Doce como requisito parcial para obtenção do título de Pedagogo.

Orientadora: Me. Renata Greco de Oliveira

GOVERNADOR VALADARES – MG 2013

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TATIANE XAVIER DA SILVA

ACESSO À EDUCAÇÃO SUPERIOR E SEUS DESAFIOS

Trabalho de conclusão do curso de Pedagogia, apresentado à Faculdade de Ciências, Educação e Letras da Universidade Vale do Rio Doce como requisito parcial para obtenção do título de Pedagogo.

GOVERNADOR VALADARES, _____ de ____________ de 2013.

Banca Examinadora:

Me. Renata Greco de Oliveira – Orientadora Universidade Vale do Rio Doce

Me. Kyrleys Pereira Vasconcelos – Avaliadora Universidade Vale do Rio Doce

Me. Eliene Nery Santana Enes – Avaliadora Universidade Vale do Rio Doce

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Dedico este trabalho a Deus em primeiro lugar, aos meus pais, amigos e professores que tanto me agudaram nesta caminhada.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por mais esta conquista que Ele me proporciona.

Aos meus pais, amigos e toda a família. Aos professores que ao longo de toda a minha jornada estudantil me ajudaram.

Obrigada a todos que de alguma forma me ajudaram a chegar até aqui.

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“Não há mudança sem sonho, como não há sonho sem esperança.” (Paulo Freire)

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RESUMO

O objetivo deste trabalho foi descobrir como é o acesso e permanência das classes mais pobres ao Ensino Superior no Brasil. Discutimos, com ajuda de alguns autores como Freire e Sobrinho, a desigualdade econômica no Brasil como a principal causa das dificuldades de acesso e permanência das camadas mais pobres da nossa a população, uma vez que esta realidade gera questões sociais de todas as ordens que podem contribuir para o agravamento dessas dificuldades. Porque não basta somente conceder o acesso, mas o poder público deve oferecer este acesso e oferecer condições de permanência dos educandos nas intuições de ensino superior no Brasil. O que alcançamos que há muito que ser conquistado, não só na educação superior no, país como em todas as áreas que o poder público gerencia.

Palavras-chave: acesso e permanência, classes populares, Ensino Superior.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 9

2 POLÍTICAS PÚBLICAS NO ENSINO SUPERIOR: PROGRAMAS DE ACESSO E PERMANÊNCIA PARA AS CLASSES POPULARES ... 13

1.1FUNDO DE FINANCIAMENTO ESTUDANTIL (FIES) ... 16

1.2PROGRAMA UNIVERSIDADE PARA TODOS (PROUNI) ... 17

1.3PROJETO INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO A DOCÊNCIA (PIBID) ... 18

1.4PLANOS DE ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL (PNAES) ... 19

3 DIFERENÇAS REGIONAIS NO BRASIL ... 21

4 POLÍTICAS DE PERMANÊNCIA NA ORGANIZAÇÃO DAS UNIVERSIDADES .. 24

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 27

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 29

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1 INTRODUÇÃO

A área da educação sempre me fascinou. Já diz o ditado popular, que parece ser a mais pura verdade “ninguém nasce sabendo”. E ninguém nasce sabendo mesmo, mas ao longo de nossa vida vamos aprendendo. Nascemos, segundo os estudiosos do construtivismo, com bases biológicas necessárias à aprendizagem.

A vida é uma grande educadora. O nosso dia a dia é composto de inúmeros desafios, que na sua maioria nunca sabemos como enfrenta-los, porém temos que aprender a vencê-los.

Tive a oportunidade de começar a estudar aos dois anos de idade, e sempre tive uma caminhada estudantil agradável, com ótimos professores, outros nem tão bons assim, mas até estes me ajudaram a enxergar que a educação é a base de tudo. Quando encontramos educação de qualidade, esta educação nos leva a refletir que nossos sonhos podem se tornar realidade. Ao deparamos com uma estrutura escolar de qualidade composta de profissionais competentes, fica mais fácil acreditar que vale a pena seguir em frente e nos esforçarmos para nos tornarmos um dia cidadãos e cidadãs conscientes de seus deveres e direitos, tendo a oportunidade de escolher nossas profissões e exercer cada uma delas com competência.

Porém, sabemos que ainda persistem inúmeras dificuldades na educação no Brasil. O descaso com a educação é algo que vem se arrastando há muitos anos, e em pleno XXI não é difícil encontrar analfabetos no Brasil, apesar de vários progressos que o país tem obtido. O Brasil tem se tornado forte economicamente, apesar de ainda ser um país emergente no campo da economia, nunca houveram tantas conquista como agora, inclusive no ramo da educação. As oportunidades de acesso à educação têm facilitado que muitos brasileiros que nem sonhavam que um dia iriam cursar um curso superior e hoje estão com seus diplomas em mãos. Há ainda muito trabalho a fazer na educação no país. Basta olhar para realidade dos educadores brasileiros, onde a grande maioria sofre com a desvalorização e injustos salários, más condições de trabalho, violências e falta de oportunidades de se qualificarem como profissionais, isto é só um pouco do longo e vasto caminho que temos que percorrer para chegar a uma educação de qualidade e para todos.

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Os problemas são muitos, mas acredito que a educação é a mais ampla oportunidade de se lutar por um Brasil melhor, um país que oferece ao seu povo uma educação de qualidade, é um país mais justo e honesto. Onde seu povo é parcela fundamental para seu sucesso e progresso. Uma nação justa deve oferecer aos seus cidadãos a chance de cada um escrever sua historia, seres participantes da nação, que todos possam ser como nas palavras de Paulo Freire: “Seres inseridos no mundo e não adaptados ao mundo” (Freire, 2006, p.110).

A discussão sobre Políticas Educacionais tem ganhado grande espaço nos últimos anos. Mas o que são Políticas Educacionais?

Políticas Educacionais pertencem ao grupo de políticas públicas de um país.

O Estado é o responsável de reger estas políticas juntamente com a participação de toda sociedade civil, para estabelecer as normas e deveres de cada cidadão.

Educação é direito de todos, e para se ter uma educação de qualidade é preciso exercer uma Política Educacional criteriosa, atendendo assim às necessidades especificas de cada cidadão. É dever do Estado garantir amplas possibilidades de oferta de educação de qualidade a todas as camadas da sociedade. (Dias Sobrinho, 2009).

Várias são as tentativas de melhoria da educação no Brasil. Uma das tentativas mais louváveis dos últimos anos foi à implementação da Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (LDB) que foi reformulada ao longo dos anos. No ensino superior muito se tem tentado uma melhoria do ensino, tanto no setor público quanto nas instituições particulares, buscando com que mais e mais cidadãos tenham acesso à educação superior. Porém, há um longo caminho a percorrer, devido a inúmeras precariedades da qualidade do ensino e das escolas no Brasil, que possuem ainda grandes deficiências de vários aspectos, desde a pré-escola até o ensino superior.

Educação é algo que vai além do ambiente escolar. Para se conseguir educação com qualidade, é preciso que o poder público tenha compromisso de colocar em prática as necessidades estruturais, econômicas, sociais, educacionais e etc. de um povo. Uma nação de qualidade se estabelece quando seus governantes atendem estas características. E a educação é fundamental para se formar uma sociedade ciente de seus deveres e direitos.

O Educador tem o compromisso de formar não só alunos para o mercado de trabalho, atendendo apenas interesses de uma educação mercantil, ou

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simplesmente para preencher gráficos do governo federal. E sim formar cada educando com a consciência do seu papel na sociedade, como ser crítico para uma sociedade melhor para todos.

Vivemos num mundo onde a “maioria”, que é chamada “minoria”, é excluída de ter acesso a vários benefícios necessários que uma sociedade justa e eficaz deve ter, que dirá uma educação básica e de ensino superior de qualidade. A discussão é bem mais ampla.

Políticas Educacionais de melhoria, sabemos que existem, como a implantação de cotas ensino superior para aqueles que são menos favorecidos da sociedade. Mas em muito dos casos este ensino superior tem deixado a desejar, quanto a sua qualidade. As cotas existem, porém muitos desses alunos que as recebem, não têm se quer dinheiro para pagar o transporte público até a faculdade devido à realidade econômica cruel que afeta milhões de brasileiros. E por isso muitos do que recebem as bolsas de estudos dadas pelos programas sociais do governo tem que deixar as faculdades, pois não conseguem continuar estudando, e apesar de haver muitas instituições de ensino superior privadas no país, a maioria da população brasileira não tem acesso, porque não pode pagar por este ensino.

Isto sem contar o total descaso com o profissional da educação, que segue na sua maioria sendo obrigado a trabalhar em condições precárias, com baixos salários, violências, com uma carga horaria extensa, sem o mínimo sequer de apoio do poder público.

Como se pode ver os desafios da educação superior no Brasil são muito mais complexos do que se possa imaginar. Há enormes barreiras que precisam ser tiradas e outras corrigidas, como a educação básica, para se conseguir chegar a uma educação superior de qualidade.

Diante do contexto aqui tecido, o objetivo deste trabalho é entender os desafios a serem vencidos e os problemas que encontramos em relação ao acesso do ensino superior no Brasil. A proposta é discutir as possibilidades que se apresentam nas políticas públicas, seus avanços e limitações, para o acesso e permanência das classes populares à Educação Superior. Para subsidiar as discussões foram empreendidas leituras sobre educação popular, responsabilidade social da universidade, relação com o saber e identidade do estudante de graduação, com os autores: Paulo Freire, Dias Sobrinho, Bicalho e Carvalho. As políticas públicas para o ensino superior também foram estudadas, através de

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artigos desses autores e sites oficiais do Ministério da Educação, com suas portarias referentes aos programas que essas políticas oferecem.

O texto está dividido em três capítulos. No primeiro capítulo trazemos para a nossa discussão os programas de acesso ou permanência para as classes populares por parte do governo federal como o FIES, PROUNI, PIBID e PNAES, que vem tentando diminuir esta exclusão das classes mais pobres de ingressarem no ensino superior. No segundo capítulo abordamos um dos temas que nos chamou atenção que é são as diferencias regionais existentes no Brasil, que mostra um país desigual, onde aqueles menos favorecidos ficam ainda mais prejudicados, pois vivem sem muitas oportunidades de melhorar de vida, devido a sua dura realidade.

Já no terceiro e último capitulo buscamos através desta pesquisa entender as propostas de permanência dos alunos nas universidades tanto públicas e privadas, e o que as mesmas tem feito para melhorar esta questão juntamente com todos os governantes e toda sociedade brasileira.

O trabalho mostra que ainda precisamos avançar e muito para conseguirmos alcançar nossos objetivos que é de um país melhor para todos, onde todos tenham acesso não só a um ensino superior de qualidade, mas, desde a pré-escola até as universidades, um ensino eficiente para os brasileiros.

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2 POLÍTICAS PÚBLICAS NO ENSINO SUPERIOR: PROGRAMAS DE ACESSO E PERMANÊNCIA PARA AS CLASSES POPULARES

O acesso às instituições de ensino superior no Brasil tem crescido cada vez mais. Hoje se comparando com anos anteriores da nossa história recente, constatamos que grandes avanços ocorreram. Porém existem inúmeras questões a serem debatidas e aprimoradas. Nem sempre o ensino e a “possibilidade” de ingressar no ensino superior são com qualidade e quantidade para atender a grande demanda de nossa sociedade. Os desafios nos levam a refletir o quanto a educação no país necessita prosperar em todas as suas áreas. Na realidade brasileira a maioria dos cidadãos é excluída de concluir o ensino escolar completo, fato esse que os impede de ingressar no ensino superior mesmo quando este ensino é oferecido através dos programas governamentais.

Uma sociedade que produz excluídos pela pobreza, violência, racismo, analfabetismo, desídia relativamente á saúde, educação, segurança, habitação e demais condições de vida digna é uma sociedade partida, conflituosa, preconceituosa e injusta. Exclusão gera marginalização, ignorância, insegurança, violência, ruptura do tecido social. (Dias Sobrinho, 2010, p 1229).

A desigualdade no Brasil é a maior causa da desestrutura da educação, e isto não é “privilegio” só da área educação. A falta de Política Pública eficiente para atender os recursos básicos da nação, é uma cratera que abre cada vez mais, prejudicando e tirando o direito de milhões de brasileiros de ter uma vida mais digna e justa.

Podemos constatar através de várias leituras e dados oficias do próprio governo que circula na mídia em geral, que a maioria dos brasileiros matriculados nas instituições de ensino superior pública no Brasil é que se declara sendo da classe média e de cor branca. Por isso as buscas por uma política pública que vem atender os menos favorecidos como os negros, indígenas e aqueles que são a camada mais pobre da população, tem sido considerável. No entanto estas propostas não vêm atendendo a todos. Necessário é ir muito além da criação de cotas e bolsas de ensino e financiamento estudantil, pois sabemos que só se constrói uma nação justa com oportunidade de emprego e educação de qualidade.

“O conhecimento é indispensável para realização pessoal, para o exercício

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profissional, o fortalecimento econômico e o desenvolvimento da nação.” (Dias Sobrinho, 2010, p 1229).

Muito se tem falado da melhoria da qualidade de vida no Brasil nos últimos tempos. Verdadeiramente avanços houveram. Inclusive dados de uma pesquisa realizada pelo Ministério da Educação (MEC) mostram que nunca se matriculou tantos alunos no ensino superior como agora, tanto nas instituições públicas quanto nas privadas. A crescente demanda de criação de universidades privadas é agradável para o crescimento do país, isto gera empregos e mostra que cada vez mais tem aumentado a busca por educação. Porém este avanço crescente no número de alunos não é acompanhado muitas vezes na qualidade do ensino oferecido. São instituições novas que não oferecem condições dos educandos se qualificarem em pesquisas, e contarem com apoio de pesquisadores, se tratando que a maioria dos trabalhos científicos e seus mestres e doutores estão nas universidades públicas.

Os programas do Estado vêm tentando ao longo dos anos, diminuir as lacunas existentes no ensino superior. Esta discussão coloca em xeque também as dificuldades da educação desde pré-escola nos levando até ao ensino superior. As cotas e outras políticas têm ajudado de forma bem tímida a diminuir a falta de acesso à educação superior às camadas mais pobres da população brasileira.

Vários problemas persistem, como por exemplo, registros mostram que muitos dos alunos que utilizaram o Fundo de financiamento ao Estudante ao Ensino Superior (FIES) não conseguem honrar seu financiamento com os bancos, por não conseguirem empregos após estar com seus diplomas em mãos, devido ao alto índice de desemprego que assombra o nosso país. Já os programas de cotas beneficiam muitos daqueles que não podem pagar por um ensino privado, mas há aqueles, mesmo quando obtém este beneficio não conseguem concluir os cursos, devido à realidade financeira precária que os impossibilitam assim de continuarem estudando. Outro fator nos chama atenção é o fato da grande maioria das instituições públicas só oferecere cursos nos turnos matutinos e vespertinos, enquanto as instituições privadas na sua totalidade são cursos noturnos que são preenchidos por alunos que trabalham o dia todo, para conseguirem pagar seus estudos. Há ainda um curioso dado do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), publicado no jornal Folha de São Paulo publicado no dia 14/05/13, de que a maioria da população universitária de realidade financeira baixa acaba optando por

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cursos mais baratos que tem um retorno financeiro mais baixo também, como os cursos de licenciatura. As vagas em cursos de medicina, engenharia e odontologia, por exemplo, que podem levar a um retorno econômico futuro melhor, mesmo quando se trata de instituições públicas, é preenchida na sua maioria pela camada mais favorecida economicamente da sociedade, a chamada elite brasileira domina estes cursos. Na verdade, a elitização no Brasil, está associada à baixa oferta na rede pública, à pequena oferta de vagas em algumas áreas e a concentração de renda do país. (Resende, 2004, p 744)

Não é difícil de compreender esta escolha, pois aqueles que não têm tanto poder aquisitivo acabam optando por cursos mais baratos por não conseguirem pagar outros cursos mais caros. E mesmo quando estes alunos são beneficiados com os programas do governo, as injustiças ainda permanecem, pois se aluno não atingir as maiores notas no ENEM1 ou no vestibular para ingressar no curso ao qual escolheu para fazer, ele só tem a opção de entrar no curso em que sua nota permite, mesmo não sendo o curso que ele optou. Mas, por não ter condições financeiras de arcar com o curso de sua preferência, para não ficar sem estudar, o educando acaba sendo “obrigado”, por conta da sua condição social desfavorecida, a fazer o curso que ele não tinha a vontade de cursar. É como se um aluno escolhesse o curso de engenharia, porém suas notas só lhe dessem condições para cursar uma licenciatura, gerando no aluno um desanimo e baixa autoestima. Mas a pergunta que fazemos é: Como pode um aluno de baixa renda, que estudou a vida toda em escolas públicas de má qualidade, sem ter condições de pagar cursinhos pré-vestibulares, se sobressair diante de alunos com condições financeiras favoráveis, que tiveram a oportunidade de estudar nas melhores escolas e se prepar da melhor forma possível? As respostas que encontramos é que tudo isso acontece porque vivemos num país desigual. E esta falta de acesso e oportunidades demostram ainda mais a ineficiência do poder público no Brasil, onde a política pública que deveria beneficiar os mais pobres acaba favorecendo os mais ricos, isto não quer dizer que os mais ricos não tenham o direito de se beneficiarem com as políticas sociais do poder público, porque isto é um direito de todos os cidadãos desse país e todos devem ter acesso a uma melhor qualidade de vida e é dever do

1 Exame Nacional do Ensino Médio – instrumento avaliativo do Governo Federal que vem sendo utilizado para a classificação de candidatos às vagas nas universidades federais. Nas universidades privadas que adotam o PROUNI, o ENEM também é classificatório para a escolha dos cursos disponíveis.

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Estado zelar por isso. O que destacamos é a falta de oportunidade que é dada para os brasileiros menos favorecidos economicamente em nossa sociedade. A educação é um direito assegurado a todos os cidadãos brasileiros e todos deveriam ter o prazer de escolher suas profissões, independente de sua posição socioeconômica.

Mas esta escolha só estará à disposição de todos se um dia conseguimos alcançar uma gestão com políticas públicas eficazes que venham a atender os anseios e as necessidades de todos. E no ramo da educação o aperfeiçoamento deve começar desde a pré-escola passando por toda educação básica. No Brasil não se valoriza a educação de base, muito se tem falado do ensino superior, mas como avançaremos no ensino superior, se a educação básica que é o pilar mais forte da construção, é completamente sem estrutura? A educação nos leva a sonhar. Sonhar com coisas que ainda não temos, mas que através do estudo, esforço, força de vontade e muito trabalho, um dia poderemos alcançar.

Porque uma criança negra, moradora de uma favela não pode sonhar em dia em ser uma médica? E porque uma criança com poder aquisitivo melhor não pode querer ter uma profissão com menor retorno financeiro no Brasil? Este sonho só irá acontecer se o Brasil oferecer um acesso digno e justo a todos os cidadãos e cidadãs deste país. Oferecer educação de qualidade é um dever do Estado, e todos os aproximadamente 200 milhões de brasileiros devem exercer sua cidadania e lutar para que todos possam escolher a profissão que quiser e se tornar cidadãos conscientes e participantes da transformação do país. País este que precisa ser mais justo e digno para todos os brasileiros.

É verdade que existem nos dias de hoje vários programas de tentativas de melhorias para o ensino superior no Brasil. O foco destes programas é tentar amenizar o enorme problema de falta de acesso e permanecia nas universidades brasileiras, como a criação de programas do governo, que visam diminuir as muitas dificuldades de acesso e permanências dos educando nas instituições de ensino superior. Tais como: FIES PROUNI, PIBID e PNAES. A seguir irei apresentar e comentar brevemente cada um destes.

1.1 Fundo de Financiamento Estudantil (FIES)

O Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) é um programa do Ministério da Educação que oferece o financiamento da graduação em instituição de ensino

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particular, com juros mais baixos. O FIES foi criado no ano de 2001 no dispositivo no artigo 5°, VII, da Lei n° 10. 260, de 12 de julho de 2001, com redação dada pela Lei nº 12. 801 de 24 de abril de 2013, bem como nas Portarias Normativas MEC n° 10, de 30 de abril de 2010, n° 23, de 10 de novembro de 2011, e n° 17, de 6 de setembro de 2012. O programa oferece:

- Financia até 100% da mensalidade do curso;

- Juros menores, de 3,4 ao ano;

- Parcelas mensais com valores fixos correspondentes a R$ 17,00 por mês durante o período do curso; A taxa é referente ao pagamento de juros incidentes sobre o financiamento;

- Após a conclusão do curso você terá 18 meses de carência para se reorganizar, e neste período ainda continuará pagando o valor correspondente a R$

17,00 fixos por mês;

- O financiamento pode ser solicitado em qualquer período do ano. (MEC 2013)

O FIES funciona na prática como empréstimos para pagar as mensalidades, e o estudante só começa a pagar após a sua formatura. Só que aí começa o problema. Muitos alunos que cursam seus cursos através do FIES não arcam com seus compromissos firmados com os bancos, por não conseguirem empregos depois de formados.

A queda nos rendimentos reais e o nível elevado do desemprego dificultam a sustentação dos gastos com as mensalidades pelos assalariados. Diante do cenário de deterioração social, o Programa de Financiamento Estudantil (FIES) antigo Crédito Educativo, que transferia recursos a fundo perdido às IES privadas não tem sido suficientes para reverter a tendência de esgotamento de segmento particular. (Carvalho, 2006, p 985).

1.2 Programa Universidade para Todos (PROUNI)

O programa Universidade para Todos (PROUNI) é uma iniciativa do governo federal para facilitar o acesso de alunos com baixo poder aquisitivo ao ensino superior. O PROUNI foi criado pela Medida Provisória n º 213, de 10 de setembro de 2004, e transformado em Lei em 13 de janeiro de 2005. Pode participar do programa o aluno que:

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-tenha renda familiar, por pessoa, de até três salários mínimos;

- tenha cursado todo o ensino médio em escola pública ou ter cursado todo ensino médio em escola privada com bolsa integral:

- ser portado de alguma deficiência física;

- ter participado do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).

Os alunos que forem selecionados pelo PROUNI podem adquirir bolsas de 50% a 100 % para estudarem nas universidades de ensino superior privadas participantes do programa. As universidades não são obrigadas a se inscreverem no programa, mas as que participam se tornam isentas de pagarem impostos para o governo federal.

Contudo, o programa não atende todas as necessidades da população brasileira de baixo poder econômico, pois não basta somente oferecer bolsas de estudo, mas sim oferecer condições para que os alunos entrem nas universidades e concluam os seus cursos. Outra crítica que se faz é que nem sempre o curso escolhido é o curso disponível, pois tudo depende se haverá vagas nas universidades escolhidas e se as notas dos alunos no ENEM se enquadram no curso. O que acontece muitos casos é que um aluno que estudou a vida inteira numa escola pública onde lhe foi oferecido uma educação básica precária e acaba não conseguindo uma nota alta no ENEM e não pode assim ingressar em um dos cursos mais disputados como Medicina, Odontologia, Engenharia, Tecnologia entre outros e acabam sendo “obrigados” a fazerem outros cursos de menor retorno financeiro, como os cursos de licenciaturas, por exemplo, por não terem condição de fazer um curso superior sem a ajuda do governo.

Por outro lado é necessário reconhecer que sem estes programas do governo não haveria tantos novos brasileiros com os diplomas nas mãos, e isto é muito positivo para o país. Necessário é, aperfeiçoar este programa para que cada educando possa, ao ingressar no PROUNI, realizar o curso de sua preferência e não que lhe for imposto.

1.3 Projeto Institucional de Iniciação a Docência (PIBID)

O Projeto Institucional de Iniciação a Docência (PIBID) é uma tentativa de incentivar a formação de professores para educação básica. O programa visa conceder bolsas a alunos de licenciaturas participantes de projetos de iniciação a docência pelas as universidades juntamente com a rede de ensino pública. O PIBID

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foi criado a partir da publicação do art. 26 do Decreto n° 7. 692, de 02 de março de 2012, e aperfeiçoado a partir da nova portaria n° 96 de 18 julho de 2013.

Este projeto busca oferecer aos estudantes a oportunidade de terem prática como docente desde inicio da faculdade, sob a orientação de um docente da licenciatura. Além da experiência no campo profissional, o PIBID oferece uma bolsa de Iniciação à docência no valor de 400,00 reais. Está bolsa tem sido a responsável pela permanência de vários alunos nossos cursos de licenciaturas, pois a muitos educando destes cursos não tem condições de pagar suas faculdades ou se manter estudando sem este dinheiro do PIBID. Para participar do programa as Instituições de Educação Superior devem apresentar a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) seus projetos. Podem participar tanto universidades públicas e privadas sem fins lucrativos que ofereçam cursos de licenciaturas, e fica a cargo das próprias universidades selecionarem os alunos participantes do projeto que visa:

-Incentivar a formação de docentes em nível superior para educação básica;

- ajudar na valorização da docência

- promover a interação entre a educação superior e a educação básica.

(MEC, 2012).

São cinco as mobilidades da bolsa:

1-Iniciação da docência: para estudantes de licenciaturas das áreas abrangidas pelo subprojeto: Valor; R$ 400,00 (quatrocentos reais).

2-Supervisão – para professores de escolas públicas que supervisiona m, no mínimo, cinco e, no máximo, dez bolsistas de licenciatura. Valor: R$

765,00 (setecentos e sessenta e cinco reais).

3- Coordenação da área: - para professores da licenciatura que coordenam os subprojetos. Valor: R$ 1.400,00 (um mil e quatrocentos reais).

4-Coordernação de área de gestão de processos educacionais- para o professor que auxilia na gestão de projetos na IES. Valor: R$ 1.400,00 (um mil e quatrocentos reais).

5-Coordernação institucionais- para o professor de licenciatura que coordena o projeto do PIBID nas IES. Permitida a concessão de uma bolsa por projeto institucional. Valor R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais).

(CAPES, 2012).

1.4 Planos de Assistência Estudantil (PNAES)

O Plano de Assistência Estudantil (PNAES) foi criado e regulamentado pelo Ministério da Educação ao final de 2007, por meio da Portaria Normativa n 39. Mas só em 2010 o decreto foi publicado no Diário Oficial da União, e aí então o PNAES foi colocado em prática. Conforme o artigo 2 da portaria:

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O PNAES se efetiva por meio de ações de assistência estudantil vinculadas ao desenvolvimento de atividades de ensino, pesquisa e extensão, e destina- se aos estudantes matriculados em cursos de graduação presencial das Instituições Federais de Ensino Superior. (MEC, 2013).

O programa busca oferecer aos estudantes do ensino superior público federal assistência à moradia estudantil, alimentação, transporte, saúde, inclusão digital, cultura, esporte, creche e apoio pedagógico.

Cabe a cada instituição de ensino superior desenvolver estas iniciativas propostas pelo PNAES. Segundo o MEC o programa recebeu no ano de 2008, R$

125,3 milhões em investimentos. Para 2010, estava previsto que fossem destinados 304, milhão de reais.

É um investimento louvável se tratando de gastos do governo federal com a educação. Só que o PNAES é apenas uma portaria, não é definitivo, para ser definitivo ele deve virar lei. O que deveria acontecer para aperfeiçoar ainda mais o PNAES é que este programa possa vir a abranger para todas as instituições de ensino superior, não sendo somente nas instituições de ensino público federal do país.

Mas o que falta mesmo são políticas mais democráticas que atendam também às demandas de alunos de instituições privadas e comunitárias, que são beneficiários das políticas de acesso, mas, encontram-se desprovidos de políticas de permanência.

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3 DIFERENÇAS REGIONAIS NO BRASIL

A má distribuição de renda é algo tão real que a maioria dos brasileiros não tem se quer a oportunidade de tentar melhorar de vida, no que a pobreza e desigualdade são vivenciadas a toda hora. Os gráficos do IBGE publicados no jornal O Globo no dia 15/06/11 apontam as regiões sul e sudeste como as mais ricas e desenvolvidas, enquanto o norte e nordeste não possuem nem mesmo o abastecimento de água devido para sua população. Os nordestinos têm sofrido há anos com o descaso das políticas públicas governamentais e sem falar que em muitos lugares do interior do nordeste o coronelismo impera até os dias de hoje.

Olhando para o desenvolvimento das regiões sul e sudeste quando comparadas com as do nordeste, parece que há vários países dentro do Brasil, devido à gigantesca desigualdade que encontramos tão perto de nós.

Mais de 85 % da população nordestina não ganham sequer um salario mínimo. A pirâmide educacional é um elemento do quadro geral das assimetrias sociais. Os brasileiros mais pobres não chegam a completar nem mesmo cinco anos de escolaridade, isto é não concluem sequer a educação básica. Dado o baixo poder aquisitivo da maioria da população, é indispensável que a expansão se dê mais intensamente, pelos sistemas públicos. (Dias Sobrinho, 2010, p 1233)

A falta de políticas pública eficazes é a grande geradora desta desigualdade social que impera nas regiões norte e nordeste do Brasil. Aliás, esta desestrutura socioeconômica é encontrada em todas as regiões do país, até mesmo nas regiões com mais potencial econômico e desenvolvidas como as regiões sul e sudeste, existem muitas áreas onde o poder público se mostra indiferente ao desenvolvimento da população brasileira, não oferecendo as mínimas oportunidades e condições para o desenvolvimento social ao qual todos os brasileiros têm direito.

O descaso governamental é total, onde as leis que deveriam assegurar os direitos de toda a população não saem sequer do papel. A concentração de renda em algumas regiões do país é prejudicial para as regiões mais pobres, fato este é que podemos destacar que a grande maioria das indústrias só se instala nas regiões mais desenvolvidas prejudicando ainda mais o desenvolvimento econômico da região norte e nordeste, e isto acaba criando outro dado comum na região nordeste que é a migração de vários nordestinos em busca de trabalho e melhores condições

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de vida nas grandes cidades brasileiras. Milhares e milhares de nordestinos são obrigados a deixarem sua terra de origem, suas famílias em busca de emprego nas capitais da região sul e sudeste, principalmente nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, pois nas regiões onde vivem não tem empregos e as suas condições de vida que já são precárias ficam cada vez pior devido à seca que é um fenômeno natural característico da região que castiga todo o nordeste brasileiro.

Apesar de tudo isso hoje em dia já se registra algumas melhorias de qualidade de vida. Mas a região nordeste possui ainda os mais baixos indicadores socioeconômicos do Brasil como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) que mostra que 18,7% dos nordestinos eram analfabetos em 2009 segundo informações do IBGE publicadas na revista época no dia 14/04/10. Este dado só confirma a triste realidade escolar do Brasil. Não é difícil constatar como uma pessoa que não possui emprego, não tem muita comida em casa, e não tem ao menos água potável para beber vai conseguir estabelecer uma vida estudantil digna.

Por isso as buscas por melhorias na educação básica são importantes para se conseguir ensino superior de qualidade. Quando falamos de educação de qualidade mexemos em todas as escalas governamentais de um país. Não iremos conseguir melhorar a educação se os problemas mais básicos de nossa nação não forem solucionados. Os problemas que precisam melhorar no ramo da educação vem desde a pré-escola chegando até ao ensino superior. É necessário dar melhores condições de trabalho para os educares, oferecendo-lhes salários dignos, formação continuada, segurança, valorização do profissional da educação como um todo, para que tenhamos verdadeiros mestres auxiliando no crescimento econômico e saber crítico educacional do nosso Brasil.

Portanto, para que a educação possa contribuir de fato, na redução das desigualdades sócias, tornam-se necessárias políticas ativas que favoreçam o rompimento do círculo vicioso entre educação e renda, que se estabelece de forma tão marcante na sociedade brasileira. (Corbucci, 2004, p 699).

Para avançar e construir uma educação de qualidade no Brasil é necessário reformular toda a base da educação brasileira, ou seja, toda a educação básica começando desde educação infantil passando pelo ensino fundamental e ensino médio. Não conseguiremos resultados satisfatórios se não investimos na educação básica. E estes investimentos devem ser feitos em todas as áreas desde espaço

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físico até a formação continuada dos educadores. Não conseguiremos um ensino superior de qualidade se a base da educação, o começo de tudo, é oferecida de forma precária.

Os problemas existem e são reais, e prejudicam toda a educação no Brasil. O país necessita obter progressos na educação básica para assim chegar num nível melhor de ensino para que cada aluno ao concluir seu ensino médio completo tanto nas instituições privadas quanto publicas possa ingressar nas instituições de ensino superior. É de fundamental importância também que o educador sabia da sua responsabilidade de formar cada educando como ser pensante e critico, ciente de seus direitos e deveres para assim se formarem cidadãos dignos e justos, dispostos a lutarem por seus direitos e por uma nação melhor para todos junto ao poder público.

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4 POLÍTICAS DE PERMANÊNCIA NA ORGANIZAÇÃO DAS UNIVERSIDADES

Apesar de toda a busca por melhoria que temos tido de acesso ao ensino superior no Brasil, verdade é que este acesso não tem sido para todos, quando deveria atender a todos, mas não podemos negar que avanços ocorreram. Com esta pequena melhoria no acesso as universidades, outro grave problema surgiu, que é a falta de permanência dos alunos nas universidades. Grande parte dos alunos que ingressam no ensino superior não consegue concluir seus estudos. O problema da falta de permanência no ensino superior no país tem se tornado cada vez maior, pois o número de matrículas no ensino superior nunca foi tão alto. A maior parte dos universitários não consegue concluir seus estudos por causa da sua condição social que é precária. O principal fator determinante para esta triste realidade é novamente a questão socioeconômica do Brasil e sua má distribuição de renda que prejudica a vida de milhões de brasileiros, e no ramo da educação não tem sido diferente.

A desistência na sua maioria ocorre pelo fator econômico. Os universitários que estudam nas instituições particulares, acabam desistindo por não conseguirem pagar suas mensalidades, e os que estudam nas universidades públicas não conseguem permanecer nos seus cursos, por não terem como se manter financeiramente e manter itens básicos como moradia, transportes e alimentação.

Por este motivo, já citado no primeiro capitulo, o governo federal busca através da implementação de programas como o FIES, PNAES, PROUNI, PIBID diminuir esta desigualdade, que tanto prejudica os brasileiros mais necessitados.

Porém mesmo com todas estas iniciativas por parte do governo, pouco se tem melhorado. A desigualdade no país tem sido a causa principal da evasão no setor de ensino superior. Evasão esta que tem sido registrada desde educação básica.

Vê-se no ensino superior a continuidade de um sistema que funciona, desde as séries iniciais, como instrumentos de reprodução dos privilégios e do poder das classes abastadas, conservando as desigualdades socioeconômicas e culturais. (Resende, 2011,p 30).

Um aluno de baixa renda que consegue ingressar na universidade mesmo quando é por meio dos programas do governo, não tem a mínima garantia que irá terminar seus estudos, pois mesmo quando recebe o beneficio ainda assim é pouco para o mesmo continuar estudando, porque não consegue se manter estudando

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devido seu baixo poder aquisitivo. A realidade da camada mais pobre da população brasileira tem feito com que muitos estudantes desistam da carreira acadêmica por serem obrigados a escolher entre “colocar comida na mesa” e ajudar nas despesas de casa ou continuarem estudando.

Criar leis que possibilitem o acesso do povo brasileiro ao ensino superior é louvável, mas o país precisa permitir a permanência destes alunos nas instituições de ensino. E isto só irá ocorrer se o Brasil passar a ser um país que trata seu povo e seus problemas com seriedade, combatendo a corrupção e desigualdade avassaladora que perdura nesta nação, criando assim mais oportunidades de emprego e diminuindo as desigualdades econômicas. Necessário é criar oportunidade melhoria por parte do Estado de todas as políticas públicas de todas as áreas e quanto à educação esta reestrutura deve começar pela fonte da educação que é a educação básica chegando ao ensino superior. E esta reestrutura também passa pelas instituições de ensino superior, tanto nas públicas e privadas.

As universidades têm buscado cada vez mais alunos, crescendo o número de matrículas, porém seus problemas também.

Quando tratamos das universidades privadas, elas estão se expandido cada vez mais, só que questões como a falta de qualidade do ensino, a falta de formação de mestre e doutores e a inadimplência tem sido desafios. Verdade é que o governo tem buscado alternativas para suprir as necessidades, mas como vimos até aqui, muitas ainda persistem. Já nas intuições de educação superior públicas, ainda são poucas para atender a demanda do nosso imenso Brasil. A proposta de que universidade pública deveria ser para as classes populares neste país não se concretiza, pois é na universidade federal que os desafios da educação brasileira aparecem de forma transparente. O ensino federal é reconhecido pela sua qualidade. Mas quando um aluno pobre que passou a vida toda estudando com ensino de baixa qualidade tem que passar pelo vestibular dessas universidades, ele não tem a mínima chance em relação ao aluno de classe média/alta que teve a oportunidade de se preparar durante toda sua vida estudantil em escolas de qualidade no preparo para este acesso.

Mesmo com todos estes programas do poder público, há um longo caminho para ser conquistado.

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Sem uma educação superior e sem instituições de pesquisa adequadas que formem a massa crítica de pessoas qualificadas e cultas, nenhum país pode assegurar um desenvolvimento endógeno, genuíno e sustentável e nem reduzir a disparidade que separa os países pobres e em desenvolvimento.

(UNESCO apud RESENDE, 2011, p 112).

Seria essa qualidade preconizada pela UNESCO um fator determinante para a permanência dos estudantes? Em que as instituições de ensino superior podem contribuir para a permanência de seus estudantes matriculados? Pensando tanto nos aspectos econômicos, mas também para além destes, é preciso que as IES busquem estratégias, políticas e programas internos, que viabilizem melhores condições de permanência do estudante nos cursos de graduação.

Por isso é de suma importância que todos trabalhem juntos. As IES tanto públicas quanto particulares, juntamente com o poder público e a sociedade. Pois como vimos em toda pesquisa os problemas do ensino superior só nos retrata o que é o nosso país. O Brasil é um país maravilhoso, mas também é um país desigual para o seu povo, onde a injustiça e falta de oportunidades são grandes e atingem e prejudicam milhões de brasileiros. Muito há o que fazer. As universidades tanto públicas e particulares devem se unir juntamente com o poder público e toda sociedade brasileira para encontrar caminhos que possam melhor cada vez mais o ensino superior do Brasil, pois é das universidades que sairão bons professores, médicos, engenheiros e todas demais profissões que levarão o país a se tornar uma nação melhor e justa para todos. Não adianta somente oferecer vagas de acesso ao ensino superior. É preciso garantir o acesso à permanência dos educandos nas universidades brasileiras. E para que isso ocorra necessário é que o Brasil evolua em todos os aspectos, deixando de ser um país comandado pelas classes dominantes que são os mais favorecidos. Pois um país onde a educação é prioridade é uma nação justa e eficaz em todos os aspectos para seu povo. Um povo que tem educação de qualidade é um povo que sabe lutar por seus direitos e sabe dos seus deveres.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através deste trabalho conseguimos responder alguns dos nossos questionamentos em relação ao acesso e permanência ao ensino superior no Brasil.

Mas o que mais nos intriga é que temos muitos mais questionamentos e metas a serem atingidas do que respostas encontradas.]

A educação é um desafio, que o país tem tentado enfrentar desde que Cabral e sua turma aqui adentram neste lindo Brasil. Como vimos no decorrer de toda pesquisa os problemas da educação superior nesta nação são reais e abrangentes.

Os relatos das dificuldades que encontramos em todas as áreas onde o poder público deveria se destacar pela sua eficiência, mas o que de fato ocorre é que se destaca a ineficiência do poder público e seus governantes em todos os seguimentos da nação.

Para conseguir alcançar avanços na educação superior, todas estas questões aqui levantadas nesta pesquisa como os programas de acesso das classes populares, as diferenças regionais e as políticas de permanência nas universidades devem ser aperfeiçoados e ampliados. Sabemos que melhorias ocorreram e isto é um fato positivo. Mas há um imenso caminho a ser percorrido. Como podemos falar em educação superior de qualidade, onde sabemos que milhões de pessoas no nosso país não têm onde morar, o que se alimentar, a saúde é precária, falta saneamento básico, o professor e a escola não são valorizados e tantas outras necessidades que temos?

O que a pesquisa nos ajudou a enxergar foi que quando a educação superior conseguir realmente ser para todos e de todas as diferenças no país irão diminuir, pois para se atingir esta educação de qualidade o Brasil precisa passar a oferecer ações de políticas públicas de qualidade para seu povo. Fazendo assim, o país será um país melhor igual para todos.

Não podemos falar em acesso ao ensino superior, sem falar no acesso as outras questões básicas de sobrevivência humanas que já discutimos ao longo dessa pesquisa. O Brasil e todos os brasileiros precisam acordar. Para que assim possa construir um novo Brasil, onde todos tenham a oportunidade de servir ao seu país de forma honesta, digna e se tornando seres críticos e inseridos nesta

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transformação deste novo Brasil que tanto queremos que se concretize. E a educação é a porta mais larga para esta nova nação que se aproxima de todos nós.

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6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BICALHO, Maria Gabriela Parenti. Ensino superior privado, relação com o saber e reconstrução indenitária. Tese de doutorado p 203 – Belo Horizonte 2004.

BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. PROUNI. Brasília, 2001. Disponível em:

//prouniportal. Mec.gov.br. Acessado em 03 se setembro de 2013.

CAPES. Decreto n 7.692 de 02 de maio de 2012. Disponível em //www.capes.gov.br.Acesado em 10 de agosto de 2013.

CAPES. Portaria n 96 de julho de 2013. Disponível em:

//www.capes.gov.br.Mec.gov.br.Acessado em 10 de agosto de 2013.

CARVALHO, Helena de Almeida de. O PROUNI no governo Lula e o jogo político em torno do acesso ao curso superior. Educação Social, Campinas. 985. Out de 2006. Disponível em: //www.cedes.unicamp.br. Acesso em 02 de setembro de 2013.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa, São Paulo: Paz e Terra, 2003.

_______ Pedagogia da esperança: um reencontro com a Pedagogia do Oprimido.

São Paulo: Paz e Terra, 2001.

MEC-PNAES. Decreto n 7.234 de julho de 2010. Disponível em://www.pnaes.gov.br.Mec.gov.br.Acessado em 10 de setembro de 2013.

Jornal O GLOBO. Disponível em: //www.globo.com/. Acessado em 10 de agosto de 2013.

RESENDE, José Marcelino Pinto. Federalismo e Políticas Educacionais na efetivação do direito a educação no Brasil. IPEA, 2011. Disponível em //www.ipea.gov.br.Acesso em 20 de agosto de 2013.

SOBRINHO, José Dias. Democratização, Qualidade e Crise da Educação Superior:

faces da exclusão e limites da inclusão. Educação Social, Campinas, v, 31.p. 1233.

Out-dez. 2010. Disponível em: //www.cedes.unicamp.br. Acesso em 20 de agosto de 2013.

Referências

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