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Tecnologias da informação e comunicação na educação de jovens e adultos: desafios e possibilidades

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ

CAMPUS DE CAICÓ

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CURSO DE PEDAGOGIA

ISABELLI DE LIMA MONTEIRO

TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: DESAFIOS E POSSIBILIDADES

CAICÓ-RN 2019

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ISABELLI DE LIMA MONTEIRO

TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO ECOMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: DESAFIOS E POSSIBILIDADES.

Monografia apresentada ao curso de Pedagogia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito obrigatório para obtenção do título de licenciada em Pedagogia.

CAICÓ-RN 2019

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ISABELLI DE LIMA MONTEIRO

TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO ECOMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: DESAFIOS E POSSIBILIDADES.

Monografia apresentada ao curso de Pedagogia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito obrigatório para obtenção do título de licenciada em Pedagogia.

Aprovada em: ____/___/____

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________________ Profa. Dra. CHRISTIANNE MEDEIROS CAVALCANTE - (Orientadora)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

_________________________________________________________ Profa. Dra. DENISE CORTEZ DA SILVA ACCIOLY - (Examinadora)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

__________________________________________________________ Profa. Dra. JACICLEIDE FERREIRA TARGINO DA CRUZ MELO - (Examinadora)

CAICÓ-RN 2019

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Dedico a Deus, a minha família, aos colegas e a todos que fazem parte da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

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AGRADECIMENTOS

Como já dizia Anitelli: “Sonho parece verdade quando a gente esquece de acordar”. Hoje, vivo uma realidade que parece um sonho, mas foi preciso muito esforço, determinação, paciência, perseverança, ousadia e maleabilidade para chegar até aqui, e nada disso eu conseguiria sozinha. Minha eterna gratidão a todos aqueles que colaboraram para que este sonho pudesse ser concretizado.

Grata a Deus pelo dom da vida, pelo seu amor infinito, sem Ele nada sou. Agradeço aos meus familiares meus maiores exemplos e, em especial, a mainha meu maior orgulho e exemplo, Maria Francinete, pelas valiosas lições de caráter e perseverança que me formaram mulher para que estivesse sempre andando pelo caminho correto.

A coordenadora do curso Francileide Batista de Almeida Vieira que, com muita paciência e atenção, dedicou do seu valioso tempo para me tranquilizar e dar apoio em cada passo deste trabalho. Aos professores Christianne Medeiros, Suenyra Nobrega e Nazineide Brito pela contribuição na minha vida acadêmica e por tanta influência na minha vida profissional.

Agradeço a Fihama Brenda, aquela que nunca deixou de acreditar em mim, a quem aprendi a amar e construir laços eternos. Obrigada por todos os momentos em que fomos amigas, brincalhonas e cúmplices. Porque em você encontrei uma verdadeira irmã. Obrigada pela paciência, pelo sorriso, pelo abraço, pela mão que sempre se estendia quando eu precisava. Esta caminhada não seria a mesma sem você.

Aos meus amigos e a família EJC por todo apoio e cumplicidade. Porque mesmo quando distantes, estavam presentes em minha vida. Obrigada a todos que, mesmo não estando citados aqui, tanto contribuíram para a conclusão desta etapa e para a Isabelli que sou hoje. “Que todo o meu ser louve ao Senhor, e que eu não esqueça nenhuma das suas bênçãos! ” Salmos 103:2.

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Mulheres e homens, somos os únicos seres que, social e historicamente, nos tornamos capazes de aprender. Por isso, somos os únicos em quem aprender é uma aventura criadora, algo, por isso mesmo, muito mais rico do que meramente repetir a lição dada. Aprender para nós é construir, reconstruir, constatar para mudar, o que não se faz sem abertura ao risco e à aventura do espírito. (Paulo Freire)

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RESUMO

O presente trabalho monográfico foi desenvolvido de acordo com os pressupostos do campo da Educomunicação e contemplou o eixo temático: “Mediação tecnológica na educação”. A pesquisa realizada foi de caráter quantitativo e executada através de questionários com perguntas de múltipla escolha desenvolvida junto ao corpo docente da EJA. O estudo apresentar qual a contribuição e Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) no processo de ensino aprendizagem na Educação de Jovens e Adultos e uso da mesma na sala de aula. Sob esse viés, as reflexões encontram respaldo teórico nos estudos de Paulo Freire (1996), Freinet (1973), Tarja (2001), Soares (2002) dentre outros. A partir do questionário aplicado foi diagnosticada a necessidade da capacitação dos professores com o intuito de promover a utilização das TICs e melhorar constantemente as aulas, com isso, os alunos demonstrarão interesse e não serão passivos, buscando constantemente adquirir novos conhecimentos.

Palavras-chave: EJA. Tecnologia de informação e comunicação (TIC).

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ABSTRACT

This monographic work was developed according to the assumptions of the field of Educommunication and contemplated the thematic axis: “Technological mediation in education”. The research was quantitative and carried out through questionnaires with multiple choice questions developed with the faculty of the EJA. The study present what is the contribution of Information and Communication Technologies (ICTs) in the teaching-learning process in Youth and Adult Education and its use in the classroom. Under this bias, the reflections find theoretical support in the studies of Paulo Freire (1996), Freinet (1973), Tarja (2001), Soares (2002) and others. From the applied questionnaire was diagnosed the need for teacher training in order to promote the use of ICTs and constantly improve classes, with this, students will show interest and will not be passive, constantly seeking to acquire new knowledge.

Keywords: EJA. Information and Communication Technology (ICT).

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Gráfico 1 – Recursos tecnológicos utilizados pelos docentes ... 34 Gráfico 2 – Aplicativos de redes sociais e/ou comunicação usados pelos docentes

com fins de ensino-aprendizagem. ... 37

Tabela 1 – Principais barreiras presentes na integração das TICs no processo de

ensino-aprendizagem da EJA. ... 35

Tabela 2 – Motivos dos docentes usar ou não as TICs em contexto educativo dentro

ou fora do âmbito disciplinar. ... 38

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 12

2EDUCAÇÃOEAMÍDIA:ALGUMASPOSSIBILIDADES...13

2.1 EDUCOMUNICAÇÃO: UM CAMPO TRANSDISCIPLINAR ... 16

2.2 TIC NO BRASIL ... 18

2.3 TICS NO ENSINO-APRENDIZAGEM DA EJA ... 19

2.4 PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS DAS TECNOLOGIAS ... 22

2.4.1 PONTOS POSITIVOS ... 23

2.4.2 PONTOS NEGATIVOS ... 24

3 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: ALGUNS DESAFIOS ... 25

4 METODOLOGIA ... 30

4.1 DELIMITAÇÃO DO CAMPO DE PESQUISA ... 30

4.2 ETAPAS E TÉCNICAS QUE GUIARAM A PESQUISA ... 31

4.2.1 PRIMEIRA ETAPA: ELABORAÇÃO DO REFERENCIAL TEÓRICO ... 31

4.2.2 SEGUNDA ETAPA: COLETA DOS DADOS ... 31

4.2.3 QUARTA ETAPA: ANÁLISE DOS DADOS ... 32

4.3 A PRÉ-ANÁLISE DOS DADOS DA PESQUISA ... 33

5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ... 33

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 39

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1 INTRODUÇÃO

A Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) estão presentes no cotidiano da sociedade contemporânea, fato este pela facilidade nos diversos campos e áreas de atuação humana. Assim, vários estudos descrevem a relação do consumo cultural dos professores e os usos das mídias em diferentes discursos sociais.

A inserção das TICs permite acesso às ferramentas tecnológicas na busca da aprendizagem, tal como defende Fagundes (2012), ao afirmar que as crianças e os jovens do novo milênio apresentam uma adaptação natural à escola informatizada. Portanto, se existe interesse que as tecnologias proporcionem mais possibilidades para a aprendizagem e oportunidades na vida dos alunos, temos que começar a pensar na sala de aula de forma mais ampla, compreendendo-a como espaço de inclusão social e digital (VOSGERAU, 2012).

Na educação, geralmente, em ambiente universitário ocorre o aperfeiçoamento com as ferramentas e novidades tecnológicas para fins de capacitação profissional. Deste modo, sendo as TICs essenciais para as diversas áreas da educação e comunicação, as Instituições de ensino enfrentam desafios para manter seus cursos atuais em relação às tecnologias ao acompanhar essa mudança tecnológica.

Segundo Moran (2007), as aulas convencionais estão ultrapassadas, por apresentarem pilares no método expositivo. Este por sua vez, o professor é o retentor do conhecimento e o aluno um mero expectador. Porém, segundo o mesmo autor:

“[...] se ensinar dependesse só de tecnologias, já teríamos achado as melhores soluções há muito tempo. Elas são importantes, mas não resolvem as questões de fundo” (p. 12).

Desse modo, a implementação e uso das TICs no processo de ensino-aprendizagem (EA) necessita de pesquisas relacionadas à análise da viabilidade do aprimoramento das ferramentas para o contexto estudado.

Assim, surge os meios de comunicação com a proposta inovadora de qualificar os profissionais que irão lidar com a escola no futuro. Buscou-se através desse trabalho identificar as tecnologias da Informação e Comunicação no processo

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de ensino aprendizagem na Educação de Jovens e Adultos e o papel desempenhado pelos professores frente ao desafio proporcionado através do crescimento acelerado das novas tecnologias da informação, bem como as mídias vêm sendo utilizadas no dia a dia e ambiente escolar desses profissionais.

2 EDUCAÇÃO E A MÍDIA: ALGUMAS POSSIBILIDADES

Inicialmente será abordada a concepção de educação de três teóricos que embasam estudos interdisciplinares, a saber: Freinet, Freire e Kaplún. Célestin Freinet (1896-1966) é pedagogo e filósofo da educação, por volta de 1925, inaugurou e difundiu a produção do jornal em sala.

Ao instituir a confecção de textos livres por crianças com aproximadamente 7 anos, Freinet verificou que a necessidade de criação e expressão, poderia gerar uma renovação pedagógica voltada a potencialização do processo de educação para além dos manuais oficiais. Este pedagogo dá evidência ao interesse e ao entusiasmo gerado nas salas de aula, através da comunicação:

Consideradas assim em seu sentido e em seu valor de relações, de comunicações, a escrita e a leitura, que ocupavam um espaço tão grande na escola tradicional, adquirem nova justificação, uma valiosa motivação com a contribuição de técnicas modernas, principalmente a mimeografia e a impressão, que são para as crianças um eterno encanto, uma magia permanente, que estimula todas as possibilidades de expressão, multiplica o alcance das novas comunicações que integram totalmente o esforço escolar no complexo processo da vida contemporânea (FREINET, 1998, p. 401).

Assim, Freinet verifica que a educação passa a ter novo ânimo ao utilizar a expressão comunicativa como vínculo com o meio social e ambiental dos educandos. Essa complexidade da vida contemporânea está relacionada às tecnologias de comunicação de cada momento na nossa história, como o rádio, televisão e os meios impressos acessíveis à população.

Essa visão é verificada pela técnica de correspondência interescolar implementada por Freinet em parceria com algumas escolas da França. Textos, desenhos, pinturas, objetos típicos da cultura local, elementos da natureza eram dispostos e intercambiados com o intuito de motivar a expressão e a produção de conhecimentos.

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Paulo Freire (1925-1997), pedagogo e filósofo da educação integrou os conceitos de educação e comunicação, conforme sua afirmação:

[...] educação é comunicação, é diálogo, na medida em que não é a transferência de saber, mas um encontro de sujeitos interlocutores que buscam a significação dos significados (FREIRE, 1979, p. 69).

Nessa concepção dialógica de comunicação de Freire há, como princípio, a relação política entre as pessoas que estão mediatizadas pelo mundo, no mesmo sentido a educação também é um ato político. Freinet foi um dos filósofos que influenciaram o pensamento pedagógico de Paulo Freire. Freire prossegue sua pesquisa filosófica inspirado na educação popular e alfabetização de adultos e destaca a importância da participação no contexto político, que apenas pode se viabilizar na medida em que o homem desenvolve a consciência crítica. Segundo Freire, a consciência crítica apenas pode ser alcançada num processo educativo de conscientização, conforme afirma:

[...] se a vocação ontológica do homem é a de ser sujeito e não objeto, só poderá desenvolvê-la na medida em que, refletindo sobre suas condições espaço temporais, introduz-se nelas, de maneira crítica. Quanto mais for levado a refletir sobre sua situacionalidade, sobre seu enraizamento espaço-temporal, mais “emergirá” dela conscientemente “carregado” de compromisso com sua realidade, da qual, porque é sujeito, não deve ser simples espectador, mas deve intervir cada vez mais (FREIRE, 1979, p. 61).

Com essa mesma perspectiva Freire (1979) designa o homem como sujeito de sua própria educação, não podendo ser objeto dela. Concepção em que suas críticas estavam voltadas ao modelo denominado de educação bancária, que consistiria na relação vertical e autoritária voltada na transmissão de informações e na memorização dos conteúdos ensinados, o que geraria, em vez de criticidade, alienação e ignorância. De forma equivalente à centralidade da expressão na educação apresentada por Freinet, Freire destaca o ímpeto criador do homem, que nasce da sua inclusão. Ao desenvolver a competência de criar, desenvolve-se uma consciência criadora e comunicativa, favorecendo a democracia e uma sociedade mais justa (FREIRE, 1979).

Mario Kaplún (1923-1998), argentino desenvolveu boa parte de sua atuação como comunicador e educador no Uruguai e na Colômbia. Ele utilizava em seus estudos a concepção dialógica de comunicação/educação de Freire. Kaplún foi o

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pioneiro a difundir o termo comunicador educativo. A concepção de educação deste autor se divide em três modelos básicos: (1) educação com ênfase nos conteúdos; (2) educação com ênfase nos efeitos e (3) educação com ênfase nos processos.

A ênfase aos conteúdos, é fundamentada na transmissão de informações e de valores, atrela-se ao conceito de “educação bancária” proposta por Freire. A educação baseada nos efeitos almeja a mudança de comportamento, visa moldar as condutas por meio da manipulação, e utiliza-se da comunicação de forma persuasiva. Por fim, a ênfase ao processo há uma interação dialética entre as pessoas com sua realidade, assim, todos são sujeitos, tanto educadores como educando e emissores e receptores ao mesmo tempo.

Educação e comunicação na concepção de Kaplún estão interligadas precipuamente, isso fica evidente nessa definição de educação, que enfatiza novamente a importância da expressão comunicativa na educação.

Educar-se é envolver-se em um processo de múltiplos fluxos comunicativos. O sistema será tanto mais educativo quanto mais rica for a trama de interações comunicacionais que saiba abrir e pôr à disposição dos educandos. Uma comunicação educativa concebida a partir dessa matriz pedagógica teria como uma de suas funções capitais a provisão de estratégias, meios e métodos destinados a promover o desenvolvimento da competência comunicativa dos sujeitos educandos (KAPLÚN, 1999, p. 74).

Dessa forma, fica evidente a inter-relação comunicação-educação apresentam simultaneamente os termos epistemológicos, teóricos e pragmáticos. Os três autores citados como referência além de conceber a concepção interdisciplinar, também praticaram, cada um a seu tempo, ações comunicativas com finalidades educacionais ou ações educativas tendo como ferramenta processos comunicacionais. Existindo, também, nesses três autores a relação de apropriação, nas suas trajetórias na educação e na comunicação, com os meios de comunicação social modernos, jornal, rádio e televisão.

As mídias e as tecnologias possibilitam a diversificação das formas de socialização e transmissão simbólica, como também, participam como elementos importantes da prática sociocultural na produção e socialização de conhecimentos e na construção designados da nossa inteligibilidade do mundo.

Desse modo, a formação de crianças e professores precisa assumir o desafio de pensar esta realidade sociocultural, e tais práticas necessitam de mediações pedagógicas que fazem parte do campo da mídia-educação. Esta, por sua vez,

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entendida como possibilidade de educar para/sobre as mídias, com as mídias e através das mídias, a partir de uma abordagem crítica, instrumental e expressivo-produtiva (RIVOLTELLA, 2005; FANTIN, 2006).

A Mídia-Educação definida por Rivoltella apud Fantin (2006, p. 37): “como práxis educativa com um campo metodológico e de intervenção didática; e como instância de reflexão teórica sobre estas práxis”, por sua vez, considerada um campo interdisciplinar e plural.

Conforme Fantin (2006), a Mídia-Educação envolve o trabalho educativo em três dimensões: com, sobre e através dos meios. Ao trabalhar “com” os meios enquanto o uso das ferramentas e dos recursos, em um contexto metodológico ou tecnológico; trabalhar “sobre” os meios, interpretando, discutindo e avaliando os conteúdos, em um contexto crítico; e trabalhar “através” dos meios, onde as mídias são utilizadas como forma de criação, expressão e autoria, em um contexto produtivo.

2.1 EDUCOMUNICAÇÃO: UM CAMPO TRANSDISCIPLINAR

Através da obra, a teoria das mediações desenvolvida por Martín-Barbero em

Dos meios às mediações (1986), rompe com o paradigma de análise dos meios de

comunicação como formadores de uma cultura de massas proveniente da indústria cultural, e apresenta uma nova teoria, a qual evidencia que a cultura popular e a cultura de massas se fundem.

Para Martín-Barbero, a cultura moderna não pode ser analisada verificando apenas os conteúdos simbólicos da mídia, mas, principalmente, a recepção dessas mensagens, que se daria de forma criativa e de forma não-linear. Nesse contexto, Barbero destaca a importância dos estudos de recepção e das mediações inerentes a esse processo, por isso, indica a família e a escola, como elementos centrais na produção de significados a partir desses produtos mediáticos.

Para Soares (1999) a educomunicação constitui como novo paradigma discursivo transverso com conceitos transdisciplinares e concretamente realizado em situações de intervenção social. O estudo realizado por Soares (1999) identificou quatro áreas de intervenção social: a área de educação para a comunicação; a área de mediação tecnológica na educação; a área de gestão comunicativa e a área de reflexão epistemológica sobre a inter-relação comunicação/educação.

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A área de educação para a comunicação também é denominada como educação para os meios, ou media-education, ou ainda, media-literacy. Essa área atua nas ações da educação formal e/ou não-formal, presencial ou à distância que propõem-se estudar e compreender a função dos meios de comunicação na sociedade, promover a leitura crítica, explanar seus efeitos nas relações sociais e implementar a apropriação desses meios como ferramenta criativa de educação no processo de comunicação.

A Educomunicação pode ser definida como a educação para a comunicação, obtida através do uso das tecnologias na educação e a gestão comunicativa transformando-se em objeto de políticas educacionais (SOARES, 2002).

A área de mediação tecnológica na educação relaciona-se ao estudo e ao uso das tecnologias de comunicação e informação. Esta, por sua vez, é voltada a preocupação na inovação tecnológica, em especial, da informática que passa a demandar dos sistemas de ensino uma variedade de conhecimentos e de infraestrutura que proporcione aos educandos acompanharem o desenvolvimento tecnológico da sociedade.

A partir do desenvolvimento da informática e da internet, acreditou-se que alguns problemas da educação seriam solucionados, como o alargamento do acesso à educação por meio da educação à distância, porém verificou-se que não significa uma solução, mas sim novos desafios. Nesse sentido, Soares destaca que, na educomunicação, essa área está voltada não a resolver problemas da educação, mas sim de centrar-se no crescimento do indivíduo enquanto ser humano.

A área de gestão comunicativa volta-se ao planejamento, execução de processos nos âmbitos da comunicação, cultura e educação. Essa área está presente tanto no ambiente escolar, quanto nos meios de comunicação, representada na atuação dos profissionais que definem e elaboram a programação de conteúdo dos veículos.

Para a educomunicação, o educomunicador que atua nessa área promove a utilização dos recursos comunicacionais numa perspectiva de mediação participativa e democrática da comunicação.

A área de reflexão epistemológica sobre a inter-relação Comunicação/Educação se baseia em estudos teóricos acerca da imbricção desses campos. Essa concepção transdisciplinar entre os domínios disciplinares relaciona-se ao conceito de pensamento complexo de Edgar Moran, para o qual relaciona-se deve

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abandonar o pensamento fragmentado das ciências modernas, que seria um pensamento simplificador e disjuntivo, por um com a consciência de que o pensamento completo é impossível (SOARES, 1999).

Nos estudos da educomunicação verifica-se que a formação de comunicadores e sua atuação nos veículos de comunicação fazem parte deste campo; nos estudos de mídia-educação é verificado o foco da atuação no ambiente educacional formal. Contudo, a centralidade da educação institucionalizada presente nas duas teorias as aproxima para um mesmo campo de estudo, o que se reforça até mesmo pela utilização de uma referência teórica fundadora, que é a concepção freireana de educação/comunicação.

2.2 TIC NO BRASIL

De acordo com as Diretrizes para as Políticas de Aprendizagem Móvel (UNESCO 2013) as tecnologias móveis atualmente estão presentes até mesmo em áreas onde escolas, livros e computadores são escassos. Portanto, os dispositivos móveis podem se tornar ferramentas potentes para contribuir com a melhoria e ampliação da aprendizagem, principalmente, para estudantes que tradicionalmente não tinham acesso à educação de alta qualidade, por questões geográficas, econômicas e sociais. Para a UNESCO (2013):

La tecnologia móvil no es y no será nunca una panacea en el ámbito de la educación, pese a que se trata de un instrumento poderoso, entre otros muchos, que a menudo no se tiene em cuenta y que puede brindar apoyo pedagógico de modos inospechados hasta ahora (UNESCO, 2013, p. 9).

As tecnologias digitais foram definidas por Masetto (2000, p. 152) como:

[...] novas tecnologias em educação, estamos entendendo o uso da informática, do computador, da internet, do CD-ROM, da hipermídia, da multimídia, de ferramentas para educação a distância – como chats, grupos ou listas de discussão, correio eletrônico etc. – e de outros recursos de linguagens digitais de que atualmente dispomos e que podem colaborar significativamente para tornar o processo de educação mais eficiente e mais eficaz.

A utilização de ferramentas, como computador e a internet, na vida social dos cidadãos tem estabelecido deles a aprendizagem de habilidades específicas. Devido a isso, um novo tipo de letramento digital, vem se destacando.

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A capacidade de uso do computador (bem como dos outros recursos tecnológicos equivalente) enquanto uma ferramenta (de trabalho, de estudo, de informação, de entretenimento, entre outros), principalmente de comunicação no seu dia-a-dia e o domínio das operações que o mesmo possibilita realizar, é um dos elementos que caracteriza um letramento digital (ARAUJO; GLOTZ, 2009, p.14).

Se o homem não domina, ainda que superficialmente, os conhecimentos e as habilidades indispensáveis para interagir em sociedade, através da utilização das TICs, essa falta de habilidade com a tecnologia acabam se tornando, em algumas ocasiões, um fator de exclusão (ARAÚJO; GLOTZ, 2009).

Algumas medidas são indispensáveis para transformar o cenário brasileiro no contexto das TICs: a disseminação do uso dessas tecnologias e das formas de aprendizado que elas proporcionam, devem ser intensificada através da criação de políticas educacionais implementadas pelo governo, no sentido de estimular e financiar a implantação de telecentros públicos. Visto, que implementar ações que dê condições efetivas para que as pessoas atinjam um nível satisfatório de usabilidade e proveito desses recursos (ARAÚJO; GLOTZ, 2009).

Em vista disso, é necessário criar políticas públicas que intensifiquem a utilização das TICs no Brasil, com o intuito de aumentar as estatísticas de posse dessas tecnologias e, sobretudo, tomar medidas que visem à intensificação do uso desses recursos, para que a população brasileira, se torne mais familiarizada com a tecnologia o que pode ser feito, principalmente através das instituições de ensino.

Um aspecto importante na situação das TICs no Brasil é o fato de alguns professores não possuírem habilidades para aplicar as TICs e apresentarem certa aversão à incorporação dessas tecnologias às atividades educacionais, pois não estão informadas do potencial que elas podem oferecer ao processo de ensino. Sendo assim, compreendemos que uma reformulação no processo de formação dos professores poderia ser vista como um dos mecanismos capazes de alavancar o processo de combate ao analfabetismo digital.

2.3 TICS NO ENSINO-APRENDIZAGEM DA EJA

Mendes (2008) define TIC como um conjunto de recursos tecnológicos que, quando integrados entre si, proporcionam a automação e/ou a comunicação nos

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processos existentes nos negócios, no ensino na pesquisa científica e etc. São tecnologias usadas para reunir, distribuir e compartilhar informações.

As TICs podem ser consideradas ferramentas que têm contribuído com o avanço na educação, pois conforme ressalta Vallin (2016), permitem:

 Desfrutar de programas e softwares que atraem a atenção do aluno provocando a interatividade, participação e interesse do aprendiz;

 Exercitar a criatividade através da mescla de softwares de texto, apresentação, vídeo, áudio, imagens e links;

 Instigar a investigação através da utilização de sites de busca, bibliotecas virtuais e indicações bibliográficas encontradas na internet;

 Acesso a informações de ontem e de hoje que passam por frequentes atualizações;

 Construir e compartilhar conhecimentos através de enciclopédias on-line, livres e colaborativas;

 Possibilidade de criação e modificação ágeis;

 Facilidade oferecida por editores de texto que disponibilizam editoração e correção eletrônicas;

 Cópias, inclusão, exclusão e reescrita de um texto;

 Possibilidades de diversas formatações;

 Impressão de textos e demais produções;

 Dicionários virtuais que torna a consulta mais prática e contínua;

 Conteúdos acessados com maior facilidade através de comandos que permitem especificar palavras ou expressões;

 Materiais dinâmicos;

 Acesso a um determinado conteúdo através de um clique;

 Possibilidade de publicar, melhorar e incrementar trabalhos;

 Estruturar apresentações com mapas conceituais, imagens, sons, textos, vídeos e hiperlink;

 Comunicar, interagir, trocar experiência e exercitar a coletividade através de fóruns de discussão, salas de bate-papo e listas de discussão;

 Facilidade e agilidade no intercâmbio de informações através do e-mail.

No processo de ensino-aprendizagem (EA), são de suma importância destacar a o aprender fazendo, o aprender a aprender, o interesse, a experiência e a

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participação como embasamento para a vida em uma democracia. As modernas pedagogias têm direcionado a aprendizagem ativa a partir de situações que envolvam: o trabalho coletivo, a participação e a pesquisa na construção do conhecimento (AMARAL, 2004). Assim, o uso das TICs na educação possibilita a construção de ambientes de aprendizagem alternativos, utilizando as tecnologias como matéria prima de construção e não só como mídia de transmissão de informações (BLIKSTEIN; ZUFFO, 2008)

Contudo, de acordo com Behrens (1998), é evidente o uso de práticas pedagógicas autoritárias e conservadoras, e a ausência de uma postura reflexiva sobre a ação docente. Com isso, há dificuldade para sensibilizar e mobilizar professores para que se envolvam em projetos pedagógicos que promovam esse tipo de reflexão.

Destacam-se, portanto, como desafios principais, à profissionalização do professor, a qualificação pedagógica e a sua aproximação a metodologias de ensino inovadoras e transformadoras.

Paulo Freire, em seu livro “A máquina está a serviço de quem? ”, publicado em 1984, questiona o uso das tecnologias no processo de EA:

O avanço da ciência e da tecnologia não é tarefa de demônios, mas sim a expressão da criatividade humana […]. Quero saber a favor de quem, ou contra quem as máquinas estão postas em uso. Então, por aí, observamos o seguinte: não é a informática que pode responder. Uma pergunta política, que envolve uma direção ideológica, tem de ser respondida politicamente. Para mim os computadores são um negócio extraordinário. O problema é saber a serviço de quem eles entram na escola (FREIRE, 1984, p. 6).

Atualmente, não discute se a escola deve ou não utilizar a tecnologia como ferramenta educacional, mas como usar essas novas tecnologias de forma eficiente e proveitosa. Petry (2006) enuncia que o conceito de novas tecnologias está relacionado à utilização do computador pessoal e ao acesso às informações em formato digital. Devido a essa diversidade tecnológica, as TICs podem auxiliar no processo de EA, ou dispersar a atenção dos alunos.

Para Gesser (2012), as novas tecnologias promoveram avanços na área da educação com metodologias formuladas para se fazer ensino, nas diferentes formas de materialização do currículo, de aquisição ou de acesso às informações para a efetivação da aprendizagem.

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Marchiori e colaboradores (2011) comentam que o desempenho dos alunos universitários depende da atenção que eles dedicam aos estudos. Ainda de acordo com as autoras, essa atenção pode ser considerada um dos principais fatores para o sucesso na aprendizagem. Com isso, podemos dizer que a tecnologia pode ser uma ferramenta muito útil no processo de EA, com projetos bem organizados e mudanças nos currículos.

Não necessariamente a introdução de novas tecnologias implica em mudanças pedagógicas, como por exemplo, o uso de livros eletrônicos, tutoriais multimídias e cursos à distância via Internet. Essas tecnologias seriam usadas apenas como um instrumento, o que seria inócuo no processo educacional. O uso dessas novas tecnologias pode contribuir para novas práticas pedagógicas, desde que seja baseado em novas concepções de conhecimento, de aluno, de professor e transformando vários elementos que compõem o processo de EA (REZENDE, 2008).

Lévy (2000, p. 158) faz algumas contribuições da necessidade de uma nova relação com o saber:

O saber-fluxo, o trabalho-transação de conhecimento, as novas tecnologias da inteligência individual e coletiva mudam profundamente os dados do problema da educação e da formação. O que é preciso aprender não pode mais ser planejado nem precisamente definido com antecedência. Os percursos e perfis de competências são todos singulares e podem cada vez menos ser canalizados em programas ou cursos válidos para todos. Devemos construir novos modelos do espaço dos conhecimentos. No lugar de uma representação em escalas lineares e paralelas, em pirâmides estruturadas em “níveis”, organizadas a partir de agora devemos preferir a imagem de espaços de conhecimentos emergentes, abertos, contínuos, em fluxo, não lineares, se reorganizando de acordo com os objetivos ou os contextos, nos quais cada um ocupa uma posição singular evolutiva.

Alava (2002) complementa a citação de Lévy (1999) ao ressaltar que o professor não deve transferir seu papel didático para o recurso tecnológico, mas sim, aliar seus conhecimentos epistemológicos e empíricos à funcionalidade da ferramenta a fim de buscar constantemente a transformação, comunicação e a colaboração.

2.4 PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS DAS TECNOLOGIAS

O uso da tecnologia na educação pode trazer pontos positivos e negativos. Os resultados dependem da forma de utilização das ferramentas tecnológicas. Abaixo se pode ver uma relação desses pontos e suas implicações.

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2.4.1 PONTOS POSITIVOS

Velocidade e abrangência: a busca pela informação em mídias eletrônicas é rápida visto que é feita a partir de algoritmos complexos de análise de dados que exibem os resultados em formato de ranking, onde a informação mais relevante tende a aparecer em primeiro lugar. A busca rápida associada a grande capacidade de armazenamento de dados dos servidores de internet, disponibiliza maior abrangência de conteúdo.

Inovação: a tecnologia acelera a inovação visto que facilita a comunicação dos pares com os mesmos objetivos e a divulgação dos resultados em âmbito global. As ideias inovadoras são geralmente patrocinadas por empresas ou investidores individuais e geram melhorias para a sociedade e oportunidades comerciais. No caso da educação a tecnologia também incentiva a inovação, pois oferece novas ferramentas de criação.

O professor pode incentivar o gosto pela escrita em seus alunos por sugerir a criação de um jornal digital de divulgação interna na escola, um blog da sala contando as experiências vivenciadas no ano letivo, um repositório de informações de interesse em comum sugeridas.

Interação: softwares educativos permitem a interação do aluno com o conhecimento. O aluno pode navegar no conteúdo interagindo com o mesmo no sentido de escolher o quê, como, quando e em qual nível de detalhe quer estudar de acordo com seu nível de curiosidade sobre o assunto.

Tecnologias como enciclopédias digitais, jogos educacionais, realidade aumentada e simulação bidimensional ou tridimensional podem facilitar essa interação virtual aproximando o aluno da realidade do problema apresentado e suas possíveis soluções.

Cooperação: em uma mesma sala de aula é influenciada por uma série de fatores como, por exemplos, o grupo de valores e interesses no qual o aluno se insere, sua personalidade, timidez ou extroversão, a disposição das carteiras na sala de aula, etc.

Autonomia: a tecnologia incentiva à autonomia. Visto que o uso do computador ou equipamento tecnológico é normalmente individual o usuário tende a ter um comportamento autônomo, executando tarefas sozinho e buscando auxílio na

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própria ferramenta tecnológica por meio de arquivos de ajuda, tutoriais e buscas na internet.

Essa característica autônoma do uso da informática pode ser usada de modo a incentivar o auto aprendizado através de ferramentas de e-learning, vídeos explicativos, pesquisas bibliográficas na internet, podcast, criando um cidadão pensante e com um importante grau de independência.

2.4.2 PONTOS NEGATIVOS

Privacidade: com a difusão em massa e em escala global a internet alterou o modo como encaramos a privacidade. A informação passa a ser disponível a qualquer pessoa conectada à rede e em qualquer parte do mundo.

Ao incentivar o uso das tecnologias o professor deve ser cauteloso para conscientizar seus alunos sobre os riscos na exposição de informações na internet. Divulgar informações proprietárias pode ferir direitos autorais acarretando em problemas judiciais.

Imediatismo: a informação de fácil acesso pode ocasionar uma característica negativa nos usuários: o imediatismo. É característica dos nativos digitais o imediatismo. Para o imediatista a informação deve estar disponível no momento em que será usada. Esse é o vício que a busca rápida e de fácil acesso impõe ao internauta.

Superficialidade: a internet pode possibilitar a formação de pessoas que pensando com superficialidade, pois a internet está sendo utilizada sem se preocupar com a memorização e o entendimento completo da área de conhecimento, mas apenas com o tópico de interesse imediato.

Dependência: Lévy (2000) fala em sua obra da dependência gerada pela tecnologia. Existem hoje clínicas especializadas no tratamento da dependência tecnológica. Assim como no vício das drogas, alguns ficam dependentes da navegação ou em jogos em mundos virtuais e passam dar pouco valor as suas responsabilidades no mundo real.

Sobrecarga cognitiva: Lévy (2010) afirma que inteligência coletiva pode trazer sobrecarga cognitiva, ou seja, a alta disponibilidade de informações e formas de comunicação também pode gerar estresse.

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Segundo a revista Época (2011), Rushkoff entende que devemos aprender como a tecnologia funciona para não sermos controlados por ela. Ainda conforme a mesma revista, Pariser defende que a leitura na internet pode ser condicionante visto que as pessoas têm a tendência de ler apenas as obras com as quais concordam. Assim segundo a autora devemos evitar ser tendenciosos em nossas pesquisas na internet.

3 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: ALGUNS DESAFIOS

A educação de jovens e adultos é uma modalidade de ensino que oferece os segmentos do fundamental e ensino médio, dando oportunidade a jovens e adultos para iniciar e/ou dar continuidade aos seus estudos que por algum motivo tiveram que abandonar a escola, ou até mesmo nunca há frequentou.

Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases define que a educação de jovens e adultos deve atender aos interesses e às necessidades de indivíduos que já tinham certa experiência de vida, que precisaram ingressar do mundo do trabalho e dispõem, portanto, de uma formação bastante diferenciada das crianças e adolescentes aos quais se destina o ensino regular. É por isso que a educação de jovens e adultos é também compreendida como educação contínua e permanente.

Os alunos constroem conhecimentos na interação com o contexto social, mesmo sem ter passado pelo processo de escolarização, neste sentido, é preciso respeitar o conhecimento prévio deles e, além de valorizá-los e relacioná-los com novos conteúdos, isto é imprescindível para uma aprendizagem eficaz na EJA.

Como nos esclarece BRASIL (2006), as turmas formadas por jovens e adultos estão repletas de variações sociais, culturais, sexuais, econômicas, políticas, onde cada indivíduo tem incorporado em si, vivências pessoais coletivas ou individuais decorrentes no seu meio de convívio.

Nas cidades, as escolas para jovens e adultos recebem alunos e alunas com traços de vida, origens, idades, vivências profissionais, históricos escolares, ritmos de aprendizagem e estruturas de pensamento completamente variados. [...], são pessoas que vivem no mundo adulto do trabalho, com responsabilidades sociais e familiares, com valores éticos e morais formados a partir da experiência, do ambiente e da realidade cultural em que estão inseridos (p. 4).

Nessa perspectiva, entendemos que cada sujeito atua de forma diferente no ambiente escolar, seja em relações, aprendizagens, receptividade perante o ensino

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e etc. Esses alunos de certa forma trazem consigo uma “visão de mundo” carregada de significado uma vez que, sua vida está em movimento antes mesmo de sua entrada na escola.

De acordo com BRASIL (2006), o professor deve estar atento para conhecer quais os saberes e habilidades que seus alunos estão trazendo para a sala de aula e a partir disso incorporá-los nos conteúdos curriculares. Assim, se estabelece uma relação de troca de saberes e conhecimentos onde ambos aprendem e ensinam, o que resulta em uma aprendizagem significativa.

A EJA prioriza a erradicação do analfabetismo no Brasil, que há algumas décadas atrás era imensa, devido à grande desigualdade social existente no nosso país. Assim:

No Brasil, a educação de adultos se constitui como tema de política educacional sobretudo a partir dos anos 40. A menção à necessidade de oferecer educação aos adultos já aparecia em textos normativos anteriores, como na pouco duradoura Constituição de 1934, mas é na década seguinte que começaria a tomar corpo, em iniciativas concretas, a preocupação de oferecer os benefícios da escolarização a amplas camadas da população até́ então excluídas da escola. Essa tendência se expressou em várias ações e programas governamentais, nos anos 40 e 50. Além de iniciativas nos níveis estadual e local, merecem ser citadas, em razão de sua amplitude nacional: a criação do Fundo Nacional de Ensino Primário em 1942, do Serviço de Educação de Adultos e da Campanha de Educação de Adultos, ambos em 1947, da Campanha de Educação Rural iniciada em 1952 e da Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo em 1958. (DI PIERRO; RIBEIRO, 2001, p.3).

E este número de adultos não alfabetizados está concentrado principalmente nas pessoas mais antigas das comunidades e com as menores condições financeiras, as dificuldades financeiras que obrigam o estudante a trabalhar, até a falta de interesse ou motivação pelo processo de aprendizagem, é a principal causa da evasão escolar, até mesmo nos dias atuais. Como pode ser visto na imagem abaixo:

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Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – 2016.

Apesar da diversidade dos contextos, alguns elementos de diagnóstico se repetem nas regiões brasileiras e merecem ser destacados. É unânime, por exemplo, a constatação de que faltam dados atualizados e consistentes sobre a demanda e a oferta de EJA que informem o planejamento das ações e a avaliação dos programas em curso.

Mesmo com esse cenário desfavorável, de difícil resolução, e que depende de medidas enérgicas do poder público, algumas atitudes de um bom gestor escolar podem ajudar a melhorar essa situação. No entanto, antes de conhecê-las, é preciso

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entender em maior detalhe os fatores que geram a evasão escolar e quais são as consequências que decorrem dessa prática.

Assim, faz-se necessário admitir que parte dos programas de EJA sejam eles promovidos por organismos governamentais ou não governamentais apresenta pouca consistência teórico-metodológica. Embora tenda a prevalecer um conceito mais abrangente de alfabetização, do qual resultam esforços no sentido de assegurar aos jovens e adultos a continuidade de estudos, ainda podem ser encontradas práticas que evidenciam uma visão reducionista desse processo.

Essa modalidade de ensino veio para modificar de forma positiva a vida dos adultos analfabetos, dando a eles a oportunidade de frequentar novamente uma sala de aula, não apenas para se tornarem cidadãs alfabetizados, mas para se inserirem na sociedade como um todo, conhecendo seus direitos e deveres e assim poderem reescrever uma nova história nas suas vidas.

De um modo geral, as políticas, sendo reduzidas as oportunidades de estudos em níveis mais avançados ou de formação profissional. Com relação à introdução de recursos tecnológicos na educação, falta debate público e articulação entre as esferas de governo. A Telê educação, tecnologia emergente de educação à distância, entendida como recurso complementar de ensino, não vem sendo objeto de produção descentralizada e recepção organizada em larga escala, como seria desejável.

Embora nem sempre se disponha de estatísticas contáveis, constata-se que os programas de EJA tem sido crescentemente procurados por um público heterogêneo, cujo per l vem mudando em relação à idade, expectativas e comportamento. Trata-se de um jovem ou adulto que historicamente vem sendo excluído, quer pela impossibilidade de acesso à escolarização, quer pela sua expulsão da educação regular ou mesmo da supletiva pela necessidade de retornar aos estudos. Não é só́ o aluno adulto, mas também o adolescente; não apenas aquele já inserido no mercado de trabalho, mas o que ainda espera nele ingressar; não mais o que vê̂ a necessidade de um diploma para manter sua situação profissional, mas o que espera chegar ao ensino médio ou à universidade para ascender social e profissionalmente. (DI PIERRO; RIBEIRO, 2001, p.3).

Mas com todas essas portas abertas, os educandos da EJA, ainda enfrentam alguns desafios para continuar em sala de aula, e em muitas vezes fazem com que estes adultos deixem novamente de se inserir em uma escola.

Mesmo o professor buscando sempre inovar em sala, trazendo métodos inovadores e diferenciados, fazendo sempre com que a metodologia seja voltada

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para o público adulto, acontece de algumas vezes não haver êxito por parte do aluno no que diz respeito a sua aprendizagem.

Alguns desses desafios enfrentados pelos jovens e adultos da EJA é o desestimulo até mesmo de ir à escola, algumas causas são por exemplo os livros que infantilizam demais os conteúdos a serem dados, a falta de materiais didáticos, o espaço físico onde se encontra a sala de aula, a falta de merenda escolar, e o maior de todos é conseguir associar a escola com a necessidade de trabalhar, pois é com seu trabalho, em sua grande maioria trabalho braçal, que os estudantes do programa da Educação de Jovens e Adultos, sustentam suas famílias.

Assim, a EJA segue algumas recomendações internacionais como pode ser visto abaixo:

• Sua inserção num modelo educacional inovador e de qualidade, orientado para a formação de cidadãos democráticos, sujeitos de sua ação, valendo-se de educadores que tenham formação permanente como respaldo da qualidade de sua atuação.

• Currículo variado, que respeite a diversidade de etnias, de manifestações regionais e da cultura popular, cujo conhecimento seja concebido como uma construção social fundada na interação entre a teoria e a prática e o processo de ensino e aprendizagem como uma relação de ampliação de saberes.

• A educação de jovens e adultos deve abordar conteúdos básicos, disponibilizando os bens socioculturais acumulados pela humanidade. 
 • As modernas tecnologias de comunicação existentes devem ser colocadas à disposição da melhoria da atuação dos educadores. 


• A articulação da educação de jovens e adultos à formação profissional, no atual estágio de desenvolvimento da globalização da economia, marcada por paradigma de organização do trabalho, não pode ser vista de forma instrumental, mas exige um modelo educacional voltado para a formação do cidadão e do ser humano em todas as suas dimensões. • O respeito aos conhecimentos construídos pelos jovens e adultos em sua vida cotidiana (BRASIL, 2015).

Mas a EJA vem a cada dia tentando mudar esse quadro de desistência e desestimulo, promovendo capacitações para alunos e principalmente professores, levando sempre assuntos que sirvam para o cotidiano dos educandos e sempre tentando lhe qualificar para o mercado de trabalho e para a vida, e desse modo fazendo com que eles aprendam a gostar de estar em sala de aula.

A EJA tem sido, nos dias de hoje, um ensino que tem oferecido possibilidades para jovens e adultos, que não tiveram oportunidade de irem à escola por motivos diversos: trabalhos, condições financeiras ou até mesmo situações precárias de não terem acesso a uma escola. Como podemos observar, a EJA tem trazido grandes benefícios a educação em muitos lugares tirando pessoas da baixa escolaridade,

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levando a conquistar melhores condições na sociedade, no sentido de compreender melhor sua história, o contexto em que vive e a sociedade em geral.

Trazendo momentos inesquecíveis, porque como não tiveram a oportunidade de estudar, hoje se constitui um momento de prazer. A escola para eles é como um lar onde podem trocar ideias, interagir, compartilhar, e os professores em sua totalidade precisam mostrar para esses alunos, o valor que tem o processo de educação na EJA, para que este ensino venha acontecer com maior sucesso.

Sabemos que a educação de Jovens e Adultos é um direito assegurado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), a qual o poder público deverá sempre conscientizar o educando a sua permanência na escola. Quando o educando chega à escola vem trazendo sua bagagem de conhecimentos, que em primeiro lugar procurasse adaptar ao que sabe, para logo após entender o que lhe é desconhecido. Muitos mostram sensatez, outros tem certa dificuldade e o educador, precisa estar pronto para as obscuridades que interferem nesse processo.

4 METODOLOGIA

Neste capítulo descrevemos o campo de pesquisa do trabalho, evidenciando além dos recursos humanos, as etapas e técnicas utilizadas para coletar, organizar e analisar os dados.

4.1 DELIMITAÇÃO DO CAMPO DE PESQUISA

Esta pesquisa teve como objeto de estudo uma escola da rede municipal de ensino situada na cidade de Caicó-RN, onde funcionam duas turmas com a modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA). De forma mais específica, no presente estudo buscamos analisar de que forma as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) estão sendo utilizadas no processo de ensino aprendizagem na Educação de Jovens e Adultos e as mídias utilizadas pelo corpo docente em sala de aula.

Assim, a amostra no campo de pesquisa englobou todos os professores em atividade (07 professores). Para tanto, foi elaborado e aplicado um questionário com

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(https://docs.google.com/forms/d/1nSI07Xw7rCYDeqi8bZv5v3EKhEbh1VTbIV3ab0o b-E/edit), ver Apêndice A.

4.2 ETAPAS E TÉCNICAS QUE GUIARAM A PESQUISA

4.2.1 PRIMEIRA ETAPA: ELABORAÇÃO DO REFERENCIAL TEÓRICO

Nesta etapa foi identificado na literatura nacional e internacional, a produção científica que se aborda a utilização de mídias e/ou novas TICs como ferramentas de ensino aprendizagem no ensino. Sendo assim, a pesquisa foi delineada na direção de temas que viessem auxiliar na elucidação das seguintes indagações: Quais

tecnologias de informação e comunicação são mais utilizadas com os docentes da EJA? Quais as principais barreiras a real integração das TICs no processo de ensino aprendizagem? Quais os aplicativos de redes sociais e/ou comunicação são mais utilizados para fins de ensino-aprendizagem (comunicação/ troca de informação)?

4.2.2 SEGUNDA ETAPA: COLETA DOS DADOS

Por se tratar de uma pesquisa com viés quantitativo, que consistente na delimitação, observação e interpretação de um suposto problema, utilizamos como instrumentos de coleta de dados um questionário com perguntas fechadas.

Este instrumento cumpre duas funções essenciais, a saber: descrever características e medir variáveis de um determinado grupo social, por se tratar de um dos mais comuns e úteis instrumentos de coleta de dados, os questionários permitiram descrever determinadas características do grupo social que engloba a pesquisa, como:

a. Postura dos docentes do curso junto às TIC;

b. Nível de utilização de mídias por parte dos professores;

c. Principais barreiras à implementação de TIC no processo de ensino aprendizagem;

Os questionários foram aplicados a praticamente todos os docentes da EJA, exceto àqueles que encontravam-se afastados temporariamente para capacitação profissional (2 professores). Sete dos onze docentes responderam ao questionário

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aplicado. Isto permitiu coletar dados que contribuíram para descrição do perfil tecnológico dos referidos docentes.

4.2.3 QUARTA ETAPA: ANÁLISE DOS DADOS

Esta etapa consistiu em analisar os dados coletados já organizados. Para isto, foi utilizado um questionário com perguntas fechadas como ferramenta de coleta. O questionário, segundo Gil (1999, p.128) pode ser definido “como a técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas etc.”. Assim, nas questões de cunho empírico, é o questionário uma técnica que servirá para coletar as informações da realidade.

Esta técnica está direcionada com a mensagem (comunicação), a semântica, os significados, tendendo o conhecimento de variáveis de ordem psicológica, sociológica, histórica etc., por meio da dedução (inferência1) alicerçada em indicadores reconstruídos a partir de uma amostra de mensagens particulares. Constitui-se na busca de outras realidades através das mensagens, na tentativa de compreender os jogadores ou o ambiente do jogo num determinado momento.

Se a enumeração das características do texto, resumida após tratamento é a primeira etapa e a interpretação destas características é a última, a inferência é o processo intermediário que possibilita a passagem, explícita e controlada, de uma à outra.

Num olhar talvez tendencioso à escolha do questionário, parece que os pontos fracos trazidos devem servir não para desestimular o uso de tal técnica, mas, sim, para melhor direcionar a condução dela, tanto na escolha de questões, como de universo dos pesquisados.

A análise propriamente dita organizou-se em torno de três polos cronológicos: a) a pré-análise; b) a exploração do material e c) o tratamento dos dados obtidos e a interpretação.

1 Operação lógica pela qual se admite uma proposição em virtude de sua ligação com outras proposições já

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33

4.3 A PRÉ-ANÁLISE DOS DADOS DA PESQUISA

A pré-análise consiste na leitura superficial do material transcrito para escolha dos documentos a serem submetidos à análise, ou seja, susceptíveis de oferecer informações necessárias sobre os objetivos iniciais da pesquisa (constituição de um

corpus). A constituição deste corpus seguiu normas de validade como:

exaustividade, representatividade, homogeneidade e pertinência.

Nesta etapa foi formulado as primeiras hipóteses, ou seja, iniciou a entende-las direcionadas pelos objetivos da pesquisa, pela teoria lida e pelo conhecimento adquirido sobre o assunto.

Ainda na pré-análise, procuramos manifestações no texto ou na mensagem que permitiram a construção de indicadores precisos, auxiliando outras operações posteriores como a categorização e a codificação para o registro de dados.

A exploração do material consistiu na administração da operação de codificação sobre o corpus anteriormente constituído. Portanto, codificar correspondeu a transformação dos dados brutos do corpus através de recortes, agregação e enumeração, permitindo uma descrição exata das características pertinentes do conteúdo dos questionários.

Segundo Bardin (1979 apud RICHARDSON, 1989) ela realiza-se na transformação das informações brutas visando conseguir o núcleo de compreensão do texto. Para isto, três operações foram realizadas:

 O recorte: escolha das unidades de contexto e de registro;

 A enumeração: escolha das regras de contagem;

 A classificação e agregação: escolha das categorias

5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

A TIC tem sido incorporada aos poucos no ensino, desse modo, foi abordado no questionário, Questão 1, quais as TICs utilizadas pelos docentes do EJA, ver Gráfico 1.

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Gráfico 1 – Recursos tecnológicos utilizados pelos docentes

Respostas: R1 = Nenhuma, R2 = E-mail, R3 = Processador de texto, R4 = Internet, R5 = Programas gráficos/de desenho, R6 = Software pedagógico, R7 = Mídias ou Redes Sociais, R8 = Data show e R9 = outros.

As TICs possibilitam a adequação do contexto e as situações do processo de EA às diversidades em sala de aula. As tecnologias fornecem recursos didáticos adequados às diferenças e necessidades de cada aluno.

Desse modo, verificou que todos os professores utilizam como recurso tecnológico a data show (100%) em suas aulas. Outros recursos, também, foram utilizados como internet (85,4), e-mail (71,4%), mídias ou redes sociais (71,4%), processador de texto (42,9%), software pedagógico (28,6%) e outros (14,3%). Alguns relataram que não utilizavam nenhum recurso tecnológico (14,3%) e não utilizavam programas de gráficos ou de desenhos (0%).

As possibilidades descobertas no uso das TIC são variadas, permitindo que o docente apresente de forma diferenciada as informações. Assim, o professor tem o papel de mediador dessa nova forma de ensino, dando o suporte necessário ao uso adequado e responsável dos recursos tecnológicos (CARDOSO, 2011).

R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 R8 R9 14,3% 71,4% 42,9% 85,7% 0% 28,6% 71,4% 100% 14,3%

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Desse modo, pode-se constatar que a Internet é uma das formas mais eficaz a comunicação através de trabalhos colaborativos e pesquisas, sejam através de e-mails, aplicativos, redes sociais, etc. O acesso à internet pode ser visto como um instrumento de humanização no processo educacional, pois implica no rompimento da relação tradicional aluno-professor (HAAG et al., 1999).

A interatividade permite inúmeros benefícios a relação ensino-aprendizagem, possibilitando a integração entre os participantes, fato este por permitir a comunicação simultânea, a conexão em rede e o fluxo de documentos (CARDOSO, 2011).

Na Questão 2, os docentes descrevem as principais dificuldades encontradas na utilização da TIC. Contudo, chama-nos atenção, os softwares pedagógicos ser um dos menos utilizados, já que podem favorecer ao uso de metodologias mais ativas. Talvez isso se dê por falta de habilidades para trabalhos com essa ferramenta, como demonstra o quadro a seguir.

Tabela 1 – Principais barreiras presentes na integração das TICs no processo de

ensino-aprendizagem da EJA.

Perguntas Percentuais

Falta de meios técnicos (computadores, salas, etc.) 57.1% Falta de recursos humanos específicos para apoio do professor face às suas

dúvidas de informática (por exemplo, a existência de um técnico de informática ao serviço dos professores).

57.1% Falta de formação específica para a integração das TIC junto dos alunos 71.4% Falta de software e recursos digitais apropriados 42.9%

Falta de motivação dos professores 85.7%

Outros 0%

Verificou-se que a principal barreira descrita pelos docentes é a desmotivação para realizarem a integração das TICs no processo de ensino-aprendizagem, representando 85,7%. Diversas barreiras também foram elencadas pelos entrevistados como falta de formação específica para a integração das TICs (71,4%), falta de meios técnicos (57,1%), falta de recursos humanos para auxiliar os docentes (57,1%) e a falta de software e recursos digitais apropriados (42,9%).

As barreiras anunciadas por estes docentes corroboram com os motivos citados em uma pesquisa realizada por Lobo e Maia (2015). Neste trabalho é descrito como algumas dificuldades, à saber: a profissionalização do professor, a

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qualificação pedagógica e a sua aproximação a metodologias de ensino inovadoras e transformadoras.

Para Tajara (2001) os professores devem e necessitam ser capacitados para a utilização das TICs. Essa capacitação para a autora é o segredo do sucesso de implantação desses recursos no ambiente educacional. Corroborando com este estudo Correia (2013) relata que é necessário acompanhar o surgimento de novas TICs na educação através do aperfeiçoamento dos recursos humanos e, principalmente, a readaptação dos professores.

Desse modo, o profissional de educação necessita de uma capacitação contínua para que possa acompanhar os novos paradigmas da sociedade e estar aberto a novas mudanças.

Almeida (2009) propõe aos docentes uma atitude ativa e reflexiva em relação ao uso das TICs, pois necessita de uma apropriação dos recursos computacionais e comunicacionais como meios para a produção e difusão de conteúdo a partir das práxis e realidades onde estão inseridos. Nesse sentido, faz-se necessário desenvolver as capacidades operacionais e as possibilidades de uso e intervenção local.

Na Questão 3, Gráfico 2, os professores listaram os aplicativos utilizados

para fins de ensino-aprendizagem como comunicação e/ou troca de informação.

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Gráfico 2 – Aplicativos de redes sociais e/ou comunicação usados pelos docentes com fins de

ensino-aprendizagem.

Respostas: R1 = não utilizo, R2 = Facebook, R3 = Instagram, R4 = Twitter, R5 = Youtube, R6 = WhatsApp, R7 = Gmail, R8 = Outlook, R9 = Skype, R10 = outros.

Os aplicativos mais utilizados pelos professores foram o Facebook (85,7%) e o Gmail (85,7%), mas 14,3% dos docentes não utilizam qualquer aplicativo. Outros aplicativos foram citados e são listados em ordem decrescente de utilização: WhatsApp (71,4%), Youtube (42,9%), Skype (42,9%), Instagram (0%), Twitter (0%) e Outlook (0%).

Damaso (2014) relata que a utilização de aplicativos entre os professores e alunos pode potencializar o aprendizado. Este fato pode ser atribuído pois estes facilitam a interação e conexão entre os educadores e alunos através do envio de mensagens, trabalhos e confere os eventos quando os alunos estão fora da sala de aula, entre outras vantagens. Nesse caso, podemos perceber que a maneira de se comunicar/trocar informações professor-aluno e vice-versa, nesse grupo de pesquisadores é um ponto positivo.

Na Questão 4, Tabela 2, é possível verificar alguns motivos sobre a utilização ou não das TICs no contexto educativo.

R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 R8 R9 R10 42,9% 0% 0% 0% 85,7% 14,3% 85,7% 0% 42,9% 71,4%

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Tabela 2– Motivos dos docentes usar ou não as TICs em contexto educativo dentro ou fora do âmbito disciplinar.

Perguntas Percentuais

Gostaria de saber mais acerca das TIC para fins didáticos/pedagógicos 100% As TIC ajudam-me a encontrar mais e melhor informação para a minha prática letiva 80% Ao utilizar as TIC nas minhas aulas torno-as mais motivantes para os alunos. 80% Uso as TIC em meu benefício, mas não sei como ensinar os meus alunos a usá-las 0% Penso que as TIC ajudam os meus alunos a adquirir conhecimentos novos e efetivos. 80% Nunca recebi formação na área TIC e desconheço as potencialidades de que

disponho 0%

O uso das TIC, na sala de aula, exige-me novas competências como professor 80%

Sinto-me apoiado (a) para usar as TIC. 20%

As TIC encorajam os meus alunos a trabalhar em colaboração. 80% A minha escola não dispõe de condições para usar o computador em contexto

educativo. 20%

Não me sinto motivado (a) para usar as TIC com os meus alunos. 0% Ao utilizar os recursos tecnológicos mediados por televisão ou data show (filmes ou

programas educativos) antes ou após a exibição você comenta as cenas mais importantes, mostra os aspectos positivos e negativos, as ideias principais e faz uma referência sobre o conteúdo trabalhado em aula?

100%

Acho que as TIC tornam mais fáceis as minhas rotinas de professor 80% Não conheço a fundo as vantagens do uso das TIC com os meus alunos. 0%

Cardoso (2011) relata que o uso da TIC no processo de ensino-aprendizagem propicia a formulação de uma aula mais atrativa, oferendo aos alunos uma forma diferenciada de ensino.

Para que ocorra a incorporação das TICs e ocorra um melhor aproveitamento da relação ensino-aprendizagem é necessário o uso de métodos e estratégias, como por exemplos, trabalhos colaborativos, inteligências múltiplas, resolução de problemas, desenvolvimento de competências, autonomia, pró- atividade, etc. Assim, um dado importante é apresentado na questão 4 é que 100% dos pesquisados sentem necessidade de construção de mais saber para fins didáticos com as TIC. Outro aspecto importante que deve ser observado no quadro é que somente 20% dos investigados sentem-se apoiados para uso das TIC.

Por fim, a Questão 5, aborda busca descrever quais as atividades pessoais que os docentes utilização das TICs, ver Tabela 3.

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Tabela 3 – Uso das TICs para atividades pessoais.

Redes sociais, e-mail, aplicativos para apresentação (Power point, Prezi, etc.)

Uso as TICs para me atualizar profissionalmente, manter contanto com amigos e familiares, para o entretenimento.

Uso o facebook, WhatsApp, Youtube, Netflix e Google.

Uso Facebook, WhatsApp, Email etc, nas seguintes plataformas, TV on line, Smartphone, Tablet, notebook.

Verifica-se que os docentes utilizam a TIC em diversas atividades pessoais no seu cotidiano, necessitando de uma articulação com sua prática docente para a incorporação destas em suas aulas.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através da pesquisa realizada verificou que a educação e a comunicação são consideradas essenciais na construção social e no desenvolvimento humano. Juntas, essas ciências podem proporcionar melhorias para o campo educacional e para sociedade.

Desse modo, este trabalho apresentou algumas teorias sobre a importância da utilização das TICs na EJA, e, apresentou como são, tendo a utilização destas tecnologias em sala de aula no processo de ensino-aprendizagem da EJA.

Diante dos dados delineados, entendemos que é necessário a escola, juntamente com os professores que atuam não somente na EJA, mas em toda educação básica refletir sobre este novo viés que a tecnologia da informação trouxe à vida do homem. Sendo importante a clareza da utilização desta dentro de um contexto escolar, pois se for utilizada dentro de um objetivo pedagógico, pode vir a agregar conhecimentos tanto aos educadores quanto aos educandos.

Por meio da pesquisa realizada para este trabalho, observamos uma necessidade de investimentos em cursos para a capacitação de professores e que estes estejam disponíveis a desvendar as funcionalidades que as novas tecnologias podem proporcionar, seguindo assim as mudanças impostas pela sociedade em virtude dos avanços tecnológicos.

Assim, verificou-se que é necessário fazer uso das tecnologias como um complemento do que se aprende em sala de aula, demonstrando que os discentes podem ultrapassar o conhecimento proporcionado por livros e pelo professor. Contudo, para alcançar esta proposta, é preciso transformar o computador em um

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