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(1)

Cadernos

Cadernos

de Saúde

de Saúde

Súd n

Súd n

ulidd:

ulidd:

po um sism

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único d súd

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sl, univsl,

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guio  d

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Organizadoras

Organizadoras

Maria Inês Souza Bravo

Maria Inês Souza Bravo

Juliana Souza Bravo de Menezes

Juliana Souza Bravo de Menezes

Setembro de 2011

Setembro de 2011

(2)

Rede Sirius

Rede Sirius

Rio de Janeiro

Rio de Janeiro

2011

2011

Súd n ulidd:

Súd n ulidd:

po um sism único d súd sl,

po um sism único d súd sl,

univsl, guio  d qulidd

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Seção Sindical dos Docentes da Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro Universidade Federal do Rio de Janeiro do Sindicato Nacional dos Docentes das do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior Instituições de Ensino Superior

Andes-SN

Andes-SN Central Central Sindical Sindical e e Popular Popular - - ConlutasConlutas

Uma publicação

Uma publicação

(3)

© 2011 - Projeto Políticas Públicas de Saúde – UERJ/ Faculdade de Serviço Social

© 2011 - Projeto Políticas Públicas de Saúde – UERJ/ Faculdade de Serviço Social

Adufrj - Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro do Sindicato Nacional dos

Adufrj - Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro do Sindicato Nacional dos

Docentes das Instituições de Ensino Superior

Docentes das Instituições de Ensino Superior

Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra,

Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra,

desde que citada a fonte e os autores.

desde que citada a fonte e os autores.

Organizadoras: Organizadoras:

Maria Inês Souza Bravo

Maria Inês Souza Bravo

Juliana Souza Bravo de Menezes

Juliana Souza Bravo de Menezes

Editora: Editora:

Rede Sirius – Rede Bibliotec.

Rede Sirius – Rede Bibliotec.

Adufrj - Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro do

Adufrj - Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro do

Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior

Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior

Capa: Conferência Nacional de Saúde. Brasília, 2007.

Capa: Conferência Nacional de Saúde. Brasília, 2007.

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom-ABr

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom-ABr

Projeto gráfco Projeto gráfco

Douglas Pereira

Douglas Pereira

Impressão: WalPrint Impressão: WalPrint Tiragem: Tiragem:

8 mil exemplares

8 mil exemplares

Impresso no Brasil /

Impresso no Brasil /

Printed in BrazilPrinted in Brazil

CAT

CATALOGAÇÃO ALOGAÇÃO NA FONTENA FONTE UERJ/REDE SIRIUS/NPROTEC UERJ/REDE SIRIUS/NPROTEC S255

S255 Saúde Saúde na na atualidade : atualidade : por por um um sistema sistema único único de de saúde saúde estatal,estatal, universal, gratuito e de qualidade /

universal, gratuito e de qualidade / OrganizadorOrganizadoras, Mariaas, Maria Inês Souza Bravo, Juliana Souza Bravo de Menezes. – 1. Inês Souza Bravo, Juliana Souza Bravo de Menezes. – 1. ed.

ed. – Rio de Janeiro : UERJ, Rede – Rio de Janeiro : UERJ, Rede Sirius, 2011.Sirius, 2011. 76 p.

76 p.

ISBN 978-85-88769-43-4 ISBN 978-85-88769-43-4 Uma

Uma publicação do publicação do Projeto Políticas Públicas Projeto Políticas Públicas de Saúde de Saúde da da Faculdade de Faculdade de Serviço Social/UERJServiço Social/UERJ e da Adufrj –

e da Adufrj – Seção Sindical.Seção Sindical.

1. Política de saúde pública – Brasil. 2. Sistema Único de Saúde (Brasil) I.

1. Política de saúde pública – Brasil. 2. Sistema Único de Saúde (Brasil) I. Bravo, Maria InêsBravo, Maria Inês Souza. II. Menezes, Juliana Souza Bravo de. III. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Faculdade Souza. II. Menezes, Juliana Souza Bravo de. III. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Faculdade de Serviço Social. Projeto Políticas Públicas de Saúde. IV. Universidade Federal do Rio de Janeiro. de Serviço Social. Projeto Políticas Públicas de Saúde. IV. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Seção Sindical dos Docentes. V. Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior  Seção Sindical dos Docentes. V. Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior  (Brasil)

(Brasil)

CDU 364.4:614(81) CDU 364.4:614(81)

(4)

Part

Parte III e III – Agenda para a – Agenda para a Saúde: Principais DesafosSaúde: Principais Desafos 6464

3.1. Documento: “Contra Fatos não há Argumentos que

3.1. Documento: “Contra Fatos não há Argumentos que

sustentem as Organizações Sociais no Brasil”

sustentem as Organizações Sociais no Brasil”

6565

3.2. Agenda para a Saúde

3.2. Agenda para a Saúde

7373

SUMÁRIO

SUMÁRIO

Apresentação Apresentação

Parte I – Políticas Sociais, Saúde e Participação na Atualidade

Parte I – Políticas Sociais, Saúde e Participação na Atualidade 99

1.1. Financeirização do Capital, Fundo

1.1. Financeirização do Capital, Fundo Público e Políticas Sociais

Público e Políticas Sociais em T

em Tempos de Cris

empos de Crisee

1010

Giselle Souza da Silva Giselle Souza da Silva

1.2. A Saúde nos Governos Lula

1.2. A Saúde nos Governos Lula e Dilma: Algumas Refexõese Dilma: Algumas Refexões 1515

Maria Inês Souza Bravo e Juliana Souza Bravo de Menezes Maria Inês Souza Bravo e Juliana Souza Bravo de Menezes

1.3. Participação Popular e Controle Social na S

1.3. Participação Popular e Controle Social na Saúde

aúde

2929

Maria Inês Souza Bravo e Juliana Souza Bravo de Menezes Maria Inês Souza Bravo e Juliana Souza Bravo de Menezes

Parte II – Gestão na Saúde: Relação Público X

Parte II – Gestão na Saúde: Relação Público X PrivadoPrivado 3535

2.1. Gestão do SUS: O que fazer?

2.1. Gestão do SUS: O que fazer?

3636

Francisco Batista Junior  Francisco Batista Junior 

2.2. Por que ser contra aos novos modelos de gestão do SUS?

2.2. Por que ser contra aos novos modelos de gestão do SUS?

4343

Maria Valéria Costa Correia Maria Valéria Costa Correia

2.3. Fundações Estatais: Projeto de Estado do Capital

2.3. Fundações Estatais: Projeto de Estado do Capital

5050

Sara Granemann Sara Granemann

2.4. Hospitais Universitários Federais e Novos Modelos de Gestão:

2.4. Hospitais Universitários Federais e Novos Modelos de Gestão:

faces da contrarreforma do Estado no Brasil

faces da contrarreforma do Estado no Brasil

5656

 Juliana Fiuza Cislaghi  Juliana Fiuza Cislaghi

   P    P  r  r  o  o    j    j  e  e    t    t  o  o    P    P  o  o    l    l    í    í    t    t    i    i  c  c  a  a

  s   s    P    P    ú    ú    b    b    l    l    i    i  c  c  a  a

  s   s    d    d  e  e    S    S  a  a    ú    ú    d    d  e  e

(5)

sta coletânea pretende socializar as informações

sta coletânea pretende socializar as informações

e estimular o debate junto aos diversos sujeitos sociais

e estimular o debate junto aos diversos sujeitos sociais

 preocupados com a questão saúde, a democratização do

 preocupados com a questão saúde, a democratização do

Estado e os modelos de gestão ressaltando os dilemas e os

Estado e os modelos de gestão ressaltando os dilemas e os

desaos para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde

desaos para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde

(SUS), da Reforma Sanitária e da Seguridade Social Pública.

(SUS), da Reforma Sanitária e da Seguridade Social Pública.

Considera-se que os textos são importantes para alimentar as

Considera-se que os textos são importantes para alimentar as

discussões nas Conferências de Saúde e

discussões nas Conferências de Saúde e na 14ª Conferência

na 14ª Conferência

 Nacional de Saúde, a ser realizada nos dias

 Nacional de Saúde, a ser realizada nos dias 30 de novembro

30 de novembro

a 04 de

a 04 de dezembro de 2011, com o tema:

dezembro de 2011, com o tema: “T

“Todos usam o SUS!

odos usam o SUS!

SUS na Seguridade Social, Política Pública, patrimônio do

SUS na Seguridade Social, Política Pública, patrimônio do

Povo Brasileiro”.

Povo Brasileiro”.

A coletânea está estruturada em três partes, nas quais são

A coletânea está estruturada em três partes, nas quais são

apontadas algumas questões sobre as Políticas Sociais

apontadas algumas questões sobre as Políticas Sociais ee

a Política de Saúde na atualidade, a

a Política de Saúde na atualidade, a Participação Popular 

Participação Popular 

e Controle Social, os Modelos de Gestão na Saúde e

e Controle Social, os Modelos de Gestão na Saúde e aa

elaboração de uma Agenda para a

elaboração de uma Agenda para a Saúde.

Saúde.

A primeira parte, intitulada “Políticas Sociais, Saúde

A primeira parte, intitulada “Políticas Sociais, Saúde ee

Participação na Atualidade”, apresenta três artigos.

Participação na Atualidade”, apresenta três artigos.

O primeiro texto intitulado “Financeirização do Capital,

O primeiro texto intitulado “Financeirização do Capital,

Fundo Público e Políticas Sociais

Fundo Público e Políticas Sociais em Tem

em Tempos de Crise”,

pos de Crise”,

elaborado por Giselle Souza da Silva, fornece elementos

elaborado por Giselle Souza da Silva, fornece elementos

de reexão sobre o contexto atual de crise do

de reexão sobre o contexto atual de crise do capital e

capital e

nanceirização da vida social.

nanceirização da vida social.

O segundo e o terceiro textos são de autoria de Maria

O segundo e o terceiro textos são de autoria de Maria

Inês Souza Bravo e Juliana Souza Bravo de Menezes. O

Inês Souza Bravo e Juliana Souza Bravo de Menezes. O

segundo faz uma análise da Política de Saúde na atual

segundo faz uma análise da Política de Saúde na atual

conjuntura, destacando os limites e os desafios da política

conjuntura, destacando os limites e os desafios da política

de saúde no governo Lula e a perspectivas com relação

de saúde no governo Lula e a perspectivas com relação

ao governo Dilma. No terceiro, as autoras apontam

ao governo Dilma. No terceiro, as autoras apontam

subsídios para o fortalecimento da participação popular,

subsídios para o fortalecimento da participação popular,

refletindo sobre os impasses e desafios vivenciados pelos

refletindo sobre os impasses e desafios vivenciados pelos

conselhos, tendo como pressuposto central a importância

conselhos, tendo como pressuposto central a importância

da organização e mobilização dos trabalhadores para a

da organização e mobilização dos trabalhadores para a

conquista do direito à saúde.

conquista do direito à saúde.

APRESENTAÇÃO

APRESENTAÇÃO

E

E

F  F   a  a  b   b  i   i    o  o R  R   o  o  d   d  r  r  i   i    g  g  u  u  e  e  s   s  P  P   o  o z  z  z  z   e  e  b   b   o  o m m -A  A  B  B  r  r 

(6)

A segunda parte, intitulada “Gestão na

A segunda parte, intitulada “Gestão na Saúde: Relação Público

Saúde: Relação Público

X Privado” pretende caracterizar as propostas alternativas de

X Privado” pretende caracterizar as propostas alternativas de

gerenciamento que ganharam visibilidade, a partir da década

gerenciamento que ganharam visibilidade, a partir da década

de 1990, no Brasil, e que têm

de 1990, no Brasil, e que têm relação com as “contrarreformas”

relação com as “contrarreformas”

ocorridas em diversos países pautadas na política de ajuste e na

ocorridas em diversos países pautadas na política de ajuste e na

relação público-privado. É composta de

relação público-privado. É composta de quatro artigos.

quatro artigos.

O primeiro, de

O primeiro, de autoria de Francisco Batista Junior, ressalta

autoria de Francisco Batista Junior, ressalta

as enormes diculdades de implementar o Sistema Único de

as enormes diculdades de implementar o Sistema Único de

Saúde em nosso país, apesar da sua conquista histórica. O autor 

Saúde em nosso país, apesar da sua conquista histórica. O autor 

aponta que é possível a implantação denitiva do SUS de

aponta que é possível a implantação denitiva do SUS de forma

forma

sintonizada com os princípios da Reforma Sanitária no Brasil,

sintonizada com os princípios da Reforma Sanitária no Brasil,

desde que haja decisão política, controle social democrático,

desde que haja decisão política, controle social democrático,

 prática efetiva da democracia participativa e obediência à

 prática efetiva da democracia participativa e obediência à

legislação vigente, sem a criação de qualquer outro instrumento

legislação vigente, sem a criação de qualquer outro instrumento

 jurídico.

 jurídico.

O segundo artigo de

O segundo artigo de Maria V

Maria Valéria Costa Correia trata

aléria Costa Correia trata do

do

 processo de privatização dos serviços públicos em curso no

 processo de privatização dos serviços públicos em curso no

Brasil, através dos denominados “novos modelos de

Brasil, através dos denominados “novos modelos de gestão”,

gestão”,

dando ênfase às Organizações Sociais (OSs) por ser o modelo

dando ênfase às Organizações Sociais (OSs) por ser o modelo

que tem se ampliado com maior força

que tem se ampliado com maior força no setor saúde dos estados

no setor saúde dos estados

e municípios brasileiros. Expõe argumentos e questionamentos

e municípios brasileiros. Expõe argumentos e questionamentos

com relação a essas propostas de privatização e apresenta

com relação a essas propostas de privatização e apresenta

algumas lutas e resistências existentes

algumas lutas e resistências existentes nacionalmente.

nacionalmente.

O projeto de Fundação Estatal de Direito

O projeto de Fundação Estatal de Direito Privado proposto pelo

Privado proposto pelo

governo Lula é abordado no

governo Lula é abordado no texto de Sara

texto de Sara Granemann. A

Granemann. A autora

autora

analisa a Fundação Estatal como um projeto de contrarreforma

analisa a Fundação Estatal como um projeto de contrarreforma

do Estado no âmbito das políticas sociais que afeta

do Estado no âmbito das políticas sociais que afeta os interesses

os interesses

e os direitos dos

e os direitos dos trabalhadores. A

trabalhadores. A proposição para a saúde é

proposição para a saúde é

transformar os hospitais públicos em Fundações Estatais, onde

transformar os hospitais públicos em Fundações Estatais, onde oo

regime seria de direito privado; a contratação dos trabalhadores

regime seria de direito privado; a contratação dos trabalhadores

de saúde via

de saúde via CL

CLT (acabando com o

T (acabando com o Regime Jurídico Único – 

Regime Jurídico Único – 

RJU); o Plano de Cargos, Carreira e Salários seria por fundação

RJU); o Plano de Cargos, Carreira e Salários seria por fundação

(não considerando a luta por Plano de Cargo, Carreira e Salários

(não considerando a luta por Plano de Cargo, Carreira e Salários

dos trabalhadores do SUS) e o controle social é substituído pelos

dos trabalhadores do SUS) e o controle social é substituído pelos

conselhos curador ou administrativo, scal e

conselhos curador ou administrativo, scal e consultivo social.

consultivo social.

Este projeto foi rejeitado pelo Conselho Nacional de Saúde

Este projeto foi rejeitado pelo Conselho Nacional de Saúde

em reunião realizada em junho de 2007 e

em reunião realizada em junho de 2007 e na 13ª Conferência

na 13ª Conferência

 Nacional de Saúde realizada

 Nacional de Saúde realizada em novembro de 2007. Tal projeto

em novembro de 2007. Tal projeto

foi analisado e criticado nos Seminários sobre Modalidade de

foi analisado e criticado nos Seminários sobre Modalidade de

Gestão do Sistema Único de Saúde promovidos pelo Conselho

Gestão do Sistema Único de Saúde promovidos pelo Conselho

 Nacional de Saúde em 2007 e 2008.

 Nacional de Saúde em 2007 e 2008.

Juliana Fiuza Cislaghi problematiza sobre a situação dos

Juliana Fiuza Cislaghi problematiza sobre a situação dos

Hospitais Universitários Federais e os modelos de gestão

Hospitais Universitários Federais e os modelos de gestão

 propostos, relacionado com o processo de

 propostos, relacionado com o processo de contrarreforma do

contrarreforma do

Estado. Faz referência ao Projeto de Lei 1749/2011 que cria a

Estado. Faz referência ao Projeto de Lei 1749/2011 que cria a

Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) que

Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) que

é bastante semelhante em

é bastante semelhante em conteúdo a MP (Medida Provisória)

conteúdo a MP (Medida Provisória)

520/10 que foi derrotada no Senado Federal no começo de junho

520/10 que foi derrotada no Senado Federal no começo de junho

de 2011. Este projeto foi encaminhado em regime de urgência e

de 2011. Este projeto foi encaminhado em regime de urgência e

tem que ser votado em 45 dias,

(7)

P  P  r  r   o  o  j    j    e  e  t    t    o  o P  P   o  o l   l   í   í    t    t  i  i    c   c   a  a  s   s  P  P   ú   ú   b   b  l   l   i   i    c   c   a  a  s   s   d   d   e  e  S   S   a  a  ú   ú   d   d   e  e Notas Notas

1 Esta Frente foi criada em novembro de 2010, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro e é composta por diversos 1 Esta Frente foi criada em novembro de 2010, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro e é composta por diversos movimentos sociais, e pelas

movimentos sociais, e pelas seguintes entidades: ABEPSS (Associação Brasileira de Ensino seguintes entidades: ABEPSS (Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço e Pesquisa em Serviço Social); ANDES-SNSocial); ANDES-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior); ASFOC-SN (Sindicato dos Trabalhadores da FIOCRUZ); CMP (Central (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior); ASFOC-SN (Sindicato dos Trabalhadores da FIOCRUZ); CMP (Central de Movimentos Populares); CFESS (Conselho Federal de Serviço Social); CSP-CONLUTAS (Central Sindical e Popular); CTB (Central dos de Movimentos Populares); CFESS (Conselho Federal de Serviço Social); CSP-CONLUTAS (Central Sindical e Popular); CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil); Executiva Nacional

Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil); Executiva Nacional dos Estudantes de dos Estudantes de Medicina, Enfermagem e Serviço Social; FASUBRA (FederaçãoMedicina, Enfermagem e Serviço Social; FASUBRA (Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras); FENASPS (Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras); FENASPS (Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social); FENTAS (Fórum das Entidades Nacionais de Trabalhadores da

em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social); FENTAS (Fórum das Entidades Nacionais de Trabalhadores da Área da Saúde); FórÁrea da Saúde); Fórumum

 Nacional de Residentes; Intersindical (Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora e Instrumento de Luta, Unidade da Classe e  Nacional de Residentes; Intersindical (Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora e Instrumento de Luta, Unidade da Classe e de Construção de uma Central); MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra); Seminário Livre pela Saúde; os Fóruns de Saúde já de Construção de uma Central); MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra); Seminário Livre pela Saúde; os Fóruns de Saúde já existentes (Rio de Janeiro, Alagoas, São Paulo, Paraná, Londrina, Rio Grande do Norte, Distrito Federal, Pernambuco, Minas Gerais, Ceará, existentes (Rio de Janeiro, Alagoas, São Paulo, Paraná, Londrina, Rio Grande do Norte, Distrito Federal, Pernambuco, Minas Gerais, Ceará, Rio Grande do Sul, Paraíba); os setoriais e/ou núcleos dos partidos políticos (PSOL, PCB, PSTU, PT e PC do B); Consulta Popular e projetos Rio Grande do Sul, Paraíba); os setoriais e/ou núcleos dos partidos políticos (PSOL, PCB, PSTU, PT e PC do B); Consulta Popular e projetos universitários (UERJ – Universidade do Estado do Rio de Janeiro; UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro; UFF – Universidade Federal universitários (UERJ – Universidade do Estado do Rio de Janeiro; UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro; UFF – Universidade Federal Fluminense; UFAL

Fluminense; UFAL – Universidade Federal d– Universidade Federal de Alagoas; UEL – Universidade Estadual de Londrina; e Alagoas; UEL – Universidade Estadual de Londrina; EPSJV/FIOCRUZ – Escola Politécnica deEPSJV/FIOCRUZ – Escola Politécnica de Saúde Joaquim V

Saúde Joaquim Venâncio da FIOCRUZ; CESTEH/ENSP/FIOCRUZ - Centro enâncio da FIOCRUZ; CESTEH/ENSP/FIOCRUZ - Centro de Estudos da de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana da EscolaHumana da Escola  Nacional de Saúde da FIOCRUZ; UFPB – Universidade Federal da Paraíba; USP- Universidade de São Paulo).

 Nacional de Saúde da FIOCRUZ; UFPB – Universidade Federal da Paraíba; USP- Universidade de São Paulo). 2 Esses projetos são coordenados pela professora doutora Maria Inês Souza Bravo.

2 Esses projetos são coordenados pela professora doutora Maria Inês Souza Bravo.

Por m, a terceira parte desta coletânea, intitulada

Por m, a terceira parte desta coletânea, intitulada “Agenda para a Saúde:

“Agenda para a Saúde:

Principais Desaos”, apresenta as principais questões e

Principais Desaos”, apresenta as principais questões e proposições

proposições

 para defesa do direito à saúde. Dessa forma, apresenta dois documentos

 para defesa do direito à saúde. Dessa forma, apresenta dois documentos

elaborados pela Frente Nacional contra a Privatização da Saúde

elaborados pela Frente Nacional contra a Privatização da Saúde

11

: “Contra

: “Contra

Fatos não há Argumentos que sustentem as Organizações Sociais no

Fatos não há Argumentos que sustentem as Organizações Sociais no

Brasil” e a “Agenda para a

Brasil” e a “Agenda para a Saúde”. O primeiro consta de relatório analítico

Saúde”. O primeiro consta de relatório analítico

de prejuízos à sociedade, aos trabalhadores e ao Erário por parte

de prejuízos à sociedade, aos trabalhadores e ao Erário por parte das

das

Organizações Sociais (OSs). O segundo refere-se a Agenda para a

Organizações Sociais (OSs). O segundo refere-se a Agenda para a Saúde

Saúde

enfatizando as principais questões para a implantação do SUS e propostas

enfatizando as principais questões para a implantação do SUS e propostas

 para a garantia do direito à

 para a garantia do direito à saúde.

saúde.

Esta é a segunda vez em

Esta é a segunda vez em que os Projetos “Políticas Públicas de Saúde” e

que os Projetos “Políticas Públicas de Saúde” e

“Saúde, Serviço Social e Movimentos

“Saúde, Serviço Social e Movimentos Sociais”

Sociais”

22

da Faculdade de Serviço

da Faculdade de Serviço

Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e

Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e a Seção Sindical dos

a Seção Sindical dos

Docentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro do Sindicato Nacional

Docentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro do Sindicato Nacional

dos Docentes das Instituições de

dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Adufrj-Ssind) elaboraram

Ensino Superior (Adufrj-Ssind) elaboraram

uma produção na saúde com o intuito de

uma produção na saúde com o intuito de democratizar o conhecimento.

democratizar o conhecimento.

A

A Adufrj-Ssind e os Projetos universitários citados têm

Adufrj-Ssind e os Projetos universitários citados têm como objetivos a

como objetivos a

defesa dos direitos dos trabalhadores e das políticas sociais tanto por sua

defesa dos direitos dos trabalhadores e das políticas sociais tanto por sua

 participação nas lutas como na produção de reexões que possibilitem

 participação nas lutas como na produção de reexões que possibilitem

resistir aos ataques do capital e dos governos contra a

resistir aos ataques do capital e dos governos contra a classe trabalhadora.

classe trabalhadora.

Consideramos, a partir de Gramsci, que a universidade pode contribuir com

Consideramos, a partir de Gramsci, que a universidade pode contribuir com

a análise crítica da realidade através

a análise crítica da realidade através do pessimismo da razão e oferecer 

do pessimismo da razão e oferecer 

estratégias de luta, pautando-se no otimismo da vontade e na

estratégias de luta, pautando-se no otimismo da vontade e na perspectiva da

perspectiva da

importância do conhecimento para transformar a realidade.

importância do conhecimento para transformar a realidade.

Espera-se que o conteúdo desta coletânea possa constituir em um

Espera-se que o conteúdo desta coletânea possa constituir em um

instrumento de potencialização do debate e de defesa das políticas

instrumento de potencialização do debate e de defesa das políticas sociais

sociais

 públicas, tendo como referência a construção de uma sociedade sem

 públicas, tendo como referência a construção de uma sociedade sem

dominação e exploração.

dominação e exploração.

Boa leitura a todos(as)!

Boa leitura a todos(as)!

Rio de Janeiro, Setembro de

Rio de Janeiro, Setembro de 2011.

2011.

Adufrj-SSind Adufrj-SSind

Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro do Sindicato Nacional dos Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior

Docentes das Instituições de Ensino Superior

Maria Inês Souza Bravo

Maria Inês Souza Bravo ee

Juliana Souza Bravo de Menezes Juliana Souza Bravo de Menezes

Organizadoras Organizadoras

(8)

   P    P  r  r   o   o    j    j  e  e    t    t  o  o    P    P  o  o    l    l    í    í    t    t    i    i  c  c  a  a

  s   s    P    P    ú    ú    b    b    l    l    i    i  c  c  a  a

  s   s    d    d  e  e    S    S  a  a    ú    ú    d    d  e  e

Políics

Políics

sociis, súd 

sociis, súd 

picipção n

picipção n

ulidd

ulidd

Parte I

Parte I

MOBILIZAÇÃO.

(9)

 Apresentação

 Apresentação

O estudo das políticas sociais e do O estudo das políticas sociais e do capital nanceiro na

capital nanceiro na contemporacontemporaneidadeneidade exige-nos uma apreensão crítica, capaz exige-nos uma apreensão crítica, capaz de investigar as múltiplas determinações de investigar as múltiplas determinações que atuam no processo de nanceiri que atuam no processo de nanceiri--zação da vida social em tempos atuais. zação da vida social em tempos atuais. Tomamos como de extrema relevância a Tomamos como de extrema relevância a desmistic

desmisticação desta forma de ação desta forma de capital, acapital, a superação de sua aparência pela

superação de sua aparência pela essênciaessência e do fetiche inerente a ela

e do fetiche inerente a ela que obscureceque obscurece o processo real de produção de o processo real de produção de mais-va-lor no qual se ancora.

lor no qual se ancora.

O entendimento das modicações na O entendimento das modicações na composição e na condução das políticas composição e na condução das políticas sociais brasileiras na atualidade sociais brasileiras na atualidade leva-nos ainda a um estudo histórico-crítico nos ainda a um estudo histórico-crítico do desenvolvimento da fase madura do do desenvolvimento da fase madura do capitalismo. Nela, após o amplo perío capitalismo. Nela, após o amplo perío --do de expansão das conquistas da classe do de expansão das conquistas da classe trabalhadora naquilo que se chamou de trabalhadora naquilo que se chamou de   proteção social, tem-se uma diminuição   proteção social, tem-se uma diminuição da apropriação de parte riqueza da apropriação de parte riqueza social-mente produzida por aqueles que a mente produzida por aqueles que a

pro-duzem, a classe trabalhadora. Em outras duzem, a classe trabalhadora. Em outras  palavras, assistimos a um largo processo  palavras, assistimos a um largo processo de desmonte das políticas sociais, sobre de desmonte das políticas sociais, sobre --tudo aquelas mais universais, destinadas tudo aquelas mais universais, destinadas a reprodução social da classe a reprodução social da classe trabalha- trabalha-dora, alargando-se a apropriação privada dora, alargando-se a apropriação privada de parte do fundo público pelos rentistas, de parte do fundo público pelos rentistas, donos do capital que porta juros. E os donos do capital que porta juros. E os mecanismos estratégicos para tanto são mecanismos estratégicos para tanto são a transferência crescente de recursos a transferência crescente de recursos so-ciais para a esfera nanceira por meio das ciais para a esfera nanceira por meio das contra-reformas das políticas sociais e do contra-reformas das políticas sociais e do repasse de recursos do fundo público para repasse de recursos do fundo público para o pagamento da dívida pública.

o pagamento da dívida pública.

  Neste artigo, partimos da análise da   Neste artigo, partimos da análise da dinâmica de organização do capital que dinâmica de organização do capital que  porta juros e seus desdobramentos na  porta juros e seus desdobramentos na con-temporaneidade, bem como dos impactos temporaneidade, bem como dos impactos e determinações impostas às políticas e determinações impostas às políticas sociais em tempos de nanceirização do sociais em tempos de nanceirização do capital. Buscamos estudar a obra de Karl capital. Buscamos estudar a obra de Karl Marx, em especial a seção V do livro III Marx, em especial a seção V do livro III d’O Capital, como se congura o capital d’O Capital, como se congura o capital  portador de juros na contemporaneidade,  portador de juros na contemporaneidade,  penetrando sua lógica em todos os âmbi  penetrando sua lógica em todos os

âmbi--tos da vida social e recongurando as for  tos da vida social e recongurando as for --mas de proteção social ao redor do mas de proteção social ao redor do globo.globo.

 A financeirização do

 A financeirização do

capital sob a perspectiva

capital sob a perspectiva

da tradição marxista

da tradição marxista

O desenvolvimento das forças O desenvolvimento das forças produ-tivas levou ao desenvolvimento de novas tivas levou ao desenvolvimento de novas formas de capital. No avançado processo formas de capital. No avançado processo de circulação de mercadorias do capital de circulação de mercadorias do capital industrial e também do capital de industrial e também do capital de comér-cio de mercadorias, o dinheiro passou a cio de mercadorias, o dinheiro passou a realizar movimentos puramente técnicos realizar movimentos puramente técnicos e, autonomizados como função de um e, autonomizados como função de um capital especíco, torna-se esse capital o capital especíco, torna-se esse capital o capital de comércio de dinheiro. Do ca capital de comércio de dinheiro. Do ca--  pital global surge uma forma especíca   pital global surge uma forma especíca de capital, o capital monetário, que tem de capital, o capital monetário, que tem a função de executar as operações de a função de executar as operações de co-mércio de dinheiro para toda a classe de mércio de dinheiro para toda a classe de capitalistas industriais e comerciais. capitalistas industriais e comerciais.

Os movimentos desse capital Os movimentos desse capital monetá-rio são, portanto, por sua vez, apenas rio são, portanto, por sua vez, apenas mo-vimentos de uma parte autonomizada do vimentos de uma parte autonomizada do

FINANCEIRIZAÇÃO DO CAPITAL,

FINANCEIRIZAÇÃO DO CAPITAL,

FUNDO PÚBLICO E POLÍTICAS SOCIAIS

FUNDO PÚBLICO E POLÍTICAS SOCIAIS

EM TEMPOS DE CRISE

EM TEMPOS DE CRISE

1.1

1.1

Giselle Souza da Silva

Giselle Souza da Silva

33

33 Assistente Social e Mestre em Serviço Social, Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da Universidade do Estado do Rio deAssistente Social e Mestre em Serviço Social, Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Apoio Técnico do Grupo de Estudos e Pesquisas do Orçamento Público e da seguridade Social – Gopss/UERJ (e-mail: gigissrj@gmail.com) Janeiro, Apoio Técnico do Grupo de Estudos e Pesquisas do Orçamento Público e da seguridade Social – Gopss/UERJ (e-mail: gigissrj@gmail.com)

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setembro de 2011 setembro de 2011 1111

capital industrial empenhado em seu capital industrial empenhado em seu pro-cesso de reprodução (Marx, 1983, p.237). cesso de reprodução (Marx, 1983, p.237). O avanço do processo de produção e O avanço do processo de produção e reprodução capitalista faz com que o reprodução capitalista faz com que o di-nheiro em si torne-se mercadoria. nheiro em si torne-se mercadoria. Trata-se, aqui, pois, de uma

se, aqui, pois, de uma mercadoria especialmercadoria especial que não pode ser comprada e vendida e que não pode ser comprada e vendida e  por isso, adquire a forma de mercadoria  por isso, adquire a forma de mercadoria

dada em

dada em empréstimo. A essa forma, Marxempréstimo. A essa forma, Marx chama capital portador de juros. Esta chama capital portador de juros. Esta fração do capital tem a aparência de ser  fração do capital tem a aparência de ser  autônoma e de valorizar-se na esfera  autônoma e de valorizar-se na esfera  --nanceira, mas essa é apenas sua aparência nanceira, mas essa é apenas sua aparência fetichizada.

fetichizada.

O capital que porta juros sempre O capital que porta juros sempre exis-tiu na história, antes mesmo da sociedade tiu na história, antes mesmo da sociedade capitalista de produção, na forma de capitalista de produção, na forma de ca- pital usurário. Mas é na sociedade capi  pital usurário. Mas é na sociedade

capi--talista que esta forma de capital torna-se talista que esta forma de capital torna-se mercadoria especíca com valor de uso e mercadoria especíca com valor de uso e valor. O valor de uso do capital que porta valor. O valor de uso do capital que porta  juros é o de ser

 juros é o de ser utilizado como capital, im-utilizado como capital, im- pulsionando a produção de valor por meio  pulsionando a produção de valor por meio do capitalista funcionante. Este é denido do capitalista funcionante. Este é denido  por Marx como o capitalista que investe  por Marx como o capitalista que investe diretamente no processo produtivo, que diretamente no processo produtivo, que compra meios de produção e compra meios de produção e matéria- prima e ao nal do processo de produção  prima e ao nal do processo de produção obtém uma nova mercadoria, acrescida de obtém uma nova mercadoria, acrescida de valor – por meio da mão do trabalhador, valor – por meio da mão do trabalhador,  pois só o trabalho

 pois só o trabalho vivo cria mais valor.vivo cria mais valor. A atividade dos capitalistas A atividade dos capitalistas funcionan-tes destina-se a extrair mais valor e o juro tes destina-se a extrair mais valor e o juro  – ou a remuneração do capital que

 – ou a remuneração do capital que se conse con --verte em mercadoria – corresponde a uma verte em mercadoria – corresponde a uma  parcela deste mais-valor extraído. Deste  parcela deste mais-valor extraído. Deste modo, os juros são uma parte do lucro, modo, os juros são uma parte do lucro, como dene Marx:

como dene Marx:

a parte do lucro que lhe paga

a parte do lucro que lhe paga chama-sechama-se  juro, o que portanto nada mais é que um  juro, o que portanto nada mais é que um nome particular, uma rubrica particular  nome particular, uma rubrica particular   para uma parte do lucro, a qual o capital  para uma parte do lucro, a qual o capital

em funcionamento, em vez de pôr no em funcionamento, em vez de pôr no pró pró-- prio bolso, tem de pagar ao proprietário  prio bolso, tem de pagar ao proprietário

do capital (1983, p.256). do capital (1983, p.256).

Todo o movimento entre o empréstimo Todo o movimento entre o empréstimo e a devolução deste valor acrescido de e a devolução deste valor acrescido de di-nheiro é camuado pelos liberais. Porém nheiro é camuado pelos liberais. Porém a mercadoria dinheiro (capital que porta a mercadoria dinheiro (capital que porta   juros) só pode retornar às mãos do seu   juros) só pode retornar às mãos do seu  proprietário acrescida de valor – do con  proprietário acrescida de valor – do

con--trário não teria ele motivos para abrir mão trário não teria ele motivos para abrir mão dele – e só se incrementa no processo de dele – e só se incrementa no processo de  produção de mais-valia. O capitalista pro  produção de mais-valia. O capitalista pro

--dutivo não poderia iniciar seu processo dutivo não poderia iniciar seu processo de produção sem tomar emprestado o de produção sem tomar emprestado o di-nheiro do capitalista monetário, e este não nheiro do capitalista monetário, e este não  poderia receber os juros sem que aquele  poderia receber os juros sem que aquele

investisse no processo produtivo investisse no processo produtivo44..

Sob a forma dinheiro – equivalente Sob a forma dinheiro – equivalente de troca que em si já é meio alienante de de troca que em si já é meio alienante de equiparação de diferentes valores de uso, equiparação de diferentes valores de uso, na qual se apagam todas

na qual se apagam todas as determinaçõesas determinações qualitativas – o capital que porta juros qualitativas – o capital que porta juros  parece não estar “contaminado” pelo pro  parece não estar “contaminado” pelo pro

--cesso de extração de mais-valia. Como diz cesso de extração de mais-valia. Como diz o autor, “da mesma maneira que o cresci o autor, “da mesma maneira que o cresci --mento pertence à árvore, assim o produzir  mento pertence à árvore, assim o produzir  dinheiro pertence ao próprio capital nes dinheiro pertence ao próprio capital nes --ta sua forma pura de [capi--tal] dinheiro” ta sua forma pura de [capital] dinheiro” (Marx, 1982, p. 197). Assim, como capital (Marx, 1982, p. 197). Assim, como capital que porta juros, o capital assume a forma que porta juros, o capital assume a forma mais pura de fetiche

mais pura de fetiche55..

À medida que cresce a concentração À medida que cresce a concentração deste capital monetário nas mãos de deste capital monetário nas mãos de ca- pitalistas que passam a dispor de grande  pitalistas que passam a dispor de grande massa de poupanças de outros milhares massa de poupanças de outros milhares de capitalistas dispersos, estes montantes de capitalistas dispersos, estes montantes  passam a ser colocados a disposição para  passam a ser colocados a disposição para empréstimo. Desenvolve-se assim em am empréstimo. Desenvolve-se assim em am-- pla escala o sistema de crédito, que para a  pla escala o sistema de crédito, que para a Hilferding (1985, p. 170), é a transferên Hilferding (1985, p. 170), é a transferên --cia de dinheiro que o proprietário deixou cia de dinheiro que o proprietário deixou de empregar como capital a alguém que de empregar como capital a alguém que   pretende empregá-lo como capital; é a   pretende empregá-lo como capital; é a transformação de capital monetário transformação de capital monetário ocio-so em capital ativo.

so em capital ativo.

Atualmente o papel do crédito é Atualmente o papel do crédito é funda- funda-mental ao processo de valorização do mental ao processo de valorização do ca- pital, pois permite a redução do tempo de  pital, pois permite a redução do tempo de rotação do capital. Se no tempo de Marx rotação do capital. Se no tempo de Marx o crédito era essencial para garantir a o crédito era essencial para garantir a pro- pro-dução capitalista – e era um recurso aces dução capitalista – e era um recurso aces --sível aos capitalistas funcionantes para o sível aos capitalistas funcionantes para o investimento produtivo – atualmente sua investimento produtivo – atualmente sua função está também em contrarrestar a função está também em contrarrestar a superprodução e permitir a realização do superprodução e permitir a realização do valor 

valor 66. Seu acesso ao longo do século XX,. Seu acesso ao longo do século XX, fruto do desenvolvimento do capital fruto do desenvolvimento do capital ban-cário, se estendeu à classe trabalhadora, cário, se estendeu à classe trabalhadora, a qual passa também a depender em boa a qual passa também a depender em boa  parte do crédito para a sua reprodução  parte do crédito para a sua reprodução77..

Quando o capital portador de juros Quando o capital portador de juros  passa a operar com a especulação, com a  passa a operar com a especulação, com a acumulação futura, descolada de sua base acumulação futura, descolada de sua base real, material – dado o avanço da nan real, material – dado o avanço da nan --ceirização do capital – como no caso dos ceirização do capital – como no caso dos títulos públicos, tem-se o capital ctício, títulos públicos, tem-se o capital ctício, que se origina daquela forma de capital. O que se origina daquela forma de capital. O capital ctício constitui-se na forma ilusó capital ctício constitui-se na forma ilusó --ria que adquirem os rendimentos que ria que adquirem os rendimentos que pa-recem provir do capital portador de juros. recem provir do capital portador de juros.  Neste caso, a emissão de papéis, como nas  Neste caso, a emissão de papéis, como nas

sociedades por ações e os títulos da sociedades por ações e os títulos da dívidadívida  pública (do qual trataremos mais adiante),  pública (do qual trataremos mais adiante), são a forma ilusória, ctícia, que assume o são a forma ilusória, ctícia, que assume o

capital ao especular com o que

capital ao especular com o que Marx chaMarx cha--ma de valores icha--maginários.

ma de valores imaginários.

O caráter ctício dos títulos da dívida O caráter ctício dos títulos da dívida  pública é muito maior, pois, como diz o  pública é muito maior, pois, como diz o

autor  autor 

[...] os títulos de dívida pública não [...] os títulos de dívida pública não   precisam de forma alguma representar    precisam de forma alguma representar 

nenhum capital existente. O dinheiro em nenhum capital existente. O dinheiro em--  prestado pelos credores do Estado pode   prestado pelos credores do Estado pode ter virado fumaça há muito tempo. Esses ter virado fumaça há muito tempo. Esses títulos nada mais são do que o

títulos nada mais são do que o preço pagopreço pago  por uma participação nos impostos  por uma participação nos impostos anu-ais que representam o rendimento de um ais que representam o rendimento de um capital inteiramente diferente do que foi capital inteiramente diferente do que foi gasto na época de

gasto na época de uma forma improdutivauma forma improdutiva (Hilferding, 1985, p. 114).

(Hilferding, 1985, p. 114). Se este estudo já aponta os

Se este estudo já aponta os desdobra desdobra--mentos do desenvolvimento de capital mentos do desenvolvimento de capital  portador de juros à época de Marx, esta  portador de juros à época de Marx, esta forma de capital assume em nossos dias forma de capital assume em nossos dias um novo papel no sistema monetário, um novo papel no sistema monetário,  pois está organicamente associado ao  pois está organicamente associado ao ca- pital industrial. Na era dos monopólios  pital industrial. Na era dos monopólios temos o capital nanceiro, que segundo temos o capital nanceiro, que segundo Lênin (2005), é a fusão entre capital in Lênin (2005), é a fusão entre capital in --dustrial e capital bancário, em elevado dustrial e capital bancário, em elevado grau de desenvolvimento do capital no grau de desenvolvimento do capital no qual a concentração conduz aos qual a concentração conduz aos mono-  pólios capitalistas. Ao fundir-se com o   pólios capitalistas. Ao fundir-se com o capital industrial altamente concentrado capital industrial altamente concentrado e centralizado, submete-o a sua e centralizado, submete-o a sua dinâmi-ca de atuação, na qual ganha destaque o ca de atuação, na qual ganha destaque o capital ctício. O capital nanceiro cria capital ctício. O capital nanceiro cria a chamada oligarquia nanceira, uma a chamada oligarquia nanceira, uma classe de rentiers que vive apenas dos classe de rentiers que vive apenas dos rendimentos do capital nanceiro, dos rendimentos do capital nanceiro, dos  juros do capital monetário e da  juros do capital monetário e da especu-lação. Consequentemente, um peque lação. Consequentemente, um peque--no e seleto número de Estados rentiers no e seleto número de Estados rentiers tornam-se prestamistas por excelência e tornam-se prestamistas por excelência e constituem

constituem-se em -se em Estados parasitários doEstados parasitários do capitalismo moderno, no qual o capitalismo moderno, no qual o investi-mento monetário dá lugar ao mento monetário dá lugar ao investimen-to produtivo, criador de riqueza.

to produtivo, criador de riqueza.

Em tempos atuais, de mundialização Em tempos atuais, de mundialização do capital, esses rentistas darão a direção do capital, esses rentistas darão a direção   política e ideológica ao Estado e requi   política e ideológica ao Estado e

requi--sitarão a atuação do fundo público sitarão a atuação do fundo público dire-tamente a favor dos seus interesses – a tamente a favor dos seus interesses – a depender, claro, da correlação de forças depender, claro, da correlação de forças  presente na sociedade. Segundo Chesnais  presente na sociedade. Segundo Chesnais

(1996), as nanças se

(1996), as nanças se alimentam por meioalimentam por meio de dois mecanismos diferentes: da forma de dois mecanismos diferentes: da forma--ção de capital ctício e das transferências ção de capital ctício e das transferências de riqueza para a esfera nanceira – na de riqueza para a esfera nanceira – na qual um importante mecanismo é o qual um importante mecanismo é o servi-ço da dívida pública. O capital monetário ço da dívida pública. O capital monetário então passa a ditar o comportamento dos então passa a ditar o comportamento dos

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Cadernos de Saúde Cadernos de Saúde

Estados e

Estados e das empresas das empresas produtivas. produtivas. EsteEste   processo de nanceirização do capital   processo de nanceirização do capital  penetra os meios de reprodução social da  penetra os meios de reprodução social da classe trabalhadora, qual sejam as políti classe trabalhadora, qual sejam as políti --cas sociais historicamente conquistadas. cas sociais historicamente conquistadas.

 A financeirização

 A financeirização

do capital e as

do capital e as

políticas sociais na

políticas sociais na

contemporaneidade

contemporaneidade

As políticas sociais a partir do último As políticas sociais a partir do último quartel do século XX passam por grandes quartel do século XX passam por grandes transformações provocadas pela transformações provocadas pela reorde-nação do capital sob hegemonia das nan nação do capital sob hegemonia das nan --ças. A entrada num período de estagnação ças. A entrada num período de estagnação do desenvolvimento do capital, iniciado do desenvolvimento do capital, iniciado nos anos 1970, apresenta novas condições nos anos 1970, apresenta novas condições de implementação das políticas sociais. A de implementação das políticas sociais. A crise, que trouxe consigo o aumento do crise, que trouxe consigo o aumento do desemprego, as taxas altas de inação, desemprego, as taxas altas de inação, a queda do comércio mundial, apresenta a queda do comércio mundial, apresenta como forma de seu enfrentamento os como forma de seu enfrentamento os cha-mados ajustes estruturais a serem mados ajustes estruturais a serem realiza-dos no âmbito estatal.

dos no âmbito estatal.

Assim, a crise do capital tem como Assim, a crise do capital tem como consequência uma reconguração do pa consequência uma reconguração do pa--  pel do Estado

  pel do Estado88 e graves conseqüênciase graves conseqüências  para as políticas sociais, o que quer dizer,  para as políticas sociais, o que quer dizer,  para as condições de vida da classe  para as condições de vida da classe tra- balhadora ao redor do mundo. A reação  balhadora ao redor do mundo. A reação  burguesa à crise do capital – que trata-se  burguesa à crise do capital – que trata-se de uma crise de superprodução (Mandel, de uma crise de superprodução (Mandel, 1982)

1982)99 – passa pelo rompimento do pacto– passa pelo rompimento do pacto keynesiano-fordista, que garantia o pleno keynesiano-fordista, que garantia o pleno emprego e um conjunto de políticas so emprego e um conjunto de políticas so --ciais de desenho

ciais de desenho social-democrata.social-democrata. Enquanto o mundo viveu um intenso Enquanto o mundo viveu um intenso  processo de mundialização do capital sob  processo de mundialização do capital sob a égide do capital nanceiro, os Estados a égide do capital nanceiro, os Estados nacionais passaram a operar um conjunto nacionais passaram a operar um conjunto de contra-reformas para contornar a crise de contra-reformas para contornar a crise do capital, que se traduziram num do capital, que se traduziram num conjun-to de medidas e programas de “austerida to de medidas e programas de “austerida--de “austerida--de natureza “austerida--deacionista, os chamados de de natureza deacionista, os chamados ajustes estruturais” e mais uma vez o Es ajustes estruturais” e mais uma vez o Es --tado atuou como uma “almofada amor  tado atuou como uma “almofada amor --tecedora anticrise” (Behring e Boschetti, tecedora anticrise” (Behring e Boschetti, 2007, p.116)

2007, p.116)

Entra em cena ao redor do globo o Entra em cena ao redor do globo o cha-mado projeto neoliberal, cujos principais mado projeto neoliberal, cujos principais argumentos, contrapondo-se ao modelo argumentos, contrapondo-se ao modelo keynesiano/fordista em vigor, são os de keynesiano/fordista em vigor, são os de que o décit estatal produzido neste pe que o décit estatal produzido neste pe --ríodo é intrinsecamente negativo para ríodo é intrinsecamente negativo para a economia já que absorve poupança e a economia já que absorve poupança e reduz investimentos; a intervenção reduz investimentos; a intervenção esta-tal na regulação das relações de trabalho tal na regulação das relações de trabalho

também é negativa, pois impede o também é negativa, pois impede o cresci- cresci-mento econômico e a criação de mais em mento econômico e a criação de mais em -- pregos; e as políticas sociais redistributi  pregos; e as políticas sociais

redistributi--vas empreendidas pelo Estado Social são vas empreendidas pelo Estado Social são  perniciosas, pois aumentam o consumo e  perniciosas, pois aumentam o consumo e diminuem a poupança da população diminuem a poupança da população (Na-varro, apud Behring e Boschetti, 2007). varro, apud Behring e Boschetti, 2007).

A chamada crise scal do Estado passa A chamada crise scal do Estado passa a ser o argumento para a defesa neoliberal a ser o argumento para a defesa neoliberal do corte de gastos sociais, que esconde as do corte de gastos sociais, que esconde as reais intenções de diminuição dos custos reais intenções de diminuição dos custos com a força de trabalho e o com a força de trabalho e o redireciona-mento do fundo público para atender, em mento do fundo público para atender, em maior escala, as demandas do grande maior escala, as demandas do grande ca-  pital. Os direitos da classe trabalhadora   pital. Os direitos da classe trabalhadora são assim os primeiros a serem atingidos são assim os primeiros a serem atingidos neste processo, o que quer dizer que as neste processo, o que quer dizer que as  políticas sociais passarão por regressivas  políticas sociais passarão por regressivas

transformações. transformações.

Se não se pode falar em desmantela Se não se pode falar em desmantela--mento, é inegável que as reestruturações mento, é inegável que as reestruturações em curso seguem na direção de sua em curso seguem na direção de sua restri-ção, seletividade e focalização; em outras ção, seletividade e focalização; em outras  palavras, rompem com os compromissos  palavras, rompem com os compromissos e consensos do pós-guerra, que permitiam e consensos do pós-guerra, que permitiam a expansão do Welfare State (Behring e a expansão do Welfare State (Behring e Bochetti, 2007, p. 134).

Bochetti, 2007, p. 134). A supremac

A supremacia do capital ia do capital fetiche atingefetiche atinge todos os âmbitos da vida social e a sede todos os âmbitos da vida social e a sede de lucratividade desta forma de capital de lucratividade desta forma de capital se espraia para além dos investimentos se espraia para além dos investimentos   privados. As políticas sociais se tornam   privados. As políticas sociais se tornam alvo de investimento do capital nancei alvo de investimento do capital nancei--ro, na tentativa de solucionar o fenômeno ro, na tentativa de solucionar o fenômeno da superacumulação. Este empurra para a da superacumulação. Este empurra para a  privatização (direta ou indireta) alguns se  privatização (direta ou indireta) alguns se

--tores de utilidade pública como campo de tores de utilidade pública como campo de inversão do lucro em serviços de saúde, inversão do lucro em serviços de saúde, de educação e de previdência (Behring, de educação e de previdência (Behring, 2008), caracterizando a supercapitaliza 2008), caracterizando a supercapitaliza--ção de que trata Mandel (1982).

ção de que trata Mandel (1982).

 No Brasil as políticas sociais a partir   No Brasil as políticas sociais a partir  da década de 1990, pouco depois da pro da década de 1990, pouco depois da pro --mulgação da Constituição de 1988, tam mulgação da Constituição de 1988, tam-- bém passaram a sofrer ameaças por meio  bém passaram a sofrer ameaças por meio do projeto neoliberal, que impediu a plena do projeto neoliberal, que impediu a plena implementação do texto constitucional. implementação do texto constitucional. A recém criada Seguridade Social – uma A recém criada Seguridade Social – uma conquista no âmbito da formação de um conquista no âmbito da formação de um sistema de proteção social no Brasil ainda sistema de proteção social no Brasil ainda que limitado – é derruída pelos sucessi que limitado – é derruída pelos sucessi--vos governos neoliberais desde Fernando vos governos neoliberais desde Fernando Collor de Melo, aprofundando-se com os Collor de Melo, aprofundando-se com os governos de FHC e persistindo nos gover  governos de FHC e persistindo nos gover --nos de Lula da Silva.

nos de Lula da Silva.

As tendências da Seguridade Social As tendências da Seguridade Social  brasileira neste período estão relacionadas  brasileira neste período estão relacionadas aos processos sociais gestados no aos processos sociais gestados no

capita-lismo em sua fase monopólica. Segundo lismo em sua fase monopólica. Segundo Mota (2005) se ancoram em dois veto Mota (2005) se ancoram em dois veto --res: nas mudanças no mundo do

res: nas mudanças no mundo do trabalho,trabalho, quando a reestruturação produtiva supera quando a reestruturação produtiva supera o modelo fordista-keynesiano para rmar  o modelo fordista-keynesiano para rmar  o modelo de acumulação exível, e nas o modelo de acumulação exível, e nas mudanças na intervenção do Estado, que mudanças na intervenção do Estado, que assume novos papéis e redene os antigos assume novos papéis e redene os antigos em função das necessidades de um novo em função das necessidades de um novo momento na produção de

momento na produção de mercadoriasmercadorias1010.. A partir dos anos 1990 vivemos um A partir dos anos 1990 vivemos um  processo de desmonte de parte do  processo de desmonte de parte do apara-to do Estado e de restrição das políticas to do Estado e de restrição das políticas sociais, que passam a ser organizadas sob sociais, que passam a ser organizadas sob a lógica do capital nanceiro. O processo a lógica do capital nanceiro. O processo de contrarreforma do Estado vem de contrarreforma do Estado vem acom-  panhado de uma série de privatizações   panhado de uma série de privatizações do setor público estratégico. Além dis do setor público estratégico. Além dis --so, uma das principais consequências da so, uma das principais consequências da nanceirização para as políticas sociais nanceirização para as políticas sociais tem sido a captura do fundo público para tem sido a captura do fundo público para a alimentação direta do capital que porta a alimentação direta do capital que porta  juros, no qual o papel da dívida pública  juros, no qual o papel da dívida pública

tem sido central. tem sido central.

A dívida pública constitui-se em um A dívida pública constitui-se em um dos principais instrumentos de dominação dos principais instrumentos de dominação dos rentistas e do grande capital sobre os dos rentistas e do grande capital sobre os  países periféricos. Estes países vêm sendo  países periféricos. Estes países vêm sendo orientados a conduzir sua política econô orientados a conduzir sua política econô --mica para privilegiar o capital que porta mica para privilegiar o capital que porta  juros em detrimento das políticas sociais  juros em detrimento das políticas sociais desde a crise da década de 1970. Um desde a crise da década de 1970. Um dos mecanismos fundamentais utilizados dos mecanismos fundamentais utilizados  para drenar recursos das políticas sociais  para drenar recursos das políticas sociais  brasileiras para o capital que porta juros  brasileiras para o capital que porta juros é a Desvinculação de Receitas da União é a Desvinculação de Receitas da União (DRU) de 2000

(DRU) de 20001111. A Seguridade Social é a. A Seguridade Social é a mais atingida por este mecanismo, tendo mais atingida por este mecanismo, tendo em vista que ele permite a desvinculação em vista que ele permite a desvinculação de 20% dos seus recursos. A DRU trans de 20% dos seus recursos. A DRU trans --fere os recursos do orçamento da Seguri fere os recursos do orçamento da Seguri--dade Social para o orçamento scal com a dade Social para o orçamento scal com a nalidade de facilitar a formação de supe nalidade de facilitar a formação de supe--rávits e pagar a dívida pública.

rávits e pagar a dívida pública.

A DRU possibilitou o repasse de bi A DRU possibilitou o repasse de bi --lhões de reais das políticas sociais

lhões de reais das políticas sociais1212 parapara o grande capital e por isso a classicamos o grande capital e por isso a classicamos como um tipo de programa de como um tipo de programa de transferên-cia de renda para os rentistas (Antunes e cia de renda para os rentistas (Antunes e Gimenez, 2007). Em outras palavras, isto Gimenez, 2007). Em outras palavras, isto signica a transferência de recursos antes signica a transferência de recursos antes destinados à classe trabalhadora para o destinados à classe trabalhadora para o  pagamento de juros da dívida

 pagamento de juros da dívida1313, alimen-, alimen-tando o mundo das nanças.

tando o mundo das nanças. Deste modo,Deste modo, o fundo público passa a ser canalizado de o fundo público passa a ser canalizado de forma direta para alimentar o mercado  forma direta para alimentar o mercado  --nanceiro.

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