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XVI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ

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XVI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS

DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ

Eutanásia no Brasil: debate jurídico e moral

Yasmim Santos da Costa Aluna do Curso de Direito

Universidade de Ribeirão Preto - UNAERP Campus Guarujá costay999@gmail.com

Virginia Sene Fernandes Docente de Cursos da Unaerp

Universidade de Ribeirão Preto - UNAERP Campus Guarujá vicavazzani@gmail.com

Este simpósio tem o apoio da Fundação Fernando Eduardo Lee

Linha de pesquisa: Direito – Debate jurídico. Apresentação: Oral

Resumo:

Este artigo, feito por meio de pesquisas bibliográficas realizadas em livros, artigos científicos, pesquisas jornalísticas, entre outros, tem como objetivo diferenciar os diversos métodos de interrupção de vida, abordando a discussão jurídica, histórica, ética e moral sobre a eutanásia, entendendo o porquê de alguns países permitirem tal prática, analisando seus motivos e suas respectivas legislações assim como chegaram em tal entendimento e a origem da decisão do Brasil de proibir totalmente a sua prática.

Palavras-chave: Eutanásia, origem, legislação. Abstract

This article, done through bibliographic research conducted in books, scientific articles, journalistic research, among others, has as its objective to differentiate the various methods of interruption of life, addressing the legal discussion, historical, ethical and moral on euthanasia, understanding why some countries permit this practice, analyzing their motives and their respective laws as well as arrived in such understanding and the origin of Brazil's decision to prohibit entirely to their practice.

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Key-words: Euthanasia, origin, law.

1. Introdução

A palavra eutanásia foi criada no séc. XVII pelo filósofo inglês Francis Bacon, quando prescreveu, na sua obra “História vitae et mortis”, como tratamento mais adequado para as doenças incuráveis (SILVA, 2000). Trata-se da interrupção consentida, pelo paciente e pela família, da vida de um paciente em estado terminal ou portador de doença incurável.

Essa interrupção pode ser feita de duas formas: quando o paciente por falta de recursos, de medicamentos, de profissionais, de alimentos, dentre outros, morre (forma passiva); como também, por meio de injeções letais, desligamento de aparelhos, dentre outros, sendo essa, feita por médicos ou terceiros (forma ativa).

Há várias classificações sobre procedimentos desse tipo, como: a ortotanásia; o suicídio assistido; DNR (Do Not Ressucitate); entre outros. Em alguns países do mundo, como por exemplo a Holanda, a eutanásia é permitida pois é tratada como um direito do paciente, algumas pessoas até chamam de “morte com dignidade”, enquanto aqui no Brasil, a eutanásia enquadra-se como homicídio, porém um “homicídio privilegiado” pois quem comete tem a diminuição de pena, já que ao menos houve o consentimento do paciente, segundo o artigo 121º. do Código Penal Brasileiro. (SIQUEIRA-BATISTA, 2004).

2. Objetivos

O presente artigo tem como objetivo diferenciar os métodos de interrupção de vida, abordando a discussão jurídica, história e ética sobre a eutanásia, buscando entender por que em alguns países é tratada como crime enquanto outros, como direito.

3. Justificativa

No Brasil, a vida é vista como uma prioridade que se sobressai sobre outros aspectos pois é proibida a eutanásia, o aborto e a pena de morte. Em vista disso, cria-se um embate entre o direito de escolha de ter uma morte digna e o direito de viver, sobre até que ponto podemos ter poder sobre nossas vidas e até que ponto não temos escolhas sobre certos atos que envolvem crenças, medicina, legislação e costumes, por isso é de grande importância discutir esse tema principalmente por ter análises externas de países que, há muitos anos, permitem tal prática até em menores de idade. Apresentar esse tema para a sociedade é abrir um caminho de discussões que podem chegar a mudar o entendimento das pessoas para que elas possam influenciar as legislações e talvez até chegar a mudar os costumes.

4. Revisão Bibliográfica

4.1 Métodos de interrupção de vida

Quando se trata da interrupção da vida de um paciente terminal, há vários meios, como a própria eutanásia, que tem variados tipos, o suicídio assistido e o Do Not Ressucitate (DNR) que significa não ressuscitar, todos com suas respectivas legislações e meios de serem realizados.

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A eutanásia, que também é chamada de “boa morte” é o meio que se utiliza quando não há mais nenhuma opção ao paciente, seja por métodos profissionais, alimentícios, injeções, desligamento de aparelhos, etc. Segundo Neukamp (1937), há dois tipos de classificações: quanto ao ato em si e quanto ao consentimento do paciente.

Quanto ao ato em si há três subdivisões: a eutanásia ativa; a eutanásia passiva ou indireta; e, a eutanásia de duplo efeito. A primeira, a eutanásia ativa refere-se à ação disposta a causar o falecimento sem sofrimento do paciente, por fins humanitários ou misericordiosos, por exemplo a injeção letal; (Rodrigo Siqueira-Batista, 2004). A segunda, a eutanásia passiva, refere-se à morte que ocorre por situação de terminalidade ou por uma omissão de um ato que poderia garantir a vida (mesmo que haja sofrimento posterior para a manter), por exemplo, deixar de se acoplar um paciente em insuficiência respiratória ao ventilador artificial; (Rodrigo Siqueira-Batista, 2004). A terceira, a eutanásia de duplo sentido, ocorre quando a morte é acelerada como consequência de ações médicas visando alívio do sofrimento de um paciente, por exemplo, no emprego de uma dose de benzodiazepínico para minimizar a ansiedade e a angústia, gerando, secundariamente, depressão respiratória e óbito (SIQUEIRA-BATISTA, 2004).

Quanto ao consentimento do paciente também se subdivide em três classes: a eutanásia voluntária, a eutanásia involuntária e a eutanásia não voluntária. A eutanásia voluntária também pode ser chamada de suicídio assistido, já que preza pela decisão do paciente; a eutanásia involuntária, como diz o nome, não é um ato controlado, vindo a ocorrer mesmo se o paciente tenha sido contra tal ato; e, a não voluntária, acontece quando o falecimento do paciente ocorre mesmo que ele tenha sido subjetivo em tal decisão, ou seja, não tenha dito se concordava ou não com tal ato. (SIQUEIRA-BATISTA, 2004). 4.1.1Eutanásia x Suicídio assistido

Há quem confunda o termo eutanásia com o suicídio assistido, porém, mesmo os conceitos muitas vezes acabarem se difundindo, cada um contém as suas próprias características, requisitos específicos e adversidades. No suicídio assistido é atendida uma vontade de um paciente que não necessariamente está inconsciente, basta ser o portador de uma doença que é incurável, um exemplo desse caso foi mostrado no filme, que também é um livro, “Como eu era antes de você” (2016), esse filme relata a história de Will Traynor, um ex-atleta, bem-sucedido que teve que, contra a sua vontade, largar a prática de esporte por conta de um acidente, ao atravessar a rua, uma moto acabou o atingindo num ponto de sua perna que acabou o deixando tetraplégico. Esse acidente trouxe à ele diversas sequelas, não só físicas como também mentais, resultando em intensas dores corporais que só podiam ser controladas com diversas doses de variados medicamentos todos os dias. Por ele ser obrigado a parar totalmente com os seus antigos hábitos, que eram os esportes e viagens, acabou desenvolvendo uma profunda depressão, fazendo-o a tfazendo-omar uma decisãfazendo-o crucial para a sua vida e para a sua família; a de realizar um suicídio assistido, na Organização Dignitas, famoso local na Suíça conhecido por realizar esse tipo de procedimento, tanto em pessoas que são nacionais da Suíça quanto em pessoas estrangeiras que tenham interesse. Vale ressaltar que, na Suíça também há a Organização Exit, que realiza esse procedimento também, porém com uma pequena diferença, só é realizado em

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pessoas nacionais do país e em pessoas domiciliadas de lá, excluindo os estrangeiros. (MOYES, 2013)

A principal característica que difere esses dois métodos é o requisito da forma em que o paciente se encontra, na eutanásia o paciente precisa que estar necessariamente inconsciente, já no suicídio assistido é totalmente o contrário, o paciente precisa estar em suas plenas capacidades mentais pois é ele mesmo que irá realizar o procedimento, caso o contrário, o médico poderá ser penalizado se realizar por sua própria vontade. (MOYES, 2013)

4.2 Contexto histórico

A palavra eutanásia tem a sua origem etimológica dada na Grécia antiga, onde “eu” = boa e “thanatos” = morte, dizendo-se que era uma morte boa, pois seria causada por motivos e forças maiores, porém o termo foi usado inicialmente por Francis Bacon, em sua obra “Historia vitae et mortis” onde ele defendia que esse método fosse um tratamento mais adequado para doenças incuráveis. (ZAMATARO, 2013)

Em vários países, nos tempos antigos já havia a prática da morte “consentida”, nem sempre sem dor, mas por motivos de crenças de diferentes povos, acreditando-se que, dessa maneira haveria um tipo de uniformização na sociedade.

Na própria Grécia Antiga havia vários tipos de sacrifícios como por exemplo; o poder soberano do Senado da época de decidir sobre a vida de pessoas idosas e pessoas incuráveis por meio de métodos de envenenamento, alegando que essas tais pessoas não tinham um papel ativo na economia do país, resultando apenas em um prejuízo grande ao governo. (GUIMARÃES, 2008)

Em Esparta, os bebês recém-nascidos que nascessem com algum tipo de deformidade eram jogados sem piedade de um precipício, alegando-se que os mesmos jamais serviriam para a guerra, já os guerreiros que por acaso se ferissem em batalhas recebiam um punhal para tirar a sua própria vida, em vista de acabar com todo o seu sofrimento. (GUIMARÃES, 2008)

Em Roma, o Estado não permitia a presença de pessoas “defeituosas” em seu âmbito de convívio, por esse motivo tinham que ser eliminados o quanto antes, já os doentes, que não fossem defeituosos e estivessem cansados de viver, poderiam simplesmente pedir para que lhes tirassem a vida de uma forma totalmente indolor. (GUIMARÃES, 2008)

Na Índia, os doentes que não tinham cura, com as narinas e bocas cobertas por barro, do qual eles chamavam de “lama sagrada” eram jogados do Rio Ganges com o objetivo de acabar com o sofrimento de tais.

Já, na América do Sul, a população era em sua maior parte rural, sendo assim, nômades, e por isso eles sacrificavam as pessoas mais velhas e os doentes, para não os deixar para trás no caso de ataques aos animais selvagens.

No Brasil praticava-se um ato idêntico com os idosos pois os mesmos já não ajudavam mais nas caças, se tornando inúteis pois isso, na época e nas condições em que eram sujeitados a viver, era um ato fundamental para se sobreviver. (GUIMARÃES, 2008)

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Nos dias de hoje há diversos países que permitem a prática da eutanásia como também existem países que permitem a prática do suicídio assistido, cada um com seus respectivos embasamentos jurídicos, requisitos e características para a realização de tais atos. (COSTA, 2019)

Tabela 1 – Principais países onde a eutanásia e o suicídio assistido são liberados, de acordo com suas respectivas legislações.

Holanda A Holanda permite a prática tanto da eutanásia quanto do suicídio assistido desde 2002, esse recurso no país é acessível a partir dos 12 anos, com consentimento dos pais, e a partir dos 16 com escolha própria, porém atendendo o requisito de que os pais precisam estar envolvidos no processo. Bélgica Líder dos índices de casos de Eutanásia, a Bélgica por sua vez não restringe

tal ato à idade, sendo permitido em seu Código desde o ano de 2002, porém só em 2014 foi alterada a Lei que tira o requisito idade, sendo utilizada pela primeira vez em 2016.

Luxemburgo Seguindo a Holanda e a Bélgica, Luxemburgo é o terceiro país da União Europeia a legalizar a Eutanásia, estabelecendo que "não se sancionará penalmente e não dará lugar a nenhuma ação civil por danos e interesses o fato de que um médico responda a uma petição de eutanásia ou assistência ao suicídio" de um major de idade ou menor emancipado com um diagnóstico irreversível.

Suíça Dona de uma das maiores empresas que realizam o suicídio assistido e a eutanásia, Dignitas, a Suíça permite o ato desde 1942, mesmo sendo um país cheio de crenças e religião, a população não se afeta negativamente com a permissão desse ato.

Alemanha O Código Alemão pune a eutanásia ativa, porém os casos de eutanásia passiva e indireta, sob determinadas condições, são permitidos.

Estados Unidos

Nos EUA não há uma lei soberana a qual a Eutanásia é regida, mas sim legislações específicas para alguns Estados, dentre eles estão: Washington, Oregon (o primeiro a ter liberado), Vermont, Novo México, Montana e Califórnia.

Uruguai O código Uruguaio não permite expressamente a realização da eutanásia, porém, preenchendo alguns requisitos (ter antecedentes honráveis, ser realizado por motivo piedoso e a vítima ter feito reiteradas súplicas) o autor se torna imputável.

Colômbia Os requisitos para se realizar a eutanásia no Código Colombiano é que o paciente seja portador de uma doença que só possa ser aliviada por medidas paliativas, tenha sofrimento constante e insuportável. Seus requisitos de idade são que pode ser feita, com a permissão dos pais desde os 6 anos, e que a partir dos 14 anos a decisão é de livre escolha do paciente.

Fonte: Adaptado de Suzete Francisco (2017). Disponível em:

https://www.dn.pt/portugal/interior/os-paises-que-permitem-a-eutanasia-8959570.html Acesso em: 23/08/2019. 4.4 Legislação brasileira

No Código Brasileiro é vedada a prática de eutanásia, suicídio assistido, e qualquer outro método de interrupção de vida (com exceção do aborto, o qual está expressamente em lei a sua proibição), não de maneira expressa na lei, mas sim se enquadrando no art. 121º do CP Brasileiro (Lei nº 2848, de 07 de dezembro de 1940) disciplina in verbis,

Art. 121º. Matar alguém. Pena – reclusão, de seis a vinte anos. Casos de diminuição de pena. §1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. (BRASIL, 1940).

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Tendo assim, médicos que realizam tal ato, sua pena reduzida por um consenso que a legislação brasileira chegou visto que seria necessário um equilíbrio sobre isso, um exemplo de crime que se enquadra nesse mesmo tipo penal é o aborto, que também é considerado um método de interrupção de vida ilegal, mesmo muitas pessoas ainda o praticando clandestinamente resultando em muitas mortes no Brasil não só dos fetos quanto das mães também por falta de segurança, contanto que a maioria das pessoas que defendem o aborto apoiam clínicas legalizadas para tal, para poder realizar um procedimento limpo, seguro e livre de riscos para a mãe e para o feto, visando assim, também a redução do número de mortes, e a partir desse entendimento que a legislação chegou, nota-se que o Brasil prioriza, mais do que a vontade própria do paciente, a vida humana. (COSTA, 2019)

4.5 Legislações estrangeiras

Na Holanda, no ano de 1973 uma médica holandesa chamada Geertruida Postma injetou uma dose altíssima de morfina em sua mãe enferma, resultando em sua morte, sendo assim, condenada a um ano de condicional. Seu ato deu início às discussões futuras sobre o assunto, sendo assim, em 1990, o Ministério da Justiça e a Real Associação Médica Holandesa (RDMA) entraram num acordo de que o médico ficará imune ao praticar esse ano, por ser obrigatório um procedimento de notificação da eutanásia. Mas somente em 2002 foi sancionada a lei que permite que a morte assistida seja feita, atendendo à alguns requisitos, nos países baixos, aprovada pela Câmara Baixa e o Senado Holandês. (GOLDIM, 2003).

A Bélgica é o país que mais da abertura em casos de eutanásia, pois lá se permite a realização do método tanto em pessoas adultas, desde 2002, quanto em menores de idade entre 9 e 11 anos, desde 2014.

Tendo sido, pela primeira vez praticado essa prática em um menor em 2016, segundo a Agência Lusa (2016) a lei belga diz que, para que tal ato possa ser praticado, o menor deve estar “numa situação médica desesperada, resultando em morte em breve”, estar confrontada com um “sofrimento físico constante e insuportável que não pode ser atenuado e que resulta de uma doença acidental ou patológica grave e incurável”.

Luxemburgo, por sua vez, em 2009, se tornou o terceiro país da União Europeia a permitir a eutanásia, vindo em conjunto da redução de poderes do Duque Enrique I, que foi contrário à essa decisão, por questões de moral. "Não é sancionado penalmente e não pode conduzir a uma ação civil por danos o facto de um médico responder a um pedido de eutanásia ou de suicídio assistido" diz o texto da lei sancionada. (O GLOBO, 2009).

No caso da Suíça, a eutanásia é proibida, tendo pena de até três anos ou multa, porém o suicídio assistido é permitido, segundo a legislação, se não for por motivos egoístas, lá também existem duas organizações onde pode-se realizar esse tipo de procedimento, a Exit, que só aceita pacientes nacionais e domiciliados e a Dignitas que aceita pacientes tanto nacionais quanto estrangeiros. (COSTA, 2019)

Na Alemanha, são permitidos três métodos de interrupção de vida, a eutanásia indireta, que passou a ser aceita depois de uma decisão feita pela Corte federal de Justiça de 1966, a passiva, que é permitida para pacientes terminais desde que que haja seu consentimento, e o suicídio assistido que o médico pode dar

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o remédio para o paciente, mas é crucial que o próprio paciente o tome, e o médico, após isso, é obrigado a prestar socorro. (AGÊNCIAS, 2008)

Nos Estados Unidos, a eutanásia é permitida, atendendo a uma série de requisitos como por exemplo o paciente estar plenamente consciente para poder fazer dois pedidos verbais e um escrito, apenas em alguns estados, sendo eles: Washington, Oregon, Vermont, Novo México, Montana e Califórnia. Oregon foi o primeiro estado do país a ter esse ato legalizado, tendo seu início em 1997. (COSTA, 2019)

Um caso curioso sobre o Uruguai é que ele, possivelmente, tenha sido o primeiro país a legislar sobre a ocasionalidade de ocorrer a morte assistida. Ao entrar em vigor o seu Código Penal de 1934, em seu artigo 37 inciso III falava sobre “morte piedosa”, que abordava a questão das causas de impunidade. (GOLDIM, 1997)

A Colômbia é, há mais de 20 anos, o único país da América Latina que permite a prática da morte assistida, tratando esse ato como “morte com dignidade”, foi sancionada nova Lei que propõe que menores de idade também podem ter o direito de escolha sobre a sua morte, se igualando assim, à Holanda e Bélgica.

5. Materiais e métodos

Trata-se de pesquisa bibliográfica realizada em artigos científicos, livros e matérias jornalísticas reunindo informações diversas sobre o assunto.

6. Resultados e discussão

Este artigo teve como objetivo mostrar que pode haver sim uma discussão imparcial sobre tais assuntos, tendo em seu âmbito de visão as vantagens e desvantagens de tais atos, visando uma prática segura, sem qualquer tipo de corrupção, apenas sendo necessário que o país realmente pratique sua laicidade, usando do bom senso jurídico não deixando de lado os valores morais.

7. Considerações finais

Há países que não permitem de modo algum que a sua legislação seja influenciada pelas suas crenças, chegando a um entendimento racional e equilibrado, como por exemplo, a Suíça que trata os métodos de interromper a vida da forma mais natural e simples possível, mesmo que ainda atenda à alguns requisitos e características específicas, e que não permita, ainda, a prática de eutanásia ou suicídio assistido em menores de idade, inclusive é a portadora das duas maiores organizações que fornecem esse tipo de serviço, a Dignitas e a Exit entre vários outros países com diferentes legislações.

No Brasil, assuntos desse tipo, eutanásia, suicídio assistido, e até o aborto e pena de morte são vistos como tabus, já que aqui no nosso território a vida humana se sobressai entre todos os direitos fundamentais inclusive o de livre escolha já que envolve a legislação Penal, a maioria das pessoas prefere não discutir quando esses assuntos específicos vem à tona muitas vezes por motivos de crenças, moral e costumes, pois apesar do nosso Estado ser considerado legalmente laico, a religião e crenças em geral, que inclusive há várias diferentes como por exemplo: Evangélica, Católica, Espírita, Umbanda, Candomblé, Mórmon, etc, ainda dominam grande parte do Brasil em massa.

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8. Referências

AGÊNCIAS. “EUTANÁSIA E SUICÍDIO ASSISTIDO: O QUE DIZ A LEI ALEMÃ?”. Disponível em: https://www.dw.com/pt-br/eutan%C3%A1sia-e-suic%C3%ADdio-assistido-o-que-diz-a-lei-alem%C3%A3/a-3458609. Acesso em: 20/09/2019

BRASIL. Vade Mecun (2019). 16. ed. São Paulo: RT, 2019. 498 p. DE CAMPOS GOMES, Edlaine. ABORTO E EUTANÁSIA: DILEMAS CONTEMPORÂNEOS SOBRE OS LIMITES DA VIDA. Disponível em:

https://www.scielosp.org/scielo.php?pid=S0103-73312008000100006&script=sci_arttext&tlng=en Acesso em: 18/05/2019 FRANCISCO, Suzete. “OS PAÍSES QUE PERMITEM A EUTANÁSIA”. Disponível em: https://www.dn.pt/portugal/interior/os-paises-que-permitem-a-eutanasia-8959570.html. Acesso em: 23/08/2019.

GLOBO, o. “LUXEMBURGO É TERCEIRO PAÍS DA U.E A AUTORIZAR EUTANÁSIA”. Disponível em: https://www.dn.pt/globo/interior/luxemburgo-e-terceiro-pais-da-ue-a-autorizar-eutanasia-1172369.html. Acesso em:

20/09/2019

GOLDIM, José. “EUTANÁSIA - HOLANDA”. Disponível em: https://www.ufrgs.br/bioetica/eutanhol.htm Acesso em: 20/09/2019 GOLDIM, Roberto. “EUTANÁSIA - URUGUAI”. Disponível em: https://www.ufrgs.br/bioetica/eutanuru.htm. Acesso em: 20/09/2019

GUIMARÃES, Marcello. “EUTANÁSIA: NOVAS CONSIDERAÇÕES PENAIS”. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/2/2136/tde-07072010-151229/pt-br.php. Acesso em: 20/09/2019.

LUSA, Agência. “EUTANÁSIA FOI PRATICADA NA BÉLGICA PELA PRIMEIRA VEZ EM UM MENOR”. Disponível em:

https://observador.pt/2016/09/17/eutanasia-foi-praticada-na-belgica-pela-primeira-vez-a-um-menor/. Acesso em: 20/09/2019

SIQUEIRA-BATISTA, Rodrigo. EUTANÁSIA: PELAS VEREDAS DA MORTE E DA AUTONOMIA. Disponível em:

https://www.scielosp.org/article/csc/2004.v9n1/31-41/pt/ Acesso em: 18/05/2019

SIQUEIRA-BATISTA, Rodrigo. CONVERSAÇÕES SOBRE A "BOA MORTE": O DEBATE BIOÉTICO ACERCA DA EUTANÁSIA. Disponível em:

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