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XVI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ

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XVI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS

INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ

Síndrome de Down: Possíveis Benefícios do Exercício Físico

Marcele Santana Pinho

Discente do Curso de Educação Física

Universidade de Ribeirão Preto - UNAERP Campus Guarujá corremama2@gmail.com

Saulo Gil

Mestre em Ciências – Escola de Educação Física e Esporte da USP saulosgil@hotmail.com

Ricardo Toshio Enohi

Docente do Curso de Educação Física

Universidade de Ribeirão Preto - UNAERP Campus Guarujá profricardoenohi@hotmail.com

Este simpósio tem o apoio da Fundação Fernando Eduardo Lee

Linha de pesquisa: EDUCAÇÃO FÍSICA – Atividade Física na Promoção e Prevenção da Saúde

Apresentação: PÔSTER Resumo

A Síndrome de Down (SD) é uma condição genética que apresenta como características alterações físicas e intelectuais, como por exemplo, as mais simples: desenvolvimento da fala, dificuldades de aprendizagem, locomoção, etc., e as mais graves, como: cardiopatias congênitas, hipotireoidismo, convulsões, etc., todas elas podendo ser melhoradas. O diagnóstico desta Síndrome pode ocorrer durante o pré-natal, essa informação precoce tem o objetivo de orientar os pais quanto ao parto e aos cuidados a essa criança após este parto. É imprescindível que o professor construa um plano de atividades, se baseando nos conhecimentos que ele tem perante a realidade de sua turma, e dos materiais disponíveis em seu ambiente de trabalho, pois assim atingirá os principais objetivos que é o de estimular a cognição dos alunos e seus aspectos psicomotores. Para que as crianças com esta síndrome se adaptem bem nas aulas de Educação Física é necessário se atentar a alguns aspectos, como o espaço, os materiais e exercícios indicados para crianças com esta síndrome. De acordo com a Constituição Federal todos tem direito a Educação igualitária, com cidadania e dignidade para o bem-estar de todos, respeitando as diferenças de cada um. Os benefícios na prática da Educação Física para essas crianças estão nos domínios físicos e intelectuais. O objetivo do presente trabalho é revisar e evidenciar a importância do exercício físico em crianças com síndrome de Down.

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Abstract

The Down syndrome is a genetic condition that presents as characteristics physical and intellectual changes, for example, the most simple: speech development, learning difficulties, locomotion, etc., and the most severe, like: Congenital heart diseases, hypothyroidism, seizures, and others, all of which can be improved. The diagnosis of this syndrome may occur during prenatal care, and this early information has the objective of guiding parents regarding childbirth and care to this child in postpartum. It is imperative that the physical education teacher build a plan of activities, based on his knowledge, the reality of his class, and the available materials in his work environment, with this will achieve one of the main objectives that is to stimulate students in cognition and psychomotor aspects. For a good adaptation in physical education classes, for this children, it is necessary to pay attention to some aspects, such as space, materials, exercises indicated for children with this syndrome, and some others aspects. According to the Federal Constitution, everyone has the right to equal education, with citizenship and dignity for the welfare of all, respecting the differences of each one. The benefits in the practice of physical education for these children are in the physical and intellectual domains. The aim of this work is to review the importance of physical exercise for children with Down syndrome.

Keywords: Down syndrome; Physical education; Benefits. 1. Introdução

A Síndrome de Down (SD) refere-se a um conjunto de alterações físicas e intelectuais decorrentes de uma mutação genética, especificamente causada pela existência de uma terceira cópia do cromossomo 21, daí o nome trissomia 21 como também é conhecida esta síndrome. Dentre as características apresentadas é possível destacar algumas mais simples que podem ser melhoradas em grande magnitude tais como o atraso no desenvolvimento da fala, dificuldades de aprendizagem, locomoção, entre outros, e características mais graves como a presença de cardiopatias congênitas, hipotireoidismo, convulsões, entre outros (MOVIMENTO DOWN, 2013).

O diagnóstico da Síndrome de Down pode ser realizado precocemente. Atualmente, estão disponíveis testes que permitem identificar a presença da síndrome já durante o pré-natal. Embora o precoce diagnóstico, não existe cura para a mesma e o objetivo do precoce diagnóstico se dá por conta da missão da equipe de saúde em preparar os pais com relação ao parto, que pode haver complicações, e aos cuidados essenciais que se deve ter com a criança após o nascimento (NUSSBAUM, MCLNNES e WILLARD, 2002).

De acordo com a Constituição Federal, título III, artigo 4º, inciso III, todos os alunos têm direito a educação, inclusive os que possuem alguma deficiência e tem limitações incomuns com os demais alunos que são da mesma faixa etária. Foram eleitas a cidadania e a dignidade do indivíduo como algo essencial ao bem-estar, sem nenhuma discriminação e igualdade para todos no quesito educação preparando o mesmo para o mercado de trabalho. Diz ainda

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do direito de permanecer na escola com a devida acessibilidade, respeitando a capacidade de cada um (BRASIL, 1990). Este artigo mostra a obrigatoriedade de inserir a criança na escola, independentemente de suas condições físicas e/ou intelectuais, o que irá expor a estímulos necessários para o desenvolvimento.

Visto a atual legislação brasileira e apesar do atraso na aprendizagem, algumas crianças com Síndrome de Down frequentam escolas e salas de aula comuns, enquanto outras requerem ensino especializado. Independente do ambiente, é importante que o professor desenvolva um plano de atividades capaz de inserir esses alunos. Com isso, será possível alcançar os objetivos de estimular a cognição e outros aspectos psicomotores da criança seja ela com ou sem a Síndrome de Down (CORREIA, 1997).

O exercício físico, sendo praticado na escola ou em clubes esportivos é uma oportunidade de estimular o desenvolvimento da criança com Síndrome de Down. De acordo com MIRANDA (2008) para que a criança se adapte com facilidade às aulas de Educação Física é preciso se atentar a alguns critérios, como: o espaço, os materiais, as normas, as táticas, a utilização de agentes de ensino e outras orientações didáticas e exercícios que possam ser aplicadas às crianças com Síndrome de Down. Como já são conhecidos os efeitos do exercício em domínios físicos e intelectuais é possível que a atividade física promova uma série de benefícios para essas crianças. Neste sentido, o objetivo deste trabalho foi revisar a importância do exercício físico em crianças com Síndrome de Down.

2. Objetivo

O objetivo do presente trabalho é mostrar a importância do exercício físico em crianças com Síndrome de Down.

3. Revisão de Literatura

3.1 Conceitos de Síndrome de Down

A Síndrome de Down (doravante SD), descrita pela primeira vez na Inglaterra pelo médico inglês John Langdon Down (MENEGHETTI et al., 2009), é uma condição genética caracterizada pela trissomia do cromossomo 21. Todos os seres humanos são formados por centenas de milhões de células. Dentro das células existem os cromossomos que carregam informações sobre as pessoas, como cor dos olhos, cor do cabelo, cor da pele, entre outros (DÉA e DUARTE, 2009).

A causa desta síndrome se explica por uma alteração cromossômica. Diferentemente dos 23 pares de cromossomos que constituem na maioria das vezes o nosso genótipo, no caso da SD, há um material cromossômico excedente ligado ao par dos números 21, e por isso também é denominado como “trissomia do cromossomo 21” ou “trissomia 21”. Esta alteração afeta tanto características físicas quanto mentais (PEREIRA e TUDELLA, 2009). O diagnóstico da SD pode ser feito bem precoce, sendo muitas vezes identificado ao longo do pré-natal em que as mulheres grávidas são

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recomendadas a se submeter. Apesar do diagnóstico precoce, não existe cura para esta síndrome e o objetivo na detecção precoce é preparar os pais tanto em relação ao parto em que o neonatal pode necessitar de cuidados adicionais assim como orienta-los em como proceder após o nascimento (NUSSBAUM, MCLNNES e WILLARD, 2002).

Embora houvesse um importante aumento no conhecimento das características da SD nas últimas décadas, ainda não foi descoberto o porquê acontece a trissomia do cromossomo 21 em algumas pessoas. Sendo assim, com exceção da maior prevalência em mulheres que engravidam em idades mais avançadas, não existem meios de prevenção. Importantemente, a SD acomete indivíduos de diferentes etnias, classe social, etc (MOVIMENTO DOWN, 2013).

Como mencionado no parágrafo acima, atualmente existe uma conduta médica em que não se pode falar que a SD tem cura, pois ela não se trata de uma doença. É uma condição para a vida toda e que não pode ser alterada. Dessa forma, podemos dizer que, como qualquer outra pessoa,

O indivíduo com Síndrome de Down tem variados tipos de habilidades e dificuldades que podem ser reduzidas se as pessoas à sua volta tiverem uma atitude positiva em relação à síndrome de Down (MOVIMENTO DOWN, 2013, p. 23).

3.2 Características gerais das crianças com Síndrome de Down

Os Indivíduos portadores de Síndrome de Down apresentam uma série de alterações físicas, intelectuais e podem apresentar uma série de comorbidades como: cardiopatia congênita (50%); hipotonia (100%); problemas de audição (50-70%); visão (15-50%); alterações na coluna cervical (1-10%); distúrbios da tireoide (15%); problemas neurológicos (5-10%); obesidade e envelhecimento precoce (MOVIMENTO DOWN, 2013).

A origem da hipotonia se dá no sistema nervoso central e atinge toda a musculatura e ligamentos. Com o avanço da idade, a hipotonia é reduzida, porém ela sempre estará presente na vida desta criança em níveis variados. As crianças com SD apresentam como característica principal, um atraso em seu desenvolvimento neuropsicomotor. Por exemplo, a criança com SD apresenta retardo nas tarefas motoras como, por exemplo, sentar, sustentar a cabeça, engatinhar, andar, falar, entre outros

Há outras alterações que são comuns na SD, como malformações gastrointestinais, anal, doença de Hirschsprung ou Megacolo congênito, denominado também como megacolo a ganglionar ou moléstia de Hirschsprung que se refere a uma anomalia congênita grave que, se não diagnosticada e adequadamente tratada, pode levar o indivíduo à pessoa a morte (MOVIMENTO DOWN, 2013).

Em relação ao sistema nervoso central, é possível perceber que o tamanho do cérebro é afetado tanto em peso quanto em volume, essencialmente nas áreas lóbulo frontal, tronco cerebral e cerebelo, o que em tese, pode explicar as possíveis alterações intelectuais e motoras (NETTINA, 2003). A criança com SD exibem também problemas relacionados

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aprendizagem, sendo preciso o auxílio de profissionais multidisciplinares e uma ampla participação dos pais neste processo (SILVA E KLEINHANS, 2006).

Para que a criança com SD consiga se desenvolver, é preciso que tenha uma estimulação precoce (desde bebê) com uma equipe de multiprofissional (fonoaudiólogos, fisioterapeutas e terapeuta ocupacional). Assim que o recém nascido chegar a sua residência, a primeira recomendação é deixá-lo de barriga para baixo, visando o fortalecimento da musculatura do pescoço, peitos e costas, esta atividade deve ser adotada nos primeiros meses de vida (MOVIMENTO DOWN, 2013). Portanto, é imprescindível que as crianças que tem SD tenham estimulação desde cedo, para que consigam vencer todas as barreiras que essa síndrome origina.

3.3 Recomendações educacionais para crianças com Síndrome de Down

ORNELAS e SOUZA (2001) relatam que a proposta curricular do trabalho físico em alunos com SD nas aulas de educação física escolar deve visar: Reconhecer os mais variados movimentos corporais; Reconhecer as variadas partes corporais com suas devidas funções; Guiar-se no espaço e tempo; Desenvolvimento dos hábitos de vida em grupo; Desenvolvimento do equilíbrio corporal, seus movimentos; O ritmo; A sensibilidade; E os exercícios respiratórios. Adicionalmente, os autores ainda relatam que os professores necessitam se atentar sempre para o centro das atividades deve ser baseado em situações concretas, possibilitando experiências de manuseamento dos educandos; em experiências venham do âmbito familiar do educando; situações que podem causar o estresse devem ser evitadas; quando possível inserir a participação dos pais diante o processo de aprendizagem da criança; o professor deve usar com essa criança uma linguagem simples e clara, para que seja de fácil compreensão; e por fim, é fundamental que o professor e as pessoas envolvidas no processo educacional devem ter paciência.

É evidente que as atividades físicas voltadas para alunos com SD, têm particularidades próprias, pois os mesmos têm hipotonia generalizada com repercussão a nível muscular e ligamentar.(SCHWARTZMAN, 2003).

É sugerido que crianças com SD realizem algum tipo de exercício de força, resistência muscular e cardiovascular, sendo que estes fortalecem o sistema músculo esquelético e o sistema cardiovascular reduzindo a hipotonia e as infecções respiratórias (ORNELAS e SOUZA, 2001).

As crianças com SD possuem muita dificuldade na realização de atividades quando estão com os olhos fechados, portanto os movimentos que são essenciais na rotina são feitos de maneira desajeitada e sem coordenação. Tem sido relatado que a maior dificuldade que se encontra no desenvolvimento da aprendizagem em crianças com SD é a integração delas. É importante frisar que o desenvolvimento da criança com SD é o mesmo da criança sem necessidades especiais, a única distinção é que ocorre num processo mais lento, devido ao ritmo de integração com o meio social em que vive. Esta distinção não implica em dizer que essas alterações irão tornar a criança com SD inferiores às outras crianças, apenas que tais crianças usam artifícios de formas diferenciadas, ou seja, criam uma interiorização para adaptação do mundo (BONANY et al. 2001).

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Segundo MIRANDA (2008), há alguns critérios que podem ser adotados para que a criança com SD se adapte de forma facilitadora nas aulas de educação física que são enunciados a seguir:

- O espaço: o ambiente que será realizado as aulas de educação física precisa ser amplo, com a demarcação flexível e decorada com cores variadas para que seja um local convidativo. Além disso, precisa ter um terreno liso e plano (diminuindo o cansaço e facilidade de deslocamento dos alunos); variar as distâncias (de acordo com as necessidades); o educador tem que evitar que os alunos que possuem pouco domínio corporal, se exercitem perto de paredes, evitando contusões;

- Os materiais: usar poucos objetos, para que estes alunos não se distraiam; os objetos devem ser médios para que o manuseio de crianças com SD sejam fáceis, lembrando que a mão dessas crianças é pequena; os materiais deverão ser reduzidos quando uma adaptação for conquistada, fazendo com que haja agilidade nas atividades propostas; deixar as crianças com SD livres para manusear os mais variados tipos de materiais com seus determinados manejos.

- As normas: é necessário que os jogos e/ou exercícios precisam ser de pouca duração, e que não exija muita concentração. Quando uma atividade ou jogos simples será aplicado, deve-se explicar de maneira geral e durante os mesmos o educador vai falando mais orientações, o que irá facilitar o fazer e a memorização desse aluno.

- As táticas: quando a criança com SD está praticando alguma atividade física ou jogos, ela precisa de tempo para tomar decisões, e tempo significativo para dar respostas e pensar; a partir do momento que a criança com SD apresenta alguma habilidade motora, são delegadas a elas habilidades simples, para depois ir aumentando, ou seja, é aplicado de acordo com as etapas de execuções dessas crianças.

- Utilização de Agentes de Ensino: Os agentes de ensino são quando na turma tem alguma criança que precisa de uma ajuda a mais, eles entram em ação para auxiliar. O que depende muito do estágio de afetação da criança com SD. O auxílio desses agentes consiste na realização das atividades das crianças, quando apresentarem algum exercício difícil, ou quando o mesmo pode afetar mais em seu estado físico. Aconselha-se ainda que na idade de 5 a 7 anos é necessário um agente pois a criança tem hipotonia muito elevada.

- Outras orientações didáticas: Para que a criança com SD consiga se desenvolver, o educador tem que ser um agente transformador, estimulando-a com olhar na realidade desse aluno diante da bagagem que traz consigo. Auxiliará assim na evolução da aprendizagem. As crianças precisam se tornar independentes, com isso, os educadores estimulam para que realizem suas atividades cotidianas e rotineiras. É necessário reciclar os métodos de ensino, de acordo com a sua clientela. O educando já possui a sua bagagem cultural e conhecimentos prévios, cabe ao professor ter uma estratégia que ofereça respostas diferenciadas que se ajustem no processo de ensino e aprendizagem, atendendo as diferenças individuais de cada indivíduo.

- Exercícios que podem ser aplicados para crianças com SD: rodas rítmicas, caminhadas (lentas, rápidas, com palmas, entre outros), atividades

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para equilíbrio corporal, correr, pular, palmas, rodas, flexibilidades, danças individuais ou em grupo, danças aeróbicas, atividades de respiração, etc.

Finalmente, é preciso que o sistema escolar se adapte aos alunos e não esperar que ele se adapte numa estrutura de uma programação fechada, distante da realidade, isto é, adaptar àquele que não tem condições instrumentais de se interagir aos demais (MIRANDA, 2008).

3.4 Possíveis benefícios dentro da escola

De acordo com a Constituição Federal, título III, artigo 4º, inciso III, que fala do direito à educação e do dever de educar (1988, p. 41), define que os educandos com necessidades educacionais especiais são aqueles que têm em si, limitações incomuns, e, com isso, as dificuldades apresentadas são diferentes a dos demais alunos, relacionadas às aprendizagens escolares adequadas a faixa etária.

SERON et. al. (2015) sugere programas de treinamento e a prática de exercícios físicos, para jovens com SD, como forma de prevenção de riscos cardiovasculares. Discorre ainda que para esta população, manter um estilo de vida fisicamente ativa deve ser vista como uma estratégia que pode contribuir significativamente para a diminuição do sedentarismo e a obtenção de vários benefícios para a saúde.

ORNELAS e SOUZA, (2001) relatam que praticar Educação Física através dos exercícios, jogos esportivos, recreações e atividades físicas fornece de forma significativa a formação do ser humano em vários aspectos, tais como psicológico e biológico.

Um profissional da educação é imprescindível no ajustamento e convivência dentro da escola, é ele quem vai determinar a socialização dos alunos, conhecimento aprendido pelos educandos e a transferência desses conhecimentos e até na funcionalidade no dia-a-dia (JANUZZI, 2004).

Segundo CIDADE e FREITAS (2002), as aulas de educação física auxiliam de maneira significativa na inclusão de aluno que possuem alguma deficiência dentro das atividades da escola. Quando se trata de crianças com SD isso não muda, uma vez que as aulas podem ser aplicadas com atividades adaptadas, auxiliando nas habilidades físicas, melhorando a autoestima e resultando em uma melhor qualidade de vida do aluno independente da sua limitação. Por isso, ORNELAS e SOUZA, (2001) relatam que para que a todas as crianças consigam se desenvolver o máximo suas capacidades e habilidades, o educador tem que ser um agente transformador.

A equipe escolar também deve se organizar, e adaptar métodos e técnicas de ensino-aprendizagem, como por exemplo, atividades tecnológicas, atividades que estimulem a criatividade, o raciocínio lógico, concentração, coordenação e o equilíbrio. Além disso, a equipe gestora deve elaborar projetos que ofereçam uma estrutura adequada no prédio escolar, adaptando as salas, construindo rampas, salas de recursos, banheiros adaptados, professores preparados, etc., dessa forma, conseguirá garantir o desenvolvimento e aprendizagem dos educandos com deficiências, em particular daqueles com déficits intelectuais como o SD (ORNELAS e SOUZA, 2001).

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A Atividade Física Adaptada ressalta e incorpora todas as maneiras de participação desportiva de qualquer ser humano, mesmo com fortes limitações da capacidade de movimentos e seja qual for o propósito dessa atividade (educativo, recreativo, competitivo ou terapêutico) (MARQUES, MOURA e SILVA, 2001).

Segundo MARCONI e LAKATOS (2008), por meio de um programa estruturado na escola, as crianças com deficiências tendem a melhorar a saúde cardiovascular. Sendo assim, os autores sugerem que estas crianças estejam presentes nas aulas de educação física, pois tais atividades podem contribuir sobremaneira para a saúde do aluno com SD, que apresente prejuízos na saúde por conta do sedentarismo causado pela exclusão social. No entanto, é recomendado que diversos recursos estejam disponíveis a fim de facilitar qualquer obstáculo que possa impedir o acesso a inclusão de programas.

A escola é um ambiente propício para que aconteça a transformação social, devido a inclusão de oportunidades, com isso, é indispensável que todas as instituições apresentem adequada acessibilidade e profissionais capacitados para atender todas os alunos envolvidos na educação básica e fundamental, inclusive aquelas com algum tipo de limitação como a criança com SD (ORNELAS e SOUZA, 2001).

4. Considerações Finais

A prevalência da SD tem aumentando provavelmente devido aos avanços da medicina e melhor entendimentos dos profissionais da saúde envolvidos no diagnóstico e tratamento desta síndrome. Embora existam recomendações e leis para garantir a inserção do aluno com SD dentro do ambiente escolar ainda assim existem alguns obstáculos que dificultam este processo. Com isso, sugerem-se algumas mudanças e possíveis novas políticas públicas para que este processo de inclusão seja satisfatório.

A prática de exercícios físicos pode aumentar o desenvolvimento da criança com SD em diferentes aspectos, por exemplo, físico, fisiológico, psicológico, social, entre outros. Dentro da escola, o profissional de educação física pode auxiliar as crianças com SD de muitas formas, entre elas oferecer atividades que contribuam para a interação social, tarefas que estimulem os desenvolvimentos das habilidades motoras e capacidades físicas, usar métodos que integrem áreas de conhecimento a fim de estimular a cognição, etc. São muitas as oportunidades de trabalho para oferecer ao aluno com SD a fim de estimular o desenvolvimento da criança, porém, cabe ressaltar que a velocidade de aquisição de todos os benefícios pode diferir entre os alunos, necessitando que o profissional de educação física tenha habilidades suficientes para lidar com todas essas situações.

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5. Referências Bibliográficas

BONANY, T. et al. El juego y los alumnos con discapacidad. 3 ed. Barcelona:

Pai do Tribo, 2001. 184 p.

BRASIL. Lei Federal 8.069 de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da

Criança e do Adolescente. Brasília, 1990. Disponível em:

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CIDADE, R. E. A.; FREITAS, P. S. de. Introdução à educação física e ao

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CORREIA, L. M. Alunos com necessidades educativas especiais nas

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MARQUES, U. M.; MOURA, J. A.; SILVA, C. M. A. Actividade Física Adaptada: uma visão crítica. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, Porto, v. 1, n. 1, p. 73-79, 2001.

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