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Dicionário das Crises e das Alternativas

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Academic year: 2021

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Dicionário das Crises e das Alternativas

Centro de Estudos Sociais

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DICIONÁRIO DAS CRISES E DAS ALTERNATIVAS autor

Centro de Estudos Sociais – Laboratório Associado Universidade de Coimbra

editor

EDIÇÕES ALMEDINA, S.A.

Rua Fernandes Tomás, n

os

76, 78 e 79 3000-167 Coimbra

Tel.: 239 851 904 · Fax: 239 851 901 www.almedina.net · editora@almedina.net design de capa

FBA revisão Victor Ferreira pré-impressão

EDIÇÕES ALMEDINA, S.A.

impressão e acabamento

G.C. – GRÁFICA DE COIMBRA, LDA.

Palheira Assafarge, 3001-453 Coimbra producao@grafi cadecoimbra.pt Abril, 2012

depósito legal ....

Os dados e as opiniões inseridos na presente publicação são da exclusiva res- ponsabilidade do(s) seu(s) autor(es).

Toda a reprodução desta obra, por fotocópia ou outro qualquer processo, sem prévia autorização escrita do Editor, é ilícita e passível de procedimento judicial contra o infractor.

______________________________________________________

biblioteca nacional de portugal – catalogação na publicação Centro de Estudos Sociais – Laboratório Associado

Universidade de Coimbra

DICIONÁRIO DAS CRISES E DAS ALTERNATIVAS ISBN 978-972-40-4820-8

CDU 316

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tensões, defi nindo critérios e mecanismos para que o princípio da equidade social seja assegurado, mesmo com a defi nição e atualização de preços e a participação de privados.

A consagração do direito humano à água constitui um instrumento com potencial para minimizar os impactos negativos da mercantilização, ao defi - nir um montante mínimo gratuito de água por dia e por pessoa. A discussão em torno da governação da água inclui a criação de um modelo participa- tivo de defi nição de prioridades de utilização pelos habitantes da bacia de cada rio, lago ou aquífero, mesmo que internacional, e, ao mesmo tempo, a defesa da água como bem comum não só da região que a envolve, mas da própria humanidade. Estes diversos níveis não são excludentes e atribuem às pessoas, às comunidades, aos Estados, às regiões e à própria humanidade uma voz no processo de governação. Sem uma discussão alargada sobre a proteção da água e a garantia do acesso universal sustentável à água a toda a população, qualquer modelo de governação hídrica se encontra permeável aos interesses económicos e políticos do momento.

Paula Duarte Lopes

Ajuda externa

A ajuda externa é a transferência voluntária de recursos fi nanceiros, bens ou serviços para um Estado e respetiva sociedade, na forma de donativos ou empréstimos bonifi cados, com a fi nalidade de promover o desenvolvimento económico e o bem-estar social. Não obstante os dois princípios básicos da ajuda externa – emanar de um dever moral altruísta e produzir resultados benéfi cos para o recetor – encontrarem pouco eco nas relações internacio- nais contemporâneas, a recorrente associação do termo a situações em visí- vel contradição com esta lógica de motivação e impacto tem contribuído para um entendimento distorcido das intervenções dos países mais ricos em países mais pobres.

Particularmente evidente no caso de Portugal, o discurso dominante da

“ajuda” para se referir à ação da troika camufl a uma situação que deveria, na

realidade, ser caracterizada como empréstimo não-concessional, com juros

entre 4 e 5% que podem vir a atingir metade do valor total do fi nanciamento

externo. A ideia de “auxílio” não só engrandece os credores, como esconde a

principal motivação da intervenção externa: a salvaguarda dos seus próprios

interesses económicos – evidenciada pelo facto de os países que suportam

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Alemanha 23

a maior parte do empréstimo serem aqueles mais expostos a uma eventual falência do Estado português.

Esta representação generalizada da intervenção enquanto “ajuda” pro- duz ainda uma clara relação de poder entre credores e devedores que per- mite internalizar a culpa e externalizar a solução. Responsabilizado pela crise, o devedor é colocado numa situação de aceitação passiva das receitas impostas para a ultrapassar. Notícias sobre o governo português apostado em ser um “bom aluno” evidenciam uma lógica de dependência que não se esgota na sua dimensão fi nanceira e se manifesta, de forma porventura mais premente, na adoção acrítica do modelo económico prescrito pelos credo- res. Em última análise, a perceção de “ajuda” legitima a assimetria entre os países que intervêm e os que são intervencionados, construindo uma apa- rência de inevitabilidade que resiste mesmo perante resultados contraditó- rios e o agravamento da crise que se propunha resolver.

Teresa Cravo

Alemanha

Entre os países que constituem a atual União Europeia, a República Federal da Alemanha é o maior, o mais populoso e o que dispõe de uma economia mais robusta. No pós-Segunda Guerra Mundial, a rápida recuperação de um país destruído e dividido, na sequência do muitas vezes equivocamente chamado “milagre económico”, fez-se em dois planos: a partir de uma pode- rosa dinâmica de reconstrução e desenvolvimento baseada na ajuda externa, através do Plano Marshall, e, concomitantemente, através da integração europeia, com o embrião do que viria a ser a atual União. O processo de uni- fi cação, em 1990, colocou desafi os enormes à política e à economia alemãs, pela necessidade de destinar recursos avultadíssimos à integração do espaço alemão e à recuperação económica do Leste, mas, ao mesmo tempo, marcou o início de um reposicionamento e a defi nitiva conquista de um lugar cres- centemente hegemónico no contexto da União Europeia.

A situação europeia da RFA alterou-se muito substancialmente com a

unifi cação, a queda do império soviético e o deslocamento dos equilíbrios

interestatais, na sequência da adesão sucessiva de novos países à União

Europeia e da ressurreição do conceito de uma “Europa Central”. Com uma

marcada vocação exportadora, a economia alemã foi também uma das prin-

cipais benefi ciárias da criação da moeda única europeia. Apesar disso, no

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