• Nenhum resultado encontrado

Uma generalização de pseudogrupo estruturas

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Uma generalização de pseudogrupo estruturas"

Copied!
111
0
0

Texto

(1)Uma Generaliza¸c˜ ao de Γ-Estruturas. Genaro Pablo Zamudio Chauca. Tese apresentada ao ´ tica e Estat´ıstica Instituto de Matema da ˜ o Paulo Universidade de Sa para ˜ o do t´ıtulo obtenc ¸a de ˆncias Doutor em Cie. Programa: Matem´atica Orientador: Prof. Dr. Ivan Struchiner Durante o desenvolvimento deste trabalho o autor recebeu aux´ılio financeiro da CAPES e do CNPq S˜ ao Paulo, abril de 2018.

(2) Uma Generaliza¸c˜ ao de Γ-Estruturas. Esta vers˜ao da tese cont´em as corre¸c˜oes e altera¸c˜oes sugeridas pela Comiss˜ ao Julgadora durante a defesa da vers˜ao original do trabalho, realizada em 20/04/2018. Uma c´opia da vers˜ao original est´a dispon´ıvel no Instituto de Matem´atica e Estat´ıstica da Universidade de S˜ao Paulo.. Comiss˜ao Julgadora: • Prof. Dr. Ivan Struchiner (orientador) - IME-USP • Prof. Dr. Cristian Ortiz - IME-USP • Prof. Dr. Rui Loja Fernandes - UI • Profa . Dra . Maria Amelia Salazar Pinz´on - UFF • Prof. Dr. Pedro Walmsley Frejlich - UFRGS.

(3) Agradecimentos Tem muitas pessoas as quais devo agradecer por ter me ajudado a completar essa jornada. Em primeiro lugar agradecer a minha fam´ılia, meus pais Abraham e Rosa, meus irm˜aos Abraham e Sofia e meu sobrinho Jano. Espero que essa conquista possa enorgulhecer vocˆes e ela seja uma forma de retribui¸c˜ ao a todo o carinho e afeto que me deram. Agrade¸co o apoio incondicional de Denisse, a minha companheira nessa longa caminhada que ´e a vida. J´a s˜ao muitas experiencias que temos vivido juntos e sei que elas me tornaram uma melhor pessoa. Obrigado por compartilhar comigo essa alegria t˜ao particular de viver. Agrade¸co aos amigos que encontrei em S˜ao Paulo: Julio Bueno, Julio Malo, Gabriela, Carolina, Jose e Diana, German, Charlie, Elkin, Harry, Edu, Aura, Jorgito, Sergio, e aos mais pr´oximos Alex, Diego e Diana. Obrigado pelas conversas, caf´es, cervejas e por fazer me sentir em casa. Agrade¸co ao meu orientador Ivan Struchiner. Sinto que Ivan foi aquele irm˜ao mais velho que me ensino e me ajudou na base das suas experiencias. Provavelmente esse trabalho poderia ter sido bem mais sucedido se eu tivera recolhido todas as indica¸c˜oes do Ivan, mas tamb´em acredito que eu sentiria ele menos o meu trabalho. Obrigado Ivan por essa liberdade. Agrade¸co aos colegas, professores e funcion´arios do IME-USP. Meu passo pelo instituto foi uma das melhores experiencias que j´ a tive, e sou muito afortunado pelas excelentes pessoas que conheci. Gostaria dedicar esse trabalho ` a memoria do Prof. Holger Valqui. Foi muito afortunado de conhecer ao Profe Valqui quando come¸cava a minha vida acadˆemica e devo a ele grande parte da minha forma¸c˜ ao como cientista. Nunca vou esquecer a sua frase: “Quien realmente entiende las cosas puede explicarlas de la manera m´ as sencilla posible”. Finalmente, e n˜ ao menos importante, agrade¸co `a CAPES e ao CNPq pelo auxilio financeiro durante a realiza¸c˜ ao deste trabalho.. i.

(4)

(5) Resumo ZAMUDIO CHAUCA, Genaro Pablo. Uma Generaliza¸ c˜ ao de Γ-Estruturas. 2018. viii + 101 f. Tese (Doutorado) - Instituto de Matem´atica e Estat´ıstica, Universidade de S˜ao Paulo, S˜ao Paulo, 2018. J´a ´e bem estabelecido na geometria diferencial o uso de fibrados principais com grupo de estrutura para a defini¸c˜ ao e o estudo de algumas estruturas geom´etricas na base do fibrado. O uso de fibrados principais com grupoide de estrutura na defini¸c˜ao de estruturas geom´etricas sobre variedades n˜ao tem sido muito explorada. O u ´nico exemplo do uso desses fibrados para definir estruturas geom´etricas foi dado Haefliger. Ele mostrou que folhea¸c˜oes regulares sobre uma variedade est˜ ao em correspondˆencia com uma classe de fibrados principais com grupoide de estrutura, e usando a classifica¸c˜ao de fibrados principais ele obtive a classifica¸c˜ao de folhea¸c˜oes regulares a menos de homotopia sobre uma variedade aberta. Neste trabalho propomos uma defini¸c˜ao a qual generaliza as folhea¸c˜oes regulares para produzir uma classe de fibrados vetoriais ancorados e provamos para eles um teorema de classifica¸c˜ ao no espirito do teorema de Haefliger. Depois aplicamos a teoria desenvolvida aos grupoides com formas multiplicativas e mostramos como a nossa defini¸c˜ao permite trasladar a geometria guardada na forma multiplicativa para a base do fibrado principal. Em seguida voltamos para o caso de folhea¸c˜oes regulares e mostramos que a nossa proposta permite incluir novas estruturas transversais ` a folhea¸c˜ao. Palavras-chave: Grupoides de Lie, fibrados principais, Γ-estruturas, formas multiplicativas, folhea¸c˜oes regulares, geometria transversal.. iii.

(6)

(7) Abstract ZAMUDIO CHAUCA, Genaro Pablo. A Generalization of Γ-Structures. 2018. viii + 101 p. Tese (Doutorado) - Instituto de Matem´atica e Estat´ıstica, Universidade de S˜ao Paulo, S˜ao Paulo, 2018. It is well know in differencial geometry the use of principal bundles with structure group to define and study some geometric structures on the base of the bundle. The use of principal bundle with a structure groupoid has not been extensively studied yet. The only example using this kind of bundle was provided by Haefliger in his study of regular foliations. Haefliger showed that regular foliations can be identified with some class of principal bundles with structure groupoid, then by using the classifying theorem of principal bundles he arrived to the classification theorem of regular foliations up to homotopy on open manifolds. In this work we will propose a definition that generalizes regular foliations to include anchored vector bundles and, will prove a classification theorem for these structures in the spirit of Haefliger’s theorem. Then we will apply this theory to groupoids with multiplicative forms and show that our definition permits to transfer the geometry encoded in the multiplicative form to the base of the bundle. Then we will back to the case of regular foliations and show that our proposal allow new transversal structures to the foliation. Keywords: Lie groupoids, principal bundles, Γ-structures, multiplicative forms, regular foliations, transversal geometry.. v.

(8)

(9) Sum´ ario Introdu¸ c˜ ao. 1. 1 Grupoides de Lie e G-fibrados principais. 5. 1.1. Grupoides de Lie . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 5. 1.2. Algebroides de Lie . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 8. 1.2.1. Algebroide de Lie de um grupoide de Lie . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 8. G-fibrados principais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 10. 1.3.1. Cociclos de Haefliger . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 13. 1.3.2. G-morfismos e G-homotopias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 15. 1.3.3. Pullback de G-fibrados principais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 16. Espa¸cos classificantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 19. 1.4.1. Constru¸c˜ ao do G-fibrado universal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 22. 1.4.2. Classifica¸c˜ ao de G-fibrados principais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 23. 1.5. G-fibrados associados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 27. 1.6. Equivalˆencia de Morita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 30. 1.7. Bise¸c˜ oes e pseudogrupos generalizados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 32. 1.7.1. Grupoide ´etale gerado por um pseudogrupo generalizado . . . . . . . . . . .. 34. 1.7.2. Rela¸c˜ ao entre um Γ-fibrado principal e o seu G-fibrado principal associado .. 38. 1.7.3. Gr´ afico de um Γ-fibrado principal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 40. 1.3. 1.4. 2 Fibrados vetoriais ancorados e aplica¸ c˜ oes transversais 2.1 2.2. 43. Fibrados vetoriais ancorados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 43. 2.1.1. Pullback de fibrados vetoriais ancorados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 44. Jatos e classifica¸c˜ ao de aplica¸c˜oes transversais a um fibrado vetorial ancorado . . .. 46. 2.2.1. Teorema de classifica¸ca˜o de aplica¸c˜oes transversais a fibrados vetoriais ancorados ` a la Gromov-Phillips . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 3 Uma generaliza¸ c˜ ao de Γ-estruturas. 50 53. 3.1. Γ-estruturas cl´ assicas e estruturas de Haefliger . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 53. 3.2. Γ-fibrados vetoriais ancorados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 57. 3.2.1. Classifica¸c˜ ao de Γ-f.v.a. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 65. G-fibrados de Morita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 69. 3.3.1. 72. 3.3. Pseudogrupo de solu¸c˜ oes de uma forma multiplicativa . . . . . . . . . . . .. vii.

(10) ´ SUMARIO. viii. 4 Γ-folhea¸ c˜ oes. 77. 4.1. Classifica¸c˜ ao de Γ-folhea¸c˜ oes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 81. 4.2. Classifica¸c˜ ao de folhea¸c˜ oes transversalmente homogˆeneas . . . . . . . . . . . . . . .. 85. 4.2.1. Conex˜ oes de Cartan . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 85. 4.2.2. Folhea¸c˜ oes regulares transversalmente homogˆeneas . . . . . . . . . . . . . .. 87. A No¸ c˜ oes de espa¸ c˜ os ´ etales. 89. B Formas b´ asicas em uma submers˜ ao sobrejetora. 93. Referˆ encias Bibliogr´ aficas. 97. ´ Indice Remissivo. 101.

(11) Introdu¸ c˜ ao A no¸c˜ao de folhea¸c˜ ao regular foi introduzida por Ehresmann e Reeb[ER44], como uma generaliza¸c˜ao natural da parti¸c˜ ao de uma variedade pelas curvas integrais de um campo vetorial. Sobre uma variedade topol´ ogica B de dimens˜ao n, uma estrutura de variedade folheada de codimens˜ ao k ´e definida por um atlas maximal fi : Ui ⊂ Rk × Rn−k −→ B tal que fi (Ui ) cobrem B e as mudan¸cas de coordenadas s˜ ao homeomorfismos da forma (x, y) 7−→ (ϕ(x), ψ(x, y)), onde x ∈ Rk e y ∈ Rn−k . A estrutura ser´ a dita diferenci´ avel ou anal´ıtica se as mudan¸cas de coordenadas s˜ao diferenci´ aveis ou anal´ıticas. Em seguida Ehresmann generalizou esta no¸c˜ao substituindo Rk e Rn−k por um par de espa¸cos topol´ogicos M e F quaisquer e as mudan¸cas de coordenadas sendo elementos de um pseudogrupo de homeomorfismos locais do produto M × F localmente da forma (x, y) 7−→ (ϕ(x), ψx (y)); onde ϕ e ψx pertencem respetivamente aos pseudogrupos de automorfismos locais de M e F . Haefliger em [Hae58] utilizou o grupoide Γ ⇒ Rk de germes de transforma¸c˜oes locais de Rk para definir e estudar propriedades de folhea¸c˜oes regulares de codimens˜ao k em uma variedade. De fato, Haefliger mostrou que folhea¸c˜ oes regulares em uma variedade B se correspondem com uma classe de Γ-fibrados principais sobre B. O trabalho de Haefliger teve foco no estudo da existˆencia e da deforma¸c˜ ao dessas estruturas. Por exemplo, Haefliger mostrou em [Hae58] que n˜ao existe folhea¸c˜ao anal´ıtica de codimens˜ ao um sobre a esfera S 3 . Gostar´ıamos apontar que o ponto de vista de Haefliger inclui naturalmente as Γ-estruturas em B como folhea¸c˜oes de codimens˜ao zero, e mais particularmente as G-estruturas integr´aveis, para G um subgrupo do GL(n, R) e com n = dimB. Ap´os alguns anos, e depois da chegada dos teoremas de classifica¸c˜ao de submers˜oes por Phillips em [Phi67] e de classifica¸c˜ ao de aplica¸c˜oes transversais a uma folhea¸c˜ao por Phillips em [Phi70] e Gromov em [Gro69], Haefliger em [Hae70] e [Hae71a] apresentou o teorema de classifica¸c˜ ao a menos de homotopia de folhea¸c˜ oes regulares sobre uma variedade aberta. Isto equivale a responder a seguinte pergunta: Dadas duas folhea¸c˜oes da mesma codimens˜ao sobre uma variedade, quando pode-se deformar uma delas na outra atrav´es de folhea¸c˜oes da mesma codimens˜ao? Ademais, o ponto de vista de Haefliger para definir folhea¸c˜oes regulares permite estudar tamb´em, apos a escolha de pseudogrupos espec´ıficos de transforma¸c˜oes locais de Rk , certas geometrias transversais `a folhea¸c˜ ao como estruturas simpl´eticas ou m´etricas riemannianas. A historia da classifica¸c˜ ao de folhea¸c˜oes regulares em variedades n˜ao necessariamente abertas foi completada por Thurston em [Thu74] para folhea¸c˜ oes de codimens˜ ao maior que um e em [Thu76] para folhea¸c˜oes de codimens˜ ao um. Thurston usa uma defini¸c˜ ao de equivalente de folhea¸c˜ao regular `a dada por Haefliger mas um m´etodo diferente de prova do teorema de classifica¸c˜ao de folhea¸c˜oes, pois os teoremas de Phillips e Gromov s´o s˜ ao validos para variedades abertas. O objetivo deste trabalho ´e utilizar os grupoides de Lie na defini¸c˜ao e no estudo de estruturas geom´etricas sobre variedades, seguindo a filosofia de Haefliger no seu estudo de folhea¸c˜oes regulares. 1.

(12) 2. ˜ INTRODUC ¸ AO. Grupoides de Lie s˜ ao uma generaliza¸c˜ ao de grupos de Lie e de variadades diferenci´aveis. Como j´ a ´e padr˜ao na literatura, os grupos de Lie podem ser pensados como transforma¸c˜oes de simetria de uma variedade; de forma semelhante os grupoides de Lie podem ser pensados como transforma¸c˜oes de simetria de um espa¸co fibrado. Na teoria de grupoides de Lie o conceito de transforma¸c˜ao local se generaliza naturalmente para o conceito de bise¸c˜ ao local, e pseudogrupos de transforma¸c˜oes locais se generalizam para pseudogrupos de bise¸c˜ oes locais, os quais s˜ao chamados de pseudogrupos generalizados. Desde esse ponto de vista os pseudogrupos de transforma¸c˜oes locais de uma variedade M se identificam com os pseudogrupos generalizados do grupoide de pares de M , um dos grupoides mais simples na teoria de grupoides de Lie. Nosso objetivo nesse trabalho ´e definir e estudar as estruturas que surgem quando substitu´ımos pseudogrupos de transforma¸c˜ oes locais por pseudogrupos de bise¸c˜oes locais de um grupoide de Lie. Para isso primeiro propomos a defini¸c˜ao dos Γ-fibrados vetoriais ancorados, abreviadamente Γ-f.v.a., onde Γ ´e um pseudogrupo de bise¸c˜oes locais. Os Γ-f.v.a ser˜ao certos fibrados principais com grupoide de estrutura o grupoide de germes de elementos em Γ e os quais tem naturalmente associado um fibrado vetorial ancorado. Esse fibrado vetorial ancorado associado ´e localmente isomorfo ao pullback ancorado de um fibrado vetorial ancorado modelo a : E −→ T M e colado globalmente de forma que o objeto global tamb´em ´e um fibrado vetorial ancorado. A motiva¸c˜ao para a introdu¸c˜ ao dos Γ-f.v.a. ´e a seguinte. Apesar que os grupoides de Lie G ⇒ M n˜ao possuem representa¸c˜ oes canˆ onicas, o seu grupoide de 1-jatos J 1 G ⇒ M tem uma representa¸c˜ ao canˆonica sobre o algebroide ρ : A −→ T M de G, o qual ´e um exemplo de um fibrado vetorial ancorado, e as bise¸c˜ oes locais de G agem por automorfismos locais de A preservando a ˆancora e o colchete de Lie nas se¸c˜ oes de A. Em seguida desenvolvemos a teoria de pullback e homotopia de Γ-f.v.a. e apresentamos o teorema de classifica¸c˜ ao dos Γ-f.v.a. Desde certa perspectiva, os Γ-f.v.a. e o seu teorema de classifica¸c˜ ao s˜ao o maior ˆambito no qual as ferramentas e o m´etodo de prova do teorema de classifica¸c˜ao de folhea¸c˜oes regulares devido a Haefliger continuam valendo quando substitu´ımos pseudogrupos de transforma¸c˜oes locais por pseudogrupos de bise¸c˜oes locais. Finalmente introduzimos as Γ-folhea¸co˜es os quais ser˜ao uma classe de Γ-f.v.a. que ao mesmo tempo definem uma folhea¸c˜ ao regular. Assim para uma Γ-folhea¸c˜ao o fibrado vetorial ancorado a : E −→ T M torna-se em um modelo para a geometria transversal `a folhea¸c˜ao regular subjacente. Dessa forma Γ-folhea¸c˜ oes ser˜ ao folhea¸c˜ oes regulares com geometria transversal definida por um fibrado vetorial ancorado modelo. Logo desenvolvemos a teoria de pullback e homotopia de Γfolhea¸c˜oes e apresentamos o teorema de classifica¸c˜ao de Γ-folhea¸c˜oes. O teorema de classifica¸c˜ ao de Γ-folhea¸c˜oes ´e uma extens˜ ao direta do teorema de classifica¸c˜ao de folhea¸c˜oes regulares devido a Haefliger em [Hae71a]. Organiza¸ c˜ ao do trabalho • No Cap´ıtulo 1 apresentamos os resultados preliminares da teoria de grupoides de Lie G ⇒ M e os G-fibrados principais. Assim as Se¸c˜oes 1.1, 1.2 e 1.6 s˜ao brevemente dedicadas a conceitos j´ a padr˜ao em muitas referencias sobre grupoides de Lie. As Se¸c˜oes 1.3, 1.4 e 1.5 s˜ao dedicadas a conceitos um pouco menos padr˜ ao na literatura sobre grupoides de Lie, por´em esses resultados s˜ao uma generaliza¸c˜ ao direta dos correspondentes na teoria de fibrados principais com grupo.

(13) 3 de estrutura. Na Se¸c˜ ao 1.7 tratamos os pseudogrupos generalizados Γ e o seu grupoide de germes Γ ⇒ M . O resultado mais importante dessa se¸c˜ao ´e a constru¸c˜ao do gr´afico de um Γ-fibrado principal, o qual ´e uma generaliza¸c˜ao de um resultado semelhante obtido para pseudogrupos de transforma¸c˜ oes locais. • No Cap´ıtulo 2 apresentamos os resultados preliminares da teoria de fibrados vetoriais ancorados. O resultado mais importante desse cap´ıtulo ´e a classifica¸c˜ao de aplica¸c˜oes transversais a um fibrado ancorado apresentado na Se¸c˜ao 2.2, esse teorema acompanhado da constru¸c˜ ao do gr´afico de um Γ-fibrado principal s˜ao as pe¸cas fundamentais para as provas dos teoremas de classifica¸c˜ ao apresentados nos Cap´ıtulos 3 e 4. • O Cap´ıtulo 3 come¸ca com uma revis˜ao das Γ-estruturas cl´assicas e das estruturas de Haefliger, onde descrevemos brevemente algumas consequˆencias do ponto de vista de Haefliger para estudar folhea¸c˜ oes regulares. Na Se¸c˜ao 3.2 introduzimos os Γ-f.v.a. e provamos o seu teorema de classifica¸c˜ ao. Os Γ-f.v.a. s˜ ao Γ-fibrados principais que tem canonicamente associado um fibrado vetorial ancorado o qual ´e localmente modelado por um fibrado vetorial ancorado a : E −→ T M fixado. Na Se¸c˜ ao 3.3 introduzimos os G-fibrados de Morita e os G-fibrado principais Γ-planos. Os G-fibrados de Morita que s˜ao Γ-planos s˜ao a imagem dos Γ-f.v.a. com modelo local igual ao algebroide ρ : A −→ T M de G via o morfismo canˆonico Γ 7−→ G. Em seguida mostramos que com a escolha adequada do Γ ´e poss´ıvel transportar formas multiplicativas do grupoide G para formas na base do G-fibrado principal ou para formas multiplicativas no correspondente grupoide de gauge do G-fibrado principal. • No Cap´ıtulo 4 definimos as Γ-folhea¸c˜oes e provamos o seu teorema de classifica¸c˜ao. Em seguida apresentamos um corol´ ario o qual responde a seguinte pergunta: Fixada uma folhea¸c˜ ao regular, quando ela admite uma estrutura transversal localmente isomorfa a um fibrado vetorial ancorado modelo a : E −→ T M ?.

(14)

(15) Cap´ıtulo 1. Grupoides de Lie e G-fibrados principais Neste cap´ıtulo iremos lembrar as defini¸c˜oes e propriedades elementares da teoria de grupoides de Lie. As nossas principais referencias para a teoria de grupoides de Lie s˜ao os livros de Mackenzie [Mac05], de Moerdijk e Mrˇcun[MM03] e as notas de Crainic e Fernandes [CF11]. Para uma motiva¸c˜ao ao estudo e introdu¸c˜ ao hist´ orica dos grupoides de Lie recomendamos a leitura das notas do final de cap´ıtulo nas referencias [Mac05] e [CF11].. 1.1. Grupoides de Lie. O objeto de estudo principal neste trabalho s˜ao os grupoides de Lie. A defini¸c˜ao mais curta de grupoide, sem nenhuma estrutura adicional, ´e a seguinte. Defini¸ c˜ ao 1.1. Um grupoide G ´e uma categoria (pequena) onde todos os morfismos s˜ ao isomorfismos. O conjunto de morfismos do grupoide ser´a denotado pela mesma letra G e o conjunto de objetos do grupoide ser´ a denotado por M . H´ a uma serie de aplica¸c˜oes entre G e M as quais vem da defini¸c˜ ao de grupoide • “Source” s : G → M ; a qual associa a cada elemento em G o seu dom´ınio. • “Target” t : G → M ; a qual associa a cada elemento em G o seu codom´ınio. • Unidade u : M → G; a qual associa a cada objeto em M o seu morfismo identidade em G • Invers˜ao i : G → G; a qual associa a cada morfismo em G o seu morfismo inverso • Multiplica¸c˜ ao m : G (2) → G; a qual associa a cada par de morfismos compon´ıveis em G a sua . composi¸c˜ ao, onde G (2) = (g, h) ∈ G × G : s(g) = t(h) . Estas aplica¸c˜ oes s˜ ao chamadas de aplica¸c˜oes de estrutura e elas satisfazem algumas condi¸c˜oes as quais s˜ao consequˆencia da Defini¸c˜ ao 1.1, vide por exemplo a p´agina 112 em [MM03] ou a p´ agina 4 em [CF11]. Segue dessas condi¸c˜ oes que as aplica¸c˜oes s e t s˜ao sobrejetoras, a aplica¸c˜ao u ´e injetora e a aplica¸c˜ ao i ´e uma bije¸c˜ ao. Denotaremos um grupoide por G ⇒ M ; os morfismos em G 5.

(16) 6. GRUPOIDES DE LIE E G-FIBRADOS PRINCIPAIS. ser˜ao denotados por g : x → y, onde s(g) = x e t(g) = y; o morfismo inverso de g ser´a denotado por i(g) = g −1 , e o morfismo identidade em x ser´a denotado por u(x) = 1x . Este trabalho ser´ a desenvolvido na categoria diferenci´ avel, com exce¸c˜ao da se¸c˜ao referente a espa¸cos classificantes onde as constru¸c˜oes s˜ ao feitas na categoria topol´ogica. Por isto a nossa seguinte defini¸c˜ao ´e a de grupoide diferenci´avel ou grupoide de Lie. Defini¸ c˜ ao 1.2. Um grupoide de Lie ´e um grupoide G ⇒ M onde G ´e uma variedade diferenci´ avel (possivelmente n˜ ao Hausdorff ), M ´e uma variedade diferenci´ avel, todas as aplica¸co ˜es de estrutura s˜ ao diferenci´ aveis, e as aplica¸c˜ oes s e t s˜ ao submers˜ oes. Ent˜ao, num grupoide de Lie as aplica¸c˜oes s e t s˜ao submers˜oes sobrejetoras, a invers˜ao i ´e um difeomorfismo e a unidade u ´e um mergulho. Assim, para cada x ∈ M , as imagens inversas s−1 (x) e t−1 (x) s˜ ao subvariedades mergulhadas de G e s˜ao chamadas de s-fibra e t-fibra em x, respectivamente. A invers˜ ao induz a difeomorfismo entre estas duas subvariedades i : s−1 (x). t−1 (x). g. g −1. Dado g : x → y, a multiplica¸c˜ ao ` a direita pelo elemento g ∈ G ´e definida somente sobre a s-fibra em y e induz um difeomorfismo sobre a s-fibra em x Rg : s−1 (y). s−1 (x). h. hg. Analogamente, a multiplica¸c˜ ao ` a esquerda por g induz um difeomorfismo entre a t-fibra em x e a t-fibra em y. Para cada x ∈ M a restri¸c˜ ao da multiplica¸c˜ao ao conjunto Gx = s−1 (x) ∩ t−1 (x) induz uma estrutura de grupo em Gx . Na verdade Gx ´e um grupo de Lie chamado de grupo de isotropia . em x. Finalmente, Ox = t(g) : g ∈ s−1 (x) ⊂ M ´e uma subvariedade imersa chamada de ´orbita em x. Defini¸ c˜ ao 1.3. Um grupoide de Lie ´e chamado de transitivo se ele tem apenas uma orbita, i.e. dado qualquer par (y, x) ∈ M × M ent˜ ao existe um elemento g ∈ G tal que s(g) = x e t(g) = y. Defini¸ c˜ ao 1.4. Sejam G ⇒ M e H ⇒ N dois grupoides de Lie. Um morfismo de grupoides de Lie ´e um functor diferenci´ avel de G em H. De outro modo, um morfismo de grupoides de Lie ´e um par de aplica¸c˜ oes diferenci´ aveis F : G −→ H, f : M −→ N que comutam com todas as aplica¸c˜ oes de estrutura dos grupoides. Como ´e mostrado na Proposi¸c˜ ao 1.2.2 em [Mac05], para que (F, f ) seja um morfismo de grupoides de Lie ´e suficiente que elas comutem com as aplica¸c˜oes s, t e m. Se (F, f ) : G −→ H ´e um morfismo de grupoides ent˜ ao a aplica¸c˜ ao f envia orbitas de G em orbitas de H, e F envia o grupo de isotropia de G em x para o grupo de isotropia de H em f (x). Agora apresentaremos alguns exemplos de grupoides de Lie. Exemplo 1.5. Um grupo de Lie G ´e equivalente a um grupoide de Lie G ⇒ {∗} onde o conjunto de objetos cont´em um elemento s´ o. Sejam G, H dois grupos de Lie, ent˜ ao morfismos de grupoide de G ⇒ {∗} em H ⇒ {∗} coincidem com os morfismos de grupos de Lie de G em H..

(17) GRUPOIDES DE LIE. 7. Exemplo 1.6. Uma variedade M ´e um grupoide de Lie M ⇒ M onde todas as aplica¸c˜ oes de estrutura s˜ ao a aplica¸c˜ ao identidade idM . Sejam M, N duas variedades, ent˜ ao morfismos de grupoides de Lie M ⇒ M em N ⇒ N coincidem com as aplica¸c˜ oes diferenci´ aveis de M em N . Exemplo 1.7. Seja M uma variedade. O produto cartesiano M × M ´e um grupoide de Lie sobre M , cada par (y, x) ´e considerado como um morfismo x → y. A multiplica¸c˜ ao e a inversa neste grupoide s˜ ao definidas por (z, y)(y, x) = (z, x),. (y, x)−1 = (x, y). e dado x ∈ M temos 1x = (x, x). Este grupoide ´e chamado de grupoide dos pares de M e ´e denotado por M × M ⇒ M . O grupoide M × M ⇒ M ´e um exemplo de um grupoide transitivo. Exemplo 1.8. Seja π : P −→ B uma submers˜ ao sobrejetora. Ent˜ ao o produto fibrado P ×B P = . (q, p) ∈ P ×P : π(q) = π(p) ´e uma subvariedade mergulhada de P ×P . A restri¸c˜ ao das aplica¸c˜ oes de estrutura do grupoide de pares de P para P ×B P fornece de uma estrutura de grupoide de Lie para P ×B P ⇒ P , esse grupoide ´e chamado de grupoide de submers˜ ao de π : P −→ B. Exemplo 1.9. Seja G × M → M uma a¸c˜ ao do grupo de Lie G sobre a variedade M . O produto cartesiano G × M ´e um grupoide sobre M , chamado de grupoide de transforma¸c˜ ao ou grupoide de a¸c˜ ao, e denotado por G n M ⇒ M . Para cada morfismo (g, x) temos definido s(g, x) = x, t(g, x) = gx, u(x) = (1, x), onde 1 ´e o elemento identidade em G. A multiplica¸c˜ ao e a inversa s˜ ao definidas por (h, y)(g, x) = (hg, x),. (g, x)−1 = (g −1 , gx). As ´ orbitas e as isotropias do grupoide G n M ⇒ M coincidem com as ´ orbitas e as isotropias da a¸c˜ ao G × M → M . Exemplo 1.10. Sejam G um grupo de Lie e π : P −→ B um G-fibrado principal. Denote por P ⊗G P o quociente de P × P pela a¸c˜ ao diagonal de G. Assim P ⊗G P herda estrutura de variedade diferenci´ avel e tamb´em tem estrutura de grupoide de Lie sobre B. Para cada morfismo [p, q] ∈ P ⊗G P temos s([p, q]) = π(q) e t([p, q]) = π(p). A multiplica¸c˜ ao e inversa s˜ ao definidas por [p, q][q, r] = [p, r],. [p, q]−1 = [q, p]. e dado b ∈ B temos 1b = [p, p], onde p ∈ π −1 (b). Este grupoide ´e chamado de grupoide de gauge do G-fibrado principal P e ´e denotado por P ⊗G P ⇒ B. Note que P ⊗G P ⇒ B ´e um grupoide transitivo. Exemplo 1.11. Seja π : E → M um fibrado vetorial. Denote por GL(E) o conjunto de isomorfismos lineares entre as fibras de E, i.e. GL(E) = {g : Ex → Ey : x, y ∈ M, g ´e um isomorfismo linear} O conjunto GL(E) tem estrutura de variedade diferenci´ avel induzida pelo atlas de fibrado de E e ´e um grupoide de Lie sobre M . Dado um morfismo g : Ex → Ey temos s(g) = x, t(g) = y, i(g) = g −1 , 1x = idEx ; e a multiplica¸c˜ ao ´e simplesmente a composi¸c˜ ao de aplica¸c˜ oes. Este grupoide ´e chamado de grupoide geral linear de E. N˜ ao ´e dif´ıcil verificar que GL(E) ´e o grupoide de gauge do fibrado de referenciais de E..

(18) 8. GRUPOIDES DE LIE E G-FIBRADOS PRINCIPAIS. Observa¸ c˜ ao 1.12. Seja G ⇒ M um grupoide de Lie. A ancora do grupoide ´e a aplica¸c˜ ao % := (t, s) : G −→ M × M . Pode-se verificar que essa ancora define um morfismo de grupoides de Lie (%, idM ) de G ⇒ M para o grupoide de pares M × M ⇒ M .. 1.2. Algebroides de Lie. A contraparte infinitesimal associada a um grupoide de Lie ´e o algebroide de Lie, em semelhan¸ca a rela¸c˜ao entre grupos de Lie e ´ algebras de Lie. A terminologia usual na teoria de grupoides de Lie diz que “derivando” um grupoide de Lie obtemos um algebroide de Lie, e “integrando” um algebroide de Lie obtemos um grupoide de Lie. A principal diferen¸ca com os grupos e ´algebras de Lie ´e que nem todo algebroide de Lie vem de um grupoide de Lie, existem algebroides de Lie n˜ ao integr´aveis. As condi¸c˜ oes para a integrabilidade de um algebroide de Lie foram dadas por Crainic e Fernandes em [CF03]. A seguir lembramos a defini¸c˜ao de algebroide de Lie e alguns exemplos1 . Defini¸ c˜ ao 1.13. Um algebroide de Lie sobre M consiste de: 1. Um fibrado vetorial A −→ M , 2. Um morfismo de fibrados vetoriais ρ : A −→ T M sobre a identidade de M chamado de ˆ ancora, 3. Um colchete de Lie [ , ] : Γ (A) × Γ (A) −→ Γ (A) nas se¸c˜ oes de A satisfazendo a regra de Leibniz [α1 , f α2 ] = f [α1 , α2 ] + Lρ(α1 ) (f )α2 onde α1 , α2 ∈ Γ (A) e f ∈ C ∞ (M ). Uma consequˆencia desta defini¸c˜ ao ´e que a ˆancora induz um morfismo de ´algebras de Lie ao n´ıvel das se¸c˜oes ρ∗ : Γ (A) −→ X(M ), e em particular ρ∗ (Γ (A)) ⊂ X(M ) ´e uma sub´algebra de Lie. N˜ao ´e exigido que a ˆancora tenha posto constante, contudo ρ(A) ⊂ T M sempre define uma distribui¸c˜ ao generalizada integr´ avel e portanto essa distribui¸c˜ao se integra para uma folhea¸c˜ao singular em M . As orbitas desta folhea¸c˜ ao s˜ ao as orbitas do algebroide A. Se ρ ´e injetor ent˜ao ρ(A) ⊂ T M define uma distribui¸c˜ao integr´ avel e neste caso as orbitas do algebroide define uma folhea¸c˜ao regular em M . Segue da regra de Leibniz que, para cada x ∈ M , a restri¸c˜ao do colchete [ , ] para o Ker(ρx ) ⊂ Ax  define uma estrutura de ´ algebra de Lie em Ker(ρx ). Essa ´algebra de Lie Ker(ρx ), [ , ]x ´e chamada de ´algebra de isotropia.. 1.2.1. Algebroide de Lie de um grupoide de Lie. Como j´a foi dito anteriormente, sempre ´e poss´ıvel associar a um grupoide de Lie o seu algebroide de Lie. Essa constru¸c˜ ao ser´ a relembrada a seguir. Como a aplica¸c˜ao s ´e uma submers˜ao sobrejetora  ent˜ao Ker(ds) ⊂ T G ´e um subfibrado vetorial, e denotaremos por Xs (G) = Γ Ker(ds) . Definimos 1. Nesse trabalho as se¸co ˜es de um fibrado vetorial E −→ M ser˜ ao denotadas por Γ (E). Na ultima se¸ca ˜o deste cap´ıtulo denotaremos por Γ aos pseudogrupos. Nesse ponto fazemos a advertˆencia entre a semelhan¸ca nessas nota¸co ˜es Γ ( · ) e Γ..

(19) ALGEBROIDES DE LIE. 9. o fibrado vetorial A := u∗ Ker(ds). Como u : M −→ G ´e um mergulho ent˜ao M e u(M ) ⊂ G s˜ ao difeomorfos, e esse difeomorfismo induz um isomorfismo de fibrados vetoriais entre A e Ker(ds)|u(M ) . A. M. '. Ker(ds)|u(M ). '. u(M ).  A ˆancora ´e definida por ρ = u∗ dt|Ker(ds) . Para definir o colchete de Lie [ , ]A nas se¸c˜oes de A, consideramos uma se¸c˜ ao de A como uma aplica¸c˜ao α : u(M ) −→ Ker(ds)|u(M ) e assim cada se¸c˜ ao α induz uma se¸c˜ ao α e ∈ Xs (G) definida pela seguinte formula α e: G. Ker(ds). g. d1t(g) Rg · α(1t(g) ). A aplica¸c˜ao α ∈ Γ (A) 7−→ α e ∈ Xs (G) ´e injetora e a sua imagem ´e o conjunto de campos vetoriais de G invariantes ` a direita n Xsinv (G) = X ∈ Xs (G) : Xgh = dg Rh · Xg. ; ∀(g, h) ∈ G (2). o. Como o conjunto de campos vetoriais de G invariantes `a direita forma uma sub´algebra de Lie dos campos vetoriais de G ent˜ ao ele induz um colchete de Lie nas se¸c˜oes de A definido por [α1 , α2 ]A := [e α1 , α e2 ]|u(M ) N˜ao ´e dif´ıcil verificar que esses colchete e ˆancora satisfazem a regra de Leibniz. Ante poss´ıveis confus˜oes, o algebroide do grupoide de Lie G ⇒ M ser´a denotado por A(G) −→ M . Pode-se verificar que as orbitas dos algebroide A(G) coincidem com as componentes conexas das orbitas  do grupoide G, e que as ´ algebras de isotropia Ker(ρx ), [ , ]x s˜ao as ´algebras de Lie dos grupos de isotropia Gx . Exemplo 1.14. O algebroide do grupoide G ⇒ {∗} ´e a algebra de Lie g de G considerado como um fibrado vetorial sobre um ponto. Exemplo 1.15. O algebroide do grupoide M ⇒ M ´e o fibrado vetorial zero A = 0, com ˆ ancora zero e colchete zero. Exemplo 1.16. O algebroide do grupoide de pares M × M ⇒ M ´e o fibrado tangente A = T M , com ˆ ancora igual a identidade ρ = idT M e o colchete ´e o colchete de campos vetoriais. Exemplo 1.17. O algebroide do grupoide de transforma¸c˜ ao GnM ⇒ M tem como fibrado vetorial o fibrado trivial A = g × M . A ˆ ancora ´e definida por ρ(ξ, x) = d1 θx · ξ, onde θ : G × M −→ M ´e a a¸c˜ ao, θx (g) = g · x, e 1 ∈ G ´e identidade do grupo. As se¸c˜ oes de g × M −→ M s˜ ao identificadas . ∞ com fun¸c˜ oes C (M, g). Os elementos de uma base ξ1 , . . . , ξn de g podem ser considerados como se¸c˜ oes constantes do fibrado g × M −→ M e assim C ∞ (M, g) ´e um C ∞ (M )-modulo gerado por X . ξ1 , . . . , ξn . Portanto cada se¸c˜ ao α ∈ C ∞ (M, g) se expressa de forma u ´nica como α = αi ξi , i.

(20) 10. GRUPOIDES DE LIE E G-FIBRADOS PRINCIPAIS. onde αi ∈ C ∞ (M ). Com essas identifica¸c˜ oes podemos escrever o colchete entre as se¸c˜ oes do algebroide g × M −→ M pela express˜ ao [α, α0 ](x) = [[α(x), α0 (x)]] +. Xn   o αi (x) d1 (αj0 ◦ θx ) · ξi ξj − αj0 (x) d1 (αi ◦ θx ) · ξj ξi i,j. onde [[ , ]] denota o colchete de Lie de g. Exemplo 1.18. Seja q : E −→ M um fibrado vetorial. Uma deriva¸c˜ ao de E ´e um par (D, X) onde D : Γ (E) −→ Γ (E) ´e uma aplica¸c˜ ao R-linear, X ∈ X(M ) e eles satisfazem a regra de Leibniz D(f σ) = f Dσ + LX (f )σ Denotamos por Der(E) o conjunto das deriva¸c˜ oes de E, ele tem estrutura de espa¸co vetorial, de fato ´e um subespa¸co do endomorfismos do espa¸co vetorial Γ (E). Al´em disso, existem um colchete de Lie em Der(E) definido por [(D, X), (D0 , X 0 )] = (DD0 − D0 D, [X, X 0 ]) e um C ∞ (M )-modulo morfismo ρ∗ : (D, X) ∈ Der(E) 7−→ X ∈ X(M ). Pode-se verificar que Der(E) ´e isomorfo ` aa ´lgebra de Lie das se¸c˜ oes do algebroide de Lie gl(E) do grupoide GL(E) ⇒ M .. 1.3. G-fibrados principais. ´ poss´ıvel desenvolver uma teoria de fibrados principais com grupoide de estrutura, de forma E completamente an´ aloga ` a teoria de fibrados principais com grupo de estrutura. A seguir relembraremos as defini¸c˜ oes elementares e os mais importantes resultados. Assim como os grupos agem sobre espa¸cos, os grupoides agem sobre espa¸cos fibrados. Desta forma para definir a a¸c˜ ao do grupoide de Lie G ⇒ M precisamos de uma aplica¸c˜ao µ : P −→ M . Denotamos por n o G ×M P := (g, p) ∈ G × P : µ(p) = s(g) ao produto fibrado de µ : P −→ M e s : G −→ M . Como s ´e uma submers˜ao ent˜ao G ×M P ´e uma subvariedade mergulhada de G × P . Defini¸ c˜ ao 1.19. Seja G ⇒ M um grupoide de Lie. Uma a¸c˜ ao ` a esquerda de G ao longo da aplica¸c˜ ao µ : P −→ M ´e uma aplica¸c˜ ao θ : (g, p) ∈ G ×M P 7−→ g · p ∈ P satisfazendo as seguintes propriedades 1. µ(g · p) = t(g), ∀(g, p) ∈ G ×M P . 2. g · (h · p) = (gh) · p, ∀(g, h) ∈ G (2) e ∀(h, p) ∈ G ×M P . 3. 1µ(p) · p = p, ∀p ∈ P . De forma an´ aloga se define uma a¸c˜ ao `a direita. Simplificadamente, uma a¸c˜ao tamb´em ser´ a denotada por G y P . A aplica¸c˜ ao µ : P −→ M ´e chamada de aplica¸c˜ao de momento da a¸c˜ao, e n˜ ao estamos supondo a priori que ela seja sobrejetora. Uma a¸c˜ao de G sobre P associa a cada g : x → y, com s(q) ∈ µ(P ), um homeomorfismo θg : p ∈ µ−1 (x) 7−→ g · p ∈ µ−1 (y). A aplica¸c˜ao θg ´e um.

(21) G-FIBRADOS PRINCIPAIS. 11. homeomorfismo devido a que n˜ ao estamos supondo alguma propriedade sobre µ que garanta que suas fibras sejam subvariedades de P . No entanto, no caso que µ seja uma submers˜ao, a aplica¸c˜ ao . g −1 θ torna-se ´e um difeomorfismo. Seja p ∈ P , o conjunto Op = g · p : g ∈ s (µ(p)) ´e chamado de . orbita da a¸c˜ ao passando por p ou simplesmente orbita de p. O conjunto Isop = g ∈ G : g · p = p ´e chamado de grupo de isotropia da a¸c˜ao em p. De forma semelhante ao caso de a¸c˜oes de grupos de Lie, com cada a¸c˜ ao G y P de um grupoide de Lie temos associado o seu grupoide de a¸c˜ ao G n P ⇒ P , cujas aplica¸c˜ oes de estrutura s˜ao semelhantes as apresentadas no caso de a¸c˜oes de grupos no Exemplo 1.9. As orbitas e isotropias do grupoide G n P coincidem com as orbitas e isotropias da a¸c˜ ao G y P . Defini¸ c˜ ao 1.20. Seja q : E −→ M um fibrado vetorial. Uma representa¸c˜ ao de G ⇒ M ´e uma a¸c˜ ao θ : G ×M E −→ E ao longo de q : E −→ M tal que θg : Ex −→ Ey ´e um isomorfismo linear, para cada g : x → y em G. Observa¸ c˜ ao 1.21. Suponha que temos uma a¸c˜ ao de G ao longo de µ : P −→ M . Para cada p ∈ P a aplica¸c˜ ao de momento µ envia a orbita da a¸c˜ ao passando por p na orbita do grupoide passando por µ(p), i.e. µ(Op ) = Oµ(p) . Assim µ(P ) ⊂ M ´e uma cole¸c˜ ao de orbitas do grupoide [ G, de fato podemos escrever µ(P ) = Ox . Em particular se G ´e um grupoide transitivo ent˜ ao x∈µ(P ). µ : P −→ M deve ser sobrejetora. Defini¸ c˜ ao 1.22. Seja G ⇒ M um grupoide de Lie. Um G-fibrado principal P sobre B consiste de: 1. Uma a¸c˜ ao ` a esquerda θ : G ×M P −→ P ao longo da aplica¸c˜ ao µ : P −→ M (n˜ ao necessariamente uma submers˜ ao sobrejetora), 2. Uma submers˜ ao sobrejetora e G-invariante π : P −→ B tais que a aplica¸c˜ ao ∆ : G ×M P. P ×B P. (g, p). (g · p, p). ´e um difeomorfismo. Em um G-fibrado principal π : P → B temos a seguinte nomenclatura: • P ´e chamado de espa¸co total. • B ´e chamado de espa¸co base. • π ´e chamado de proje¸c˜ ao. • G ´e chamado de grupoide de estrutura. • Pb = π −1 (b) ´e chamada a fibra sobre b ∈ B. A seguinte proposi¸c˜ ao enumera algumas propriedades, cuja verifica¸c˜ao ´e direta, dos fibrados principais com grupoide de estrutura Proposi¸ c˜ ao 1.23. Um G-fibrado principal π : P −→ B com aplica¸c˜ ao de momento µ : P −→ M tem as seguintes propriedades:.

(22) 12. GRUPOIDES DE LIE E G-FIBRADOS PRINCIPAIS. 1. A a¸c˜ ao θ : G ×M P −→ P ´e livre e pr´ opria. 2. As ´ orbitas da a¸c˜ ao θ : G ×M P −→ P s˜ ao as fibras da proje¸c˜ ao π : P −→ B. 3. A ´ orbita da a¸c˜ ao passando por p ∈ P ´e difeomorfa ` a s-fibra em µ(p). Mais explicitamente, seja p ∈ P , se denotamos por b = π(p) e x = µ(p). Ent˜ ao θp : g ∈ s−1 (x) 7−→ g · p ∈ Pb ´e um difeomorfismo. 4. dimG − dimM = dimP − dimB 5. Os grupoides G n P ⇒ P e P ×B P ⇒ P s˜ ao isomorfismo, e o isomorfismo ´e dado pela aplica¸c˜ ao ∆. Exemplo 1.24. Fibrados principais para o grupoide G ⇒ {∗} coincidem com os G-fibrados principais. Exemplo 1.25. A aplica¸c˜ ao s : G −→ M de qualquer grupoide de Lie ´e um G-fibrado principal. A a¸c˜ ao de G sobre ele mesmo ´e por multiplica¸c˜ ao ` a esquerda e a aplica¸c˜ ao de momento ´e t : G −→ M . Este fibrado ´e chamado de G-fibrado unit´ ario . Exemplo 1.26. Seja f : B −→ M uma aplica¸c˜ ao diferenci´ avel. O G-fibrado principal trivial determinado pela f ´e aquele que tem espa¸co total f ∗ G = {(b, g) ∈ B × G : f (b) = s(g)}, proje¸ca ˜o pr1 : (b, g) ∈ f ∗ G 7−→ b ∈ B, aplica¸c˜ ao de momento t ◦ pr2 : (b, g) ∈ f ∗ G 7−→ t(g) ∈ M ; onde a a¸c˜ ao de G sobre f ∗ G ´e por multiplica¸c˜ ao ` a esquerda na segunda componente. Exemplo 1.27. Veja que uma a¸c˜ ao do grupoide G n M ⇒ M ao longo da aplica¸c˜ ao µ : P −→ M ´e equivalente a uma a¸c˜ ao de G×P −→ P que torna µ : P −→ M uma aplica¸c˜ ao G-equivariante. Logo um G n M -fibrado principal π : P −→ B com aplica¸c˜ ao de momento µ : P −→ M ´e equivalente a um G-fibrado principal π : P −→ B e uma aplica¸c˜ ao G-equivariante µ : P −→ M . Como a proje¸c˜ ao π ´e uma submers˜ ao sobrejetora, ela sempre admite se¸c˜oes locais numa vizinhan¸ca de qualquer ponto da base B. Assim cada se¸c˜ao local σ : U −→ P da proje¸c˜ao π define um difeomorfismo Φ−1 : f ∗ G. PU. (b, g). g · σ(b). onde f := µ ◦ σ : U → M , e PU = π −1 (U ). A aplica¸c˜ao de divis˜ao δ do fibrado P , definida por δ := pr1 ◦ ∆−1 : P ×B P → G e a qual ´e caracterizada pela equa¸c˜ ao q = δ(q, p) · p permite escrever explicitamente a aplica¸ca˜o inversa de Φ−1 Φ : PU. f ∗G. p.  π(p), δ p, σ(π(p)). (1.1). Assim cada se¸c˜ ao local σ : U −→ P da proje¸c˜ao π define uma carta de G-fibrado principal de P , i.e. um difeomorfismo de PU para o G-fibrado principal trivial f ∗ G que faz com que os seguintes.

(23) G-FIBRADOS PRINCIPAIS. 13. diagramas sejam comutativos. Φ. PU. f ∗G. π. Φ. PU µ. pr1. f ∗G t◦pr2. U. M. Defini¸ c˜ ao 1.28. Seja π : P −→ B um G-fibrado principal. Um atlas de G-fibrado principal para .  P ´e uma cole¸c˜ ao de se¸c˜ oes locais σi : Ui → P i∈I da proje¸c˜ ao π tal que Ui i∈I ´e uma cobertura aberta de B. . Assim, dado π : P −→ B um G-fibrado principal, cada atlas σi : Ui → P i∈I para P define . uma cole¸c˜ao de aplica¸c˜ oes γij : Ui ∩ Uj → G i,j∈I γii : Ui. G. b. 1fi (b). γij : Ui ∩ Uj. G. b. δ σi (b), σj (b). . Onde fi = µ ◦ σi . Como vimos acima, associado a cada se¸c˜ao local σi temos um difeomorfismo Φi , e quando Ui ∩ Uj 6= ∅ as aplica¸c˜ oes γij fazem a transi¸c˜ao entre esses difeomorfismos ∗ Φi ◦ Φ−1 j : fj G.  Ui ∩Uj. (b, g). fi∗ G.  Ui ∩Uj.  b, gγji (b). Devido as equa¸c˜ oes acima, as aplica¸c˜oes γij ’s s˜ao chamadas de fun¸c˜oes de transi¸c˜ao do atlas . σi : Ui −→ P i∈I .. 1.3.1. Cociclos de Haefliger. Defini¸ c˜ ao 1.29. Seja U =.  Ui i∈I uma cobertura aberta de uma variedade B e G ⇒ M um. grupoide de Lie. Um cociclo de Haefliger em U a valores em G ´e uma cole¸c˜ ao de aplica¸c˜ oes . γij : Ui ∩ Uj −→ G i,j∈I que satisfazem as seguintes condi¸c˜ oes 1. Para cada b ∈ Ui : γii (b) ´e uma unidade de G 2. Para cada b ∈ Ui ∩ Uj ∩ Uk : γij (b)γjk (b) = γik (b) Se denotamos por fi = s ◦ γii : Ui −→ M temos que γii = u ◦ fi . Al´em disso, o item (2) implica as seguintes rela¸c˜ oes  • s γij (b) = fj (b),  • t γij (b) = fi (b),  −1 = γji (b) • γij (b).

(24) 14. GRUPOIDES DE LIE E G-FIBRADOS PRINCIPAIS. para b ∈ Ui ∩ Uj . Ora, observe que dado um atlas para o G-fibrado principal π : P −→ B, o seu conjunto de fun¸c˜oes de transi¸c˜ ao define um cociclo de Haefliger sobre B. Por outro lado, para cada cociclo de  Haefliger sobre a cobertura aberta Ui i∈I de B existe um G-fibrado principal para o qual o seu conjunto de fun¸c˜ oes de transi¸c˜ ao ´e o cociclo de Haefliger dado. Todas estas constru¸c˜oes s˜ao an´alogas ao caso de fibrados principais com grupo de estrutura, mas a lembramos aqui para fixar nota¸c˜ao.  . Seja Ui i∈I uma cobertura aberta de uma variedade B e seja γij : Ui ∩ Uj −→ G i,j∈I um cociclo de Haefliger a valores em G. Para cada i ∈ I considere o G-fibrado trivial determinado pela a fi , fi∗ G −→ Ui . Denote por (i, b, g) os elementos da uni˜ao disjunta fi∗ G e defina a rela¸c˜ao i∈I. (i, b, g) ∼ (j, b0 , g 0 ) ⇐⇒ b = b0 ∈ Ui ∩ Uj e g 0 = gγij (b) O fato que as γij ’s constituema um cociclo de Haefliger implica que essa rela¸c˜ao ´e uma rela¸c˜ao de fi∗ G /∼ e denote por [i, b, g] os elementos de Pe. O espa¸co Pe ´e o equivalˆencia. Denote por Pe = i∈I. espa¸co total de um G-fibrado principal sobre B cuja proje¸c˜ao ´e definida por π e : Pe [i, b, g]. B b. A aplica¸c˜ao de momento de Pe ´e definida por µ e : Pe. M. [i, b, g]. t(g). A a¸c˜ao de G em Pe ´e definida por θe: G ×M Pe. Pe. (g, [i, b, h]). [i, b, gh]. A aplica¸c˜ao de divis˜ ao de Pe ´e definida por δe: Pe ×B Pe. G. ([i, b, g], [j, b, h]). gγij (b)h−1. . Al´em disso temos um atlas σ ei : b ∈ Ui −→ [i, b, 1fi (b) ] ∈ Pe i∈I para Pe sobre a mesma cobertura  Ui i∈I na qual esta definida o cociclo de Haefliger dado. N˜ao ´e dif´ıcil verificar que para tal atlas o seu conjunto de fun¸c˜ oes de transi¸c˜ ao coincide com o cociclo de Haefliger inicialmente dado. ´ importante assinalar que o constru¸c˜ Observa¸ c˜ ao 1.30. E ao descrita acima gera um G-fibrado principal na categoria correspondente. Isto ´e se B ´e um espa¸co topol´ ogico, G ⇒ M ´e um grupoide . topol´ ogico e os cociclos γij : Ui ∩ Uj −→ G i,j∈I s˜ ao aplica¸c˜ oes continuas ent˜ ao π e : Pe −→ B ´e um G-fibrado principal topol´ ogico; por outro lado se B ´e uma variedade, G ⇒ M ´e um grupoide de Lie . e os cociclos γij : Uij −→ G i,j∈I s˜ ao aplica¸c˜ oes diferenci´ aveis ent˜ ao π e : Pe −→ B ´e um G-fibrado principal diferenci´ avel..

(25) G-FIBRADOS PRINCIPAIS. 1.3.2. 15. G-morfismos e G-homotopias. Defini¸ c˜ ao 1.31. Sejam πi : Pi −→ Bi , i = 1, 2, dois G-fibrados principais com aplica¸c˜ ao de momento µi : Pi −→ M . Um G-morfismo de P1 em P2 ´e uma aplica¸c˜ ao F : P1 −→ P2 tal que • o seguinte diagrama ´e comutativo F. P1. P2. µ1. µ2. M • F ´e G-equivariante, i.e. F (g · p) = g · F (p), ∀(g, p) ∈ G ×M P1 . Observa¸ c˜ ao 1.32. Veja que na defini¸c˜ ao de G-morfismo precisamos apenas da a¸c˜ ao de G sobre os espa¸cos, para isto precisar´ıamos apenas falar da categoria dos G-espa¸cos. Contudo, a propriedade de ser G-equivariante implica que todo G-morfismo entre G-fibrados principais F : P1 −→ P2 induz uma aplica¸c˜ ao diferenci´ avel f : B1 −→ B2 entre as bases dos G-fibrados principais, e essa aplica¸c˜ ao induzida faz com que o seguinte diagrama seja comutativo. P1. F. π1. B1. P2 π2. f. B2. ´ costume dizer que F : P1 −→ P2 ´e um G-morfismo sobre (ou cobrindo) a f : B1 −→ B2 . E Defini¸ c˜ ao 1.33. Sejam πi : Pi −→ Bi , i = 1, 2, dois G-fibrados principais com aplica¸c˜ ao de momento µi : Pi −→ M . Sejam Fj : P1 −→ P2 , j = 0, 1, dois G-morfismos. Uma G-homotopia entre F0 e F1 ´e uma aplica¸c˜ ao2 H : P1 × I −→ P2 tal que Ht : p ∈ P1 7−→ H(p, t) ∈ P2 ´e um G-morfismo, para cada t ∈ I, e H0 = F0 , H1 = F1 . Observa¸ c˜ ao 1.34. Outra forma de pensar uma G-homotopia surge da seguinte observa¸c˜ ao: Se π : P −→ B ´e um G-fibrado principal com aplica¸c˜ ao de momento µ : P −→ M , ent˜ ao π × idI : P × I −→ B × I ´e um G-fibrado principal com aplica¸c˜ ao de momento µ ◦ pr1 : P × I −→ M e onde G age somente na primeira componente. Assim uma G-homotopia entre os G-morfismos Fj : P1 −→ P2 , j = 0, 1, ´e um G-morfismo H : P1 × I −→ P2 , onde P1 × I tem a estrutura de G-fibrado principal indicada no inicio deste par´ agrafo, tal que H0 = F0 e H1 = F1 . Com essa vis˜ ao de uma G-homotopia fica claro que H desce para uma homotopia h : B1 × I −→ B2 entre as aplica¸c˜ oes entre as bases induzidas pelos G-morfismos F0 e F1 . Defini¸ c˜ ao 1.35. Sejam πi : Pi −→ Bi , i = 1, 2, dois G-fibrados principais com aplica¸c˜ oes de momento µi : Pi −→ M . Um G-morfismo F : P1 −→ P2 ´e um G-isomorfismo se existe um G-morfismo F 0 : P2 −→ P1 tal que F 0 ◦ F = idP1 e F ◦ F 0 = idP2 . Neste caso dizemos que P1 e P2 s˜ ao isomorfos e denotamos por P1 ' P2 . 2. Denotaremos por I = [0, 1]..

(26) 16. GRUPOIDES DE LIE E G-FIBRADOS PRINCIPAIS. A defini¸c˜ao acima ´e a defini¸c˜ ao “categ´ orica” de G-isomorfismo. Em particular todo G-isomorfismo F : P1 −→ P2 ´e um difeomorfismo e na defini¸c˜ao acima F 0 = F −1 . Na verdade essa ´e a u ´nica propriedade que caracteriza aos G-isomorfismos entre os G-morfismos, ou seja Lema 1.36. Sejam πi : Pi −→ Bi , i = 1, 2, dois G-fibrados principais com aplica¸c˜ oes de momento µi : Pi −→ M . Seja F : P1 −→ P2 um G-morfismo que tamb´em ´e um difeomorfismo. Ent˜ ao F ´e um G-isomorfismo. ´ claro que a inversa de F faz o seguinte diagrama comutativo Demonstra¸c˜ ao. E F −1. P2 µ2. P2 µ1. M Assim resta provar que F −1 ´e G-equivariante. Para isto note que dados (g, q) ∈ G ×M P2 temos F (g · F −1 (q)) = g · F (F −1 (q)) = g · q Portanto F −1 ´e G-equivariante. Pelo lema acima deve ficar claro que para um G-isomorfismo a aplica¸c˜ao induzida nas bases ´e um difeomorfismo.. 1.3.3. Pullback de G-fibrados principais. O pullback de G-fibrados principais por aplica¸c˜oes diferenci´aveis produzem novos G-fibrados principais. Seja π : P −→ B 0 um G-fibrado principal com aplica¸c˜ao de momento µ : P −→ M e seja f : B −→ B 0 uma aplica¸c˜ ao diferenci´ avel. O G-fibrado principal pullback ´e aquele que tem espa¸co total . f ∗ P = (b, p) ∈ B × P : f (b) = π(p) Como π ´e uma submers˜ ao sobrejetora ent˜ao f ∗ P ⊂ B × P ´e uma subvariedade mergulhada. A seguir apresentamos as aplica¸c˜ oes que tornam f ∗ P um G-fibrado principal • Proje¸c˜ao f ∗ π : (b, p) ∈ f ∗ P 7−→ b ∈ B, • Aplica¸c˜ao de momento f ∗ µ : (b, p) ∈ f ∗ P 7−→ µ(p) ∈ M , • A¸c˜ao f ∗ θ : G ×M f ∗ P −→ f ∗ P ´e por a¸c˜ao `a esquerda na segunda componente: g · (b, p) = (b, g · p). Al´em disso, a aplica¸c˜ ao pr2 : (b, p) ∈ f ∗ P 7−→ p ∈ P define um G-morfismo sobre a f : B −→ B 0 . Cada se¸c˜ao local σ : U −→ P de π induz uma se¸c˜ao local f ∗ σ : b ∈ f −1 (U ) 7−→ (b, σ(f (b))) ∈ f ∗ P . de f ∗ π chamada de se¸c˜ ao pullback de σ. Portanto cada atlas σi : Ui → P i∈I de P induz um . atlas pullback para f ∗ P dado por f ∗ σi : f −1 (Ui ) → f ∗ P i∈I . Observe que todo G-morfismo F : P1 −→ P2 , sobre f : B1 −→ B2 , pode ser fatorado como a composi¸c˜ao um G-morfismo F : p ∈ P1 7−→ (π1 (p), F (p)) ∈ f ∗ P2 sobre a identidade de B1 , e do.

(27) 17. G-FIBRADOS PRINCIPAIS. G-morfismo do exemplo anterior pr2 : (b, q) ∈ f ∗ P2 7−→ q ∈ P2 cuja caracter´ıstica principal ´e que ele ´e uma bije¸c˜ ao nas fibras (f ∗ P2 )b −→ (P2 )f (b) . P1. F. pr2. f ∗ P2. P2 (1.2). B1. idB1. f. B1. B2. Essa fatora¸c˜ ao ´e importante na classifica¸c˜ao de G-fibrados principais e motiva a seguinte proposi¸c˜ao Proposi¸ c˜ ao 1.37. Sejam πi : Pi −→ B, i = 1, 2, dois G-fibrados principais com aplica¸c˜ oes de momento µi : Pi −→ M . Seja F : P1 −→ P2 um G-morfismo sobre a identidade de B. Ent˜ ao F ´e um G-isomorfismo. Demonstra¸c˜ ao. Vamos verificar que: • F ´e injetora: Sejam p, q ∈ P1 tais que F (p) = F (q). Como π1 = π2 ◦ F , ent˜ao existe g ∈ G tal que q = g · p. Logo F (p) = F (g · p) implica g = 1x , com x = µ1 (p). Portanto p = q. • F ´e sobrejetora: Seja q ∈ P2 , escolha p ∈ P1 tal que π1 (p) = π2 (q). Logo π2 (F (p)) = π2 (q), ent˜ao existe g ∈ G tal que q = g · F (p) = F (g · p). • Para cada p ∈ P1 , dp F ´e um isomorfismo: Segue da Proposi¸c˜ao 1.23(4) que dimP1 = dimP2 . Ent˜ao resta verificar que dp F ´e injetora. Seja v ∈ Tp P1 tal que dp F · v = 0, como π1 = π2 ◦ F ent˜ao v ∈ ker(dp π1 ). Se θi denota a¸c˜ao de G em Pi , i = 1, 2, segue da Proposi¸c˜ao 1.23(3) que d1x θ1p : ker(d1x s) −→ ker(dp π1 ) ´e um isomorfismo, onde x = µ1 (p). Portanto existe F (p). ξ ∈ ker(d1x s) satisfazendo v = d1x θ1p · ξ. Como θ2 F (p). d1x θ2. F (p). · ξ = 0. Sendo d1x θ2. = F ◦ θ1p , para cada p ∈ P1 , obtemos que. um isomorfismo temos ξ = 0 e portanto v = 0.. Temos provado que F ´e um difeomorfismo local e uma bije¸c˜ao, portanto F ´e um difeomorfismo. Como uma aplica¸c˜ ao direta da proposi¸c˜ao anterior iremos mostrar que, a menos de isomorfismo, existe um u ´nico M × M -fibrado principal. Exemplo 1.38. Uma a¸c˜ ao do grupoide M × M ⇒ M com aplica¸c˜ ao de momento µ : P −→ M fica codificada numa aplica¸c˜ ao θ : M × P −→ P que satisfaz as seguintes equa¸c˜ oes θ(µ(p), p) = p;. µ(θ(x, p)) = x;. θ(y, θ(x, p)) = θ(y, p). para todo x, y ∈ M e p ∈ P . Ora, seja µ : P −→ M a aplica¸c˜ ao de momento de um M × M -fibrado principal π : P −→ B. A invarian¸ca da proje¸c˜ ao pela a¸c˜ ao do grupoide fica codificada na equa¸c˜ ao π(θ(x, p)) = π(p) para todo x ∈ M e p ∈ P . De outra parte, ´e claro que pr2 : M × B −→ B ´e um M × M -fibrado principal com aplica¸c˜ ao de momento pr1 : M × B −→ M e a¸c˜ ao definida por θ0 : (y, x, b) ∈ M × M × B 7−→ (y, b) ∈ M × B.

(28) 18. GRUPOIDES DE LIE E G-FIBRADOS PRINCIPAIS. Por u ´ltimo, a aplica¸c˜ ao F: P. M ×B. p. (µ(p), π(p)). define um M × M -morfismo sobre a identidade de B e portanto F ´e um M × M -isomorfismo. Em conclus˜ ao, a menos de isomorfismo, pr2 : M × B −→ B ´e o u ´nico M × M -fibrado principal. Segue da decomposi¸c˜ ao de todo G-morfismo feita em (1.2) o seguinte corol´ario. Corol´ ario 1.39. Sejam πi : Pi −→ Bi , i = 1, 2, dois G-fibrados principais com aplica¸c˜ oes de momento µi : Pi −→ M . Seja F : P1 −→ P2 um G-morfismo sobre f : B1 −→ B2 . Ent˜ ao o seguinte diagrama ´e um pullback P1. F. P2. π1. B1. π2 f. B2. Em particular P1 ' f ∗ P2 . Observa¸ c˜ ao 1.40. Sejam π2 : P2 −→ B2 um G-fibrado principal e f : B1 −→ B2 uma aplica¸c˜ ao diferenci´ avel. O corol´ ario acima pode ser interpretado como a resposta a seguinte pergunta: Procuramos um par (P, F ), onde P seja um G-fibrado principal sobre B1 e F : P −→ P2 seja um G-morfismo sobre f . Quantos de tais pares existem? O corol´ ario acima diz que, a menos de isomorfismo, existe um u ´nico par. Observa¸ c˜ ao 1.41. Dados πi : Pi −→ Bi , i = 1, 2, dois G-fibrados principais com aplica¸c˜ oes de momento µi : Pi −→ M ; e seja F : P1 −→ P2 um G-morfismo sobre a aplica¸c˜ ao f : B1 −→ B2 . Dada uma se¸c˜ ao local σ2 : U −→ P2 de π2 , usando o corol´ ario acima, podemos gerar uma se¸c˜ ao local σ1 : f −1 (U ) −→ P1 de π1 . Essas se¸c˜ oes locais fazem com que o seguinte diagrama seja comutativo P1. F. P2. σ1. f −1 (U ). σ2 f. U. Isso implica f1 = f2 ◦ f , onde fi = µi ◦ σi , i = 1, 2. Observa¸ c˜ ao 1.42. Nesse momento podemos j´ a apontar um fato importante sobre os G-fibrados principais: Todos os G-fibrados principais s˜ ao localmente isomorfismos a um pullback do G-fibrado unit´ ario. Com efeito, dada uma se¸c˜ ao local σ : U −→ P de π, o difeomorfismo Φ definido em (1.1) ´e um isomorfismo entre PU e o pullback do G-fibrado unit´ ario pela aplica¸c˜ ao f = µ ◦ σ. Segue tamb´em da prova da Proposi¸c˜ ao 1.37 o seguinte corol´ario. Corol´ ario 1.43. Sejam πi : Pi −→ Bi , i = 1, 2, dois G-fibrados principais com aplica¸c˜ oes de momento µi : Pi −→ M . Seja F : P1 −→ P2 um G-morfismo sobre um difeomorfismo f : B1 −→ B2 . Ent˜ ao F ´e um G-isomorfismo. Como vimos acima, para cada G-fibrado principal e para cada atlas dele podemos associar um cociclo de Haefliger. Reciprocamente, dado um cociclo de Haefliger na Subse¸c˜ao 1.3.1 foi apresentado o procedimento para obter um G-fibrado principal e um atlas para ele cujas fun¸c˜oes de.

(29) ESPAC ¸ OS CLASSIFICANTES. 19. transi¸c˜ao sejam o cociclo de Haefliger dado. Assim n˜ao deve surpreender que se come¸c´assemos com . um G-fibrado principal π : P −→ B e um atlas σi : Ui −→ P i∈I para ele, e se tom´assemos o . cociclo de Haefliger definido pelas suas fun¸c˜oes de transi¸c˜ao γij : Ui ∩ Uj −→ G i,j∈I para construir o G-fibrado principal π e : Pe −→ B descrito na Subse¸c˜ao 1.3.1 obter´ıamos que P ' Pe. Mais explicitamente, o seguinte G-morfismo sobre a identidade de B F: P. Pe   i, π(p), δ p, σi (π(p)). p. fornece um isomorfismo entre P e Pe. Dessa forma a no¸c˜ao de isomorfismo de G-fibrados principais sobre B se traduz em uma rela¸c˜ ao de equivalˆencia entre cociclos de Haefliger sobre B a valores no grupoide G ⇒ M . E talvez a maneira mais simples de pensar dois cociclos de Haefliger equivalentes ´e como dois atlas do mesmo G-fibrado principal. Observa¸ c˜ ao 1.44. Embora o nome pare¸ca indicar o contrario, n˜ ao estamos assumindo a priori que os G-fibrados principais sejam fibrados; i.e. n˜ ao exigimos a propriedade de que a proje¸ca ˜o π : P −→ B seja localmente trivial, e em geral n˜ ao ´e localmente trivial no sentido cl´ assico da palavra.. 1.4. Espa¸ cos classificantes. Cada grupoide de topol´ ogico G ⇒ M tem um G-fibrado universal, no sentido que qualquer G-fibrado principal ´e isomorfo ao pullback deste G-fibrado universal por uma aplica¸c˜ao cont´ınua. A seguir apresentamos os resultados b´ asicos da classifica¸c˜ao de G-fibrados. Nesta se¸c˜ao trabalharemos na categoria topol´ ogica, i.e. grupoides topol´ogicos, espa¸cos topol´ogicos e aplica¸c˜oes cont´ınuas. Defini¸ c˜ ao 1.45. Um grupoide de topol´ ogico ´e um grupoide G ⇒ M onde G e M s˜ ao espa¸cos topol´ ogicos, todas as aplica¸c˜ oes de estrutura s˜ ao continuas, e as aplica¸co ˜es s e t s˜ ao sobrejetoras e abertas. Defini¸ c˜ ao 1.46. Seja G ⇒ M um grupoide topol´ ogico. Um G-fibrado principal topol´ ogico P sobre B consiste de: 1. Uma a¸c˜ ao ` a esquerda G y P ao longo da aplica¸c˜ ao µ : P → M (n˜ ao necessariamente sobrejetora), 2. Uma aplica¸c˜ ao sobrejetora e G-invariante π : P → B que admite se¸c˜ oes locais ao redor de todo ponto em B, tais que a aplica¸c˜ ao ∆ : G ×M P. P ×B P. (g, p). (g · p, p). ´e um homeomorfismo. Os G-fibrados principais topol´ ogicos tem propriedades semelhantes aos G-fibrados diferenci´ aveis. Isto ´e:.

(30) 20. GRUPOIDES DE LIE E G-FIBRADOS PRINCIPAIS. • Temos uma proposi¸c˜ ao similar ` a Proposi¸c˜ao 1.23(1), (2) e (3). • Temos aplica¸c˜ ao divis˜ ao δ := pr1 ◦ ∆−1 : P ×B P −→ G, caracterizada pela equa¸c˜ao q = δ(q, p) · p. • Cada se¸c˜ao local σ : U −→ P de π, cuja existˆencia agora ´e exigida pela defini¸c˜ao, induz um isomorfismo Φ−1 : (b, g) ∈ f ∗ G 7−→ g · σ(b) ∈ PU . Da mesma forma, uma cole¸c˜ao de se¸c˜oes .  locais σi : Ui −→ P i∈I de π tal que Ui i∈I ´e uma cobertura aberta de B ser´a chamada . de atlas de P . Para um atlas σi : Ui −→ P i∈I de P temos o seu conjunto de fun¸c˜oes de transi¸c˜ao γij : b ∈ Ui ∩ Uj 7−→ δ(σi (b), σj (b)) ∈ G. • Temos cociclos de Haefliger a valores em G, e o conjunto de fun¸c˜oes de transi¸c˜ao de um atlas de P define um de tais cociclos. O reciproco tamb´em ´e verdadeiro, para cada cociclo de Haefliger existe um G-fibrado principal e um atlas para ele para o qual o cociclo dado ´e o seu conjunto de fun¸c˜ oes de transi¸c˜ ao. • Temos G-morfismos e G-isomorfismos. Temos um lema similar ao Lema 1.36 que diz que um G-morfismo que ´e um homeomorfismo, ´e um G-isomorfismo. Para G-fibrados principais topol´ ogicos temos a seguinte lema Lema 1.47. Seja π : P −→ B um G-fibrado principal topol´ ogico com aplica¸c˜ ao de momento µ : P −→ M . Ent˜ ao π ´e uma aplica¸c˜ ao aberta. Demonstra¸c˜ ao. Seja V ⊂ P um subconjunto aberto. Dado p0 ∈ V , denote b0 = π(p0 ). Seja σ : U −→ P uma se¸c˜ ao local de π ao redor de b0 , denote g0 = δ(p0 , σ(b0 )) ent˜ao p0 = g0 · σ(b0 ). Como a¸c˜ao θ : G ×M P −→ P ´e continua e (g0 , σ(b0 )) ∈ θ−1 (V ) ent˜ao existem N ⊂ G vizinhan¸ca de g0 e W1 ⊂ P vizinhan¸ca de σ(b0 ) tais que (N × W1 ) ∩ G ×M P ⊂ θ−1 (V ) Como s(N ) ⊂ M ´e um subconjunto aberto e µ(σ(b0 )) = s(g0 ) ∈ s(N ) ent˜ao existe W2 ⊂ P vizinhan¸ca de σ(b0 ) tal que W2 ⊂ µ−1 (s(N )) Denote U1 = σ −1 (W1 ∩ W2 ). Afirma¸ c˜ ao: U1 ⊂ π(V ). Com efeito, seja b ∈ U1 , ent˜ao existe g ∈ N tal que s(g) = µ(σ(b)). Como (g, σ(b)) ∈ (N × W1 ) ∩ G ×M P . Logo g · σ(b) ∈ V e portanto b = π(g · σ(b)) ∈ π(V ). A seguinte proposi¸c˜ ao ´e semelhante ` a Proposi¸c˜ao 1.37 e o seu corol´ario s˜ao importantes para o teorema de classifica¸c˜ ao de G-fibrados principais topol´ogicos. Proposi¸ c˜ ao 1.48. Sejam πi : Pi −→ B, i = 1, 2, dois G-fibrados principais com aplica¸c˜ oes de momento µi : Pi −→ M . Seja F : P1 −→ P2 um G-morfismo sobre a identidade de B. Ent˜ ao F ´e um G-isomorfismo. Demonstra¸c˜ ao. A prova que neste caso F tamb´em ´e uma bije¸c˜ao ´e igual a aquela feita na Proposi¸c˜ ao 1.37. Resumindo, temos que F ´e uma bije¸c˜ao continua e para terminar a prova desta proposi¸c˜ ao resta verificar que F ´e uma aplica¸c˜ ao aberta. Seja V ⊂ P1 um subconjunto aberto. Dado p0 ∈ V.

(31) ESPAC ¸ OS CLASSIFICANTES. 21. denotamos q0 = F (p0 ) e x0 = µ1 (p0 ) = µ2 (q0 ). Como a¸c˜ao θ1 : G ×M P1 −→ P1 ´e continua existem W1 ⊂ P1 vizinhan¸ca de p0 e N ⊂ G vizinhan¸ca de 1x0 tais que (N × W1 ) ∩ G ×M P1 ⊂ θ1−1 (V ) Como aplica¸c˜ ao de divis˜ ao δ2 : P2 ×B P2 −→ G ´e continua e δ2 (q0 , q0 ) = 1x0 ∈ N ent˜ao existe uma vizinhan¸ca W2 ⊂ P2 de q0 tal que (W2 × W2 ) ∩ P2 ×B P2 ⊂ δ2−1 (N ) Pela continuidade de F podemos assumir, sem perda de generalidade, que F (W1 ) ⊂ W2 . Como π1 ´e aberta ent˜ ao U = π1 (W1 ) ⊂ B ´e um subconjunto aberto. E podemos assumir, novamente sem perda de generalidade, que π1 (W1 ) = π2 (W2 ). Afirma¸ c˜ ao: W2 ⊂ F (V ). Com efeito, para cada q ∈ W2 existe p ∈ W1 tal que π1 (p) = π2 (q). Logo (q, F (p)) ∈ (W2 × W2 ) ∩ P2 ×B P2 , portanto g = δ2 (q, F (p)) ∈ N e q = g · F (p) = F (g · p). Al´em disso note que s(g) = µ2 (F (p)) = µ1 (p), portanto (g, p) ∈ (N × W1 ) ∩ G ×M P1 . Assim g · p ∈ V o que implica q = F (g · p) ∈ F (V ). Corol´ ario 1.49. Sejam πi : Pi −→ Bi , i = 1, 2, dois G-fibrados principais com aplica¸c˜ oes de momento µi : Pi −→ M . Seja F : P1 −→ P2 um G-morfismo sobre f : B1 −→ B2 . Ent˜ ao P1 ' f ∗ P2 . Alguns exemplos de G-fibrados principais topol´ogicos se correspondem com os exemplos apresentados na se¸c˜ ao anterior. Em particular podemos fazer pullback de G-fibrados principais topol´ogicos por aplica¸c˜oes continuas, e mais importante ainda ´e a observa¸c˜ao que todos G-fibrado principal topol´ogico ´e localmente isomorfo ao pullback do G-fibrado unit´ario, lembrando que esses isomorfismos locais s˜ ao obtidos a partir de se¸c˜oes locais da proje¸c˜ao. Outra forma de caracterizar se¸c˜ oes locais (ou globais) em um G-fibrado principal ´e dada na seguinte proposi¸c˜ao. Proposi¸ c˜ ao 1.50. Seja π : P −→ B um G-fibrado principal com aplica¸c˜ ao de momento µ : P −→ M . Ent˜ ao existe uma bije¸c˜ ao entre ( ) G-morfismos Ψ : P −→ G. (. σ : B −→ P. ). se¸c˜ oes globais de π. Demonstra¸c˜ ao. Seja σ : B −→ P uma se¸c˜ao global de π, ent˜ao a aplica¸c˜ao Ψ : p ∈ P 7−→  δ p, σ(π(p)) ∈ G define um G-morfismo. Reciprocamente, seja Ψ : P −→ G um G-morfismo. Note −1 que p ∈ P 7−→ Ψ(p) · p ∈ P define uma aplica¸c˜ao G-invariante e portanto ela desce para uma aplica¸c˜ao σ : B −→ P que tamb´em ´e uma se¸c˜ao global de π. Observa¸ c˜ ao 1.51. Resumindo as constru¸c˜ oes feitas na proposi¸c˜ ao acima, a rela¸c˜ ao entre um G-morfismo Ψ : P −→ G e uma se¸c˜ ao global σ : B −→ P ´e guardada na equa¸ca ˜o  Ψ(p) = δ p, σ(π(p)) A mesma rela¸ca ˜o ´e valida para G-morfismos “locais” e se¸c˜ oes locais de π. Em particular, dado um . . atlas σi : Ui −→ P i∈I de P obtemos uma cole¸c˜ ao de G-morfismos Ψi : PUi −→ G i∈I , esses.

Referências

Documentos relacionados

Local de realização da avaliação: Centro de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação - EAPE , endereço : SGAS 907 - Brasília/DF. Estamos à disposição

De seguida, vamos adaptar a nossa demonstrac¸ ˜ao da f ´ormula de M ¨untz, partindo de outras transformadas aritm ´eticas diferentes da transformada de M ¨obius, para dedu-

Considera-se que a interdisciplinaridade contribui para uma visão mais ampla do fenômeno a ser pesquisado. Esse diálogo entre diferentes áreas do conhecimento sobre

Algumas sementes e castanhas vão ficar só nessa etapa de hidratação pois já passaram por um processo térmico no caso de algumas castanhas e nozes, outras sementes descascadas

Outro ponto importante referente à inserção dos jovens no mercado de trabalho é a possibilidade de conciliar estudo e trabalho. Os dados demonstram as

13 Além dos monômeros resinosos e dos fotoiniciadores, as partículas de carga também são fundamentais às propriedades mecânicas dos cimentos resinosos, pois

Depois de considerar a confidência, conteúdo, distribuição, e assuntos de oportunidade associadas com a distribuição de um relatório, um controlador pode, então,

Todavia, nos substratos de ambos os solos sem adição de matéria orgânica (Figura 4 A e 5 A), constatou-se a presença do herbicida na maior profundidade da coluna