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FLORianópolisNOSãojosédosCAMPOS. Na mala, autobiografemas : sonoro, imagético e verbal

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

RAULITO RAMOS GUERRA FILHO

FLORianópolisNOSãojosédosCAMPOS.

Na

mala,

autobiografemas: sonoro, imagético e verbal.

CAMPINAS

2016

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FLORianópolisNOSãojosédosCAMPOS. Na mala,

autobiografemas: sonoro, imagético e verbal.

Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas para obtenção do título de Doutor em Educação, na área de concentração de: Educação, Conhecimento, Linguagem e Arte.

Orientador: Prof. Dr. Adilson Nascimento de Jesus

O ARQUIVO DIGITAL CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA TESE DEFENDIDA PELO ALUNO RAULITO RAMOS GUERRA FILHO, E ORIENTADA PELO PROF. DR. ADILSON NASCIMENTO DE JESUS

CAMPINAS 2016

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FACULDADE DE EDUCAÇÃO

RAULITO RAMOS GUERRA FILHO

FLORianópolisNOSãojosédosCAMPOS.

Na

mala,

autobiografemas: sonoro, imagético e verbal.

Autor : Raulito Ramos Guerra Filho

COMISSÃO JULGADORA:

Adilson Nascimento de Jesus Ana Elvira Wuo

José Antonio Vieira Flores Silvio Donizetti de Oliveira Gallo Alik Wunder

A Ata da Defesa assinada pelos membros da Comissão Examinadora, consta no processo de vida acadêmica do aluno.

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RESUMO

O presente estudo objetivou: desnudar, desvelar, desvendar e desventrar a multiplicidade de encontros na composição da obrARtese e (elevado à enésima potência). A composição partiu de 19 canções de minha autoria, gravadas em CD, que se tornaram disparadoras de textos, fotografias, colagens, diagramação, microdocumentário; todos reunidos em uma mala artesanal. Trata-se de um livro de artista-educador, que narra sua trajetória por esses dois universos. O trabalho, inicialmente autobiográfico, torna-se autobiografemático. O processo e a finalização do trabalho ampliaram e potencializaram encontros alegres. Alguns intercessores: Gilles Deleuze, Félix Guattari, Nise da Silveira, Espinosa, Cecília de Almeida Salles, Silvio Gallo, Paola Zordan.

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Purpose of the present study: undress, disclose, unveil and disembowel the multiplicity of encounters in the composition of the obrARtese e (raised to the enésima power). The composition originated from the 19 songs composed by myself, all of them recorded in CD, which became the starters of texts, photographs, pasting, diagramming, micro documentary; all of them bound in an artisanal bag. It is a book by an educator-artist, which reports his trajectory through these two universes. The work, autobiographical initially, becomes autobiographematical. The work process and finalization increased and strengthened cheerful encounters. Some intercessors: Gilles Deleuze, Félix Guattari, Nise da Silveira, Espinosa, Cecília de Almeida Salles, Silvio Gallo, Paola Zordan.

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Sumário

Bloco 1 - ESCADA-PRELÚDIOS Imagem-Capa ... 8 Composição ...9 ADILSONoramentexpressou ... 10 ARTESE ... 22 Deliberações CPG ... 23 Formatos Alternativos ... 34 (Não) Filosofia ... 42 Imagem-Contracapa ... 51 Devir-Tese ... 52 Escrileitura ... 53 FLORianópolisNOSãojosédosCAMPOS ... 66 Potencializar a Canção ... 74 DES AR ... 88 mÉritos CrÉditos ... 105 Bloco 2 - ENVELOPES-CANÇÕES 1- Antônio ... 150 2- Nise ... 163 3- Papo, Existe ... 180

4- arriscado, Bispo, Comida, Somos Nós ...194

5- Intelectúmulo, Parte, Odriozola ... 214

6- Cadê?, Criança ... 233

7- Tornatore, Retiro, Microdoc ... 247

8- Dagmar, Roça ... 268

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poemas, diálogos, ensaios, confissões, meditações, paródias, peripatéticos passeios . . .” Rubens Rodrigues Filho. In: NOVALIS (1989).

ADILSONoramente expressou: “Raulito, seu estudo é de como você cria.” Final do ano de dois mil e onze, encontro do grupo de estudos d@s orientand@s do Prof. Dr. Adilson Nascimento de Jesus. Neste dia apresentei, com violão e voz, algumas das canções de minha autoria, intercalando com conversa sobre sua criação. Ao final da reunião, a estrondosa frase, docemente pronunciada, passou a (des)orientar-me.

Oito palavras com dois sinais de pontuação. Dez; noves fora, um. Um novo início. Inicio.

A partir desse momento, abandono a pesquisa sobre Educadores-Artistas, que conduzia meu trabalho, para debruçar-me na minha produção artística. Estas trinta e uma letras adentram meu corpo, espalhando-se instantaneamente pela corrente sanguínea. Era só seguir o chamado. E foi o que fiz.

Naquele momento, as composições apresentadas e outras estavam quase que finalizadas para gravação de um CD. Este novo caminho possibilitou-me criar novas canções e também buscar outros intercessores no que se referia aos temas: trajetórias e posteriormente autobiografia e autobiografemas, criação em processo, entre outros que foram surgindo durante a composição do trabalho.

Em março de 2012, na primeira reunião do grupo, chega-me, pelas mãos da amiga, psicóloga e astróloga, Vanessa Juliana Pavan, o livro de Amnéris Angela MARONI (2008b). A autora é terapeuta e antropóloga, docente do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas – IFCH/UNICAMP. Entrei em contato com ela que, me recebeu em seu consultório no bairro de Pinheiros – São Paulo/SP. Eu, residindo em São José dos Campos/SP, tive quatro encontros desconcertantes lembrando um espetáculo de ópera. Num destes, antes e após, alimentado por nossa conversa,

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nasce a canção “Nise”, gravada posteriormente e que passou a fazer parte do CD “Fractais”.

Ela apresentou-me, entre tantos outros, principalmente a tese de doutorado de Maria Luisa SCARAMELLA (2010). Amnéris, co-orientadora não oficial, por quem tenho apreço, carinho e gratidão incondicional.

Outro encontro-luz: V CIPA – Congresso Internacional de Pesquisa (Auto)Biográfica na Pontifícia Universidade Católica - PUC/RS em Porto Alegre, no período de 16 à 19 de outubro de 2012. Deste evento destaco, em particular, a apresentação da Profa. Dra. Rosa Maria Bueno Fischer, da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS/RS. Na mesa 6. Novas Terrritorialidades em Pesquisa

(Auto)Biográfica: webgrafia, cinegrafia . . . Fischer projeta trechos do

documentário autobiográfico, “As praias de Agnès”, da cineasta e fotógrafa belga, radicada na França, Agnès Varda, criadora do cinema-ensaio, fazendo conexões com o tema do Congresso.

“Se Agnès fosse sua orientanda de doutorado, este filme seria sua tese ou parte dela?” pergunto eu. Risos de alguns assistentes. Com esta trilha sonora, ainda de fundo, Rosa responde: seria tese, pois só faltou ela incluir, no final, as referências bibliográficas. Esta questão-resposta possibilitou efervescente discussão com a plateia. Em mim, alegria.

Aos poucos, fui compondo-descompondo meu pensamento: obra como tese, tese como obra. É bom, aqui, destacar o conceito de Nietzsche de A vida

como obra de arte, título de livro da Profa. Dra. Rosa DIAS (2011).

Do meu anteprojeto, apresentado para seleção ao doutorado para a pesquisa que aqui resulta, tornou-se mais intensa a palavra Encontro, síntese deste trabalho.

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Na Mala, um pensamento nômade. Lembro-me do momento em que o Adilson, após eu lhe falar e mostrar minha produção até então, entoa: “pesquise sobre formatos alternativos para seu estudo, pois ele não cabe no padrão.” Longo e delicioso percurso até eu chegar à Mala, à Escada-Prelúdios e aos Envelopes-Canções. Adilson, de pronto, entendera o processo-produto da pesquisa, assim como eu, de não querer dissociar também o outro binômio conteúdo-forma.

Corpo atento e conectado ao trabalho atual e à experimentação de outros formatos, iniciei investigação no Instituto de Artes da UNICAMP com preciosa colaboração de Carlos Eduardo Gianetti, técnico em Biblioteconomia, que me apresentou teses com formatos alternativos e também colocou-me em contato com pessoas da instituição que me indicaram deliberações e suas modificações ao longo dos anos pela CCPG – Comissão Central de Pós-Graduação da UNICAMP (CCPG nº 228/2013 que utilizei na qualificação). Em 09 de setembro de 2015 foi publicada a atual, CCPG nº 194/2015. As duas estão reunidas no Prelúdio “Deliberações CCPG”.

Na Faculdade de Educação – FE só encontrei a tese de Eveline BORGES (1997), orientada pelo Prof. Dr. Joaquim Brasil Fontes. Esta e outras do Instituto de Artes – IA/UNICAMP estão compiladas no Prelúdio “Formatos Alternativos”.

Ao vasculhar minha trajetória acadêmico-artístico-pessoal, fui experimentando formas-conteúdo do trabalho doutoral.

Neste período, recolhi trabalho que produzi para a disciplina HS 450 -

Teoria Sociológica V - Poéticas da Ocidentalização no primeiro semestre de

1995 oferecida pelo IFCH e IEL – Instituto de Estudos da Linguagem/UNICAMP, ministrada respectivamente, pelos Profs. Drs. Octavio Ianni e Marisa Lajolo. O trabalho, final da disciplina, orientado por Lajolo, foi composto como uma capa e encarte de disco vinil escrito com caneta esferográfica, datilografado, com colagens de frases recortadas de jornal e de desenhos xerocados, sendo o encarte em papel kraft e a capa em papel colorido.

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inconsciente.” Jules Laforgue. In: BACHELARD (1988, p. 1).

“O método de Foucault sempre se contrapôs aos métodos de interpretação. Jamais interprete, experimente . . .” (DELEUZE, 1992, p. 109).

experimentar e experimentar e experimentar e experimentar e

METAMORFOSES

Prossegui a condição inicial, desde assumir a escritura sobre meu processo de criação, de ter as 19 canções do CD “Fractais” como disparadoras de textos de todo trabalho.

Elaborei um caderno espiralado com capa de papel cartão e empapelado com imagens recortadas de um jornal diário publicado em São Paulo. O empapelamento da capa cedeu lugar à imagem da Espiral-Mosaico.

Ano 2003, época em que eu iniciava, como aluno, na UFSC/SC – Universidade Federal de Santa Catarina, campus Florianópolis, uma oficina de mosaico: arte que se utiliza de cacos de azulejos, pisos, vidros, etc., colados em suportes fixos como madeira, cimento, entre outros, sendo unidos por rejunte para compor imagens.

Na primeira aula, que parecia ser a 27ª ou a última, meu primeiro contato com turquesa, azulejos, cola e madeira; crio a primeira peça. Não seria a 36ª ou a penúltima? Surge uma Espiral (impressão fotográfica colada na tampa da

Mala). Imagem Primordial, elaborada com cacos brancos, azuis escuros e

vermelhos. A Espiral-Mosaico passa a ser a síntese imagética deste estudo, assim como encontro é a síntese verbal e o cobertor vermelho com a vocalise

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A Espiral, criada como brinquedo, da mesma forma como a Escada de Jacó, que passei utilizá-la posteriormente, são imagens potentes. Ela retrata a passagem-salto do círculo-mandala, pois, nesse momento eu finalizava a criação do CD “Mandala: um passeio lúdico-poético.”, para os círculos-espiral.

O caderno espiralado, com toda a escritura, parecia revelar apenas a minha faceta acadêmica. Surge a Mala.

Eventos sincrônicos:

Consulto o site de Ana GODOY:

http://serpentemplumada.wix.com/ana-godoy-escrita-em-pesquisa#

“Este site está articulado à pesquisa de pós-doutorado: Modos semióticos

menores e o devir canibal da educação: uma crítica e uma clínica da escrita em pesquisa.” FE/UNICAMP.

Chamou-me atenção a frase de Marcel Duchamp: “Tudo que fiz de importante pode ser colocado numa caixa.”,

Relembro o espetáculo teatral “De malas prontas” da Cia Pé de Vento de Florianópolis/SC,

Vejo, na TV, propaganda com uma mala antiga,

A partir destes fatos, pesquiso na internet e encontro www.goldenage.com.br, site de uma fábrica de malas, que há mais de duas décadas produz este artefato a partir de fibras secas de coco, em formatos similares às antigas. Vou até a fábrica, no município de Pedreira/SP, onde escolho e encomendo 12 exemplares para mim, para os membros da banca, e para as bibliotecas da UNICAMP: Central, da Faculdade de Educação e do Instituto de Artes. Ao retornar desta 1ª viagem, leio atentamente a nota fiscal da compra – nome da loja: FLOR NO CAMPO !!!

Imagem Primordial, Espiral-Mosaico, encontrada. Selá-la na tampa da

Mala foi um simples gesto. A gesta: processo espinosamente alegre - alegria

como aumento da potência de agir. Este estado acompanha-me, inclusive no momento desta escritura. Cada uma das canções, os pequenos blocos delas e todo o repertório contido no CD mostravam-me que a espiral-larva transformava-se, transformava-me e transforma-me.

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Imagem Primordial em seu estado embrionário no ano de 2013. Dez anos antes ou depois? Egrégora formada.

“A intuição é o método do bergsonismo. A intuição não é um sentimento nem uma inspiração, uma simpatia confusa, mas um método elaborado, e mesmo um dos mais elaborados métodos da filosofia.” (DELEUZE, 2012, p. 9).

Bergson valoriza tanto os problemas (verdadeiros) como as soluções, “. . . mas o problema tem sempre a solução que merece . . .” (Idem, p.12).

“A verdadeira liberdade está em poder de decisão, de constituição dos próprios problemas . . . Mas colocar o problema não é simplesmente descobrir, é inventar.” (Idem, p. 11).

Dentro da Mala, alojava-se o caderno composto de 19 blocos-canções contendo todo conteúdo da pesquisa.

Antes de chegar à Mala, fui, aos poucos, definindo o material dos blocos. Cheguei a estruturá-los em sete anéis com folhas, formato A4, coladas e dobradas. O caderno espiralado parecia ainda não ser o padrão para o trabalho.

O amigo, Prof. Dr. Italo Oscar Riccardi León, visita-me e, ao apreciar a composição até então criada: Mala com Espiral-Mosaico, CD, DVD, e caderno, sugere-me a separação dos blocos-canções só com material referente a cada uma delas, e outro bloco com temas gerais e relativos a cada um dos componentes, como um manual de orientação, pois eu criava diversos artefatos, disse-me ele: outro intercessor.

Com a imagem da mala plasmando, volto ao caderno, retiro os 19 blocos-canções. Meu amigo, artista plástico e educador popular, L. Cid, cria um gabarito de envelope com papel kraft para acondicionar os textos referentes às canções.

Outros intercessores: Chico dos Bonecos e os brinquedos do Chico dos Bonecos; amigo, artista e educador no universo das palavras e suas múltiplas conexões. Na noite que o reencontrei, ele desenvolvia, no SESC – Serviço Social do Comércio de São José dos Campos/SP, uma oficina para interessados nesta temática. No momento que adentro o espaço pedagógico, ele apresentava,

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ludicamente, aos participantes o brinquedo A Escada de Jacó em diversos formatos e materiais, como: madeira, caixa de fósforo, caixinhas de papelão, etc.

A Escada de Jacó, popular no Brasil, pode ser encontrada com distintos

nomes como: Escada de Maracá, Traca-Traca, João Teimoso e outros. O material composto, na maior parte das vezes, com seis degraus de madeira, é unido por fitas coloridas de tecido que, ao serem movimentados, formam imagens de objetos e animais. A espiral, já cunhada no mosaico, e agora a escada despertaram, novamente, minha faceta brincante.

A espiral, de plástico, do caderno, diferente da Espiral-Mosaico, sai de cena e o conteúdo-forma vira brinquedo também; um jogo com papéis de diversas texturas e tecido compondo 14 prelúdios. Criada a Escada-Prelúdios. Abandono, de vez, o caderno e minha faceta só acadêmica ou acadêmica-velha.

“Imagem Primordial, espiral-mosaico, encontrada. Selá-la na tampa da Mala foi um simples gesto. A gesta: processo espinosamente alegre - alegria como aumento da potência de agir.”

Próximo passo: arrumar a Mala. Atentamente colocar a bagagem, lentamente os objetos sonoros, imagéticos e verbais, pacientemente revê-los, reouvi-los e reescrevê-los.

A Mala é como prolongamento do corpo. Braços-Mãos-Dedos transformam-se em cordões umbilicais.

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MALA ÚTERO MALA MAPA MALA CASA

MALA-MOVIMENTO, que se desloca pelas imagens e sons, depara-se com encontros alegres.

Esta Mala retrata meu espírito: nômade e viajante e curioso e observador

e que se encanta por lugares e meios de locomoção e por pessoas e por sabores e por odores e por olhares e por sons e por animais e por cores e por aquilo que

não se vê e por tudo que atiça, provoca, desequilibra, desestabiliza, acalma, acaricia meu pensamento;

daí, para fazer uma canção, é só deixar o corpo leve, com e sem instrumento, violão e percussão,

daí, para escrever um texto, é só deixar o corpo leve, papel, lápis, livros, borracha, cola, tesoura, computador, mãos e olhos.

Agora sim, posso aceitar a sugestão do Prof. Dr. José Antonio Vieira Flores, da Universidade Federal do Rio Grande – FURG/RS, quando lhe apresentei a Mala, CD Fractais, algumas imagens e falei-lhe sobre o estudo até então. Naquele momento ele melodiou: “Livro de Artista é o que você está criando.” Oba!

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Doutorado – UNICAMP

Na Faculdade de Educação – FE

1) Eveline BORGES 1150031482 - Retido (consulta restrita) Parecer PG nº 1985/96

TESE - Português

Classificação T/UNICAMP Notação B644a

Ent. princ. Borges, Eveline

Título "L'apres-midi d'un faune" : do teatro/do livro ao livro/ao teatro / Eveline Borges. Imprenta Campinas, SP : [s.n.], 1997.

Desc. física 1v. (não paginado).

Notas

Gerais Acompanha livretos, "plaquettes", opusculos, um cartaz, um maço de cartas e um de fotografias, em pasta

Gerais Orientador: Joaquim Brasil Fontes

Dissertação ou tese Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação

Conteúdo

Conteudo: 1. Encontro com Mallarme (livreto encadernado em couro e seda) – 2. Elogio do figurino (bloquete em espiral com capa de figurinos de epoca – 3. L'Apres-midi d'un Faune (fac-simile da primeira edição da poesia – 4. O fauno de Nijinsky (brochura) –

5. Estas ninfas (brochura com capa de organdi envelhecido) – 6. Corpus vasorum (album de laminas de ceramica grega) –

7. O fauno bricoleur (encadernação cor marrom com selo do fauno) – 8. Notebook (caderno em espiral, capa plastica transparente) – 9. Maço de cartas (quatro cartas com envelopes envelhecidos) – 10. Maço de fotografias (9 fotos em sépia) –

11. Cartaz (cartaz tam. A-2, enrolado) –

12. Programa (folha solta de papel vegetal envelhecido) - 13. Bibliografia

Assuntos

1. Mallarme, Stephane, 1842-1898 2. Bale (Dança) - Rússia

3. Bailarinos - Trajes

Ent. sec.

I. Fontes Junior, Joaquim Brasil, 1939-

II. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Educação

Titulação Doutor em Educação Data de defesa 04/07/1997

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No Instituto de Artes – IA

Teses na Biblioteca Digital e disponibilizadas para retirada no IA com formatos alternativos de capa.

1) C 157c 1150096410 (texto e fotos) Conjunto Discreto : sobre figura e ação em desenho Autor(es): Adalgisa Maria Cavezzale de Campos Arte , Arte - Desenhos , Performance (Arte) Área de concentração: Artes Visuais Titulação: Mestre em Artes Banca: Luise Weiss [Orientador]

Paulo Mugayar Kühl, Luiz Armando Bagolin, Lygia Arcury Eluf Claudio Mubarac

Resumo: Esta dissertação teve por finalidade investigar modalidades de funcionamento do desenhar, particularmente o figurar e o agir, conjugando prática artística e reflexão, baseando-se na experiência e no pensamento em desenho. Através da observação destes dois funcionamentos - figurar e agir - e três de suas manifestações no conjunto do trabalho - Medições, Estruturas e Acontecimentos - buscou-se isolar aspectos que digam respeito a essas interações. Na última parte do texto, apresenta-se o Conjunto Discreto, um grupo de trabalhos que, constituindo a exposição a ser apresentada na Galeria do IA, pretende declinar possibilidades de interação entre estes dois funcionamentos.

Data de Defesa: 11-04-2012 Código: 000865897

2) B 753d v1 e v2 1150096338/IA 1150096339/IA (texto, pinturas e fotos) Distância Íntima : a cor na construção de um projeto pictórico autobiográfico

Autor(es): Natália Fernandes Brescancini

Cor na arte , Pintura , Autobiografia , Processo criativo , Poética

Área de concentração: Artes Visuais Titulação: Mestre em Artes

Banca: Lygia Arcuri Eluf [Orientador] Paulo Mugayar Kühl, Cláudio Luiz Garcia

Resumo: O estudo propõe uma investigação sobre o processo criativo, a partir da execução e análise de uma série de pinturas - autorretratos - realizadas entre 2008 e 2011. Os eixos estruturais de organização são o uso da cor como elemento fundamental para a construção do espaço pictórico e os diferentes modos de registrar as etapas do processo. Foram estabelecidos contrapontos com a produção de algumas artistas contemporâneas cuja abordagem das questões de linguagem e da representação do próprio corpo são um parâmetro importante para minhas reflexões sobre a prática e a técnica.

Data de Defesa: 27-02-2012 Código: 000865140

3) C263a 1150094517/IA (texto, desenhos e fotos) Alquimia e vidro : espaços e limites entre matéria e imaginação

Autor(es): Fernanda Casari

Arte em vidro , Vidro , Alquimia , Processo criativo Área de concentração: Artes Visuais

Titulação: Mestre em Artes

Banca: Lygia Arcuri Eluf [Orientador]

Zandra Coelho de Miranda, Cláudio Luiz Garcia

Resumo: A relação entre materiais, procedimentos e poéticas desenvolvidas durante o processo de criação artística são questões que me acompanham desde a graduação em Artes Plásticas. Este trabalho tem como objetivo unir estas questões e apresentar o caminho percorrido para a realização de objetos em vidro. Abordo a

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(fusing), demonstro resultados de experimentações e o procedimento construtivo utilizado na realização dos objetos. Finalizo com a apresentação de duas séries de objetos realizados a partir de temáticas alquímicas. Data de Defesa: 06-07-2011 Código: 000844085

4) V191a 1150087927/IA (texto, acompanha DVD) Alter-retratos : fragmentos de um jogo existencial

Autor(es): Izaak Vaidergorn

Judaismo , Cabala , Arquitetura , Escrituras , Pintura , Psicanálise , Psicologia analitica Titulação: Doutor em Artes

Banca: Ernesto Giovanni Boccara [Orientador]

Luise Weiss, Elisabeth Bauch Zimmermann, Antonio Marchionni, Suzana Barreto, Ribeiro Carvalho

Resumo: o texto trata da relação entre a escrita e o gesto pictórico através da descrição de um processo concreto de diálogo entre as duas linguagens realizado durante a elaboração desta tese. Embora consubstanciado teoricamente e tomando como base trabalhos anteriores, o objetivo é a construção aleatória de um diário que tenta expressar os momentos de sua produção que podem ser ordenados posteriormente de forma lúdica pelo leitor

Data de Defesa: 30-07-2010 Código: 000772350

5) M813c 1150084939/IA (textos e desenhos) A construção de uma paisagem

Autor(es): Mario Fiore Moreira Junior

Paisagem , Paisagem urbana , Pintura , Colagem , Relevos , Mapas

Titulação: Doutor em Artes Banca: Luise Weiss [Orientador]

Lygia Arcuri Eluf, Lucia Eustachio Fonseca Ribeiro, , Feres Lourenço Khoury Klara Anna Maria Kaiser Mori

Resumo: O projeto artístico "A Construção de uma Paisagem" se constitui de dois núcleos importantes: Locus Amoenus e Mapas Imaginários. Seu fio condutor é a pintura. O desenho, a gravura, a colagem, e a fotografia enriqueceram o corpo do trabalho com a expressividade específica de suas linguagens. O texto descreve quais foram os antecedentes e as experiências com a imagem que contribuíram para o processo criativo e as características relativas à linguagem pictórica que se esdobraram em obras recentes. Reflete sobre a adoção de estratégias visuais e seu rebatimento poético na criação pictórica

Data de Defesa: 05-11-2009 Código: 000473575

6) V75s 1150085299/IA ( texto, acompanha CD)

Somos todos anjos... caidos ou não : dança vocal: a pura poesia da imagem do movimento Autor(es): Tereza Margarida Morini Vine

Movimento , Imagem , Dança vocal , Processos criativos Titulação: Doutor em Multimeios

Banca: Elisabeth Bauch Zimmermann [Orientador]

Antonio Fernando da Conceição Passos, Aguinaldo Moreira de Souza Heloisa Helena Bauab, Roberto Berton de Angelo

Resumo: Este trabalho faz uma reflexão sobre o movimento cênico em processos de criação no contexto da contemporaneidade. Nasce do aprofundamento das pesquisas sobre a Dança Vocal, que tem por principio o entendimento do ser em sua totalidade. Aborda os processos de criação fundamentada na Dança Vocal e as

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possibilidades de encontro com as diferentes linguagens artísticas. Este estudo ainda pesquisa as práticas meditativas como um dos modos de lidar com o processo de criação em Dança Vocal. É dirigido a profissionais, professores e alunos, bem como àqueles que se interessam pela arte do movimento.

Data de Defesa: 31-08-2009 Código: 000475648

7) B278p 1150097357/IA (texto, fotos e desenhos) A paisagem : da descrição à sensação

Autor(es): Ynaia de Paula Souza Barros Paisagem - Pintura , Arte na paisagem , Desenho Área de concentração: Artes

Titulação: Mestre em Artes

Banca: Lygia Arcuri Eluf [Orientador]

Evandro Carlos Frascá Poyares Jardim, Marcos Francesco Buti, Luise Weiss Paulo Mugayar Kühl

Resumo: O trabalho que apresento como dissertação de mestrado, buscou compreender a maneira como construo a representação da paisagem por meio do desenho e da pintura. Ao longo dos últimos quatro anos foram realizadas séries de desenhos e anotações (apresento aqui uma mostra) que reflete o meu embate cotidiano com a paisagem, com a sua representação e com as nossas referencias de construção desta, as pinturas que nos antecederam, as imagens literárias que nos remetem a ela.

Data de Defesa: 17-01-2005 Código: 000874288

Dissertações e Teses consultadas e disponibilizadas para consulta na Biblioteca Digital da UNICAMP e também para consulta na biblioteca do IA.

1) T - Sa59o – 75882/IA Título [Principal]: Um outro

Título [Outro Idioma]: Another one Autor(es): Daniela Maura dos Santos

Palavras-chave [PT]: Desenho , Artes , Artes plasticas , Auto-retratos , Corpo , Retratos Titulação: Mestre em Artes

Banca:

Lygia Arcuri Eluf [Orientador] Luise Weiss

Maria Lucia Fabrini de Almeida

Resumo: O trabalho apresenta uma investigação da linguagem do desenho fundamentada em dois de seus elementos basicos: a linha e a forma. A figura humana e suas relações são o tema e são os elementos que estruturam a representação do espaço. O volume foi estruturado por séries de imagens que compõem narrativas visuais que evidenciam o processo, a pesquisa e o pensamento. Minha intenção é criar através das imagens e do texto possibilidades de aproximação de um pensamento visual

Data de Defesa: 21-07-2006 Código: 000409750 Informações adicionais: Idioma: Português Data de Publicação: 2006

Local de Publicação: Campinas, SP

Orientador: Série 1. cerca de 120 desenhos sem titulo em formato A5, reproduzidos sobre papel canson com caneta hidrografica com 31,4 x 21,5cm e 21,5 x 31,4cm - Série 2. 'rolos' seis faixas de desenho realizado com caneta nanquim sobre sulfite sendo quatro deles destacados

Instituição: Universidade Estadual de Campinas . Instituto de Artes Nível: Dissertação (Mestrado)

UNICAMP: Programa de Pós-Graduação em Artes 2) T – Av55i 75447/IA

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Autor(es): Carla Cristina Oliveira de Avila

Palavras-chave [PT]: Memoria , Congada - Historia , Cultura popular , Dança - Brasil Titulação: Mestre em Artes

Banca:

Inaicyra Falcão dos Santos [Orientador] Cassia Navas

Maristela Moura Silva Lima Regina Muller

Angelo Assis

Resumo: Este trabalho tem como foco a pesquisa em danças do Brasil; articulando as matrizes afro-brasileiras do Congado de São José do Triunfo Zona da Mata mineira, MG, para a construção dos processos criativos nas linguagens de performance e em dança contemporânea. Através de imagens, textos e recursos multimídia, a pesquisa visa articular, os contextos do Real, Ritual e Virtual aliando-os aos recursos do processo de criação em dança contemporânea aos elementos técnicos de montagem cênica. Reflete como tais processos criativos envolvendo tradição e tradução, projetam as artes para novos territórios, possíveis platôs para uma sociedade transformada Data de Defesa: 04-07-2007 Código: vtls000419898 Informações adicionais: Idioma: Português Data de Publicação: 2007

Local de Publicação: Campinas, SP Orientador: Inaicyra Falcão dos Santos

Instituição: Universidade Estadual de Campinas . Instituto de Artes Nível: Dissertação (mestrado)

UNICAMP: Programa de Pós-Graduação em Artes

3) T – G165g 70995/IA

Título [Principal]: Livros de horas : experiências de criação, pesquisa e ensino em artes Título [Outro Idioma]: Book of Hours : artistic experience, research and education Autor(es): Claudio Luiz Garcia

Palavras-chave [PT]: Arte - Pesquisa , Processo de criação , Livros de artistas , Livros de horas - Ilustrações Área de concentração: Artes Visuais

Titulação: Doutor em Artes Banca:

Lygia Arcuri Eluf [Orientador] Paulo Mugayar Kühl

Feres Lourenço Khoury Klara Anna Maria Kaiser Mori Elida Starosta Tessler

Resumo: O conjunto de onze Livros de Horas é uma das partes do documento apresentado como conclusão do doutorado em artes. Este conjunto é composto por um relato da construção dos livros; pela criação de um vídeo mostrando as referências cinematográficas utilizadas no processo de criação dos retratos, assunto principal da narrativa dos livros. Trata-se de uma pesquisa em artes voltada à criação e ao ensino em artes. Foi realizada uma série de gravura em metal, desenhos e pinturas relacionados às experiências de ensino em artes

Data de Defesa: 26-05-2010 Código: 000775667 Informações adicionais: Idioma: Português Data de Publicação: 2010

Local de Publicação: Campinas, SP Orientador: Lygia Arcuri Eluf

Instituição: Universidade Estadual de Campinas . Instituto de Artes Nível: Tese (doutorado)

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Tese disponibilizada apenas para consulta na Biblioteca do IA.

1. T – L174

Título [Principal]: Expressividade cênica pelo fluxo percepção/ação : o sistema Laban/Bartenieff no desenvolviemtno somático e na criação em dança

Autor(es): Marisa Martins Lambert

Palavras-chave [PT]: Dança , Criação artística , Expressão corporal , Educação do movimento , Sistema Laban/Bartenieff

Titulação: Doutor em Artes Banca:

Júlia Ziviani Vitiello [Orientador] Inaicyra Falcão dos Sanatos Sayonara Sousa Pereira Jussara Correa Miller Silvia Maria Geraldi

Resumo: Abrangendo as vias da prática artística e reflexão teórica, esta pesquisa propõe-se a investigar a construção do saber expressivo do artista da dança. Avalia brevemente modos de se ensinar e criar a dança cênica, para reconhecer as necessidades de o artista ser, hoje, um intérprete-criador da sua linguagem expressiva. Ressalta a importância, para o profissional da arte do movimento, de maleabilizar suas fronteiras, voltando-se para a posse de uma corporeidade consistente, capaz de gerar respostas engajadas e diferenciadas, frente a seus desejos criativos e às novas demandas que eclodem da contemporaneidade. Por meio de recursos provenientes dos campos da Educação Somática e da Análise do Movimento, enuncia-se aqui um caminho que propõe o desenvolvimento do potencial expressivo pelo fluxo percepção/ação - uma abordagem que busca contatar os próprios alicerces da expressividade. Direcionada a apoiar o artista conceitualmente e em uma vivência corporal criativa, fundada na autenticidade, aponta uma visão sensível e dinâmica dos princípios e conceitos do Sistema Laban/Bartenieff, como ferramenta para recontextualizar processos de formação e criação em dança. Os objetivos dessa pesquisa completam-se na sua aplicação prática em dois projetos de criação coreográfica, que tecem o impulso poético da autora a um espaço aberto que acolhe e estimula o artista intérprete- criador na investigação da sua singularidade expressiva.

Data de Defesa: 30-08-2010 Código: 000778888 Informações adicionais: Idioma: Português Data de Publicação: 2010

Local de Publicação: Campinas, SP Orientador: Júlia Ziviani Vitiello

Instituição: Universidade Estadual de Campinas . Instituto de Artes Nível: Tese (doutorado)

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No primeiro semestre de 2011 cursei a disciplina ED302 – Filosofia da

Educação, ministrada pelo Prof. Dr. Silvio Gallo na FE/UNICAMP. Nesta,

estudamos minuciosamente o livro “O que é a Filosofia?” de Gilles DELEUZE & Félix GUATTARI (2010). Fui infectado, lentamente contaminado pelo trio.

“. . . A filosofia não é feita para refletir sobre qualquer coisa. Ao tratar a Filosofia como uma capacidade de “refletir sobre”, parece que lhe damos muito, mas na verdade lhe retiramos tudo. Isso porque ninguém precisa da Filosofia para refletir. As únicas pessoas capazes de refletir efetivamente sobre o cinema são os cineastas, ou os críticos de cinema, ou então aqueles que gostam de cinema.” (DELEUZE, 1999).

“. . . Os grandes autores de cinema são como os grandes pintores ou os músicos: são eles que falam melhor daquilo que fazem. Mas ao falar, tornam-se outra coisa, tornam-se filósofos ou teóricos, . . .” (DELEUZE, 2006, p. 357).

Porque me afetam violentamente os escritos de Félix e Gilles? Pela irrestrita defesa da liberdade, da criação e pelas infinitas possibilidades da experimentação.

O pensamento, para o duo, expressa-se através da Filosofia, Arte e Ciência. Essa como Criação de Funções. A Arte, como Criação de Afectos e Perceptos, a partir de um Plano de Composição. A Filosofia, que não é reflexão, nem comunicação, nem contemplação, mas como campo de Criação de Conceitos a partir da constituição de um Plano de Imanência, que é pré - conceitual, e na criação de Personagens Conceituais.

Esta abordagem encurralou-me. Saída? Confronto? Encontro o próprio veneno: a experimentação. Ponto final? Não! O vírus foi, além da citação por si (des)norteadora, alimentado vagarosamente: pela disciplina cursada, na escrileitura de outros textos de Félix e Gilles, sejam juntos ou separados, na minha presença, como ouvinte, nos “Seminários Conexões” em 2011, 2012 e

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2013 na FE/UNICAMP. Vírus destruidor-cicatrizador! Ele em mim: ataque não aos órgãos. Onde então? “Filosofia não é reflexão, nem comunicação, nem contemplação.”

experimentar e experimentar e experimentar e

No processo de composição deste estudo constatei ter criado um Plano de Imanência: a Mala, os Personagens Conceituais: CD e DVD “Fractais”,

Espiral-Mosaico, Escada-Prelúdios, e Envelopes-Canções. Estes fragmentos

apontam para a criação do conceito

Filosofia então!?, inventada por um não filósofo de formação acadêmica, e a não-Filosofia, Arte, em conexão com a Filosofia!? A reflexão de uma produção artística possibilitou-me a criação de um conceito filosófico!? Ou o que fiz está apenas no campo da Arte conectado a fundamentos da Filosofia DeleuzeGuattariana!?

E o Plano de Composição, com os Afectos e Perceptos que são componentes da Arte? Estão presentes, de forma visível ou invisível, audível ou inaudível, na multiplicidade dos Personagens Conceituais e no próprio Plano de Imanência: algo a desvelar-se, a desvendar-se, a desnudar-se, a desvendrar-se.

“Composição, composição, eis a única definição da Arte. A composição é estética, e o que não é composto não é uma obra de Arte.” (DELEUZE & GUATTARI, 2010, p. 247).

Arte, Ciência, Filosofia.

“Os três pensamentos se cruzam, se entrelaçam, mas sem síntese nem identificação. A filosofia faz surgir acontecimentos com seus conceitos, a arte ergue monumentos com suas sensações, a ciência constrói estados de coisas, com suas funções.” (idem, p. 254-255).

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designado, ora se serve de uma palavra ordinária à qual dá um sentido singular.” (DELEUZE, 1992, p. 46).

“O uso de E em Godard é essencial. É importante, porque, todo nosso pensamento é mais modelado pelo verbo ser, pelo é. . . O E já não é nem mesmo uma conjunção ou uma relação particular, ele arrasta todas as relações; existem tantas relações quantos E, o E não só desequilibra todas as relações, ele desequilibra o ser, o verbo . . . O E não é nem um nem outro, é sempre entre os dois, é a fronteira, uma linha de fuga ou de fluxo, mas que não vê, porque ela é o menos perceptível. E, no entanto, é sobre essa linha de fuga que as coisas se passam, os devires se fazem, as revoluções se esboçam.” (idem, p. 59-61).

O E em mim:

As vogais do meu nome AUIO. Existe uma lenda indígena em que as pessoas tem um outro nome, formado só pelas suas vogais.

r e A e U e l e I e t e O

FOUCAULT (2006), discute o conceito de autoria.

A e U e t e O e r e I e A

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E. Histórias são criadas entre um e outro personagem, e quanto mais díspares são estes, mais conexões criativas abrem-se ao texto. Pude experimentar esta forma Rodarianesca em 2007 quando produzi o livro CD Operêtanimal, em que criei, a partir de e alinhavando 14 canções, uma história do encontro da

Bandola, instrumento musical contido nas gravações, e a Borboleta, tema de

uma das canções.

O que conecta na ? Como são conectados os Personagens Conceituais, aparentemente tão díspares? Retomo DELEUZE (1999) ao falar sobre cineastas adaptando romance ao cinema:

“O que une espaços-tempo desconexos? [...] Mas Bresson foi um dos primeiros a construir o espaço com pequenos fragmentos desconexos, ou seja, pequenos fragmentos cuja conexão não é predeterminada. É só isso que existe . . . A pergunta então é essa: esses pequenos fragmentos de espaço visual cuja conexão não é dada previamente são conectados por meio de que? Pela mão.”

Neste meu estudo, as mãos conectam a tradição e o moderno, o manual e o tecnológico, o visível e o invisível, o audível e o inaudível, o consciente e o inconsciente, as diversas linguagens artísticas, etc.

Surge o terceiro: móvel e momentâneo e fugidio e brincante e nuvens e vento e onda e chama e animal e criança e eee, fruto do encontro; o 3º não questiona, experimenta; não justifica, se apresenta. Elimina o não do dicionário. Amplifica o sim a modos de vida diferentes, singulares, múltiplos. Some da visão: o um e o outro. Surdez total. Apagam-se as impressões corporais. Perda da memória. Parada de todos os órgãos internos. Corpo Sem Órgãos Artaudiano? Fruto do encontro, este corpo (ainda é corpo?) habita em mim. A escritura DeleuzeGuattariana aproxima, conecta, tensiona, elastifica-se, implode, explode, torce, retorce procuro mas não vejo, não sei se era pulga ou se era percevejo. Cria novos usos da palavra à la Guimarães Rosa de Barros Manoel. Desestabiliza e arrepia os dicionaristas e enciclopedistas. Cria ecos, ressonâncias. Ri do abecedário. Um soco nas palavras, que vão a nocaute. Blecaute. Out? Não! In, in, ins, como pedras nos rins. De tanto rir elas querem entrar. E entram aonde querem. Desespero d@s bibliotecári@s. Insônias.

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Des(atent@s), (im)pedem o alvoroço. Cada coisa no seu devido lugar. Duvido da lucidez desses atos. Prefiro a anárquica ludicidade. Nas prateleiras e no chão, os volumes, em ebulição permanente, permanecem a temperaturas que nos aquecem, nos esquecem e nos esfriam. A escolha, a colheita e a comida requerem acuidade e cuidado.

Na criação, importa o processo, a rasura, a basura, o rascunho, os apontamentos, o incompleto, o ensaio, o fora de tom, o dissonante, o desarmônico, o inacabado, a falta, a pausa, o silêncio, o imperfeito, o hífen, dois, 4 . . . pontos, interrogação, exclamação, indignação, afastamento, aproximação,

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TREME? QUEM TEME? QUEM TEM COR? AGEM COMO SE FOSSEM PERSON AGEM COMO SE OUVIS SEM SUS TENIDOS OU SUS 4 SUS PIRO DE LÊ-LOS COMO PIRAND ELO DE LEU

Z

GUATTA

RI

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“A citação tenta reproduzir na escritura uma paixão de leituras . . . ela repete e faz ressoar a leitura na escritura; é que bem na verdade leitura e escritura são uma coisa só, a prática do texto é uma prática do papel.” Antoine Compagnon. In: SALLES (2013, orelha).

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Confissão

Fui me confessar ao mar. O que ele disse?

Nada.

Poema de Lygia Fagundes Telles, escrito no mural da piscina do SESC – Serviço Social do Comércio – bairro Santana, São Paulo/SP.

Experimentos do pensamento disparados pelas conexões da obra de Artista e a Universidade.

Gosto dos passes rápidos, dos dribles curtos, das triangulações, das multiangulações, como meu pensamento: automático, psicográfico, taquigráfico, fragmentário. Quase não se percebe e a bola gruda nos pés que a esperam, e, logo, logo, logo a repassam. Nano-diálogo. Na música, encanta-me o repente.

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 Por sínteses,

 Colando escritos, melodias,  Mesclando versos nos textos,  Rimando,  Melodiando o texto,  Por associações,  Por afastamentos,  Por aproximações,  Por desdobramentos,  Como imagens de sonhos,  Sem pontuação,

 Seguindo o pensamento rápido, com a escrita automática (viva os dadaístas),

 Brincando com as palavras, com os sons e com as imagens; embaralhando-os,

 Escrita a lápis em bloco de anotações,  Descrevendo como um cronista, 

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“Vocês sempre desejam novos pensamentos? Façam algo novo, e se poderá dizer algo novo a respeito.” (SCHELEGEL, 1999).

É doente uma mente que pensa por fragmentos? Que os cola, que compete com a fala e com a escrita, e estas saem sempre derrotadas?

Colagem, montagem, encaixe de escritos que aparentemente são desconexos (e podem até ser) na composição de mosaicos; sem margens, fronteiras, barreiras, bordas, molduras. Espaço-tempo que vaza, que ultrapassa, que implode, que mina, que contamina. Indeterminada e inadvertidamente diz não ao não.

Pensamento-nuvens: seduzem-me. Pequenas imagens. Não importa o que está acima ou abaixo. Blocos intensos. Brincam em qualquer direção. Sonoridade multicor, muda. Sem guia, sem bússola. Algumas se quedam, outras navegam. Compõe – decompõe – compõe – decompõe com poemas, diluem-se como algodão.

COM POEMAS DILUEM-SE COMPÕE, MAS DILUEM-SE COMO ALGO DÃO DOCE

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por muito tempo com a mesma imagem; transforma-se em síntese verbo-imagético-sonora. Só assim, pode dar conta da totalidade do pensamento-imagem ou do pensamento sem pensamento-imagem deleuziano. A síntese final?

Na fala, a complexidade expande-se, pois, a rapidez do pensar sai disparada na frente escapando a síntese, fragmentada. Meu mapa astrológico aponta para essa característica. Minha comunicação, com pessoas que se expressam dessa maneira torna-se fluente; pois, uma pequena frase ou palavra é o suficiente para o entendimento do conteúdo.

No início dos anos de 1970, descobri e me apaixonei pela poesia concreta. O concretismo, movimento que incorporava essa poesia, abriu-me canais para a expressão, tanto no âmbito das letras das canções como na composição de textos acadêmicos (estes, confesso, há pouco tempo). Tanto numa, como noutra, utilizo-me de colagens de textos; linguagens que se sobrepõem. A escrita automática, é uma forma de dar conta do pensamento fragmentado; depois, a composição vem com a colagem definitiva ou provisória.

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Um bloco de papel, com e sem pauta, vários lápis com borracha, apontador e livros sempre me acompanham. É onde tem início um texto, uma canção, uma ideia, algo que foi disparado pela leitura e também pelas imagens observadas nos deslocamentos; durante ou após estes.

O grafite cunha uma escrita mestiça; nem branco, nem negro.

Sobre escrever–ler: o pequeno-grande livro de Jorge LARROSA (2003) foi companheiro de estrada e de estrado.

“Quem escreve à mão encontra-se nos subúrbios da cultura escrita, isto é, ali onde a caligrafia e a grafologia, esses encantadores modos de leitura medievais, ainda reinam. Escrever à mão aproxima-se mais dos fragmentos manuscritos da antiguidade do que dos programas de computadores.” (FLUSSER, 2010, p. 190).

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Nem o anúncio de decolagem do avião no aeroporto Salgado Filho em Porto Alegre/RS paralisou as batidas frenéticas dos pés no solo da moça que viajava ao meu lado. Junto ao aviso sonoro, abruptamente ela saca, do saco-bolsa, lápis e folha dobrada de papel branco A4. Inicia-se um coito, com oito retângulos e o grafite. Despisto? Não! Eu, um voyeur dos mistérios da composição das palavras. O explícito sexo não é com o seu companheiro que, ao lado, ainda cochila. A ponta do lápis penetra o branco do papel a quatro. Intenso encontro desde a retirada do saco-bolsa. Inicia com o gozo que se prolonga até a última dobra e o fechar do zíper. Paralisa-se o pensamento. Escrita automática, dadaístas em ação, psicografia mediúnica, espíritas de plantão. Meu foco, aos poucos, na transa entra, sem pedir permissão, ora por baixo, ora por cima das palavras: molhadas exalando jasmim, tocam no rosto de mim. Não sinto mais as (des)dobras. Deixo fluir. E o seu escrito: Poesia? Crônica? Lista de compras? Lembrete para a reunião que logo, na capital gaúcha, ocorrerá? Rascunho de quê? Carta de fim de relacionamento com o companheiro que subitamente acorda? Suportará ele o corte? 21 graus centígrados em POA. A moça tira a blusa de manga longa, aparece o vestido que marca seu corpo até os pés, braços expostos, óculos verde-escuros. E lá vamos nós para o encontro com a bagagem na esteira de número 2.

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O lapso da borracha

Elas quase-tudo apagam. Deixam rastros (im)possíveis de serem lidos a olho nu, de serem lidos por lupas, caso contrário.

De uma, ou de outra maneira, facilitam a investigação dos estudiosos da criação em processo, que reverenciam os rascunhos, as rasuras, a gênese das obras. Estes, agem à procura dos vestígios, remexem nas lixeiras, buscam o primeiro gesto; só para lembrar a Profa. Cecília de Almeida SALLES (2013), o gesto inacabado. São detetives sem portar armas letais. As armas protegem as mãos dos escritores: certeiras, disparam-atingem o alvo de quem delas se aproxima. Algumas se dissipam, outras se instalam e multiplicam-se à enésima potência.

A Profª Dra. Sandra Mara Corazza, da Faculdade de Educação da UFRGS/RS, coordena o projeto “Escrileituras: um modo de ler-escrever em meio à vida”.

“O desejo da escrileitura

DESEJO. Há, pois, no desejo de escrever, uma necessidade de inventar novas possibilidades de vida. Escreve-se para criar outras maneiras de viver, sentir e desejar. Para fazer nascer o que ainda não existe. Para expressar e garantir um pouco de vida. Para permitir que o corpo respire.” (FERREIRA, 2008, p. 56).

Mistérios e enigmas do processo criativo.

Que dizer do primeiro acorde, da primeira letra-palavra-frase, do primeiro gesto, do primeiro traço? O que se segue? Um fragmento, um lampejo. Desejo em Dó menor. SUSpenso, SUStenido. A obra SUScita-se enigmaticamente: quanto mais SUSpense é seu início, mais singular será. É jato que se expressa num ato corporal. KIERKGAARD (1979) SUSstenta que todas as pessoas que têm consciência de si, são desesperadas; umas sofrem do desespero-fracasso, que é querer ser o outro; e outras do desespero-desafio, que é querer ser elas próprias.

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SUSpeita SUStenta SUSpira SUSsurra Surta SUS SÓS SOS

Meu pensamento, tanto na criação artística, como na acadêmica, expressa-se da mesma maneira: junta-separa-junta-separa . . . mesmo compreendendo (será?) as particularidades de uma e outra forma de criação.

Só para ampliar mais este Prelúdio.

Nos anos 2014 e 2015, algumas vezes, perguntei-me: porque não tenho me dedicado a compor canção, tocar violão ou percussão? Criar, para mim, vai além e aquém do universo cancional e sonoro. Neste momento estou criando, compondo a , por isso, nada falta. Junto (só ou com outr@s), somo, amplio, incluo, sem concluir. Alinho a rapidez do pensamento com a lentidão da escrita através de sínteses verbo-imagético-melódica; minha salvação. A colagem posterior vem compor o pensamento como: uma colcha de retalhos, um quebra-cabeça, um patchwork, um rizoma. Riz.

Ris Do que dizes? Do que vistes? Do que vestes? Do que destes?

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“A própria forma da Mandrágora mantém a sua lenda. Deve ter gritado quando a arrancavam, essa raiz de forma humana. E que ruído de sílabas há em seu nome, para um ouvido que sonha! As palavras são conchas de clamores. Na miniatura de uma única palavra, como há histórias!” (BACHELARD, 1988, p.184)

Elizabeth Ramos da Silva. Professora universitária e Doutora em Educação pela USP. Intercessora no universo da palavra. Nossa amizade foi sedimentada por afeto, respeito, alegria, em 1996, quando do processo de qualificação e defesa da minha dissertação de mestrado. Procurei-a para que me auxiliasse na revisão do texto. Aos poucos, pelo seu envolvimento total com a escritura, fui apaixonando-me pelos nossos encontros. Eu batia palmas no seu portão para entrega dos textos e ela, com seu belo sorriso, abria as portas e todo seu conhecimento. Na sua sala encantava-me com as observações que passavam pelas regras da gramática, mostrando-me outras formas de escrever frases e parágrafos, por ter sempre o dicionário ao lado, pelo respeito à minha forma de escrita, pelos comentários e diálogos sobre o conteúdo conectado à arte, à educação, enfim, à vida. Sessenta metros, no retorno, até minha casa transformavam-se em um filme de longuíssima metragem. Seduzido, eu fora, pelas palavras que saiam do seu corpo, que me incentivavam à experimentação. Eu, sedento pelo próximo encontro. Beth continuou revisando os textos das minhas produções musicais: “Mandala” (2003), “Brinquedos e brincadeiras no Mundo do O” (2004), “Operêtanimal” (2007) e “Brinquedoteca” (2014) e, para minha alegria, neste trabalho doutoral.

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a ninguém, ao contrário): o gosto para cada um de dizer coisas simples em nome próprio, de falar por afectos, intensidades, experiências, experimentações.” (DELEUZE, 1992, p. 15).

FLORianópolisNOSãojosédosCAMPOS

FEMININO MASCULINO

SANTA CATARINA SÃO PAULO

FLOR adentra CAMPOS

nos CAMPOS nasce FLOR

CANÇÃO FEMININO

MÚSICA PALAVRA

FEMININO FEMININO

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Em São José dos Campos/SP, residimos desde 1984. Por 7 anos, entre 1999 e 2005, vivi em Florianópolis/SC.

As canções do CD “Fractais” foram criadas em 2 etapas. A primeira em Florianópolis e no trajeto entre esta cidade e São José dos Campos, no período de 2004 e 2006, quando também foram realizadas gravações guias, com voz e violão, das canções: Papo, Cadê?, Intelectúmulo, Dagmar, Sempre, Tornatore, Antônio e Roça. A canção Existe nasceu, na capital paulista, no ano de 2007.

A segunda etapa foi composta em São José dos Campos e São Paulo, capital, em 2012 e 2013, com as canções: Parte, Criança, Retiro, Odriozola e Nise, assim como, as melodias de: Comida, Somos Nós, Bispo e arriscado, no encontro com poemas de 4 parceir@s-poetas; e a trilha sonora de MicroDoc do

DVD “Fractais”. Os arranjos, gravações e finalização foram feitos também neste

período. Ordenei as canções no CD obedecendo, em sequência, aos dois períodos distintos. Caso este trabalho fosse reproduzido em vinil, o lado A seria composto pelas canções da 1ª etapa, e o lado B pelas canções da 2ª etapa.

Este foi o recorte para o estudo?

Ao buscar os cacos, espedacei-me mais. Com turquesa, tesoura, estilete, mãos, cola, rejunte, madeira, lápis e borracha. Juntar, separar.

Recorte, refere-se a separar. Seu oposto, juntar. Aparentemente, sim. Na academia, esta palavra sai automaticamente da boca da maior parte de orientadores, de membros das bancas, de pareceristas de publicações e projetos, e passam diuturnamente a invadir as cabeças de orientand@s e de postulantes à escritura de artigos e de projetos científicos. Caí nessa armadilha. Saí mais rápido do que imaginava, mais ileso do que pensava; alegre, alegre, cantava, pois, descobri a simbiose.

Recortar, para juntar.

Quanto + juntar, + separar, pois Existe AR, Existe Vida, Existe Sim, Existe Vão, Existe Entre; separar e juntar e juntar e separar. Além do vão, existe algo antes, algo depois que vaza, que esparrama, que purga, que soa, que fede, que pede. Algo que nunca daremos conta. Um embate perdido.

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CortarRecortarDobrarDesdobrarColarSobreporCriarDestruirSumirEstilhaçarMorrerViverFragmentar Fragmentar. Panos e papéis, lentamente com tesoura cortados; com as mãos,

rasgados, impregnam a superfície do sulfite A4. Colados, subscrevem-se. Inscrevem o corpo na ação. Imensa atenção. Vida sobreposta. Composição zero. Implode o binário. Nasce o multiplinário, a obra em processo, ri da vida WORDinária. Dilatam-se os olhos de Nietzsche.

Colar. Costurar, aderir à outra superfície. As palavras, os sons e as imagens,

gaseificam-se. Tese-acontecimento. Efêmera, por um momento, que se vá! Pensamento temporário, transitório: já se foi a outro lugar. Novas conexões. Dadatese.

Cortar. O mosaico-espiral (leio 13, Maldita Reflexão, p.9 com lápis e papel nas

mãos). Obras aos corpos. Ladrilhos esquartejados com imenso alicate. Estilhaços perderam-se no chão. Pequenas fendas no braço marcadas com sangue. O mesmo que imprimi em 3 vértices do quadrado. De minhas veias; doei sangue, faço exames sanguíneos trimestralmente, fiz sessões semanais de auto-hemoterapia: olho atento e alegre a colheita. As anestesias impediram-me de ver jorrar do meu corpo o sangue nas cirurgias que realizei. Sedução sanguinária.

Estilhaçar. No 2º mosaico que fiz na oficina da UFSC, além das lascas de azulejos,

utilizei vidros de um espelho estilhaçado. “Romper com uma identidade e afirmar a potência da vida” (idem, p. 10).

“Nós colocamos um problema bem simples, semelhante ao de Burroughs a propósito da droga: será que é possível captar a potência da droga sem se drogar, sem se produzir como um farrapo drogado?” (DELEUZE, 1992, p.35).

Por uma nano escrita Por uma não escrita

Sim, por uma Louca Oca

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Que passa, que passou, que passará entre Florianópolis e São José dos Campos? Buenos Aires – Argentina, Petrópolis e Nogueira – RJ, Bertioga, Bom Retiro, Caraguatatuba, Guarulhos, Jaçanã, Presidente Prudente – SP, Caiobá – PR, Joinville – SC, Rio Grande e Porto Alegre – RS, Quipapá – PE, Madri – Espanha, Cecília – Itália, África, ?

O recorte abrindo-se para outros cartografemas nesta

Na intenção de juntar, cunhei uma só palavra:

FLORianópolisNOSãojosédosCAMPOS

FLOR NOS CAMPOS

“Os biografemas conseguem transmitir a não linearidade da linguagem inconsciente, e mais: mostram-nos lampejos através das frestas descontínuas da alma, tal qual o inconsciente se expressa.” HORTA (2008, p. 15).

Meu processo de criação requereu a escritura de minha trajetória, de minha autobiografia. Com a leitura do livro de HORTA (2008) e da tese de DA COSTA (2010) que tiveram como referência o conceito de biografema criado por Roland Barthes, e já tendo a Mala com seu conteúdo definido, cheguei ao tema atual.

O pesquisador, em um dos capítulos da tese, traz o método com os distintos modos em que a pesquisa biografemática se apresenta (idem, p. 121-126). Destaco a pesquisa Biografemática Vidarbo, termo cunhado por Sandra Mara CORAZZA (2010).

“A vida, ao invés de justificar a obra, é sobreposta a esta mesma obra que se atravessa na própria vida. O Autor da Vida atravessa o Narrador da Obra que, arrebatado por esta paixão, reinventa o Autor da Vida. . . A pesquisa biografemática vidarbo coloca a vida e obra num mesmo plano, sabendo que o movimento de uma acabará por movimentar a outra.” (idem, p.122).

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composição deste estudo.

A tese de doutorado de Maria Luisa SCARAMELLA (2010), brilhantemente escrita e construída, trouxe-me o importante conceito de sobreposição de narrativas.

O seu estudo é sobre Maura Lopes Cançado (1929-1993), escritora e poeta mineira, que viveu na cidade do Rio de Janeiro/RJ. Pertenceu a movimentos literários e escrevia contos para o Jornal do Brasil/RJ. Os transtornos mentais de Maura impuseram muitas idas e vindas a Institutos Psiquiátricos. Numa destas, ela assassina uma companheira de cela que a importunava, impedindo-a de escrever, ato que era o seu respirar.

Na tese, Maria Luiza utiliza várias narrativas centradas na palavra escrita por Maura: seu livro Hospício é Deus, seus diários, suas cartas; na palavra escrita por outr@s: laudos da sua condição psicológica e de documentos processuais; e nas narrativas centradas na palavra falada: com depoimentos de familiares, de artistas e de intelectuais que conviveram com ela. A forma-conteúdo desta tese conectou-se com meu estudo, no que se refere a múltiplas facetas e perspectivas de linguagens expressas pela palavra dos meus textos e dos intercessores com: poemas, frases curtas, ensaios, crônicas, etc.; das múltiplas linguagens expressas pelas imagens: fotografia, pintura, empapelamento, imagens corporais, Escada-Prelúdios, Envelopes-Canções; da multiplicidade sonora: instrumentos de corda, percussão, computador, sintetizador, gravadores, estúdio, músicos, etc.; da multiplicidade audiovisual contida no DVD “Fractais”. Uma gama de fragmentos que vão compondo-se

como uma escultura, como uma dança, como uma obra de arte, como esta que tem como eixo a canção, palavra melodiada com vozes e

instrumentos. Todas as narrativas tão potentes quanto ao texto acadêmico. Como sobrepô-las?

Durante os anos de 2012 e 2013, assisti a um grande número de ensaios abertos, nas quintas-feiras pela manhã, da OSESP – Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, e também a óperas no Teatro Municipal da capital

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paulista. Atento à polifonia, aos modos singulares de regência das maestrinas e maestros e à imensa variedade timbrística e harmônica, eu educava-me e exercitava-me, em alguns momentos, para ouvir um só instrumento que às vezes soava por um curtíssimo tempo com belas melodias e também com sons caóticos. A composição e a harmonia de tantos fragmentos sonoros na ópera, ampliava-se com as expressões do canto, da fala cantada, da interpretação do coro, do cenário, do figurino e da orquestra. Quantas narrativas sobrepostas?

A multiplicidade dos intercessores possibilitou-me a composição e a definição do nome desse estudo como , e a considerá-lo como uma partitura operística aos olhos-mãos do maestro e da maestrina, como dos corpos invisíveis, durante a apresentação, d@s figurinistas, d@s iluminadores, d@s cenografos, e de tant@s outr@s da equipe de produção. Quem é o autor?

Fractais, o título do CD e DVD.

Fascina-me a sonoridade das palavras. Melodio a maioria delas. Fractais, além da sonoridade, afetou-me sua grafia, a imagem. Não foi o primeiro nome, antes surgiu Parte, título de uma das canções do CD.

Fractais apoderou-se de mim: fragmentos que se dividem.

Nomeei o CD como Fractais Sons e o DVD como Fractais Imagens, com a imagem da espiral-mosaico estampada nas 2 mídias.

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As 19 canções contidas no CD “Fractais” disparam: sínteses que

disparam pensamentos em palavras e imagens, as quais vão compondo a

e numa conjunção forma-conteúdo.

Potenciar a canção até a possível máxima consequência. Ludibriá-la e dioniseá-la e espinoseá-la e deleuzEguattarizá-la e niseá-la à enésima potência. Sugá-la com todo corpo no solo. Está dito, assim será feito. Repito, 3 vezes, em silêncio.

A intenção de ter como ponto de partida do estudo as canções ocorreu no processo de ordenar, incluir, excluir, sempre ouvindo-as individualmente, ou em blocos, ou em todo o conjunto. Posteriormente, percebi que o trabalho não tinha eixo, nem solo, pois, tudo estava composto como um rizoma.

Tudo isto, mais o intuito, que transluziu pacientemente, de não dicotomizar diversas facetas da minha vida, entre as quais o artístico e o educativo, senti-me induzido a reproduzir, na escrita, a forma do meu pensar através do processo de criação da (um polinômio amalgamado).

Celebrar a canção: na segunda quinzena de abril de 2013 dei início a uma

nova etapa na composição do trabalho com a escolha, longa, do título e das 19 canções, organizadas, no final, em 9 Envelopes-Canções, como anéis disparadores para a escritura. Após a definição deste formato e a colheita de outros textos e imagens contidos em pastas, desdobrei estes anéis em outros sete, com idênticos títulos para todas os envelopes, tendo cada um deles extensão e dinâmicas distintas.

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Sete Anéis

Gota, suor, lágrima, mar, cachoeira, chuva, rio, coriza, urina, beijo, sexo, alegria, dor, saudades, vazio, tédio, corte, sangue, fruta . . . ,

tudo em que em mim entra,

tudo que sai de mim numa gota; até pela boca, aumenta a nova espiral. Estes 7 anéis compõem cada um dos 9 envelopes-canções.

“É como um conjunto de anéis quebrados. Eles podem penetrar uns nos outros. Cada anel, ou platô, deveria ter seu clima próprio, seu próprio tom ou timbre.” (DELEUZE, 1992, p. 37).

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Os Sete Anéisna

Narrativa imagética composta de: radiografias, ultrassonografias, colonoscopia e cintilografia do meu corpo. Seriam UltraRadioXCintiloSonoGrafemas?

“Isso funciona em toda parte: às vezes sem parar, outras vezes descontinuadamente. Isso respira, isso aquece, isso come. Isso caga, isso fode.” (DELEUZE & GUATTARI, 2010b, p. 11).

Esta frase é pura canção. Tornar-me-ei parceiro da dupla, sem licença pedir.

SEMCORPOSSEMÓRGÃOSSEMCORPOSEMÓRGÃOS

Entro, com Artaud, na brincadeira, sem conceituar. Ele já o fez tão bem.

Narrativa imagético-verbal. Palavras, frases curtas, poemas visuais: síntese e ampliação do pensamento.

Narrativa imagético-verbal composta da letra e da notação musical (cifras nos compassos e pentagrama).

Narrativa imagética conectada às outras narrativas.

Narrativa verbal com textos sobre o processo de criação das canções com seus intercessores.

Referências

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