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(Kenia)AULADED.PENALII-2ºBimestre

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DAS PENAS (REVISÃO )

1 - – O QUE É CRIME?

1 - – O QUE É CRIME?

A. Conceito Material

É a lesão, ameaça de lesão ou exposição a perigo;

B. Conceito Formal C. Conceito Analítico

Fato Típico + Antijurídico + Culpável

Conduta Ação

Conduta Dolo Culpa

Resultado Punibilidade

Nexo causal

Tipicidade

Responsabilidade Penal Objetivas

Se não há dolo Se não há conduta Não há crime

Gênero Espécies

D Crime R Infração Penal

Contravenção Penal PS

CRIME = FATO TÍPICO + ANTIJURÍDICO + CULPÁVEL PUNIBILIDADE => CONDENAÇÃO

A condenação deve ser proporcional ao crime, principalmente a culpabilidade. Dolo Culpa

Ação Omissão

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DAS PENAS CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS

2 – DAS PENAS - CONSEQUENCIAS JURÍDICAS DO DELITO

2 – DAS PENAS - CONSEQUENCIAS JURÍDICAS DO DELITO

A história da prisão não é de sua progressiva abolição, mas de sua reforma. Prisão – é concebida modernamente como um mal necessário.

2.1 - O QUE É PENA?

2.1 - O QUE É PENA?

É a consequência natural imposta pelo Estado quando alguém pratica uma infração penal. Quando alguém comete um fato típico, ilícito e culpável, surge a possibilidade para o Estado fazer valer o seu jus puniendi. O ESTADO tem o dever/poder de punir, aplicar sanção àquele que, viola o ordenamento jurídico penal praticando infração.

2.2 – ESPÉCIES DE PENA VEDADAS

2.2 – ESPÉCIES DE PENA VEDADAS

A pena a ser aplicada tem que obedecer os princípios vários princípios previstos na CF. A CF visando proteger o direito de todos, proibiu a cominação de uma série de penas, ao entender que as mesmas, ofendiam a dignidade da pessoa humana:

Art. 5º inc. XLVII CF diz que não haverá penas:

a. de morte, salvo nos casos de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX b. de caráter perpétuo

c. de trabalhos forçados d. de banimento

e. cruéis

Um estado que procura ser garantidor dos direitos daqueles que habitam em seu território deve, obrigatoriamente, encontrar limites ao seu direito de punir. MAS, NEM SEMPRE FOI ASSIM.

HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DA PENA

HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DA PENA

A) 1ª PENA A SER APLICADA NA HISTÓRIA DA HUMANIDADE – Eva e Adão

Depois da primeira condenação aplicada por Deus, o homem, a partir do momento em que passou a viver em comunidade, também adotou o sistema de aplicação de penas, toda a vez que as regras da sociedade a qual estava inserido eram violadas.

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DAS PENAS CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS

Não aplicavam a privação da liberdade como sanção penal. o encarceramento nesta época não tinha caráter de pena, servia somente para contenção e guarda dos réus para preservá-los até o momento de serem julgados.

O corpo do agente é que pagava pelo mal praticado

PRISÃO - CUSTÓDIA

PRINCÍPAIS PENAS DESSE PERÍODO:

 Pena de morte

 Penas corporais ( mutilações e acoites)  Trabalhos forçados

 Tortura

C) PENA NA IDADE MÉDIA

A idéia da pena privativa de liberdade é ainda celular.

Nesse período a privação da liberdade continua tendo um caráter de custódia, ou seja, local de ‘guardar’ os réus para receberem suas punições, amputação de membros do corpo, tortura, morte etc.

Nesse período surgem dois tipos de prisões:  Prisão de Estado

 Prisão eclesiástica

C.1 - IDADE MÉDIA – PRISÃO DE ESTADO

A prisão de Estado apresentava duas modalidades: PRISÃO CUSTÓDIA

DETENÇÃO PERPETUA (ou até receber o perdão real.)

C.2 - IDADE MÉDIA – PRISÃO ECLESIÁSTICA

Era destinada aos clérigos rebeldes correspondia às idéias de caridade, redenção e fraternidade da igreja, dando ao internamento um sentido de penitência e meditação, para que se arrependessem do mal causado.

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DAS PENAS CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS

Inspirado nas prisões eclesiásticas foi que no sec. XII surgiram as prisões subterrâneas –

VADE IN PECE – (vá em paz), os réus eram despedidos com essas palavras e, aqueles que entravam

nelas não saiam com vida

C3 - IDADE MÉDIA – DIREITO ORDÁLICO

A melhor prova de maldade do indivíduo é o abandono que dele faz Deus ao não ajudá-lo quando submetido a provas de água, fogo, ferro etc. aquele que não superasse a prova era considerado culpado e deveria ser castigado.

Inegavelmente o Direito Canônico contribuiu decisivamente para com o surgimento da prisão moderna, daí deriva o vocábulo PENITÊNCIA – PENITENCIÁRIA/PENITENCIÁRIO.

D) IDADE MODERNA

Na segunda metade do século XVI iniciou-se o movimento para implementação da penas privativas de liberdade, criação e construção de prisões organizadas para correção dos apenados.

Firma-se o pensamento de que o trabalho exaustivo e a disciplina são meios indiscutíveis para a reforma do delinquente.

Tentavam desestimular que outros cometessem os mesmos delitos

Hoje, percebe-se haver, pelo menos nos países ocidentais, uma preocupação maior com a integridade física e mental, bem como com a vida e a preservação da dignidade da pessoa humana.

4- FINALIDADES DAS PENAS

4- FINALIDADES DAS PENAS

QUAL A FINALIDADE DA PENA?

ART. 59 DO CP – prevê que as penas devem ser necessárias e suficientes à reprovação e

prevenção do crime.

A PENA DEVE REPROVAR O MAL PRODUZIDO PELA CONDUTA PRATICADA PELO AGENTE, BEM COMO, PREVENIR FUTURAS INFRAÇÕES PENAIS.

QUAL A DIFERENÇA DE FUNÇÃO E CONCEITO DE PENA?

CONCEITO DE PENA : pena é uma ‘mal’ que se impõe, por causa da prática de um delito (castigo). FUNÇÃO: retribuição/prevenção/ressocialização...

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DAS PENAS CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS

5 – TEORIAS SOBRE A FINALIDADE DA PENA

5 – TEORIAS SOBRE A FINALIDADE DA PENA

5.1 - TEORIA ABSOLUTA advoga a tese da retribuição.

5.1 - TEORIA ABSOLUTA advoga a tese da retribuição.

Encabeçada por Roxin, diz que na reprovação, reside o caráter retributivo da pena. O fim da pena é independente, desvinculado de seu efeito social.

A concepção de pena como retribuição diz que a pena deve ser justa e isso pressupõe que se corresponda em sua duração e intensidade com a gravidade do delito, que o compense.

QUAL SENTIMENTO SOCIAL A RESPEITO DESSA TEORIA?

Em regra a sociedade se contenta com esta finalidade, porque tende a se satisfazer com essas espécies de ‘pagamento’ ou compensação feita pelo condenado, desde que, a pena seja privativa de liberdade.

Se ao condenado for aplicada uma pena restritiva e direito ou de multa a sensação que vigora na sociedade é a de impunidade.

5.2 - TEORIAS RELATIVAS – apregoam a prevenção

5.2 - TEORIAS RELATIVAS – apregoam a prevenção

a) prevenção geral: negativa e positiva – ótica social b) prevenção especial: negativa e positiva – ótica do réu

Se fundamente no critério de prevenção, que se biparte em:

a) Prevenção Geral: Negativa e Positiva

a.1) prevenção geral negativa ou prevenção por intimidação – a pena aplicada tende a

refletir junto a sociedade, assim, a sociedade reflita antes de praticar qualquer infração penal.

Evita que aqueles com inclinação para prática de crimes possam ser persuadidos a comportarem-se em conformidade com o direito, por intermédio da resposta sancionatoria à violação do direito alheio.

a.2) Prevenção geral positiva ou prevenção integradora - Prevenção geral positiva ou

prevenção integradora

A pena presta-se não somente a prevenção geral negativa, seu propósito vai além disso, infundir na consciência geral a necessidade de respeito aos valores sociais, fidelidade ao direito, promovendo a integração social.

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DAS PENAS CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS

b) Prevenção Especial: Negativa e Positiva

b.1) Prevenção especial negativa – neutralização daquele que praticou uma infração penal,

que ocorre com uma segregação no cárcere. A retirada momentânea do agente do convívio social o impede de praticar novas infrações penais.

b.2) Prevenção especial positiva – fazer com que o autor desista de cometer outros delitos,

denota-se aqui o caráter de RESSOCIALIZAÇÃO da pena, fazendo com que o agente medite sobre o crime, sopesando suas consequencias, inibindo-o ao cometimento de outros delitos.

5.3 - TEORIA MISTA OU UNIFICADORA - retribuição/prevenção

5.3 - TEORIA MISTA OU UNIFICADORA - retribuição/prevenção

Agrupam em um conceito único os fins da pena.

Conjuga a necessidade de reprovação com a prevenção do crime e ressalta o cunho de ressocialização.

O GARANTISMO DE LUIGI FERRAJOLLI - Segundo esse catedrático, a pena tem sim

a função de prevenção geral negativa. Ela deve intimidar o sujeito a cometer novos crimes, porém na menor medida possível, com o mínimo de violência necessária. Por outro lado, a pena não pode ser tão branda a ponto de deixar na vítima do crime a sensação de que o autor do delito saiu impune e sentir-se a vontade para perpetrar a vingança, "fazendo justiça" com as próprias mãos.

QUAL TEORIA FOI ADOTADA PELO ART. 59 DO CP?

Teoria Mista ou Unificadora

Art. 59. A aceitação do perdão fora do processo constará de declaração assinada pelo querelado, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais.

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SISTEMA PRISIONAL

6 - SISTEMAS PRISIONAIS/PENITENCIÁRIO

6 - SISTEMAS PRISIONAIS/PENITENCIÁRIO

 Primeiro o corpo do delinqüente pagava pelo mal que ele havia praticado  A pena privativa de liberdade foi um avanço

 Origem dos sistemas penitenciários: séc.XVIII, nos EUA

6.1 - SISTEMA PENSILVÂNICO OU DE FILADELFIA OU CELULAR

6.1 - SISTEMA PENSILVÂNICO OU DE FILADELFIA OU CELULAR

O preso era recolhido a sua cela, isolado dos demais, não podendo trabalhar ou receber visitas, sendo estimulado ao arrependimento pela leitura da bíblia.

CRÍTICA: extremamente severo, impossibilitava a readaptação social

6.2 - SISTEMA AUBURNIANO

6.2 - SISTEMA AUBURNIANO

Adotado na penitenciária de Auburn (N.Y./EUA), neste permitia-se o trabalho dos presos, inicialmente dentro de suas próprias celas e, posteriormente, em grupos. Manteve-se o isolamento noturno. A regra desse sistema era o silêncio absoluto, ficou conhecido com (silent system).

CRÍTICA: regra desumana do silêncio absoluto, daí surgiu entre os presos outros tipos de

comunicação, com as mãos, batidas na parede, falhava também pela proibição de visita

6.3 - SISTEMA PROGRESSIVO

6.3 - SISTEMA PROGRESSIVO

Surgimento no início do séc. XIX, na Inglaterra, criação de um sistema progressivo a ser realizado em 3 fases:

I - Período de prova – preso completamente isolado

II - Progressão para o 2º estágio – era permitido o trabalho comum mantendo-se o silêncio

absoluto

III - Terceiro período livramento condicional

Posteriormente foi acrescido como progressão do 2º período o da prisão intermediária, trabalho a noite em penitenciarias agrícolas ou industriais e de dia vida comum, somente depois chegava-se ao livramento condicional.

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REGIME DE CUMPRIMENTO DAS PENAS

7 – ESPÉCIES DE PENA (ART. 32 CP)

7 – ESPÉCIES DE PENA (ART. 32 CP)

As penas são:

I - privativas de liberdade: (detenção e reclusão) II - restritivas de direitos;

III - de multa.

LCP – traz a pena de prisão simples (lei de introdução do código penal)

8 – PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE:

8 – PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE:

Vem previsto no preceito secundário de cada tipo penal incriminador

RECLUSÃO DETENÇÃO PRISÃO SIMPLES

CRIME CRIME CONTRAVENÇÃO PENAL

Cumprimento inicialmente em regime fechado, semiaberto ou aberto

Concurso material – aplicando-se a cumulativamente as penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela (art. 69, caput e 76)

Como efeito da condenação, a incapacidade para o exercício de pátrio poder, tutela ou curatela, somente ocorrerá com a prática de crimes dolosos, punidos com reclusão (art.92,II)

Autoridade policial não pode conceder fiança

Cumprimento inicialmente em regime semiaberto e aberto, salvo necessidade de regressão permite o regime fechado (art. 33, caput CP)

A autoridade policial pode conceder fiança (art. 322 cpp)

A prisão simples também começa em regime aberto ou semi-aberto, sendo que na prisão simples o regime não pode ser fechado, não admitindo regressão

Prisão simples é a pena

cumprida sem rigor penitenciário em estabelecimento especial ou seção especial de prisão comum, em regime aberto ou semi-aberto. Trata-se de pena aplicada em face de contravenção penal (Lei das Contravenções Penais - Decreto Lei nº3.688/1941), que por sua vez é infração penal de menor potencial ofensivo.

Somente são admitidos os regimes aberto e semi-aberto.É vedado o emprego do regime fechado para o cumprimento de

pena por contravenção

penal,mesmo em caso de

regressão.

Nos termos do artigo 10 da LCP,a

duração da pena de prisão simples não pode exceder 5 (cinco) anos,diferentemente dos

crimes,cujo marco máximo de duração são 30 (trinta) anos (art.75, CP). Nada impede, que no concurso de contravenções a

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REGIME DE CUMPRIMENTO DAS PENAS

Tempo máxime de cumprimento da pena 30 anos (art. 75 cp)

Tempo máxime de cumprimento da pena 30 anos (art. 75 cp)

pena seja fixada acima de cinco anos, o que não é permitido é o

cumprimento da pena superior a cinco anos.

8.1 – REGIME DE CUMPRIMENTO DAS PENAS

8.1 – REGIME DE CUMPRIMENTO DAS PENAS

Após o julgador ter concluído em sua sentença, transitada em julgado, pela prática do delito, afirmando que o fato praticado pelo réu era típico, jurídico e culpável a etapa seguinte consiste na aplicação da pena

critério trifásico de dosimetria penal: (art. 68 do CP)

1º - pena-base: critérios do art. 59

2º - circunstâncias atenuantes e agravantes (art 61/62. 65/66) 3º - as causas de diminuição e aumento de pena

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REGIME DE CUMPRIMENTO DAS PENAS

REGIME FECHADO REGIME SEMIABERTO REGIME ABERTO Art. 36 RDD (regime disciplinar diferenciado) -cumprimento da pena em penitenicária -será submetido a exame criminológico para individualização da execução - trabalho em comum dentro do presídio -isolamento durante o repouso noturno (art 34 §1º do CP)

-isolamento noturno com cela individual (Art. 88 LEP)

- não pode freqüentar curso de instrução ou profissionalizante

-trabalho externo só é admissível em obras e serviços públicos ou privados, desde que o

condenado tenha

cumprido pelo menos 1/6 da pena.

Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela direção do estabelecimento, dependerá de aptidão, disciplina e responsabilidade, além do cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena Art. 36. O trabalho externo será admissível para os presos em regime fechado somente em serviço ou obras públicas realizadas por órgãos da Administração Direta ou Indireta, ou entidades privadas, desde que tomadas as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina.

Conseqüência do

Não há previsão para o isolamento no repouso noturno. -o condenado tem direito a freqüentar cursos profissionalizantes ou de instrução, -ficará sujeito ao trabalho em colônias agrícolas, industrial ou estabelecimento similar. - conseqüência do trabalho: remição - autodisciplina e senso de responsabilidade do apenado - o condenado só permanecerá recolhido (no albergue ou similar) durante o repouso noturno e nos dias de folga.

-o condenado mantém contato com sua família e sociedade

Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso

provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características:

(Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da

pena aplicada;

(Incluído pela Lei nº

10.792, de

1º.12.2003)

II - recolhimento em cela individual;

(Incluído pela Lei nº

10.792, de

1º.12.2003)

III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração

de duas horas;

(Incluído pela Lei nº

10.792, de

1º.12.2003)

IV - o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol. (Incluído

pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

§ 1o O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros, que

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REGIME DE CUMPRIMENTO DAS PENAS

apresentem alto risco para a ordem e a

segurança do

estabelecimento penal ou da sociedade. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) § 2o Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso provisório ou o

condenado sob o qual recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organizações criminosas, quadrilha ou bando. (Incluído pela Lei

nº 10.792, de

1º.12.2003)

1 – ESPÉCIES DE PENA – ART. 32 CC

1 – ESPÉCIES DE PENA – ART. 32 CC

“o preso não é condenado para ser castigado, a condenação é o próprio castigo.” BITENCOURT, Cezar Roberto, Tratado de Direito Penal, Parte Geral 1, 15ª edição, Ed. Saraiva. São Paulo 2010, p. 516.

Art. 32 - As penas são: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - privativas de liberdade;

II - restritivas de direitos; III - de multa.

reclusão 1.1 – PRIVATIVA DE LIBERDADE detenção Espécies 1.2 – RESTRITIVAS DE DIREITO

1.3 – MULTA

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REGIME DE CUMPRIMENTO DAS PENAS

Prevê a pena de prisão simples

Art. 1º da LICP – “ considera-se crime a infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente pena de prisão simples ou multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente.

PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE

PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE

PRECEITO SECUNDÁRIO - está prevista no preceito secundário de cada tipo penal incriminador O CP prevê duas modalidades, cujas diferenças localizam-se fundamentalmente nas conseqüências:

RECLUSÃO DETENÇÃO

a) RECLUSÃO

CRIMES: aplicadas para os crimes

DELITOS MAIS GRAVES: reservada para os delitos mais graves REGIME DE CUMPRIMENTO: fechado, semiaberto ou aberto

CONCURSO MATERIAL: aplica-se cumulativamente as penas de reclusão e detenção, executando-se primeiro aquela (art. 69, caput, e art. 76 do CP)

EFEITO DA CONDENAÇÃO: a incapacidade para o exercícios do pátrio poder, tutela ou curatela, somente ocorrerá com a prática de crime doloso, punido com reclusão. (art. 92, II do CP);

MEDIDA DE SEGURANÇA sempre detentiva

FIANÇA: a fiança deverá ser requerida ao juiz

PRISÃO PREVENTIVA – (art. 313, I do CPP): quando crime for doloso, ou se o crime envolver violência doméstica

b) DETENÇÃO

CRIMES: aplicadas para os crimes

DELITOS MENOS GRAVES: reservado para os delitos menos graves

REGIME DE CUMPRIMENTO: semiaberto ou aberto, salvo necessidade de regressão de regime (art. 33 caput)

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REGIME DE CUMPRIMENTO DAS PENAS

MEDIDA DE SEGURANÇA: se o fato praticado pelo inimputável for punível com detenção, o juiz poderá submetê-lo a tratamento ambulatorial (art. 97 do CP)

FIANÇA: a autoridade policial poderá conceder fiança (art. 322 CPP)

PRISÃO PREVENTIVA – (art. 313, I do CPP): quando se apurar que o indiciado é vadio ou, havendo dúvida sobre a sua identificação, não fornecer ou não indicar elementos para esclarecê-la ou se o crime envolver violência doméstica

PRISÃO SIMPLES

PRISÃO SIMPLES

Obs: prisão simples:

CONTRAVENÇÕES PENAIS - aplica-se nas contravenções penais,

REGIME DE CUMPRIMENTO - regime aberto ou semi-aberto, sendo que na prisão simples o regime não pode ser fechado, não admitindo regressão.

Prisão simples é a pena cumprida sem rigor penitenciário em estabelecimento especial ou seção especial de prisão comum, em regime aberto ou semi-aberto. Trata-se de pena aplicada em face de contravenção penal (Lei das Contravenções Penais - Decreto Lei nº3.688/1941), que por sua vez é infração penal de menor potencial ofensivo.

Nos termos do artigo 10 da LCP,a duração da pena de prisão simples não pode exceder 5 (cinco) anos, diferentemente dos crimes,cujo marco máximo de duração são 30 (trinta) anos (art.75, CP). Nada impede, que no concurso de contravenções a pena seja fixada acima de cinco anos, o que não é permitido é o cumprimento da pena superior a cinco anos.

a autoridade policial pode conceder fiança.

REGIME DE CUMPRIMENTO DAS PENAS

REGIME DE CUMPRIMENTO DAS PENAS

“O regime torna-se, agora, o estado de cumprimento de pena, em que se coloca o condenado, no tocante à intensidade modulada de redução de liberdade.” Ob. Cit. BITENCOURT, Cezar Roberto, Tratado de Direito Penal, Parte Geral 1, 15ª edição, Ed. Saraiva. São Paulo 2010, p. 518.

Após o julgador concluir pela prática de um crime a etapa seguinte é a aplicação da pena, cujo nosso sistema adota o modelo trifásico (art. 68 CP):

1ª fase – pena-base – atendendo os critérios do art. 59 do CP 2ª fase – circunstâncias atenuantes e agravantes

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REGIME DE CUMPRIMENTO DAS PENAS

Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;

TIPOS DE REGIME DE CUMPRIMENTO DE PENA

TIPOS DE REGIME DE CUMPRIMENTO DE PENA

I - FECHADO

II - SEMIABERTO III – ABERTO IV - RDD

REGIME DE CUMPRIMENTO DE PENA

REGIME DE CUMPRIMENTO DE PENA

Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º - Considera-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média;

b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar;

c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado.

REGIME FECHADO

REGIME FECHADO

I – REGIME FECHADO:

I – REGIME FECHADO:

- transitada em julgado a sentença penal condenatória, tendo sido determinado ao condenado o cumprimento de sua pena em regime fechado, aplica o art. 87 da LEP.

- será executado em estabelecimento penitenciários de segurança máxima ou média. - guia de recolhimento

- exame criminológico – obtenção dos elementos necessários a uma adequada classificação e com vistas à individualização da execução (art. 8º da LEP e art. 34 caput CP)

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REGIME DE CUMPRIMENTO DAS PENAS

Art. 34 - O condenado será submetido, no início do cumprimento da pena, a exame criminológico de classificação para individualização da execução.CP

Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime fechado, será submetido a exame criminológico para a obtenção dos elementos necessários a uma adequada classificação e com vistas à individualização da execução. LEP

REGIME FECHADO

REGIME FECHADO

Trabalho no período diurno – trabalho é um direito do preso (Art. 41, II LEP)

Trabalho no período diurno – trabalho é um direito do preso (Art. 41, II LEP)

1ª corrente - Greco - se o Estado em virtude de sua incapacidade administrativa, não lhe fornece trabalho, não poderá o preso ser prejudicado por isso, uma vez que o trabalho gera o direito a remição da pena, cada 3 dias trabalhos menos 1 dia na pena. Se o Estado não está permitindo que o preso trabalhe, este não poderá ficar prejudicado no que diz respeito a remição da pena, mesmo que não haja efetivo trabalho.

2ª corrente – Bittencourt – quando a lei fala que o trabalho é direito do condenando está apenas estabelecendo princípios programáticos, como fez a CF quando declara que todos tem direito ao trabalho, educação, saúde.

LEP - Art. 36. O trabalho externo será admissível para os presos em regime fechado somente em serviço ou obras públicas realizadas por órgãos da Administração Direta ou Indireta, ou entidades privadas, desde que tomadas as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina.

Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela direção do estabelecimento, dependerá de aptidão, disciplina e responsabilidade, além do cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena.

- isolamento no período noturno – (art. 34 §1º CP e art. 88 da LEP) - Não tem direito a freqüentar cursos de instrução ou profissionalizantes

Art. 34 - O condenado será submetido, no início do cumprimento da pena, a exame criminológico de classificação para individualização da execução. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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REGIME DE CUMPRIMENTO DAS PENAS

§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a isolamento durante o repouso noturno. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 2º - O trabalho será em comum dentro do estabelecimento, na conformidade das aptidões ou ocupações anteriores do condenado, desde que compatíveis com a execução da pena.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 3º - O trabalho externo é admissível, no regime fechado, em serviços ou obras públicas.

REGIME SEMIABERTO

Guia de recolhimento

- Exame criminológico (art. 35 CP)

A pena deverá ser cumprida em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar Tem comum durante o período diurno

Admite a freqüência em cursos Admite o trabalho externo

Não há previsão para o isolamento durante o repouso noturno Súmula 269 STJ - Reincidentes –

É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais

REGIME ABERTO

Guia de recolhimento

Cumprimento em estabelecimentos “casa do Albergado” Autodisciplina e senso de responsabilidade

Trabalho externo fora do estabelecimento e sem vigilância Direito a freqüentar cursos

Recolhimento no período noturno e nas folgas

Não há previsão legal para remição (difere do regime fechado e semiaberto)

Só pode ingressar nesse regime o condenado que estiver trabalhando ou comprovar possibilidade de fazê-lo imediatamente. A LEP excepciona a exigência do trabalho nas hipóteses do art. 117 - I - condenado maior de 70 (setenta) anos;

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REGIME DE CUMPRIMENTO DAS PENAS

III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental; IV - condenada gestante.

LEP - Art. 114. Somente poderá ingressar no regime aberto o condenado que: I - estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo imediatamente;

II - apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos exames a que foi submetido, fundados indícios de que irá ajustar-se, com autodisciplina e senso de responsabilidade, ao novo regime. Parágrafo único. Poderão ser dispensadas do trabalho as pessoas referidas no artigo 117 desta Lei. O juiz pode estabelecer condições especiais para concessão do regime aberto: art. 115 da LEP : Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condições especiais para a concessão de regime aberto, sem prejuízo das seguintes condições gerais e obrigatórias:

I - permanecer no local que for designado, durante o repouso e nos dias de folga; II - sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados;

III - não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização judicial;

IV - comparecer a Juízo, para informar e justificar as suas atividades, quando for determinado

RDD – REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO (Art. 52 da LEP)

LEP - Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características: (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

II - recolhimento em cela individual; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de duas horas; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

IV - o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

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REGIME DE CUMPRIMENTO DAS PENAS

§ 1o O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos provisórios ou condenados,

nacionais ou estrangeiros, que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

§ 2o Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso provisório ou o condenado

sob o qual recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organizações criminosas, quadrilha ou bando. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

Será aplicado quando:

a) prática de fato previsto como crime doloso que ocasione subversão da ordem ou disciplina interna

b) apresente alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento ou da sociedade c) quando houver fundada suspeita de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organização criminosa, quadrilha ou bando.

O RDD – duração máxima de 360 dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada.

Recolhimento em cela individual

Admite visitas semanais de 2 pessoas, com duração de 2 horas Banho de sol por duas horas diárias.

FIXAÇÃO LEGAL DO REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DE PENA – ART. 33§2º CP

Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado; b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;

c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.

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REGIME DE CUMPRIMENTO DAS PENAS

CONDENAÇÃO REGIME INICIAL ESPÉCIE DE PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE

PENA > 8 ANOS FECHADO RECLUSÃO Não reincidente –

4 < pena ≤ 8

SEMIABERTO RECLUSÃO (FACULDADE) E DETENÇÃO (OBRIGAÇÃO)

Reincidentes – Pena ≤ 4 anos

súmula 269 STJ - É admissível a adoção do regime prisional semi-aberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais

SEMIABERTO

Não reincidente – Pena ≤ 4 anos

ABERTO RECLUSÃO E DENTENÇÃO

Comentários às alíneas a, b e c do art. 33 §2º (Bitencourt) Pena > 8 anos – Regime inicial FECHADO

1º - quando a alínea ‘a’ determina que a pena superior a 8 anos deverá começar a ser cumprida em regime fechado, está se referindo tão somente a pena de reclusão, pelo simples fato de que a pena de detenção não pode começar seu cumprimento pelo regime fechado. (art. 33 caput)

b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto

4 < PENA ≤ 8 (PODERÁ) - SEMIABERTO

2º - a alínea ‘b’ traz uma FACULDADE (poderá) ao não reincidente, com pena superior a 4 anos e que não exceda a 8, cumpri-la, desde o início, em regime semiaberto.

Esse critério é aplicado para reclusão, posto que, a detenção não poderá iniciar no regime aberto em razão da quantidade da pena (superior a 4 anos) e não poderá iniciar no regime fechado porque o

caput do art. 33 proíbe. Logo, para a detenção NÃO é a FACULDADE que a alínea ‘b’ oferece para

a reclusão. Para detenção, cuja pena superior a 4 anos, o regime inicial só pode ser o semiaberto. 3º - reclusão, com pena acima de 4 anos, tanto pode começar no regime semiaberto como no fechado, mas nunca no aberto. Aqui para os não reincidentes, com pena superior a 4 anos, os

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REGIME DE CUMPRIMENTO DAS PENAS

requisitos do art. 59 é que determinarão se será suficiente o regime semiaberto ou fechado. Por isso a faculdade mas somente para a pena de reclusão

4ª – pena de DETENÇÃO superior a 4 anos, excedendo ou não a 8 anos, condenado reincidente ou não, só poderá iniciar o cumprimento da pena em regime semiaberto.

c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.

5ª – a alínea ‘c’ faculta ao condenado não reincidente, com pena igual ou inferior a 4 anos, desde o início, cumpri-la em regime aberto.

Se dirige à RECLUSÃO e DETENÇÃO

CONDENADO ESPÉCIE DE PENA PZO DA CONDENAÇÃO (ART 33)

REGIME INCIAL

RECLUSÃO/REINCIDENTE

BITENCOURT – se a pena for de reclusão de até 4 anos e o condenado for reincidente, o regime inicial poderá ser o fechado ou o semiaberto, os requisitos do art. 59 é que determinarão qual dos dois regimes será o mais adequado.

CONDENADO ESPÉCIE DE PENA PZO CONDENAÇÃO (ART 33)

REGIME INCIAL

REINCIDENTE RECLUSÃO DE ATÉ 4 ANOS F/SA

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REGIME DE CUMPRIMENTO DAS PENAS

Se porém, a pena for de detenção, com condenado REINCIDENTE, o regime só poderá ser semi-aberto, qualquer que seja a quantidade de pena deverá iniciar sempre em regime semiaberto.

CONDENADO ESPÉCIE DE PENA PZO CONDENAÇÃO (ART 33)

REGIME INCIAL

REINCIDENTE RECLUSÃO DE ATÉ 4 ANOS F/SA

DETENÇÃO QUALQUER PENA SA

NÃO REINCIDENTE

Se o condenado não for reincidente, com pena de até 4 anos, ter-se-ão as seguintes possibilidades: DETENÇÃO: poderá iniciar no regime semiaberto ou no aberto, levando-se em consideração os requisitos do art. 59 CP

RECLUSÃO: poderá iniciar em qualquer dos 3 regimes (fechado, semiaberto, aberto)

CONDENADO ESPÉCIE DE PENA PZO CONDENAÇÃO (ART 33)

REGIME INCIAL

REINCIDENTE RECLUSÃO DE ATÉ 4 ANOS F/SA DETENÇÃO QUALQUER PENA SA NÃO REINCIDENTE RECLUSÃO DE ATÉ 4 ANOS SA/A

DETENÇÃO DE ATÉ 4 ANOS F/SA/A

OBS.: Celso Delmanto e Mirabete entendem que o condenado reincidente deverá obrigatoriamente cumprir a pena, de até 4 anos, em regime fechado (segundo cita Bitencourt p. 522)

OBS. IMPORTANTES: I – DETENÇÃO:

a) só pode iniciar em regime semiaberto ou aberto b) nunca pode iniciar em regime fechado

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REGIME DE CUMPRIMENTO DAS PENAS

d) condenado reincidente, qualquer quantidade de pena, só pode iniciar em regime semiaberto;

e) condenado com pena de até 4 anos, NÃO REINCIDENTE, poderá iniciar em regime semiaberto ou aberto, de acordo com os elementos do art. 59

II – RECLUSÃO:

a) reclusão superior a 8 anos sempre inicia em regime fechado

b) reclusão superior a 4 anos, condenado REINCIDENTE, sempre inicia em regime fechado c) reclusão superior a 4 anos até 8, NÃO REINCIDENTE, pode iniciar em regime fechado ou semiaberto (dependerá das condições do art. 59),

d) reclusão até 4 anos, condenado REINCIDENTE, pode iniciar o cumprimento de pena no regime fechado ou semiaberto

e) reclusão até 4 anos, condenando NÃO REINCIDENTE, pode iniciar o cumprimento da pena em qualquer dos três regimes, fechado semiaberto ou aberto (de acordo com o art. 59 CP) Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. § 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código.

A fixação do regime inicial, pelo julgado, para cumprimento da pena deverá ser uma conjugação da quantidade de pena aplicada ao sentenciado com a análise das circunstâncias do art. 59 do CP, principalmente no que diz respeito à última parte do referido artigo, que determina que a pena deverá ser necessária e suficiente para a reprovação e prevenção do crime.

Principais requisitos que devem ser analisados para fixação do regime inicial: - quantidade de pena

- primariedade

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REGIME DE CUMPRIMENTO DAS PENAS

Obs.: não sendo possível o juiz aplicar um regime inicial menos gravoso, o juiz deverá explicitar em sua sentença os motivos pelos quais está determinando ao sentenciado regime mais rigoroso do que aquele previsto para a quantidade de pena a ela aplicada. (Rogério Greco, p. 475)

STF

SÚMULA Nº 718 = A OPINIÃO DO JULGADOR SOBRE A GRAVIDADE EM ABSTRATO DO CRIME NÃO CONSTITUI MOTIVAÇÃO IDÔNEA PARA A IMPOSIÇÃO DE REGIME MAIS SEVERO DO QUE O PERMITIDO SEGUNDO A PENA APLICADA.

SÚMULA Nº 719 - A IMPOSIÇÃO DO REGIME DE CUMPRIMENTO MAIS SEVERO DO QUE A PENA APLICADA PERMITIR EXIGE MOTIVAÇÃO IDÔNEA.

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PROGRESSÃO E REGRESSÃO REGIME

1 - PROGRESSÃO E REGRESSÃO DE REGIME

1 - PROGRESSÃO E REGRESSÃO DE REGIME

“um sistema progressivo de cumprimento de pena, possibilita ao próprio condenado, através de

seu procedimento, de sua conduta carcerária, direcionar o ritmo de cumprimento de sua sentença, com mais ou menor rigor. (BITENCOURT, Cezar Roberto, Tratado de Direito Penal, Parte Geral 1, 15ª edição, Ed. Saraiva. São Paulo 2010, p. 525.)

Os regimes de cumprimento de pena se direcionam para maior ou menor intensidade de restrição de liberdade do condenado.

A sanção aplicada possibilita ao apenado PROGREDIR ou REGREDIR de regimes, ampliando ou diminuído o seu status libertatis.

1.1 - PROGRESSÃO

1.1 - PROGRESSÃO

Evolução de um regime MAIS rigoroso para um regime MENOS rigoroso

1.2 - REGRESSÃO

1.2 - REGRESSÃO

O inverso do regime MENOS rigoroso para o MAIS.

CP – Art. 33 - § 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma

progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as

hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado; b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;

c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.

LEP LEI 7210/84 - Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão.

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CRITÉRIOS PARA PROGRESSÃO DE REGIME

1.3 CRITÉRIOS PARA PROGRESSÃO DE REGIME:

1.3 CRITÉRIOS PARA PROGRESSÃO DE REGIME:

I - CRITÉRIO OBJETIVO OU MATERIAIS

I - CRITÉRIO OBJETIVO OU MATERIAIS – tempo mínimo de cumprimento de pena - quando o

preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior II - CRITÉRIO SUBJETIVO OU FORMAIS

II - CRITÉRIO SUBJETIVO OU FORMAIS – mérito do condenado - e ostentar bom comportamento carcerário

- demonstração que o condenado deverá dar durante a execução da pena de que está apto para ser transferido para um regime menor rigoroso, é comprovado mediante um “Atestado de conduta carcerária”.

OBS. 1 - REPARAÇÃO DO DANO – quando se tratar de crime contra a Administração Pública

CP ART. 33 §4º - § 4o O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais

OBS.2 - PROGRESSÃO PARA O REGIME ABERTO - em se tratando de REGIME ABERTO,

além do cumprimento de 1/6 da pena e do mérito do condenado deve observar se foram preenchidos os requisitos do art. 114 da LEP

Art. 114. Somente poderá ingressar no regime aberto o condenado que:

I - estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo imediatamente;

II - apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos exames a que foi submetido, fundados indícios de que irá ajustar-se, com autodisciplina e senso de responsabilidade, ao novo regime.

Parágrafo único. Poderão ser dispensadas do trabalho as pessoas referidas no artigo 117 desta Lei.

Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime aberto em residência particular quando se tratar de:

I - condenado maior de 70 (setenta) anos; II - condenado acometido de doença grave;

III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental; IV - condenada gestante.

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CRITÉRIOS PARA PROGRESSÃO DE REGIME

OBS.3: a PROGRESSÃO não pode ser realizada por saltos, deverá sempre obedecer o regime

legal imediatamente seguinte ao qual o condenado vem cumprindo pena. Assim, não há possibilidade de, por exemplo, progredir diretamente do regime fechado para o aberto, ignorando o regime semiaberto.

PROGRESSÃO

PROGRESSÃO

OBS. 4 - SÚMULAS DO STF

STF - SÚMULA Nº 716 - ADMITE-SE A PROGRESSÃO DE REGIME DE CUMPRIMENTO DA PENA OU A APLICAÇÃO IMEDIATA DE REGIME MENOS SEVERO NELA DETERMINADA, ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA CONDENATÓRIA.

SÚMULA Nº 717 - NÃO IMPEDE A PROGRESSÃO DE REGIME DE EXECUÇÃO DA PENA,

FIXADA EM SENTENÇA NÃO TRANSITADA EM JULGADO, O FATO DE O RÉU SE ENCONTRAR EM PRISÃO ESPECIAL. Prisão especial – art. 295 CPP –

ABERTO SEMIABERT

O FECHADO

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REGRESSÃO DE REGIME

2 - REGRESSÃO

2 - REGRESSÃO – não precisa obedecer o regime anterior, o condenado que não se adequar ao

regime menos gravoso, p. ex.: o regime aberto, poderá regredir diretamente para o regime fechado sem passar pelo semiaberto.

Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado:

I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;

II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne incabível o regime (artigo 111).

§ 1° O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa cumulativamente imposta.

FALTA GRAVE – LEP

Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que: I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina; II - fugir;

III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem; IV - provocar acidente de trabalho;

V - descumprir, no regime aberto, as condições impostas;

VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei.

VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo.

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao preso provisório.

Quando o condenado se encontrar em regime aberto, poderá ocorrer a regressão se, podendo, não paga a multa (LEP ART. 118, §1º) - § 1° O condenado será transferido do regime

aberto se, além das hipóteses referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa cumulativamente imposta.

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DETRAÇÃO

3

3 - DETRAÇÃO PENAL – é o instituto jurídico que permite descontar, na pena, o tempo de prisão

que o condenado cumpriu antes da condenação. (art. 42 do CP). Pode ocorrer nas seguintes hipóteses:

a) prisão provisório no Brasil ou no estrangeiro – inclui-se a prisão em flagrante, prisão preventiva,

prisão temporária, prisão decorrente de sentença de pronúncia e a prisão decorrente de sentença condenatória recorrível.

b) prisão administrativa – não tem natureza penal. Decorrente de infração disciplinar, hierárquica c) internação em casa de saúde – tempo determinado pelo juiz para realização do exame de cessação

da periculosidade.

QUESTIONÁRIO

QUESTÃO 1 - suponhamos que um agente foi condenado a uma pena de 12 anos em regime inicialmente fechado, quanto tempo ele deverá cumprir para ter direito á progressão de regime e para qual regime e em que circunstâncias subjetivas?

QUESTÃO 2 - considerando que este condenado já esteja cumprindo no regime semiaberto. A partir de quando terá direito a uma nova progressão de regime para o regime aberto? O cálculo relativo à sexta parta de pena cumprida deverá incidir sobre o total da condenação (12 anos) ou sobre o tempo restante (10 anos)?

QUESTÃO 3 - suponhamos que o agente tenha cometido vários delitos pelos quais estava respondendo os processos A, B, C e D, somente em relação ao crime do processo A foi decretada sua prisão preventiva. Sobrevieram então as condenações do processo B, C e D, quanto ao processo A o acusado foi absolvido. Poderá o agente ser beneficiado com a detração, já que a prisão cautelar foi decretada em processo no qual fora absolvido?

QUETÃO 4 - Suponhamos que o agente foi absolvido tempos atrás de uma imputação que lhe fora feita. Naquela oportunidade fora decretada sua prisão cautelar tendo permanecido preso por 60 dias, até que sobreveio a sua absolvição. Um ano depois de ter sido absolvido, o agente comete um crime e por este fato foi condenado a uma pena privativa de liberdade de 4 anos. Poderá nesse caso aplicar a detração?

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CONVERSÃO DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS

4 – PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS

4 – PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS

CÓDIGO PENAL

Art. 32 - As penas são: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - privativas de liberdade;

II - restritivas de direitos; III - de multa.

4.1 – ESPÉCIES DE PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO – Art. 43. As penas restritivas de direitos são:

I - prestação pecuniária; II - perda de bens e valores; III - (VETADO)

IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; V - interdição temporária de direitos;

VI - limitação de fim de semana.

I – PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA

I – PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA

Conceito – art. 45 §1º CP - § 1o A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à

vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

finalidade: reparar o dano causado pelo infração penal, razão pela qual, o valor pago deverá ser deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários.

a vítima e seus dependentes tem prioridade no recebimento da prestação pecuniária, não podendo o juiz determinar o seu pagamento a entidade pública ou privada quando houver aqueles.

nas infrações penais onde não há vítima (art. 288 – formação de quadrilha), poderá a prestação pecuniária ser dirigida a entidade pública ou privada com destinação social

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CONVERSÃO DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS

LEI MARIA DA PENHA – Lei 11340/06 – art. 17 veda a aplicação, nos casos de violência

doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básicas ou outras de prestação pecuniária.

Art. 45 §2º - § 2o No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a prestação pecuniária pode consistir em prestação de outra natureza

oferta de mão de obra e doação de cesta básicas

II – PERDA DE BENS E VALORES

II – PERDA DE BENS E VALORES

Art. 45§3º CP - § 3o A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a

legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto - o que for maior - o montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em conseqüência da prática do crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

pode ser bens móveis ou imóveis

valores: moeda, ações (documento negociável na bolsa de valores)

QUAL A DIFERENÇA ENTRE A PERDA DE BENS E VALORES E O CONFISCO?

Só cabe o confisco dos instrumentos, produtos ou proveito do crime, bens relacionados com a prática de crime. A perda de bens não requer sejam bens ou valores fruto de crime, trata-se de bens e valores legítimos, o que integra trata-seu patrimônio lícito.

ESSA PERDA DE BENS E VALORES SERÁ EM FAVOR DE QUEM?

Art. 45§3º CP - § 3o A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional. RESSALVADA A LEGISLAÇÃO ESPEICAL (ex: art. 62, §9º da lei 11343/06 – Lei de combate a drogas – que traz previsão do FUNAD fundo nacional Antidrogas)

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CONVERSÃO DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS

III – PRESTAÇÃO DE SERVIÇO À COMUNIDADE OU A ENTIDADE PÚBLICA –

III – PRESTAÇÃO DE SERVIÇO À COMUNIDADE OU A ENTIDADE PÚBLICA –

Consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao condenado, que serão por ele levadas a efeito em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos etc, sendo que tais tarefas que lhe serão atribuídas dever ser de acordo com suas aptidões, fixadas de modo a não prejudicar a jornada de trabalho.

Bitencourt – “ dever de prestar determinada quantidade de horas de trabalho não remunerado e útil para a comunidade durante o tempo livre, em benefício de pessoas necessitadas ou para fins comunitários.

CP Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às condenações superiores a seis meses de privação da liberdade. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

§ 1o A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao condenado. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

§ 2o A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

§ 3o As tarefas a que se refere o § 1o serão atribuídas conforme as aptidões do condenado, devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

§ 4o Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado cumprir a pena substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa de liberdade fixada. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

LEP - Art. 149. Caberá ao Juiz da execução:

I - designar a entidade ou programa comunitário ou estatal, devidamente credenciado ou convencionado, junto ao qual o condenado deverá trabalhar gratuitamente, de acordo com as suas aptidões;

II - determinar a intimação do condenado, cientificando-o da entidade, dias e horário em que deverá cumprir a pena;

III - alterar a forma de execução, a fim de ajustá-la às modificações ocorridas na jornada de trabalho.

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CONVERSÃO DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS

§ 1º o trabalho terá a duração de 8 (oito) horas semanais e será realizado aos sábados, domingos e feriados, ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho, nos horários estabelecidos pelo Juiz.

§ 2º A execução terá início a partir da data do primeiro comparecimento.

Art. 150. A entidade beneficiada com a prestação de serviços encaminhará mensalmente, ao Juiz da execução, relatório circunstanciado das atividades do condenado, bem como, a qualquer tempo, comunicação sobre ausência ou falta disciplinar.

O §3º do art. 46 do CP revogou tacitamente o §1º do art. 149 da LEP, devendo o condenado agora, conforme as suas aptidões, cumprir as tarefas à razão de 1 (uma) hora de tarefa por dia de condenação, esse tempo é o mínimo exigido do condenado, uma vez que se por sua vontade tiver o interesse de abreviar a execução de sua pena.

IV – INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA DE DIREITOS

IV – INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA DE DIREITOS

A) proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo

B) proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do Poder Público.

C) suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículos D) proibição de freqüentar determinados lugares

V – LIMITAÇÃO DE FINS DE SEMANA

V – LIMITAÇÃO DE FINS DE SEMANA

CP - Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Parágrafo único - Durante a permanência poderão ser ministrados ao condenado cursos e palestras ou atribuídas atividades educativas.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

- Pena de multa

Art. 58 - A multa, prevista em cada tipo legal de crime, tem os limites fixados no art. 49 e seus parágrafos deste Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Parágrafo único - A multa prevista no parágrafo único do art. 44 e no Aº do art. 60 deste Código aplica-se independentemente de cominação na parte especial. (Redação dada pela

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CONVERSÃO DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS

COMINAÇÃO E APLICAÇÃO DAS PENAS ALTERNATIVAS

COMINAÇÃO E APLICAÇÃO DAS PENAS ALTERNATIVAS

Possibilidade de substituição de uma pena privativa de liberdade por uma restritiva de direito

Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível.

Como na dosagem da pena o juiz deve escolher a sanção mais adequada, levando-se em consideração a personalidade do agente e demais elementos citados na lei e, particularmente, a finalidade preventiva, é admissível nesse momento processual o exame da possibilidade de substituir a pena privativa de liberdade.

REQUISISTOS PARA SUBSTITUIÇÃO

REQUISISTOS PARA SUBSTITUIÇÃO

Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando:

I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo;

II - o réu não for reincidente em crime doloso;

III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.

ART. 44 CP

São requisitos considerados cumulativos, ou seja todos devem estar presentes para que possa realizar a substituição

ROGÉRITO GRECO: classificação dos requisitos ORDEM OBJETIVA: Inc. I e II do art. 44 do CP NATUREZA SUBJETIVA: INC. III do art. 44 do CP

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CONVERSÃO DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS

CP Art. 44, inc. I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o

crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo;

ROGÉRIO GRECO pg. 509

Se a infração penal for da competência do Juízado Especial Criminal, crimes de menor potencial ofensivo, cuja pena máxima é de detenção até 2 anos, mesmo que haja o emprego de violência ou grave ameaça será possível a substituição.

CP art. 44 inc. II - o réu não for reincidente em crime doloso; e qualquer das infrações penais

que estão sendo analisadas, a fim de aferir a reincidência, for de natureza culposa, mesmo sendo o réu considerado reincidente, isso não impedirá a substituição.

A lei faz uma ressalva

CP art. 44, § 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde

que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime

Portanto, o juiz terá de avaliar se, mesmo tendo havido condenação anterior por crime doloso, sendo concedida a substituição, ela atingirá a sua dupla finalidade;

Evitar o desnecessário encarceramento do condenado, impedindo, com isso, o seu contato com presos que cumprem pena por crimes graves

Confirmar o efeito PREVENTIVO da substituição

Caso o julgador perceba que em caso de substituição da pena de prisão pela restrição de direitos, em razão de condenação anterior, esta não surtirá qualquer efeito, ficando impossibilitada a substituição

Se houver uma condenação pela prática DE MESMO CRIME ANTERIOR, sendo o condenado reincidente específico – NÃO HÁ SUBSTITUIÇÃO DA PENA

Cp art. 44 § 3o - Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde

que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não

se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime

Art. 44 inc. III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do

condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.

(35)

CONVERSÃO DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS

Esse requisito subjetivo serve de norte ao julgador para que determine a substituição somente nos casos em que se demonstrar ser ela a opção que atenda tanto ao condenado quanto a sociedade, sendo pois necessária e suficiente para reprovação e prevenção do crime.

CP ART. 44 §2º - Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita

por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos.

CONVERSÃO DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO

CONVERSÃO DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO

Ao adotar uma pena restritiva de direitos, substituindo uma pena de prisão, é indispensável dotá-la de COERCIBILIDADE, razão pela qual há a previsão de conversão dessa pena restritiva de direitos à privativa de liberdade.

A FINALIDADE DA CONVERSÃO É GARANTIR O ÊXITO DAS PENAS SUBSTITUTIVAS.

PRINCÍPIO DA DETRAÇÃO PENAL

A pena RESTRITIVA DE DIREITOS converte-se em PRIVATIVA DE LIBERDADE quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta (ART. 44 §4§)

CP ART. 44 §4º IN FINE - No calculo da pena PRIVATIVA DE LIBERDADE a executar, será deduzido o tempo cumprido na pena restritiva de direito, respeitado o saldo mínimo de 30 dias de reclusão/detenção.

1ª corrente – se o cumprimento de pena restritiva de direito for inferior a 30 dias não pode

aplicar a detração. Ou seja se tiver cumprido menos de 30 dias não aplica-se a detração

2ª - corrente – Bitencourt – leva em consideração a pena que falta para cumprir, ou seja,

para haver a conversão o condenando deve faltar cumprir no mínimo 30 dias.

CONVERSÃO – NOVA CONDENAÇÃO

Nova condenação por outro crime, passa a ser causa de relativa obrigatoriedade de conversão em pena de prisão, pelo restante da pena a cumprir

Art. 44 - § 5º - Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da

execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior.

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CONVERSÃO DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS

I – CONDENAÇÃO POR CRIME PRATICADO DURANTE O CUMPRIMENTO DA PENA ALTERNATIVA ou

II - CONDENAÇÃO POR CRIME ANTERIOR

BITENCOURT- entende-se pela conversão, haja vista que a postura do condena demonstrou que a substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direito não foi suficiente para prevenir e reprimir. Todavia sendo possível o cumprimento das duas penas restritivas de direito simultaneamente o juiz pode aplicá-las.

ROGÉRIO GRECO – na hipótese I, não se aplica o §5º do art. 44 do CP e deve haver a conversão para pena prisão e, na hipótese II, neste caso aplica-se o §5º do art. 44 do CP quando possível o cumprimento simultâneo das duas penas restritivas de direito

Conversão da pena de prestação de serviço a comunidade para privativa de liberdade

O Art. 181. § 1º A pena de prestação de serviços à comunidade será convertida quando o condenado:

a) não for encontrado por estar em lugar incerto e não sabido, ou desatender a intimação por edital;

b) não comparecer, injustificadamente, à entidade ou programa em que deva prestar serviço; c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço que lhe foi imposto;

d) praticar falta grave;

Alínea e) foi revogada tacitamente pelo §5º do art. 44 do CP

1 – CONDENADO NÃO LOCALIZADO POR ENCONTRAR-SE EM LOCAL

1 – CONDENADO NÃO LOCALIZADO POR ENCONTRAR-SE EM LOCAL

INCERTO E NÃO SABIDO

INCERTO E NÃO SABIDO

O réu respondeu regularmente o processo, compareceu a todos os atos processuais, foi condenado a uma pena de prestação de serviço à comunidade, contudo, não foi localizado no momento da intimação da sentença – neste caso o juiz converte a pena restritiva de direito em privativa de liberdade.

2 – CONDENADO REVEL

2 – CONDENADO REVEL – o réu revel durante todo o curso do processo, será intimado da–

sentença por edital, somente após o desatendimento desta última chamada é que terá lugar a conversão à pena privativa de liberdade.

Bitencourt – menifesta em sua obra que, para o caso (1) deve ser oportunizado a intimação por edital, para somente depois aplicar a conversão. Rogério Greco também segue esse entendimento.

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CONVERSÃO DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS

4 - recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço que lhe foi imposto;

Neste caso antes de ser levado a efeito a conversão, deverá o juiz da execução designar uma audiência de justificação, a fim de que o condenado nela exponha os motivos pelos quais não está cumprindo o disposto na sentença.

5 - praticar falta grave;

LEP Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena restritiva de direitos que: I - descumprir, injustificadamente, a restrição imposta;

II - retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação imposta;

III - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei. - (III - urbanidade e respeito no trato com os demais condenados; V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas;)

O cálculo de cumprimento da pena de prestação de serviço à comunidade para efeitos de conversão

Cada hora de serviço prestado pelo condenado será deduzido 1 dia na sua pena privativa de liberdade, então deve-se calcular o número de horas trabalhadas que serão deduzidas na proporção de um por um, ou seja, uma hora por dia de pena, a fim de que se possa deduzir o resíduo a ser cumprido em pena privativa de liberdade, observado o saldo mínimo de 30 dias.

Conversão da pena de limitação de final de semana para privativa de liberdade.

Art. 181 §2º - § 2º A pena de limitação de fim de semana será convertida quando:

A) o condenado não comparecer ao estabelecimento designado para o cumprimento da pena, B) recusar-se a exercer a atividade

C) não for encontrado por estar em lugar incerto e não sabido, ou desatender a intimação por edital;

D) praticar falta grave;

Conversão da pena de interdição temporária de direitos para pena de prisão

Art. 181 §3º - A pena de interdição temporária de direitos será convertida quando: A) o condenado exercer, injustificadamente, o direito interditado ou

B) não for encontrado por estar em lugar incerto e não sabido, ou desatender a intimação por edital;

Referências

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