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ANDRÉ NOZAWA BRITO

APLICAÇÃO DE UM PROCEDIMENTO USANDO PREFERÊNCIA

DECLARADA PARA A ESTIMATIVA DO VALOR DO TEMPO DE

VIAGEM DE MOTORISTAS EM UMA ESCOLHA ENTRE ROTAS

RODOVIÁRIAS PEDAGIADAS E NÃO PEDAGIADAS

Dissertação apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Engenharia

(2)

ANDRÉ NOZAWA BRITO

APLICAÇÃO DE UM PROCEDIMENTO USANDO PREFERÊNCIA

DECLARADA PARA A ESTIMATIVA DO VALOR DO TEMPO DE

VIAGEM DE MOTORISTAS EM UMA ESCOLHA ENTRE ROTAS

RODOVIÁRIAS PEDAGIADAS E NÃO PEDAGIADAS

Dissertação apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Engenharia

Área de concentração: Engenharia de Transportes

Orientador: Prof. Associado Orlando Strambi

(3)

Este exemplar foi revisado e alterado em relação à versão original, sob responsabilidade única do autor e com a anuência de seu orientador.

São Paulo, 16 de abril de 2007.

Assinatura do autor _____________________________________

Assinatura do orientador ________________________________

FICHA CATALOGRÁFICA

Brito, André Nozawa

Aplicação de um procedimento com preferência declarada para estimativa do valor do tempo de viagem de motoristas em uma escolha entre rotas rodoviárias pedagiadas e não pedagia-das / A.N. Brito. -- ed.rev. -- São Paulo, 2007.

185 p.

Dissertação (Mestrado) - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Departamento de Engenharia de Transportes.

(4)
(5)

AGRADECI MEN TOS

Ao m eu orientador Orlando Stram bi, um dos professores m ais sensacionais que j á conheci, por toda a dedicação e entusiasm o durante este trabalho.

À Karin Anne van de Bilt , pelo constante interesse em discutir diversos tem as relacionados a esta dissertação e por todas as críticas sinceras e construtivas.

Ao Bernardo Guat im osim Alvim , pelo valioso aprendizado que venho tendo ao longo de um a grande – e recorrente – convivência profissional e pessoal.

Ao colega de t urm a e de t rabalho Rodrigo Florio Moser pelo com panheirism o e aj uda durante o decorrer do curso.

Ao Milton Xavier por todo o apoio e por ter m e atentado para a im portância de cont inuar est udando.

Aos professores Hugo Piet rant onio e José Albert o Quint anilha, pelo incent ivo dado ao longo do curso e pelos ensinam entos que foram fundam entais nesta dissertação.

Ao Michel Bierlaire, por ter sem pre respondido prontam ente às duvidas que tive em relação ao uso do software Biogem e.

Ao professor Eij i Kawam oto, pelas recom endações que resultaram em im portantes contribuições a este trabalho.

À Artesp e à Secretaria dos Transportes do Estado de São Paulo, pela cessão da pesquisa de preferência declarada ut ilizada nest e est udo.

Ao Eduardo Germ ani, pelo im port ant e incent ivo.

A todo o pessoal da secretaria do PTR, especialm ente à Sim one e à Sarah, pela sem pre ágil aj uda.

Aos m eus t ios engenheiros Wilson Tsukasa Nozawa, pelo ot im ism o, e Airt on Nozawa, pelas provocações, que m e incentivaram a não fugir dos desafios.

Aos m eus pais Dem eure e Rita, que por durante m uito tem po sem pre se esforçaram e m e deram todas as condições para que eu tivesse o privilégio de poder dedicar todo o tem po necessário aos estudos.

(6)

RESUMO

Esta dissertação baseia- se na aplicação de um procedim ento em pírico

envolvendo técnicas de preferência declarada para a estim ativa do valor do

tem po de viagem de m otoristas em deslocam entos regionais, em um contexto

de escolha entre rotas pedagiadas e não pedagiadas. I nicialm ent e é feit a um a

revisão das abordagens teórica e em pírica sobre a valoração do tem po. São

tam bém revistos os conceitos básicos de out ros dois elem ent os fundam ent ais na

m et odologia aqui ut ilizada: a teoria da escolha e técnicas de preferência

declarada. Um a aplicação a um estudo de caso específico é feita usando

inform ações coletadas em am pla pesquisa de preferência declarada, realizada

em 2005 com m otorist as de autom óvel em diversos pontos da m alha rodoviária

do estado de São Paulo. O desenho experim ental da preferência declarada

envolvia t rês at ribut os: t em po de viagem por um a rota pedagiada, custo tarifário

e tem po de viagem por um a rota não pedagiada. O conj unto das inform ações foi

analisado e ut ilizado na obt enção de m odelos de escolha discret a do t ipo logit

m ult inom ial; os valores do t em po de viagem foram obt idos a part ir dos

coeficientes estim ados em funções de utilidade adit ivas e lineares nos

parâm etros. Analisou- se tam bém a variação do valor do tem po em função de

características do m otorista e da viagem , questão abordada através da

estim ação de diferentes m odelos por segm entos da am ostra e da especificação

de funções de utilidade que incorporam variáveis dummies para representação

das características analisadas. Os resultados indicaram , para a escolha específica

estudada, valores de tem po m édios de cerca de R$ 16/ h, variando de R$12/ h a

R$23/ h para diferentes segm entos de viajantes analisados. A duração da viagem

foi um a im portante característica associada a variações no valor do tem po, que

decresceu na m edida em que as durações aum entaram . Variações expressivas

no valor do tem po de viagem foram tam bém observadas para viagens a lazer,

(7)

ABSTRACT

This dissert at ion is based on the application of an em pirical procedure using

stated preference techniques for the estim ation of the value of travel tim e for

drivers in regional t rips, in t he cont ext of a choice bet ween t olled and non- t olled

routes. I t first reviews the theoretical and the em pirical approaches for the

valuation of travel tim e and then presents the basic concepts of two ot her topics

relevant for the m ethodology adopted: choice theory and stated preference

m et hods. An applicat ion t o a specific case st udy is t hen present ed, using

inform ation from a stated preference survey conducted in 2005 with a large

sam ple of car drivers int ercept ed at several point s in t he highway net work of t he

state of São Paulo. The stated preference experim ental design considered three

at t ribut es: trip t im e on a t olled rout e, value of t oll and t rip t im e on a non- t olled

route. Survey data were analyzed and used for the estim ation of discrete choice

( m ult inom ial logit ) m odels; values of t ravel tim e were derived from estim ates of

coefficient s of an addit ive linear in t he param et ers ut ilit y funct ion. The

specificat ion of t he m odels and t he segm entation of the sam ple allowed the

estim ation of the variation of travel tim e according to som e selected driver and

trip characteristics. Results indicated, for the specific choice context analyzed, an

average value of travel t im e of approxim at ely R$16/ h, varying from about

R$12/ h to R$23/ h for different segm ents of travelers. Trip length was an

im port ant charact erist ic influencing t he variat ion of the value of travel t im e,

which declined as t rip lengt h increased. Ot her im port ant effect s were found for

leisure t rips, for t ravelers wit h low incom e and for t hose wit h high fam ily car

(8)

SUMÁRI O

1 . I N TRODUÇÃO... 12

1.1. Just ificat iva... 12

1.2. Obj et ivos... 13

1.3. Metodologia ... 14

1.4. Est rut ura da dissertação ... 14

2 . VALORAÇÃO DO TEMPO DE VI AGEM... 17

2.1. Hist órico ... 17

2.2. O Valor Subj etivo do Tem po de Viagem ... 19

2.3. O Valor Social do Tem po de Viagem ... 23

2.4. Abordagem Em pírica ... 25

3 . TEORI A DA ESCOLHA... 30

3.1. Elem entos do Processo de Escolha... 30

3.2. Teoria da Utilidade Aleat ória ... 33

3.3. Tipos de Modelos de Escolha Discret a ... 35

3.3.1. O m odelo logit m ult inom ial... 36

3.3.2. Est im at iva do logit m ult inom ial ... 37

3.3.2.1. Obtenção dos parâmetros... 37

3.3.2.2. Testes estatísticos... 38

4 . PREFERÊN CI A DECLARADA... 41

4.1. Definição ... 41

4.2. Dados de Preferência Revelada ... 43

4.3. Características dos Dados de Preferência Declarada ... 44

4.4. Form atos de Resposta nas Questões de PD ... 47

4.5. Desenho do Experim ent o ... 49

4.5.1. Et apas da const rução do desenho... 50

4.5.2. Observações sobre a com plexidade do desenho... 56

4.6. Uso Com binado de I nform ações de PD e PR... 57

5 . DESCRI ÇÃO DA PESQUI SA DE PD REALI ZADA... 59

5.1. Colet a dos Dados ... 59

5.2. Características da Ent revist a ... 61

5.3. Desenho do Experim ento de PD Utilizado ... 65

(9)

5.3.2. Com entários sobre o desenho da pesquisa de PD... 71

6 . AN ÁLI SES E ESTI MATI VAS... 73

6.1. Elim inação de Ent revistas ... 73

6.1.1. Consist ência das respost as dadas por um ent revist ado ... 74

6.2. Caracterização da Am ost ra ... 77

6.2.1. Est at íst icas gerais da am ost ra... 78

6.2.2. Análise da dist ribuição das respost as às quest ões de PD ... 83

6.2.3. Verificação de relação entre as variáveis ... 86

6.3. Est im at iva dos Modelos de Escolha ... 90

6.3.1. Definição da form a da função de ut ilidade ... 90

6.3.2. Segm entos considerados para as análises ... 92

6.3.3. Est im at ivas por m otivo de viagem ... 93

6.3.4. Est im at ivas por faixa de renda ... 99

6.3.5. Estim ativas por faixa de tem po de viagem ... 100

6.3.6. Outras características associadas a variações no valor do tem po... 102

6.3.6.1. Análise da variação do valor do tempo com variáveis dummies. 103 6.3.6.2. Características testadas... 104

6.3.6.3. Resultados dos modelos estimados... 106

6.4. Com paração dos Result ados com um a I nform ação de PR... 118

6.4.1. Valores do tem po est im ados por PR e por PD ... 120

7 . CON CLUSÃO... 122

7.1. Análise dos Principais Result ados Obt idos ... 122

7.1.1. Variação do valor do tem po com a duração da viagem ... 124

7.1.2. Variação do valor do tem po com a renda do m ot orist a ... 127

7.1.3. Variação no valor do tem po com o m otivo da viagem ... 128

7.1.3.1. Baixo valor do tempo nas viagens a negócios... 128

7.1.3.2. Alto valor do tempo nas viagens de lazer... 130

7.2. Recom endações para Est udos Fut uros ... 131

7.3. O Novo Contexto das Aplicações para o Valor do Tem po de Viagem ... 134

7.4. A Busca do Verdadeiro Valor do Tem po de Viagem ... 135

8 . REFERÊN CI AS BI BLI OGRÁFI CAS... 137

APÊNDI CE A – Modelo estim ado para a am ostra sem segm entação...142

APÊNDI CE B – Verificações adicionais de relação ent re variáveis dos m odelos estim ados ... 143

APÊNDI CE C – Resultados do m odelo estim ado com dummies para faixas de renda... 145

(10)

APÊNDI CE E – Modelo com parando m ot oristas entrevistados em rodovias

pedagiadas e em não pedagiadas... 148 APÊNDI CE F – Modelos com dummies para verificação de outras características

associadas a variações no valor do tem po ... 149 APÊNDI CE G – Observações sobre o valor negativo da constante específica .. 176 APÊNDI CE H – Verificação da característica ‘faixa de renda alta’, para as viagens

com duração entre 91 e 240 m inutos ... 178 APÊNDI CE I – Estim ativa do valor do tem po com inform ações de PR ... 179 APÊNDI CE J – I nfluência da disponibilidade de t em po livre e da flexibilidade de

horários na valoração do tem po ... 182 APÊNDI CE K – Modelos segm entados por m otivo de viagem para m otoristas no

eixo Cam pinas – São Paulo ... 183 APÊNDI CE L – Distribuição das observações por faixa de renda para m otivos

lazer e não a lazer. ... 184 APÊNDI CE M – Com pilação de valores de tem po em função da renda estim ados

(11)

LI STA DE FI GURAS

Figura 2- 1: Diagram a de Beesley com diferenças de tem pos e custos entre as

alt ernat ivas... 26

Figura 2- 2: Diagram a de Beesley e estim ativa do valor do tem po de viagem ... 27

Figura 2- 3: Probabilidades de escolha em um m odelo det erm iníst ico... 28

Figura 2- 4: Probabilidades de escolha em um m odelo probabilíst ico... 29

Figura 4- 1: A fronteira tecnológica e a abrangência da preferência revelada ( PR) e declarada ( PD) ... 45

Figura 4- 2: Relação ent re inform ação obt ida sobre a ut ilidade e o núm ero de níveis definido para um at ribut o... 53

Figura 5- 1: Localização dos pontos de pesquisa... 60

Figura 5- 2: Form ulário com as perguntas de preferência revelada... 64

Figura 5- 3: Pergunta 1 da preferência declarada... 68

Figura 5- 4: Pergunta 2 da preferência declarada... 68

Figura 5- 5: Pergunta 3 da preferência declarada... 69

Figura 5- 6: Pergunta 4 da preferência declarada... 69

Figura 5- 7: Pergunta 5 da preferência declarada... 69

Figura 5- 8: Pergunta 6 da preferência declarada... 69

Figura 5- 9: Pergunta 7 da preferência declarada... 70

Figura 5- 10: Pergunt a 8 da preferência declarada... 70

Figura 5- 11: Pergunt a 9 da preferência declarada... 70

Figura 5- 12: Exem plo ilust rat ivo da sit uação sim ulada na pesquisa... 72

Figura 6- 1: Quest ão 1 da ent revist a... 75

Figura 6- 2: Quest ão 4 da ent revist a... 75

Figura 6- 3: Com posição da am ostra por sexo do m ot orist a... 78

Figura 6- 4: Dist ribuição das idades do m ot orist a na am ost ra... 79

Figura 6- 5: Com posição da am ostra por posse do veículo... 79

Figura 6- 6: Com posição da am ostra por posição na fam ília... 80

Figura 6- 7: Dist ribuição da posse de veículos na am ost ra... 80

Figura 6- 8: Dist ribuição das classes de renda na am ost ra... 81

Figura 6- 9: Dist ribuição das freqüências de viagem na am ost ra... ...81

Figura 6- 10: Dist ribuição dos m ot ivos de viagem na am ostra... 82

Figura 6- 11: Distribuição dos tem pos de viagem na am ostra... 83

Figura 6- 12: Distribuição das escolhas por sexo do m ot orist a... ...84

Figura 6- 13: Distribuição das escolhas por posição na fam ília... 85

(12)

Figura 6- 15: Caract erísticas testadas nos m odelos segm entados por faixa de duração da viagem ... ..106 Figura 6- 16: Caract erísticas que indicaram variações significativas no valor do

t em po... 108 Figura 6- 17: Probabilidades de uso de rot a pedagiada para a variável renda, no

segm ent o de viagens com duração de at é 90 m inut os...116 Figura 6- 18: Probabilidades de uso de rot a pedagiada para a variável ‘posse de 3

ou m ais veículos’, no segm ent o das viagens com duração entre 91 e 240 m inutos... 117 Figura A- 1: Modelos estim ados para cada característica testada, nos segm entos

(13)

LI STA DE TABELAS

Tabela 4- 1: Form as de respost a m ais ut ilizadas em ent revist as de preferência

declarada ... 49

Tabela 5- 1: Localização dos post os de pesquisa ... 61

Tabela 5- 2: Valores associados aos níveis dos at ribut os ... 66

Tabela 5- 3: Desenho fatorial fracionado utilizado na pesquisa ... 67

Tabela 6- 1: Com binações de respostas inconsistentes em um a entrevist a... 76

Tabela 6- 2: Resum o com o total de ent revist as elim inadas... ... 77

Tabela 6- 3: Análise de variância para ‘idade’ e ‘posse de veículos’ ... 87

Tabela 6- 4: Análise de variância para ‘faixa de renda’ e ‘posse de veículos’. .... 88

Tabela 6- 5: Análise de variância para ‘faixa de renda’ e ‘idade’... 88

Tabela 6- 6: Distribuição na am ostra das variáveis ‘sexo do m otorista’ e ‘faixa de renda’ ... 89

Tabela 6- 7: Distribuição am ostra nas variáveis ‘m otivo de viagem ’ e ‘faixa de renda’. ... 90

Tabela 6- 8: Result ados dos m odelos inicialm ent e est im ados para diferent es m otivos de viagem ... 94

Tabela 6- 9: Cruzam ento das inform ações m otivo da viagem e freqüência da viagem ... 96

Tabela 6- 10: Modelos estim ados por m otivo de viagem após reclassificação das respostas ... 97

Tabela 6- 11: Resultados dos m odelos estim ados para segm entos por faixa de renda fam iliar do m otorist a. ... 99

Tabela 6- 12: Resultados dos m odelos estim ados para segm entos por faixa de duração da viagem . ... 101

Tabela 6- 13: Resultados do m odelo estim ado para verificação de características associadas a variações no valor do tem po no segm ento de viagens com até 90 m inutos de duração. ... 109

Tabela 6- 14: Est im at ivas do valor do t em po para as categorias analisadas no segm ento das viagens com até 90 m inutos de duração. ... 111

Tabela 6- 15: Resultados do m odelo estim ado para verificação características associadas a variações no valor do tem po no segm ento de viagens com duração entre 91 e 240 m inutos. ... 112

Tabela 6- 16: Est im at ivas do valor do t em po para as categorias analisadas no segm ento das viagens com duração entre 91 e 240 m inutos. ... 114

Tabela A- 1: Teste de independência da distribuição das observações das classes de renda nos m otivos ‘negócios’ e ‘trabalho diário’... 143

Tabela A- 2: Teste de independência da distribuição das observações por faixas de tem po de viagem nos m otivos ‘negócios’ e ‘trabalho diário’.... 144

(14)

Tabela A- 4: Nom enclat ura dos coeficientes nos resultados dos m odelos com dum m ies... 149 Tabela A- 5: Estim ativa do valor do tem po através de valores inform ados... 179 Tabela A- 6: Resultados da regressão para obtenção dos parâm entros da função

de utilidade com dados de PR... 181 Tabela A- 7: Resultados dos m odelos por m otivo de viagem para a am ostra

pesquisada no eixo Cam pinas – São Paulo... 183 Tabela A- 8: Teste de independência da distribuição das observações por faixa de

renda para os m otivos ‘lazer’ e ‘não lazer’... 184 Tabela A- 9: Valores do tem po de viagem em função da renda estim ados por

(15)

1 .

I N TRODUÇÃO

1 .1 . Just ificat iva

O valor que se atribui ao tem po de viagem das pessoas é um a variável crítica

nas análises de benefícios associados a proj etos de transporte e em estudos

envolvendo previsões de escolha m odal ou de rotas.

Um a aplicação particular que descreve a im portância dessa variável é dada pelos

estudos de sim ulação da escolha de rotas e alocação de viagens em redes.

Soft wares com um ent e ut ilizados nesses est udos t rabalham com funções de

im pedância – ou custo generalizado – nas quais o valor do tem po é essencial

para que elem entos de custo m onetário que influenciam fortem ente na

atratividade de um a rota, com o as cobranças de pedágio, sej am representados

j untam ente com elem entos de tem po1. Assim , o valor que se atribui à variável

‘valor do tem po de viagem ’ é decisivo no resultado de um a sim ulação ( VAN ZYL;

RAZA, 2006) .

Não é incom um que, na prática, se adm ita essa variável com o sendo igual ao

valor do salário m édio horário das pessoas. Esse valor, no ent ant o, pode est ar

pouco relacionado com aquele que as pessoas associam subj etivam ente ao seu

tem po de viagem , e que é o realm ente considerado na tom ada de um a decisão

com o um a escolha de rota ou de um m odo de transporte.

Est e estudo ut ilizará um procedim ent o em pírico para a est im at iva do valor

subj etivo do tem po com técnicas de preferência declarada que, de acordo com

Ortúzar e Willum sen ( 2001) , tornaram - se o m étodo m ais utilizado e

recom endado para a obtenção dessa variável.

1 Hensher e Goodwin ( 2004) reconhecem a legitim idade e o am plo uso da variável ‘valor do tem po de

(16)

A preferência declarada é um tem a relativam ente recente no cam po dos

transportes, sendo suas prim eiras aplicações dat adas do início dos anos 80

( KROES; SHELDON, 1988) . Se no início de seu uso pairavam grandes dúvidas

sobre sua confiabilidade, com o constante aprim oram ento e a experiência

acum ulada vem se tornando um a técnica de aceitação quase unânim e na área

dos transportes, j á fazendo parte da prática dos estudos de dem anda. Ortúzar e

Willum sen ( 2001) no início desta década j á citavam haver suficientes evidências

de que o uso das técnicas de preferência declarada, adequadam ente aplicadas,

pode levar a result ados confiáveis. At ualm ente, em países com o a I nglat erra é

com um que os próprios client es exij am a ut ilização de t écnicas de preferência

declarada em determ inados estudos ( BATES, 1998) . Diante desse cenário,

convém que pesquisadores e analistas envolvidos com estudos de dem anda de

transportes estej am fam iliarizados com a aplicação dessas técnicas.

1 .2 . Obj et ivos

A aplicação de um procedim ento para a est im ativa do valor subj etivo do tem po

de viagem e, principalm ente, a com preensão geral do processo para tal

estim ativa, representam os obj etivos deste estudo. Assim , tem - se aqui a

intenção de percorrer um conj unto de etapas em busca do valor subj etivo do

tem po de viagem , em pregando técnicas de preferência declarada, seguidas da

aplicação de m odelos de escolha para a obt enção de funções de ut ilidade.

Com relação à aplicação dos procedim entos práticos, será tam bém um dos

obj etivos deste trabalho a análise da variação do valor do tem po de viagem para

diferentes grupos de indivíduos ou diferentes tipos de viagem , presentes na

(17)

1 .3 . Met odologia

Est e t rabalho inicia- se com a revisão bibliográfica de estudos sobre a valoração

do tem po sob o aspect o teórico. Com isso, pretende- se analisar quais fatores

seriam condicionant es ao valor que cada pessoa atribui ao seu tem po, em

particular o tem po de viagem . Será dada atenção à questão que j ustificaria o

estudo aqui desenvolvido: se esse valor subj etivo do tem po pode ou não ser

considerado com o igual à renda salarial da pessoa2. Ainda sobre o valor do

t em po, serão t am bém revisadas as form as em píricas ut ilizadas para a sua

est im at iva.

A revisão de aspectos teóricos pert inentes ao desenvolvim ent o da m et odologia

com preenderá ainda dois t em as fundam entais: i) a t eoria da escolha, e ii) a

preferência declarada.

Sob o aspecto prático, este estudo utilizará com o base para a aplicação dos

conceitos estudados o conj unto de inform ações de um a pesquisa de preferência

declarada realizada em 2005 com m otorist as de autom óveis nas principais

rodovias do estado de São Paulo. Essa pesquisa consistiu da realização de

entrevistas em cam po em 28 pontos, incluindo rodovias pedagiadas e não

pedagiadas. Sua descrição detalhada será apresentada no capítulo 5. A

m etodologia de aplicação dos procedim ent os consist irá fundam entalm ent e das

seguintes etapas:

• Análise do conj unto de inform ações da pesquisa de preferência declarada

disponível e estabelecim ento de critérios para definição das entrevistas

que serão aproveitadas para o estudo.

2 Caso a teoria indique que o valor subj et ivo do tem po de viagem possa ser sim plesm ente dado pela

(18)

• Estim ativa de m odelos de escolha discreta e obtenção dos parâm etros

das funções de ut ilidade, que perm it em est im ar o valor subj et ivo do

tem po.

• Utilização de diferentes especificações para a função de utilidade que

perm itam a observação da variação do valor subj etivo do tem po para

pessoas e viagens com características distintas.

No item 1.4 a seguir descreve resum idam ente o desenvolvim ento das etapas

citadas acim a dentro da estrutura deste trabalho.

1 .4 . Est rut ura da Dissert ação

I nicialm ent e será feit a no capít ulo 2 um a descrição da base t eórica para a

valoração do tem po de viagem sob o ponto de vista da teoria m icroeconôm ica. A

seguir, será revisada a evolução dos procedim entos em píricos utilizados para

estim ativas dessa variável.

Sendo a obtenção de um m odelo de escolha discreta um a etapa fundam ental

neste estudo, o capítulo 3 fará um a revisão de aspectos pertinentes à teoria da

escolha, em part icular a t eoria da ut ilidade aleatória, buscando um entendim ento

m ínim o de com o se dá o processo de decisão individual, seus elem entos e

regras. A seguir, serão brevem ente discutidos os principais tipos de m odelos de

escolha e suas características, sendo dada ênfase ao m odelo logit m ult inom ial.

O capítulo 4 tratará do tem a central deste estudo, sob o aspecto m etodológico:

os dados de preferência declarada. Serão abordadas as características das

inform ações obtidas por esse m étodo e a com paração desse tipo de dado com os

obtidos através de preferência revelada. Tam bém serão revisadas algum as das

(19)

preferência declarada, com o a definição do desenho do experim ento e do

form ato da pesquisa.

A part e prát ica dest e est udo, com o m encionado, ut ilizará com o base o conj unt o

de inform ações de um a pesquisa de preferência declarada. No capítulo 5, é feit a

a descrição de aspectos operacionais envolvendo a execução dessa pesquisa.

São tam bém apresentados form ulários e as variáveis levantadas nas entrevistas.

O capít ulo 6 com preende as análises feit as sobre a base de inform ações

disponível. São inicialm ent e discut idos os crit érios ut ilizados para a elim inação

de ent revist as inválidas. A seguir é apresent ada um a caract erização geral da

am ostra coletada, visando verificar as possibilidades de sua segm entação e a

form a de relacionam ento entre algum as variáveis pesquisadas. Post eriorm ente

são estim ados m odelos de escolha para alguns segm entos da am ostra, sendo

analisada a variação do valor do tem po de viagem para cada um dos segm entos

considerados. A análise da variação do valor do tem po de acordo com algum as

características do m otorista e da viagem é, em seguida, com plem ent ada com a

est im at iva de funções de ut ilidade com variáveis dummies para representação

de efeit os adicionais para cada segm ent o.

Finalm ente, o capítulo 7 apresenta um resum o dos resultados m ais relevantes

obtidos neste estudo, e lista, com base na experiência aqui adquirida, alguns

aprim oram entos que podem ser im plem entados em estudos futuros. Esse

capítulo term ina retom ando a questão da im portância da variável valor do tem po

de viagem no novo cont ext o dado pela part icipação da iniciat iva privada em

proj etos de infra- estrutura de transport es, o que vem exigindo m aior precisão

(20)

2 .

VALORAÇÃO DO TEMPO DE VI AGEM

Por que nos preocupam os com as econom ias em tem pos de viagem ? Por que associam os um valor a essas? Será porque não gostam os de viaj ar? Ou porque, em vez disso, gostaríam os de estar fazendo algo m ais prazeroso? Ou porque poderíam os estar trabalhando m ais e ganhando m ais dinheiro? ( MACKI E; JARA-DÍ AZ; FOWKES, 2001) .

2 .1 . Hist órico

A idéia da at ribuição de um valor ao tem po gasto em qualquer atividade

com eçou com Becker ( 1965) , em sua teoria da alocação do tem po. Nesse

estudo, o valor do tem po era descrito com o o custo de oportunidade de se alocar

tem po em qualquer atividade que não o trabalho, o que era j ustificado pelo fato

de que esse tem po poderia ser convertido em dinheiro se um indivíduo passasse

m ais horas no trabalho. Este princípio foi a origem do conceit o do valor do

tem po3 com o equivalente ao salário horário do indivíduo.

Após o estudo de Becker, Johnson ( 1966) propôs que a utilidade – ou satisfação

– de um indivíduo seria originalm ente com posta do tem po alocado ao trabalho

( W) , às at ividades de lazer ( L) e ao consum o ( G) ; ou sej a, cada indivíduo

buscaria a m axim ização de sua utilidade considerando os três com ponentes:

)

,

,

(

max

U

W

L

G

U

=

A idéia foi apresentada de form a sem elhante por Oort ( 1969) , que deu

im portante contribuição, do ponto de vista do transporte, ao analisar a função de

bem - estar individual e m encionar que deveria ser incluído nessa função o tem po

(21)

exógeno de viagem , ou sej a, aquele cuj a alt eração não depende do indivíduo4.

Oort j ustificou tal hipótese com base no fato de que reduções nesse tem po de

viagem , além de representarem aum ento na disponibilidade para o trabalho e o

lazer, aum entariam tam bém a utilidade, ou bem - estar, do indivíduo através da

redução da duração de um a atividade não aprazível que seria a viagem em si

( JARA- DÍ AZ, 2000) . Assim , a nova form a proposta por Oort para a função seria

dada por:

)

,

,

,

(

t

w

t

l

t

r

γ

U

U

=

Onde tw representa a quantidade de tem po dedicado ao trabalho, tl , a

quantidade de tem po destinado ao lazer,

t

r

, o total do tem po de viagem

exógeno e

γ

, a renda salarial do indivíduo. O tem po total disponível para cada

indivíduo seria definido por:

r l

w

t

t

t

T

=

+

+

Ressalta- se que na form a tradicional da função de bem - estar individual, os

tem pos considerados eram apenas aqueles alocados ao trabalho e ao lazer5.

No início dos anos 70, De Serpa ( 1971) publicou estudo em que estabelecia o

conceito do tem po com o um recurso e definia o valor de se est endê- lo, que seria

equivalente à taxa entre a utilidade m arginal do tem po e a utilidade m arginal da

renda ( MACKI E; JARA- DÍ AZ; FOWKES, 2001) .

Observa- se que, se o est udo inicial de Becker considerava o valor do t em po,

indistintam ente de qual atividade era aplicado, o de Oort analisou o tem po de

4 Alt erações nesse t em po de viagem ocorrem com o resultado de um event o exógeno, com o a

inst alação de um m odo de t ransport e m ais rápido, ou a construção de um shopping center m ais próxim o, por exem plo ( OORT, 1969) .

5 Em sua form a t radicional, a função era dada por ( , ,γ) l

w t

t U

U = , onde tw represent a a quant idade

de t em po dedicado ao t rabalho, tl, a quant idade de t em po dest inado ao lazer, e

γ

, a renda salarial

(22)

viagem isoladam ente6, e De Serpa, o valor de tem po para cada atividade à qual

se aloca algum a quantidade de tem po.

A bibliografia sobre o assunto ( GONZÁLEZ, 1997, JARA- DÍ AZ, 2000, MACKI E;

JARA- DÍ AZ; FOWKES, 2001) , cita tam bém com o um estudo que trouxe

im portantes contribuições na abordagem teórica do valor do tem po, o de Evans

( 1972) , que form ulou um m odelo de com portam ento do consum idor onde a

ut ilidade dependeria apenas do t em po alocado às at ividades.

O artigo de Train e McFadden ( 1978) , abordando o denom inado goods/leisure

tradeoff, tornou- se um a referência para o assunt o, e t am bém sua releit ura, feit a anos depois por Jara- Díaz e Farah ( 1987) . Esses são descritos no it em sobre o

valor subj et ivo do t em po, a seguir.

2 .2 . O Valor Subj et ivo do Tem po de Viagem

O cham ado valor subj et ivo do tem po de viagem é definido por Mackie, Jara- Díaz

e Fowkes ( 2001) com o a predisposição que um indivíduo tem de pagar por um a

redução de seu tem po de viagem em um a unidade. Este valor reflete a som a de

pelo m enos dois efeit os: i) a vont ade de subst it uir o t em po perdido na viagem

por um a atividade m ais agradável ou útil, e ii) a percepção direta da redução na

duração da viagem7 ( JARA- DÍ AZ; GUEVARA, 2003) .

No dia a dia, nossas decisões envolvendo t ransport e são fort em ent e

influenciadas pelo valor que at ribuím os ao nosso t em po. Opt am os por usar o

carro para ir ao trabalho, ao invés do ônibus, porque desta form a ganham os

6 Apenas com o ilust ração: Oort ( 1969) estim ou em piricam ente que o valor do tem po de viagem seria

igual a um t erço de sua renda horária; Becker concluiu ser o valor do tem po alocado em qualquer at ividade que não o t rabalho, equivalente ao valor da renda por hora do indivíduo ( Mackie, Jara- Díaz e Fowkes, 2001) .

7 Ou sej a, a vont ade de m inim izar a duração de um a atividade supostam ent e incôm oda que é a

(23)

tem po para outras atividades, ainda que ist o im plique em m aior cust o de

transporte. Ou quando precisam os ir a um a região congestionada para retirar

um docum ento, preferim os pagar um serviço de entregas a enfrentar o trânsito

e perder preciosas horas de trabalho.

Tais situações e decisões, em bora pareçam naturais a m uitas pessoas,

envolvem , no entanto, um forte caráter subj etivo. Um trabalhador de baixa

renda, um a pessoa em fase de dificuldades financeiras, ou um estudante do

segundo grau, por exem plo, provavelm ente analisariam as questões acim a de

outra form a. A com posição, para cada indivíduo, de seu tem po disponível, nível

de renda e situação financeira ditará sua decisão.

Esta observação encontra respaldo na form ulação proposta por Train e McFadden

( 1978) , segundo a qual a utilidade do indivíduo é um a função a ser m axim izada,

com posta pelos bens consum idos ( G) e por seu tem po de lazer ( L) :

)

,

max(

G

L

U

=

sendo,

t

W

T

L

c

W

w

V

G

=

+

=

.

Na representação, o total de bens ou dinheiro ( G) disponível é form ado pela

com binação da renda não proveniente do trabalho ( V) , pelo produto entre

salário- hora, ou t axa de renda ( w) , e t otal de horas trabalhadas ( W) e pelo custo

de transporte casa- trabalho, e vice- versa ( c) . O tem po de lazer ( L) é definido

pelo t em po t ot al disponível ( T) , subt raído da quantidade de horas de trabalhadas

( W) e do tem po de transporte casa- trabalho, e vice- versa ( t) .

Jara- Díaz ( 2002) dem onstrou que, de acordo com o m odelo de Train e

McFadden, o valor subj etivo do tem po de viagem ( VST) seria dado por três

parcelas: i) a taxa de renda, ou salário por hora ( w) , ii) o valor subj etivo do

(24)

no t rabalho, e iii) o valor subj et ivo puro da viagem , dado pelos bens

equivalentes a um a unidade de tem po econom izado em um a viagem . A

representação m atem ática seria:

G U t U G U W U w VST i ∂ ∂ ∂ ∂ − ∂ ∂ ∂ ∂ + =

Na equação acim a, o t erm o ∂UW representa a utilidade m arginal do trabalho,

G U

∂ ∂

, a ut ilidade m arginal da renda e ti

U ∂ ∂

, a ut ilidade m arginal do t em po de

viagem .

Observa- se da equação acim a que, adm itindo- se a hipótese de que as pessoas

gostam do seu trabalho e não gost am de viaj ar, o VST será, sim , m aior do que a

taxa de renda8 ( JARA- DÍ AZ, 2000) . Outra interpretação da form ulação é que

um a econom ia de, por exem plo, um a hora no tem po de viagem seria vista pelo

indivíduo com o m ais dinheiro ( w) , m ais satisfação obtida no trabalho e m enos

desprazer com a viagem ( JARA- DÍ AZ, 2002) .

Em bora o caso geral sej a o das pessoas associando um a desut ilidade ao t em po

gasto de viagem , com o dem onstrado em Jara- Díaz e Guevara ( 2003) , há que se

com entar um caso onde tal regra seria quebrada: pessoas que enxergam

aborrecim entos do trabalho em um a ponta e deveres com a casa e a fam ília em

outra, veriam a viagem com o um oásis de tranqüilidade durante o dia, onde

teriam a ‘com panhia’ de Beethoven no carro ( MACKI E; JARA- DÍ AZ; FOWKES,

2001) . Tais m otoristas teriam , pela equação, um VST m enor do que suas taxas

de renda, o que é bastante lógico se observarm os que esses teriam m enor

predisposição em pagar por reduções nos seus tem pos de viagem .

8 Na verdade ocorre que as pessoas, em geral, vêem com desut ilidade o t em po gast o no t rabalho e,

(25)

Um a crítica aos m odelos tradicionais de alocação do tem po9, focados no tradeoff

entre tem po gasto no trabalho e no lazer, é feita ao fato de que esses

consideram com o prem issa ser o total de horas trabalhadas infinit am ente

flexível, podendo ser livrem ente variado pelo indivíduo, o que é um a hipótese

bastante irrealista para grande part e das pessoas ( BATES; ROBERTS, 1986) .

Respondendo a essa questão, Jara- Díaz e Farah ( 1987) fizeram um a releitura do

m odelo de Train e McFadden, considerando o caso de um indivíduo com renda

exógena, ou sej a, aquele com salário fixo, sem a possibilidade de decidir

trabalhar m ais ou m enos horas. Para esse caso, foi dem onstrado que o valor

subj etivo do tem po de viagem seria dado pelo valor m onet ário do lazer, m enos o

valor m onetário subj etivo puro da viagem , sendo essa últim a parcela dada pelos

bens equivalentes a um a unidade de tem po econom izado na viagem (

JARA-DÍ AZ, 2002) . A representação m atem ática é dada por:

G U

t U

G U

L U

VST i

∂ ∂

∂ ∂ − ∂

∂ ∂

∂ =

Observa- se que a taxa de renda ( w) não aparece diretam ente nesta

form ulação10. Nota- se tam bém que a equação representa a definição dada no

início dest e capít ulo para o valor subj et ivo do tem po de viagem : a de que esse

representa o efeito da vontade de substituir o tem po de viagem por um a

atividade m ais agradável, e o da percepção direta da redução da viagem .

Conclui- se, ent ão, pelos m odelos baseados na t eoria econôm ica, que o valor

subj etivo do tem po de viagem seria, a princípio, diferente para pessoas com

liberdade para definir sua carga horária de trabalho, e para aquelas com um a

carga pré- determ inada de horas a cum prir.

9 Com o os de Becker ( 1965) , Oort ( 1969) e Train e McFadden ( 1978) .

10 I sso não significa, no ent anto, que para esses indivíduos o VST não sej a influenciado por restrições

(26)

Outra observação im portante que se faz da form ulação do VST para cada um dos

dois casos ( indivíduos com carga de trabalho e salários flexíveis e indivíduos com

renda fixa) , é que a única com ponente de m ensuração direta é a taxa de renda

( w) , vinculada ao salário- hora das pessoas. Todas as dem ais têm seu valor dado

int uit ivam ent e ( ou subj et ivam ent e) pelos indivíduos que realizam a viagem ,

sendo necessárias abordagens em píricas para sua est im at iva ( MACKI E;

JARA-DÍ AZ; FOWKES, 2001) . Estas serão discutidas no capítulo 2.5.

2 .3 . O Valor Social do Tem po de Viagem

Com relação ao valor do tem po e sua m ensuração nos transportes, parte dos

est udos ut iliza- o com o um a ferram ent a para a análise e m odelagem do

com portam ento de escolha do consum idor, e outra parte, com o um insum o para

estim ativa de benefícios em avaliação de proj et os ( DOMENCI CH; MCFADDEN,

1975) . Ou sej a, a valoração do tem po de viagem com preende dois enfoques: i) o

do valor subj et ivo, ou com port am ent al, e ii) o do valor para avaliação, ou social

( ORTÚZAR; WI LLUMSEN, 2000) .

Em bora o propósito do presente estudo tenha nitidam ente seu foco na

invest igação do valor subj et ivo do tem po, será apresentada um a breve

abordagem da questão do valor social do tem po.

O valor social – ou para avaliação – do t em po é geralm ent e ut ilizado com o part e

de um a análise custo- benefício, na valoração das alterações de tem pos de

viagem proporcionados por proj etos financiados com dinheiro da sociedade,

com o os originados da arrecadação de im postos ( JARA- DI AZ, 2000) , ou de

recursos obtidos j unto a organizações e bancos de desenvolvim ento.

As econom ias em tem pos de viagem representam o benefício individual m ais

(27)

2001) . Em proj etos de novas ligações rodoviárias, estim a- se que cerca de 80%

dos benefícios m onetarizados para os usuários11 sej am derivados de econom ias

de tem po de viagem ( HEGGI E, 1983; BATES; ROBERTS, 1986; STRAND, 1993;

MACKI E et al., 2002) . Assim , análises de viabilidade e de com paração de

desem penho entre proj etos de infra- estrutura de transportes têm no valor social

do tem po um a variável decisiva12.

Com relação à sua valoração, não há razão para que o valor da predisposição

que um indivíduo tem em pagar por um a redução no tem po de viagem sej a igual

ao valor que a sociedade com o um todo associa à realocação do tem po desse

indivíduo a outras atividades. Dessa form a, o uso do valor subj etivo do tem po

seria inadequado para avaliações de proj etos13.

Sobre as econom ias de tem po de viagem para avaliação, encontra- se na

bibliografia com um ente a distinção entre as viagens de trabalho e não a

trabalho. Mackie, Jara- Díaz e Fowkes (2001) sustentam que seriam três, e não

duas, as categorias t ípicas de viagem a analisar: i) um a viagem a lazer14, onde o

tem po ganho representaria um aum ento no tem po total para todas as atividades

de lazer; ii) um a viagem ao trabalho diário, que seria sem elhante à de lazer, do

ponto de vista de que o tem po pert ence ao indivíduo, m as com m aior

desut ilidade da viagem devido a condições de congest ionam ent o e

aglom erações, e; iii) um a viagem feit a durante o período de t rabalho.

11 Cabe aqui com entar que a incidência inicial das econom ias de tem po e a incidência final dos

benefícios dessas podem não ser as m esm as. Ocorre que os benefícios m ais aparent es de um a m elhoria de transport e são as econom ias de tem po para os viaj ant es – e é conveniente e viável com put ar os benefícios desse pont o de vista. Os beneficiários finais, no entanto, podem ser um a com posição de viaj ant es, donos de propriedade e em presas, consum idores e trabalhadores ( Mackie, Jara- Díaz e Fowkes, 2001) .

12 Sobre essa questão, Strand ( 1993) apresenta um a revisão e crítica à m anipulação do valor

atribuído ao t em po em avaliações sócio- econôm icas, visando m elhorar o desem penho ou conferir m aior viabilidade a det erm inados proj etos.

13 Não serão aqui abordadas m et odologias e form ulações para est im at iva do valor social do tem po, o

que pode ser encontrado em Jara- Díaz e Galvez ( 1998) , um estudo considerado por Ortúzar e Willum sen ( 2001) com o um a referência no t em a.

(28)

Para essa últim a categoria, pode- se considerar que o valor para avaliação das

econom ias de tem po, pela abordagem que considera o tem po com o um recurso

da produção, sej a dado pela renda horária de cada indivíduo15 ( JARA- DÍ AZ,

2000) .

No entanto, percebe- se que nas duas prim eiras categorias de viagens, a teoria

não perm ite dizer qual a relação entre o valor do tem po não a trabalho e a renda

horária, sendo necessárias abordagens em píricas para sua estim ativa, com o a

aplicação de m odelos de escolha discreta de viagens ( JARA- DÍ AZ, 1994) , m étodo

que será abordado a seguir.

2 .4 . Abordagem Em pírica

Com o observado nos capítulos anteriores, em bora a teoria m icroeconôm ica

forneça m odelos com plexos para a associação de um valor m onetário ao tem po

de viagem , tanto o valor subj etivo com o o valor para avaliação do tem po, têm

com ponentes que só podem ser estim ados através de procedim entos em píricos.

Beesley ( 1965) foi pioneiro em identificar e propor um m étodo para valoração

das econom ias de tem po de viagem . Em seu estudo, considerado um clássico no

tem a, apresentou o que ficou conhecido com o o Gráfico de Beesley. Nesse

gráfico, foram divididas em quatro possibilidades as com binações de diferenças

entre tem pos e custos de duas alternativas, para um a escolha m odal de

transporte. Em um a representação dos dados observados, classificou os

15 Est a suposição tem com o prem issas que: i) todo o t em po ganho na viagem sej a usado para fins

(29)

viaj antes em traders e non-traders16, ou sej a, aqueles que negociam a com binação tem po x custo e aqueles não a negociam .

Na representação m ostrada na Figura 2- 1, os non-traders representam as

observações pertencentes aos quadrantes 1 ( m aior tem po e m aior custo) e 3

( m enores tem po e custo) . Essa parcela da am ostra não era considerada para as

est im at ivas.

Figura 2 - 1 : Diagram a de Beesley com diferenças de t em pos e cust os ent re as alt ernat ivas1 7. Font e: H ensher ( 2 0 0 1 )

A partir da plotagem das observações dos traders, nos quadrantes 2 e 4, Beesley

traçou a reta AB, cuj o gradiente ‘θ’ definiria o valor do tem po de viagem18 para os usuários analisados ( HENSHER, 2001), com o m ostrado na Figura 2- 2 .

16 Um trader, em um a escolha de dois atributos, é um a pessoa que aparent em ente escolhe um a

alt ernativa que é m elhor em um atributo e pior no outro. Um non-trader ut iliza um a alt ernat iva que é pior ou m elhor em am bos os atributos ( Hensher, 2001) .

17 No gráfico, os círculos brancos referem - se à escolha pela alt ernativa 1, t ransport e privado, e os

pret os, à alt ernat iva 2, t ransport e público no experim ento realizado.

18 O valor do tem po de viagem calculado por Beesley em seu experim ento de 1965 foi est im ado em

(30)

Figura 2 - 2 : Diagram a de Beesley e est im at iva do valor do t em po de viagem . Font e: H ensher ( 2 0 0 1 )

Em bora inovador à época, o m étodo proposto por Beesley apresentava

lim itações, com o dificuldades na representação gráfica quando o núm ero de

at ribut os envolvidos era m aior do que dois e com relação à incorporação de

atributos não observados ( ROGER et al., 1970 apud HENSHER, 2001) . Outro

aspecto é que m uitos dos indivíduos classificados com o traders, poderiam na verdade não estar realizando nenhum a com pensação – ou tradeoff – entre custo

e tem po das alternativas: esses em bora estivessem nos quadrantes 2 e 4

poderiam estar decidindo com base em outros critérios que não a otim ização das

variáveis tem po e tarifa19.

O m étodo do gráfico de Beesley constitui um típico exem plo de estim ativa do

valor do tem po usando um a base de dados obtida através da observação de

decisões tom adas pelas pessoas em um determ inado cont exto20.

Outro m étodo para valoração em pírica do tem po citado na bibliografia envolve

abordagens de regressão usando dados obtidos pelo denom inado transfer-price, que pode ser entendido com o o cust o que deveria ser acrescido a um a

alternativa para tornar sua at ratividade igual a um a outra ( ORTÚZAR;

WI LLUMSEN, 2001) . Envolve, por exem plo, perguntar ao entrevistado quanto a

19 Nesse caso, um a sim ples m udança em tarifas e tem pos relativos lançaria essa parcela de pessoas

aos quadrantes 1 ou 3 ( HEGGI E, 1983) .

(31)

tarifa de seu m odo preferido de transporte deveria aum entar para fazê- lo m udar

para um a outra alternat iva. De acordo com Gunn ( 2000) , esse m étodo chegou a

ser aplicado por alguns pesquisadores nos anos 60. Sua lim itação é devida ao

tratam ento determ inístico dado aos erros na estim ativa da atratividade de um a

alternativa.

A evolução nos estudos que visavam estim ar os valores de t em po foi t razida pela

aplicação dos m odelos de escolha. Essa abordagem reconhece os erros

aleatórios pertinentes ao processo de m edição, atribuindo probabilidades de

escolha a um a alternativa, ao invés de determ iná- la, m esm o quando as

observações ou m edições de custo e tem po indicam nesse sentido. No caso da

representação de um a escolha em um m odelo det erm iníst ico, t em - se que

probabilidade de um decisor escolher a alternativa cuj as m edições indiquem ser

a de m aior atratividade ( ou utilidade) é de 100% , o que não ocorre em um

m odelo probabilíst ico, no qual haverá um a probabilidade m aior de escolha da

alt ernat iva de m aior ut ilidade est im ada.

As figuras abaixo m ostram a diferença conceitual entre os tipos de m odelo. Na

Figura 2- 3 observa- se que, por um m odelo determ inístico, caso o custo da

alternativa 2 sej a ligeiram ent e ou infinit am ente m aior do que o da alternativa 1,

a chance dessa últim a ser escolhida será sem pre de 100% .

Figura 2 - 3 : Probabilida des de escolha em um m odelo det erm iníst ico

Em um m odelo probabilíst ico as chances de escolha crescem ou decrescem de

acordo com a diferença entre os custos ou atratividades das alternativas, com o

(32)

Figura 2 - 4 : Probabilida des de escolha em um m odelo probabilíst ico

O procedim ento adotado para estim ativa do valor do tem po neste estudo

ut ilizará a abordagem dos m odelos de escolha probabilíst icos, cuj a base t eórica

(33)

3 .

TEORI A DA ESCOLHA

Os procedim ent os em pír icos at ualm ent e adot ados para a est im at iva do valor

do t em po de v iagem envolv em a ut ilização de um m odelo de escolha discret a.

Assim , ant es de seguir adiant e nest e est udo, faz- se necessár ia um a

abordagem dos fundam ent os do processo de escolha, bem com o a

com preensão da t eoria da ut ilidade aleat ória e dos m odelos de escolha

discret a.

3 .1 . Elem ent os do Processo de Escolha

De acordo com Ben- Akiv a e Lerm an ( 1985) , a escolha é um conj unt o de

procedim ent os que com pr eende os elem ent os: i) o tomador de decisão; ii) as

alternativas; iii) os atributos das alternativas, e iv) as regras de decisão.

O pr im eir o elem ent o, o tomador de decisão, pode ser um a única pessoa ou

um grupo, com o um a fam ília ou um a em presa. As alternativas que se apr esent am ao t om ador de decisão são um subconj unt o do universo de

alt ernat ivas possíveis ( BEN- AKI VA; LERMAN, 1985) . Est e subconj unt o,

com um ent e definido na bibliogr afia com o o conj unt o de escolha, dev er á

cont er alt ernat ivas v iáveis e fam iliares ao decisor. Por exem plo, não ser ia

adequada, em um a pesquisa sobre escolha m odal j unt o a t rabalhadores de

baixa r enda, a apresent ação do m odo t áx i com o um a das alt ernat iv as para

deslocam ent o diár io. Ainda com relação ao conj unt o de escolha, as

alt ernat ivas apr esent adas devem ser m ut uam ent e excludent es, ou sej a, a

(34)

dem ais, e as alt er nat iv as devem ser exaust ivas, ist o é, t odas as

possibilidades dev em est ar inclusas21 ( TRAI N, 1986) .

Os atributos das alternativas consist em das variáv eis consideradas relevant es para um det erm inado processo de decisão. Para cada alt ernat iv a avaliada,

est es são m edidos em um a escala de at r at ividade que pode ser cardinal ou

ordinal ( BEN- AKI VA; LERMAN, 1985) . No caso cardinal podem ser encaixados

at ribut os com o t em po, cust o de v iagem e at rasos. Já out ros, com o

confiabilidade, segurança e confort o, por não poderem ser ex pressos em

valor es absolut os, podem ser avaliados apenas em t erm os com parat iv os

relat ivos ( com o por or denação) ent re as alt ernat ivas disponíveis.

Com relação às regras de decisão, est as podem ser classificadas em quat r o

cat egor ias ( BEN- AKI VA; LERMAN, 1985) : i) dominância, ii) satisfação, iii)

lexicográficas e iv) utilidade. Alguns aut ores, com o Ort úzar e Willum sen ( 2001) , definem a decisão com o r egida por regras com pensat ór ias e não

com pensat órias, sendo a ‘ut ilidade’ pert encent e ao pr im eiro caso e as t r ês

dem ais cit adas por Ben- Akiva e Lerm an, ao segundo.

A dominância ocor re quando um a alt ernat iv a é m elhor que as dem ais em pelo

m enos um at ribut o e não pior22 nos dem ais at ribut os. É, para o decisor, o

m enos cont rov erso, m as t am bém o m enos usual processo de escolha no

m undo real.

O cr it ér io da satisfação é geralm ent e usado para a elim inação de alt ernat ivas

que não at endam a um det erm inado requisit o m ínim o do decisor, requisit o

est e for m ado com base em exper iências ou conhecim ent o ant er ior es. Por

exem plo, um m ot or ist a acost um ado a realizar diar iam ent e um t r aj et o em 30

m inut os provav elm ent e descart ará de im ediat o quaisquer alt ernat ivas

21 Est e últ im o aspect o, em bora pareça com plexo, na verdade pode ser resolvido acrescentando- se ao

conj unt o das alt ernat ivas apresent adas a opção ‘nenhum a das ant eriores’.

22 I nclui- se nest a avaliação de ‘não pior’ por part e do decisor um a faixa de indiferença para cada

(35)

envolvendo um t em po de viagem com o 50 m inut os, independent em ent e dos

dem ais at r ibut os r elacionados a est a. Dificilm ent e a ut ilização dest e cr it ér io

isoladam ent e lev ar á à escolha final, sendo est e com binado com out ros

cr it ér ios pelo t om ador de decisão ( BEN- AKI VA; LERMAN, 1985) .

A form a de decisão dada por regras lexicográficas, t am bém denom inada escolha por eliminação ( ORTÚZAR; WI LLUMSEN, 2001) , im plica que o decisor opt e pela alt ernat iva m ais at rat iva par a o at r ibut o que est e consider a m ais

im port ant e. Caso est e cr it ér io não leve à elim inação de t odas m enos um a

alt ernat iva adot a- se o m esm o procedim ent o para o segundo at r ibut o m ais

im port ant e e, sucessiv am ent e, at é que rest e apenas um a alt ernat iv a. Por est e

cr it ér io, em um a hipot ét ica escolha m odal envolv endo aut om óv el, ônibus e

m et rô, onde o decisor considere o cust o de viagem com o fat or principal, est e

elim inar ia a alt ernat iv a r elat iv a ao aut om óvel, r est ando o ônibus e o m et r ô.

Sendo, por exem plo, a prev isibilidade no t em po de espera o segundo at ribut o

m ais im port ant e par a est e indiv íduo, ser ia elim inado o ônibus, sendo

escolhido o m et r ô.

A escolha pela utilidade, ao cont rário das ant erior es, prevê que o t om ador de

decisão realize com pensações ent re os at r ibut os de cada alt ernat iva, ou

tradeoffs, para a escolha de um a na qual seu benefício sej a o m aior possível. Pressupõe o ‘com port am ent o racional’, pelo qual se espera que um indiv íduo

avalie o conj unt o de alt ernat iv as disponíveis e escolha aquela que lhe

proporcione a m aior sat isfação r elat iva. Esse crit ério de decisão im plica que a

at rat iv idade de um a alt ernat iva, expr essa por um v et or de valor es de cada

at r ibut o, sej a r edut ív el a um índice ( BEN- AKI VA; LERMAN, 1985) , per m it indo

a com paração num ér ica ent re a at rat iv idade das alt er nat iv as per t encent es a

um a escolha. O índice de at r at iv idade de um a alt er nat iv a em relação às

dem ais dent ro de um m esm o conj unt o de escolha pode ser definido com o sua

ut ilidade.

Se o processo de associação de um a ut ilidade relat iv a a cada alt ernat iv a,

(36)

bast ant e convenient e, por out r o lado, a const rução dest e índice é t am bém

suj eit a a im pr ecisões e im ponderabilidades, cont em pladas na t eoria da

ut ilidade aleat ória, descrit a a seguir.

3 .2 . Teoria da Ut ilidade Aleat ória

A base teórica para a form ulação dos m odelos de escolha discreta é dada pela

t eoria da ut ilidade aleat ória. A escolha pela ut ilidade, descrit a ant eriorm ent e,

tem com o prem issa fundam ental que um indivíduo, em um processo de escolha,

analise as variáveis envolvidas e tom e suas decisões considerando todas estas,

de form a a m axim izar seu benefício, ou ut ilidade.

Assim , um tom ador de decisão n escolherá dentre o conj unto das j alternativas

disponíveis aquela que m axim ize sua ut ilidade. Est e escolherá a alt ernat iva i, se:

nj ni

U

U

>

j

i

Para a estim ativa de um a função que relacione as variáveis observadas com a

ut ilidade de um a alt ernat iva para um decisor, t êm - se dois grupos de variáveis: i)

as relacionadas às características das alt ernativas e ii) as relat ivas às

características do decisor. Assim , denom inando- se xnj o vetor dos atributos das j

alternativas pertencentes ao conj unto de escolha do tom ador de decisão n, e rn o

conj unt o dos at ribut os relevant es relat ivos a est e decisor, t em - se a ut ilidade

descrita com o ( Train, 1986) :

)

,

(

nj n

nj

V

x

r

V

=

j

No entanto, em um processo de escolha, um indivíduo considera para sua

(37)

Ou sej a, a ut ilidade de um a alt ernat iva j para um indivíduo i é form ada por um a

parte observável ou m ensurável, e um a parte não observável, com o descrito a

seguir:

nj nj nj

V

U

=

+

ε

Na equação,

ε

nj representa a parcela de fatores que tam bém com põem a

ut ilidade que o indivíduo n percebe na alternativa j, m as que não são

contem plados em Vnj. Esta parcela

ε

nj , tam bém denom inada term o aleatório,

reflete as idiossincrasias e gostos particulares de cada indivíduo, j unt am ent e

com os erros de observações e de m edidas incorridos durante a m odelagem

( ORTÚZAR; WI LLUMSEN, 2001) .

Considerando- se a utilidade aleatória, a probabilidade P de um decisor n escolher

um a dada alternativa i será dada por:

)

,

(

)

,

(

U

U

j

i

P

V

V

j

i

P

P

ni

=

ni

>

nj

=

ni

+

ε

ni

>

nj

+

ε

nj

Esta probabilidade pode ser tam bém escrita com o:

)

,

(

V

V

j

i

P

P

ni

=

ε

nj

ε

ni

<

ni

nj

Pela últ im a equação interpreta- se que a probabilidade de um indivíduo n

escolher a alternativa i estará suj eita a que a vantagem dos fatores observados dessa alternativa sobre as dem ais sej a m aior do que sua desvantagem nos

(38)

3 .3 . Tipos de Modelos de Escolha Discret a

Diferentes tipos de m odelos de escolha discreta são obtidos em função da

distribuição adm itida para a com ponente aleatória

ε

. Os m odelos m ais ut ilizados

são os do tipo logit e probit. O probit assum e que o term o aleatório com porta- se

segundo um a distribuição norm al, enquant o nos m odelos logit , est e segue a

distribuição do tipo Gum bel ( BEN- AKI VA; LERMAN, 1985) .

Os m odelos logit, em pregados em escala m uit o m aior do que os probit por sua

prat icidade e facilidade operacional, t êm com o aspect o crít ico o fat o de

basearem - se no pressuposto de os fatores não observados não serem

correlacionados entre as alternativas e possuírem a m esm a variância para todas

elas. Por exem plo, em um a escolha m odal, m ulheres de classe m édia que façam

viagens à noite podem não escolher o ônibus por m otivo de segurança. Pelo

m esm o m ot ivo, algum as não escolherão tam bém o trem e o m etrô. Caso esta

variável não sej a um dos atributos considerados durante a m odelagem , seu

efeito será incorporado na com ponente aleatória, em desacordo com o

pressuposto da independência dos term os aleatórios que sustenta o m odelo logit

t radicional.

Para contornar problem as desse tipo, são geralm ente em pregados m odelos logit

hierárquicos23, que consideram a correlação existente dentro de um grupo de

alternativas identificadas com o sem elhantes, denom inadas ‘ninhos’, dentro do

conj unto com pleto das alternativas. Este m odelo representa um a form a de

relaxam ento das restrições do logit m ult inom ial e t em seu uso bast ant e

difundido devido a sua conveniência analít ica ( BATES, 2000) .

Os m odelos probit, por sua vez, apresentam com o vantagem a possibilidade de

se trabalhar com qualquer padrão de correlação do term o aleatório entre as

alternativas. Os erros seguem um a distribuição norm al com m édia zero e m atriz

de covariância arbitrária. Esta generalização, no entanto, não perm it e que o

(39)

m odelo sej a escrit o de form a t ão sim ples com o um logit m ult inom ial, sendo

necessárias aproxim ações num éricas para sua solução ( ORTÚZAR; WI LLUMSEN,

2001) . Na década de 80, Ben- Akiva e Lerm an ( 1985) afirm aram não haver

evidência, no caso m ult inom ial, de que a m aior generalização do probit

com pense os problem as com putacionais associados a seu uso. Ainda hoj e,

m esm o com os avanços na área de processam ento de dados, são encontradas

na bibliografia m enções à pouca praticidade operacional desse tipo de m odelo.

Os m odelos denom inados mixed logit, de desenvolvim ento recente, apresentam

-se com o um a alt ernat iva int erm ediária ent re os logit e os probit , e ba-seiam - -se

na consideração de m ais de um a com ponente aleatória, m antendo a form a do

logit , m as perm it indo a acom odação de correlações e het erocedast icidades

( TRAI N, 2003) . Na prática seu uso ainda é bastante restrito, se com parado ao

logit m ult inom ial ou ao hierárquico.

3.3.1. O m odelo logit m ult inom ial

Em um m odelo logit m ult inom ial a probabilidade de escolha de um a alt ernat iva i

( dentre j possíveis) para um indivíduo n é dada por:

nj ni

V j

V

ni

e

e

P

=

O m odelo logit m ult inom ial t em com o pressupost o fundam ent al a independência

das alternativas irrelevantes ( I AI ) , que significa que a taxa de probabilidade de

escolha de duas dadas alt ernat ivas não é afet ada pela ut ilidade de quaisquer

outras alternativas. Sendo i e k duas alternativas e Pni e Pnk as probabilidades de

escolha logit para cada um a delas, dem onstra- se a propriedade

(40)

nk ni nk ni nj nk nj ni V V V V V j V V j V nk ni

e

e

e

e

e

e

e

P

P

=

=

=

Pela equação observa- se que a taxa ent re as probabilidades de escolha de i em

relação a k não depende de outras alternativas que não essas, ou sej a, a probabilidade de escolha de i sobre k é sem pre a m esm a, não im portando que outras alternativas estej am disponíveis ou quais seus atribut os.

A independência dos atributos não observados entre as alternativas é um dos

pressupostos do princípio da I AI . De acordo com McFadden ( 1977) , a presença

de erros de m edida pode levar à correlação entre os fatores e os term os

aleatórios. Dentro dessa questão, com o j á m encionado, a distribuição adm it ida

para o t erm o aleat ório depende da especificação da ut ilidade observável feit a

pelo analist a, ou sej a, quais atributos e coeficientes este considerou no term o

Vnj. Quanto m elhor especificado este term o, m aior será a chance de

independência do term o aleatório

ε

nj. Ou, em outras palavras, a m eta seria o

analist a especificar a ut ilidade observável Vnj suficientem ente bem ,

contem plando todas as variáveis pertinentes à escolha, de form a a tornar o uso

do logit apropriado ( TRAI N, 2003) .

3.3.2. Est im at iva do logit m ult inom ial

3.3.2.1. Obtenção dos parâmetros

A est im at iva do m odelo logit m ult inom ial é feit a usualm ent e pelo m ét odo da

m áxim a verossim ilhança, que estim a o conj unto de parâm etros que com m aior

Imagem

Figura 2 - 1 : Diagram a  de Beesley com  diferenças de t em pos e cust os ent re as  alt ernat ivas 1 7
Figura 2 - 2 : Diagram a  de Beesley e est im at iva  do valor do t em po de viagem .   Font e: H ensher ( 2 0 0 1 )
Figura 2 - 3 : Probabilida des de escolha  em  um  m odelo det erm iníst ico
Figura 2 - 4 : Probabilida des de escolha  em  um  m odelo probabilíst ico
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Referências

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