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A contribuição da biblioteca do IFMG - Campus Bambuí - para o desenvolvimento local e regional

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

ESCOLA DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

A CONTRIBUIÇÃO DA BIBLIOTECA DO IFMG -

CAMPUS

BAMBUÍ - PARA O

DESENVOLVIMENTO LOCAL E REGIONAL

BELO HORIZONTE

2015

(2)

A CONTRIBUIÇÃO DA BIBLIOTECA DO IFMG -

CAMPUS

BAMBUÍ - PARA O

DESENVOLVIMENTO LOCAL E REGIONAL

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação

em

Ciência

da

Informação da Escola de Ciência da

Informação da Universidade Federal de

Minas Gerais para obtenção do grau de

Mestre em Ciência da Informação.

Linha de Pesquisa: Informação, Cultura e

Sociedade

Orientadora:

Helena

Maria

Tarchi

Crivellari

BELO HORIZONTE

(3)

S588c

Sima, Aline Michelle.

A contribuição da biblioteca do IFMG - Campus Bambuí - para o desenvolvimento local e regional [manuscrito] / Aline Michelle Sima. – 2015.

199 f. : enc., il.

Orientadora: Helena Maria Tarchi Crivellari.

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Ciência da Informação.

Referências: f. 107-113. Inclui apêndices e anexos.

1. Ciência da informação – Teses. 2. Bibliotecas – Administração – Teses. 3. Bibliotecas – Avaliação – Teses. 4. Bibliotecas escolares – Teses. 5. Bibliotecas universitárias – Teses. 6. Bibliotecas comunitárias – Teses. 7. Desenvolvimento regional – Minas Gerais – Teses. I. Título. II. Crivellari, Helena Maria Tarchi. III. Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Ciência da Informação.

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RESUMO

Tendo em vista contribuir para os debates sobre gestão em unidades de informação, no campo da Ciência da Informação, esta pesquisa tem como universo o campus Bambuí do Instituto Federal de Minas Gerais, buscando verificar o desempenho da Biblioteca Comunitária Professora Ebe Alves da Silva, sob o olhar de uma análise qualitativa – por meio da percepção de diferentes atores sobre a administração, a formação, o desenvolvimento e o processamento das coleções, os serviços de atenção aos usuários e sobre as relações da biblioteca com as comunidades acadêmica e externa – alinhado às perspectivas das diferentes modalidades de ensino que competem os Institutos Federais e à finalidade social que concerne a essência dessas instituições, que é ofertar ensino com ênfase no desenvolvimento socioeconômico local, regional e nacional, que no presente caso é atrelado ao desenvolvimento rural. É apresentada uma contextualização sobre desenvolvimento e educação, sobre a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica e sobre o Instituto Federal de Minas Gerais e a biblioteca do campus em análise. O referencial teórico discorre sobre as características da tipologia das bibliotecas comunitárias, escolares e universitárias; sobre os aspectos da gestão e avaliação de bibliotecas, além de apresentar os indicadores de desempenho para bibliotecas escolares e públicas da IFLA/UNESCO e os indicadores de desempenho delineados no Modelo de Avaliação de Biblioteca Universitária, segundo o documento final do Seminário de Avaliação da Biblioteca Universitária Brasileira, ocorrido em 2008; os indicadores de desempenho da Norma ISO 11620 e elementos para diagnóstico organizacional propostos por Maria Christina Barbosa de Almeida. A temática tratada nesta pesquisa implica a consideração de que, nos Institutos Federais, bibliotecas escolares e bibliotecas universitárias estão reunidas no mesmo espaço, além de integrar a função de biblioteca comunitária. Por outro lado, é preciso também considerar a missão dos Institutos Federais de inserção efetiva no processo de desenvolvimento local, regional e nacional. Dessa forma, neste estudo, respeitou-se o alto valor adicionado da agropecuária no Produto Interno Bruto (PIB) do município, que o vincula ao desenvolvimento rural. Com caráter exploratório, esta pesquisa é um estudo de caso que utilizou a análise documental, a entrevista semiestruturada e o questionário como técnicas de coleta de dados. Para auxiliar na análise dos dados coletados foi utilizada a técnica do Discurso do Sujeito Coletivo; e o estudo do diagnóstico da biblioteca, baseou-se na análise SWOT, identificando os pontos fortes e fracos da biblioteca. Os principais resultados obtidos pela pesquisa foram que a Biblioteca Comunitária Professora Ebe Alves da Silva contribui para o desenvolvimento por meio da disponibilização de uma coleção especializada na área agropecuária e de obras literárias, bem como de espaço para leitura, tanto para a comunidade acadêmica quanto para o público externo. No entanto, demonstrou-se que a biblioteca carece da implantação de processos administrativos baseados nas teorias da Administração para que as ações sejam não apenas eficazes, mas eficientes para atingir a missão institucional; além disso, necessita de mais investimentos, principalmente no que tange a ampliação dos recursos humanos para que a biblioteca consiga desempenhar seu papel em um Instituto Federal e que sejam estabelecidas relações cooperativas mais estreitas com instituições correlatas.

(7)

ABSTRACT

In order to contribute to debates about information units management in the field of Information Science, the research has as universe the campus Bambuí of the Brazilian Federal Institute in Minas Gerais to verify the performance of the Community Library Professora Ebe Alves da Silva under the gaze of a qualitative analysis, through the perspective of different stakeholders on the management, training, development and processing of collections, care services to users and on library relations with the academic and external communities, in line with the various forms of education that the Federal Institutes are responsible for; and with the social purpose that concerns the essence of these institutions, which is to offer education with an emphasis on local socioeconomic development, regional and national, that in this case is linked to rural development. It is presented a contextualization of development and education; of the Brazilian Federal Network of Professional, Scientific and Technological Education; of the Brazilian Federal Institute of Minas Gerais, and of the campus library under analysis. The theoretical framework deals with the characteristics of the types of public, school and university libraries; on aspects of management and evaluation of libraries and presents performance indicators of IFLA/UNESCO for school and public libraries and the performance indicators outlined in the University Library Evaluation Model, according to the final document of the Brazilian University Library Evaluation Seminar, occurred in 2008; the ISO 11620 standard performance indicators; and elements for organizational diagnosis proposed by Maria Christina Barbosa de Almeida. The subject treated in the research involves the consideration that, in the Federal Institutes, school libraries and university libraries are brought together in the same space, and also incorporate public library function. On the other hand, we must also consider the mission of the Federal Institutes of effective integration into the local, regional and national development. Therefore, this study respected the agriculture high value added in gross domestic product (GPD) of the city, that links it to rural development. This research has an exploratory approach and is a case study that used the document analysis, semi-structured interview and questionnaire as data collection techniques. It was used the technique of collective subject discourse to support the analysis of the collected data; and the library diagnosis study was based on the SWOT analysis, identifying the strengths and weaknesses of the library. The main results obtained from the survey were that the Community Library Professora Ebe Alves da Silva contributes to the development by providing a specialized collection in the agricultural area and literary works, as well a space for reading, both for the academic community, as to the general public. However, it was shown that the library lacks the implementation of administrative processes based on theories of management so that actions are not only effective, but efficient to achieve the institutional mission; moreover, that it needs more investment, especially regarding the expansion of human resources so that it can plays its role as a library of the Federal Institute; besides it, other closer cooperative relationships should be developed with related institutions.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 – Análise SWOT ... 67

QUADRO 1 – Metas e ações para a área de Bibliotecas para o período de 2014-2018 ... 28

QUADRO 2 – Conceito de biblioteca escolar e suas contribuições na escola ... 43

QUADRO 3 – Características do planejamento tradicional e estratégico ... 51

QUADRO 4 – Padrões e diretrizes para avaliação de bibliotecas ... 114

QUADRO 5 – Diagnóstico Dimensão Administração ... 131

QUADRO 6 – Diagnóstico Dimensão Formação, Desenvolvimento e Processamento de Coleções ... 133

QUADRO 7 – Diagnóstico Dimensão Serviços de Atenção aos Usuários ... 135

QUADRO 8 – Diagnóstico Dimensão Comunidade Externa ... 136

QUADRO 9 – DSC Dimensão Administração ... 137

QUADRO 10 – DSC Dimensão Formação, Desenvolvimento e Processamento das Coleções... 149

QUADRO 11 – DSC Dimensão Comunidade Acadêmica ... 153

QUADRO 12 – DSC Dimensão Serviços de Atenção aos Usuários ... 157

(9)

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Biblioteca CPEAS

Biblioteca Comunitária Professora Ebe Alves da Silva

CBBI

Comissão Brasileira de Bibliotecas das Instituições da

RFEPCT

Ceame

Centro de Educação Ambiental

Cefet

Centro Federal de Educação, Ciência e Tecnologia

CNPq

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico

CPC

Conceito Preliminar do Curso

DSC

Discurso do Sujeito Coletivo

Emater-MG

Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do

Estado de Minas Gerais

FALE-UFMG

Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas

Gerais

IBGE

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDH

Índice de Desenvolvimento Humano

IF

Instituto Federal

IFLA

International Federation of Library Associations and

Institutions

IFMG

Instituto Federal de Minas Gerais

IFNMG

Instituto Federal do Norte de Minas

IFSUDESTEMG

Instituto Federal Sudeste Minas

IFSULDEMINAS

Instituto Federal Sul de Minas

IFTM

Instituto Federal Triangulo Mineiro

ISO

International Organization for Standardization

LDB

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

(10)

PDI

Plano de Desenvolvimento Institucional

PIB

Produto Interno Bruto

Proeja

Programa Nacional de Integração da Educação

Profissional com a Educação Básica na Modalidade de

Educação de Jovens e Adultos

Pronatec

Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e

Emprego

RFEPCT

Rede Federal de Educação Profissional, Científica e

Tecnológica

Sinaes

Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior

TIC

Tecnologia da Informação e Comunicação

Uned

Unidade Descentralizada de Ensino

(11)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 11

1.1PROBLEMA ... 13

1.2OBJETIVOS ... 14

1.3JUSTIFICATIVA ... 15

2 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TECNOLÓGICA E DESENVOLVIMENTO ... 17

2.1DESENVOLVIMENTOEEDUCAÇÃO ... 20

2.2AREDEFEDERALDEEDUCAÇÃOPROFISSIONAL,CIENTÍFICAETECNOLÓGICA EOSINSTITUTOSFEDERAIS ... 23

2.3OINSTITUTOFEDERALDEMINASGERAIS ... 25

2.4OCAMPUSBAMBUÍ ... 29

3 CARACTERIZANDO OS TIPOS DE BIBLIOTECA ... 34

3.1CARACTERIZANDOOSTIPOSDEBIBLIOTECASENCONTRADOSNOS INSTITUTOSFEDERAIS ... 35

3.1.1 Características da biblioteca comunitária ... 35

3.1.2 Características da biblioteca escolar ... 39

3.1.3 Características da biblioteca universitária ... 44

4 GESTÃO E AVALIAÇÃO DE BIBLIOTECAS ... 48

4.1INDICADORESDEDESEMPENHOEDEDIAGNÓSTICOPARABIBLIOTECAS ... 54

4.1.1 ISO 11620 ... 55

4.1.2 Indicadores de desempenho das Diretrizes da IFLA sobre os serviços da biblioteca pública... 56

4.1.3 Indicadores de desempenho das Diretrizes da IFLA/UNESCO para a biblioteca escolar ... 56

4.1.4 Instrumento de Avaliação Institucional ... 59

4.1.5 Instrumento de Avaliação de Cursos de Graduação Presencial e à Distância ... 59

4.1.6 Elementos de diagnóstico organizacional propostos por Almeida (2005b) ... 60

4.1.7 Modelo de Avaliação de Biblioteca Universitária ... 61

5 METODOLOGIA ... 63

5.1OSINSTRUMENTOSDECOLETADEDADOS ... 64

5.2PERCURSOSDAPESQUISA ... 66

(12)

6 AVALIANDO A BIBLIOTECA COMUNITÁRIA PROFESSORA EBE ALVES DA SILVA

DO IFMG CAMPUS BAMBUÍ ... 71

6.1PERFILDOSPARTICIPANTESDAPESQUISA ... 71

6.2SOBREAGESTÃOAMBIENTAL ... 72

6.3SOBREESTRUTURAORGANIZACIONAL ... 73

6.4SOBREOPLANEJAMENTO ... 76

6.5SOBREOSRECURSOSHUMANOSERECURSOSFINANCEIROS ... 77

6.6SOBREACOMUNICAÇÃO ... 79

6.7SOBREAFORMAÇÃOEDESENVOLVIMENTODECOLEÇÕES ... 81

6.8SOBRECOOPERAÇÃO ... 83

6.9SOBREASTECNOLOGIASDAINFORMAÇÃOECOMUNICAÇÃO ... 85

6.10SOBREOSSERVIÇOS ... 87

6.11SOBREOUSO ... 89

6.12SOBREALEITURA ... 91

6.13RECOMENDAÇÕES ... 92

7 O PAPEL DA BIBLIOTECA NO IFMG E SUA ATUAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO ... 93

7.1ATUAÇÃOCOMOBIBLIOTECAESCOLAR ... 93

7.2ATUAÇÃOCOMOBIBLIOTECAUNIVERSITÁRIA ... 96

7.3ATUAÇÃOPARAODESENVOLVIMENTO ... 98

7.4RECOMENDAÇÕES ... 101

8 CONCLUSÃO ... 102

REFERÊNCIAS ... 107

APÊNDICE A... 114

APÊNDICE B... 119

APÊNDICE C... 131

APÊNDICE D... 137

ANEXO A ... 173

(13)

1 INTRODUÇÃO

A Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (RFEPCT) foi iniciada em 1909 pelo Presidente Nilo Peçanha com a criação de 19 escolas de Aprendizes e Artífices. Posteriormente, essas escolas se transformaram em Escolas Técnicas e Escolas Agrotécnicas; depois, em Centros Federais de Educação Ciência e Tecnologia (CEFETs); e hoje, a maioria, em Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs).

A criação dos IFs ocorreu em 29 de dezembro de 2008, por meio da Lei nº 11.892, que também é conhecida como Lei da Expansão da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. Foram criados 38 IFs mediante a reunião de CEFETs, Escolas Agrotécnicas, Escolas Técnicas e de Unidades Descentralizadas de Ensino (Uneds) (BRASIL, 2008).

Os Institutos são compostos por Reitoria e campi, que são unidades distribuídas em várias cidades brasileiras. Segundo dados do Ministério da Educação, até o final de 2014 foram criados 562 campi (BRASIL, 2015a).

Os IFs são responsáveis tanto pela educação básica quanto superior, ministram cursos de ensino médio integrados a cursos técnicos, superiores tecnológicos, licenciaturas, bacharelados e pós-graduação (BRASIL, 2008). Os IFs também oferecem cursos especiais de programas específicos, como o Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (Proeja) e o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Sendo assim, o público atendido pelos IFs é completamente diversificado, composto por jovens adolescentes e adultos de diferentes faixas etárias (BRASIL, 2015a).

As bibliotecas dos IFs estão inseridas nesse contexto de instituições antigas que se transformaram em uma nova organização, inseridas em um ambiente tradicional em transformação e recebendo interferências internas e do macroambiente. Ademais, são bibliotecas que possuem a responsabilidade de atender ao mesmo tempo às expectativas de biblioteca escolar, biblioteca universitária e, algumas vezes, pública.

É importante ressaltar essa característica de público alvo das bibliotecas dos IFs, que é múltiplo e heterogêneo. Não é objetivo deste estudo a definição da tipologia de biblioteca em que as bibliotecas dos IFs se enquadram, mas sim, apresentar os desafios e o papel que esse tipo de biblioteca tem ao estar inserida em uma instituição educacional que apresenta características peculiares.

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equacionada do bibliotecário ao oferecer serviços a públicos distintos, de forma que contemple a todos os usuários com qualidade.

Essas questões também passam pela necessidade de uma biblioteca com infraestrutura pertinente às características dos IFs e de profissionais em constante capacitação e em número suficiente para a lide diária com as diversificadas funções inerentes ao desafio do cargo que ocupam nesse tipo de instituição.

Além dos aspectos organizacionais supracitados que envolvem os IFs, a existência dessas instituições de ensino espalhadas pelas regiões metropolitanas e pelo interior do país. Observa-se, então, a necessidade de essas estarem atentas ao desenvolvimento local e regional, conforme estabelecido na lei 11.892 de 2008, que no caso dos IFs com campi instalados em regiões rurais, explicita-se que é crucial a oferta de cursos focados no desenvolvimento rural.

A importância do desenvolvimento rural é constatada por Sachs (2008), ao salientar que o Brasil possui potencialidades agrícolas que ainda não foram totalmente exploradas, junto à biodiversidade e diversidade de climas que favorecem a produtividade rural. Sendo assim, a produção de conhecimento e a formação adequada de profissionais para atuar no desenvolvimento rural são fatores essenciais para promover o desenvolvimento local, regional e nacional. E os IFs são instituições de ensino públicas capazes de promover essa oportunidade social.

Por se tratar de instituições públicas de ensino, ofertantes de cursos superiores e responsáveis por ensino, pesquisa e extensão, os IFs se assemelham às universidades. O que coloca para os IFs alguns dos mesmos desafios que as universidades têm tido no século XXI, conforme diagnosticado por Santos (2008). Dentre eles, as implicações do advento neoliberal para a educação, que significou cortes orçamentários do Estado para as instituições públicas de ensino e a visão da educação superior como um bem de consumo e não como bem público.

Atinente a essas questões, a presente pesquisa qualitativa é um estudo de caso, cujo universo é o campus Bambuí do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG). A temática foi estabelecida em razão da importância das instituições da RFEPCT no cenário brasileiro da educação. São abordados os aspectos da organização do IFMG, como integrante da RFEPCT e os aspectos sobre o desempenho da Biblioteca Comunitária Professora Ebe Alves da Silva (Biblioteca CPEAS), verificando o seu caráter de atendimento a um público múltiplo, agregado à contribuição para o desenvolvimento da região em que está localizada.

(15)

e regional. Quanto aos aspectos sobre o desempenho da biblioteca, são abordadas as características de administração relacionadas à gestão de recursos humanos, planejamento, infraestrutura e às relações político-institucionais; características das relações da biblioteca com a comunidade acadêmica; características relativas aos serviços de atenção aos usuários e uso da biblioteca; características da formação, desenvolvimento e processamento técnico da coleção e características das relações da biblioteca com a comunidade externa, referente a serviços e trabalhos colaborativos. Esses aspectos são apresentados de acordo com a percepção de diferentes atores da instituição e da comunidade externa sobre a atuação e relações com a Biblioteca CPEAS.

Para alcançar os propósitos desse estudo de caso, a coleta de dados ocorreu mediante pesquisa documental, questionário e entrevistas semiestruturadas. A pesquisa documental coletou as informações essenciais sobre a instituição e sobre as políticas institucionais. As entrevistas serviram de base para coletar informações sobre a percepção do bibliotecário e do diretor-geral do campus Bambuí sobre administração da biblioteca; as relações da biblioteca com a comunidade interna; a política de formação e desenvolvimento das coleções; os serviços de atenção aos usuários e as relações com a comunidade externa. Também foram realizadas entrevistas com a comunidade externa, especificamente nas instituições Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) e Prefeitura Municipal para captar a percepção sobre as relações existentes com o campus Bambuí do IFMG e sua biblioteca.

Foram aplicados dois questionários, o primeiro para realizar o diagnóstico da biblioteca, o qual foi elaborado com base nos elementos de diagnóstico organizacional para bibliotecas propostos por Almeida (2005b), e o segundo para captar a percepção de coordenadores de cursos da instituição sobre os mesmos aspectos que foram questionados ao bibliotecário e ao diretor-geral do campus.

Segue a apresentação do problema da pesquisa, dos objetivos, da justificativa e da estrutura da dissertação.

1.1 PROBLEMA

(16)

Além do impacto organizacional sofrido com a criação dos IFs, uma questão que os Institutos levam à reflexão é a identificação das bibliotecas por seus tipos, pois eles são responsáveis por bibliotecas escolares, universitárias e, algumas vezes, comunitárias em um mesmo espaço.

Dessa forma, a atuação dessa unidade de informação tem que levar em consideração todos esses aspectos das mudanças vivenciadas na criação dos IFs, como a percepção dos serviços oferecidos à pluralidade de usuários, de diferentes faixas etárias, condições socioeconômicas e objetivos acadêmicos; e das relações político-institucionais inerentes à inserção da biblioteca nos processos do planejamento institucional, no projeto pedagógico dos cursos e no regimento interno da instituição, que devem observar as questões relativas ao desenvolvimento local e regional de onde se localiza o campus.

Os questionamentos que levaram à elaboração dessa pesquisa foram: como é o desempenho dessa unidade de informação, considerando seu papel frente às características administrativas, de suas relações com as comunidades acadêmica e externa, dos serviços de atenção aos usuários e uso da unidade, da formação, desenvolvimento e processamento técnico da coleção? Considerando também a perspectiva do desenvolvimento local e regional frente às finalidades e objetivos dos Institutos Federais, que no presente caso é alinhada ao desenvolvimento rural, como atua a biblioteca?

Tem-se por pressuposto que a atuação da Biblioteca CPEAS é, ainda, frágil frente ao desafio de realizar de forma eficiente a gestão cotidiana da prestação de seus serviços para todos os tipos de usuários com os quais se compromete e em relação aos impactos sofridos pela transformação em IFMG, observando a contribuição ao desenvolvimento local e regional, através da inserção participativa da biblioteca junto à instituição e sua relação com a comunidade externa.

1.2 OBJETIVOS

Este estudo se propõe a atender ao objetivo geral, que é verificar, por meio de estudo de caso, a atuação da Biblioteca CPEAS, do Instituto Federal de Minas Gerais campus Bambuí, sob o olhar de uma análise qualitativa, mediante o discurso de diferentes atores sobre a administração da biblioteca, sua infraestrutura, a gestão da coleção e os serviços oferecidos, observando as relações estabelecidas com a comunidade interna e externa, e também a finalidade social dos Institutos Federais de ofertar ensino em diferentes modalidades com ênfase no desenvolvimento socioeconômico local e regional, que nesta análise se vincula à área de desenvolvimento rural.

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 avaliar a atuação da sobre a administração, sobre a formação, desenvolvimento e processamento das coleções, sobre a comunidade acadêmica e sobre os serviços de atenção aos usuários;

 demonstrar os papéis da Biblioteca CPEAS em relação ao contexto do IFMG e sua contribuição para o desenvolvimento local e regional;

 propor recomendações para a gestão da Biblioteca CPEAS.

1.3 JUSTIFICATIVA

Um dos fatores que embasa a justificativa desta pesquisa é a, ainda, baixa produção científica de pesquisas que tenham como objeto as bibliotecas dos IFs e que sejam desenvolvidas no âmbito de programas brasileiros de pós-graduação de Ciência da Informação.

Para demonstrar isso, em caráter preliminar, foi realizada uma consulta informal junto à comunidade de bibliotecários da RFEPCT por intermédio da lista de discussão nacional da Comissão Brasileira de Bibliotecas das Instituições da RFEPCT (CBBI). A consulta indagara a existência de trabalhos defendidos em programas de pós-graduação sobre temáticas que envolvessem as bibliotecas do IFs até o ano de 2014.

Foram obtidas 11 respostas, todas referentes à produção científica de dissertações de mestrado. A primeira dissertação foi defendida por Becker no ano de 2010 com o título Gestão de bibliotecas escolares com foco nas quatro funções gerenciais: estudo de caso nas bibliotecas do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense. Em 2011, Damasceno defendeu a dissertação com o título Indicadores de usabilidade da biblioteca de uma instituição de ensino pública federal. Este trabalho teve como objeto de estudo a biblioteca do IFMG Campus Bambuí.

Em 2012, Santos defendeu a dissertação com o título As unidades de informação dos Institutos Federais no apoio ao desenvolvimento da ciência e da tecnologia: um estudo de percepção sociocognitiva com o uso do protocolo verbal em grupo.

(18)

na biblioteca do IFNMG campus Januária – MG, por Carvalho (2013); Instituto Federal Baiano: uma proposta de ampliação da avaliação institucional para atendimento da educação profissional técnica de nível médio, por Eloi (2013); A/O bibliotecária(o)-documentalista ante as novas tecnologias e a flexibilização do trabalho no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG): 2009-2012, por Souza (2013) e Pesquisa e competência em informação no âmbito da biblioteca escolar: um estudo nas bibliotecas do Instituto Federal da Bahia, por Silva (2013).

Em 2014, Moutinho defendeu a dissertação Práticas de leitur@ na cultura digital de alunos do ensino técnico integrado do IFPI –Campus Teresina Sul.

Outro dado relevante sobre esse levantamento com a comunidade bibliotecária é que apenas duas das 11 dissertações – Becker (2010) e Silva (2013) – foram defendidas em programas de pós-graduação em Ciência da Informação, as demais foram defendidas em programas ligados, principalmente, à área da Educação.

(19)

2 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TECNOLÓGICA E DESENVOLVIMENTO

De acordo com a Lei nº 9.394, de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, popularmente conhecida como LDB, a educação profissional no contexto nacional abrange a formação inicial e continuada, e educação técnica de nível médio e superior (BRASIL, 1996). Ainda consta na LDB que a educação de jovens e adultos deve ser articulada, de preferência, com a educação profissional, possibilitando que o aluno adquira tal qualificação além da formação na educação básica (BRASIL, 1996).

A questão trabalho e escola é tratada por Franco (1987) de forma substancial. O autor, em sua obra A escola do trabalho e o trabalho da escola, disserta sobre o trabalho no ambiente dos sistemas socioeconômicos, capitalista e socialista, e a importância da instituição de ensino no exercício de seu papel social – que vai muito além de transmitir conhecimentos, e visa também capacitar o homem para o conhecimento científico e tecnológico, transformando-o em um ser humano capaz de pensar o mundo a sua volta e de entender as ferramentas de trabalho, percebendo-o de forma menos alienante –, que tanto o capitalismo quanto o socialismo podem concebê-lo.

A influência do capitalismo – modelo socioeconômico de produção brasileira – na educação perpassa pela divisão de classes sociais e pela separação do trabalhador dos meios de produção, que passam a não possibilitar ao trabalhador um conhecimento do todo, mas apenas de partes, conforme os métodos tayloristas de produção, fazendo com que o indivíduo perca o controle técnico sobre seu trabalho (WARDE, 1977; FRANCO, 1987).

Franco (1987) ainda afirma a importância da formação em um ambiente escolar que se preocupe e se adeque ao ensino observando a realidade social:

A escola não pode ser pensada independentemente do modo de vida e de produção das condições de existência em seu conjunto, ou seja, de uma estrutura social determinada, contraditória e em movimento. Deve ser pensada sempre tendo como referência a sociedade concreta da qual é parte integrante e inseparável [...]. (FRANCO, 1987, p. 75-76)

Semelhantemente, em publicação que antecede Franco (1987), Reis, Rodrigues e Vieira (1984) entendem a educação para o trabalho como

um componente da formação do ser em desenvolvimento, tendo em vista possibilitar-lhe tornar-se um adulto integrado ao meio em que vive e equipar-se para propor mudanças que resultem em melhores condições de vida para si e para seus semelhantes. (REIS; RODRIGUES; VIEIRA, 1984, p. 149)

(20)

As influências do capitalismo e do neoliberalismo também podem ser percebidas na educação superior. Santos (2008) aborda a temática na discussão sobre a universidade no século XXI, suas crises e as formas para superação das crises da universidade pública. São indicadas três tipos de crises que perpassam a universidade: a crise da hegemonia, a crise da legitimidade e a crise institucional.

A crise institucional é resultante da contradição entre a reivindicação de autonomia para a definição de seus valores e objetivos, contrastados à pressão para submeter a universidade aos aspectos de produção de natureza empresarial aspirados pelo neoliberalismo vigente (SANTOS, 2008).

Segundo Santos (2008), a crise institucional na universidade pública é a que apresenta maior fragilidade, pois a dependência financeira do Estado interfere tanto na autonomia financeira quanto na pedagógica.

A perda de prioridade da universidade pública nas políticas públicas do Estado foi, antes de mais, o resultado da perda geral de prioridade das políticas sociais (educação, saúde e previdência) induzida pelo modelo de desenvolvimento econômico conhecido por neoliberalismo. (SANTOS, 2008, p. 18)

O neoliberalismo foi responsável pela produção da imagem de que as deficiências da universidade pública são insuperáveis, justificando a abertura do bem público universitário à exploração do mercado. Essa visão levou ao baixo investimento na universidade pública e à sua desestruturação (SANTOS, 2008).

A utilização de métodos produtivistas na universidade, causada pela mercantilização, corrobora para a sua descaracterização, na qual os objetivos ficam isentos da preocupação humanista e social que a universidade deve possuir. (SANTOS, 2008)

No mesmo sentido, com a transformação da universidade em um serviço a se ter acesso, admite-se uma “ideologia de educação centrada no indivíduo e na autonomia individual”. Essa autonomia individual se transcende no momento em que o processo de acesso à universidade não se relaciona aos direitos sociais, mas sim a um bem de consumo (SANTOS, 2008, p. 27).

Santos (2008) aponta que, conforme a reforma proposta pelo Banco Mundial, a expansão do mercado educacional tem como base cinco pressupostos:

(I) a vida na sociedade da informação tem a gestão, a qualidade e a velocidade da informação como fatores primordiais para a competitividade econômica;

(II) aumenta-se a necessidade de capital humano capacitado para trabalhar em uma economia baseada em conhecimento;

(21)

(IV) os três primeiros pressupostos não se comportam no paradigma institucional e políticas pedagógicas predominantes nas universidades públicas;

(V) é necessária a mudança do paradigma institucional da universidade pública para o paradigma empresarial.

Isto posto, o autor afirma que “a crise institucional da universidade na grande maioria dos países foi provocada pela perda de prioridade do bem público universitário nas políticas e pela consequente secagem financeira e descapitalização das universidades públicas” (SANTOS, 2008, p. 16).

A crise da hegemonia da universidade pública é um resultado das contradições entre as funções desempenhadas pela universidade: de um lado a função tradicional, que preza pela alta cultura; de outro, a cultura média e a criação de conhecimentos instrumentais ligados à formação de mão de obra qualificada para o desenvolvimento capitalista. Já a crise da legitimidade é provocada pela contradição entre a hierarquização dos saberes e as exigências sociais e políticas pela democratização da universidade, permitindo o acesso às classes populares (SANTOS, 2008).

A crise da hegemonia e da legitimidade na universidade é afetada, principalmente, pela transição do conhecimento universitário para o conhecimento pluriversitário (SANTOS, 2008).

O conhecimento pluriversitário é entendido como

um conhecimento transdisciplinar que, pela sua própria contextualização, obriga a um diálogo ou confronto com outros tipos de conhecimento, o que o torna internamente mais heterogéneo e mais adequado a ser produzido em sistemas abertos menos perenes e de organização menos rígida e hierárquica. Todas as distinções em que assenta o conhecimento universitário são postas em causa pelo conhecimento pluriversitário e, no fundo, é a própria relação entre ciência e sociedade que está em causa. A sociedade deixa de ser um objecto das interpelações da ciência para ser ela própria sujeita de interpelações à ciência. (SANTOS, 2008, p. 41-42)

O conhecimento pluriversitário pode ser verificado no estabelecimento das relações da universidade com a sociedade, ocorrendo por meio de convênios entre universidade-indústria (em seu formato de conhecimento mercantil), mas também com outras organizações e grupos comunitários, sob forma de conhecimento cooperativo e solidário (SANTOS, 2008).

(22)

conhecimentos transnacionalizados. O projeto também deve ser originado de um contrato político e social amplificado, mas que tenha desdobramentos em contratos setoriais, entre os quais deve estar incluso o contrato educacional identificando a universidade como um bem público capaz dar uma resposta positiva às demandas sociais pela democratização da universidade, erradicando a exclusão de grupos sociais.

De acordo com Santos (2008), o projeto nacional de desenvolvimento dos países tem sido enfraquecido pelas políticas neoliberais, mas, além disso, os projetos das últimas décadas refletem um aspecto elitista nas universidades. Santos sustenta que “a incapacitação política do Estado e do projecto nacional repercutiu-se numa certa incapacitação epistemológica da universidade e na criação de desorientação quanto às suas funções sociais” (SANTOS, 2008, 47).

Essas questões sobre as universidades públicas aqui expostas podem, do mesmo modo, ser consideradas para os IFs, pois, conforme Santos (2008), as primeiras devem ter pós-graduação, pesquisa e extensão, elementos característicos igualmente presentes na estrutura dos Institutos, que também são instituições públicas de ensino.

2.1 DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO

Os conceitos de desenvolvimento e de crescimento econômico devem ser diferenciados um do outro, observando que os objetivos do primeiro vão além da riqueza material e contextualizam-se pela necessidade de reparação de desigualdades sociais. Tratar a concepção de desenvolvimento alinhando-a aos direitos humanos, que possuem os ideais de igualdade, equidade e solidariedade intrínsecos a sua definição, permite que ela não seja reduzida apenas ao tratamento econômico da questão (SACHS, 2008).

O ideal de igualdade se relaciona ao pensamento de que o crescimento não é desenvolvimento se não há ampliação de emprego, se não há redução da pobreza e se não há diminuição das desigualdades. O ideal de equidade refere-se à capacidade de dar tratamento desigual aos desiguais, proporcionando ações afirmativas; enquanto o ideal de solidariedade está ligado ao conceito de desenvolvimento sustentável (SACHS, 2008) .

O conceito de desenvolvimento sustentável é apoiado por cinco pilares: o social, que se relaciona às desigualdades sociais; o ambiental, que está ligado aos sistemas de sustentação da vida para a provisão de recursos e com o depósito de resíduos; o territorial, que se refere à distribuição territorial de recursos, população e atividades; o econômico, que trata da viabilidade financeira das atividades; o político, que relativo à governança democrática e à garantia de liberdade. (SACHS, 2008)

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a ser desfrutada, sendo que “as liberdades não são apenas os fins primordiais do desenvolvimento, mas também os meios principais” (SEN, 2000, p. 25).

Sen (2000) considera cinco liberdades instrumentais para o desenvolvimento: (i) liberdades políticas; (ii) facilidades econômicas; (iii) oportunidades sociais; (iv) garantias de transparência e (v) segurança protetora. Essas liberdades instrumentais devem assumir inter-relações e complementariedade entre si, permitindo que as liberdades ultrapassem o ideal de ser um fim a ser alcançado e se tornem os meios para o desenvolvimento.

Sachs (2008) também define o desenvolvimento includente, que se opõe ao padrão do crescimento concentrador de renda e riquezas e do crescimento excludente do mercado de consumo, sendo este último também responsável por manter trabalhadores em atividades informais ou de agricultura de subsistência precária em pequena escala, além de promover nas pessoas uma fraca participação na vida política.

O desenvolvimento includente prega a garantia do exercício dos direitos civis, cívicos e políticos, no qual a democracia contribui em essência para garantir a transparência e a responsabilização, que são vitais para o processo de desenvolvimento. Nesse contexto, os cidadãos devem ter garantias de acesso a programas de assistência orientados para a compensação de desigualdades naturais ou físicas; e de igualdade de acesso aos serviços públicos de educação, saúde e moradia (SACHS, 2008).

Para Sachs

A educação é essencial para o desenvolvimento, pelo seu valor intrínseco, na medida em que contribui para o despertar cultural, a conscientização, a compreensão dos direitos humanos, aumentando a adaptabilidade e o sentido de autonomia, bem como a autoconfiança e auto-estima. É claro que tem também um valor instrumental com respeito à empregabilidade. Porém, a educação é condição necessária, mas não suficiente, para se ter acesso a um trabalho decente. Deve vir junto com um pacote de políticas de desenvolvimento, mesmo que alguns prefiram apresentá-la como uma panacéia. Um dos paradoxos que prevalecem hoje é o desemprego maciço de adultos existindo lado a lado o intolerável fenômeno do trabalho infantil. Para poder colocar todas as crianças na escola é necessário distribuir bolsas para aqueles oriundos de famílias pobres, cuja sobrevivência depende do dinheiro que levam pra casa. (SACHS, 2008, p. 82)

Conforme identificado por Santos (2008), é essencial a existência de um projeto de desenvolvimento nacional para a reformulação da universidade, e por que não dizer da educação profissional nos Institutos Federais? Qual seria, então, o papel do Estado para o desenvolvimento nacional, no qual Administração Pública, mercado e comunidade exercem suas influências? Nesse sentido, Sachs (2008) estabelece três funções para o Governo:

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economia e da sociedade, buscando um equilíbrio entre diferentes sustentabilidades (social, cultural, ecológica, ambiental, econômica e política) e as cinco eficiências (de alocação, de inovação, a keynesiana, a social e a ecoeficiência). (SACHS, 2008, p. 11)

Em relação ao Brasil, Sachs (2008) pondera que é necessário delinear estratégias de desenvolvimento que proporcionem a inclusão social pelo emprego decente; e que sejam ambientalmente sustentáveis, economicamente sustentadas e socialmente includentes.

Os fatores que beneficiam o Brasil quanto ao crescimento pelo emprego includente são as potencialidades agrícolas que ainda não foram totalmente exploradas junto da biodiversidade e diversidade de climas que favorecem a produtividade rural (SACHS, 2008).

O desenvolvimento rural não oportuniza apenas a atividade agropecuária, mas também promove o desenvolvimento de empregos na agroindústria, no artesanato, na prestação de serviços técnicos, na construção, no transporte, no turismo, no serviço público e em empregos ligados à valorização das biomassas (SACHS, 2008).

Como exemplo dessa iniciativa de reforma universitária alinhada ao desenvolvimento nacional e subsidiado pelo desenvolvimento rural tem-se Cuba, onde o envolvimento da universidade para o desenvolvimento rural passa pela integração do ensino, da pesquisa e da produção agropecuária (BORROTO LEAL, 2004).

O primeiro aspecto que deve ser definido para colaborar para essa integração é a definição dos projetos pedagógicos dos cursos, que devem ser alinhados para a oferta de formação de profissionais preparados para os desafios de equidade, sustentabilidade, rentabilidade e competitividade; priorizando os aspectos educativos nos processos de formação, a vinculação do estudo ao trabalho, o fortalecimento de uma formação social e humanista; e ainda garantindo que o corpo docente tenha condições de desenvolver pesquisas, dentre outros (BORROTO LEAL, 2004).

Borroto Leal (2004) destaca a importância do conhecimento real e concreto dos problemas produtivos e gerenciais dos agricultores, bem como a condução dessas questões para o interior da instituição de ensino para a pesquisa de solução e adequação dos conteúdos dos projetos pedagógicos à realidade produtiva.

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execução desses projetos nas bases produtivas até que se tenha um resultado econômico concreto (BORROTO LEAL, 2004).

Conforme percebido por Sachs (2008), as possibilidades de empregabilidade no meio rural não se limitam às atividades agropecuárias. Essa percepção também é apresentada por Borroto Leal (2004), que assinala que, para alcançar o desenvolvimento da produção agropecuária, também é necessária a formação de outros profissionais ligados às áreas de engenharia, de informática, de ciências sociais e outras. A formação de apenas profissionais da área agropecuária significa uma visão minimalista e limitada na projeção do desenvolvimento rural.

Diante do exposto, verifica-se a importância que têm os Institutos Federais alocados em cidades interioranas e rurais do país diante do desafio que é promover o desenvolvimento sustentável e includente. Mesmo que imersos em uma condição de crise estrutural, verossimilhante à da universidade, conforme Santos (2008), essas são instituições que promovem a educação como bem público e que devem se alinhar às necessidades sociais que as cercam, bem como às necessidades de mercado que a envolvem, com o objetivo de promover o desenvolvimento local, regional e nacional.

2.2 A REDE FEDERAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL, CIENTÍFICA E

TECNOLÓGICA E OS INSTITUTOS FEDERAIS

A educação profissional no Brasil teve seu início quando o Presidente Nilo Peçanha que, em 1909, promulgou o Decreto nº 7.566, criando as Escolas de Aprendizes e Artífices para o ensino profissional primário e gratuito (BRASIL, 1909).

A linha do tempo que traça a história da educação profissional brasileira apresenta 24 marcos históricos, dentre eles, podem ser destacados:

 1937 – a transformação das Escolas de Aprendizes e Artífices em Liceus Industriais a partir da Lei nº 378;

 1942 – a transformação dos Liceus Industriais em Escolas Industriais e Técnicas por meio da Lei nº 4.127;

 1959 – a transformação das Escolas Industriais e Técnicas em Escolas Técnicas Federais em 1959;

 1971 – a transformação do currículo do segundo grau em técnico-profissional de forma compulsória por meio da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira;

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 1996 – a disposição de capítulo próprio sobre a educação profissional na LDB;

 2005 – o início do Plano de Expansão da Rede Federal; e

 2008 – a criação dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (BRASIL, 2009).

A criação dos IFs é o principal elemento da transformação ocorrida na educação profissional e tecnológica pública, que foi denominada como Expansão da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. Segundo a lei,

Art. 2º Os Institutos Federais são instituições de educação superior, básica e profissional, pluricurriculares e multicampi, especializados na oferta de educação profissional e tecnológica nas diferentes modalidades de ensino, com base na conjugação de conhecimentos técnicos e tecnológicos com as suas práticas pedagógicas [...]. (BRASIL, 2008)

Os IFs resultam da aglutinação de 31 CEFETs, 75 Unidades Descentralizadas de Ensino (Uneds), 39 Escolas Agrotécnicas, sete Escolas Técnicas Federais e oito escolas vinculadas às Universidades; além disso, ao todo, foram criados 38 IFs. Mas ainda fazem parte da RFEPCT o CEFET Minas Gerais, o CEFET Rio de Janeiro, a Universidade Tecnológica do Paraná, as Escolas Técnicas Vinculadas às Universidades e o Colégio Pedro II (BRASIL, 2008).

Em Minas Gerais foram criados cinco IFs: o Instituto Federal Minas Gerais (IFMG), o Instituto Federal do Norte de Minas (IFNMG), o Instituto Federal Sudeste Minas (IFSUDESTEMG), o Instituto Federal Sul de Minas (IFSULDEMINAS) e o Instituto Federal Triangulo Mineiro (IFTM). (BRASIL, 2008)

A formação inicial no IFMG ocorreu com a integração do CEFET de Bambuí, do CEFET de Ouro Preto e da Escola Agrotécnica de São João Evangelista; no IFNMG, mediante a integração do CEFET de Januária e da Escola Agrotécnica Federal de Salinas; no IFSUDESTEMG, por meio da integração do CEFET de Rio Pomba e da Escola Agrotécnica Federal de Barbacena; no IFSULDEMINAS, por intermédio da integração das Escolas Agrotécnicas Federais de Inconfidentes, de Machado e de Muzambinho; e no IFTM, com a integração do CEFET de Uberaba e da Escola Agrotécnica Federal de Uberlândia (BRASIL, 2008).

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transferência de tecnologias sociais direcionadas à preservação do meio ambiente (BRASIL, 2008).

Em concordância com a LDB, a Lei nº 11.892/2008, também dispõe – em seu art. 7º, inciso I – que o objetivo dos Institutos Federais é ofertar educação técnica integrada ao ensino médio, ou seja, é de sua responsabilidade a educação básica, assim como ofertar cursos para formação inicial e continuada para trabalhadores; ofertar cursos superiores tecnológicos, cursos de licenciaturas, especialmente nas áreas de Ciências e Matemática, cursos de bacharelado e de Engenharias direcionados aos setores da economia; pós-graduação lato e strictosensu (BRASIL, 1996, 2008).

Além das finalidades vinculadas às modalidades de ensino que devem ser ofertadas, é dever dos Institutos Federais a realização de pesquisas aplicadas para benefício da comunidade; o desenvolvimento de atividades de extensão que envolvam o mundo do trabalho e a sociedade; e o suporte a processos educativos que promovam a geração de trabalho e renda, proporcionando a independência do cidadão para o desenvolvimento socioeconômico local e regional (BRASIL, 2008).

O ensino superior na RFEPCT se iniciou enquanto as instituições ainda eram CEFETs, em 2004. Em consonância, a Lei nº 11.892/2008, que cria os IFs, define detalhadamente os tipos de cursos – graduação tecnológica, bacharelado, licenciatura e pós-graduação – e a porcentagem específica de cursos superiores que podem ser ofertados nos IFs (BRASIL, 2004, 2008).

Ademais, para que os IFs não percam suas características essenciais, a norma que os criou determina que 50% das suas vagas devem ser para cursos técnicos integrados ao ensino médio, e que 20% das vagas sejam oferecidas em cursos superiores de licenciatura (BRASIL, 2008).

Percebe-se que, desde o princípio, a educação profissional no país tem passado por transformações substantivas referentes à nomenclatura, funções e objetivos, por conseguinte, o mesmo tem ocorrido com as bibliotecas das instituições participantes.

2.3 O INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS

(28)

aproximadamente 130 mil metros quadrados, metragem que não inclui os campi que estão em fase de implantação (INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS, 2015).

Os primeiros campi iniciaram suas atividades em meados do século XX, o mais antigo é o de Ouro Preto, que passou a funcionar em 1944; São João Evangelista, em 1951; e Bambuí, em 1961. Congonhas e Formiga, que eram Uneds, se tornaram campi em 2008, com a lei de criação dos Institutos Federais; e o campus de Governador Valadares, embora criado pela norma de 2008, iniciou suas atividades em 2010. Em 2011, os campi Betim, Ouro Branco, Ribeirão das Neves e Sabará deram início aos seus trabalhos, e, em 2014, foi a vez do campus Santa Luzia. (INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS, 2015)

A comunidade acadêmica da instituição possui um corpo discente de aproximadamente 9.500 alunos; um corpo docente com cerca de 620 professores, entre efetivos e contratados; e os técnicos administrativos somam, aproximadamente, 630 (INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS, 2015). O total de cursos ministrados na instituição é de 70, sendo sete pós-graduações, 25 cursos superiores e 38 técnicos. (INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS, 2015).

Conforme dados do Plano de Desenvolvimento Institucional – PDI de 2014-2018 –, a missão do IFMG foi alterada de “educar e qualificar pessoas para serem cidadãos(ãs) críticos(as), criativos(as), responsáveis e capazes de atuar na transformação da sociedade” para “promover educação básica, profissional e superior, nos diferentes níveis e modalidades, em benefício da sociedade”. A visão é “ser reconhecida nacionalmente como instituição promotora de educação de excelência, integrando ensino, pesquisa e extensão” (INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS, 2015, p. 23).

São 12 os princípios da instituição: (1) gestão democrática e transparente; (2) compromisso com a justiça social e ética; (3) compromisso com a preservação do meio ambiente e patrimônio cultural; (4) compromisso com a educação inclusiva e respeito à diversidade; (5) verticalização do ensino; (6) difusão do conhecimento científico e tecnológico; (7) suporte às demandas regionais; (8) educação pública e gratuita; universalidade do acesso e do conhecimento; (9) indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão; (10) compromisso com a melhoria da qualidade de vida dos servidores e estudantes; (11) fomento à cultura da inovação e do empreendedorismo; (12) compromisso no atendimento aos princípios da administração pública. (INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS, 2014)

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– e cinco órgãos Colegiados – o Conselho Acadêmico de cada campus; o Comitê de Ensino; o Comitê de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação; o Comitê de Extensão; e o Comitê de Administração e Planejamento. A Reitoria dispõe, em sua estrutura, de Gabinete; Pró-Reitorias de Administração, de Ensino, de Extensão, de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação, de Planejamento e Orçamento; Diretorias Sistêmicas; Auditoria Interna; Ouvidoria Geral; Procuradoria Federal; Assessoria de Relações Internacionais (INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS, 2010).

Conforme o Regimento Geral do IFMG, inciso I do artigo 38, é de responsabilidade da Pró-Reitoria de Ensino “a aquisição e controle do acervo bibliográfico”; e, no inciso II: “Administrar, no âmbito do Instituto, as questões referentes aos ensinos médio e superior em suas diferentes modalidades, controle acadêmico, corpo docente e discente e o acervo didático-pedagógico” (grifo nosso). Subentende-se, então, que as bibliotecas do IFMG são de responsabilidade da Pró-Reitoria de Ensino (INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS, 2010).

Em atendimento a essa responsabilidade, em seu Regimento Interno, a Pró-Reitoria de Ensino define como parte de sua estrutura a Coordenadoria da Rede de Bibliotecas, que é responsável por “gerenciar o funcionamento sistêmico e promover a qualidade dos serviços e produtos das bibliotecas do IFMG” (INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS, 2013).

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QUADRO 1

Metas e ações para a área de Bibliotecas para o período de

2014-2018

METAS AÇÕES

Criar políticas comuns para

a Rede de Bibliotecas. Instituir comissão responsável pela criação da política de desenvolvimento de acervo e do manual de normalização bibliográfica;

Elaborar a proposta de política de desenvolvimento do acervo e o manual de normalização bibliográfica e encaminhá-las ao Comitê de Ensino;

Publicar as propostas como Instruções Normativas da Pró-Reitoria de Ensino.

Garantir boa qualidade aos registros bibliográficos dispostos no modulo de biblioteca do ERP;

Criar comissão para elaboração do manual de catalogação bibliográfica;

Elaborar o manual de catalogação bibliográfica;

Executar a adequação do banco de dados do Pergamum de acordo com o manual de catalogação bibliográfica.

Fomentar o uso das bibliotecas e acervos virtuais e físico;

Realizar levantamento do uso das bibliotecas virtuais contratadas e publicar o relatório de uso;

Realizar ações de conscientização para a adoção, pelos cursos, de obras virtuais e do Portal de Periódicos da Capes; Realizar treinamentos para capacitar servidores e alunos para a utilização das bibliotecas e acervos virtuais e do Portal de Periódicos da Capes;

Realizar campanha institucional de incentivo à leitura.

Aperfeiçoar a segurança e conservação do acervo das bibliotecas;

Levantamento das fragilidades na segurança e conservação do acervo da biblioteca de cada campus;

Elaboração de proposta, por campus, com definição de demandas para fortalecer a segurança e conservação do acervo da biblioteca;

Execução do projeto conforme os recursos disponíveis.

Implementar políticas de preservação, manutenção e utilização do acervo;

Realizar campanha institucional de preservação do acervo; Padronizar material de conscientização referente ao manuseio dos materiais do acervo.

Ampliar e atualizar o acervo físico observando os

indicadores de qualidade do instrumento de avaliação de cursos do MEC;

Realizar estudo para verificar a adequação do acervo físico em relação aos indicadores de qualidade de cursos;

Propor projeto de adequação do acervo físico à Direção de Ensino com base no estudo realizado;

Executar os projetos propostos em cada campus.

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2.4 O

CAMPUS

BAMBUÍ

O município onde está instalado o campus Bambuí do IFMG situa-se na região central do estado de Minas Gerais e tem sua população estimada, para 2014, em 23 mil habitantes em uma extensão aproximada de 1.400 Km², o que proporciona uma densidade demográfica aproximada de 15 hab/km² (IBGE, 2014).

Em dados aproximados, a incidência de pobreza no município foi de 32% em 2003 e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) passou de 0,4, em 1991; para 0,6, em 2000; e para 0,7, em 2010, ou seja, esse IDH tem sofrido elevações com o passar dos ano (IBGE, 2014).

O Produto Interno Bruto (PIB) do município, em 2012, foi R$ 390 mil, sendo R$ 117 mil referentes ao valor adicionado da agropecuária; R$ 117 mil de valor adicionado da indústria e R$ 198 mil de valor adicionado dos serviços. Constata-se, então, a importância da agropecuária para esse município, que tem, na produção pecuária, destaque para a aquicultura, bovinocultura, suinocultura, galináceos, produção leiteira e produção de mel de abelha. Na extração vegetal, o destaque é para a silvicultura do carvão vegetal, da lenha e da madeira em tora. Na produção agrícola, se destacam a produção de arroz, sorgo, banana e maracujá (IBGE, 2014).

O município abriga duas unidades da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), sendo uma delas um escritório localizado no centro do município e a outra dentro do campus do IFMG (EMATER-MG, 2015).

Em 1985, foi implantado no campus Bambuí um Centro de Treinamento da Emater-MG, que, em agosto de 2003, respondendo à dimensão que a questão ambiental passou a ocupar no cenário global, transformou-se em Centro de Educação Ambiental (Ceame) da Emater. O objetivo desse nova entidade é a revitalização ecossocial sustentável do Vale do Rio São Francisco. Com a ampliação do Ceame, foi instituído o programa Programa VERdeMINAS, do Governo do Estado de Minas Gerais, criando uma rede formada por 30 centros de educação ambiental. A Emater é responsável por administrar cinco unidades dessa rede, dentre elas, a que está instalada no campus do IFMG (EMATER-MG, 2015).

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propriedades e comunidades rurais; a elaboração de projetos e assistência técnica nas áreas de irrigação e drenagem, entre outras. (EMATER-MG, 2015)

A história do campus Bambuí se inicia em 1961 com o estabelecimento da fazenda que funcionava como Posto Agropecuário, ligado ao Ministério da Agricultara, que era responsável pela multiplicação de sementes, empréstimo de maquinário agrícola e assistência a produtores da região. A fazenda também era responsável por oferecer cursos para tratoristas no Centro de Treinamento de Tratoristas (INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS, 2015).

A educação profissional se iniciou com o incentivo de um cidadão do município, funcionário do Ministério da Agricultura, que cogitou a possibilidade de instalação de uma escola de nível médio ofertante de ensino profissionalizante de agricultura e pecuária, que poderia ser criada a partir do Centro de Treinamento de Tratoristas. Foi, então, criada a Escola Agrícola, em 1961, que se apropriou das terras, máquinas e utensílios da fazenda (INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS, 2015).

A instituição passou de Ginásio Agrícola, em 1964, a Colégio Agrícola, em 1968, neste último período, os trabalho do Posto Agropecuário e da escola rural de nível fundamental eram desenvolvidos concomitantemente. (INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS, 2015)

A transformação do Colégio Agrícola em Escola Agrotécnica Federal ocorreu em 1979, e os cursos ministrados eram o de Técnico em Agropecuária e os cursos supletivos de Técnico em Leite e Derivados e em Agricultura (INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS, 2015).

A Escola Agrotécnica Federal foi transformada em CEFET no ano de 2002, trazendo para a instituição seu primeiro curso superior, o de Tecnologia em Alimentos. Por fim, em 2008, uniu-se a outras autarquias do Estado e transformou-se no IFMG, por meio da Lei nº 11.892/2008 (INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS, 2015).

Atualmente, o campus Bambuí possui uma área 328,76 hectares e cerca de 40 mil metros quadrados de construções. São, aproximadamente, 1.600 alunos atendidos e um corpo docente formado por 111 professores. Conta também com 122 servidores técnicos administrativos e 106 trabalhadores terceirizados (INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS, 2015).

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campus são Ciências Exatas e da Terra, Ciências Biológicas, Engenharias, Ciências Agrárias e Ciências Sociais Aplicadas (INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS, 2015).

Os cursos técnicos, tanto subsequentes quanto integrados ou concomitantes, são em Açúcar e Álcool, Agropecuária, Informática, Manutenção Automotiva, Meio Ambiente, Agricultura, Zootecnia. Os cursos superiores de bacharelado são em Administração, Agronomia, Engenharia da Computação, Engenharia de Produção e Zootecnia. As licenciaturas são em Ciências Biológicas e Física, e os superiores de tecnologia são os de Tecnologia de Alimentos e Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas. O curso de pós-graduação lato sensu oferecido é a Especialização em Controle de Qualidade na Indústria de Alimentos e o stricto sensu é o mestrado profissional em Sustentabilidade e Tecnologia Ambiental. (INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS, 2015).

É importante ressaltar a relação direta do PIB do Município – que é relativamente alto sobre o valor adicionado bruto da agropecuária quando comparado ao valor sobre a indústria – com a oferta de cursos como o técnico em Agricultura e técnico em Manutenção Automotiva e cursos superiores em Agronomia, Zootecnia e Engenharia de Produção (IBGE, 2014).

A estrutura organizacional do campus foi aprovada em outubro de 2009, conforme dados obtidos no site da instituição. O organograma1 é representado por uma estrutura mista, representada pela Diretoria-Geral em primeiro nível; três divisões em segundo nível, sendo elas a Diretoria de Ensino, a Prefeitura e a Diretoria de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão; e outras diversas seções, dentre elas, a seção de Coordenadoria de Assuntos Didáticos-Pedagógicos, submetida à Diretoria de Ensino, que é responsável pelo Setor de Biblioteca (INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS, 20--).

A biblioteca do campus Bambuí é denominada Biblioteca Comunitária 2 Professora Ebe Alves da Silva (Biblioteca CPEAS) e foi inaugurada em 1978. De acordo com o artigo primeiro da Portaria nº 180, de 2009, que dispõe sobre o regulamento da biblioteca, tem como competência:

Art. 1º [...] planejar, coordenar, elaborar, executar e controlar as atividades de processamento técnico (serviços de seleção e desenvolvimento de coleções, serviço de referência, serviço de circulação e empréstimo, armazenagem, sinalização e preservação dos acervos, e serviços de registro, catalogação, classificação e inventário bibliográfico), disponibilizar o acervo bibliográfico [...], estabelecer políticas de disseminação, de recuperação da informação e de desenvolvimento dos acervos, estabelecer diretrizes de funcionamento específico da Biblioteca e dos serviços nela oferecidos [...]. (INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS. Campus Bambuí, 2009)

O art. 2º da mesma portaria descreve os nove objetivos da biblioteca como:

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Art. 2º [...]

I) Dar assistência ao corpo docente e discente na elaboração de projetos acadêmicos e na pesquisa bibliográfica dos trabalhos desenvolvidos; II) disseminar a informação;

III) estimular o hábito de leitura em todos os usuários;

IV) apoiar a educação teórico-pedagógica vinculando-a à leitura lúdica; V) favorecer o diálogo intercultural e a diversidade cultural;

VI) garantir, a todo tipo de usuário, acesso às informações do acervo, inclusive com implementação de políticas que favoreçam a acessibilidade; VII) facilitar e promover o acesso à informação independente do suporte em que esta se encontra;

VIII) estabelecer políticas para a aquisição e ampliação do acervo bibliográfico a fim de atender as necessidades dos usuários;

IX) zelar pela guarda, conservação e preservação do acervo bibliográfico. (INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS. Campus Bambuí, 2009. Grifo nosso)

A biblioteca ocupa uma área de 1078.83 m², em que o primeiro pavimento tem 413,53 m² e o segundo pavimento, 664,79 m². Os ambientes da biblioteca são o hall de entrada, anfiteatro com 50 assentos, banheiros, área de estudo com acesso à internet sem fio, setor de circulação de materiais, setor Braille, laboratório de informática, elevador, sete salas de estudo, sala de multimeios, sala de periódicos, área com cabines individuais de estudo, salão do acervo, salas para processamento técnico e coordenação (INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS, 2015).

Conforme informações do PDI 2014-2018, o diagnóstico da biblioteca do campus Bambuí apontou um acervo com 9.483 títulos e 20.977 exemplares no ano de 2013, e os empréstimos deste mesmo ano ultrapassaram 14 mil movimentações (INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS, 2015).

A equipe de trabalho possui um bacharel em biblioteconomia e cinco auxiliares de biblioteca, e conta ainda com alunos com bolsa trabalho, que auxiliam nas atividades da unidade, que funciona de segunda a sexta-feira de 7h às 22h, e aos sábados, de 7h às 11h (INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS, 2015).

Os serviços oferecidos pela biblioteca, dispostos na Portaria nº 180/2009, são subdivididos em quatro tipos: serviços de processamento técnico; de referência; de circulação de materiais; e demais atividades que possam surgir conforme demanda (INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS, 2009).

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local e para empréstimo domiciliar, trabalhos de conclusão de curso e monografias. (INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS, 2009)

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3 CARACTERIZANDO OS TIPOS DE BIBLIOTECA

Conforme já foi dito anteriormente, entre as finalidades, características e objetivos estabelecidos em lei para os IFs, observa-se que suas bibliotecas estão inseridas em um contexto de educação básica e superior, ou seja, é biblioteca escolar e universitária. Além disso, algumas bibliotecas assumem a função de biblioteca comunitária, por exemplo, a Biblioteca Comunitária Professora Ebe Alves da Silva, do Instituto Federal de Minas Gerais e a Biblioteca Comunitária Wolgran Junqueira Ferreira, do Instituto Federal de São Paulo (INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS, 2009; INSTITUTO FEDERAL DE SÃO PAULO, 2013).

Considera-se a biblioteca escolar como aquela “que está ligada a estabelecimento de ensino, fundamental ou médio, destinada a alunos e professores” (CUNHA; CAVALCANTI, 2008, p. 51), e a biblioteca universitária

a que é mantida por uma instituição de ensino superior e que atende às necessidades de informação dos corpos docente, discente e administrativo, tanto para apoiar as atividades de ensino, quanto de pesquisa e extensão. Pode ser única biblioteca ou várias organizadas como sistema ou rede. (CUNHA; CAVALCANTI, 2008, p. 53)

Já a biblioteca comunitária é uma “biblioteca pública que provê serviços de referência e de empréstimo, aconselhamento e outros serviços a uma comunidade específica” (CUNHA; CAVALCANTI, 2008, p. 48).

Tanto a biblioteca escolar quanto a universitária estão presentes em uma instituição de ensino, diferenciadas, conforme conceituação do Dicionário de Biblioteconomia e Arquivologia, pelos usuários e pela modalidade de ensino ofertada pela instituição mantenedora (idem).

Lemos (2008, p. 107) aponta que, no processo evolutivo das bibliotecas, elas foram se constituindo de forma diversa segundo o tipo de material do acervo e de acordo com o tipo de usuário que atendem. Quanto ao tipo de usuário, Lemos não distingue as bibliotecas escolares das universitárias, elas são identificadas como “bibliotecas escolares e universitárias”, que são dedicadas ao público de estudantes e professores de forma generalizada.

Referências

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