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Para auxiliar na apresentação do resultado do diagnóstico organizacional da biblioteca, foram elaborados quatro quadros descritivos com duas colunas, a primeira com os elementos de diagnóstico, organizados conforme as dimensões administração; formação, desenvolvimento e processamento das coleções; serviços de atenção ao usuário e relações com a comunidade externa. A segunda coluna do quadro representa a avaliação dos elementos utilizando a análise SWOT. Os quadros com o diagnóstico são apresentados no Apêndice C.

A análise SWOT é uma avaliação global das forças, fraquezas, oportunidades e ameaças em uma organização, o termo em inglês significa strengths (forças), weaknesses (fraquezas), opportunities (oportunidades) e threats (ameaças). Na Figura 1, é possível visualizar esses elementos de avaliação (KOTLER; KELLER, 2012).

Fonte: KOTLER, ARMSTRONG, 2007.

A análise SWOT do diagnóstico foi focada no ambiente interno e se baseou nos elementos de diagnóstico organizacional propostos por Almeida (2005b), pelos indicadores de desempenho do Modelo de Avaliação de Biblioteca Universitária (LUBISCO, 2011), pela própria percepção do bibliotecário e por observação durante a visita in loco para definir os pontos fortes e pontos fracos da biblioteca.

Para auxiliar na análise dos pontos fortes e pontos fracos dos itens diagnosticados, foi fundamental complementar a análise utilizando os indicadores de desempenho do Modelo de Avaliação de Biblioteca Universitária (LUBISCO, 2011), que estabelecem uma nota de um a cinco para vários dos elementos avaliados (ANEXO B).

O critério estabelecido para indicar um elemento como ponto forte na análise SWOT, quando cabível a análise sob o Modelo de Avaliação de Biblioteca Universitária (LUBISCO, 2011), foi o enquadramento do elemento diagnosticado com nota três ou superior.

Para a apresentação do resultado obtido das entrevistas foi utilizada a técnica do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC), “que é uma proposta de organização e tabulação de dados qualitativos de natureza verbal, obtidos de depoimentos, artigos de jornal, matérias de revistas semanais, cartas, papers, revistas especializadas etc.” (LEFÈVRE; LEFÈVRE, 2005, p. 15-16).

O DSC foi elaborado pelos pesquisadores da área da Saúde Pública, Fernando Lefèvre e Ana Maria Cavalcanti Lefèvre, da Universidade de São Paulo, com o objetivo de demonstrar as individualidades componentes do imaginário social mediante um discurso da coletividade e um discurso individualizado. É, então, “uma estratégia metodológica que, utilizando uma estratégia discursiva, visa tornar mais clara uma dada representação social, bem como o conjunto das representações que conforma um dado imaginário” (LEFÈVRE; LEFÈVRE, 2005, p. 19).

A construção do DSC considera quatro figuras metodológicas: expressões-chave; ideias centrais (IC); ancoragem e o próprio discurso do sujeito coletivo. As expressões- chave decorrem da extração literal de trechos do discurso coletado que expressam a essência do conteúdo discursivo.

As ideias centrais é a expressão linguística que descreve sinteticamente o sentido dos discursos e dos conjuntos homogêneos das expressões-chaves, processo similar ao de indexação na área de Biblioteconomia. Já a ancoragem é o estabelecimento de expressões-chave, que remetem a uma figura metodológica que manifesta uma teoria, ideologia ou crença do autor do discurso (LEFÈVRE; LEFÈVRE, 2005).

O discurso do sujeito coletivo é a construção de um discurso síntese, composto pelas expressões-chave que possuem a mesma ideia central ou ancoragem e sua redação é feita na primeira pessoa do singular, devendo ser observados os princípios de coerência, de posicionamento próprio e dos tipos de distinção entre os DSCs. (LEFÈVRE; LEFÈVRE, 2005)

Os tipos de distinção do DSC se relacionam a dois critérios: o de diferença/antagonismo e o de complementariedade. Quando ocorre o antagonismo, a apresentação separada dos discursos é obrigatória e quando ocorre a complementariedade, é facultado ao pesquisador apresenta-los juntos ou separados (LEFÈVRE; LEFÈVRE, 2005).

Os passos que constituíram a criação dos quadros para análise foi a extração das expressões-chave dos relatos e a identificação das ICs, organizando-os de acordo com as cinco dimensões utilizadas nessa pesquisa: administração; comunidade acadêmica; formação, desenvolvimento e processamento das coleções; serviços de atenção ao usuário e relações com comunidade externa.

A partir da organização das ICs e das expressões-chaves foram criados os DSCs, que são apresentados em quadros no Apêndice D.

Ressalta-se, que, devido a algumas falas, principalmente no discurso dos coordenadores de cursos, serem respostas sintéticas, as expressões-chave foram acrescentados, dentro de colchetes, nos temas das perguntas da entrevista ou questionário, para que o texto se tornasse contextualizado e compreensível.

Também foram realçadas nos quadros as ideias centrais que correspondem a um discurso antagônico em comparação ao discurso dos demais participantes da pesquisa.

A análise e discussão dos resultados são apontadas nos dois capítulos seguintes, que foram organizados de acordo com os dois dos objetivos específicos da pesquisa: (i) avaliar a atuação da sobre a administração, sobre a formação, desenvolvimento e processamento das coleções, sobre a comunidade acadêmica e sobre

os serviços de atenção aos usuários; (ii) demonstrar os papéis da Biblioteca CPEAS em relação ao contexto do IFMG e sua contribuição para o desenvolvimento local e regional.

Diante do uso de diferentes documentos, que basearam a coleta de dados, foram extraídas 11 categorias comuns aos dois documentos base: os elementos de diagnóstico organizacional propostos por Almeida (2005b) e o Modelo de Avaliação de

Biblioteca Universitária, propostos no Seminário Avaliação da Biblioteca Universitária

Brasileira para realizar a avaliação sobre a atuação da biblioteca (LUBISCO, 2011).

As categorias integrantes dos discursos são: gestão ambiental, estrutura organizacional, planejamento, recursos humanos e financeiros, comunicação, formação, desenvolvimento e processamento de coleções, cooperação, TICs, serviços, uso e leitura.

6 AVALIANDO A BIBLIOTECA COMUNITÁRIA PROFESSORA EBE ALVES

DA SILVA DO IFMG CAMPUS BAMBUÍ

A construção da avaliação da biblioteca foi fundamentada nos resultados obtidos no diagnóstico organizacional da biblioteca e nos DSCs construído por meio das falas dos participantes, os quais são apresentados na seção 6.1.

A avaliação da Biblioteca CPEAS através das categorias integradoras sobre a gestão ambiental, estrutura organizacional, planejamento, recursos humanos e financeiros, comunicação, formação, desenvolvimento e processamento de coleções, cooperação, TICs, serviços, uso e leitura estão dispostas entre as seções 6.2 a 6.12.

Por fim, são apresentadas as recomendações na seção 6.13.

Ressalta-se que, devido à relevância de alguns DSCs, e seu enquadramento em mais de um aspecto analisado, alguns DSCs aparecerão repetidas vezes.