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Sobre a formação e desenvolvimento de coleções da Biblioteca CPEAS podem ser destacadas as seguintes assertivas: que a coleção atende às necessidades dos cursos; que a coleção é atualizada; que o processo de seleção e desbaste é realizado em parceria com os docentes; e que não há uma política de formação e desenvolvimento de coleções.

Sobre a coleção atender às necessidades dos cursos do campus, dois DSCs foram elaborados, com ideias centrais antagônicas, porém complementares, uma indicando que a coleção atende às necessidades dos cursos e outra que a coleção as atende parcialmente.

A coleção atende parcialmente às necessidades dos cursos, ainda faltam exemplares para algumas disciplinas, porque alguns são novos e estão comprando, não é o ideal, mas dentro do possível, os professores pedem, o bibliotecário relaciona e tentamos comprar. O mestrado começou agora... então, lógico, que nós não temos os livros ainda para a área como um todo. Todos os professores fizeram a relação para a área da disciplina que lecionam, mas não é fácil comprar como na escola particular, o processo demora seis meses no mínimo. (A coleção atende parcialmente às necessidades dos cursos – Formação, desenvolvimento e processamento de coleções)

A coleção atende às necessidades dos cursos, ouvimos bastante do pessoal que o acervo é bom, que realmente funciona. É um acervo variado, sempre estamos com aquisição de novas obras, que está bem atualizado. A orientação dada pelos professores e coordenadores, é que as compras sejam feitas ou, pelo menos os pedidos, de acordo com os planos do curso, alinhados à bibliografia básica, complementar e também materiais que eles precisam para o seu cotidiano. (A coleção atende parcialmente às necessidades dos cursos – Formação, desenvolvimento e processamento de coleções)

Claramente, percebe-se um esforço institucional para que a coleção atenda às necessidades dos cursos. Alguns dos percalços encontrados pela gestão da biblioteca para atingir a plenitude de adequação do acervo se relacionam ao processo burocrático que as instituições públicas são condicionadas para a compra de materiais e à atualização dos projetos pedagógicos dos cursos. Projetos pedagógicos com as bibliografias desatualizadas promovem retardo em um processo que por natureza já é moroso.

A parceria entre bibliotecário e docentes no processo de seleção e desbaste das coleções pode ser percebida nos seguintes DSCs:

[...] O coordenador de curso, com o núcleo estruturante docente, levanta todo material que precisam, bem como a quantidade de cada um deles, isso vai para a biblioteca para verificar o que existe e o que não existe, o bibliotecário faz esse levantamento, informa, daí é feito uma licitação, compra e catalogação. Mas, todo material da biblioteca, quem faz o pedido é a própria biblioteca. (IC: A biblioteca não possui recursos específicos, porém um planejamento anual para aquisição de materiais – Administração) [...] Existe uma comissão de desbaste, que tem coordenadores das diversas áreas que se reúnem com a equipe da biblioteca para ver o que é obsoleto,

o que pode ser descartado ou não. Essa avaliação é feita mais pelos professores, por ser um acervo bem diferenciado, que envolve várias áreas. À equipe da biblioteca cabe a avaliação das condições físicas dos itens, que tem alguns materiais que infelizmente ou então felizmente, por muito uso, ficam degradáveis, então ocorre o desbaste [...]. (IC: É importante ter uma política institucional de desenvolvimento de coleções - Formação, desenvolvimento e processamento de coleções)

Mas o ponto crítico sobre a formação e desenvolvimento de coleções se encontra na circunstância de a biblioteca não possuir uma política para a formação e desenvolvimento das coleções.

A descrição do processo de desenvolvimento da coleção é observada no DSC que se segue.

Sim, é importante ter uma política institucional de desenvolvimento de coleções, para a utilização dos recursos de forma a beneficiar um maior número de usuários, mas, infelizmente, temos um “Instituto” só no nome. Existe uma comissão de desbaste que tem coordenadores das diversas áreas que se reúnem com a equipe da biblioteca para ver o que é obsoleto, o que pode ser descartado ou não. Essa avaliação é feita mais pelos professores, por ser um acervo bem diferenciado, que envolve várias áreas. À equipe da biblioteca cabe a avaliação das condições físicas dos itens, que tem alguns materiais que infelizmente ou então felizmente, por muito uso, ficam degradáveis, então ocorre o desbaste. O descarte ocorre por doação para os alunos interessados e para instituições da cidade. A política em si, não existe. Toda época de planejamento, bibliotecário e coordenadores de cursos entram em contato para alinhar os projetos pedagógicos com o que tem na biblioteca, então tentamos orientar para que na compra de acervos, preserve-se a intenção de compra do que têm na bibliografia básica e complementar, e só depois do que podem também precisar nas aulas. A compra é processada na biblioteca, mas conta muito com os professores e coordenadores, para estar alinhando junto ao plano de ensino, onde os formulários de compras são preenchidos pelos professores e depois é feita uma busca na biblioteca, para ver se não passaram despercebidos para comprar coisas que já temos. Na biblioteca também tem um controle do que se pede, do que se recebe, do que se tem empenhado e do que se tem acertado. (IC: É importante ter uma política institucional de desenvolvimento de coleções – Formação, desenvolvimento e processamento de coleções)

De acordo com Durban Roca (2013), desenvolver um plano de desenvolvimento da coleção é um dos elementos da dimensão física que auxiliam a biblioteca escolar a atuar como centro de recursos para a aprendizagem. O destaque ao desenvolvimento da coleção também é conferido por Mangue (2007), que mostra que a formação e o desenvolvimento da coleção, focados tanto nos cursos de graduação quanto nos programas pós-graduação, pesquisa e extensão, são alguns dos elementos essenciais para o cumprimento da missão das bibliotecas universitárias.

No Modelo de Avaliação de Biblioteca Universitária propostos no Seminário Avaliação da Biblioteca Universitária Brasileira, o indicador seleção de recursos informacionais especifica, entre os critérios de análise, a existência de uma política de seleção e uma comissão ativa para a atividade de seleção; e no indicador aquisição de

recursos informacionais, especifica a necessidade de uma política para a aquisição dos recursos bibliográficos (LUBISCO, 2011).

Conforme descrito no DSC, demonstra-se que é importante a existência de uma política institucional para o desenvolvimento das coleções, não apenas no âmbito do

campus, mas de todo IFMG. Esse ponto fraco já foi identificado no diagnóstico do

planejamento estratégico do IFMG, pois, entre suas metas, está a de criação de políticas comuns para a Rede de Bibliotecas, sendo a política de desenvolvimento de coleções uma delas. Além disso, verifica-se essa preocupação, por meio da inciativa local, em se manter uma comissão específica para desbaste dos materiais (INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS, 2015).