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Avaliação da qualidade de vida em pacientes submetidos à artroplastia total do joelho em Manaus.

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Academic year: 2017

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Texto

(1)

w w w . r b o . o r g . b r

Artigo

Original

Avaliac¸ão

da

qualidade

de

vida

em

pacientes

submetidos

à

artroplastia

total

do

joelho

em

Manaus

Marcos

George

de

Souza

Leão

a,∗

,

Erika

Santos

Santoro

a

,

Rafael

Lima

Avelino

a

,

Lucas

Inoue

Coutinho

a

,

Ronan

Campos

Granjeiro

b

e

Nilton

Orlando

Junior

a

aServic¸odeOrtopediaeTraumatologiadaFundac¸ãoHospitalAdrianoJorge,Manaus,AM,Brasil bUniversidadedoEstadodoAmazonas,Manaus,AM,Brasil

informações

sobre

o

artigo

Históricodoartigo:

Recebidoem29denovembro de2012

Aceitoem9deabrilde2013

Palavras-chave:

Joelho/cirurgia Artroplastia Qualidadedevida Avaliac¸ão

r

e

s

u

m

o

Objetivo:avaliaraqualidadedevidaempacientessubmetidosàartroplastiatotaldojoelho (ATJ)comousodosquestionáriosSF-36(MedicalOutcomesStudy36–ItemShortForm HealthSurvey)eWOMAC(WesternOntarioandMcMasterUniversitiesOsteoarthritisIndex) ecompará-loscomosvalorespré-operatórios.

Métodos:foifeitoumestudoprospectivo,observacional,coortecomanálisecegados resulta-dos,com107ATJem99pacientes,dejunhode2010aoutubrode2011.Incluídosnoestudo 55joelhos/pacientes:73%eramdosexofemininoe27%domasculino.Amédiadeidade foide68anos.ForamaplicadososquestionáriosSF-36eWOMAC,validadosparalíngua portuguesa,imediatamenteanteseseismesesapósoprocedimentocirúrgico.

Resultados:aanáliseestatísticaegráficaindicaqueasvariáveistiveramdistribuic¸ãonormal. Observandoosdados,verifica-sequetodososíndicessofreramalterac¸õespositivasdepois dacirurgia.

Conclusões:aartroplastiatotaldojoelho,apesardamorbidadeinicial,éumamodalidade bem-sucedidadetratamentoparaosteoartritegrave(maisdedoiscompartimentos articu-laresacometidose/ouclassificac¸ãodeAhlbackmaiordoque3)dojoelhodopontodevista funcional,commelhoriadaqualidadedevidadospacientes,dadosessesconfirmadosnesta pesquisa.NíveldeevidênciaIV,descric¸ãodesériedecasos,comanálisederesultados,sem estudocomparativo.

©2013SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublicadoporElsevierEditora Ltda.Todososdireitosreservados.

Quality-of-life

assessment

among

patients

undergoing

total

knee

arthroplasty

in

Manaus

Keywords:

Knee/surgery Arthroplasty

a

b

s

t

r

a

c

t

Objective:thisstudyhadtheaimofassessingthequalityoflifeamongpatientsundergoing totalkneearthroplasty(TKA).Forthis,theSF-36andWOMACquestionnairesrespectively wereusedtomakecomparisonswithpreoperativevalues.

TrabalhorealizadonoServic¸odeOrtopediaeTraumatologiadaFundac¸ãoHospitalAdrianoJorge,Manaus,AM,Brasil. ∗ Autorparacorrespondência.

E-mail:mgsleao@uol.com.br(M.G.S.Leão).

0102-3616/$–seefrontmatter©2013SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todososdireitosreservados.

(2)

Qualityoflife Assessment

Methods:aprospectiveobservationalcohortstudywasconducted,withblindedanalysison theresultsfrom107TKAsin99patients,betweenJune2010andOctober2011.Thepresent studyincluded55knees/patients,amongwhom73%werefemaleand27%weremale.The patients’meanagewas68years.TheSF-36andWOMACquestionnaires(whichhavebeen validatedforthePortugueselanguage)wereappliedimmediatelybeforeandsixmonths afterthesurgicalprocedure.

Results: thestatisticalandgraphicalanalysisindicatedthatthevariablespresentednormal distribution.Fromthedata,itwasseenthatalltheindicesunderwentpositivechangesafter thesurgery.

Conclusions: despitetheinitialmorbidity,TKAisaverysuccessfulformoftreatmentfor severeosteoarthritisoftheknee(i.e.morethantwojointcompartmentsaffectedand/or Ahlbackclassificationgreaterthan3),fromafunctionalpointofview,withimprovementof thepatients’qualityoflife,asconfirmedinthepresentstudy.Thisstudypresentedevidence levelIV(descriptionofcaseseries),withanalysisontheresults,withoutacomparativestudy. ©2013SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublishedbyElsevierEditora Ltda.Allrightsreserved.

Introduc¸ão

ParaaOrganizac¸ãoMundialdeSaúde(OMS),aqualidadede vida(QV)refere-seàpercepc¸ão daspessoasdasuaposic¸ão navida,dentrodocontextoculturaledosistemadevalores nosquaiselasvivemeemrelac¸ãoàssuasmetas,expectativas easeuspadrõessociais.AQVéumconstrutosubjetivoque envolveaautopercepc¸ão,compostopormúltiplasdimensões positivas,negativasebidirecionais,comofunc¸ãofísicaebem estaremocionalesocial.1

Aosteoartrose(OA)éacausamaisfrequenteempaíses desenvolvidos de incapacidade entre as doenc¸as músculo--esqueléticas e o joelho é o local de envolvimento mais frequente,comconsideráveldiminuic¸ãodaqualidadedevida dosindivíduosafetados.Estima-seque4%dapopulac¸ão bra-sileirasoframdeOA.Ojoelhoéasegundaarticulac¸ãomais acometidapeladoenc¸a,com37%doscasos.2

Umadasformasdeseavaliaremosprejuízosfuncionais eostratamentosassociadosàOAdejoelhosãoos questio-nários,nosquaisosindivíduosrelatamsuasdificuldades.Por causadesuaespecificidade,oquestionárioWOMACé ampla-menterecomendadoparaessefim.Em2002,foiapresentadaa versãoparaalínguaportuguesa,adaptadaàculturabrasileira, comafacilidadenacompreensãoporpartedoleitor.As pro-priedadesdemedida,reprodutibilidadeevalidadeforambem demonstradaseforammantidososparâmetrosoriginais.Daí viraseruminstrumentoútilnaavaliac¸ãodaqualidadede vidadosindivíduoscomOA.3

Aartroplastiatotaldojoelho(ATJ)estáconsagradacomo umdosprocedimentosortopédicosdemaiorsucessoemelhor custo/benefícionocampodaortopedia,commelhoria signi-ficativadaqualidadedevidaemaisde95%desobrevidados implantesapós15anos.4AATJéumprocedimentoconfiável

parareduziradoreaincapacidadeassociadaanumerosas condic¸õespatológicasdojoelho,principalmenteaOA.Em con-juntocomamelhoriadador,oganhodeflexãodojoelhoéum importantefatorconcernenteaoresultadoeaosucesso fun-cionalapósaATJ,pois,aoseobterumaflexãomaior,parece haverbenefíciosaospacientesnotocante,até,asubire des-cerescadasdeformaadequada.Considerac¸ãodeveserfeita aosresultadoseachadosglobaisrelacionadosàsatisfac¸ãoe

àmelhoriadaqualidadedevidadospacientessubmetidosà ATJ.5

Ospacientes submetidosàATJesperamomelhor resul-tado possível.As expectativas easatisfac¸ão dospacientes sãoamplamentevariadas,assimcomoosinstrumentospara aferi-los.Semsurpresas,osrelatosdessasatisfac¸ãovariam muito.Opapel dasexpectativasparaseobterumacirurgia satisfatóriaaindatemdeseresclarecidopelaliteratura.Para oscirurgiões,asexpectativasacercadosresultadostambém devemsertrabalhadas,atéantesdacirurgia.6

Paraavaliac¸ãodequalidadedevidatem-seoSF-36,que é uminstrumentogenérico,de fácil administrac¸ão e com-preensão.Éumquestionáriomultidimensionalformadopor 36itens,englobadosemoitoescalasoucomponentes,enãoé específicoparaumadeterminadaidade,doenc¸aougrupode tratamento.Permite,portanto,comparac¸õesentrediferentes patologiasoudiferentestratamentos.7

Estetrabalhotemporobjetivoprincipalavaliaraqualidade devidaeafunc¸ãodojoelhoempacientessubmetidosàATJ comousodosquestionáriosSF-36eWOMAC,aplicadosantes eapósseismesesdacirurgia,ecompará-loscomosvalores pré-operatórios.

Material

e

métodos

Trata-sedeestudoprospectivo,observacional,dotipocoorte, comanálisecegadosresultados,emqueforamfeitas107ATJs em99 pacientesde junhode2010aoutubro de2011, com seguimentomínimodeseismeses.

Comousodapopulac¸ãouniversalestimada,calculou-se aamostrapormeiodafórmuladeestimativadeproporc¸ões paraNfinito.

Otamanhoda amostrafoiestimadoemrelac¸ãoaototal de pacientes internados na clínica ortopédica da nossa instituic¸ão efoicalculadopelaexpressãomatemática vista nafigura1,naqual:

(3)

ˆ ˆ

Z 2 .p.q.N

ˆ ˆ

Z 2 .p.q.N

d 2 (N-1) + n =

Figura1–Expressãomatemáticaparacálculodotamanho daamostra.

ˆ

pProporc¸ãomédiadepacientesdentrodoscritériosde

inclu-são( ˆp=0,10);

ˆ

qOscasosnãoincidentes( ˆp=0,9);

dMargemdeerro(d=0,05);

ZCoeficientedeconfianc¸ade95%(Z=1,96)

Adotou-se uma precisão de 5%, com 95% de nível de confianc¸a. Obteve-se, portanto, um tamanho de amostra de32pacientes,considerando-sequeaproporc¸ãoaproximada depacientesqueestãodentrodoscritériosdeinclusãochega a10%.

Oscritériosdeinclusãoforam:desvioemvaromaiordo que15◦;desvioemvalgomaiordoque10(medidospormeio doseixosanatômicosdofêmuredatíbia);subluxac¸ão femo-rotibialnoplanofrontal;anteriorizac¸ãodatíbia emrelac¸ão aofêmurnaradiografiadeperfilecomprometimentogravede doisdostrêscompartimentosdojoelho,oupacientescom joe-lhosartrósicossemtodasasalterac¸õesacimaerefratáriosao tratamentoconservadorporpelomenosseismeses.Foiusada aclassificac¸ãodeAhlbäck8modificadaporKeyesetal.9parao

estadiamentoradiográficodadoenc¸adegenerativadojoelho, emque56,4%dospacientescorrespondiamaotipoIV.Quanto àdeformidadeangular(desviodeeixo),76%dosjoelhoseram varo(menosde5◦ devalgodoeixoanatômicofemorotibial, comumamédiade2◦evariac¸ãode5devalgoa18devaro)e apenas24%dejoelhoseramvalgo(maisde7◦devalgodoeixo anatômicofemorotibial,comumamédiade13◦evariac¸ãode 8◦a25).

Dospacientesquepreenchiamoperfilparaserem subme-tidosaoprocedimentocirúrgico73%eramdosexofemininoe 27%domasculino,comidademínimade49anosemáximade 91(médiade68).Oladodireitocorrespondeua60%doscasos. Foramexcluídosdapesquisa55pacientes:porse subme-teremàATJbilateral(16);artrosedecausainflamatória(três); óbito(três);alterac¸õespsicológicas queimpediamo enten-dimentodoprotocolo (quatro);queserecusaram aassinar otermodeconsentimentolivreeesclarecido(sete);artrose secundária(dois); infecc¸ão (três)equando houveperda de seguimento(17).Assimforamexcluídos71joelhosoperadose restaram,portanto,36aseremestudados.Todosospacientes assinaramumtermodeconsentimentoinformadoantesde seremincluídosnoestudo,quefoiavaliadoeaprovadopelo ComitêdeÉtica emPesquisadohospital,sob onúmerode protocolo01259112.1.0000.0007.

Na noiteanterior ao procedimentocirúrgico, o paciente recebia os protocolos WOMAC e SF-36 para que fossem respondidos e entregues na manhã da cirurgia. Todos os procedimentos foram executados pelo mesmo cirurgião especialistaemjoelho.Ascirurgiasforamfeitassobamesma técnicaanestésicaeamesmaviadeacessoarticular (trans-vastomedial–preferênciapessoal).Seguiu-seoprocedimento

cirúrgico conformea técnica padrão paraATJ eusaram-se prótesestotaisdojoelhodamarcaBaumermodeloAKS.

Seis meses após a cirurgia, os pacientes eram reavalia-dosporoutrocirurgiãoespecialistaemjoelhoquenãotinha contatoambulatorialprévioenemhaviaparticipadodo pro-cedimentocirúrgico.Eramfeitasnovasradiografiasdojoelho emincidênciasanteroposterioreperfileentreguesnovos pro-tocolos WOMACeSF-36paraque fossepossível registrare compararosresultados.ComooWOMACécontabilizadode 0(melhorresultado)a96(piorresultado)ecomoobjetivode facilitaracompreensãoeaanálisedosresultados,invertemos aescaladeLikertdoquestionáriooriginal(aescalaLikertou escaladeLikertéumtipodeescaladerespostapsicométrica usadahabitualmenteemquestionárioseéaescalamaisusada empesquisasdeopinião.Aoresponderemaumquestionário baseadonestaescala,osperguntadosespecificamseunívelde concordânciacomumaafirmac¸ão.Estaescalatemseunome devidoàpublicac¸ãodeumrelatórioexplicandoseuusopor RensisLikert.10Sendo“1”opiorresultadoe“5”omelhor

resul-tado,dentrodecadaresposta,noquestioárioWOMACclássico omelhorresultadoé0eopior4).

Para asanálises estatísticas foram usados os softwares Minitab 14 eSPSS (Statistical Package for SocialSciences), versão13.0.Osdadosforamsubmetidosentãoaanálise esta-tísticadescritiva.Paraavaliaranormalidadefoiusadooteste Shapiro-Wilk epara avaliaraassociac¸ãoentreas variáveis categóricaseaestatísticaotestequi-quadradodePearsonou otesteexatodeFisher,quandonecessário.

Resultados

Umaindicac¸ãonosgráficosdaprobabilidadenormaléquea nuvemdepontos dosresultados temdeestaremtornoda reta.

Oquefoipossívelverificarnasfiguras2–7équeospontos estãoaoredordareta,oquedáumaindicac¸ãodenormalidade dasobservac¸ões.

ForamfeitosotestetdeStudenteotestenãoparamétrico deWilcox paracomparac¸ãodasvariáveis.Oíndicede qua-lidadedevidamedidocomosquestionáriosSF-36eWomac melhorousignificativamenteapósacirurgia.

Asfiguras8–10mostramqueosíndicesSF-36melhoraram em relac¸ão à análisefeita antes da cirurgia, mas somente duasvariáveischegarama50%dovalormáximo,queforamo SF-36mental(médiade39nopré-operatórioede52no pós--operatório)eoWomac(médiade28nopré-operatórioe85 no pós-operatório). O índice SF-36 físico não atingiu uma variac¸ãopós-operatóriasuperiora50%.Partiudeumamédia de 28 no pré-operatório e alcanc¸ou uma média de 46 no pós-operatório.

ValeressaltarqueporseroWOMACumíndiceespecífico paraasOAdejoelhoequadril,suasvariac¸õespós-operatórias sãomaispronunciadas.

Discussão

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99

95 90

80 70 60 50 40 30 20

10 5

1

10 20 30 40 50

SF fisico pré Probabilidade normal da variável

SF-36 físico no pré-operatório

Média 27,96

7,400 55 0,141 <0,010 Desvio padrão N

KS p-valor

P

e

rcentual

Figura2–ProbabilidadenormaldavariávelSF-36físiconopré-operatório.

99

95

90

80

70

60 50 40 30

20

10

20 30 40 50 60 70

5

1

P

ercentual

Média 45,73 9,154 55 0,139 < 0,010 Desvio padrão N KS p-valor

Probabilidade normal da variável SF-36 físico no pós-operatório

SF físico pós

Figura3–ProbabilidadenormaldavariávelSF-36físiconopós-operatório.

99

95

90

80

70

60 50 40 30

20

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1

P

ercentual

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

SF mental pré

Média 39,11 13,21 55 0,095 > 0,150 Desvio padrão N KS p-valor

Probabilidade normal da variável SF-36 mental pré-operatório

(5)

99

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90

80

70

60 50 40

30

20

10

5

1

P

ercentual

Probabilidade normal da variável SF-36 mental pós-operatório

Média 52,38 7,595 55 0,100 > 0,150 Desvio padrão N KS p-valor

30 40 50 60 70

SF mental pós

Figura5–ProbabilidadenormaldavariávelSF-36mentalpós-operatório.

99

95 90

80 70 60 50 40 30 20

10

5

1

P

ercentual

Probabilidade normal da variável Womac no pré-operatório

Média 28,47 14,98 55 0,142

< 0,010 Desvio padrão N KS p-valor

–10 0 10 20 30 40 50 60 70

Womac pré

Figura6–ProbabilidadenormaldavariávelWOMACnopré-operatório.

99

95

90

80

70

60

50 40

30

20

10

5

1

P

ercentual

Probabilidade normal da variável Womac no pós-operatório

Média 83,10 10,22 55 0,151 > 0,010 Desvio padrão N KS p-valor

50 60 70 80 90 100 110

Womac pós

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0

0

28

46

100

100 SF – 36 físico

pós SF – 36 físico

pré

Figura8–MédiadosescoresdasvariáveisSF-36físicopré eSF-36físicopós.

0 39

52 0

100

100 SF – 36 mental

pós SF – 36 mental

pré

Figura9–MédiadosescoresdasvariáveisSF-36mental préeSF-36mentalpós.

Womac pré

Womac pós 0

0

28

85 100

100

Figura10–MédiadosescoresdasvariáveisWOMACprée WOMACpós.

transformá-lonumamedidaquantitativaquepossaserusada emensaiosclínicosequeosresultadosassimobtidospossam sercomparadosentrediversaspopulac¸õese,atémesmo,entre diferentes doenc¸as.O envelhecimento tem sido motivo de preocupac¸ãoequestionamentosconstantesdentrode contex-tossocioeconômicoeculturalmundiais.NoBrasil,porcausa doachatamentodapirâmidedemográficapelodeclivenataxa demortalidadeetambémda diminuic¸ãonataxa de natali-dade,apolíticadesaúdetemsidolevadaaenfocaratenc¸ão integralàsaúdedoidoso.Emumambientecomlimitac¸ões de recursos, resultados de questionários são de particular importânciapara compararas relac¸õescusto-benefício das intervenc¸õesmédicas.11

OSF-36éuminstrumentogenéricodeavaliac¸ãode qua-lidade de vida criado em 197612 de fácil administrac¸ão e

compreensão,porémnãotãoextensocomoprotocolos ante-riores.Éumquestionáriomultidimensionalformadopor36 itens,englobadosemoitoescalas oucomponentes: capaci-dadefuncional,aspectosfísicos,dor,estadogeraldasaúde, vitalidade, aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde mental.Estãoagregadosemdoisgrandesdomínios.físicoe mentalepodemseranalisadosindependentemente. Apresen-tamumescorefinalde0a100,noqual0correspondeaopior estadogeraldesaúdee100aomelhor.13

A OA manifesta-se principalmente com dor articu-lar. No início, é leve, inconstante e de fraca intensidade. Com a progressão da doenc¸a, torna-se contínua e difusa, com características basicamente mecânicas. A evoluc¸ão doprocessolevaàperdagradualdaestabilidadearticulare, consequentemente,àdordemaiorintensidade,comlimitac¸ão funcionaldaarticulac¸ão.14

O WOMAC éum instrumentodesenvolvido em19825–16

para serusado empacientescom OA de joelhoou quadril econtém24perguntasagrupadasemtrêsdimensões:cinco paraavaliardor,duaspararigidezarticulare17para capa-cidadefísica.OescoredoWOMACpodevariarde0a96eser divididoemtrêsescoresdiferentes:dor(0-20),rigidezarticular (0-8)ecapacidadefísica(0-68).Quantomaioroescore,piora dimensãoavaliada.Éamplamenteusadoemensaiosclínicos, comomedidadeevoluc¸ãodosresultadosdostratamentos,e tambémemestudospopulacionais.17

AATJtemcomoobjetivoaliviarador,corrigirdeformidades epermitirarcodemovimentofuncionalemantéma estabili-dadeeafunc¸ãodojoelhoparaatividadescotidianas.18,19

A cirurgiaestá indicadana falhadotratamento conser-vador.Noplanejamentodessaabordagem,deve-selevarem considerac¸ãoaidadedopaciente,ademandafísica,a expec-tativacomosresultadosdotratamento,otipodeartrose,o pesocorporaleaevoluc¸ãodadoenc¸a.20

Aindicac¸ãodasATJsbaseia-senosdesviosdeeixo,no com-prometimentodoscompartimentosdaarticulac¸ãodojoelho enaidadedospacientes,bemcomonaincapacidade funcio-nalcausadapeladorrefratáriaaotratamentoconservadore peladiminuic¸ãodoarcodemovimento.Classicamente,o con-juntodedeformidadesdeterminaoscritériosparaindicac¸ão da ATJ:desvioemvaromaiordoque 15◦; desvioemvalgo maiordoque10◦;subluxac¸ãofemorotibialnoplanofrontal; anteriorizac¸ãodatíbiaemrelac¸ãoaofêmurnaradiografiaem perfilecomprometimentograve(desdeobliterac¸ãodoespac¸o articulareosteofitoseexuberanteàsubluxac¸ãofemorotibial noplanofrontal)dedoisdostrêscompartimentosarticulares dojoelho.14

SegundootrabalhodeBugała-Szpaketal.,21idade,sexo,

presenc¸adeoutrosimplantesecontraturadojoelhono pré--operatórionão determinaramdiferenc¸as significativasnos escoresdosquestionáriosdejoelhoparaavaliac¸ãoda quali-dadedevida,dadosessescorroboradosporMahomedetal.22

Porém,osresultadosdaartroplastiaforammelhores naque-lespacientesquetinhamamplitudedemovimentosuperior a90◦nopré-operatórioesãoimportantesdopontodevista clínico,poisoresultadofuncionaltambémdependeda capaci-dadedospacientesdeflexionaremojoelhooperado.Osefeitos positivosdacirurgia,dareabilitac¸ãofuncionaldojoelhoeda qualidadedevidapuderamserobservadostãocedoquanto quatrosemanasnoseguimentoapósATJnoestudodeBertsch etal.23eaindacomopreditoresdostatusautoperceptivode

saúdeapósumanodecirurgiasegundoBaumannetal.24Essa

melhoria da qualidadede vidaocorreuprincipalmente nos domínios defunc¸ão física estatusemocional.Asatisfac¸ão pessoalfoiumrelevanteindicadordesaúde,rapidamente dis-ponívelparaomédico.Laverniaetal.,25em2012,citaramque

amaiormelhoriadadoredafunc¸ãofísicaocorreudentrode três aseis mesesapósacirurgia,fatoessequecorroboraa aplicac¸ãodosquestionáriosaosseis mesesapóso procedi-mentocirúrgico.Amelhorianasaúderelacionadaàqualidade devida,apósacirurgia,tambéméevidenteeincluidomínios taiscomofunc¸ãosocial,saúdementalevigor.25

DeacordocomBabazadehetal.,26mudanc¸asnaalturada

(7)

Hofmannet al.27 mostramhavercorrelac¸ãoentreavaliac¸ão

radiográficapós-operatóriaeosváriosescoresclínicos.O pes-quisadorsugerequeoescoredequalidade devida deveria serinclusonoseguimentodaATJ.Nesseestudo,resultados clínicosforammelhoresquandoalinhaarticularera anato-micamentereproduzida.

Aartroplastiatotaldejoelhotemapresentadoexcelentes resultados,comtaxasdesobrevidasuperioresa90%em segui-mento superiora 10 e20 anos.28 Asatisfac¸ão dopaciente

éalta(90%) após ATJe93%dospacientes sesubmeteriam novamente aesse procedimento.29 Os resultados da

quali-dade de vida demonstram que a ATJ apresenta excelente relac¸ãocusto-benefícioeaanálisedetrabalhosmostraqueé umprocedimentoaltamenteeficaz,comresultadosfavoráveis nasintervenc¸õescirúrgicas.21–25Osescoresdedimensãodo

WOMAC,especialmentedor,melhoraramsignificativamente após sete anos e foram influenciados negativamente pela obesidade e por complicac¸ões pós-alta hospitalar segundo estudosdeNú ˜nezetal.30

Apesar de as vantagens da ATJ já serem consolidadas, algunsautores31–37demonstraramqueapenas81%dos

paci-entes expressaram satisfac¸ão total com a ATJ primária e quandoperguntadossobremelhoriadadorefunc¸ãopara exer-cerasatividadesdevidadiária,avariac¸ãoficouentre72%e 86%e70%a84%,respectivamente.Osfatoresprincipalmente associadoscom essainsatisfac¸ão foram:asreais expectati-vasdospacientes;baixoescoreWOMACpré-operatório;índice WOMACbaixoapósumanodeseguimentoeascomplicac¸ões queredundaramemnovareadmissãohospitalar.

Napesquisaemcursoocorreugrandemelhoria, estatisti-camentesignificativa,doescoreWOMACnopós-operatório, comdadossemelhantesàliteratura.30–35

Apesardopoucotempodecorridodoprocedimento cirúr-gico para aplicac¸ão dos questionários, existe na literatura respaldoparatal24 eosresultadosdosescoresencontrados

napesquisasãosemelhantesaoscitadosacima.

Afimdesediminuiroviésdaaplicac¸ãodosquestionários, elesforampreenchidospelosprópriospacientes;aavaliac¸ão aosseismesesfoifeitaporoutrocirurgiãoquenãohavia par-ticipadodacirurgiaeospacientesnãoeramcadastradosem seuambulatório.Como limitac¸ãodoestudopode-secitara nãodivisãodospacientesdeacordocomotipodeimplante (preservac¸ãoounãodoligamentocruzadoposterior),o reca-peamentoounãodapatelaeograueotipodedeformidade (varoouvalgo),bemcomoaamplitudedomovimentoprévia aoprocedimentocirúrgicoefinal,porémestasvariáveisnão foramestudadasnestapesquisa.

Conclusão

Comaamostraavaliada,osresultadosforamabsolutamente coerentesemrelac¸ão àliteratura eratificaram aATJcomo umprocedimentoconsagrado,commelhoriasubstancialda qualidadedevida.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

r

e

f

e

r

ê

n

c

i

a

s

1.DiasRC,DiasJMD.Avaliac¸ãodaqualidadedevida

relacionadaàsaúdeemidososcomosteoartritedejoelhos. RevBrasFisioter.2002;3(6):105–11.

2.VasconcelosKSS,DiasJMD,DiasRC.Relac¸ãoentre intensidadededorecapacidadefuncionalemindivíduos obesoscomosteoartrosedejoelho.RevBrasFisioter. 2006;2(10):213–8.

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