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O Corredor

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Academic year: 2021

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Texto

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O

CO

RRE

DOR

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Departamento de Artes - DEART

Martins, David Dallas Rodrigues.

O corredor / David Dallas Rodrigues Martins. - 2019. 53 f.: il.

Monografia (licenciatura) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes. Licenciatura em Teatro, Natal, 2019.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Naira Neide Ciotti.

1. Performance. 2. Processo de criação. 3. Laboratório. 4. Compartilhamento. I. Ciotti, Naira Neide. II. Título.

RN/UF/BS-DEART CDU 792

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

DEPARTAMENTO DE ARTES

CURSO DE LICENCIATURA EM TEATRO

DAVID DALLAS RODRIGUES MARTINS

O CORREDOR

NATAL / RN

2019

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DAVID DALLAS RODRIGUES MARTINS

O CORREDOR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Licenciatura em Teatro pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________________________________ Prof.ª Dr.ª Naira Neide Ciotti

Orientadora - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

_______________________________________________________________________ Prof.ª Dr.ª Ana Caldas Lewinsohn

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

_______________________________________________________________________ Prof.ª M.ª Heloísa Helena Pacheco de Sousa

Secretaria Municipal de Educação - SME da Prefeitura de Natal/RN

NATAL / RN 2019

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DAVID DALLAS RODRIGUES MARTINS

NATAL / RN 2019

O CORREDOR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Licenciatura em Teatro pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Naira Neide Ciotti

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Agradeço profundamente à duas mulheres que fazem a minha vida ter mais sentido. Vania Lucia por me ensinar a ser quem sou e Margareth Costa (Maga) por continuar me guiando com todo amor que preciso.

Agradeço à Naira Ciotti por toda sinceridade durante a orientação deste trabalho. Aprendo muito com você!

Agradeço à Geovana Grunauer por diagramar este trabalho e por se preocupar com meu bem estar enquanto estava instalado.

Agradeço à Amanda Eduarda, Marcone Soares, Janderson Azevedo, Vicente Martos, Ronildo Nóbrega, por me ajudarem em questões técnicas da performance. Vocês foram fundamentais!

Agradeço à Alessandra Augusta, Ana Clara, Diogo Spinelli, Fernanda Cunha, Roberta Alves e Thazio Menezes pela amizade construída dentro e fora do curso.

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RESUMO

Neste trabalho de Conclusão de Curso procuro compartilhar os caminhos criativos que eu percorri, na concepção da performance-instalação “O Corredor”, criada em laboratórios desenvolvidos na disciplina TCC Espetáculo (2019.1), sob a orientação da Prof.ª Dr.ª Naira Neide Ciotti. Na performance busco trabalhar meu corpo em uma dimensão escultural, concernente à arquitetura de meu entorno, explorando a instantaneidade, o espaço e a intimidade. Nesse memorial, os processos são narrados respeitando a sequência em que foram vividos. Imagens, vídeos e ilustrações mostram o processo criativo e suas materialidades. A performance-instalação "O Corredor" foi livremente inspirada num conto do mesmo título do autor Matéi Visniec em seu livro "Teatro Decomposto ou O homem Lixo" e foi influenciada pelo conceito de Alfred Jarry "O Supermacho: Romance Moderno", nas ideias de Happening, de Allan Kaprow e nas obras conceituais de Bruce Nauman, que documentam performances em seu estúdio, caracterizadas por movimentos repetitivos realizados pelo próprio artista.

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ABSTRACT

In this Course Conclusion work I try to share the creative paths that I walked, in the conception of the performance-installation “The Corridor”, created in laboratories developed in the TCC Spectacle (2019.1), under the guidance of Prof. Dr. Naira Ciotti. In performance i try to work my body in a sculptural dimension, concerning to the architecture of my surroundings, exploring instantaneity, space, and intimacy. In this memorial, the processes are narrated, respecting the sequence in which they were lived. Images, videos, and illustrations show the creative process and its materialities. The performance-installation "The Corridor" was freely inspired by a tale of the same title as author Matéi Visniec in his book "Decomposed Theater or The Garbage Man" and was influenced by Alfred Jarry's concept "The Supermacho: Modern Romance", in the ideas of Happening by Allan Kaprow and Bruce Nauman's conceptual works documenting performances in his studio characterized by repetitive movements by the artist himself.

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LISTA DE IMAGENS

FIGURA 1 - Ilustração da performance “Manada”, por: David Dallas (2019).

FIGURA 2 - Ilustração da performance “Café ao Ar Livre”, por: David Dallas (2019). FIGURA 3 - Corrida pelo bairro de Lagoa Nova, Natal/RN.

FIGURA 4 - Circuito Sesc de Corridas, Natal/RN, 2019. FIGURA 5 - Corrida na trilha do Vale Encantado, Pium/RN.

FIGURA 6 - Corrida na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). FIGURA 7 - Ilustração “O Corredor”, por: David Dallas (2019).

FIGURA 8 - Placa Saída de Emergência.

FIGURA 9 - Elementos da Performance “Um Corpo Presente”. Apresentação no Departamento de Artes - UFRN, 2019. Foto: Renan Carlos.

FIGURA 10 - Performance “Um Corpo Presente”. Apresentação no Departamento de Artes - UFRN, 2019. Foto: Rita Cavassana.

FIGURA 11 - Materiais técnicos da performance-instalação “O Corredor”. FIGURA 12 - Frame do Vídeo Ensaio Aberto TCC Espetáculo. Performance “O Corredor”.

FIGURA 13 - Performance-Instalação “O Corredor”. Apresentação Tudo Amostra (Deart - UFRN). Foto: Marcone Soares.

FIGURA 14 - Performance-Instalação “O Corredor”. Apresentação Tudo Amostra (Deart - UFRN). Foto: Marcone Soares.

FIGURA 15 - Performance-Instalação “O Corredor”. Apresentação na Galeria Conviv’Art (NAC - UFRN). Foto: Janderson Azevedo.

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FIGURA 16 - Alunos do IFRN Rocas. Performance-Instalação “O Corredor”. Apresentação na Galeria Conviv’Art (NAC - UFRN). Foto: Janderson Azevedo. FIGURA 17 - Desenho de Performance “O Corredor”, por: Geovana Grunauer (2019).

LISTA DE VÍDEOS (QR CODE) QR CODE - Vista Deart (UFRN).

LINK DA GRAVAÇÃO - https://youtu.be/Dgh0UcxH5_8 QR CODE - Teste Instalação “O Corredor”.

LINK DA GRAVAÇÃO - https://youtu.be/L7ghkILXgxk QR CODE - Volta do Descanso.

LINK DA GRAVAÇÃO - https://youtu.be/JI2mKe0pg2E QR CODE - Ensaio Aberto TCC Espetáculo (2019.1 - UFRN). LINK DA GRAVAÇÃO - https://youtu.be/79UU6BItVnA

QR CODE - Gravação Performance-Instalação “O Corredor” (Apresentação NAC). LINK DA GRAVAÇÃO - https://youtu.be/KOjXjtNCU0k

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“Vê-se, assim, que esse Homem-Senhor-Todo-Poderoso do Renascimento não é somente o Homem enquanto uma espécie que se coloca acima de outras espécies, como uma crítica ingênua ao antropocentrismo quer fazer crer. É um homem que calcula os custos e benefícios; é um homem que visa, sempre, um mais. É o homem burguês que, cada vez mais, precisa mobilizar energias, todas as energias, para o trabalho (não há trabalho sem energia, nos ensinam os físicos). É aquele que nega o ócio, é aquele que vive para o negócio, que chama os que se movem com outros ritmos, por outros tempos, de indolentes e preguiçosos posto que, para ele, parecem estar sempre atrasados.”

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Introdução

Tudo Começou

O Corredor

O conto

Dúvidas

Novas Questões

Relato de um acontecimento extra/Fora do planejado

Uma Dramaturgia

PRÓXIMO PASSO

ENSAIO ABERTO

APRESENTAÇÕES

conclusão

REFERÊNCIAS/REFERÊNCIAS HIPERTEXTUAIS

Apêndices

Anexos

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SUMÁRIO

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O mundo está veloz, o consumismo desenfreado disputa o corpo humano como um corpo máquina. Percebo essa influência e pergunto: como registrar isso? Como falar de velocidade? Foi a partir dessas perguntas que surgiu a motivação para construção da performance-instalação “O Corredor”, criada por mim, David Dallas para a disciplina de TCC Espetáculo, orientada pela Prof.ª Dra. Naira Ciotti. A instalação foi criada num processo de livre experimentação, a partir da leitura de “O Corredor”, texto que faz parte do livro “Teatro Decomposto ou O Homem Lixo”, escrito pelo dramaturgo romeno Matéi Visniec, em 2012.

Este trabalho descreve os processos de criação da performance, tais relatos serão acompanhados de desenhos, vídeos (QR Code) e imagens, materiais que foram construídos durante a criação. Esses arquivos aparecem para revelar os meios e ambientes em que a performance foi construída e também por fazer parte de uma forma particular de criação. Assim como a diagramação do trabalho, que acompanha uma construção visual determinante, que visa aproximar o leitor da experiência da obra.

Os capítulos são descritos buscando uma sequência coerente com a ordem em que os eventos do processo de criação foram acontecendo. Apresenta as ideias iniciais para construção de um projeto de performance solo criado para a disciplina de TCC Espetáculo, no semestre letivo de 2019.1, os motivos e

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17 acontecimentos que me fizeram mudar o formato do projeto

cênico de espetáculo para performance-instalação e os artistas que foram descobertos e se tornaram referências para este TCC, que surgiram a partir da disciplina de Estudos da Performance I.

Neste sentido, este trabalho ressalta a importância de apresentar o processo de criação de um aluno do curso de licenciatura, para desmistificar a figura do artista como esse ser que já nasce com um “dom” ou “talento”, mas sim de uma pessoa que se dispõe a construir outras formas e maneiras de fazer Teatro na universidade.

QR CODE - Vista Deart (UFRN)

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TUDO COMEÇOU

O texto “O Corredor” de Matéi Visniec1, do livro “Teatro Decomposto ou O

Homem-Lixo”. O texto traz a figura de um homem que acorda para seu treino matinal de

corrida e não consegue mais parar, seu corpo entra em um automatismo e ele é levado por toda a cidade, estradas, florestas, mar… A leitura do conto foi no final de 2017, guardei essa imagem como fiz com muitas outras que surgiram a partir do livro. Com o início do primeiro semestre de 2019 e a matrícula realizada em TCC espetáculo2, sob a condução

da professora-performer Naira Ciotti, me vi resgatando materiais/memórias/imagens para saber o que levar como proposta da disciplina, que logo soube que faríamos performances individuais que também seriam criadas no coletivo. Três propostas me vieram, mas devido ao tempo da disciplina escolhi aprofundar na que se mostrava mais viável para o momento. A proposta do “corredor” me veio com mais força, era uma imagem de certeza, pois eu praticava corridas e me sentia mais seguro em trabalhar com uma prática já conhecida. As outras duas propostas eram “Manada” (fig.1) e “Café ao Ar livre” (fig.2).

1 MATÉI VISNIEC, é dramaturgo romeno naturalizado francês, poeta e jornalista. Suas obras têm grande influência do teatro do absurdo.

2 TCC Espetáculo é componente obrigatório do curso de Licenciatura em Teatro - UFRN, que visa a construção de um trabalho prático-laboral seguindo a perspectiva de uma criação cênica em equipe, sob orientação de um docente.

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Figura 1- Ilustração da performance “Manada”, por: David Dallas (2019).

Figura 2 - Ilustração da performance “Café ao Ar Livre", por: David Dallas (2019).

Uma MANADA de mulheres soltas pela cidade andando como a conhecer e estranhar tudo o que ver. Suas roupas são vestidos finos, seus rostos e cabelos são de quem acabou de sair de uma festa. Algumas levam os sapatos na mão, outras seguram a saia do vestido. Passam pela calçada do shopping admirando as vitrines, atravessam a faixa de pedestre apressadas e pegam ônibus para descer na parada seguinte. Duração: 3h; Manada: 10 mulheres; Local: Centro da cidade.

Um casal de sexo oposto está sentado em uma calçada movimentada tomando um CAFÉ AO AR LIVRE. Ambos estão sentados em uma mesa, não se olham, se ocupam lendo um jornal e tomando café. Duração: 2h; Local: calçada movimentada; Obs.: compartilhar o jornal com as pessoas. No jornal terá informações políticas

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20

O Corredor

Início

Um homem, de terno e maleta para em um sinal fechado. Olha o relógio rapidamente, quando o sinal abre ele, sem perceber, dá uma leve corrida para atravessar a rua em uma breve demonstração da pressa que sua vida é, mas também para sair do sol e/ou evitar não ser atropelado pelos “carros” que ignoram as pessoas na faixa de pedestre e arrancam assim que o sinal abre. Após essa leve corrida, seu corpo entra numa espécie de automatismo, ele corre sem parar; sem conseguir parar.

Pensamentos Utópicos

O performer percorre “toda a cidade de Natal”, no caminho perde o sapato, a maleta, esbarra em pessoas, coisas, e a todo momento tem que mudar de direção. Seu caminho é interrompido por carros, buracos no chão, calçadas ocupadas. Seu corpo é levado por uma força automática que o leva para longe… DE QUÊ?

Recomeçar

O início desse trabalho me trouxe certas dúvidas. Primeiro, como a performance aconteceria: seria a corrida? Como poderia experimentar isso na prática? Como construir materiais a partir desse exercício prático? Minha mente tentava percorrer um caminho lógico, de sequências, onde eu iniciaria uma coisa, depois outra e em determinado momento chegaria a um resultado. E, de fato, as coisas aconteceram em sequências, mas os caminhos percorridos não fizeram parte de uma sucessão lógica (algumas vezes , acontecimentos banais e inesperados do meu cotidiano trouxeram discussões e materiais para o trabalho). Percebi que em um processo de montagem tudo passa a interferir, meu olhar converge para o objeto/objetivo estético imaginado, filtrando e selecionando o que fará parte desse ambiente.

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21 Começar a correr

Descobri que meu treinamento corporal para a performance seria como minha prática de corrida na rua: experimentando os caminhos, desviando para lados, caso encontrasse bloqueios, reconhecendo o limite do meu corpo e sempre preparado para passar/viver por imprevisibilidades. Para isso mantive minhas práticas de corridas na rua, agora com a atenção voltada para a percepção dessas interferências, acontecimentos inesperados, comecei a sentir o meu corpo de outra forma. Correr como treinamento para a performance. Descobrir de que forma meu corpo estaria em cena, em ação.

Mas o que iria diferenciar minha corrida de treinamento para a corrida como apresentação da performance? O figurino? O objetivo estabelecido de vencer determinada distância? Essas questões me acompanharam, e enquanto não encontrava as respostas, continuava a correr. Comecei a correr dentro de salas práticas, e foi dentro desse espaço que pude experimentar corridas diferentes das que fazia na rua. As salas eram pequenas e a corrida acontecia muitas vezes em círculos; na sala eu podia colocar música e fazer uma corrida dançada, testando diferentes níveis (na rua não podia correr com fones de ouvido, isso poderia diminuir minha segurança por não escutar o barulho do trânsito). Dentro de sala pude colocar mais drama nesse Corredor, simulando quedas, desvios bruscos, trazendo um corpo sem controle de si. É esse o personagem que Matéi descreve no conto e que eu sentia necessidade de performar. As pesquisas teóricas continuavam e depois de mostrar o conto “O Corredor” para Naira, minha professora orientadora, ela indicou uma outra leitura: “O Supermacho: Romance

Moderno” de Alfred Jarry3. O livro complementou e deu formas e palavras que poderiam

servir como fundamento para o que estava fazendo. Poder dizer que eu estava procurando o estado dos personagens do “Supermacho” ao comer o “Perpetual-motion food”4 me

3 ALFRED JARRY, foi um dramaturgo francês, inventor da “patafísica”, escritor das obras “Ubu Rei” (1896) e “O Supermacho: Romance Moderno” (1902).

4 PERPERTUAL-MOTION FOOD, é um alimento apresentado no livro como sendo capaz de fazer um corpo humano realizar um movimento contínuo, sem parar, podendo assim, se comparar a uma máquina elétrica.

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22

era uma justificativa válida.

Conhecer referências que se aproximavam do que estava buscando aumentava meu poder e confiança sobre a projeto. Fazendo ver que aquilo que procurava existia e só estava buscando dar uma outra forma, uma nova maneira de apresentar.

Em uma das minhas práticas em sala corri cerca de vinte minutos e deixei meu corpo ser levado por essa corrida dentro desse espaço mínimo. Logo após o exercício, sentei e escrevi em fluxo contínuo palavras que passavam pela mente e que se relacionavam com a performance. As palavras escritas estavam ligadas à rua, palavras que mostravam para onde o meu olhar se lançava, me fazendo perceber que a visualidade e a paisagem sonora (sonoridade) da rua eram elementos principais, revelando que tais interferências deveriam estar presentes na performance.

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23

PALAVRAS

ÔNIBUS

SOMBRA

50KM

CUIDADO!

ROUBO BUZINA

100KM

SEMÁFORO

PARE

FAIXA

RUA

CÂMERA CARRO

ÔNIBUS SOMBRA

50KM

CUIDADO!

ROUBO BUZINA

100KM

SEMÁFORO

PARE

FAIXA

RUA

CÂMERA

PISTA

BR TRÂNSITO

80Km

SOL PESO SINAL

GUARDA DE TRÂNSITO

VELOCIDADE

MOTOR

ACIDENTE

60Km

BARULHO

APITO

ATRASO

RÁPIDO

NÚMEROS

CORRIDA

TEMPO

FREIO

FUMAÇA

PARADA

PRESSA

CARRO

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O Conto

Trecho da obra "O CORREDOR" Matéi Visniec

Não consigo mais parar. É a primeira vez que isso me acontece. Saí, como saio toda manhã, para meu treino diário, corri algumas centenas de metros e logo me dei conta de que não estava conseguindo parar.

Quando passei diante da banca de jornal, o vendedor me disse: “Bom dia”. Quis desacelerar para responder, virei a cabeça, mas já estava longe.

É engraçado como os pedestres não se dão conta do que está acontecendo. Sabem que sou maratonista da cidade, que sempre corro no mesmo horário, sem parar, e seguindo sempre o mesmo trajeto. As pessoas estão acostumadas comigo. Frequentemente, cumprimento-as correndo, respondo às perguntas correndo, faço acenos cordiais correndo.

Mas desta vez não consigo mais parar. E além do mais não consigo virar à esquerda ou à direita, sou impelido a ir em frente. É claro: tem alguma coisa aí que saiu dos trilhos. Mas o quê?

Estou chegando aos confins da cidade. As pessoas me olham sempre com admiração. “Tudo bem?”, me diz o senhor Kuntz, e eu grito: “Não!”. Mas já estou longe, longe demais, e ele não me escutou… Oh, meu Deus, eles não param mais de me aplaudir… E a senhora Cantonnelli, com todas as suas exclamações… “Como ele é veloz! Como ele é flexível! Como ele é elegante!”...

- Estou de saco cheio, senhora, de saco cheio…

Começo a ter vertigem. Decididamente meu corpo não obedece mais às ordens do meu cérebro.

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Parar

parar

parar

Fugir do quê?

O que está acontecendo?

Saiu dos trilhos - lembrei do livro “O supermacho”

de Alfred Jarry.

eles não param de me aplaudir…

um corpo que não obedece as ordens do cérebro.

Minha prática de corrida.

Ele está vivo? Um corpo sem controle.

Execução

Testar esse corpo.

O que seria esse corredor?

que corre e não para

vídeo de seu percurso, do seu movimento

se perder no caminho não saber para onde ir

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DÚVIDAS

Perguntas Escolhas

Mas qual o formato? Como apresentar esse corredor?

Filmar? Escolha de um formato. Filmar o corredor? Filmar a corrida?

Interferências tecnológicas. Compartilhar minha localização? Fazer live no instagram? Como as pessoas podem interferir no meu percurso? Onde correr?

Neste semestre, estava matriculado na disciplina de Estudos da Performance I5,

na qual estudei parte da história do surgimento da performance e conheci alguns nomes importantes para iniciar os estudos. Dentre eles, estava Allan Kaprow6 e suas obras

criadas dentro da perspectiva do Happening, como consta em sua obra “How to Make

a Happening”7. O contato que tive com os estudos de tal movimento me instigou a

pesquisar e pensar minha performance como um acontecimento que envolve o público diretamente. Outro nome que me marcou e mudou a direção do meu percurso foi o trabalho de Bruce Nauman8, seus vídeos9 com mais de uma hora disponíveis na internet mostram

o próprio em seus processos artísticos, pesquisando seu corpo dentro de uma proposta ou da realização de uma única ação em um longo período. Tais aspectos me inspiraram e abriram minha mente para novos formatos e novas maneiras de apresentar uma obra artística. Nesse momento, iniciei a pesquisar maneiras de filmar minhas corridas. Sempre imaginei um vídeo dessa corrida, mas agora meu objetivo se concentrava em filmar o percurso, a rua, tirando o foco do corredor.

5 Componente curricular obrigatório do curso de Licenciatura em Teatro - UFRN.

6 ALLAN KAPROW, foi um pintor estadunidense, pioneiro no estabelecimento do conceito de performance e desenvolvedor do “Happening” na década de 1950 a 1960.

7 Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=8iCM-YIjyHE Acesso em: 04 nov, 2019. 8 BRUCE NAUMAN, é um artista estadunidense que iniciou sua carreira na década de 1960, sempre desenvolvendo pesquisas em várias linguagens da arte como: instalação, performance, fotografia, vídeo. 9 Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=x7DWz_jMtR4&t=32s Acesso em: 04 nov, 2019.

(27)

27 Filmar as corridas

Tinha pouco tempo para vencer uma certa ignorância tecnológica. Tentei filmar com o celular preso ao corpo e não deu certo. Fui pesquisar qual seria a melhor maneira de filmar. Em um dos encontros de orientação, Vicente Martos e Ronildo Nóbrega, estagiários da disciplina de TCC espetáculo, me falaram que uma câmera de ação seria uma ótima opção. Vi que para vídeos da performance a gopro era o que eu precisava. Comecei a busca por alguém que tinha uma câmera, pois não tinha dinheiro para comprar, e logo peguei emprestado uma imitação da gopro. Para poder filmar com ela presa em meu corpo, comprei os suportes de peito e cabeça que possibilitaram filmar ângulos diferentes da minha corrida. Iniciei as filmagens logo que tinha todo o material, mas depois de 5 corridas vi que o formato e a qualidade dos vídeos feitos na imitação da gopro não serviam. Fui atrás da gopro original e a encontrei… Iniciei novas corridas e comecei a levantar os vídeos. A gopro me possibilitou uma filmagem mais longa das corridas e uma melhor qualidade dos vídeos. O estabilizador da câmera, que deixava os vídeos mais parados, sem o excesso de movimentos da corrida, ofereceu uma imagem mais nítida do percurso.

O Corredor corria cinco quilômetros a cada treino e isso já me dava bastante material, mas continuava correndo objetivando filmar lugares diferentes. Minhas primeiras corridas foram feitas no bairro de Lagoa Nova (fig. 3). Lá, corria por avenidas e BRs, objetivando capturar imagens do trânsito e dos pedestres e para isso, buscava correr o mais próximo possível dos carros. Para conseguir uma filmagem contínua objetivei não parar caso encontrasse algum obstáculo ou dificuldade. Se o semáforo estava fechado, mudava de direção e pegava um outro caminho, podendo até voltar pelo mesmo. Quando sentia que meu cadarço estava desamarrado começava a correr com os pés mais distantes, para não sofrer nenhuma queda. Tais acontecimentos faziam da corrida um espaço de imprevisibilidade, meu percurso não era pré-determinado, não sabia o que iria acontecer para poder fazer uma filmagem sem cortes ou paradas. Independente do que acontecesse, buscava atingir o objetivo de correr 5 km,

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28

mantendo o ritmo e deixando o movimento mais limpo possível para economizar energia. Outros lugares

Ao analisar os vídeos, me veio a ideia de mudar o lugar das corridas. Reli o texto de Visniec e me imaginei correndo fora das ruas; fora da cidade. Comecei a pensar em qual lugar seria melhor e que tivesse uma nova imagem para o trabalho. Lembrei de uma trilha em Pium (fig. 5), distrito litoral pertencente aos municípios de Parnamirim e Nísia Floresta. O percurso dessa trilha, que é dentro de uma floresta com grandes árvores, traria uma filmagem diferente das que eu fiz na cidade. Para essa corrida fui com Vicente e Ronildo, estagiários da disciplina de TCC espetáculo, pois precisava da presença de mais alguém para me sentir seguro, sabendo que se algo ocorresse logo viria alguém no caminho para me ajudar. Outra filmagem que fiz foi no Circuito Sesc de Corridas (fig. 4), realizada no Arena das Dunas. Isso trouxe uma nova possibilidade de leitura para o trabalho: agora os vídeos ofereciam várias imagens e lugares que esse corredor passou, possibilitando novas leituras para o trabalho.

Como mostrar os vídeos das corridas? Foi buscando responder a essa questão que cheguei ao formato que apresentei como resultado desse processo artístico. Pensei em colocar esse Corredor como parte de uma instalação, onde ele estaria suspenso na parede enquanto os vídeos feitos nas corridas seriam projetados sobre seu corpo. Esse pensamento mudou o rumo do meu trabalho, se tornando

o foco principal. Na instalação estaria a figura do corredor de terno que tinha sido construída e não tinha colocado na rua nem apresentado nos vídeos.

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29 Compartilharia os vídeos (um material, ao meu ver, muito potente que estava sendo criado)

e iria me colocar em um novo lugar, desconhecido, experimentando um formato diferente. A escolha desse formato me pareceu suficiente para o que estava procurando e me sentia seguro, pois conseguia visualizar seus fragmentos espalhados nas referências, desde Allan com o “Happening” à Bruce Nauman e suas pesquisas com as possibilidades de trabalhar com o corpo. A mistura dos dois artistas e suas pesquisas representavam meu trabalho. O happening apareceu como uma filiação estética à uma cena não hierárquica. Eu me deslocava até a rua e não sabia o que iria acontecer; o que iria registrar com a câmera. Essa imprevisibilidade deixava o trabalho aberto para novas interferências e consequentemente a geração de novos resultados. Bruce e seu trabalho com o corpo me impulsionava com a ideia de ficar instalado e experimentar meu corpo como objeto artístico. Sua obra “Wall floor positions” (1968)10, aparece aqui para representar o que digo.

10 Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=IMSyhyvr0mw Acesso em: 04 nov, 2019. Figura 4 - Circuito Sesc de Corridas, Natal/RN, 2019.

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Figura 5 - Corrida na trilha do Vale Encantado, Pium/RN.

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Figura 7 - Ilustração “O Corredor”, por: David Dallas (2019).

novas Questões

Como ficar suspenso? Quanto tempo?

Como experimentar/ensaiar essa instalação?

A ideia de um corpo instalado trouxe novas leituras para o Corredor (fig. 7). Antes ele era uma pessoa que corria. Agora, ele ficaria parado, suspenso, como uma imagem capturada dessa figura que ninguém alcança. E a imagem que me aparecia era do meu corpo instalado em uma posição de corrida, como uma foto feita no segundo exato que o corredor tira os dois pés do chão. Seu tronco curvado, braço esquerdo à frente, direito atrás, segurando uma maleta e as pernas opostas no mesmo movimento dos braços. Para isso, imaginei fazer cantoneiras de madeira, colocando-as em pontos específicos do meu corpo e deixando-o suspenso. Fui atrás de materiais. Queria aprender a usar uma furadeira, instalar as cantoneiras e entrar em contato com a realidade. Era possível o que eu queria? Comprei uma furadeira e encontrei cantoneiras de aço. Fui me instalar no meu quarto e logo percebi que ficar na posição que eu queria não era viável. Ao ficar de lado, meu quadril me distanciava da parede e meus

pés também ficavam distantes. Testei outras possibilidades e abracei a ideia de ficar suspenso com o corpo reto e costas voltadas para à parede. Nessa postura, eu precisava de duas cantoneiras em cada pé e para meu corpo não cair para frente, uma em cada axila. Contudo, a imagem desse corpo instalado em posição de corrida ainda ficava na minha cabeça e eu não sabia o

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porquê dessa imagem ser tão real e sintetizar, de alguma forma, o que eu queria mostrar. Então, em uma das muitas vezes que descia as escadas do prédio em que morava, me atentei às placas de saída de emergência (fig. 8), onde a figura está na mesma postura desejada. Em cada parede desse percurso que fazia todos os dias, tinha uma placa do Corredor, direcionando às saídas e estimulando a pressa para salvar uma vida em situação de emergência. Perceber de onde vinha essa referência, me fez ganhar mais domínio dentro da imagem que buscava.

Vídeo - Teste Instalação “O Corredor”

Figura 8 - Placa Saída de Emergência.

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33

Relato de um acontecimento

extra

/

Fora do planejado

Quinta, noite

Saio da universidade e uma chuva cai com força pela cidade corro para o meu carro

me sinto seguro saio

encontro ruas alagadas, carros parados, pessoas na chuva vou procurando ruas diferentes

decido deixar meu carro estacionado em frente a uma loja fechada “vou andando”

no caminho, escuro, deserto, começo a pensar sobre a performance “seria legal correr com a cidade vazia, na chuva”

começo a correr e me permito não parar começo a pensar que sou louco

um carro passa por mim e diminui a velocidade e uma mulher grita “Lucas?!”

“Quê?” “É Lucas?”

Ainda correndo levanto minha mão negando “Não!”

O carro que tinha apenas desacelerado

arranca e sai fazendo barulho com o pneu no asfalto Sorrio, nego com a cabeça

“Porque Lucas estaria correndo a essa hora na rua?” “Queria conhecer o Lucas e perguntar por que ele faz isso”

e

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34

UMA DRAMATURGIA

A necessidade de criar um campo poético para o trabalho surgiu quando comecei a ver que todo o processo estava sendo muito técnico. Tudo que tinha era relacionado ao campo prático de realização da performance. A ideia surgiu a partir de leituras e referências pessoais pertencente à um campo mais abstrato e tinha meus desenhos, que mostravam uma parte poética do modo que surgiam minhas criações. Entretanto, o impulso de construir algo que revelasse de uma outra forma o que buscava continuava. Neste período foi oferecido o curso “Escrituras da Cena”11 com o Prof. Dr. Artur Matuck12. O curso buscava a construção

de uma dramaturgia performática. Na oficina, Artur nos conduzia através de estímulos verbais à construção de um texto e cada estímulo gerava uma narrativa que era escrita em um tempo delimitado. Criamos várias narrativas e depois passamos por um processo de seleção para escolher quais narrativas iríamos trabalhar. Cheguei a três narrativas que, ao meu ver, mais se aproximavam da performance instalação “O Corredor”. Tais exercícios propostos na vivência me possibilitaram buscar uma escrita mais performática e poética do meu trabalho prático. O que antes estava sendo uma busca no corpo, da imagem e poética desse Corredor, com o curso, potencializou a exploração específica dessas imagens, sons e ações na escrita, dando espaço para o campo de uma escrita subjetiva. O curso resultou na construção de uma performance a partir das narrativas criadas. Minha performance se deu com o compartilhamento dessas narrativas e com o objetivo de experimentar alguns elementos e ações que visualizava na instalação, tais como projetor, microfone (fig. 9) e o próprio estado do performer que sai da ação e interage com o público. A performance se deu em um mini teatro de arena semi circular, onde o público estava sentado ao redor. Lá estava um microfone, no qual iniciei falando que ele estaria aberto

11 Evento prévio do Reperformar o Afeto, ação de extensão realizado pelo LabPerformance - UFRN, realizado no período de 14 e 17 de maio de 2019.

12 ARTUR MATUCK, é doutor e livre-docente em Artes pela Escola de Comunicação e Artes da PUC, com a tese Potencial Dialógico da Televisão.

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SOM DE MÁQUINA EM TODO LUGAR SEM ESCUTAR A MÁQUINA HUMANA QUE FALA SEM PARAR

ESTADO BRUTO DE PRESENÇA

para quem quisesse falar. Na parede havia uma projeção de tela branca, onde uma pessoa escrevia minhas narrativas da forma que achasse melhor. O som ambiente de máquina se repetia, enquanto eu dançava no centro, com a projeção em mim. Quando necessário, ia para o microfone e falava o que estava sentindo. Quando uma pessoa ia falar no microfone, eu buscava responder com o corpo, como uma conversa entre a palavra e ação.

Narrativas

UM HOMEM QUE FOGE DESSA

SEMELHANÇA NACIONAL UNIVERSAL

MAS QUE SEMPRE CORRERÁ

EM CÍRCULOS

Figura 9 - Elementos da Performance “Um Corpo Presente”.

Apresentação no Departamento de Artes - UFRN, 2019. Foto: Renan Carlos.

Figura 10 - Performance “Um Corpo Presente”. Apresentação no Departamento de Artes - UFRN, 2019. Foto: Rita Cavassana.

UM CORPO QUE NEGA SUA EXISTÊNCIA

PARA CONSEGUIR VIVER

UMA BUSCA POR PRESENÇA QUE CAUSA UM NÃO

SEGUIMENTO DE PADRÕES ESTADO VEGETATIVO

OU ESTADO SUPER SENSÍVEL DE PRESENÇA QUE NÃO SE SUSTENTA

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Próximo passo

Definir o formato. Tinha chegado a um pensamento do que queria e estava fazendo o que precisava para chegar ao objetivo, mas ainda sentia dúvidas em relação ao que estava construindo. Estava trabalhando com outro formato, que acabei chamando de Performance-Instalação. Novos questionamentos surgiram a partir disso: por quanto tempo ficaria instalado? Qual a minha liberdade de ação estando como “objeto” artístico? Para dar uma ideia de instalação artística a obra tinha que estar disponível durante um período de tempo mais longo, por isso me veio o tempo de 4 horas de duração. Logo depois, pensei em me instalar dois dias seguidos, se aproximando mais do formato de instalação onde, geralmente, a obra fica disponível durante dias ou temporadas.

Meu corpo instalado. Suspenso.

Vídeo - Volta do Descanso

Queria ser parte da obra, parte da instalação, mas não queria esquecer do meu corpo enquanto uma máquina viva com limitações. O corpo que corre no vídeo é o mesmo que se suspende em uma parede e que tem a necessidade de se movimentar. Um corpo que está acostumado com o movimento, que estranha o estático. Por isso, decidi que durante a apresentação iria me permitir descer, deitar, me alongar e até desistir do tempo proposto. Esse pensamento fez com que eu me sentisse mais seguro e livre dentro do trabalho. Reconhecendo e respeitando os limites do meu corpo. Outra decisão que tive foi

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a de começar a performance instalando as cantoneiras. O som da furadeira era algo muito forte e que, de alguma forma, se assemelhava com o barulho da rua, do trânsito. Dessa forma, o tempo instalado não seria de 4 horas, pois parte da instalação se daria com a preparação dos equipamentos.

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Figura 11 - Materiais técnicos da performance-instalação “O Corredor”.

Materiais Técnicos

Cada vez que testava a instalação, descobria uma coisa nova que seria necessária. Primeiro, tive que adquirir uma furadeira (queria ter a minha para poder usar como bem entender) e comprei as cantoneiras (eram necessárias 6 cantoneiras para ficar instalado, 2 em cada pé e 1 em cada axila). Para subir e me suspender, precisava de uma escada pequena. Outros materiais que se faziam necessários a partir dos mencionados são: parafusos, bucha, chaves de fenda, lápis, régua, extensão de energia. Para realizar a instalação completa era preciso um projetor, mesa para projetor, uma caixa de som, cabo P2, um notebook e figurino (fig. 11).

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ENSAIO ABERTO

Uma das propostas da professora Naira Ciotti para a turma de TCC espetáculo era que fizéssemos um ensaio aberto para a outra turma da mesma disciplina (que também faria o mesmo), orientada pelo Prof. Dr. Adriano Moraes13. No início fiquei pensando

de que forma iria apresentar meu trabalho, já que não tinha os vídeos editados e ainda não tinha me instalado em nenhuma parede do Departamento de Artes (Deart - UFRN). Decidi compartilhar todo o material que eu já tinha, desde vídeos, figurino, até ações que eu sabia que estariam na performance.

Iniciei minha apresentação furando a parede enquanto as pessoas chegavam na sala, onde tinha uma mesa de apoio com os vídeos das corridas passando no notebook, o texto “O Corredor” de Matéi, a câmera utilizada para as filmagens das corridas e os suportes utilizados para prender a câmera no meu corpo.

Em uma das paredes da sala coloquei meu figurino, simulando como eu ficaria na apresentação (fig. 12). Meu objetivo na apresentação era instalar duas cantoneiras e depois falar um pouco sobre cada elemento. Porém, o tempo para instalar foi além do que imaginava e quando terminei de colocar uma cantoneira, vi que algumas pessoas já tinham ido embora. Falei com as que ficaram e respondi perguntas de pessoas que estavam confusas, sem entender nada. No fim, minha professora foi até a cantoneira e colocou um certo peso sobre ela, e a cantoneira instalada se mostrou frágil e foi facilmente arrancada da parede. A parede era um pouco velha e seu interior só tinha barro seco, e não segurou a bucha com o parafuso da forma necessária.

13 ADRIANO MORAES, natural do noroeste do Paraná (PR), é um artista-docente da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde dá aulas principalmente nos seguintes temas: Teatro, Poética de Ator, Formas do Drama, Pedagogia do Teatro.

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Vídeo - Ensaio Aberto TCC Espetáculo 2019.1 UFRN

A partir do ensaio aberto, decidi mudar o formato da apresentação, percebendo que a instalação da cantoneira não podia fazer parte da performance, por ser algo que depende de outros fatores para dar certo, como a qualidade da parede, o tempo que levaria para instalar os apoios do meu corpo e o esforço envolvido nessa mão de obra minutos antes de me instalar. Toda a preparação da instalação (teste da parede, instalar as cantoneiras) tinha que ser feita antes para dar tempo de corrigir alguns imprevistos que pudessem atrapalhar a performance.

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APRESENTAÇÕES

A performance-instalação “O Corredor” teve sua primeira apresentação dentro da programação do "Tudo AMostra" (2019.1)14, sendo apresentada nos dias 25 e 26 de junho.

Foi a primeira vez que eu juntei todos os elementos da performance e fiquei 4 horas seguidas instalado. Até então tinha feito testes e ficado algum tempo instalado, mas nunca fiquei todo o tempo proposto. O primeiro dia foi um pouco corrido, o tempo para colocar as cantoneiras e o esforço levaram um pouco da minha energia e não pude descansar antes de me instalar. Nesse dia contei com a ajuda de Geovana Grunauer, Janderson Azevedo e Marcone Soares, todos alunos do curso de artes visuais e que estavam matriculados na disciplina de Estudos da Performance I. Eles ficaram responsáveis por registrar a performance, cuidar da parte técnica da projeção enquanto estava instalado, bem como me ajudar a descer da instalação quando precisasse.

O maior desafio foi controlar a ansiedade e organizar todos os materiais para que, quando eu estivesse instalado, não acontecesse nada de inesperado e eu não precisasse ajustar. Durante a instalação eu busquei focar no meu corpo, fazendo micro movimentos em partes que estavam ficando dormentes, buscava a todo momento manter o equilíbrio. Minha mente tentava me levar para outros lugares, me questionando a importância do trabalho, fazendo eu pensar que estava no meu limite e que deveria descer. Tais pensamentos ficavam mais fortes quando ninguém estava assistindo. Vencer os próprios pensamentos negativos já era um grande desafio, que uma vez superado me fazia conhecer novos estados corporais e uma nova resistência. Senti que estar instalado exige tanto esforço quanto correr pela cidade. Se manter correndo, vencendo o pensamento de querer parar e descansar, se compara à vontade de descer da instalação para descansar e quem sabe, até não voltar mais.

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41 A apresentação estava programada para dois dias. No segundo dia meu corpo ainda

sentia dores do dia anterior, mas me sentia preparado. Agora, a instalação já não era uma imaginação, meu corpo sabia o que esperar. O segundo dia passou mais rápido e o número de público tinha reduzido. Nesse dia me permiti passar mais tempo no descanso e até esperava alguém chegar para assistir a instalação para poder subir. A minha subida e descida faziam parte da performance. Era uma ação que eu queria que fosse vista, revelando assim, os limites do meu corpo e o reconhecimento deles.

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42 NAC - UFRN

A segunda apresentação da performance-instalação “O Corredor” foi na Galeria Conviv’Art - NAC15 (UFRN), realizada no dia 27 de agosto de 2019. Seu principal objetivo

era fazer um registro completo da performance para submeter em editais. O espaço era amplo e o fato de ser uma galeria fez com que a imagem criada fosse melhor vista/apresentada. Todas as paredes eram brancas e a única coisa no espaço era meu corpo suspenso em uma delas (fig. 15). Neste dia os alunos do IFRN Campus Rocas16, do qual sou estagiário da

disciplina de Artes Cênicas, foram assistir a apresentação (fig. 16). O convite para a turma se deu pelo fato de estar trabalhando com performance durante o semestre. A apresentação foi um ponto forte de discussões sobre o que seria performance17.

15 GALERIA CONVIV’ART do Núcleo de Arte e Cultura da UFRN, é um espaço de fomento à produção e a visibilidade das artes visuais. Anualmente a galeria recebe, em média, dez exposições selecionadas através de edital de ocupação, como também propostas de interesse institucional vinculadas a políticas estruturantes da universidade.

16 A Unidade Rocas do IFRN - Instituto Federal do Rio Grande do Norte, foi inaugurado no dia 25 de abril de 2016, passando a funcionar como uma extensão do campus Cidade Alta. O instituto oferece cursos técnicos integrados em Multimídia e Lazer e o curso de graduação em tecnologia em Gestão Desportiva e de Lazer.

17 Alguns relatos decorrentes dessas discussões podem ser vistos nos anexos.

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Figura 15 - Performance-Instalação “O Corredor”. Apresentação na Galeria Conviv’Art (NAC - UFRN). Foto: Janderson Azevedo.

Figura 16 - Alunos do IFRN Rocas. Performance-Instalação “O Corredor”. Apresentação na Galeria Conviv’Art (NAC - UFRN). Foto: Janderson Azevedo.

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conclusão

A partir dos processos práticos vividos na criação da Performance-Instalação “O Corredor”, pude começar a reconhecer um modo de criação própria. No qual me coloquei no lugar de construir um olhar atento sobre cada passo, cada etapa, capturando micro-referências; um olhar voltado para as micro-percepções. Para isso destaco a importância do registro dessas imagens/percepções, criando um arquivo do trabalho. Como este que apresento aqui.

Durante a escrita deste trabalho pude reorganizar as etapas de criações e resgatar materiais que já tinham sido esquecidos ou deixados de lado por estarem presentes como referências iniciais, não fazendo parte diretamente da obra “final”. Tal processo de escrita e compartilhamento desses arquivos construídos durante o processo de criação, me fizeram lançar um novo olhar sobre a performance-instalação “O Corredor”, percebendo seus alcances referenciais e sua complexidade de execução. Reconhecer esses aspectos foi, para mim, caminhar para um reconhecimento próprio de que sou um artista. Um pensamento que não foi construído durante o curso de Licenciatura em Teatro. Neste momento ressalto a importância de ter desenvolvido, de forma mais autônoma possível, a criação de um trabalho artístico, onde pude estudar o exercício de recorte e construção de uma imagem poética, a criação de uma prática corporal específica para o trabalho e ter me colocado em um estado vulnerável ao performar.

A performance-instalação “O Corredor” se tornou, para mim, a experiência mais importante dentro da minha formação no curso de Licenciatura em Teatro. Fruto da disciplina de TCC Espetáculo, a instalação me levou aos estudos de artistas e teorias dentro da área da performance. Se tornando, objeto descrito neste Trabalho de Conclusão de Curso.

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Vídeo - Gravação Performance “O corredor” (Apresentação NAC)

USE O CELULAR E O Aplicativo DO QRcode

REFERÊNCIAS

GONÇALVES, Carlos Walter Porto. Para além da crise de paradigmas: a ciência e seu contexto. 2012. Disponível em: https://www.alainet.org/fr/node/159470 Acesso em: 04 nov. 2019.

JARRY, Alfred. "O Supermacho: Romance Moderno”. São Paulo: Ubu Editora, 2016. 176 p. Tradução de Paulo Leminski.

VISNIEC, Matéi. O Corredor. In: VISNIEC, Matéi. Teatro Decomposto ou O Homem-Lixo. São Paulo: É Realizações, 2012. Cap. 19. p. 79-82. Tradução de Luiza Jatobá.

REFERÊNCIAS HIPERTEXTUAIS

KAPROW, Allan. How to Make a Happening. 1966. Disponível em: https://www. youtube.com/watch?v=8iCM-YIjyHE&t=3s Acesso em: 04 nov. 2019.

NAUMAN, Bruce. Wall floor positions. 1968. Crédito: IVAM, Institut Valencià d' Art Modern, Generalitat.. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=IMSyhyvr0mw Acesso em: 04 nov. 20109.

NAUMAN, Bruce. Walking in an Exaggerated Manner Around the Perimeter of a Square. 1968. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=x7DWz_ jMtR4&t=32s Acesso em: 04 nov. 2019.

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APÊNDICES

SINOPSE

Ser o que querem que eu seja nunca foi uma opção. Minhas ações sempre buscam o movimento contrário, não lógico, sem intenção. Estado bruto de presença, um corpo que nega sua existência para conseguir viver, uma alma vegetal, uma presença que não se sustenta. A performance instalação O Corredor é uma livre experimentação do conto “O Corredor” de Matéi Visniec e do livro “O Supermacho: Romance moderno” de Alfred Jarry. O performer David Dallas expande sua presença colocando-se como parte da instalação e projetando vídeos de percursos feitos pela cidade em uma performance de longa duração. Produto artístico da disciplina TCC Espetáculo, coletivo de performance LABPerformance, UFRN.

TEXTO/ROTEIRO/DRAMATURGIA O Corredor

Performance-Instalação

(Em uma sala que remete a uma galeria de arte com pouca iluminação, o público vê um corpo que parece levitar. Ele permanece estático neste local por quatro horas seguidas enquanto seu corpo é “atravessado” por imagens de intenso movimento de pessoas, automóveis e outros veículos. O vídeo projetado no seu corpo também mostra imagens da natureza sempre em movimento é acompanhado pelo som de sua respiração e de seus passos. A sequência dos vídeos dura cerca de trinta minutos e ele é projetado em looping até o final das quatro horas. A performance surge nesse espaço público prático experimentado através de corridas. O performer corre pelas ruas se desafiando e conhecendo os limites que um corpo encontra nesse percurso pela cidade. As corridas são registradas por uma câmera que se encontra em sua cabeça. Parte do laboratório se deu nas pesquisas de matérias que tornassem possível a instalação, para poder realizar a performance em seu

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47 estado mais completo, onde o performer ficará parado, suspenso na parede enquanto

os vídeos são projetados sobre ele. Tal imagem estática briga com o vídeo acelerado, revelando um corpo que está presente em seu estado mais tenso de presença, nessa busca de equilíbrio e de controle para não cair e o mesmo corpo que antes se desafia correndo entre os carros, se coloca nesse mesmo estado de tensão.)

FICHA TÉCNICA

Concepção e Performance - David Dallas Coordenação - Naira Ciotti

Edição de Vídeo - Vicente Martos Design Gráfico - Ronildo Junior

Colaboradores – Geovana Grunauer, Janderson Azevedo, Marcone Soares e Roberta Alves.

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CARTAZES

Arte por Ronildo Nóbrega.

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ANEXOS

O CORREDOR Matei Visniec

Não consigo mais parar. É a primeira vez que isso me acontece. Saí, como saio toda manhã, para meu treino diário, corri algumas centenas de metros e logo me dei conta de

que não estava conseguindo parar.

Quando passei diante da banca de jornal, o vendedor me disse: “Bom dia”. Quis desacelerar para responder, virei a cabeça, mas já estava longe.

É engraçado como os pedestres não se dão conta do que está acontecendo. Sabem que sou maratonista da cidade, que sempre corro no mesmo horário, sem parar, e seguindo sempre o mesmo trajeto. As pessoas estão acostumadas comigo. Frequentemente,

cumprimento-as correndo, respondo às perguntcumprimento-as correndo, faço acenos cordiais correndo. Mas desta vez não consigo mais parar. E além do mais não consigo virar à esquerda ou à direita, sou impelido a ir em frente. É claro: tem alguma coisa aí que saiu dos trilhos. Mas o quê?

Estou chegando aos confins da cidade. As pessoas me olham sempre com admiração. “Tudo bem?”, me diz o senhor Kuntz, e eu grito: “Não!”. Mas já estou longe, longe demais, e ele não me escutou… Oh, meu Deus, eles não param mais de me aplaudir… E a se-nhora Cantonnelli, com todas as suas exclamações… “Como ele é veloz! Como ele é

flexível! Como ele é elegante!”... Estou de saco cheio, senhora, de saco cheio… Começo a ter vertigem. Decididamente meu corpo não

obedece mais às ordens do meu cérebro. Socorro!

Olha só como eles andam pelos bares e cafés! Não têm nada que fazer o dia todo a não ser sorver tranquilamente suas cervejinhas e seus drinques. E assistir às minhas corridas. Que merda! Parem, parem de me dizer que sou disciplinado, que sou um gato, que sou determinado, que sou forte, que tenho força de vontade inquebrantável! Parem, porque eu

não posso mais parar! Parem-me, por favor, parem-me!

Evidentemente não me escutam. Senhor Pippidi! Senhor Pippidi…

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51 É o padeiro… Ele me envia um beijo, o cretino.

E passo pelo último café da cidade, pelas últimas casas; vejo as muralhas da cidade. Sou todo suor. Pela primeira vez na minha vida sinto medo. Passo ali pela última rua à direita. Mas não posso virar à direita. Faço um esforço sobre-humano para parar diante das portas

da cidade, mas não consigo. Socorro! Socorro!

Minha última chance: os três velhinhos que estão sempre a postos, sentados no banco, em pleno sol, diante das portas da cidade… Toda vez que eu passo em frente deles, o primeiro diz: “Muito talentoso este corredor”. O segundo diz: “Ele é belo como um anjo”. E o terceiro: “Certeza que ele vai ganhar”. Mas enquanto eles viram a cabeça para me olhar,

desapareço no horizonte.

Até que estou contente de poder olhar para trás. A cidade é uma forma nebulosa que vai ficando cada vez menor. Merda, isso é lágrima? Quer dizer que eu comecei a chorar? Não é que agora eu corro e choro? Já não sinto nem cansaço nem medo. Só choro. E não entendo nada. Sei que as lágrimas escorrem pelo meu rosto. E me esfriam. Não posso mais levantar os braços para me enxugar. Meus braços estão paralisados, como que para projetar o mais perfeito perfil aerodinâmico. Isso me faz correr como um bólide. Corro, corro e, com minha cabeça inclinada um pouco para frente, sou a imagem viva do

corredor ideal.

A estrada está quase deserta. De tempos em tempos, carros circulam no sentido inverso. Já não grito mais por socorro. Somente sorrio aos motoristas e os motoristas me acenam amigavelmente. Estou atravessando uma floresta. Abandonei a estrada, pois ela fazia uma curva, e sou forçado a seguir em linha reta. Tomo um atalho. Subo uma colina. Desço o vale. Não tenho mais forças para pensar. Simplesmente olho a paisagem. No momento minha preocupação principal é evitar árvores. Quando se corre nessa velocidade, as

árvores são um perigo.

Cai a noite e eu correndo. Atravesso uma cidadezinha desconhecida, e mais uma nova cidadezinha desconhecida… A essa hora as pessoas dormem e ninguém sabe que sou o

único ser vivo correndo na madrugada.

Ou melhor, no escuro. As luzes da última cidade desapareceram. Não vejo mais nada diante de mim. As árvores e as pedras, por puro instinto, consigo evitá-las. Mas, às vezes,

os pássaros da noite se chocam comigo. Contabilizo meus machucados. Penso que já matei muitos animais. E mesmo animais maiores, que esmaguei sem querer. Escuto cada

vez mais gritos selvagens, urros de dor.

Finalmente o amanhecer… Sou uma chaga que corre. Atrás de mim, um fio de sangue. Na minha frente, uma cadeia de montanhas. O ar está frio, vai chover. Isso é bom, a chuva vai lavar minhas feridas. Atrás dessas montanhas, que subo correndo, se encontra o mar.

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Relato 1 de experiência de aluno.

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Relato 3 de experiência de aluno.

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