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Redução da Maioridade Penal: uma discussão comparada

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Redução da Maioridade Penal: uma discussão comparada

Por Eliane Regis de Abreu e Iandro Alves Pereira

Resumo: A redução da maioridade penal é um tema polêmico e gera opiniões divergentes na sociedade brasileira. Muitas pessoas defendem a posição de que a maioridade penal deveria ser reduzida para 16 anos, solução vista por muitos como suficiente para reduzir ou até mesmo inibir a prática de crimes por menores de idade. O presente artigo visa à realização de uma breve avaliação de fatores que levam ao envolvimento de menores em crimes, comparando a sociedade brasileira com outros países, quais sejam: Estados Unidos e Alemanha, o que permite uma abordagem mais nítida das nuances que envolvem a complexa discussão sobre a viabilidade da redução da maioridade penal no Brasil. A questão engloba a existência de oportunidades de desenvolvimento para os jovens, aspectos psicológicos, políticos, sociais e culturais. A abordagem do assunto em questão requer uma análise sobre a efetividade da ideia imediatista de reclusão de menores que cometem crimes.

1. Introdução

Constantemente, a discussão sobre o tema “redução da maioridade penal” vem à tona no Brasil, sobretudo, após a ampla divulgação pela mídia de crimes cometidos por menores, situação que causa revolta na sociedade. Geralmente, a solução imediata proposta por inúmeras pessoas, que ficam indignadas com o tratamento dispensado aos menores que cometem crimes bárbaros é a redução da maioridade penal, para que tais menores não sejam apenas colocados em centros de recuperação, mas que passem a ser imputáveis por tais atos violentos.

Não nos esqueçamos nunca do caso referente à Escola de Base, em São Paulo, onde seus proprietários foram execrados e condenados publicamente, acusados de abuso sexual em alunos, tudo em razão de mentiras proferidas por alguns pequenos discentes que não queriam mais ir à escola. Reiteramos: eis a chamada criminologia midiática, preconizada pelo Professor Eugenio Raul Zaffaroni. É a mídia processando, julgando e condenando. A informação é banalizada transformando-se em um “espetáculo” jornalístico. (PINTO, 2012, p. 1)

A redução da maioridade penal foi foco de divergências nas discussões acerca do Novo Código Penal brasileiro. Atualmente, a maioridade penal é alcançada aos 18 anos no Brasil. Antes dos 18 anos, não há o cometimento de crimes, mas sim de infrações.

O art. 228 da Constituição Federal explicita que:

Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeito às normas da legislação especial.

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O art. 27 do atual Código Penal brasileiro apresenta texto semelhante:

Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial.

O art. 104 da Lei nº. 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente) estabelece também que:

Art. 104 - Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei.

Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada a idade do adolescente à data do fato.

Para um maior entendimento sobre a complexidade dos valores sociais e dos debates políticos que envolvem o tema, pode-se realizar uma análise comparativa acerca da fixação da maioridade penal em distintos países, sendo eles: Estados Unidos, Alemanha e Brasil. As discussões sobre o tema envolvem diversos atores e entidades. Aqueles que não concordam com a redução alegam que tal medida seria mais uma maneira simplista na tentativa de combate à criminalidade.

As pessoas que concordam com a redução geralmente são movidas pela noção de justiça alcançada com a punição para aqueles que cometem crimes, independente de serem menores de 18 anos. Deve-se destacar também o papel desempenhado pela mídia brasileira, que dissemina de forma intensa informações sobre determinados crimes, que muitas vezes contam com a participação de menores, o que acaba causando uma grande comoção nacional e a busca de uma saída imediata para a situação, que muitas vezes é centralizada na redução da maioridade penal.

Parte da população brasileira, vítima de ações menos gravosas, mas ainda assim criminosas, por parte de menores, optam por uma solução imediatista para a situação ao defender a redução da maioridade penal. De uma maneira reducionista, há uma visão disseminada entre a população de que não há distinções entre um jovem adolescente que comete uma infração e uma pessoa adulta que comente um crime: foca-se apenas nas práticas criminosas cometidas e nos dados estatístico sobre o assunto, sendo negligenciado o fato de que os envolvidos são menores de idade, até mesmo crianças, que estão passando por um processo de formação complexo, que influenciará toda a vida adulta.

Outro ponto que merece destaque e é essencial para qualquer discussão acerca da aplicação da lei penal no Brasil sobre o assunto em tela é a avaliação do perfil dos infratores

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e criminosos na sociedade brasileira: o “perfil” dos criminosos brasileiros, em grande parte, é homem, negro e pobre.

2. Maioridade penal no Brasil

O UNICEF divulgou, em 2007, um relatório que apresentava motivos para “dizer não à redução da idade penal”:

Como é de conhecimento público, o UNICEF expressou sua posição contrária à redução da idade penal, assim como a qualquer alteração desta natureza, em face dos compromissos assumidos pelo Estado Brasileiro com a ratificação da Convenção Internacional dos Direitos da Criança e do Adolescente das Nações Unidas e outros documentos internacionais, e porque tal proposta contraria as principais tendências de administração da justiça da infância e adolescência no mundo. (UNICEF, p. 5)

Entre os motivos apresentados pelo UNICEF para a não redução da idade penal situam-se a incompatibilidade da redução com a doutrina da proteção integral presente no texto constitucional brasileiro, a incompatibilidade com o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo – SINASE, a inconstitucionalidade da medida, a violação de cláusula pétrea, a afronta aos compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, a posição contrária às discussões internacionais, o agravamento da violência com o tratamento de adolescentes como adultos e a consideração de que somente as políticas sociais podem reduzir o envolvimento dos adolescentes em práticas criminosas.

Soares (2006, p. 4), por sua vez, relata em sua obra “A maioridade penal no Brasil e em outros países” que

não há qualquer impedimento de ordem constitucional ou legal a que se modifique a regra da inimputabilidade do menor de dezoito anos, através de emenda à Constituição. A discussão situa-se, ao que nos parece, no mérito do problema.

Trata-se de se saber se o menor de dezoito anos é capaz de entender o caráter criminoso da conduta praticada. Esta questão, todavia, situa-se no campo da Medicina e da Psicologia. Se restar demonstrado que o menor de 18 anos e maior de 16 é capaz de entender plenamente a ilicitude da sua conduta, do ponto de vista da constitucionalidade, não vislumbramos qualquer barreira a que a regra da inimputabilidade seja modificada por emenda à Constituição.

Percebe-se que diversas temáticas estão envolvidas no complexo debate sobre a redução da maioridade penal no Brasil. O assunto engloba discussões sobre a constitucionalidade da medida, a efetividade da redução e até mesmo aspectos psicológicos do menor delinquente. Assim, a redução da maioridade penal não deve ser tratada apenas como uma questão legal, mas todos os aspectos envolvidos devem ser analisados, considerando os efeitos positivos e negativos que podem se originar de tal medida.

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Uma lei mais rígida, que puna os menores de 18 anos pelos crimes cometidos, não deve ser considerada como uma medida “mágica” que possa resolver todos os problemas relacionados ao envolvimento de menores em práticas criminosas. Além disso, o Brasil ratificou a Convenção da Organização das Nações Unidas (ONU) de 1989, que estabelece que menores de 18 anos são considerados como crianças ou adolescentes, e devem receber tratamento especial em casos criminais.

De acordo com o InfoPen Estatística, que é o registro de indicadores gerais e preliminares sobre a população penitenciária do país, servindo como uma das bases para a formulação de políticas públicas voltadas para o Sistema Penitenciário brasileiro, a população carcerária em dezembro de 2011 estava distribuída pelas seguintes faixas etárias:

Quantidade de Presos por Faixa Etária Homens Mulheres Total

18 a 24 anos 127.005 7.371 134.376

25 a 29 anos 111.184 6.522 117.706

30 a 34 anos 79.859 5.128 84.987

35 a 45 anos 70.686 5.945 76.631

46 a 60 anos 26.210 2.580 28.790

Mais de 60 anos 4.551 305 4.856

Não Informado 6.780 517 7.297

Total 441.907 29.347 471.254

Quadro 1 – Quantidade de presos por faixa etária Fonte: Sítio do Ministério da Justiça

Percebe-se que a população carcerária na faixa etária de 18 a 24 anos é alta (134.376), correspondendo a 28% do total apurado (471.254), o que demonstra que o Código Penal e as punições estabelecidas para aqueles que podem ser imputáveis por seus crimes não inibem a prática de atividades criminosas por jovens adultos, ou seja, aqueles que acabaram de atingir a maioridade penal ou atingiram há poucos anos. Assim, pode-se discutir se a redução da maioridade penal ajudaria a reduzir a participação de menores em crimes, pois a população jovem que possui entre 18 e 24 anos tem uma ampla participação no total de presos no sistema penitenciário do Brasil.

Além disso, é notório o despreparo brasileiro ao lidar com crianças e adolescentes que são enviados para centros de atendimento especializados para tratamento de menores que cometem infrações. Em grande parte, os jovens que deixam tais centros voltam a cometer crimes, até mesmo após o alcance da maioridade penal, o que leva ao questionamento sobre a estrutura do tratamento empregado em tais centros.

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Dessa forma, deve-se superar as noções imediatistas e simplistas do debate acerca da redução da maioridade penal no Brasil como medida essencial para a redução da participação de menores em crimes ou como punição efetiva para tais menores, pois, como visto, há diversos fatores envolvidos nesse debate, que não podem ser negligenciados pela ansiedade em se fazer justiça em determinados casos, por mais cruéis e polêmicos que sejam.

3. Maioridade penal nos Estados Unidos

A maioridade penal nos Estados Unidos sofre variações de acordo com a legislação de cada estado americano. Na maior parte dos estados, não há uma idade fixa, e cabe ao juiz decidir, considerando o caso concreto, se o menor será submetido a julgamento como adulto.

Mas, em outros estados, tais como Califórnia e Arkansas, a idade de imputabilidade penal está fixada em 21 anos.

Treze estados fixaram como idade mínima legal aquela que varia entre 6 e 12 anos.

Especialistas no assunto discutem se o modelo adotado nos Estados Unidos pode ser aplicado em outros países, devido ao grau de desenvolvimento do país. Em geral, as oportunidades dos jovens norte-americanos são distintas daquelas que um jovem brasileiro pode alcançar, por exemplo.

Um dos argumentos utilizados por aqueles que não concordam com a redução da maioridade penal no Brasil, tal como estabelecido em alguns estados norte-americanos, é que o crime cometido é considerado também como de responsabilidade do Estado, que não cumpriu as políticas sociais adequadas para manter os menores distantes de práticas criminosas.

4. Maioridade penal na Alemanha

Na Alemanha, a responsabilidade penal juvenil começa a partir dos 14 anos de idade. No Brasil, tal responsabilidade se inicia aos 12 anos. A Alemanha, que tinha reduzido a idade penal para 14 anos, elevou novamente a maioridade para 18 anos e estabeleceu um tratamento distinto para os infratores com idade entre 18 e 21 anos, ou seja, tais infratores, dependendo da situação individual, passaram a ser submetidos ao disposto em uma legislação especial, não se aplicando as regras penais em tais casos específicos.

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Percebe-se que tal postura alemã é compatível com as atuais discussões acerca da maioridade penal, em âmbito internacional. Tal como visto na posição defendida pela UNICEF, busca-se atualmente a proteção das crianças e adolescentes. O Brasil estaria em posição contrária aos grandes debates internacionais caso defendesse a redução da maioridade penal, ainda mais quando não há uma estrutura adequada para tratamento de tais menores. A Alemanha, visualizando a conjuntura internacional sobre o assunto resolveu elevar a maioridade penal, oferecendo tratamentos especiais aos menores infratores, situação que não é constatada nos centros brasileiros de tratamento de menores.

5. Análise Comparativa

Diferenças marcantes são percebidas no tratamento dos jovens, com relação à imputabilidade penal, quando se compara o Brasil com os Estados Unidos e a Alemanha. É primordial avaliar as condições que cada um desses países proporciona para que crianças e adolescentes tenham acesso a uma vida digna, principalmente os que derivam de famílias pobres. Estados Unidos e Alemanha, como países desenvolvidos e cujos IDH's estão bem acima da média brasileira, definitivamente proporcionam um acesso à educação com mais qualidade do que o Brasil. Assim, pode-se verificar que nesses países os jovens são mais preparados, tanto em um contexto familiar, quanto pelas iniciativas governamentais.

Pode-se propor uma relação entre o nível de inclusão dos jovens na sociedade e a rigorosidade das penas para eles aplicáveis em países democráticos. Por possuírem um aparato educacional melhor e maiores possibilidades de crescimento pessoal e social nas sociedades americana e alemã, os jovens desses países acabam absorvendo mais cedo as ideias de “certo e errado” presentes na legislação e aplicadas na sociedade. No Brasil, com as limitações encontradas por muitos jovens, muitos dos quais abaixo da linha de pobreza, a criminalidade não só é uma alternativa, mas também, por inúmeras vezes, o único caminho possível para que tais jovens possam sobreviver em comunidades carentes.

6. O “certo e o errado” – aspectos psicológicos dos menores infratores

Um argumento amplamente difundido entre os defensores da diminuição da maioridade penal se baseia no conhecimento do “certo e errado” que os jovens infratores supostamente teriam, mas optam pelo exercício de condutas reprováveis. De fato, os jovens com faixa etária entre 16 e 18 anos, principalmente, já possuem em grande medida tal

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conhecimento e discernimento e, dentro da sociedade brasileira, são capazes de exercerem alguns atos da vida civil, podendo votar e inclusive serem emancipados. Observa-se, com tais argumentos, que geralmente os jovens criminosos não desconhecem o caráter reprovável de suas atitudes, sendo que alguns deles podem chegar até mesmo a utilizar sua menoridade como uma proteção para realizar infrações indiscriminadamente dentro de grupos ou facções criminosas.

Além de possuírem plena convicção de que o ato que praticam é criminoso, os ditos "menores" utilizam-se, conscientemente, da menoridade que ainda os alberga em seu favor, praticando diariamente toda a sorte de injustos penais, valendo-se, inclusive, da certeza dessa impunidade que a sua particular condição lhe proporciona. (ARAÚJO, 2003, p. 1)

Infelizmente, tal argumento não permite a avaliação dos valores que tais jovens carregam e que foram enraizados desde a infância. É notório que a mentalidade de um adolescente de classe média ou alta, “incluído” na sociedade, e que possui perspectivas para o futuro, é totalmente diferente daqueles que vivem em condições precárias. Os “favelados”, verdadeiros outsiders em uma sociedade altamente consumista, como a sociedade brasileira, em grande parte enxergam o crime não como uma opção, mas muitas vezes como a única saída para a sobrevivência. E a reflexão pode ser estendida além do fator “sobrevivência”

quando se verifica, por exemplo, uma criança ou adolescente observando jovens da mesma idade com condições melhores de vida, possuindo bens materiais que os primeiros não teriam condições de adquirir.

Muitas pessoas podem imaginar que se trata de um exagero comparar itens indispensáveis para a sobrevivência de um ser humano, tais como alimentos, a bens materiais teoricamente dispensáveis. Caso se tratasse de um pensamento extrapolador, imaginar um homem médio, trabalhador, com esposa e filhos, sem celular, automóvel e acesso à internet não seria difícil. Se, para o sujeito descrito, abster-se de algum desses bens pode ser considerado um sacrifício, pode-se imaginar a perturbação que acomete crianças e adolescente que não possuem condições sequer de vestir-se bem, por exemplo. Muitos menores que se envolvem em práticas criminosas buscam adquirir bens que não teriam condições por seus próprios recursos.

Outro ponto importante é o simples fato de que grande parte dos jovens infratores acredita que não tem nada a perder ao praticar atividades criminosas. E por esse motivo, tais

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jovens entram na criminalidade, pois não valorizam a vida e acreditam que o que conseguem de tais atos já é vantajoso. Esse pensamento pode ser verificado também em adultos criminosos.

7. Conclusão

Após a análise do assunto, pode-se verificar que a redução da maioridade penal não resolveria o complexo problema do envolvimento de menores em práticas criminosas, bem como poderia prejudicar a formação de tais jovens, caso passassem a ser tratados como adultos. Se a punição penal fosse uma solução plausível para a redução da criminalidade, as penitenciárias brasileiras não estariam lotadas, os presos viveriam com um mínimo de dignidade e não ocorreriam tantos casos de reincidências criminais.

Pode-se perceber que a realidade encontrada nos presídios brasileiros é de completo abandono. O despreparo estatal para lidar com a questão é facilmente verificado, sobretudo, quando a realidade brasileira é comparada a situação encontrada em países desenvolvidos.

Assim, é inviável a redução da maioridade penal no Brasil, pois o sistema prisional não recupera pessoas, pelo contrário, submete os presidiários a condições precárias e colabora para o aumento da revolta e da criminalidade. O Brasil já possui altos custos para manter milhares de presidiários em penitenciárias, que ainda assim não estão preparadas para tratar essas pessoas de maneira que retornem a sociedade e não cometam crimes novamente.

A consciência do caráter criminoso de determinadas condutas tão pouco ajuda a diminuir a quantidade de crimes cometidos no Brasil, e isso não se verifica apenas entre os menores de idade, pois, como visto, o índice de criminalidade entre os jovens adultos, maiores de 18 anos, é alto. Em geral, os inimputáveis apenas agem da mesma maneira que continuarão a agir após atingir a maioridade.

É essencial que medidas de inclusão social e distribuição de renda sejam implantadas no país para que verdadeiras mudanças possam ocorrer. A melhoria do sistema educacional é primordial, mas não é a única medida capaz de melhorar a vida dos jovens. O Direito Penal não pode ser utilizado como uma ferramenta de transformação social, mas sim de controle social. Essa ferramenta está claramente sobrecarregada e se mostra insuficiente quando aplicada de maneira exclusiva, sem o auxílio de outras medidas estatais.

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Assim, a ideia simplista e imediatista de redução da maioridade penal como solução da criminalidade entre os jovens não pode ser adotada no Brasil de maneira isolada, sobretudo devido à conhecida incapacidade de tratamento adequado daqueles que estão cumprindo penas. Abarrotar presídios e punir por força de comoção podem colaborar para o aumento da criminalidade e para a perda em definitivo de jovens para o mundo do crime, por não receberem o tratamento estatal adequado. Percebe-se que as soluções para a questão estão além de um mero discurso de aplicação do Código Penal.

Desde quando o Direito Penal serviu para resolver problemas sociais? (PINTO, 2012, p. 1)

8. Referências Bibliográficas

ARAÚJO, Kleber Martins de. Pela redução da maioridade penal para os 16 anos. Jus Navigandi, Teresina, ano 8, n. 162, 15 dez. 2003. Disponível em:

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