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Curso GESTÃO EM SAÚDE. Disciplina PLANEJAMENTO EM SAÚDE

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Curso

GESTÃO EM SAÚDE

Disciplina

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Curso

GESTÃO EM SAÚDE

Disciplina

PLANEJAMENTO EM

SAÚDE

Fátima Mendes CARVALHO

(3)

Sobre

a

a

uto

de Empresas pelo Instituto Metodista Bennett (1987), Pós-Graduação Lato Sensu em Administração Hospitalar pela Universidade Estadual Do Rio De Janeiro (1988), em Docência do Ensino Superior (2007) e Gestão Pública (2009) pela AVM Faculdade Integrada. Atualmente (2009/2011) estou desenvolvendo minha dissertação de mestrado em Administração e Desenvolvimento Empresarial da Universidade Estácio de Sá. Na Gestão Publica sou Analista em Ciência s Tecnologia Sênior do Ministério Da Saúde - Instituto Nacional De Câncer (Desde 1982), onde atuo junto ao Serviço de Patrimônio do Inca.

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(5)

Su

m

ári

o

07

Apresentação

09

O que é planejamento em saúde?

Aula 1

37

O planejamento em saúde no Brasil

Aula 2

– histórico

99

Aula 3

A importância das redes

organizacionais e redes sociais para

saúde e para o SUS

119

Aula 4

Gestão de projetos – ferramenta

fundamental para planejamento em

saúde

137

O PlanejaSUS

Aula 5

153

AV1

Estudo dirigido da disciplina

156

AV2

Trabalho acadêmico de

aprofundamento

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(7)

Planejamento em Saúde

C

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Apresen

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o

Esta disciplina tem por foco o planejamento e a gestão em saúde no Brasil. Para tal, estudaremos conceitos importantes sobre o planejamento estratégico segundo Mário Testa; o planejamento situacional segundo Carlos Matus; o agir comunicativo e o planejamento social segundo Jürgen Habermas, Celso Furtado, Guerreiro Ramos, Paulo Freire e Fernando Tenório. Analisaremos ainda o Sistema Único de Saúde à luz das teorias de redes sociais. Será ainda apresentado ao aluno as diretrizes do PlanejaSUS.

Objetivo

s

g

e

rais

Este caderno de estudos tem como objetivos:

 Instrumentalização do aluno no campo dos projetos de saúde;  Discussão sobre as diversas formas de planejamento em

saúde;

 Capacitação dos gestores em saúde para atuação junto ao SUS;

(8)
(9)

O Que é

Planejamento em

Saúde?

A

ULA

1

Apresen

ta

çã

o

Esta aula tem a função de apresentar aos alunos alguns conceitos de planejamento estratégico, apresentados por autores consagrados e suas principais escolas; a idéia central de planejamento estratégico situacional e discutir sobre as principais correntes de planejamento no Brasil voltados para área de saúde. Objetivos

Objetivo

s

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Compreender os conceitos de planejamento e seus objetivos com o intuito de aumentar a eficácia das ações das políticas de saúde do país;

 Contribuir para a compreensão do planejamento como uma ação que visa elevar a qualidade de vida da população melhorando as condições sociais e principalmente no âmbito da saúde;

 Mas o mais importante: desenvolvermos a cidadania junto à capacidade de gestão, e este objetivo repetiremos sempre.

(10)

Existe um provérbio chinês que diz que um homem deve ter filhos, escrever um livro e plantar uma árvore. Trata-se de um pensamento popular, que expressa os valores tradicionais de um povo e a sua “sabedoria popular”.

O que o provérbio não fala é que para fazer tudo isso você tem que se PLANEJAR.

Como exemplo usaremos o caso de “Mendes”, ela começou plantando uma árvore, não porque fosse mais fácil, mas principalmente porque ficou linda na sala de estar – não se assustem – era uma arvorezinha da felicidade – mas ecologicamente correta e seguindo os ditames da “era” da sustentabilidade ambiental. Do mundo mais verde!

Depois ela resolveu ter um filho, afinal o seu relógio biológico estava batendo e resolveu dar prioridade a esta ETAPA do seu PLANEJAMENTO de vida.

MAS ela se esqueceu na época, que o

RESULTADO desta AÇÃO não é uma ETAPA, mas sim

uma ATIVIDADE de AÇÃO CONTÍNUA e para toda a vida, requer constantes acertos SITUACIONAIS e

CONTINGENCIAIS, portanto meu planejamento tem

que ser FLEXÍVEL e ÁGIL.

Por último ficou faltando escrever um livro. Escrever um livro não é coisa fácil, explica Laura Bacellar (2009):

OLÁ, MUITO PRAZER!

Este é a disciplina de PLANEJAMENTO EM SAÚDE do seu curso de GESTÃO EM SAÚDE e a nossa proposta é tentarmos entender os CONCEITOS de

PLANEJAMENTO em SAÚDE no Brasil da forma

mais simples e clara possível. VAMOS LÁ?

(11)

Escrever para ser publicado é diferente de escrever para si próprio. Quando escrevemos para nós mesmos, como um diário ou reflexões, estamos usando a escrita para pensar. É um

ótimo método para esclarecer

questões, visto que no papel mesmo as situações mais complicadas vão se

ORGANIZANDO (grifo nosso). [...]

Quando escrevemos para ser

publicado, estamos escrevendo para outras pessoas. O foco passa a ser a necessidade dos leitores e não mais as nossas como escritores. [...] É um difícil exercício escrever para ser publicado, porque em geral a gente gosta do que escreve, acha tudo importante e pensa que todo mundo vai gostar também. Só que isso não é verdade. [...] Escrever para os outros é um ato de coragem, de se expor. [...] Querer escrever o primeiro livro e imaginar que ele vai ser o próximo Harry Potter é pedir para ficar decepcionado. É bem melhor publicar um artigo numa revista aqui, um poema numa coletânea ali e não ter expectativas loucas.

(BACELLAR, 2009) Seguindo esta orientação “Mendes” começou com alguns artigos dentro desta casa, publicados no jornal COMUNICANDIDO1. Depois foi evoluindo para

artigos acadêmicos em eventos do tipo congresso, sempre falando de saúde, como por exemplo, no XI Colóquio Internacional sobre Poder Local com o artigo “A Importância da Modelagem de Governança para o Desenvolvimento da Rede ONCORIO” (CARVALHO, 2009, p. 36), um pouco mais ousada no SUNBELT XXX

- Riva Del Garda Fiere Congressi (TN), Italy, em 2010,

com o artigo “Processo da formação da Rede ONCORIO especializada no atendimento atenção oncológica no Rio de Janeiro – Brasil” (CARVALHO, 2010, p. 485) e “Participação dos atores públicos e privados na gestão da rede do Pólo Comercial SAARA situado no centro da cidade do Rio de Janeiro -Brasil” (CARVALHO, 2010, p.

1

Você pode acessar pelo portal do AVM (http://www.avm.edu.br/, clique em MENU/COMUNICANDIDO ON-LINE) e que você pode participar mandando artigos também.

(12)

449) e mais recentemente no EnANPAD 2010, com o artigo “A Estrutura em Rede para a Atenção Oncológica - Rede ONCORIO na Região Metropolitana do Rio de Janeiro” (CARVALHO, 2010).

Muitas vezes no nosso dia a dia não temos total consciência do passo a passo que traçamos para alcançarmos nossas METAS, mas eles estão lá, não são aleatórios e quando temos total consciência destes estamos racionalmente planejando.

Nas nossas atividades profissionais este planejar precisa ser conscientemente bem elaborada e nossa escolha a mais adequada possível para sermos eficazes. Se adicionarmos a importância do planejar a área de saúde, da qual tratamos de vida, precisamos ser mais criteriosos ainda.

Nesta aula vamos tentar compreender os conceitos de planejamento e seus objetivos com o intuito de nos capacitarmos como GESTORES preocupados em aumentar a EFICÁCIA das ações das

POLÍTICAS DE SAÚDE do país.

Falar em planejamento é falar em

NEGOCIAÇÕES COMPLEXAS onde frequentemente

encontra-se partes divergentes entre si, absolutamente O que estamos tentando dizer e exemplificar é que “o ato de planejar faz parte da história do ser humano, pois o desejo de transformar sonhos em realidade é uma preocupação que toda pessoa tem”. Permitam aqui uma licença METODOLÓGICA no que se refere a CITAÇÕES... Este conceito foi retirado de um texto de Maria Adélia Teixeira Baffi (2002) e pode ser considerado como um dos melhores conceitos já escritos sobre planejamento porque se aproxima das aspirações de qualquer pessoa.

E por falar em licença metodológica, anotem as palavras grifadas das aulas, elas são palavras chaves para este universo de planejamento em saúde e vocês irão precisar delas mais cedo do que pensam.

(13)

corretas e igualmente erradas. Basta mudar o observador que o objeto observado muda simultaneamente.

CONFUSO? Que nada!

Confusos ficaram os cegos de John Godfrey Saxe tentando entender o que era um elefante.

John foi um poeta e jornalista norte americano que ficou conhecido como escritor de versos humorísticos e conferencista, que viveu entre 1816-1887 e que devia gostar muito de elefante, “of course!”

A história é contada assim: “Eram seis homens do Hindustão Inclinados para aprender muito, Que foram ver o Elefante. (Embora todos fossem cegos) Que cada um, por observação, Poderia satisfazer sua mente.

O Primeiro aproximou-se do Elefante, E aconteceu de chocar-se

Contra seu amplo e forte lado. Imediatamente começou a gritar: “Deus me abençoe, mas o Elefante É semelhante a um muro”

O Segundo, pegando na presa, Gritou, “Oh! O que temos aqui Tão redondo, liso e pontiagudo? Para mim isto é muito claro Esta maravilha de elefante

É muito semelhante a uma lança!” O Terceiro aproximou-se do animal E aconteceu de pegar

A sinuosa tromba com suas mãos. Assim, falou em voz alta: ”

“ Vejo, “disse ele,” o Elefante É muito parecido com uma cobra!” O Quarto esticou a mão, ansioso, E apalpou em torno do joelho. “Com o que este maravilhoso animal Se parece é muito fácil”, disse ele: “Está bem claro que o Elefante É muito semelhante a uma árvore!”

(14)

A fábula “Os cegos e o elefante” ficou associada à temática de PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO por conta através do livro “Safári de Estratégia – Um roteiro pela Selva do Planejamento Estratégico”, de MITZBERG, AHLSTRAND e LAMPEL (2000), uma leitura obrigatória para quem quer se aprofundar no assunto.

Mintzberg, Ahlstrand e Lampel nos dizem o seguinte: nós é que...

somos os cegos e a formulação de estratégia é o nosso elefante. Como ninguém teve a VISÃO (grifo nosso) para enxergar o animal inteiro, cada um tocou uma ou outra parte e prosseguiu em total ignorância a respe-

O Quinto, por acaso, tocou a orelha, E disse:” Até um cego

Pode dizer com o que ele se parece: Negue quem puder,

Esta maravilha de Elefante

É muito parecido com um leque!” O Sexto, mal havia começado A apalpar o animal,

Pegou na cauda que balançava E veio ao seu alcance.

“Vejo, “disse ele,” o Elefante é muito semelhante a uma corda!” E assim esses homens do Hindustão Discutiram por muito tempo,

Cada um com sua opinião, Excessivamente rígida e forte.

Embora cada um estivesse, em parte, certo, Todos estavam errados!”

“MORAL”

Com frequência em guerras teológicas, Os disputantes, eu suponho,

Prosseguem em total ignorância

Daquilo que cada um dos outros quer dizer, E discutem sobre um Elefante

Que nenhum deles viu! SUGESTÃO DE LEITURA

Os Cegos e o Elefante – Manual do Trabalho em

Equipe

Autor: David Schmaltz Editora Pergaminho Ano: 2004.

(15)

ito do restante. Somando as partes, certamente não teremos um elefante. Um elefante é mais do que isso. Contudo, para compreender o todo, também precisamos compreender as partes.

(MITZBERG, 2000, p.13) Dentro de uma empresa, em nossas casas e em nossas vidas precisamos conhecer o todo para tomarmos DECISÕES acertadas e estratégicas, caso contrário estaremos sempre assumindo o RISCO do fracasso das partes, pois não existe parte que não dependa de outra para formar um todo de sucesso.

Você estudou muito, se formou e está sempre atrás de aprender algo novo, todo este esforço toma 28 horas do seu dia a dia.

MAS COMO?

O dia só tem 24 horas!

Uma parte do seu todo parece estar tomando conta de mais horas do que na realidade o seu dia tem. Você já parou para analisar em que hora você se dedica a seus familiares, qual o momento que você separa para praticar um esporte ou curtir uma atividade de lazer? Você alguma vez já planejou o seu dia a dia, de forma consciente e metodológica?

Estamos exagerando? Podemos garantir que não.

Se não são os estudos provavelmente é o trabalho, mas a verdade é que, no mundo contemporâneo, cada vez é mais comum as horas de um dia não serem suficiente para todas as atividades assumidas ou pretendidas do homem moderno.

(16)

O ser humano está esquecendo ou não aprendeu a se planejar: estabelecer antecipadamente as ações apropriadas que devem ser executadas para atingir seus OBJETIVOS, fixar a direção de sua vida e sua evolução com ser humano e cidadão.

Academicamente falando, planejamento faz parte do PROCESSO administrativo, ou ainda, é

FUNÇÃO da administração. Significa especificar os

objetivos a serem atingidos e decidir antecipadamente as ações apropriadas que deve ser executadas para atingir esses objetivos. Assim, o momento de planejar, dentro do PROCESSO ADMINISTRATIVO é muito importante tendo em vista permitir a fixação da

DIREÇÃO de trabalho e evolução de uma

ORGANIZAÇÃO.

O planejamento é também uma FERRAMENTA

ADMINISTRATIVA, que possibilita perceber a

realidade, AVALIAR os caminhos, construir um

REFERENCIAL futuro, estruturando o trâmite

adequado e reavaliar todo o processo a que o planejamento se destina. Sendo, portanto, o lado racional da ação. Tratando-se de um processo de deliberação abstrato e explícito, concomitantemente, que escolhe e organiza ações, antecipando os resultados esperados. Esta deliberação busca alcançar, da melhor forma possível, alguns objetivos pré-definidos. Exatamente igual ao que se deve fazer na sua vida pessoal.

De acordo com o conceito de planejamento defendido por Peter Drucker (1909-2005), estudioso austríaco, naturalizado norte-americano e conhecido como um dos “gurus” da administração do século XX existe dois critérios que são indispensáveis para o bom funcionamento das organizações: EFICÁCIA e

(17)

A eficácia, na opinião de Drucker (2001), é o critério mais importante, já que nenhum nível de eficiência, por mais alto que seja, irá compensar a má escolha dos objetivos, isto é, a eficiência no desempenho das atividades operacionais jamais irá compensar o erro na definição dos objetivos amplos da organização.

Ser eficaz é tarefa do trabalhador do conhecimento. Em qualquer lugar que trabalhe, seja em uma empresa ou em um hospital, em um órgão público ou e um sindicato, em uma universidade ou no exército, espera-se, acima de tudo, que o trabalhador de conhecimento consiga que as coisas certas sejam realizadas. E simplesmente espera-se que ele seja eficaz. [...] A inteligência, a imaginação e o conhecimento são recursos essenciais, mas somente a eficácia os converte em resultados. Por si sós, eles impõem limites ao que pode ser atingido.

(DRUCKER, 2001, p.63) Pode-se assumir então que planejar uma organização consiste no estudo e na escolha de

ALTERNATIVAS para se alcançar um novo objetivo

para a organização, a partir de sua situação atual.

Planejamento é processo de busca de equilíbrio entre MEIOS E FINS (grifo nosso), entre RECURSOS (grifo nosso) e objetivos, visando ao melhor

funcionamento de empresas,

instituições, setores de trabalho,

organizações grupais e outras

atividades humanas. O ato de planejar é sempre processo de reflexão, de TOMADA DE DECISÃO (grifo nosso) sobre a ação; processo de previsão de necessidades e racionalização de emprego de meios (materiais) e

recursos (humanos) disponíveis,

visando à concretização de objetivos,

em PRAZOS (grifo nosso)

determinados e etapas definidas, a partir dos resultados das avaliações. [...] Planejar, em sentido amplo, é um processo que visa a dar respostas a

(18)

um PROBLEMA (grifo nosso), estabelecendo fins e meios que apontem para sua superação, de modo a atingir objetivos antes previstos, pensando e prevendo necessariamente o futuro, mas considerando as condições do presente, as experiências do passado, os aspectos contextuais e os pressupostos filosófico, cultural, econômico e político de quem planeja e com quem se planeja.

(PADILHA, 2001, p. 30 e 63)

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

O planejamento estratégico é um PROCESSO

GERENCIAL que diz respeito à formulação de objetivos

para a seleção de PROGRAMAS/PLANOS de ação e para sua execução, levando em conta as condições internas e externas da organização e devendo considerar como premissas básicas a coerência e a

SUSTENTABILIDADE de seu processo.

É o estabelecimento de um conjunto de providências a serem tomadas pelo executivo para a situação em que o futuro tende a ser diferente do passado; entretanto, a organização tem condições e meios de agir sobre as VARIÁVEIS e fatores, de modo que possa exercer alguma influência sobre o cenário. [...] É ainda, um processo desenvolvido para o alcance de uma situação futura desejada de um modo mais eficiente, eficaz e efetivo.

(GOMES, 2009, s. 16-18) Do decorrer desta aula, em muitas ocasiões vamos usar muito a palavra ESTRATÉGIA e ninguém melhor que um “chinês” para nos ajudar a explicar esta palavrinha chave.

Estamos falando é claro de Sun Tzu (544 – 496 A.C.), considerado um dos maiores estrategistas militares de todos os tempos, é o autor de “A arte da guerra”, famoso livro chinês sobre táticas militares, considerado também um livro filosófico. Leia a citação

(19)

abaixo e vai entender porque.

Planeja o difícil enquanto ainda é fácil, faz o que é grande enquanto ainda é pequeno. As coisas mais difíceis devem ser feitas enquanto ainda são fáceis, as maiores, enquanto ainda são pequenas. Por isso, o sábio nunca faz o que é grande, e é por este motivo que sempre alcança a grandeza.

(Sun Tzu, 2007, p.10) Estratégia é...

o padrão ou plano que integra as principais metas políticas e seqüências de ações de uma organização em um todo coerente. Uma estratégia bem-formulada ajuda a ordenar e alocar os recursos de uma organização para uma postura singular e viável, com base em suas COMPETÊNCIAS (grifo

nosso), e deficiências internas

relativas, MUDANÇAS (grifo nosso) no AMBIENTE (grifo nosso) antecipadas e providências contingentes realizadas por oponentes inteligentes.

(MINTZBERG E QUINN, 2001, p.20) Existem diversos conceitos para definir o que é estratégia assim como diversos autores, cada qual com uma forma de conceber e entender as organizações e seu funcionamento.

Por conta desta multiplicidade de conceitos não há como definir um consenso em relação ao seu conceito que se adjetiva de MULTIDIMENSIONAL e

SITUACIONAL. Dependendo do contexto onde está

pode significar uma POLÍTICA a ser adotada; um objetivo a ser alcançado; uma TÁTICA, metas, programas e processos, dentre outros.

Dos seus muitos conceitos um dos mais utilizados é aquele que a define como o conjunto de planos da alta administração para atingir resultados consistentes com as missões e objetivos da

(20)

organização. Destacam-se ainda em seus conceitos palavras chaves como: mudanças,

COMPETITIVIDADE, DESEMPENHO,

POSICIONAMENTO, MISSÃO, objetivos, resultados, INTEGRAÇÃO, adequação organizacional, etc.

Neste sentido, planejar estrategicamente consiste em criar um COMPORTAMENTO e uma

POSIÇÃO única e valiosa, envolvendo um conjunto

diferente de atividades.

O planejamento estratégico diz respeito tanto à organização como ao ambiente onde esta está inserida, tornando-se impossível separar um do outro. É através do planejamento estratégico que a organização se prepara para enfrentar e lidar com as mudanças nos ambientes, seja interno, seja externo.

Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000) nos mostram que a estratégia está presente em cinco “P”s – PLAN – PATTERN – POSITION – PERSPECTIVE –

PLOY”. (MINTZBERG, AHLSTRAND, LAMPEL, 2000,

p.16-20)

Para não sacrificar, traduzindo:

Plan – estratégia como plano ou a forma de se

ganhar um jogo com regras pré-estabelecidas, através de um processo formal, com forte caráter analítico e de certa forma determinístico.

Pattern – estratégia como padrão ou

consistência de comportamentos, jogo entre ATORES internos e externos em um processo de aprendizagem, incrementalismo e construtivismo, como modelo de adaptação evolutiva.

Position – estratégia como posição ou

(21)

organização, definindo o que se deve fazer e o que não se deve fazer.

Perspective – estratégia como perspectiva ou o

modo próprio organização ver o mundo, agindo de acordo com essa visão, imbuída de um espírito coletivista.

Ploy – estratégia como artimanha ou manobra

intencional ou não intencional, modo de ação pré-determinado ou emergente, incluindo-se os graus de liberdade de que a organização pode usufruir e as armas que detém para poder jogar o jogo da sobrevivência de mercado e de sustentabilidade.

Esses cinco “P’s”, Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000) enquadraram em 10 (dez) escolas do pensamento estratégico, cada uma delas de acordo com a vertente apresentada acima por cada “P”.

Por exemplo, a estratégia como um plano –

PLAN – pode se enquadrar na Escola do Planejamento

ou na Escola de Desing. A estratégia como padrão –

PATTERN – enquadra-se na Escola do Poder; a

estratégia como posição – POSITION – enquadra-se na Escola do Posicionamento; a estratégia como perspectiva – PERSPECTIVE – enquadra-se, dentre outras, na Escola Empreendedora enquanto a estratégia vista como artimanha – PLOY - enquadra-se na Escola Ambiental.

Mas você deve estar se perguntando, afinal de que escolas estamos falando.

Só para constar, as escolas do pensamento estratégico apresentadas por Mintzberg, Ahlstrand e Lampel no livro Safári de Estratégias (2000) são:

(22)

 Escola do Design – formulação de estratégia como um processo de CONCEPÇÃO;

 Escola de Planejamento – formulação de estratégia como um processo formal (FOMALIZAÇÃO);

 Escola do Posicionamento – formulação de estratégia como um processo analítico (ANÁLISE);

 Escola Empreendedora – formulação de estratégia como um processo visionário(VISÃO);

 Escola Cognitiva – formulação de estratégia como um processo mental (COGNIÇÃO);  Escola de Aprendizado – formulação de

estratégia como um processo emergente (APRENDIZAGEM);

 Escola de PODER – formulação de estratégia como um processo de NEGOCIAÇÃO;

 Escola Cultural – formulação de estratégia como um processo coletivo (COLETIVISMO);  Escola Ambiental – formulação de estratégia

como um processo reativo e

 Escola de CONFIGURAÇÃO – formulação de estratégia como um processo de transformação.

MAS não acaba aí não...

Essas 10 (dez) escolas, os autores ainda dividiram em 3 (três) grupos:

No Primeiro Grupo, que eles chamaram de ESCOLAS PRESCRITIVAS ficaram aquelas que são mais preocupadas em COMO as estratégias devem ser formuladas:

 ESCOLA DO DESIGN

 ESCOLA DE PLANEJAMENTO  ESCOLA DO POSICIONAMENTO

(23)

No Segundo Grupo, que eles chamaram de ESCOLAS DESCRITIVAS ficaram aquelas que são mais preocupadas com a descrição do processo de formulação das estratégias.

 ESCOLA EMPREENDEDORA  ESCOLA COGNITIVA  ESCOLA DE APRENDIZADO  ESCOLA DE PODER  ESCOLA CULTURAL  ESCOLA AMBIENTAL

No Terceiro e último Grupo está a ESCOLA que eles chamaram de INTEGRATIVA, e que é aquela que entende a formulação das estratégias como um processo de transformação das organizações ao longo do tempo.

 ESCOLA DE CONFIGURAÇÃO

Sobre estratégia, os três autores de “Safari”, definem como:

A formação de estratégia é um espaço

complexo [...] é um desígnio

arbitrário, uma visão intuitiva e um aprendizado intuitivo; ela envolve transformação e também perpetuação; deve envolver cognição individual e interação social, cooperação e conflito; ela tem de incluir análise antes e

programação depois, bem como

negociação durante e tudo isso precisa se em resposta àquele que pode ser

um ambiente exigente. [...]

Precisamos ser abrangentes para nos

preocuparmos com processo e

conteúdo, estático e dinâmico,

restrição e inspiração, com o cognitivo e o coletivo, o planejado e o aprendido, o econômico e o político. Em outras palavras, além de sondar suas partes, devemos dar mais atenção ao animal inteiro da formação de estratégia.

(MINTZBERG, AHLSTRAND, LAMPEL, 2000, p.274)

(24)

Não poderia faltar a nossa sugestão de Leitura: MINTZBERG, Henry, AHLSTRAND, Bruce, LAMPEL, Joseph. Safári de Estratégia: um roteiro pela Selva do Planejamento Estratégico. Editora: BOOKMAN. Ano: 2000. 300 P. e MINTZBERG, Henry. O processo da

estratégia. Editora: BOOKMAN. Ano: 2001. 184 P.

Mas a experiência profissional na área da gestão pública brasileira não permite que deixemos de acrescentar ao conteúdo desta aula alguns conceitos de

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E SITUACIONAL,

que foi uma sistematização dos pensamentos teóricos das décadas de 60 e 70, na forma de críticas ao planejamento tradicional, do economista chileno Carlos Matus (1931-1998), a que ele chamava de “a arte de

GOVERNAR”.

Matus, muito a frente de seus pares, tratava em suas críticas da questão de GOVERNANÇA.

Preocupava-se com GOVERNOS, principalmente na América Latina, que se deixavam arrastar pelo ritmo dos acontecimentos, principalmente aqueles que internamente delineavam suas políticas e ações baseando-se em CENÁRIOS EXTERNOS, na América do Norte e/ou na Europa.

A este respeito Toni (2004) registrou:

O planejamento visto

estrategicamente, não é outra coisa senão a ciência e a arte de construir maior governabilidade aos nossos

destinos, enquanto pessoas,

organizações ou países. O processo de planejamento, portanto diz respeito a um conjunto de princípios teóricos,

procedimentos metodológicos e

técnicas de grupo que podem ser

aplicados a qualquer tipo de

organização social que demanda um objetivo, que persegue uma mudança situacional futura. O planejamento não

(25)

trata apenas das decisões sobre o futuro, mas questiona principalmente qual é o futuro de nossas decisões. Se tentarmos submeter o ritmo do desenvolvimento dos acontecimentos à

vontade humana devemos

imediatamente pensar que governar em situações complexas exige exercer a prática do planejamento estratégico até seu último grau. Para atingir este objetivo será necessário entender e ultrapassar muitos pré-conceitos em relação à atividade de planejamento no setor público.

(TONI, 2004) Matus foi um preso político de um golpe militar, assim como tantos outros o foram na América Latina das décadas de 60 e 70. Com estes estudiosos, acadêmicos, políticos e gestores de governos derrubados por golpes militares começou a se formar a preocupação com o PENSAR SOCIAL ou como é chamado PLANEJAMENTO SOCIAL.

Segundo Jairo Nogueira (2010)

pensar em planejamento social

significa refletir sobre a mudança social controlada, antecipada, com determinação dos fins que se busca alcançar para o BEM COMUM (grifo nosso). Ou ainda, o planejamento social não deve ser entendido somente

como uma mera ação técnica

científica, mas como ação que

contendo em seu arcabouço

constitutivo, componentes ideológicos e políticos que, no limite, apontam as próprias possibilidades de condução

histórica Quando pensamos em

planejamento social precisamos pensar no conceito de PARTICIPAÇÃO (grifo nosso) e COMUNIDADE (grifo nosso). Como participação entenda-se todos os tipos desta, desde o ato político assim como o ato de vontade; participação nas decisões que afetam ou afetarão a vida da sociedade em

que vivemos. É pensar em

DEMOCRATIZAÇÃO (grifo nosso) no sentido de pertencer, de ser membro, associado às outras formas de

(26)

envolvimento comunitário onde o planejamento é um instrumento de

GESTÃO (grifo nosso) e de

participação.

(NOGUEIRA, 2010) A esta altura você deve estar se perguntando onde entra o FOCO em saúde?

A resposta é simples: planejar a saúde não diferente de planejar um empreendimento, uma organização ou mesmo uma viagem de férias. O passo a passo é o mesmo, o cuidado com os detalhes é o mesmo, mas principalmente a preocupação para que tudo fique perfeito tem que ser a mesma. A única grande diferença que devemos apontar é que neste caso o PRODUTO FINAL é mais do que o bem comum. O produto final é VIDA.

As perguntas fundamentais que devemos responder para um bom planejamento são:

ONDE?

Onde estamos? Para onde vamos? Para onde podemos ir? Onde queremos chegar?

O QUE?

O que devemos fazer? COMO?

Como fazê-lo?

Como exemplo de possíveis respostas a esta pergunta faremos eco ao artigo de Travasso et al (2000, p. 133-149):

Onde estamos? Que lugar é este?

(27)

Que momento é este?

Para sabermos onde estamos é preciso chamar a atenção para o fato de que, quando pensamos em planejamento em saúde devemos levar em consideração que o padrão de utilização de serviços de saúde de um determinado grupo populacional é, principalmente, explicado por seu perfil de necessidades em saúde e está condicionado à forma como estes serviços estruturaram a sua oferta e ainda, levar em consideração às preferências e escolhas do usuário.

Fatores como:  Disponibilidade,  Tipo,

 Quantidade de serviços,

 Recursos (financeiros, humanos, tecnológicos),

 Localização geográfica,

 Cultura médica local (ex. alopatia, homeopatia, indígena, etc.) e

 Ideologia do prestador de serviços médicos,  Entre outros, são aspectos da oferta que

influenciam o padrão de consumo de serviços de saúde.

Por outro lado, as escolhas individuais também são cruciais, embora nem todas as necessidades se convertam em demandas e nem todas as demandas sejam atendidas.

Para onde vamos?

Quem está planejando saúde precisa saber para onde quer ir assim como o motorista que está em uma estrada precisa saber qual o seu destino para não errar o caminho.

(28)

Quando analisamos os serviços de saúde no Brasil, PÚBLICOS, FILANTRÓPICOS ou privados, observamos grande DESIGUALDADES entre eles e no uso deles. Estas desigualdades estão também na atitude do usuário ao procurá-los, obter acesso e se beneficiar com o atendimento recebido. São desigualdades que se refletem a nível individual no risco de adoecer e morrer, assim como nas diferenças no comportamento do indivíduo perante a DOENÇA, além das características da OFERTA DE SERVIÇOS que cada SOCIEDADE disponibiliza para seus membros.

Para planejar saúde precisamos estar atentos que o uso de SERVIÇOS DE SAÚDE é função direta das necessidades e do COMPORTAMENTO dos

INDIVÍDUOS diante dos seus problemas de saúde,

assim como das formas de FINANCIAMENTO, dos serviços e recursos disponíveis para a população, incluindo a estrutura administrativa e os

MECANISMOS DE PAGAMENTO.

Para onde podemos ir?

Saber apenas para onde queremos ir não basta, que o digam os paulistanos nos horários de pico de congestionamento do tráfego urbano, a Rede de Televisão Globo vive nos mostrando cenas de engarrafamentos infindáveis, por “horas a fio”. Assim como o paulistano, precisamos conhecer nossas alternativas, eles de trânsito, todos nós de atendimento à saúde.

Em saúde, as políticas voltadas para eqüidade pressupõem REDISTRIBUIÇÃO recursos,

DISTRIBUIÇÃO esta muitas vezes desigual por causa

dos ajustes que devem ser efetuados em função de fatores biológicos, sociais e político-organizacionais

(29)

determinantes das desigualdades existentes entre as diversas populações, MAS é importante distinguir

EQUIDADE em saúde de equidade no uso ou no CONSUMO de serviços de saúde, porque os

determinantes das desigualdades no adoecer e no morrer diferem daqueles das desigualdades no consumo de serviços de saúde.

As desigualdades em saúde refletem, dominantemente, as desigualdades sociais e, em função da relativa

EFETIVIDADE das ações de saúde, a

igualdade no uso de serviços de saúde é condição importante, porém, não

suficiente para diminuir as

desigualdades no adoecer e morrer.

(TRAVASSOS, 1992 In: TRAVASSOS et al 2000). Onde queremos chegar?

Os mais otimistas responderiam que queremos chegar ao BEM COMUM – com saúde para todos. Com acesso aos serviços de ATENDIMENTO PRIMÁRIO,

DIAGNÓSTICO, de INTERNAÇÃO, de

INTERVENÇÃO, de ALTA COMPLEXIDADE, etc. para

todos sem distinção de qualidade ou forma de entrada. Queremos medicamentos de última geração para todos. Queremos programas de PREVENÇÃO e principalmente de informação para todos.

Onde fica Shangri-lá? O que devemos fazer?

Para responder esta questão teremos que nos aprofundar em discussões sobre as reformas setoriais no sistema de saúde brasileiro que é, hoje, constituído por uma complexa REDE de prestadores e compradores de serviços, simultaneamente

INTERRELACIONADOS, COMPLEMENTARES e

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privado, financiado majoritariamente com recursos públicos.

Esta discussão está mais para a próxima aula, onde a questão da eqüidade será enfatizada a partir das décadas de 1970-1980, quando discutiremos a crise do Estado de Bem-Estar Social que suscitou o questionamento dos resultados em termos de

BENEFÍCIOS dos INVESTIMENTOS realizados nos

sistemas de saúde.

Por isso, vamos em frente... Como fazê-lo?

Esta é a grande questão de todos os profissionais que labutam com planejamento em saúde. Não é simplesmente criar PROJETOS, traçar metas, conseguir recursos. Em um país continental como o nosso o como fazê-lo pode e terá várias respostas.

A CONSTITUIÇÃO de 1988 introduziu

importantes modificações no sistema de saúde do país com a criação do SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS), implementado a partir de 1990, institucionalizando a

UNIVERSALIDADE da cobertura e do atendimento,

assim como a UNIFORMIDADE e equivalência dos benefícios e serviços de saúde para POPULAÇÕES urbanas e rurais.

Da carta constitucional e da LEGISLAÇÃO específica infere-se que o princípio da equidade pode ser traduzido como IGUALDADE de OPORTUNIDADE de acesso aos serviços de saúde para necessidades iguais, mas ocorre que as necessidades não são iguais. Veremos estes aspectos mais detalhadamente, também nas próximas aulas.

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Enquanto isto exercite o que você entendeu sobre planejamento.

EXERCÍCIO 1

Nesta aula foram abordados conceitos de três modos de entender o Planejamento:

( A ) O Planejamento organizacional, social e científico. ( B ) O Planejamento estratégico, situacional e

governamental.

( C ) O Planejamento público, privado e de mercado. ( D ) O Planejamento organizacional, social e

situacional.

( E ) O Planejamento estratégico, PES e Social.

EXERCÍCIO 2

Quando falamos de planejamento estudamos Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000) que apresentam as escolas de pensamento estratégico:

( A ) Escola do Design, de Planejamento; do Posicionamento; Empreendedora; Cognitiva; de Aprendizado; de Poder; Cultural e de Configuração.

( B ) Escolas Prescritivas e Descritivas.

( C ) Escola do Design, de Planejamento; do Posicionamento; Empreendedora; Cognitiva; de Aprendizado; de Poder; Cultural; Ambiental e de Configuração.

( D ) Escolas Prescritivas; Descritivas e Derivativa. ( E ) Escola Estratégica, Situacional e Social.

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EXERCÍCIO 3

Brinque um pouco com o caça palavras: lembra quando falamos que as “palavras grifadas das aulas são palavras chaves para este universo de planejamento em saúde”, no caça palavra abaixo estão escondidas 18 (dezoito) sentenças grifadas, encontre pelo menos 10 (dez) e as use para dar a sua definição de planejamento em saúde. ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________

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EXERCÍCIO 4

Responda o onde estamos? Para onde vamos? Para onde podemos ir? Onde queremos chegar? O que devemos fazer? Como fazê-lo? Apontando aspectos importantes para um bom planejamento em saúde no Brasil. ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________

EXERCÍCIO 5

Como você definiria Planejamento em Saúde?

____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________

RESUMO

Vimos até agora:

 Que é fundamental compreender os conceitos de planejamento e seus objetivos com o intuito de aumentar a eficácia das ações das políticas de saúde do país;

 Que falar em planejamento é falar em negociações complexas onde frequentemente encontra-se partes divergentes entre si, absolutamente corretas e igualmente erradas. Basta mudar o observador que o objeto observado muda simultaneamente;

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 Que planejamento faz parte do processo administrativo, ou ainda, é função da administração de planejar além de ser também uma ferramenta administrativa, que possibilita perceber a realidade, avaliar os caminhos, construir um referencial futuro, estruturando o trâmite adequado e reavaliar todo o processo a que o planejamento se destina;

 Que o planejamento estratégico é um processo gerencial que diz respeito à formulação de objetivos para a seleção de programas/planos de ação e para sua execução, levando em conta as condições internas e externas da organização e devendo considerar como premissas básicas a coerência e a sustentabilidade de seu processo;

 Que estratégia é o padrão ou plano que integra as principais metas políticas e seqüências de ações de uma organização em um todo coerente;

 Que planejar estrategicamente consiste em criar um comportamento e uma posição única e valiosa, envolvendo um conjunto diferente de atividades e que o planejamento estratégico diz respeito tanto à organização como ao ambiente onde esta está inserida, tornando-se impossível separar um do outro;  Que o Planejamento Estratégico e Situacional diz respeito à gestão de governo - à arte de governar com um enfoque participativo e estratégico do planejamento e no plano geral;

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 Que Planejamento Social significa refletir sobre a mudança social controlada, antecipada, com determinação dos fins que se busca alcançar para o BEM COMUM e que quando pensamos em planejamento social precisamos pensar no conceito de participação e comunidade.

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O Planejamento em

Saúde no Brasil –

Histórico

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Se o ato de planejar faz parte da história do ser humano, como tentamos demonstrar na primeira aula, precisamos conhecer um pouco da história do planejamento brasileiro para então entendermos como anda a saúde deste país.

Esta aula tem a função de apresentar aos alunos alguns fatos e conceitos históricos sobre as ações de saúde no Brasil e tentará dar uma idéia sobre as principais correntes de planejamento voltadas para área de saúde.

Objetivos

Objetivo

s

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Compreender o processo que levou o Brasil a partir da segunda metade do século XX, partindo de uma estrutura quase artesanal secular evoluir para uma complexa estrutura médico-hospitalar, desta, a partir da década de 80, passar para uma estrutura médico-industrial e hoje estar preocupado em construir uma estrutura de rede socializante em saúde pública;  Mas o mais importante: desenvolvermos a cidadania junto à

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OLÁ, NOVAMENTE!

Nesta segunda aula vamos fazer um pequeno e rápido passeio pela história da saúde no BRASIL, destacando é claro, a questão de seu planejamento.

OK? VAMOS LÁ!

Sabemos que somos um povo que foi basicamente colonizado por degredados e aventureiros desde o seu descobrimento até a instalação do império. Portanto quem vinha para cá estava tão somente em busca de riquezas para si ou para a coroa portuguesa (e não vamos nos enganar, para a espanhola, inglesa, holandesa, etc...). Logo foi uma terra que não dispunha de NENHUM MODELO de atenção à saúde da população e nem mesmo o interesse, por parte do governo colonizador (Portugal) ou dos governos locais, fossem capitanias ou cidades portuárias, em criá-lo. Deste modo, a atenção à saúde limitava-se aos próprios recursos da terra (plantas, ervas) e, àqueles que, por conhecimentos empíricos (curandeiros, alguns aldeões ou jesuítas), desenvolviam as suas habilidades na arte de curar. E assim foi pelos primeiros 300 anos desde a sua “oficial” descoberta.

Com a guerra na Europa no inicio do século XIX, pela disputa de terras, riquezas, poder e coroas, a família real portuguesa resolveu se “mudar” para o novo mundo e fixar residência oficial em sua colônia – o Brasil. Neste período os líderes da colônia se preocuparam em organizar uma ESTRUTURA SANITÁRIA MÍNIMA, no Rio de Janeiro, para a chegada de seus reis e príncipes.

Mesmo a partir de 1808, sejamos sinceros, nada foi feito em relação as atividades de saúde, e não estou aqui nem falando em saúde do povo porque este era quem menos importava.

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Verifica-se que o interesse primordial estava limitado ao estabelecimento de um controle sanitário mínimo na capital do império, tendência que se alongou por quase um século.

Lembrando: a capital do império português no Brasil fixou-se no Rio de Janeiro.

O tipo de organização política do império era de um regime de unitário e centralizador, e que era incapaz de dar continuidade e eficiência na transmissão e execução à distância das determinações emanadas dos comandos centrais.

A CARÊNCIA DE PROFISSIONAIS MÉDICOS

NO BRASIL Colônia e no Brasil Império era enorme,

em outros estados brasileiros eram mesmo inexistentes o que fez com que proliferassem pelo país os Boticários (farmacêuticos).

Aos boticários cabia a manipulação das fórmulas prescritas pelos médicos, mas a verdade é que eles próprios tomavam a iniciativa de indicá-los, fato comum até hoje, principalmente nas regiões interioranas brasileiras, de difícil acesso e poucos recursos.

Não dispondo de um aprendizado acadêmico, o processo de habilitação na função de boticário consistia tão somente em acompanhar um serviço de uma botica já estabelecida durante certo período de tempo, ao fim do qual prestavam exame perante fisicatura e se aprovado, o candidato recebia a “carta de habilitação”, e estava apto a instalar sua própria botica.

Para quem tem curiosidade, fisicatura era a denominação dada a instituição reguladora das profissões da área de saúde em Portugal e no Brasil, no

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período compreendido desde a época da Colônia ate 1828 quando o imperador Dom João VI extingue o cargo de fisico-mor do império.

Com a Proclamação da República, em 1889, estabeleceu-se uma nova forma de organização do aparelho estatal que assegurava apenas as condições formais da representação burguesa clássica, com o tradicional controle político pelos grandes proprietários (o coronelismo). E naturalmente, a falta de um

MODELO SANITÁRIO para o país continuava,

deixando as cidades brasileiras a mercê das epidemias. No início desse século XX, a cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, apresentava um quadro sanitário caótico caracterizado pela presença de diversas doenças graves que acometiam à população, como a varíola, a malária, a febre amarela, e posteriormente a peste, o que acabou gerando sérias consequências tanto para SAÚDE COLETIVA quanto para outros setores, considerados muito mais importantes que o próprio povo, como o do comércio exterior, visto que os navios estrangeiros não mais queriam atracar no porto do Rio de Janeiro em função da situação sanitária existente na cidade.

Pressionado pelos coronéis e banqueiros da época, Rodrigues Alves, então presidente do Brasil, nomeou em 1903 o cientista médico Oswaldo Cruz, como Diretor do DEPARTAMENTO FEDERAL DE

SAÚDE PÚBLICA, pois este se propunha através de

pesquisas na área bacteriologia e sanitária, a erradicar a epidemia de febre-amarela e varíola que assolava a cidade do Rio de Janeiro – capital da república brasileira.

Foi criado um verdadeiro EXÉRCITO DE “MATA

MOSQUITOS” (estranhamente, nos dias atuais

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mosquitos” espalhados pelo país no combate a dengue) e Oswaldo Cruz conseguiu também convencer Rodrigues Alves a decretar obrigatória a VACINAÇÃO para todo o território nacional, em toda a população, como forma de combate a varíola.

A história nos fala sobre a “revolta da vacina”, a revolta do “quebra lampião” e de que a população odiava Oswaldo Cruz, que foi considerado um inimigo do povo pelos jornais da época, nas caricaturas e marchinhas de carnaval e nos discursos inflamados de nossos eminentes juristas, políticos e diplomatas, como por exemplo, Rui Barbosa que discursou na Câmara e no Senado contra a arbitrariedade da vacinação obrigatória.

A falta de esclarecimentos e vamos ser sinceros, as arbitrariedades cometidas pelos “GUARDA

SANITÁRIOS” causaram revolta na população.

Segundo Guerra (1940), “a cidade do Rio de Janeiro era uma das mais sujas do mundo” e o modelo adotado por Oswaldo Cruz foi considerado como um MODELO

DE INTERVENÇÃO e ficou conhecido como

campanhista, tendo sido concebido dentro de uma visão militar em que os fins justificam os meios, e no qual o uso da força e da autoridade eram considerados os instrumentos preferenciais de ação.

A situação ficou tão crítica que o próprio presidente Rodrigues Alves resolveu chamar Oswaldo Cruz ao Palácio do Catete, no Rio de Janeiro (Lembram? A capital do Brasil.) pedindo-lhe para, apesar de acreditar no acerto da ESTRATÉGIA do sanitarista, não continuar queimando os colchões e as roupas dos doentes.

É claro que, apesar dos problemas enfrentados na época, o MODELO CAMPANHISTA obteve importantes vitórias no controle das doenças

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epidêmicas, conseguindo, inclusive, erradicar a febre amarela da cidade do Rio de Janeiro, o que fortaleceu o modelo proposto e o tornou hegemônico como proposta de intervenção na área da saúde coletiva durante décadas.

Neste período Oswaldo Cruz procurou organizar a diretoria geral de saúde pública, criando uma seção demográfica, um laboratório bacteriológico, um serviço de engenharia sanitária e de profilaxia da febre-amarela, a inspetoria de isolamento e desinfecção, e o Instituto Soroterápico Federal, posteriormente transformado no Instituto Oswaldo Cruz.

Nas reformas promovidas por Oswaldo Cruz foram incorporados como elementos das ações de saúde o registro demográfico, a introdução do laboratório como auxiliar do diagnóstico e a fabricação organizada de produtos profiláticos para uso em massa – vacinas principalmente.

Em 1920, Carlos Chagas, sucessor de Oswaldo Cruz, reestruturou o Departamento Nacional de Saúde, então ligado ao Ministério da Justiça e introduziu a

PROPAGANDA e a EDUCAÇÃO SANITÁRIA na

técnica rotineira de ação, inovando o modelo campanhista de Oswaldo Cruz que era puramente fiscal e policial.

Bom, até aqui já deu para perceber que a palavra PLANEJAMENTO não fazia parte do contexto. Na verdade, “apagava-se os incêndios conforme eles iam surgindo” e foram muitos a partir da década de 20, no século passado.

Criaram-se órgãos especializados na luta contra a tuberculose, a lepra e as doenças venéreas. A assistência hospitalar, infantil e a higiene industrial se

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destacaram como problemas individualizados. Expandiram-se as atividades de saneamento para outros estados, além do Rio de Janeiro.

Éramos ainda uma sociedade dominada por uma economia agro-exportadora, assentada na monocultura cafeeira e, o máximo que se exigia do sistema de saúde era, sobretudo, uma POLÍTICA DE SANEAMENTO destinado aos espaços de circulação das mercadorias exportáveis e a erradicação ou controle das doenças que poderiam prejudicar a exportação.

Portanto, gradativamente, com o controle das epidemias nas grandes cidades brasileiras o modelo campanhista deslocou a sua ação para o campo e para o combate das denominadas ENDEMIAS RURAIS, dado ser a agricultura a atividade hegemônica da economia da época.

Este modelo de atuação foi amplamente utilizado pela Superintendência de Campanhas de Saúde Pública – SUCAM, no combate a diversas endemias (Chagas, Esquistossomose, e outras), sendo esta posteriormente incorporada à Fundação Nacional de Saúde. O que ninguém fala é que alguns guardas da extinta SUCAM, que defendiam a população contra a malária, hoje são idosos que lutam para recuperar a própria saúde, pois se tornaram vítimas de intoxicação pelo DDT, o inseticida usado no Brasil por mais de 50 anos para matar o mosquito transmissor da malária.

Com a acumulação capitalista advinda do comércio exterior, no início do século XX, tornou possível o início do processo de industrialização no país, que se deu principalmente no eixo Rio - São Paulo.

Tal processo foi acompanhado de uma urbanização crescente, e da utilização de imigrantes

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europeus como mão-de-obra nas indústrias, visto que, italianos, portugueses e espanhóis já possuíam grande experiência neste setor, que era muito desenvolvido na Europa, com mais de 100 anos de desenvolvimento à frente do Brasil.

No início, estes operários não tinham quaisquer garantias trabalhistas no Brasil, tais como férias, jornada de trabalho definida, pensão ou aposentadoria, vivendo de certa forma de maneira marginal a sociedade mas assim como possuíam o conhecimento técnico de que tanto precisávamos, os imigrantes, especialmente os italianos, traziam consigo a história do movimento operário na Europa e dos direitos trabalhistas, que já tinham sido conquistados pelos trabalhadores europeus, e desta forma procuraram mobilizar e organizar a classe operária no Brasil também, na luta pela conquistas dos seus direitos.

O movimento operário organizou e realizou duas greves gerais no país, uma em 1917 e outra em 1919, começando gradativamente a conquistar alguns direitos sociais e em 1923, como uma consagrada vitória destes movimentos foi aprovada pelo Congresso Nacional a “LEI ELOI CHAVES”, marco inicial da PREVIDÊNCIA

SOCIAL no Brasil.

Através desta lei foram instituídas as CAIXAS

DE APOSENTADORIA E PENSÃO – as CAP.

Veja, ainda não estamos falando de PLANEJAMENTO PARA SAÚDE e muito menos em saúde como um direito de todos, mas já começamos a mostrar que surgia alguma preocupação em alguns seguimentos econômicos com o BEM ESTAR daqueles que garantiam sua produção e acumulação de riqueza – os trabalhadores.

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A Lei Eloi Chaves foi criada, mas apenas aplicada ao operariado urbano, condição imposta pelas oligarquias rurais para a sua aprovação no Congresso Nacional. Resumo da ópera: aos trabalhadores rurais NADA!

Outra particularidade refere-se ao fato de que as caixas deveriam ser organizadas por empresas e não por categorias profissionais MAS dependia do poder de mobilização e organização dos trabalhadores de determinada empresa para reivindicar a sua criação junto aos seu patronato.

A primeira CAP criada foi a dos ferroviários, o que pode ser explicado pela importância que este setor desempenhava na economia do país naquela época e pela capacidade de mobilização que a categoria dos ferroviários conseguiu desenvolver.

Você deve estar se perguntando: e a assistência médica, e a saúde do trabalhador onde fica em relação a este SISTEMA DAS CAIXAS?

Os fundos das CAP, estabelecidas pela Lei Eloy Chaves, além das aposentadorias e pensões proviam os serviços funerários e médicos em caso de doença do trabalhador ou pessoa de sua família, que habite sob o mesmo teto e sob a mesma economia. Em casos de doença os medicamentos eram obtidos por preço especial determinado pelo Conselho de Administração de cada CAP e esta deveria arcar com a assistência aos acidentados no trabalho.

A criação das CAP pode ser entendida, assim, no contexto das reivindicações operárias no início do século, como resposta do empresariado e do estado à crescente importância da questão social.

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Em 1930, o sistema já abrangia 47 caixas mas lembrem-se: só atendiam as necessidades dos trabalhadores das áreas urbanas.

Mas o mundo estava mudando. Entre 1922 a 1930, sucederam-se crises econômicas e políticas em que se conjugaram fatores de ordem interna e externa, e que tiveram como efeito a diminuição do poder das oligarquias agrárias. A crise de 1929, por exemplo, imobilizou temporariamente o setor agrário-exportador no Brasil, fazendo com que a riqueza mudasse de mãos e com isto redefinindo a organização do Estado. Esta mudança de poder financeiro e por conseqüência de poder econômico e político acaba por imprimir novos caminhos a vida nacional.

Em 1930 acontece no Brasil uma revolução, comandada por Getúlio Vargas que rompe com a política do café com leite, entre São Paulo e Minas Gerais, que sucessivamente elegiam o Presidente da República. Getúlio foi vitorioso em seu movimento e a partir de então começaram mudanças profundas na estrutura do estado.

É claro que estamos falando em objetivos voltados para a promoção da expansão do sistema econômico, afinal somos e sempre fomos um sociedade capitalista, portanto como foco central de qualquer mudança está e estará sempre o econômico e político primeiro.

Bom, sai a “República Velha” estabelecendo-se, paralelamente, uma nova legislação que ordenasse a efetivação das mudanças pretendidas. Foram criados vários ministérios, inclusive o MINISTÉRIO DA

EDUCAÇÃO E SAÚDE PÚBLICA - MESP e juntas de

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EPA! Começamos a falar pela primeira vez de saúde de forma institucionalizada em relação ao Estado!

Efetivamente isto quis dizer o que?

Inicialmente, a criação do Ministério não trouxe nenhuma alteração para a saúde pública, significando apenas a

incorporação do existente

Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP), criado em 1920.

Posteriormente, foi sofrendo

modificações provisórias por meio de uma legislação fragmentada e que atendia somente às necessidades conjunturais. No final do ano de 1930, já haviam sido delineadas algumas das diretrizes que orientariam a reforma

administrativa implementada por

Vargas: fortalecer a organização administrativa federal e introduzir

medidas de racionalização

administrativa. Porém, segundo alguns analistas da reforma administrativa, nesse período acabaram por não passar de meros atos formais.

(WAHRLICH, 1983, apud HOCHMAN, 2005, p. 130) Pragmaticamente registramos a substituição das CAP pelos Institutos de Aposentadorias e Pensões – IAP que eram autarquias, de nível nacional, centralizadas no governo federal. Diferentemente das CAP a filiação nos IAP se dava por categorias profissionais.

Ao longo dos anos seguintes surgiriam os seguintes institutos: IAPM - Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos; IAPC - Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários e IAPB - Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários; IAPI - Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários; IAPETEC - Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Empregados em Transportes e Cargas; IPASE - Instituto de Pensões e Assistência aos Servidores do Estado; CAPFESP - Caixa de

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Aposentadoria e Pensões dos Ferroviários e de Empresa do Serviço Público e IAPFESP - Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Ferroviários e Empregados em Serviços Públicos.

Getúlio governou como de 1930 a 1934, como chefe do "Governo Provisório".

PROVISÓRIO por 4 (quatro) anos! O pessoal da época devia entender e aceitar os motivos. Mas isto é HISTÓRIA, prossigamos.

Em 1934 foi promulgada uma nova constituição, nossa terceira carta na realidade e que representava o acordo entre a grande propriedade agrária e a burguesia industrial historicamente frágil. O Estado e o setor industrial através dela instituíram uma política social de massas que na sua redação se configura no capítulo sobre a ordem econômica e social E a Assembléia Nacional Constituinte aproveitou o ensejo e elegeu Getúlio a Presidente da República, “of course”!

E a saúde?

“Vai muito bem, obrigado.” Afinal temos os IAP. Só para os trabalhadores urbanos. Será que na área rural ainda existiam boticários?

Em setembro de 1937, quando se aguardavam as eleições presidenciais marcadas para janeiro de 1938 o governo Getulista denunciou a existência de um suposto plano comunista para tomar o poder no Brasil.

Para quem prestou atenção as aulas de História do ensino médio, pelo menos, vivíamos o período do fascismo e do nazismo, cuja essência se fundamentava no totalitarismo, onde o Estado, e em última instância o chefe de Estado deveria controlar tudo e todos,

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apelando para a homogeneização da sociedade e usado como forma de controle social o medo a um grau extremo, onde todos passam a vigiar a todos e todos se sentem vigiados e intimidados por todos.

Getúlio percebeu o temor relativo aos tempos instáveis de guerra, que vinham da Europa, mesmo aqui no Brasil. Percebeu o MEDO.

Portanto, em 1937 é promulgada uma nova constituição, a nossa quarta carta, que reforça o centralismo e a autoridade presidencial, para não sermos tão contundentes e através de um golpe de estado instituiu o Estado Novo que foi apresentado com o objetivo de "Reajustar o organismo político às necessidades econômicas do país" (VARGAS, 1941)

Mas sabemos que você vai insistir: e a saúde? A partir de 1937 o MESP começa a implementar reformas propostas por Capanema (1900-1985), Ministro da Educação e Saúde Pública do governo Getulista, desde 1934.

Reformulando e consolidando a estrutura administrativa e adequando-a aos princípios básicos que haviam sido definidos para a política social do Estado Novo, o ministério passou a se denominar MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E SAÚDE – MES e que aos poucos vai redefinindo, ou ainda melhor, definindo pela primeira vez os rumos para a política de saúde pública. Pode-se dizer que alguém acende uma vela para iluminar um prenúncio de planejamento. Se vocês fizerem as contas isso aconteceu a apenas 63 (sessenta e três) anos atrás. Se um funcionário do MES começou a trabalhar no ministério com 18 (dezoito) anos, ele hoje tem 81 (oitenta e um) anos e grande possibilidade de estar muito bem de saúde e contanto esta história para seus netos.

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