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A inflação dos alimentos em 2020 e seus gatilhos JUNHO DE 2021

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alimentos em 2020 e

seus gatilhos

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BARROS, G.S.C.; CARRARA, A.F.; SILVA, A.F.; CASTRO, N.R. A inflação dos alimentos em 2020 e seus gatilhos.

Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, v. 1, n. 2, junho, 2021.

O ano de 2020 ficará para sempre marcado pelos efeitos nefastos incomensuráveis sob todos os aspectos da pandemia de covid-19. O ano foi marcado também por uma alta da inflação, especialmente de alimentos (13,2% quando se esperava que fosse 10,9%). Grande parte da alta não esperada se deu no segundo semestre, o que veio somar a todos os transtor-nos da crise. Como os preços aos produtores agropecuários (IPPA) cresceram 45,5% no ano (quando se esperava 19,9%), à agropecuária tem sido atribuído praticamente todo aumento da inflação dos alimentos aos consumidores. Neste estudo, apresenta-se uma análise fundamentada dessa questão, buscando-se os gatilhos que desencadearam essa inflação. Neste estudo, a equipe de Macro do Cepea, empregando metodologia que considera um conjunto de fatores que afetam o mercado agropecuário, verificou que, com a globalização acelerada após o ano 2000, aos gatilhos (surpresas com que não se contava) do câmbio e dos preços internacionais (em dólares) pode-se, em média, atribuir 40% das variações po-sitivas ou negativas inesperadas dos preços agropecuários. Em 2020, somente esses dois fatores teriam feito a alta em IPPA ser de 33,5%. O efeito do menor crescimento da agropecuária faria esse aumento chegar a 37,7%. Outros fatores como frete e o aquecimento da demanda no segundo semestre contribuíram para o aumento afinal observado de 45,5%. Quanto ao aumento do custo da alimentação em 2020, o estudo mostra que câmbio e preços internacionais em dólares teriam feito a inflação dos alimentos chegar a 15,4%. Considerando-se o choque de produção agropecuária, essa inflação chegaria a 16,5%. A recessão (com queda de emprego e renda) impediu que isso acontecesse, ficando, então, a taxa em 13,2%

SUMÁRIO EXECUTIVO

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ano de 2020 ficará marcado como o ano da pandemia de covid-19, ainda em an-damento, com imensos custos sociais e econômicos. A evolução da inflação também não foi favorável, tendo alcançado 4,52% – sendo 3,1% somente no último trimestre – se medida pelo IPCA calculado pelo IBGE. As causas da ocorrência dessa alta inesperada na inflação foram detalhadamente discutidas em Barros, Carrara, Silva e Castro (2021).

Neste artigo, o objetivo é entender a evolução especificamente do custo da ali-mentação para o consumidor, medido pelo IPCA_AL (parte do IPCA referente a alimentos e bebidas), calculado pelo IBGE, que alcançou a marca de 14,1% em 2020, taxa bastante alta especialmente num ano em que a econo-mia funcionou muito abaixo de sua capacida-de, com elevado desemprego e queda do PIB.

Aumentos na inflação são males com que a sociedade tem de conviver, tomando pre-cauções para minimizá-los. Contratos, formais e informais, entre agentes econômicos envol-vendo como partes somente empresários ou empresários e trabalhadores, procuram incor-porar previsões da inflação de forma a manter os valores reais estabelecidos. Entretanto, em-presário e trabalhadores ficam desprotegidos quanto a variações não antecipadas na inflação. Nesses casos, tais mudanças prejudicam direta-mente uma das partes. No caso de aumentos não antecipados na inflação, a parte vendedo-ra (um empresário ou um tvendedo-rabalhador) perderá por receber menos do que valor real que tinha em mente. Na situação oposta – de quedas de inflação –, os compradores é que perdem. Na

verdade, mudanças não esperadas na inflação podem prejudicar a sociedade em geral, porque as decisões são tomadas com base em informa-ções esperadas de preços e salários que não se verificam. Por exemplo, um comprador de um insumo – via contrato – que, no evento de uma alta não esperada da inflação, acabou pagando menos que o preço de mercado (no vencimento do contrato) teria comprado mais desse insumo e produzido mais se tivesse previsto tal alta. Assim, há uma distorção nos preços relativos.

Por essas razões, neste artigo é dada igual importância aos comportamentos es-perados e não eses-perados da inflação dos ali-mentos. Ademais, explicitam-se os fatores re-lacionados à inflação (FRIs) de alimentos no Brasil, de acordo com modelo econômico usa-do pela equipe de macroeconomia usa-do Cepea:

(a) discute-se o cenário macroeconô-mico antecipado para 2020 e como cada FRI teria contribuído para a inflação esperada e (b) avalia-se com quanto cada um dos FRIs contribuiu para o desvio da in-flação observada daquela que era espera-da, ou seja, para a inflação não esperada.

No ano de 2020, conforme dados do IBGE, 6,5 milhões de pessoas perderam o em-prego. Desse contingente, 5,9 milhões deixaram de procurar ocupação, abandonando a força de trabalho. O PIB acabou caindo 4,1%, uma queda bem mais suave do que sugeriam as pre-visões feitas no primeiro semestre. Para essa suavização foi determinante a injeção de recur-sos públicos direcionados a socorrer pessoas, empresas e governos estaduais e municipais,

A inflação dos alimentos em 2020 e seus gatilhos

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da ordem de R$ 416 bilhões (5,6% do PIB), ocorrida no segundo semestre e re-latada pelo Portal da Transparência.

Esses recursos mais o relaxamento, apro-priado ou não face à evolução da pandemia, das medidas de distanciamento social permitiram, no segundo semestre, um relativo aquecimento da economia e elevação da demanda, principal-mente de alimentos. Em 2020, o mercado pecuário no Brasil esteve firme. O volume agro-pecuário cresceu 2,5%, sendo que o volume de grãos avançou 4,3% e o da pecuária caiu 1%. O volume exportado de produtos agropecuários, por sua vez, aumentou 8,7% em 2020, deixan-do o mercadeixan-do interno relativamente apertadeixan-do.

Uma grande desvalorização cambial (perto de 30%) – relacionada, principalmente aos desarranjos da política econômica interna e eventos externos de variada natureza – in-centivou a exportação, aproveitando a onda de aquecimento da demanda externa, que absor-veu parte da produção nacional de commodi-ties. Os preços de commodities agropecuária aumentaram quase 9% em dólares em 2020, de acordo com o FMI. O ano foi também mar-cado por fortes movimentos nos preços do petróleo e seus derivados: uma queda profun-da no primeiro semestre, quando a pandemia derrubou inesperadamente a demanda mun-dial, seguida de firme recuperação decorrente de retomada relativamente forte da econo-mia global, graças a substanciais dispêndios e expansão monetária dos governos em geral.

A seguir, numa primeira etapa, serão analisadas as previsões dos comportamen-tos em 2020 do IPCA_AL e de seus fatores determinantes, previsões essas feitas pelo Cepea com base em informações do final de

2019 (antes do conhecimento e verificação da pandemia). São fatores que podem de-sencadear variações da inflação, mas que não necessariamente estão explicitados nos bens e serviços adquiridos pelo consumidor.

Por exemplo, o preço das carnes pode se elevar unicamente devido ao aumento do câmbio (R$/US$). Mas esse choque atua nas ca-deias produtivas com efeitos pouco transparen-tes ao analista e ao consumidor. Assim, a alta do dólar vai encarecer as rações (cujas maté-rias-primas são exportadas), o que, por sua vez, vai aumentar os custos de produção e os preços dos animais ao produtor. Some-se a isso, o fato de que as exportações de carnes tornar-se-ão mais atraentes, resultando em menor disponi-bilidade interna. Ademais, o dólar mais caro vai elevar o preço dos combustíveis (que segue de perto a cotação da moeda norte-americana), como o diesel, com efeito direto sobre o frete. Preços dos animais mais altos ao produtor e fre-te mais caro levarão a aumento dos preços das carnes ao consumidor. Numa avaliação super-ficial, a alta da inflação será atribuída à carne, quando, na verdade, terá se devido ao aumen-to do dólar, como resulta da análise do Cepea.

Numa segunda etapa, examina-se como e por que as previsões do comportamen-to dos facomportamen-tores relacionados à inflação (FRIs) se frustraram (ou não) diante do cenário tão atípico de 2020. Com isso, serão identificados quais GATILHOS (mudanças não esperadas naqueles fatores) efetivamente desencadea-ram uma inflação de alimentos diferente da que era esperada. E em que medida o fizeram.

Ver: http://www.portaltransparencia.gov.br/coronavirus

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Vários desses gatilhos (como os

macro-econômicos, entre eles, o câmbio), emb-ora pareçam, à primeira vista, não

rela-cionados ao setor agropecuário, podem impactar tanto o custo da alimentação como de outros itens de consumo das famílias.

Fatores relacionados à inflação dos alimentos

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om base no Modelo Econômico de Aná-lise de Inflação do Cepea , a inflação dos alimentos (IPCA_AL) determina-se num contexto em que atuam e interagem vários fa-tores relacionados à inflação (FRIs). O conjunto desses FRIs é organizado da seguinte maneira: (a) para captar efeitos do mercado externo, consideram-se os seguintes FRIs: 1. Preços In-ternacionais de Commodities Agropecuárias (Índice F&B, para alimentos e bebidas, calcu-lado pelo FMI), 2. Taxa de Câmbio (CÂMBIO: R$/US$, divulgado pelo Ipeadata), 3. Preço do Diesel (DIESEL, calculado pela ANP), associado ao preço internacional do petróleo e ao câmbio. (b) para captar efeitos do mercado interno, os FRIs são: 1. Hiato do Produto (HIATO: diferença entre o PIB observado e o PIB potencial, calcu-lado pelo IFI do Senado Federal ), 2. Expecta-tiva da Inflação Futura (EXPEC, levantada pela pesquisa FOCUS do Banco Central), 3. Preços ao Produtores Agropecuários do Brasil (IPPA, incluindo grãos, produtos da pecuária, horti-frutícolas e cana e café, calculado pelo Cepea).

A Figura 1 apresenta uma síntese dos possíveis relacionamentos entre as va-riáveis que afetam direta e indiretamente o IPCA_AL. Esses efeitos podem ser contem-porâneos ou ocorrer com alguma defasagem.

Para que se possa aquilatar a relevância das inter-relações estabelecidas por esse modelo, pode-se mencionar que a equipe de macroeco-nomia do Cepea realizou pesquisas, para o perí-odo 2000/2020, tratando da recorrência e da in-tensidade com que os FRIs impactam o IPCA_AL.

Os resultados para o período entre 2000 e 2020 demonstraram que em termos de recorrência, predominaram os efeitos do CÂMBIO (tipicamente, em torno de 21% das variações não esperadas na inflação de ali-mentos ao consumidor se devem ao CÂM-BIO) e IPPA (19%) . A expectativa de inflação (EXPEC) vem em terceiro lugar, com recorrên-cia de 9%. Isso significa que CÂMBIO, IPPA e EXPEC são os FRIs que mais provocam varia-ções não antecipadas em IPCA_AL. Os de-mais FRIs ficam em torno de 2% a 5% cada.

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O modelo é estimado pelo procedimento VAR, com decomposição da variância dos erros de previsão e estimação das respostas a impulsos não antec-ipados das variáveis sobre o IPCA_AL. Os resultados reportados se referem à análise de decomposição histórica dos erros de previsão. Ver Blanchard, O., J. Gali. (2007) e Enders, W. (2004).

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Para metodologia de estimação do hiato ver Orair e Bacciotti (2018). Para dados ver: https://www12.senado.leg.br/ifi/dados/arquivos/estimati-vas-do-hiato-do-produto-ifi/view.

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Tecnicamente, esses percentuais indicam a proporção da variância dos erros de previsão em IPCA_AL atribuíveis a esses FRIs. 4

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Figura 1 - Inter-relações entre os fatores relacionados à inflação (FRIs) do IPCA_AL Em termos de intensidade, em torno de

um décimo de um choque no CÂMBIO é trans-mitido diretamente, em um trimestre, ao IPCA_ AL. A transmissão de choques do IPPA é maior: um sexto . Os estudos do Cepea mostram ainda que o IPCA_AL (assim como o IPCA global) é altamente sensível a choques em EXPEC, que ocorrem com menor frequência, mas com im-pacto de alta intensidade alcançando a forma de overshooting, ou seja, um choque em EXPEC ocasiona choques mais do que proporcionais na mesma direção nos índices ao consumidor. Daí o extremo cuidado das autoridades mon-etárias para manter as expectativas estabiliza-das. No caso do Brasil, são usados, para esse fim, os reajustes diretos na taxa de juros Selic pelo Banco Central, cuja meta em 2021 voltou a ser reajustada para cima, rompendo tendên-cia de estabilidade ou queda de seis anos.

Olhando agora para os fatores que afetam o IPPA especificamente, os estudos do

Cepea, considerando-se o período de 2000 a 2020, indicam que, num trimestre qualquer, o CÂMBIO responde por 20% das variações em IPPA. F&B responde por outros 20%. Esses dois choques externos respondem, portanto, por um total de 40% das variações em IPPA. Tendo em conta os demais FRIs (menos im-portantes), pode-se dizer que, ao longo de um período de 12 trimestres, apenas metade das variações normalmente observada em IPPA pro-cede de choques do próprio setor agropecuário (como quebras de safra e super-safras).

Tratando da intensidade dos choques sobre o IPPA, os estudos do Cepea indicam que perto de 30% de um choque ocorrido no CÂMBIO se transmite ao IPPA no mesmo trimes-tre. Tem-se também que 47% de um choque em F&B vão para o IPPA; o restante do aumento em F&B (53%) é consumido pela valorização cam-bial de mais de 60% que ocorre nessas ocasiões.

Esses valores se referem às respostas a impulsos não esperados das variáveis mencionadas. 5

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Com base no modelo ilustrado na

Fig-ura 1, seguem-se duas análises refer-entes especificamente ao ano de 2020: 1) das previsões do FRIs para os quatro tri-mestres de 2020 com base nas informações disponíveis até o quarto trimestre de 2019 e 2) dos choques não esperados nos FRIs, choques esses que atuam como gatilhos,

gerando inflação diferente da esperada. Assim, na primeira análise exami-na-se o que os FRIs levavam a prever a re-speito do IPCA_AL. Na segunda análise, o foco recai sobre os gatilhos (mudanças não antecipadas nos FRIs) que foram efetiva-mente disparados e quais seus efeitos so-bre a parte da inflação que não se previa.

Inflação de alimentos projetada, em 2019, para

2020

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a Figura 2 são apresentadas as taxas de crescimento esperadas, em 2019, para os trimestres e para o ano de 2020 todo, dos FRIs e da inflação dos alimentos. Para o primeiro trimestre de 2020 (2020T1), projetavam-se altas relativamente importantes (em torno de 5% em relação ao trimestre anterior: 2019T4) para o CÂMBIO e o IPPA. Esperava-se também que o DIESEL subisse 2,4%. Os demais FRIs apresentariam mudanças relativamente pequenas. Como consequência, esperava-se uma elevação no IPCA_AL de 2,27% no respetivo trimestre.

Para os demais trimestres de 2020, po-de-se resumir as previsões da seguinte forma. No segundo trimestre, ocorreriam altas mais importantes em IPPA (4,4%), CÂMBIO (3,8%) e DIESEL (2,5%) e, como consequência, o IPCA_ AL subiria 2,74%. Os mesmos FRIs continuariam operando no terceiro trimestre, ainda com IPPA liderando as altas, mas agora com DIESEL supe-rando o CÂMBIO. O IPCA_AL aceleraria, então, para 3,53%. Para o quarto trimestre,

espera-va-se intensificação das altas nesses três FRIs (DIESEL, CÂMBIO e IPPA, nessa ordem); porém, uma expressiva queda era esperada em F&B (-4,75%) levando, como resultado, a uma desa-celeração da inflação dos alimentos para 2,32%.

Em função dessas projeções trimes-trais, esperava-se um aumento acumulado de 10,9% no IPCA_AL em 2020 . Os FRIs mais influentes teriam sido: IPPA (que teria um au-mento acumulado de 19,9% no ano), segui-do de CÂMBIO (18,3%) e DIESEL (15,8%).

Interpretando o cenário macroeconô-mico que embasava as previsões para 2020, pode-se dizer que se admitia que a atividade econômica seguiria relativamente estável com pouca expressividade dos movimentos do HIA-TO. Com isso, esperavam-se poucas mudanças na política macroeconômica, especialmente na estratégia em vigor de baixa taxa de juros. A atuação do Banco Central lastreava-se num benigno comportamento das expectativas de inflação (EXPEC) dos agentes econômicos.

A taxas acumuladas no ano apresentadas no texto consideram taxas instantâneas as taxas trimestrais. As taxas instantâneas são mais adequadas quando o tratamento estatístico dos dados envolve logaritmização. Taxas instantâneas (ri) e discretas (rd) são relacionadas como , onde ln é o logaritmo neperiano (ou logaritmo natural).

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10,9 -3,7 18,3 15,8 2,8 3,7 19,9 -10 -5 0 5 10 15 20 25 T1 T2 T3 T4 2020

IPCA_AL F&B CÂMBIO DIESEL HIATO EXPEC IPPA

Figura 2 - Projeções do IPCA_AL e seus GATILHOS para os trimestres (em pontos percentuais) e o acumulado (%) do ano de 2020, com base em informação até 2019

A alta do DIESEL em reais era uma tendência que já se vinha ocorrendo há vários anos à base de 8% ao ano.

A moeda brasileira continuaria marchando para desvalorização – seguin-do uma tendência de taxa média anual aci-ma de 10% em boa parte dos últimos cinco anos – explicável pelo período de certa cal-maria nos preços de commodities e pelos ju-ros em queda, que provavelmente iria

com-pletar seu quarto ano consecutivo em 2020. A aceleração que resulta da interação de choques de oferta do CÂMBIO e DIESEL com seus efeitos sobre o IPPA – mesmo em ano de safra dentro da normalidade – leva a um movimento de retroalimentação ou mul-tiplicador com forte potencial inflacionário. O modelo do Cepea previa uma alta do IPCA pleno acima de 6,3%, expressiva aceler-ação em relaceler-ação à taxa de 2019, de 4,3%.

Inflação de alimentos observada em 2020

A

Figura 3 apresenta os valores observados das taxas de crescimento dos FRIs para o caso dos alimentos e também do IPCA_ AL nos trimestres e no total acumulado do ano.

O primeiro trimestre foi marcado por um aumento (desvalorização) da taxa de câm-bio brasileira de 8,0%. O IPPA cresceu 5,1%. No segundo trimestre, os destaques foram nova desvalorização cambial, agora de 19%, e uma

queda no DIESEL, de 20,5%. A atividade eco-nômica caiu 7,2% (medida pelo HIATO), con-tribuindo no sentido de redução do IPCA_AL.

No terceiro e no quarto trimestres, o DIESEL se recupera, com aumentos de 9,9% e 18,3%, enquanto o IPPA o faz a 14,4% e 21%. No terceiro trimestre, há um aquecimento da atividade (HIATO) de 11,5%, que permanece em menor grau no quarto.

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13,28,3 27,1 5,0 8,9 3,0 45,5 -30 -20 -10 0 10 20 30 40 50

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T2

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T4

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IPCA_AL F&B CÂMBIO DIESEL HIATO EXPEC IPPA

Figura 3 - Valores Observados do IPCA_AL e seus GATILHOS em pontos percentuais para os trimestres e o acumulado percentual do ano de 2020

Os gatilhos da inflação de alimentos em 2020

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ota-se, desde já, comparando os dados das Figuras 3 e 2, que o IPCA_AL sofreu um aumento inesperado de 2,3% (13,2% menos 10,9%). A análise procede examinando--se as diferenças entre o observado e o espera-do para cada um espera-dos FRIs, as quais denomina-mos como GATILHOS da inflação de alimentos.

Na Figura 4, começa-se examinando o gatilho representado pelos preços internacio-nais (F&B), na parte inferior do primeiro retân-gulo. Vê-se que F&B surpreendeu duas vezes de forma mais importante em 2020: 1) no segundo

trimestre, com uma queda de 5% em relação ao esperado, que pode ser associada a uma imediata queda de 0,36 ponto percentual (pp) no IPCA_AL; 2) no quarto trimestre, com um avanço de 14,25%, levando a alta de 0,62 pp ao consumidor. Embora se faça essa associação imediata entre gatilhos e impactos inflacioná-rios, um gatilho, na maioria dos casos, não tem seus feitos esgotados no período em que ocor-reu, podendo perdurar por outros períodos, so-mando-se aos novos gatilhos que são dispara-dos por outros FRIs. No balanço do ano Em consequência desses movimentos

dos FRIs, o IPCA_AL totalizou um aumento de 13,2% em 2020 . Os destaques entre os

FRIs no ano foram: IPPA com 45,5%; CÂMBIO com 27,1%; O HIATO vem em seguida com 8,9%, F&B com 8,3% e DIESEL, 5,0%.

Como mencionado na nota anterior, a acumulação por taxas trimestrais tomadas como discretas levaria o IPCA_AL a uma variação total anual de 14,11% em vez de 13,2%. As análises que tratam da composição dessas taxas não são prejudicadas por essa diferença de definição. O que importa é que seja empregado o mesmo conceito em todas as etapas das análises.

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ano, F&B, enquanto gatilho, surpreendeu com um alta de 12,06%, sendo que se esperava uma queda de 3,79% (Figura 2), de forma que sua taxa observada foi de 8,3%. O gatilho representado por F&B contribuiu para uma inflação dos alimen-tos 0,8 pp acima do esperado em 2020.

O próximo FRI analisado é o CÂMBIO, que foi bastante ativo em produzir surpre-sas (disparar gatilhos): altas não esperadas de 3,05% e de 15,14% no primeiro e

segun-do trimestres, respectivamente. No terceiro e no quarto trimestres, houve quedas cambiais (valorizações) não antecipadas de 3,45% e 5,97%. Os efeitos trimestrais não antecipados no IPCA_AL foram de 0,6 pp, 1,61 pp, 1,17 pp e 0,40 pp. Vê-se que a queda do câmbio, no segundo semestre, levou a uma desaceleração da inflação e não a uma queda do IPCA_AL, em razão dos efeitos residuais das altas anteriores.

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0,17 -0,36 0,36 0,62 0,80 -1,5 -1,0 -0,50,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 T1 T2 T3 T4 2020 IPCA_AL 0,60 1,61 1,17 0,40 3,79 -1,5 -1,0 -0,50,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 T1 T2 T3 T4 2020 IPCA_AL 0,05 -1,36 -0,98 1,10 -1,19 -1,5 -1,0 -0,50,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 T1 T2 T3 T4 2020 IPCA_AL 1,55 -5,00 1,26 14,25 12,06 -25 -20 -15 -10-5 0 5 10 15 20 25 30 T1 T2 T3 T4 2020 F&B 3,05 15,14 -3,45 -5,97 8,77 -25 -20 -15 -10-5 0 5 10 15 20 25 30 T1 T2 T3 T4 2020 CÂMBIO -5,03 -23,04 5,62 11,66 -10,79 -25 -20 -15 -10-5 0 5 10 15 20 25 30 T1 T2 T3 T4 2020 DIESEL -0,38 -0,32 -0,44 0,92 -0,21 -1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 T1 T2 T3 T4 2020 IPCA_AL -0,06 -0,31 -0,30 -0,42 -1,10 -1,5 -1,0 -0,50,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 T1 T2 T3 T4 2020 IPCA_AL 0,33 0,02 -0,01 0,72 1,07 -1,5 -1,0 -0,50,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 T1 T2 T3 T4 2020 IPCA_AL -1,49 -7,65 10,00 5,25 6,11 -25 -20 -15 -10-5 0 5 10 15 20 25 30 T1 T2 T3 T4 2020 HIATO -0,11 -0,70 0,09 0,00 -0,72 -25 -20 -15 -10-5 0 5 10 15 20 25 30 T1 T2 T3 T4 2020 EXPEC 0,09 0,78 9,54 15,25 25,67 -25 -20 -15 -10-5 0 5 10 15 20 25 30 IPPA

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No saldo do ano de 2020, o CÂMBIO foi um gatilho que acumulou uma alta não espera-da de 8,8%, responsabilizando-se por aumento também não esperado no IPCA_AL de 3,79 pp (4,5 vezes o impacto de F&B). Notar, na Figura 2, que se projetava alta de 18,3% no CÂMBIO em 2020. Como houve um gatilho acumula-do de 8,8% não esperaacumula-dos, a desvalorização ocorrida foi 27,1% como aparece na Figura 3. Quanto ao FRI DIESEL, nota-se que contribuiu para uma queda na inflação dos alimentos de 1,19 pp no acumulado do ano de 2020. Observando-se sua evolução, con-stata-se que DIESEL teve quedas não anteci-padas nos dois primeiros trimestres de 5,03% e 23,04%. São reduções que abatem as altas projetadas indicadas na Figura 2, de 2,40% e 2,53%, resultando nas quedas observadas de 2,63% e 20,51% que aparecem na Figura 3. Nos dois últimos trimestres, os gatilhos asso-ciados ao DIESEL foram positivos, de 5,6% e 11,7%, mas o impacto inflacionário dessas sur-presas só aparece no último trimestre (1,1%). No ano, o gatilho DIESEL produziu uma que-da na inflação dos alimentos de 1,19 pp. No-tar que se projetava alta de 15,8% em DIESEL em 2020, mas acabou havendo uma queda não esperada de 10,8%, de sorte que DIESEL observado teve uma alta de 5% (Figura 3). Examinando-se os resultados para o HI-ATO, nota-se que as projeções indicavam uma pequena alta de 2,8% e observou-se a cifra de 8,9% em 2020, tendo havido choque não ante-cipado de 6,1%. Dois saltos positivos ocorreram nos últimos dois trimestres do ano: 10% e 5,25% (quando se esperava 1,49% e 0,59%). Tais au-mentos se relacionaram à pandemia, cujo ger-enciamento levou a um aquecimento da econo-mia no segundo semestre em relação ao padrão imposto pela pandemia do primeiro semestre. Há um aumento na oferta no terceiro trimestre (com efeito negativo em IPCA_AL), devido ao

relaxamento das medidas sanitárias. No quarto trimestre predominou o aumento da demanda, favorecido pelo auxílio emergencial, permitindo maior uso da capacidade proporcionada em boa parte das atividades. O saldo do ano apon-ta para um aumento não esperado do HIATO de 6,1%, com efeito de reduzir o IPCA_AL em 0,21 pp. Esse aumento do HIATO relaciona-se à forte elevação do PIB no segundo semestre. O PIB havia recuado cerca de 11% no primeiro semestre e recuperou 11% no segundo (sempre em relação ao mesmo período do ano anterior). Em relação a 2019, o PIB acabou caindo 4,1%. Com relação a EXPEC, não houve qualquer choque importante em relação ao que se antecipava. Em que pese a evolução tumultuada do CÂMBIO, DIESEL e IPPA, sem resposta da autoridade monetária, as expec-tativas permaneceram ancoradas – sem mu-danças importantes –, implicando substancial confiança no acerto da política que vinha sendo aplicada para o alcance da meta de inflação. Somente já no último trimestre, EXPEC ensaia uma elevação para novo patamar que viria a se confirmar no primeiro trimestre do novo ano, o que motivaria a atuação do Banco Central no reajuste para cima na taxa Selic, de forma a conter expectativas aceleracionistas da in-flação. Porém, enquanto a inflação do IPCA anualizada aumentava 2,30 pp no segundo se-mestre de 2020, EXPEC subiu apenas 0,88 pp.

Passa-se agora a tratar dos efeitos de IPPA sobre IPCA_AL em 2020. Antecipava-se uma alta trimestral média entre 4% e 5% para os preços aos produtores, resultando numa taxa acumulada no ano de 19,9%. Porém, o que se observou foram saltos em IPPA no terceiro e no quarto trimestres, de 14,4% e 20,9%. Ou seja, os gatilhos de IPPA foram os cho-ques não antecipados, de 9,54 pp e 15,25 pp.

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Assim, em vez dos 19,9% esperados, ocorreu

uma alta de 45,5%. Ou seja, IPPA subiu 25,7 pp não esperados. O reflexo no IPCA_AL foi de 0,72 pp no quarto trimestre, a que se somou à pequena alta de 0,34 pp no primeiro trimestre, acumulando-se uma elevação não antecipada de 1,07 pp atribuída aos aumentos em IPPA.A Figura 5 ajuda a explicar por que tendo sofrido um aumento não esperado de 25,7%, o gatil-ho do IPPA contribuiu com apenas 1,07 pp no aumento não esperado de 2,35% na taxa do IPCA_AL. Como mostra a Figura 5, apenas 4,1 pp dos 25,7% de aumento no IPPA se deveram ao próprio IPPA (ou seja, ao setor agropecuário, o que corresponde a 16% da variação não espe-rada em IPPA). Vê-se que o CÂMBIO contribuiu com 9 pp (ou 35% da alta no IPPA), sendo o principal fator a explicar a alta dos produtos

agropecuários. A seguir vêm F&B com 4,6 pp (ou 18% da alta em IPPA), o DIESEL com 3 pp (12%), o HIATO com 2,5 pp, e EXPEC com 2,8 pp.

4,6 9,0 3,0 2,5 2,8 4,1 -5 0 5 10 15 20 25 30

F&B CÂMBIO DIESEL HIATO

EXPEC IPPA IPAC_AL

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Finalmente, na Figura 6 se apresenta a decomposição do aumento não esperado ocorri-do em IPCA_AL, que foi de 2,35%. Três gatilhos atuaram no sentido de aumentar o IPCA_AL: o IPPA (com 1,07 pp), o CÂMBIO (3,79 pp) e F&B (0,80 pp). Os outros quatro gatilhos atuaram para redução da taxa não esperada de cresci-mento de IPCA_AL: DIESEL (-1,19 pp), HIATO (- 0,21 pp), EXPEC (-1,10 pp) e IPCA_AL (-0,79 pp). Este efeito de IPCA_AL nele próprio é inter-pretado como o efeito de uma desaceleração na indexação (tentativa de recomposição de preços devido a altas passadas), em razão da queda da demanda que ocorreu em quase todo o ano. Novamente se observa que o CÂMBIO (com 3,79 pp) foi o principal gatilho da inflação dos alimentos em 2020, contribuindo com 2,72

pp a mais do que IPPA (1,07 pp). Essa inflação do IPCA_AL acabou menor do que a esperada, devido ao comportamento do DIESEL, cujo preço teve queda não esperada importante de 10,8 pp, em razão da redução de demanda mundi-al associada à pandemia no primeiro semestre. No acumulado do ano, o DIESEL ainda acabou tendo aumento de preço (de 5%, quando se esperava 15,8%). Salienta-se ainda o efeito re-dutor de inflação decorrente da moderação das expectativas de inflação (EXPEC). Sua taxa foi de 3% quando se esperava 3,7%. A diferença parece pequena, porém, aumentos de EXPEC tendem a repercutir sobre o IPCA e IPCA_AL com um efeito multiplicador (overshooting). A inflação no Brasil é muito sensível, portanto, a mudanças em suas expectativas.

0,80 3,79 -1,19 -0,21 -1,10 1,07 -0,79 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7

F&B CÂMBIO DIESEL HIATO EXPEC IPPA IPAC_AL

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ste artigo buscou contribuir para a terpretação do comportamento da in-flação dos alimentos (IPCA_AL) no ano de 2020. Quando se investigam os fatores que realmente foram responsáveis pela in-flação, as explicações tornam-se bem mais complexas e intrincadas do que as análises feitas na ponta do consumidor consideran-do seus gastos por item adquiriconsideran-do no varejo.

Houve um efeito dos produtos agro-pecuários sobre o custo da alimentação da população brasileira (IPCA_AL), cuja alta foi dimensionada em 13,2% em 2020. Esse dado é imediatamente associado à elevação de 45,5% nos preços aos produtores agropecuá-rios (IPPA), sendo possível obter tais informa-ções por produto específico de origem no setor.

Pelos procedimentos metodológicos empregados pelo Cepea, já se antecipava, em 2019, um aumento de 10,9% no IPCA_AL em decorrência do cenário macroeconômico, especialmente o CAMBIO, que normalmente responde pela maior parte das oscilações no IPCA_AL, secundado pelo IPPA. A expectativa de inflação (EXPEC) embora varie menos fre-quentemente tem potencial elevado de influen-ciar a inflação. Historicamente, um décimo da alta do CAMBIO e um sexto da do IPPA são transmitidos diretamente ao IPCA_AL, dentro de um trimestre. Na apuração do observado em 2020, constatou-se que ambos os fato-res apfato-resentaram alta em excesso ao que era esperado: o CAMBIO, 8,8% e o IPPA, 25,7%. A análise aqui reportada calcula que 4,1 pp desse aumento no IPPA foi devido ao efeito resultante de variações no contexto da produção e oferta interna da agropecuária. O grosso do aumento em IPPA se deveu ao

CAM-BIO (9 pp) e a F&B (4,6 pp). O DIESEL contri-buiu com 3 pp., EXPEC e HIATO também tiveram (menor) participação no aumento de IPPA. Em vista desse balanço, o aumento em IPPA res-ponde por apenas 1,07 pp da inflação de ali-mentos não esperada. O CAMBIO entrou com 3,8 pp (3,6 vezes o impacto de IPPA). Na ver-dade, o impacto do CAMBIO vai além de sua contaminação em IPPA, atingindo todos os bens e serviços exportáveis e importáveis. Juntando os efeitos do CAMBIO e dos preços internacio-nais (F&B) vê-se que ambos contribuíram com 4,59 pp para a alta do IPCA_AL. Felizmente, os moderados comportamentos do DIESEL e de EXPEC agiram no sentido de conter a infla-ção. Isso se deveu ao impacto da crise recessiva sobre o mercado dos combustíveis no primei-ro semestre de 2020 e à relativa estabilidade de EXPEC, denotando confiança do mercado na condução da política monetária no Brasil.

De qualquer forma, independentemen-te das causas aparenindependentemen-tes ou reais de IPCA_AL, ao consumidor, especialmente aos mais pobres, coube suportar um aumento substancial do cus-to de vida. Grande parte do problema poderia ter sido evitado se as condições subjacentes aos movimentos do CAMBIO pudessem ter sido dife-rentes. Está, como se sabe, aí incluída a redução da insegurança (ou risco) de origem não somente econômica como também política e institucional. São, há muito, esperadas reformas que dessem ao Brasil um ambiente de negócios mais favorável aos investimentos nacional e es-trangeiro, atraídos pelas perspectivas de maior crescimento econômico lastreado na sustenta-bilidade fiscal, na produtividade e na eficiência e, igualmente importante, previsibilidade.

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Medidas conjunturais encetadas pelo Ban-co Central para suavizar a difusão pela economia dos choques de oferta, inclusive de origem cambial, têm como efeito colat-eral de agravar a evolução da dívida públi-ca e comprometer a recuperação econômipúbli-ca.

Enquanto esses problemas estruturais não são resolvidos, o país precisa proteger sua

população mais pobre das consequências des-sa prolongada procrastinação. Um programa dinâmico de transferência de renda, institucion-alizado e calibrado para a realidade socioeco-nômica do Brasil, é indicado para que a dramat-icidade das ocorrências de 2020 não se repita.

BARROS, G.S.A.C., A.F. CARRARA, A.F. SILVA, N.R. CASTRO. 2021. O que provocou o re-pique da inflação em 2020? Disponível em:

https://www.cepea.esalq.usp.br/br/re- leases/macro-cepea-o-que-provocou-o-repique-da-inflacao-em-2020.aspx.

BLANCHARD, O., J. GALI. 2007. Real Wage Rigidities and the New Keynesian Mod-el. Journal of Money, Credit and Bank-ing, Supplement to Vol. 39 (1): 35-65.

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Referências

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