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Inserções das energias alternativas nas matrizes energéticas, cotejando com população, PIB, consumo de energia, outras energias e emissão de CO2, em 88 países

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Academic year: 2017

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INSERÇÕES DAS ENERGIAS ALTERNATIVAS NAS

MATRIZES ENERGÉTICAS, COTEJANDO COM

POPULAÇÃO, PIB, CONSUMO DE ENERGIA,

OUTRAS ENERGIAS E EMISSÃO DE CO2, EM 88

PAÍSES.

Autora: Eliene Muniz de Matos Navarro

Orientador: Prof. Dr. Benjamin Miranda Tabak

(2)

ELIENE MUNIZ DE MATOS NAVARRO

INSERÇÕES DAS ENERGIAS ALTERNATIVAS NAS MATRIZES ENERGÉTICAS, COTEJANDO COM POPULAÇÃO, PIB, CONSUMO DE ENERGIA, OUTRAS

ENERGIAS E EMISSÃO DE CO2, EM 88 PAÍSES.

Tese apresentada ao curso de Pós-Graduação

Stricto Sensu em Economia, da Universidade

Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do título de Doutora em Economia.

Orientador: Prof. Dr. Benjamin Miranda Tabak.

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N322i Navarro, Eliene Muniz de Matos.

Inserções das energias alternativas nas matrizes energéticas, cotejando com população, PIB, consumo de energia, outras energias e emissão de CO2, em 88 países. / Eliene Muniz de Matos Navarro – 2014.

70 f.; il.: 30 cm

Tese (doutorado) – Universidade Católica de Brasília, 2014. Orientação: Prof. Dr. Benjamin Miranda Tabak

1. Economia. 2. Economia regional. 3. Recursos energéticos. 4. Energia – fontes alternativas. 5. Poluição – aspectos econômicos. 6. BRICS. I. Tabak, Benjamin Miranda, orient. II. Título.

(4)

Tese de Autoria de Eliene Muniz de Matos Navarro, intitulada “INSERÇÕES DAS ENERGIAS ALTERNATIVAS NAS MATRIZES ENERGÉTICAS, COTEJANDO COM POPULAÇÃO, PIB, CONSUMO DE ENERGIA, OUTRAS ENERGIAS E EMISSÃO DE CO2, EM 88 PAÍSES”, apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Doutora em Economia, da Universidade Católica de Brasília, defendida em 26 de março de 2014 e aprovada pela banca examinadora constituída por:

Prof. Dr. Benjamin Miranda Tabak Orientador

Universidade Católica de Brasília - UCB

Prof. Dr. Tito Belchior Silva Moreira Examinador Interno

Universidade Católica de Brasília - UCB

Prof. Dr. Leonardo Monteiro Monastério Examinador Interno

Universidade Católica de Brasília - UCB

Dra. Solange Maria Guerra Examinadora Externa Banco Central do Brasil - BACEN

Prof. Dr. Daniel Oliveira Cajueiro Examinador Externo Universidade de Brasília - UnB

(5)

Dedico a minha Tia Maria Dalva (Lia) in memoriam, que sempre acreditou que eu fosse

(6)

Agradeço à Universidade Católica de Brasília – UCB, especialmente ao Professor Benjamin Miranda Tabak, pelo apoio e competência quando me orientou.

Aos meus familiares: Ivan Navarro, pelo apoio e companheirismo constante ao longo de quase três décadas de convivência; aos meus filhos Luzineth, Alessandra e Flávio, pelo amor recíproco que nos une; aos meus descendentes da 2ª geração, Letícia, Luiza, Carolina, Pedro Henrique, Flávio, Luiz Eduardo e Júlia, deixo uma mensagem: “Lutem pelos seus ideais e ajam dignamente para que os sonhos se tornem realidade. Sejam felizes, sendo úteis para vocês e para a sociedade”.

À minha mãe Elvira, mulher “guerreira” na luta da vida; as minhas irmãs e irmãos que partilham as suas vidas comigo, à minha tia Zenaide, de afeto incondicional; aos meus sobrinhos e primos. Sou grata pela convivência e apoio.

Aos profissionais, colegas, amigos e amigas, Zilda Santos Silva, Heloísa Helena Oliveira Barros Rocha, Ana Maria Lazary Teixeira, Elenice dos Santos Costa, Marta Maria de Oliveira Gomes, Nelson José Hubner Moreira, Mauro Martinelli Pereira, Olga Santana Sales, Elias Brito Júnior, Aldo César Vieira Fernandes, Ricardo Novaes Rodrigues da Silva, Josias Pereira Lopes, Christinne Pereira Brasil Siqueira, João Carlos Costa Oliveira, Wellington Rodrigues dos Santos, Ronaldo Soares Salgado, Ulonha Maria de Sousa Gurgel do Amaral e Joana Cordeiro do Nascimento. A todos esses (as) que colaboraram comigo e me apoiaram, os meus sinceros agradecimentos.

Ao Professor Dr. Antônio José Andrade Rocha, a minha gratidão especial, pelo apoio

e incentivo durante a minha vida acadêmica na pós-graduação stricto sensu.

(7)

Em graus variados, quase metade de nossos irmãos humanos ainda vive em um mundo medieval. Um bilhão e meio não têm eletricidade; eles habitam os vastos espaços escuros nas fotos da Terra tiradas por satélites à noite. Três bilhões cozinham sobre fogueiras de madeira fumacenta, esterco e carvão. Mas para os quatro bilhões mais afortunados de nós, no decorrer dos últimos dois séculos, os

combustíveis fósseis mudaram tudo... Sem os

(8)

Referência: NAVARRO, Eliene Muniz de Matos. Inserções das energias alternativas nas matrizes energéticas, cotejando com população, PIB, consumo de energia, outras energias e emissão de CO2 em 88 países. 2014. 70 f. Tese (Doutorado em Economia Regional) – Universidade Católica de Brasília - UCB, Brasília, 2014.

Esta pesquisa teve como finalidade principal investigar como as inserções de energias

alternativas nas matrizes energéticas impactam as emissões de CO2 nos 88 países

pesquisados, no período de 1991 a 2010. Foram utilizados os dados do Banco Mundial (World

Bank). Os resultados obtidos permitiram verificar que, a cada incremento de energia

alternativa na matriz energética, esta contribui para a redução da emissão de CO2 na

atmosfera.

(9)

This research had as its main aim to investigate how the inserts of alternative energies in the

energy mix impact CO2 emissions, in the 88 countries surveyed in the period 1991-2010.

Study used data from the World Bank (World Bank). The results obtained showed that each

increase of alternative energy in the energy mix, it contributes to the reduction of CO2

emission in the atmosphere.

(10)

1 INTRODUÇÃO ... 11

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO... 11

2 OBJETIVOS ... 19

2.1 OBJETIVO GERAL ... 19

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 19

2.3 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ... 19

3 REVISÃO DA BIBLIOGRAFIA ... 21

3.1 CONSULTA A LITERATURA ... 21

3.1.1 Curva de Kuznets Ambiental ... 25

4 REFERENCIAL METODOLÓGICO ... 28

4.1 METODOLOGIA ... 28

4.2 MODELO DE REGRESSÃO COM DADOS EM PAINEL ... 30

4.3 CONSTRUÇÃO DO MODELO ECONOMÉTRICO ... 32

4.4 MODELOS COM EFEITOS FIXOS ... 34

5 ESTUDO DE CASO DO BRICS ... 36

5.1 INTRODUÇÃO ... 36

5.1.1 Países do BRICS ... 36

5.2 OBJETIVO GERAL ... 39

5.3 OBJETIVO ESPECÍFICO ... 39

5.4 JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TEMA ... 39

5.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ... 40

5.6 MATERIAL E MÉTODOS ... 40

5.6.1 Estudo de Caso ... 40

5.7 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 40

5.7.1 Matriz Energética do Brasil ... 42

5.7.2 Matriz Energética da Rússia ... 43

5.7.3 A Matriz Energética da Índia... 43

5.7.4 Matriz Energética da China ... 45

(11)

5.9 CONSIDERAÇÕES FINAIS DOS PAÍSES DO BRICS ... 54

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 55

6.1 ANÁLISES ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS DAS VARIÁVEIS ESTUDADAS NO MODELO ... 55

6.2 ANÁLISE EXPLORATÓRIA ... 56

6.2.1 Primeiro objetivo específico ... 56

6.2.2 Segundo Objetivo Específico ... 58

6.3 RESULTADOS FINAIS ... 62

6.3.1 Terceiro objetivo específico ... 62

7 CONCLUSÃO ... 66

(12)

1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

O modo de vida atual tem como componente significativo à energia, que, da forma como se desenvolveu e vem sendo utilizada nos últimos séculos (final do século XIX, durante o século XX e até o presente), tornou a vida das pessoas que tem acesso a esse recurso, mais cômoda e com maior facilidade até então nunca vistas, principalmente em relação ao uso para as atividades industriais, de saúde, educação, comunicação, residência, trabalho, saneamento básico, lazer e desenvolvimento da tecnologia em geral. De modo que quase tudo depende da energia e o salto de modernidade que se conhece, aconteceu pelo uso dela.

Mas afinal o que é energia? A energia é algo intangível e complexo. Segundo Vecchia (2010), a energia é algo de difícil conceituação, sendo possível expressá-la melhor por intermédio das fórmulas matemáticas:

O conceito de energia deriva de energeia, palavra de origem grega que significa

emanação. Para a física, energia é a capacidade de produzir trabalho e transferir calor ou alterar a matéria. Trabalho é o resultado de uma força sobre o deslocamento de um corpo.

Sabe-se que as fontes de energia existem desde os primórdios, porém o seu desenvolvimento e a sua utilização vêm se dando com maior intensidade, ainda de acordo com Vecchia (2010), a partir de:

Isaac Newton (1642-1727) nomeou força como qualquer agente capaz de produzir o movimento dos corpos; formulou as leis do movimento e conceituou energia potencial e cinética;

Fahrenheit e Celsius criaram as escalas de temperaturas;

Thompson (1753-1814) definiu a conversão de trabalho mecânico em calor; Thomas Yong (1773-1829) cunhou a palavra energia pela primeira vez, em 1807; James Prescott Joule (1818-1889), em 1838 estava preocupado com o funcionamento dos motores elétricos. Em 1840, realizou comparações entre uma e outra forma de produzir o movimento. Realizou experiências e descobriu, com isso, a equivalência entre trabalho e calor para provar que o calor não era um tipo de fluído, e sim um tipo de força. Em 1843, redirecionou suas investigações para as transformações entre diferentes tipos de força (elétrica em calor, mecânica em calor), e descobriu com isso, a equivalência entre trabalho e calor.

(13)

Energia”. Assim, o crescimento econômico procurado pela maioria dos países, provoca o aumento constante da produção de energia em suas diversas formas para atender ao mercado consumidor.

Embora o advento da energia em geral até aqui tenha proporcionado inúmeros benefícios à humanidade, utilizando principalmente o petróleo e seus derivados, carvão e demais combustíveis fósseis, tem provocado também impactos negativos à sociedade e ao

meio ambiente, destacando o aumento na emissão de CO2 na atmosfera. Assim, uma maior

inserção de outras fontes ou formas de produção de energia, que sejam “limpas”, “renováveis” ou “sustentáveis”, conhecidas e denominadas como energia(s) alternativa(s), faz-se necessária para contribuir com o suprimento desse recurso, bem como para reduzir ou minimizar a poluição atmosférica.

Nesse contexto, o mundo vive um dilema a ser enfrentado e, se possível, superado – aumentar a produção de energia, com a finalidade de atender à demanda crescente da sociedade, além de melhorar a qualidade da energia a ser distribuída. As fontes de produção da energia, em geral, têm sido objeto de preocupações e conflitos, tanto do ponto de vista técnico, político e social, quanto econômico e ambiental. O problema é complexo e requer novas ações governamentais e da sociedade organizada que apontem para soluções mais efetivas, no médio e longo prazo. Novos estudos, políticas públicas inovadoras, em conjunto com novas ações dos governos e da sociedade organizada, podem contribuir para a reversão ou minimização desses problemas.

Segundo o resultado e conclusão desta pesquisa, as fontes convencionais de energia

em geral estão diretamente relacionadas à emissão de CO2 na atmosfera, o que remete às

preocupações de estudiosos a respeito das mudanças climáticas, conforme informado no documento do INTERGOVERNMENTAL PANEL ON CLIMATE CHANGE - IPCC (2007). Neste respeito, a produção e consumo de energia oriunda dos combustíveis fósseis que contribuem para a poluição atmosférica, estão atreladas a inúmeras variáveis econômicas e sociais, algumas das quais foram analisadas neste trabalho, conforme dados disponibilizados

pelo Banco Mundial: População, PIB, Consumo de Energia, Emissão de CO2, Outras

Energias e Energias Alternativas, a saber:

(14)

publicações estatísticas de institutos nacionais de estatística, (4) Eurostat: Estatísticas Demográficas, (5) a Secretaria da Comunidade do Pacífico: Estatística e Programa de Demografia, e (6) EUA Census Bureau Internacional.

PIB (em dólares EUA $) - Por preços de aquisição entende-se a soma do valor bruto, acrescentado por todos os produtores residentes na economia, adicionados aos impostos de produtos e subtraídos de quaisquer subsídios não inclusos no valor dos produtos. O cálculo é efetuado sem fazer deduções para depreciação de ativos fabricados ou de esgotamento e a degradação dos recursos naturais. Os dados são em dólares correntes dos EUA. Valores em dólares para o PIB são convertidos de moeda nacional à taxa de câmbio de um único ano oficial. Para alguns países, onde a taxa de câmbio oficial não reflete a taxa aplicada de forma eficaz para transações reais de câmbio, utiliza-se um fator de conversão alternativo.

Consumo de Energia (kt de óleo equivalente) - Uso de energia primária antes de transformação para outros combustíveis de uso final, que é igual à produção interna, acrescida das importações e das mudanças de valores, menos exportações e combustíveis fornecidos a navios e aviões que efetuam transportes internacionais.

Emissões de CO2 (kt) - Emissões de dióxido de carbono são decorrentes da queima de combustíveis fósseis e da produção de cimento. Essas incluem o dióxido de carbono produzido durante o consumo de líquidos e combustíveis de gás sólidos e queima de gases.

Outras Energias - consumo de energia (kt de óleo equivalente) (-) alternativa e energia nuclear (% do uso total de energia).

Alternativa e Energia Nuclear (% do uso total de energia) - Energia limpa é a

energia que não produz dióxido de carbono (CO2) quando gerado ou consumido.

Inclui energia hidrelétrica e nuclear, geotérmica e energia solar, entre outras.

Ao pesquisar os efeitos do CO2 na atmosfera, Costa (2012) informa que o CO2,

dióxido de carbono, apresenta características de regulador da temperatura e é considerado o gás de efeito estufa padrão. E esclarece ainda, que todos os outros gases têm os seus

(15)

Neste trabalho, de acordo com os resultados obtidos, o consumo de energia em geral

está relacionado com a emissão de CO2. Do mesmo modo, à medida que se insere energia(s)

alternativa(s) nas matrizes energéticas dos países, verifica-se que há redução da emissão do

CO2 na atmosfera.

A literatura diz também que os aumentos de População e de PIB elevam a demanda por energia. A produção e utilização nos moldes atuais provocam a emissão de gases de efeito estufa, que contribuem para a poluição atmosférica, um dos impactos socioambientais negativos de grande significância. De fato, a utilização dos combustíveis fósseis e a consequente poluição que provocam, constituem-se em fatores que afetam a qualidade de vida, principalmente nos grandes centros urbanos.

Destarte, para atender a essa demanda, bem como para reduzir a poluição do ar, inúmeros países estão inserindo em suas matrizes energéticas as energias alternativas, que consistem em produzir energia “limpa”, “renovável” e “sustentável”, com o objetivo de abastecer parte significativa do mercado consumidor e reduzir a queima de CO2 na atmosfera. Isto posto alinhado à eficiência energética, deve proporcionar melhor qualidade de vida com menor consumo de energia.

No que tange a essa “nova” forma de produção de energia, denominada de energias alternativas, que começou de forma incipiente a partir do final da década de 70, quando houve a(s) crise(s) do Petróleo, hoje assume novos contornos. As energias alternativas podem não ser a solução definitiva de imediato, mas, no médio e no longo prazo, poderão contribuir significativamente para a redução dos impactos negativos causados pela produção e consumo de energia em geral, reduzindo, paulatinamente, a utilização dos combustíveis fósseis, que não são renováveis e, por conseguinte, não são sustentáveis, entre outros motivos, por provocarem a queima de gases de efeito estufa.

(16)

No contexto energético, inúmeros países, incluindo o Brasil, mesmo que alguns ainda de forma incipiente, adotam-se novas formas e fontes de produção de energia que possam ser alternativas, renováveis e sustentáveis, nos diversos aspectos, social, econômico e ambiental. Embora se tenha conhecimento que as energias alternativas não são soluções definitivas de imediato, pelas dificuldades econômicas, tecnológicas e de garantia energética, comparando-as com a energia convencional, tornou-se necessário estudar a questão, testar novcomparando-as tecnologias, aprimorar experiências, com vistas a aumentar a inserção das energias alternativas nas matrizes energéticas em geral.

Desse modo, nos diversos aspectos das atividades socioeconômicas e ambientais, as energias alternativas começam a tomar lugar de destaque, haja vista os problemas advindos da produção e uso da energia oriunda de fontes não renováveis. Assim, as políticas públicas de incentivo à produção de energia limpa e sustentável, visando o aumento da oferta, sem, contudo, aumentar os impactos negativos à sociedade e ao meio ambiente, é o que urge alcançar na atualidade.

Embora as questões energéticas sejam uma preocupação dos governos e das sociedades em geral, muito ainda está por fazer. Desta forma, foi concebido o presente trabalho, partindo-se do princípio que existem correlações entre População, PIB, Consumo de

Energia, Outras Energias, Emissão de CO2 e as Energias Alternativas no contexto das

matrizes energéticas dos países pesquisados.

Para tanto, essa hipótese foi testada utilizando as metodologias da Análise em Painel e Análise Econométrica, que permitiram traçar cenários estimando a relação entre as variáveis estudadas.

Nesta pesquisa, uma das variáveis consideradas diz respeito às emissões de CO2, que

contribuem para a poluição atmosférica das cidades e do Planeta como um todo. Assim, a

variável resposta desta pesquisa foi a Emissão de CO2.

Essas questões relacionadas à emissão de CO2 na atmosfera foram difundidas com

maior intensidade, quando, por intermédio do Painel Intergovernamental sobre Mudanças

Climáticas – IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change) passou a publicar

(17)

que a poluição atmosférica afeta o clima e altera a temperatura da Terra que já vem aumentando ano a ano.

A Figura 1, de acordo com o Relatório do IPCC/ONU “Novos Cenários Climáticos” (2007) “apresenta a comparação de alterações de escala continental e global observadas na temperatura de superfície com resultados simulados por modelos de clima usando forças naturais e antropogênicas entre 1906 a 2005”, delineando a mudança da temperatura global no decorrer desse período.

Figura 1. Alteração de Temperatura Global e Continental

Fonte: Relatório IPCC (2007).

Portanto, é necessário que as nações adotem ações voltadas para a redução da emissão

de CO2 no Planeta, principalmente no tocante à produção e consumo de energias de forma

(18)

As diversas formas de energia, principalmente as oriundas de fontes poluentes e finitas, podem deixar os países vulneráveis, haja vista que no longo prazo não há segurança de fornecimento de algumas fontes, seja pelos conflitos políticos dos países produtores, seja pelas adversidades climáticas ou mesmo pela escassez de recursos naturais. A energia oriunda de combustíveis fósseis provoca poluição atmosférica pela queima de gases de efeito estufa, contribuindo para a alteração do clima. De modo que, se não houver medidas mitigadoras eficazes na atualidade e no futuro próximo, a qualidade de vida e o desenvolvimento econômico poderão ser comprometidos pelos impactos negativos que podem afetar os negócios.

De acordo com a apresentação para o IPCC, pela University of Cambridge em Varsóvia – COP19 (2013), que tratou das implicações das mudanças de clima para os negócios, a Figura 2, demonstra os possíveis impactos nos mercados que poderão ser provocados pelas mudanças climáticas.

Figura 2. Ações, tendências e implicações das mudanças climáticas nos negócios.

What climate change means for business

Rising temperatures, rising sea levels, changes in rainfall patterns, disappearing glaciers and Acidifying seawater will have direct impacts on some business sectors.

Government policy changes will bring different sets of impacts for business.

Limitng climate change will require substantial and sustained reductions of emissions.

(19)

Tendo em vista que as questões energéticas envolvem diversas ciências relacionadas

entre si, bem como as questões das emissões de CO2 na atmosfera, para esta pesquisa

(20)

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Verificar a relação entre as variáveis: consumo de energia, inserção de energias

alternativas, emissão de CO2, PIB, tamanho da população e outras energias, além de analisar

como elas interagem e como uma afeta a outra. Será analisada, prioritariamente, como a

inserção de energia alternativa afeta a emissão de CO2, nos 88 países pesquisados, no período

de 1991 a 2010.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Proceder à análise de seis variáveis em 88 Países, durante 20 anos, verificando:

 Se o tamanho da população afeta a emissão de CO2;

 Qual a relação entre população, PIB, consumo de energia e a inserção das energias

alternativas; e

 Examinar como o PIB, tamanho populacional, consumo de energia e inserção de

energias alternativas afetam, conjuntamente, a emissão de CO2 e verificar se há

alguma redução na emissão de CO2 e de quanto, em média,na medida em que são

inseridas energias alternativas na matriz energética dos países.

2.3 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Para a concretização dos objetivos, o trabalho foi desenvolvido em 8 (oito) Capítulos, a saber:

Capítulo 1 – Introdução: contextualiza o uso da energia e o modo de vida atual, os benefícios e os impactos socioambientais negativos que são gerados, as fontes de produção de energia de origens fósseis e as razões para inserir ou aumentar fontes alternativas de energia, nas matrizes energéticas em geral.

(21)

Capítulo 3 Revisão da Bibliografia: apresenta a consulta da literatura que trata do assunto pesquisado, principalmente os indicadores do Banco Mundial e o Boletim Energético Nacional – BEN, além de artigos de pesquisadores do tema.

Capítulo 4 – Referencial Metodológico: trata das fontes de dados e as variáveis analisadas, com vista à validação dos resultados, além de apresentar a metodologia utilizada no trabalho.

Capítulo 5 – Estudo de caso do BRICS: mostra um “corte” nos dados pesquisados neste trabalho, destacando os 5 (cinco) países que compõem o bloco do BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, para a realização de análise descritiva e comparativa das suas matrizes energéticas no ano de 2009, bem como análise do período de 1991 a 2010, referente às variáveis: Consumo de Energia (diversas fontes de energia) e Energias Alternativas (para produção/uso de energia elétrica).

Capítulo 6 - Resultados e Discussão: expõe as análises estatísticas dos 88 países, de 1991 a 2010 e a relação das variáveis entre si, com foco nas inserções das energias

alternativas e possível redução das emissões de CO2.

Capítulo 7 - Conclusão: apresenta o resultado final da análise, com alguns dados conclusivos que poderão subsidiar novas pesquisas e a tomada de decisão a respeito de inserções de energias alternativas nas matrizes energéticas dos países.

(22)

3 REVISÃO DA BIBLIOGRAFIA

3.1 CONSULTA A LITERATURA

Para esta pesquisa realizou-se a revisão da literatura afeta ao assunto de energia, consultando, principalmente, os indicadores do Banco Mundial, o Boletim Energético Nacional – BEN, da Empresa de Pesquisa Energética – EPE. Além desses, foram consultados pesquisadores consagrados, por meio de artigos científicos, conforme o Quadro1 e demais autores que tratam do assunto, bem como Teses de Doutorado, Dissertações de Mestrado e livros como: Energia e Meio Ambiente, Roger (2011); Energias Renováveis, Vecchia (2010) e Economia Ambiental, Thomas (2010).

Inúmeros estudiosos das questões de economia, meio ambiente, aquecimento global, relacionadas à produção e consumo de energia em geral, afirmam que é necessário mudar o planejamento energético e as políticas públicas que regem o assunto com vista à redução da degradação e da poluição atmosférica, principalmente as energias oriundas dos combustíveis fósseis. Segundo Roger (2011):

Entender a energia significa entender os recursos energéticos e suas limitações, bem como as consequências ambientais da sua utilização. Energia, meio ambiente e desenvolvimento econômico estão forte e intimamente conectados. Durante as últimas três décadas, o consumo de energia global praticamente dobrou, enquanto apenas nos Estados Unidos, este aumentou 35%. Muito desse crescimento global aconteceu nos países menos desenvolvidos (nas próximas duas décadas, estima-se que o consumo de energia vá aumentar em torno de 100% nos países em desenvolvimento, o que corresponde a um crescimento médio de 3% ao ano. A maior parte desse crescimento deverá ocorrer nas nações em desenvolvimento da Ásia, principalmente China e Índia). Juntamente com tal crescimento, observou-se o declínio da qualidade do ar urbano e a séria e intensa degradação do solo e das águas. Como os combustíveis fósseis representam 90% do nosso consumo de recursos energéticos, continuamos a aumentar as emissões de dióxido de carbono, o que pode alterar irreversivelmente o clima da Terra... (grifo nosso).

Ainda, segundo Roger et al. (2011 apud RICHARD BALZHISER, 2011), Ex.

Presidente do Eletric Power Research Institute:

Energia não é um fim em si mesma. Os objetivos fundamentais que devemos ter em mente são uma economia e um ambiente saudáveis. Temos que delinear nossa política energética como um meio para atingir esses objetivos, e não apenas para este país, mas também em termos globais.

De acordo com Thomas et al.(2010, p. 21, 22):

(23)

cooperação internacional para se alcançar soluções eficazes, por exemplo, o problema do aquecimento global. Conhecido, também como “efeito estufa”, o aquecimento global ocorre conforme a luz do sol passa através da atmosfera até a superfície da Terra e é irradiada de volta ao ar, onde é absorvida pelos gases de efeito estufa (Ex: dióxido de carbono). Embora esse processo de aquecimento seja natural, atividades como a queima de combustíveis fósseis aumentam o nível normal dos gases de efeito estufa, que pode elevar a temperatura natural do planeta Terra. Esses distúrbios climáticos podem afetar a produtividade agrícola, as condições climáticas e o nível dos oceanos – esses efeitos têm alcance mundial.

Entre os artigos e outros trabalhos científicos pesquisados, foram destacados os estudos de três experientes estudiosos do assunto e que são referências nas questões relacionadas às energias limpas, renováveis e sustentáveis, apontando para a necessidade de aumentar as inserções das energias alternativas nas matrizes energéticas no contexto nacional e global, a saber:

− Luiz Pinguelli Rosa, brasileiro, Doutor em Física, Professor Emérito da Universidade

Federal do Rio de Janeiro, Diretor do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (COPPE). Nas suas palestras, às quais a autora teve a oportunidade de assistir por ocasião da Conferência de Meio Ambiente realizada no Rio de Janeiro, em junho de 2012, intitulada “Rio + 20”, além dos seus artigos ou livros, quando trata das questões relacionadas à energia, sempre enfatiza a necessidade da sociedade priorizar as fontes alternativas de energia.

− Steven Chu, Americano, Prêmio Nobel de Física de 1997, ex-secretário de Energia dos

Estados Unidos da América e José Goldemberg, brasileiro, Professor Emérito da USP e ex-Reitor da mesma Universidade. Ambos afirmam no trabalho denominado “Um Futuro com Energia Sustentável: Iluminando o Caminho”, que a energia sustentável pode ser alcançada se as energias renováveis tornarem-se parte significativa da oferta de Energia, o que, em outras palavras, significa maior inserção das Energias Alternativas nas Matrizes Energéticas dos países. Também afirmaram que a conversão da biomassa em combustíveis para o transporte moderno, pode ser desenvolvida, contribuindo assim, para a redução considerável do rastro de carbono.

(24)

Artigo Publicação -Instituição/Data/

País

Autor(es)/Curriculum Extrato do Artigo

Hidrelétricas na Amazônia: Entre o Pragmatismo e a Utopia

Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA/

2013/ Manaus, Brasil.

Luiz Pinguelli Rosa

Doutor em Física; professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisas de Engenharia (COPPE); Professor visitante em universidades dos Estados Unidos e América do Sul; membro do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e da Academia Brasileira de Ciências (ABC).

As termelétricas vêm sendo usadas como complementação às hidroelétricas e isso é uma questão em discussão. De qualquer modo, deve-se dar prioridade às fontes alternativas que envolvem a geração eólica, a solar, a oceânica e até mesmo a queima de biocombustível. Também deve ser levada em conta a eficiência energética, que é a maneira de evitar o enorme desperdício de energia...

... a térmica traz problema para a atmosfera; a nuclear traz problema com a radioatividade, como foi o caso recente de Fukushima, no Japão. Por outro lado, a energia nuclear não emite gases do efeito estufa. Quanto ao efeito estufa é preciso observar que ele é pequeno na hidroelétrica quando comparado com a termoelétrica.

Um Futuro com Energia

Sustentável: Iluminando o Caminho

Título original:

Lighting the way Toward

sustainable energy future

InterAcademy - Academia

Brasileira de Ciência./2010/Rio de Janeiro, Brasil.

Steven Chu

Físico, Americano, juntamente com Claude Cohen-Tannoudji e William D. Philips, recebeu o Prêmio Nobel de Física de 1997. Ex-Secretário de Energia dos EUA, Atualmente é diretor do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley. Professor de Física e de Biologia Molecular da Universidade da Califórnia em

Berkeley. Califórnia, EUA.

Tornou-se crítico considerar os custos adicionais que serão necessários para mitigar as potenciais consequências sociais e ambientais adversas ao tentar avaliar a verdadeira opção de baixo custo em qualquer análise macroeconômica de longo prazo sobre o uso e a produção de energia. O verdadeiro custo das emissões de carbono e outros efeitos adversos devem ser computados nas decisões de políticas. Além dos extensivos avanços de eficiência energética e rápida implementação de tecnologias de baixo teor de carbono, incluindo a energia nuclear e sistemas avançados de combustíveis fósseis, com captura e sequestro de carbono, afinal, um futuro de energia sustentável pode ser mais facilmente alcançado se fontes de energia renovável se tornar em parte significativa do portfólio de oferta de energia. Mais uma vez, ciência e tecnologia são ingredientes essenciais para a solução. Avanços significativos na conversão de energia solar em eletricidade são necessários, enquanto o desenvolvimento de tecnologias econômicas e de grande escala de armazenamento de energia e de transmissão de longa distância, permitindo que recursos transitórios como eólico, fotovoltaico solar e geração térmica se tornassem parte da base de geração de energia. Também, métodos eficientes de conversão de biomassa celulósica em combustível de transporte modelos podem ser desenvolvidos e reduzir consideravelmente o rastro de carbono...

José Goldemberg

Brasileiro, Professor Emérito da USP. Ex. Reitor (1986 a 1990). Assumiu os cargos Federais: Secretário de Ciência e Tecnologia, Ministro da Educação e Secretário de Meio Ambiente, além do cargo de Secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo.

(25)

Na revisão da literatura foram verificados alguns artigos e pesquisas que tratam do

tema energia alternativa e emissão de CO2, todavia, a autora não detectou outro estudo com

os parâmetros ou dados semelhantes a este. De acordo com Inatomi (2008):

Várias pesquisas vêm sendo realizadas sobre o Planejamento de Recursos Integrados (PIR) em reformas no setor energético. Elas buscam o desenvolvimento sustentável através de utilização integrada de novos recursos energéticos, que possibilitem a diminuição de custos completos e impactos ambientais e sociais minimizados. O Planejamento Integrado de Recursos é um método eficaz de planejamento em curto e longo prazo, que considera as dimensões: social, política, técnico-econômica e ambiental. É um planejamento baseado em elementos analíticos conhecidos, ou seja, em planejamentos tradicionais, onde são implementados outros elementos. O PIR inclui análises das características da região, identificando quais os recursos energéticos disponíveis, levantamento de dados de oferta e demanda, levantamento das características e interesses de envolvidos e interessados (En-In), análise de custo completo (ACC) considerando inclusive os custos relacionados a impactos ambientais, econômicos e sociais, analisa possíveis estratégias de Gerenciamento do Lado Demanda para uma utilização otimizada da energia, trabalha o tratamento de incertezas através de simulações de cenários e iterações temporais, atribuindo pesos aos componentes do planejamento para a criação de um plano preferencial.

Além das diversas questões relacionadas às mudanças climáticas, as que dizem respeito aos refugiados do clima não podem ser descartadas, tendo em vista as consequências socioeconômicas que podem provocar. Conforme Kazmi (2012):

Climate change will impact all socio-economic classes in a region especially the poorest of the poor who lack the resources to cope with the effects of the climate change. Island states and low-lying small islands are extremely vulnerable to sea level rise, storm surges, and more frequent cyclones. In some islands livelihood of the entire population is at risk due to seawater intrusion in fresh water. In Tuvalu and the Maldives, the collective body of the people will become an ecological refugee. The reports indicate climate change will trigger historically unprecedented waves of mass migration.

Para esta pesquisa adotaram-se como parâmetros algumas ferramentas de análise estatística para tratar as questões referentes a este estudo. A “Curva de Kuznets”, por exemplo, aborda as relações entre meio ambiente e renda. O economista russo Simon Kuznets (1901 – 1985), nascido na Ucrânia, foi ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 1971. Participou de inúmeros estudos econômicos e elaborou a “Curva de Kuznets”, onde expressou a hipótese de que o aumento da desigualdade de renda é uma tendência natural dos primeiros ciclos de desenvolvimento, mas que se reverte com o passar do tempo, tendo em vista que as forças de mercado se encarregam de reduzir as desigualdades, desde que uma nação alcance

(26)

3.1.1 Curva de Kuznets Ambiental

A Curva de Kuznets Ambiental surgiu, de fato, na década de 90, descrevendo a

trajetória no tempo que a poluição de um país seguirá como resultado do desenvolvimento econômico, tendo em vista que os países pobres não dão prioridade à proteção ambiental. Assim, de acordo com Kuznets, no primeiro momento, à medida que o crescimento econômico se desenvolve, a degradação ambiental também cresce, tendo em vista que aumentam a demanda e o consumo de produtos industrializados. A seguir, os melhores procedimentos e técnicas de produção tendem a provocar a redução nos níveis de degradação e poluição ambiental e, por fim, o desenvolvimento econômico descola da pressão sobre o meio ambiente, o que não implica, necessariamente, em crescimento econômico versus poluição.

Assim, alguns pesquisadores, utilizam a chamada Curva Ambiental de Kuznets que hipotetiza uma curva em forma de U invertido, quando os indicadores de poluição são

distribuídos X renda per capta, conforme Figura 3.

Figura 3. Curva de Kuznets Pressão Ambiental X Renda Per capta

Fonte: Carvalho (2010)

A “Curva de Kuznets” pode ser utilizada sempre que o interessado deseja verificar a relação entre desenvolvimento econômico e poluição/degradação ambiental. Assim, Costa

(2012 apud CROPPER; GRIFFTHS, 1994) referem a sua utilização para desmatamento e

Renda Per Capta Pressão

(27)

renda; Shubert e Dietz (2001) associam a biodiversidade, sustentabilidade, com níveis de renda. Nos estudos empíricos, a Curva de Kuznets é utilizada como variável dependente, nível

de CO2 e nível de desmatamento, entre outras variáveis.

Alguns pesquisadores, economistas e ambientalistas defendem a referida Curva e outros rejeitam a hipótese expressa na “Curva de Kuznets”. Para os que são defensores, esses a adotam e plotam as possíveis variações dessa Curva ao longo do tempo e do desenvolvimento do país. Para os que rejeitam, esses criticam e desqualificam a utilidade da Curva. Segundo Alves (2012):

O “U” invertido seria o melhor dos mundos se fosse verdade, pois investimentos em tecnologia e educação resolveriam os problemas simultâneos da pobreza e do meio ambiente. Mas CAK é uma metodologia que ainda não foi comprovada, embora "caia como uma luva" ideológica perfeita, tanto para as diversas correntes nacionalistas (à direita e à esquerda), quanto para os economistas, os positivistas, os socialistas stalinistas, os fundamentalistas de mercado, os neoliberais e os chamados céticos do clima.

De acordo com Carvalho(2010 apud DE BRYN et al.[s. d.]) alguns autores, como De

Bryn acreditam que, no longo prazo, a Curva de Kuznets não se sustenta, tendo em vista que o formato de “U” invertido é válido somente para o primeiro estágio do desenvolvimento. A partir do aumento da renda da população, haveria um ponto de inflexão que tornaria a trajetória ascendente mais uma vez. Assim, o formato da “Curva de Kuznets”, seria em forma de “N”, referindo-se à relação do aumento da degradação ambiental quando houver altos índices de crescimento econômico, conforme demonstrado na Figura 4:

Figura 4. Curva de Kuznets II - Pressão Ambiental X Renda Per capta

Fonte: Carvalho (2010)

Renda Per Capta Pressão

(28)

Ainda, Segundo Carvalho et al.(2010):

Por volta dos anos de 1970, existia uma crença generalizada de que o crescimento econômico de uma nação seria a fonte da maioria dos problemas ambientais. Entretanto, a partir dos anos de 1990, alguns economistas começaram a argumentar que essa visão era extremamente pessimista na medida em que rejeita as alterações educacionais, tecnológicas, econômicas e políticas que acompanham o desenvolvimento de uma nação, que podem amenizar os problemas ambientais. Na verdade, o que se precisa saber, de fato, é se existe um trade-off entre crescimento e

poluição, ou se é possível almejar um amadurecimento das economias sem que o meio ambiente seja por isto degradado (FONSECA; RIBEIRO, 2005).

A partir do relatório da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (World Comissiono n Environmental and Development – WCED),

conhecida como Relatório Brundtland (WCED, 1987), foi apresentada a possibilidade de se alcançar a sustentabilidade sem que houvesse mudanças significativas no sistema econômico, lançando a ideia de desenvolvimento sustentável. Passou-se a ver o desenvolvimento, entendido aqui como crescimento econômico, uma saída para os problemas ambientais no momento em que foram identificadas sinergias entre crescimento e melhorias ambientais. Investigaram uma relação que passaria a ser chamada de “Curva de Kuznets Ambiental” (CKA), em que algumas medidas de degradação ambiental aumentariam nos momentos iniciais de crescimento econômico, porém, eventualmente, diminuiriam quando certo nível de renda fosse alcançado.

Assim, após constatar as opiniões antagônicas de pesquisadores e demais estudiosos do assunto, quando alguns defendem e outros rejeitam a “Curva de Kuznets”, a autora considerou como válida e para este estudo apresenta a equação representativa da “Curva de Kuznets”, para verificação empírica da hipótese original, que é:

+ + PIBC + PIBC + +

Onde GINI = coeficiente de Gini; PIBC = PIB per capita expresso na paridade do

poder de compra; DR = dummy regional, assumindo o valor “0” para os países da

(29)

4 REFERENCIAL METODOLÓGICO

4.1 METODOLOGIA

A base de dados utilizada nesta pesquisa teve como parâmetros as informações e indicadores disponibilizados pelo Banco Mundial (World Bank), por intermédio do sítio http://data.worldbank.org/indications.

Esse banco de dados, a partir de 20 de abril de 2010, foi disponibilizado para todos os pesquisadores e demais interessados em estudar os dados fornecidos pelo Banco Mundial. Atualmente, estão disponíveis mais de 2000 indicadores, com dados brutos de mais de 200 países, abrangendo inúmeras variáveis e informações. Vários desses dados, retrocedendo por mais de 50 anos, permitem que estudiosos de todo mundo, que tenham acesso à rede mundial de computadores, possam realizar suas pesquisas e explorar os dados de fonte segura, reconhecida pela sociedade mundial. Segundo o gerente de novas práticas de Inovação do Banco Mundial, Walji (2010), em relação à disponibilização dos dados de forma gratuita para todos:

O poder real de dados é a enorme oportunidade de transformar dados em aplicações de conhecimento e úteis para aumentar a transparência e finalmente, a responsabilização de todos os intervenientes no desenvolvimento.

Para a elaboração desta pesquisa, definiram-se os objetivos e a seguir, a base de dados brutos. Posteriormente a essas definições, realizaram-se tratamentos nessa base de dados. Esses foram dispostos de tal maneira, que cada país aparecia como um registro, seguido pelas variáveis do estudo, nas colunas: PIB, Consumo de Energia, Percentual de Energia

Alternativa, Emissão de CO2, Outras Energias, Tamanho Populacional Total e Ano. Como a

pesquisa analisou inicialmente, 112 países durante 20 anos, cada país apareceu na base de dados por 20 vezes.

(30)

Adicionalmente, foram removidos também os registros referentes à “World” (20 registros) e a seguir, os dados relativos a conjuntos de países foram apurados, evitando que essas informações pudessem ser analisadas em duplicidade. Em síntese, na primeira apuração dos dados, restaram 112 países e 2.240 registros. Depois da depuração final do conjunto de países, sobraram 88 países e 1.760 registros. Após essas adequações no banco de dados, procedeu-se à análise dos 88 países pesquisados durante 20 anos (de 1991 a 2010), com base nas 6 variáveis que estão descritas a seguir:

 PIB U$D x 100 mil – PIB anual do país (em dólares americanos). Cada

unidade representa 100 mil dólares;

 População Total x 100 mil - tamanho total da população do país, onde cada

unidade representa 100 mil pessoas;

 Emissão de CO2 - quantidade de gás carbônico expelida na atmosfera (kt);

 Consumo Energia - consumo de energia (kt de óleo equivalente);

 Outras Energias - consumo de energia (kt de óleo equivalente) (-) alternativa e

energia nuclear (% do uso total de energia); e

 Alternativa e Energia Nuclear - quantidade de energia alternativa na matriz

energética (% do uso total de energia).

E com relação à significância estatística dos resultados encontrados, adotou-se um nível de significância α de 5%, ao longo de todo o estudo.

Ao aplicar a metodologia buscou-se alcançar os objetivos propostos analisando a base

de dados brutos do World Bankpara 88 países, durante um período de 20 anos, compreendido

entre 1991 a 2010. Desse modo, para atingir o objetivo geral e os objetivos específicos, foram

confrontadas as variáveis: população, PIB, consumo de energia, emissão de CO2, outras

energias e energias alternativas no contexto dos países pesquisados, estimando a relação entre fatores econômicos, sociais e ambientais. Tendo em vista a complexidade da quantidade de informações pesquisadas, fez-se necessário realizar a aplicação de recursos de informática, por meio de sistemas próprios (softwares), para esse tipo de análise.

Dessa forma, o banco de dados estudado comportou 1.760 registros e para a

(31)

[...] é um Poderoso Software Estatístico, essencial para realizar análises de dados. Avalia um conjunto completo de ferramentas estatísticas, incluindo Estatísticas Descritivas, Testes de Hipóteses, Intervalos de Confiança e Testes de Normalidade. Descubra relações entre variáveis e identifique fatores importantes que afetam a qualidade de seus bens e serviços [...].

Tendo em vista que os parâmetros analisados para os 88 Países compõem um número elevado de dados, utilizou-se a metodologia de “Dados em Painel”.

4.2 MODELO DE REGRESSÃO COM DADOS EM PAINEL

A Regressão com Dados em Painel pode ser analisada em três formatos, segundo Medeiros (2011):

Séries Temporais – Valores de uma ou mais variáveis ao longo do tempo. Exemplo:

valores do consumo agregado e da renda (PIB) ao longo do tempo, com dados anuais de 1970 a 2006 para o estado do Rio de Janeiro. A periodicidade por variar como dados diários, mensais, trimestrais, anuais, etc. Neste caso pode-se estimar uma função consumo, C = f (Y), para o Estado do Rio de Janeiro. Os dados têm uma dimensão Temporal.

Cortes Transversais – nos dados de corte transversal, coleta-se dados relativos a

uma ou mais variáveis para várias unidades (famílias, firmas, estados, países, etc.) ou entidades amostrais no mesmo período, como estimar uma função de consumo para 2006 considerando todos os valores do consumo e renda de todas as unidades da federação. Um estudo com base num questionário que é aplicado em um dado período (mês, bimestre, etc.) também é um exemplo de dados de corte. Os dados têm uma dimensão espacial.

Dados em painel – nos dados em painel, a mesma unidade de corte transversal

(família, firmas, estados, países, etc.) é acompanhada ao longo do tempo (dados combinados). Como exemplo, pode-se estimar uma função consumo com dados anuais de 1970 a 2006 para todas as unidades da federação. Em síntese, os dados em painel têm uma dimensão temporal e espacial.

Na utilização do método de Dados em Painel, o pesquisador Hsiao (1986) afirmou que esse método oferece vantagens em relação ao modelo transversal ou aos de séries temporais, levando-se em conta que o modelo de Dados em Painel controla a heterogeneidade presente nos indivíduos. Tendo em vista que essa metodologia refere-se à microunidades (pessoas, empresas, estados ou países, além de outros), há tendência de que deverão ocorrer mais heterogeneidades.

Ainda segundo Hsiao (1986), outra vantagem do método é que os dados em painel permitem o uso de mais observações, aumentam o número de graus de liberdade e são capazes de identificar e mensurar efeitos que não são possíveis de serem detectados por meio de análise de dados em corte transversal ou de séries temporais isoladamente.

(32)

O aumento do número de bases de dados em painel disponíveis para investigação encontra paralelo na crescente procura por este tipo de dados. A razão para este interesse nos dados em painel tem a ver com as reconhecidas vantagens que lhe atribuem. Em primeiro lugar, pela sua própria natureza, os dados em painel permitem uma inferência mais precisa, pois lidam com um número maior de observações (o grau de liberdade) do que os dados puramente seccionais ou temporais. Visto que tratam com múltiplas observações para a mesma unidade, estes dados permitem controlar as características não observadas dessas mesmas unidades. Também, porque misturam as diferenças Inter-unidades com a dinâmica intra-unidades, permitindo-nos estudar a importância do devassamento temporal no comportamento das unidades. Outras vantagens dos dados em painel são a possibilidade de permitirem o teste de hipótese de comportamento mais sofisticado [...] Recordemos que a análise de dados agregados é tipicamente baseada na premissa do “agente representativo”, mas a existência de heterogeneidade individual pode pôr em causa a validade da análise agregada.

Embora existam inúmeros benefícios no método de Análise em Painel, alguns autores veem nele algumas desvantagens, como Hsiao (1986), que atribuiu vantagens, mas também algumas limitações, informando que, como as variáveis são analisadas no tempo, os dados em painel exigem uma grade de números e informações às vezes não disponíveis, o que dificulta a sua aplicação.

Esse limitador não aconteceu nesta pesquisa, tendo em vista que por ocasião da coleta de dados brutos dos países pesquisados, observou-se a disponibilidade de dados referentes às 5 (cinco) variáveis ao longo de 20 anos. A seguir, criou-se uma nova variável, “Outras Energias”, perfazendo assim, um total de 6 (seis) variáveis estudadas.

Para este trabalho, foram coletados e estruturados os dados, proposta a metodologia, onde se verificou a consistência das variáveis, além de estimar e alcançar os resultados com

base nos subsídios obtidos a respeito das emissões de CO2, por meio da construção de um

modelo econométrico. O método proposto para atingir os objetivos definidos nesta pesquisa foi o de Dados em Painel, que, segundo os pesquisadores das técnicas estatísticas,

constituem-se na obconstituem-servação de n entidades por mais de dois períodos de tempo, combinados as

características de séries temporais, com dados em cortes transversais, geralmente utilizados em estudos econométricos e nas ciências sociais aplicadas.

A modelagem utilizada de Dados em Painel traduz em maior quantidade de informação e melhor eficiência na estimativa dos dados. Dessa forma, a amostra, que contém uma análise longitudinal de cada situação, permite avaliar não só a variedade dos componentes individualizados, mas também a existência de suas dinâmicas.

(33)

 Definição do foco da pesquisa – Inserções das Energias Alternativas nas Matrizes Energéticas e a possível redução da emissão de gases de efeito estufa na atmosfera;

 Coleta dos dados brutos e variáveis;

 Coleta de informações de Dados em Painel;

 Revisão da Literatura;

 Definição da Metodologia;

 Estimativa do modelo por meio do software;

 Interpretação dos dados; e

 Conclusão

4.3 CONSTRUÇÃO DO MODELO ECONOMÉTRICO

A variável dependente é:

 Emissão de CO2 - Quantidade de gás carbônico expelida na atmosfera (kt).

As variáveis independentes são:

 PIB U$D x 100 mil – PIB anual do país (em dólares americanos). Cada

unidade representa 100 mil dólares;

 População Total x 100 mil – tamanho total da população do país, onde cada

unidade representa 100 mil pessoas;

 Consumo de Energia – consumo de energia (kt de óleo equivalente);

 Outras Energias - consumo de energia (kt de óleo equivalente) (-) alternativa e

energia nuclear (% do uso total de energia); e

 Alternativa e Energia Nuclear - quantidade de energia alternativa na matriz

energética (% do uso total de energia).

Ao estudar o corte transversal do método empírico aplicado no modelo econométrico, os Dados em Painel ou Análise em Painel é o método mais adequado para a utilização da abordagem econométrica, que consiste em aplicar um conjunto de dados de séries de tempo e

(34)

Assim, a estrutura dos dados em painel será utilizada para observar os impactos, por exemplo,

das Inserções das Energias Alternativas frente às emissões de CO2.

A definição de um modelo geral de dados em painel é dada pela equação:

)

Onde é a variável dependente escalar e i é a dimensão individual e t é a dimensão

do tempo. O é um vetor de variáveis explicativas de dimensão 1 x K e o vetor de

coeficientes a serem estimados, K x 1, associado a esses regressores. O componente de erro

do modelo é composto por dois elementos ortogonais: um componente de efeito

individual-específico e constante no tempo, (clima, geografia) o outro aleatório

idiossincrático .

A forma matricial para i-ésimo país tem-se:

Onde e se refere ao tempo de perturbação para a i-ésimo país no instante t. Algumas

(35)

Onde é um vetor nTx1, é do tipo nTxk, um vetor nKx1, é do tipo nTx1.

Os modelos econométricos desenvolvidos para dados longitudinais ou em painel são

os modelos de efeitos fixos (fe) e efeitos aleatórios (re). Os modelos de efeitos fixos e

aleatórios apresentam estrutura estática ou dinâmica. As principais diferenças entre os dois tipos de modelos é como o intercepto e interpretado e o efeitos podem estar ou não correlacionados com as variáveis explicativas. Para esta pesquisa utilizou-se o Modelo de Efeitos Fixos, a saber:

4.4 MODELOS COM EFEITOS FIXOS

O modelo de efeitos fixos visa controlar os efeitos das variáveis omitidas que variam entre indivíduos e permanecem constantes ao longo do tempo. Dessa forma, assume a hipótese de que o intercepto varia entre as unidades de cortes ou entre os anos, ainda capturam as diferenças entre as unidades de cortes que são invariantes no tempo, controlando a heterogeneidade das características individuais observadas ou não.

Esse modelo de efeitos fixos é o modelo de regressão clássica.

= + + onde E = 0 e var = . E os são as variáveis

dummy específicas e que correspondem aos mesmos indivíduos quando j=i. .

Assim, o modelo de efeitos fixos é dado por:

= + + + + +

(36)

= = + = =

Durante o desenvolvimento desta pesquisa, verificou-se nas análises e conforme o sítio: http://esa.un.org/unpd/wpp/index.html (ano 2010), que entre os cinco países mais

populosos do mundo e com grandes emissões de CO2 na atmosfera, três deles fazem parte do

bloco que compõe o BRICS – China, Índia e Brasil.

De acordo com os dados do Banco Mundial de 2010, a China possuía 1.337.705.000 habitantes, assumindo assim, o 1º lugar no Planeta em população, enquanto a Índia, contava naquele ano, com 1.205.624.648, habitantes, ocupando a 2ª posição e por fim, o Brasil, com 195.210.154 habitantes, assumindo o 5º lugar no ranking geral.

Assim, dado a importância global dos países que formam o BRICS frente ao tema tratado neste trabalho, realizou-se um “corte”, para analisar os 5 (cinco) países que compõem esse bloco - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, cujo capítulo foi denominado de “Estudo de Caso do BRICS”.

(37)

5 ESTUDO DE CASO DO BRICS

5.1 INTRODUÇÃO

5.1.1 Países do BRICS

Em paralelo ao estudo dos 88 países pesquisados, foram analisados em destaques, os países que compõem o bloco do BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, cujos resultados foram apresentados de forma descritiva e comparativa, ressaltando as características energéticas desses países, bem como as suas evoluções ao longo do período analisado.

Em primeiro plano verificaram-se os dados das matrizes energéticas de cada país do bloco no ano de 2009 e, em seguida, realizaram-se as análises estatísticas descritivas e comparativas a respeito do consumo de energia em geral e o percentual de energias alternativas (energia elétrica alternativa) desse consumo, no período de 1991 a 2010. Foram consideradas duas variáveis contidas na pesquisa principal: Consumo de Energia (kt de óleo equivalente) e Alternativa e Energia Nuclear (% do uso total de energia).

Os países que compõem o acrônimo ou sigla, denominada BRICS - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, de acordo com sítio do Itamaraty, http://www.itamaraty.gov.br, foi criado a partir da ideia de Jim O ‘Neil, economista chefe da

Goldman Sachs, quando apresentou, em 2001, o estudo intitulado “Building Better Global

Economic”. Em 2006, foi concebido como um “bloco” “econômico-político”. Em 2011,

incorporou aos quatro países iniciais, a África do Sul, perfazendo um total de cinco países nesse agrupamento.

Assim, foram descritas as matrizes energéticas (fontes diversas – de origem fóssil e alternativa) de cada país do bloco no ano de 2009 e, após, foram realizadas as análises descritivas do consumo de energia em geral e a participação (percentual) das energias alternativas (energia elétrica alternativa) nesse consumo (no período de 1991 a 2010).

Embora esse bloco de países ainda careça de novos acordos e consensos, para estabelecerem-se, de fato, como bloco econômico, é possível que possam convergir futuramente, para o estabelecimento de interesses comuns. Nesse contexto, segundo o IPEA (2011):

(38)

fundamental da dinâmica de acumulação global para países antes considerados secundários (ou antigo ”segundo mundo” socialista) às decisões transacionais de investimento. A evidência desse fenômeno é o crescimento da demanda global que se concentrou no BRICS nos últimos anos, sobretudo durante e depois da crise internacional. No período 2008-2009, o grupo explicou 2/3 do crescimento da demanda global, com a expectativa de que sigam contribuindo de forma majoritária para os próximos 10 anos.

Longe de constituir um bloco econômico – ainda que permeados por mecanismos diplomáticos de concertação mais institucionalizados, como o Fórum Índia, Brasil e África do Sul (IBAS), o grupo é formado por países profundamente diferentes entre si. A igualdade que os uniu foi o dinamismo econômico interno de cada economia e o desejo de articular uma arquitetura global de Estados mais favorável à inserção desses países. A heterogeneidade do grupo, no entanto, pode ser observada pelas distintas contribuições de cada um desses países para o crescimento da demanda mundial (renda nacional bruta em termos de paridade de poder de compra)...

A natureza das relações econômicas do BRICS é representada pela heterogeneidade entre esses países. Apesar de criarem um crescente centro gravitacional da economia do globo, o grupo não manifesta dinamismos homogêneos. A China figura-se como um centro dentro do grupo, o que implica em uma relação assimétrica. Essa preponderância tem influenciado fortemente o desenho de integração comercial e de investimentos que o Brasil tem construído com o BRICS.

As energias alternativas já fazem parte das matrizes energéticas de mais de uma centena de países, em alguns de forma significativa e na maioria, de forma incipiente, conforme os indicadores do Banco Mundial. Para os BRICS isso não é diferente, apenas um dos países do Grupo, o Brasil, apresenta de forma significativa, a sua participação na produção de energias alternativas. Esse Bloco, até aqui, vem funcionando como um espaço de convergência, interação, contato, diálogos, por meio da vontade dos seus líderes, segundo o sítio do Itamaraty:

Etapa importante para aprofundar a institucionalização vertical dos BRICS foi à elevação do nível de interação política que, desde junho 2009, com a Cúpula de Ecaterimburgo, alcançou o nível de Chefes de Estado/Governo. A II Cúpula, realizada em Brasília, em 15 de abril de 2010, levou adiante esse processo. A III Cúpula ocorreu em Sanya, na China, em 14 de abril de 2011, e demonstrou que a vontade política de dar seguimento à interlocução dos países continua presente até o nível decisório mais alto. A III Cúpula reforçou a posição do BRICS como espaço de diálogo e concertação no cenário internacional. Ademais, ampliou a voz dos cinco países sobre temas da agenda global, em particular os econômico-financeiros, e deu impulso político para a identificação e o desenvolvimento de projetos conjuntos específicos, em setores estratégicos como o agrícola, o de energia e o científico-tecnológico. A IV Cúpula foi realizada em 29 de março de 2012, em Nova Delhi. A V Cúpula foi realizada em Durban, na África do Sul, em 27 de março de 2013.

(39)

consumo de energia de origem alternativa (renovável e sustentável), pois, conforme Barbosa (2010):

O Setor Energético é de grande importância para o desenvolvimento dos países, uma vez que a economia e a infraestrutura crescem com a sustentação da energia gerada por este setor. Quando há organização e confiabilidade da geração elétrica, estas promovem segurança às indústrias e comércios, de modo que garantem a produção ininterrupta de bens e serviços ao longo de todo o ano e possibilitam o planejamento adequado para cada tipo de empreendimento.

[...] O Setor energético é alvo de muitas críticas referentes aos impactos ambientais gerados por sua operação. Ambientalistas protestam contra os impactos ambientais causados por tais empreendimentos. Os Órgãos de licenciamentos ambientais também estão mais rígidos, devido ao apelo da sociedade cada vez mais engajada no tema ambiental.

Diversos países vêm investindo na complementação e transformação de seus parques energéticos com a introdução de fontes alternativas de energia. As questões ambientais alavancaram estes investimentos, principalmente devido aos impactos causados pelas formas tradicionais de geração de energia (BARBOSA [s.d.] apud TERCIOTE, 2006).

A produção ou importação de energia em geral, nos diversos países desenvolvidos e em desenvolvimento, inclusive o Brasil tem como fontes predominantes o petróleo e seus derivados e o carvão mineral, ambos de origens fósseis. Assim, a composição de suas matrizes energéticas expressam os tipos de energias produzidas ou disponibilizadas pelos países. Neste estudo de caso fez-se uma análise do cenário nos países que compõem o BRICS, destacando as energias alternativas de cada país. Esse bloco de países, composto pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, no que tange ao uso da energia, possuem algumas semelhanças entre si.

As composições das suas matrizes resultantes de fontes não renováveis têm predominado frente às energias alternativas. Embora o Brasil se destaque perante os demais países do bloco pelo uso das energias renováveis que correspondem a mais de 40% da sua matriz energética, principalmente por fontes hidroelétricas e pela produção de etanol, ainda assim, possui algumas semelhanças com os demais países.

A inserção das energias alternativas nas matrizes energéticas dos países, incluindo os BRICS, faz-se necessária, com vista a diversificar essas matrizes, bem como reduzir ou

minimizar as emissões de CO2, além de outros inúmeros impactos que o modo convencional

de produção de energia pode causar. Assim, em relação às energias alternativas ou energias renováveis, de acordo com Bermann (2008):

As mudanças climáticas decorrentes das emissões dos gases de efeito estufa apontam uma crise ambiental em escala planetária sem precedentes.

(40)

[...] Por seu turno, as assim denominadas fontes renováveis – hidráulicas, biomassa, solar, geotécnica – que atualmente respondem por 12,7% da oferta energética mundial, poderão chegar a não mais do que 14% da oferta em 2030[...].

No contexto internacional, os esforços na direção da ampliação da participação das energias renováveis são hoje objeto de um intenso DEBATE. Particularmente no que se referem aos biocombustíveis, as controvérsias alcançam maior vigor nas discussões que opõem a expansão das monoculturas à produção alimentar. No que se refere à geração de eletricidade, a principal questão reside nos altos custos das fontes alternativas em relação às fontes tradicionais, o que impõe a necessidade da implementação de diversas estratégias de apoio a essas fontes via-de-regra baseada na adoção de subsídios. No Brasil, esse debate também se apresenta de forma aguda. Segundo dados preliminares do Balanço Energético Nacional (BEN, 2007) cerca de 45,8% da Matriz Energética do Brasil são renováveis, frente aos 12,7% correspondentes à oferta energética mundial, como já assinalada. No entanto, 75% da energia elétrica do país são geradas em grandes usinas hidrelétricas, o que provoca significativos impactos ambientais, tais como o alagamento dessas áreas e a consequente perda da biodiversidade local. Os problemas sociais não são menores, como o da remoção de famílias das áreas atingidas pelos empreendimentos hidrelétricos. Cerca de 250 mil famílias, ou quase um milhão de pessoas já foram expulsas de suas terras, sendo que menos de 10% receberam algum tipo de indenização [...].

O objetivo é reunir elementos para contribuir para o debate do papel das energias renováveis frente à atual crise energética de fundo ambiental.

Diante disso, buscou-se analisar e traçar paralelos entre esses países em relação às suas capacidades de inserção de energias alternativas nas matrizes energéticas, com vistas a verificar como estão ancoradas as suas políticas públicas com relação à minimização de impactos negativos à sociedade e ao meio ambiente.

5.2 OBJETIVO GERAL

Analisar as matrizes energéticas dos países que compõem o BRICS.

5.3 OBJETIVO ESPECÍFICO

Analisar a participação das energias alternativas (energia elétrica alternativa) em cada país do bloco do BRICS.

5.4 JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TEMA

(41)

5.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Para a concretização desses objetivos, o trabalho foi desenvolvido em:

 Introdução: contextualiza o assunto referente ao panorama das energias alternativas

nas matrizes energéticas dos países do BRICS, indicando os objetivos e a justificativa do trabalho e sua organização.

 Material e Método: refere-se à fonte de dados e metodologia aplicada.

 Resultados e Discussão: busca apresentar os resultados das energias alternativas do

BRICS; as análises estatísticas do consumo de energia elétrica e a discussão para maiores inserções das energias alternativas nas Matrizes Energéticas desses países.

 Considerações Finais: consiste em apresentar o resultado da análise do BRICS no

contexto da energia.

5.6 MATERIAL E MÉTODOS

5.6.1 Estudo de Caso

Neste estudo do BRICS analisaram-se, principalmente, os dados do Banco Mundial, da The International Energy Alliance – IEA e do Balanço Energético Nacional – BEN.

Para esta análise utilizou-se o Estudo de Caso do BRICS. Este método, conforme GIL (1991) é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira que permita o seu amplo e detalhado conhecimento.

O estímulo a novas descobertas. Em virtude da flexibilização do planejamento do estudo de caso, o pesquisador, ao longo de seu processo, mantém-se atento a novas descobertas [...].

Para o Estudo de Caso deve se dar a ênfase na totalidade. O pesquisador volta-se para a multiplicidade de dimensões de um problema, focalizando-o como um todo. Dessa forma, supera-se um problema muito comum, sobretudo nos levantamentos em que a análise individual da pessoa desaparece em favor da análise de traços [...].

5.7 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Imagem

Figura 1. Alteração de Temperatura Global e Continental
Figura 2. Ações, tendências e implicações das mudanças climáticas nos negócios.
Figura 3.  Curva de Kuznets Pressão Ambiental X Renda Per capta
Figura 4. Curva de Kuznets II - Pressão Ambiental X Renda Per capta
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Referências

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