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Análise do custo, volume e resultado da cultura da soja em três áreas distintas de uma empresa rural

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS,

ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

MARIELE TISOTT DOS SANTOS

ANÁLISE DO CUSTO, VOLUME E RESULTADO DA CULTURA DA

SOJA EM TRÊS ÁREAS DISTINTAS DE UMA EMPRESA RURAL

IJUÍ (RS)

2017

(2)

MARIELE TISOTT DOS SANTOS

ANÁLISE DO CUSTO, VOLUME E RESULTADO DA CULTURA DA

SOJA EM TRÊS ÁREAS DISTINTAS DE UMA EMPRESA RURAL

Trabalho de conclusão do curso apresentado no DACEC - Curso de Ciências Contábeis da UNIJUÍ, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Profª Orientadora: EUSELIA PAVEGLIO VIEIRA

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por iluminar meu caminho, me dar saúde e forças para superar as dificuldades.

Agradeço aos meus pais, Darcy e Neusa, pelo amor, carinho, paciência e seus ensinamentos, tudo que sou hoje é graças a vocês, obrigado por me manterem no caminho certo. A minha irmã Tatiana por estar sempre ao meu lado me apoiando e me incentivando a sempre seguir em frente.

Agradeço ao meu esposo Robinson pelo incentivo, apoio, amor, carinho e pela paciência neste momento em que não estive presente como gostaria.

Agradeço a professora Eusélia Paveglio Vieira, por toda a sua atenção, esforço e incentivos para que eu pudesse ter confiança e segurança para a realização deste trabalho, e aos demais professores por todos os ensinamentos.

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RESUMO

A atividade rural tem expandido nos últimos anos, o avanço tecnológico, aumento de doenças e pragas no ciclo da cultura, traz a necessidade de um controle na gestão da propriedade, e a utilização do sistema de custos não é uma prática comum nesse tipo de negócio. Neste contexto o objetivo do estudo é demonstrar como a contabilidade de custos e a analise da relação do custo, volume e resultado na produção de soja em três áreas distintas, pode subsidiar os gestores com informação para o gerenciamento da empresa rural. Por meio da pesquisa aplicada, descritiva e qualitativa, o estudo foi realizado a partir da coleta dos dados por meio de entrevistas não formais, análise documental e observação. Os resultados apontam que a cultura da soja apresenta uma margem de contribuição positiva, com uma quantidade de produção acima do ponto de equilíbrio, no entanto uma área apresenta uma lucratividade baixa em comparação com as demais, assim conclui-se que a contabilidade e gestão de custos é uma necessidade na área agrícola em função da apuração e análise dos custos, mas principalmente na análise dos resultados a partir da comercialização dos produtos, já que o preço é dado pelo mercado.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Cálculo depreciação...20

Quadro 2 - Exemplo de cálculo de depreciação...20

Quadro 3 - Diferenças entre custeio por absorção e custeio variável...24

Quadro 4 - Exemplo de calculo de margem de contribuição...26

Quadro 5 - Ponto de equilíbrio contábil...27

Quadro 6 - Ponto de equilíbrio financeiro...28

Quadro 7 - Ponto de equilíbrio econômico ...28

Quadro 8 - Demonstração do resultado pelo método de custeio por absorção e variável...29

Quadro 9 - Insumos da soja...38

Quadro 10- Mão de obra direta...41

Quadro 11- Mão de obra por área...41

Quadro 12- Mão de obra indireta...42

Quadro 13- Custo com depreciação...44

Quadro 14- Depreciação por área...44

Quadro 15- Custo com arrendamento...45

Quadro 16- Custos Indiretos...45

Quadro 17- Custos indiretos por área...46

Quadro 18- Custeio por absorção...47

Quadro 19- Custeio variável ...48

Quadro 20- Margem de contribuição...49

Quadro 21- Ponto de equilíbrio ...50

Quadro 22- Margem de segurança operacional...52

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Insumos da soja...40

Gráfico 2 – Mão de obra por área...42

Gráfico 3 – Mão de obra indireta por área...43

Gráfico 4 – Custeio por absorção...47

Gráfico 5 – Custeio variável...49

Gráfico 6 – Ponto de equilíbrio...51

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 8

1.1 DEFINIÇÃODOTEMAEMESTUDO ... 9

1.2 CARACTERIZAÇÃODAPROPRIEDADE ... 10 1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA ... 10 1.4 OBJETIVOS ... 11 1.4.1 Objetivo geral ... 12 1.4.2 Objetivos específicos ... 12 1.5 JUSTIFICATIVA ... 12 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 14 2.1 CONTABILIDADEDECUSTOS ... 14

2.2 CUSTOSNAATIVIDADERURAL ... 15

2.2.1 Classificação dos custos ... 16

2.2.2 Custos com depreciação ... 18

2.2.3 Custos com pessoal ... 20

2.3 METÓDOS DE CUSTEIO ... 21

2.4 ANÁLISE CUSTO, VOLUME E RESULTADO ... 24

2.4.1 Margem de contribuição... 24

2.4.2 Ponto de equilíbrio ... 26

2.4.3 Margem de segurança ... 27

2.4.4 Demonstração do resultado ... 28

2.5 ESTUDOS NA ÁREA AGRÍCOLA ... 29

3 METODOLOGIA DO ESTUDO ... 31

3.1 CLASSIFICAÇÃODAPESQUISA ... 31

3.1.1 Quanto à sua natureza ... 31

3.1.2 Quanto à sua abordagem ... 31

3.1.3 Quanto aos seus objetivos ... 32

3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos ... 32

3.2 COLETADEDADOS ... 33

3.2.1 Instrumentos de coleta de dados ... 33

3.3 ANALISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ... 34

4 ANÁLISE DOS DADOS E RESULTADOS ... 35

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4.2 CUSTOS DIRETOS DE PRODUÇÃO ... 37

4.2.1 Insumos da soja ... 37

4.2.2 Mão de obra direta ... 40

4.3 CUSTOS INDIRETOS DE PRODUÇÃO ... 41

4.3.1 Mão de obra indireta ... 41

4.3.2 Custo com depreciação ... 42

4.3.3 Custo com arrendamento ... 44

4.3.4 Custos indiretos ... 44

4.4 APURAÇÃO DO CUSTO TOTAL ... 45

4.4.1 Método de custeio por absorção... 45

4.4.2 Método de custeio variável ... 47

4.5 ANÁLISE DO CUSTO, VOLUME E RESULTADO ... 48

4.5.1 Margem de contribuição... 48

4.5.2 Ponto de equilíbrio ... 49

4.5.3 Margem de segurança operacionaL ... 50

4.6 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ... 52

CONCLUSÃO ... 53

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1 INTRODUÇÃO

A contabilidade de custos surgiu com o propósito de apurar os custos na área industrial, após a revolução industrial. Posteriormente, foram sendo inseridos outros tipos de atividades.

De acordo com Martins (2008), a contabilidade de custos possui duas principais funções: o auxilio do controle e a tomada de decisão. No controle busca fornecer dados, para a comparação de valores de anos anteriores. Na decisão traz informações de valores de curto e longo prazo, para questões como preço de venda, opção de compra, entre outras. A contabilidade de custos passou de avaliação de estoques para um importante instrumento de controle e de decisões gerenciais.

Com a evolução da contabilidade gerencial, a contabilidade de custos passou a contemplar tanto a área industrial, quanto comercial e de serviços. Neste aspecto, o agronegócio sente a necessidade da aplicação da contabilidade de custos na apuração dos custos de produção das cultivares, assim como a análise dos resultados.

A contabilidade de custos é tão importante para as empresas como para a atividade rural, onde o mercado atual faz com que os agricultores tenham que ter um conhecimento aprofundado sobre o seu negócio, desde o planejamento que é essencial para uma melhor gestão, assim como o controle e análise das informações, Santos; Marion e Segatti (2002, p. 15), afirmam que “o planejamento é importante no sentido de alertar os administradores quanto às mudanças na economia, no hábito dos consumidores, na tecnologia, no comportamento climático, nos custos, na oferta de produtos (supersafras), na demanda e outras alterações”.

De acordo com Crepaldi (2011, p. 2), “o conhecimento das condições de mercado e dos recursos naturais dá ao produtor rural os elementos básicos para o desenvolvimento de sua atividade econômica”.

A maioria das propriedades rurais não possui um controle de custos e a falta deste controle pode trazer algumas dificuldades na gestão tanto do custo quanto do resultado. Neste sentido, o estudo tem o objetivo de analisar a relação do custo, volume e resultado em três áreas diferentes de uma mesma empresa rural.

Estudo realizado por Casarotto (2016, p. 76), afirma que “a aplicação de um sistema de custos é vital para qualquer tipo de negócio, na área agrícola principalmente o resultado quanto mais preciso possível melhor auxilia na tomada de decisões e planejamento para o plantio do próximo ano agrícola, garantindo o gerenciamento e a continuidade da produção”.

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Neste trabalho, primeiramente são abordados aspectos introdutórios, como tema, caracterização da empresa rural, problematização, definição dos objetivos geral e específicos e por fim a justificativa do tema escolhido.

No segundo capitulo consta o referencial teórico, o qual é a base para a realização do estudo, consiste na aplicabilidade e conceitos da contabilidade de custos, a contabilidade e custos na atividade rural, classificação dos custos, depreciação, métodos de custeio, entre outros.

No terceiro capitulo consta a metodologia, que aborda a classificação da pesquisa, quanto a natureza sendo uma pesquisa aplicada, quanto aos objetivos classifica-se como descritiva, quanto a abordagem é um pesquisa qualitativa, e quanto aos procedimentos técnicos é uma pesquisa documental, bibliográfica e estudo de caso, além de apresentar a coleta de dados, os instrumentos e a análise e interpretação dos dados.

O quarto capítulo, é a análise dos resultados, onde foi realizada a descrição dos processos de produção de cada área, em seguida foram levantado todos os custos de produção, bem como insumos, mão de obra direta e indireta, depreciação, arrendamento, logo após foi feito a apuração do custo total pelo método de custeio por absorção e variável, e a análise dos resultados.

Por fim, consta a conclusão do estudo e o referencial bibliográfico utilizado para o embasamento teórico e conhecimento sobre o assunto abordado.

1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA EM ESTUDO

A contabilidade de custos na atividade rural tem se desenvolvido nos últimos anos em função da necessidade de saber o resultado de cada cultura, assim como a rentabilidade das diferentes áreas dentro de uma empresa rural.

Nesse sentido Santos, Marion e Segatti (2002), explicam que a contabilidade de custos na atividade rural além de se preocupar com a avaliação de estoques e o controle dos custos está voltada também para a tomada de decisão, trazendo questões importantes para uma gestão de qualidade como por exemplo: qual é a cultura mais rentável? Como reduzir custos? Quanto devo produzir e vender para não ter prejuízo?

Nesta linha Crepaldi (2011), relata que com a concorrência acirrada e o avanço da tecnologia, a busca de melhores produtos, faz com que, quem investe mais e consequentemente pesquisa mais, aumenta a produção e consequentemente os resultados,

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assim sendo o empresário rural necessita de informações concretas para o bom desempenho no gerenciamento do seu negócio.

Baseado no exposto, o tema do estudo consiste em realizar uma análise da relação do custo, volume e resultado em uma empresa rural que tem três áreas de produção em diferentes locais.

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA PROPRIEDADE

A entidade em estudo é uma empresa rural, que possui três áreas distintas de cultivo, todas situadas na região noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. A propriedade é familiar, gerenciada por um dos proprietários, onde não possuem colaboradores, apenas é contratado diaristas, quando necessário.

A primeira esta localizada na localidade de Esquina Quincas, no interior de Boa Vista do Cadeado, onde residem os proprietários. Possui 50 hectares arrendados, com uma infraestrutura de um galpão e uma casa, além do maquinário utilizado na sede e nas outras áreas.

As outras duas propriedades também são arrendadas, sendo uma localizada na BR 158 no município de Júlio de Castilhos, possui uma sede com um galpão e uma casa, conta com uma área de 97 hectares, toda a plantação se localiza ao redor da sede. A terceira propriedade também se localiza em Júlio de Castilhos, porém, fica 6 km distantes da sede, possui uma área de 95 hectares, onde somente é plantada a cultura da soja.

A empresa rural não possui muitos controles na parte de gestão, possui planilhas com os gastos com compra de insumos, combustíveis, entre outros gastos referentes à produção e outra planilha com os pagamentos futuros, arrendamento e outros, não possui um livro caixa formal, não controla as entradas de dinheiro, ou seja, as vendas da produção.

1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA

A contabilidade de custos tem a finalidade de sistematizar, organizar e controlar os componentes do custo de produção de um produto. Segundo Leone (2000, p. 21), “a contabilidade de custos é uma atividade que se assemelha a um centro processador de informações, que recebe (ou obtém) dados, acumula-os de forma organizada, analisa-os e interpreta-os, produzindo informações de custos para os diversos níveis gerenciais”.

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Uma das áreas em que a contabilidade de custos tem uma importância muito significativa é o ramo do agronegócio. De acordo com Crepaldi (2011, p. 39):

Com o desenvolvimento tecnológico, a agricultura vem se desenvolvendo e produzindo cada vez mais, reduzindo os custos, gerando renda e criando empregos, fornecendo, dessa forma, as bases para a implementação de indústrias. É de suma importância a necessidade de profissionais e de mão de obra qualificados, para operarem nas atividades rurais, tanto na própria produção como na área administrativa, visando buscar um controle econômico-financeiro mais rigoroso.

Nesse sentido a busca por atualização de gerenciamento nas empresas rurais é essencial para o alcance os resultados desejados, os objetivos de uma gestão de qualidade são a “organização e controle da unidade de produção mostrando as atividades e operações de mais e menor valor, valorização dos estoques, apuração dos resultados de cada cultivo, informações confiáveis para o produtor conseguir decidir o que plantar, quando e como plantar, além de orientar os órgãos públicos e privados no estabelecimento de limites de crédito, por exemplo” (SANTOS, MARION; SEGATTI, 2002).

Nesta linha, um sistema de custos aplicado a cultura da soja, envolve todos os custos ligados aos insumos, mão de obra e os gastos gerais (custos indiretos) da propriedade, onde são cultivados as diferente culturas, sejam elas soja, trigo, milho e outras, neste caso do estudo, a soja em três áreas de produção diferentes.

A empresa rural em estudo, sente a necessidade de avaliar os custos de produção em diferentes áreas sendo necessário analisar a produção, o custo e o resultado por hectares de cada área, para identificar o que pode ser gerenciado, buscando atingir o melhor resultado.

Neste contexto, surgiu a questão de estudo: Como a aplicação da contabilidade de custos em uma empresa rural que possui três áreas distintas de produção pode contribuir na análise do custo, volume e resultado diante do processo de gerenciamento?

1.4 OBJETIVOS

A seguir são apresentados os objetivos os mesmos se dividem em: objetivo geral e os objetivos específicos.

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1.4.1 Objetivo geral

O objetivo geral do estudo é demonstrar como a contabilidade de custos e a análise da relação do custo, volume e resultado na produção de soja em três áreas distintas, pode subsidiar os gestores com informação para o gerenciamento da empresa rural.

1.4.2 Objetivos específicos

- Realizar uma pesquisa bibliográfica referente a contabilidade de custos, custos agrícolas, margens e resultados;

- Descrever o processo de produção da soja em cada área; - Identificar os custos de produção fixos e variáveis por área;

- Apurar o custo total pelo custeio por absorção e variável (direto) por área; -Analisar a relação do custo, volume e resultados em cada área da propriedade; - Identificar as informações relevantes em cada área de produção.

1.5 JUSTIFICATIVA

Com o avanço da tecnologia o custo da produção tem se elevado, o produtor gasta mais com agrotóxicos, adubos, sementes, assim como a necessidade de melhorar os equipamentos para um resultado melhor no final da produção, necessitando da contabilidade de custos para apurar os custos e trazer indicadores econômicos e financeiros para a tomada de decisão.

Há muita falta de controle e organização financeira, pois apenas poucos separam suas despesas particulares de seu negócio agropecuário. Ou seja, a grande maioria não apura o lucro adequadamente de seu negócio, já que não possui um sistema simples de separação do que é despesa normal de sua vida cotidiana em relação a sua atividade empresarial (CREPALDI, 2011, p. 49).

Nesse sentido, o desenvolvimento deste estudo proporciona ao gestor da propriedade um conhecimento para o planejamento da produção, do custo, possibilitando a verificação da viabilidade das áreas mais distantes de onde reside, além de auxiliar na tomada de decisão, podendo gerenciar com maior segurança.

Para a Unijui e para o Curso de Ciências Contábeis fica disponível para instigar novos estudo nessa área, pois boa parte da economia depende do agronegócio, com isso

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estudos nessa área é de grande importância além de servir como fonte de pesquisa para quem tiver interesse.

Para mim, enquanto Bacharel do Curso de Ciências Contábeis, este estudo permitiu um conhecimento aprofundado da contabilidade rural e de custos, sendo filha de agricultor é um assunto que sempre me interessou para melhor a gestão dos negócios familiares.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capitulo é exposto à fundamentação teórica sobre os seguintes assuntos: contabilidade de custos, custos na atividade rural, classificação dos custos, custos com depreciação, custos com pessoal, métodos de custeio, analise do custo, volume e resultado e estudos na área agrícola, servindo como base para o desenvolvimento do trabalho.

2.1 CONTABILIDADE DE CUSTOS

A contabilidade de custos surgiu na revolução industrial, onde sentiu-se a necessidade de um controle, Martins (2008), argumenta que “a contabilidade começou a atuar em outros campos além do industrial, como no comercio, instituições financeiras, firmas de prestação de serviços, entre outras, deixou de ser apenas um controle de estoque para entender o seu potencial de controle e de tomada de decisão”.

Nas palavras de Padoveze (2003, p. 5), contabilidade de custos é:

O segmento da ciência contábil especializado na gestão econômica do custo e dos preços de venda dos produtos e serviços oferecidos pelas empesas. Em linhas gerais, podemos dizer que a necessidade de um ramo especifico da ciência contábil para dedicar-se à questão dos custos nasceu com a Revolução Industrial, no século XVIII, com o advento de novas invenções e dos primeiros processos automatizados, quando iniciou-se a produção em massa, contrapondo-se à produção artesanal.

A contabilidade de custos é fundamental para a gestão de qualquer empreendimento, seja na área comercial, industrial ou rural, Leone (2000, p. 22), conceitua a contabilidade de custos como a “atividade de coleta e fornecimento de informações para as necessidades de tomada de decisão de todos os tipos, desde as relacionadas com operações repetitivas até as de natureza estratégica, não repetitivas, e, ainda, ajuda na formulação das principais políticas das organizações”.

Para concluir seu pensamento Leone (2000, p. 47), acrescenta que:

Contabilidade de custos é o ramo da função financeira que coleta, acumula, organiza, analisa, interpreta e informa os custos dos produtos, dos serviços, dos estoques, dos componentes operacionais e administrativos, dos plano operacionais, dos programas, das atividades especiais e dos segmentos de distribuição para determinar a rentabilidade e avaliar o patrimônio da empresa, para controlar os próprios custos e as operações e para auxiliar o administrador no processo de planejamento e tomada de decisão.

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A partir dos conceitos dos autores entende-se que a contabilidade de custos tem um papel muito importante em qualquer área de atuação, pois apura os custos de cada produto ou serviço, assim fornece informações concretas para a tomada de decisão.

2.2 CUSTOS NA ATIVIDADE RURAL

Na atividade rural, normalmente não se calcula o custo das culturas com o detalhamento e controle dos seus gastos. Nesta linha a atividade rural tem uma particularidade que conforme Crepaldi (2011, p. 2):

O agronegócio é o motor da economia nacional, registrando importantes avanços quantitativos e qualitativos; se mantém como setor de grande capacidade empregadora e de geração de renda, cujo desempenho médio tem superado o desempenho do setor industrial. Ocupando posição de destaque no âmbito global, tem importância crescente no processo de desenvolvimento econômico, por ser um setor dinâmico da economia e pela sua capacidade de impulsionar os demais setores (indústria, comércio, turismo etc.).

A contabilidade de custos é importante para a administração de qualquer ramo de negócio, inclusive na atividade rural, pois somente assim conseguimos obter o real resultado de cada produto. O grande problema é que muitos agricultores desconhecem os benefícios e a importância da contabilidade rural Crepaldi (2011), explica que a contabilidade rural traz mais segurança e clareza na tomada de decisão, e justifica a falta desse controle nas empresas rurais pela mentalidade conservadora da maioria dos proprietários, que usam controles baseados na experiência, assim deixam de lado os dados reais que poderiam ser gerados com a contabilidade.

No momento atual os produtores que não tiverem planejamento e controles de seus negócios enfrentarão dificuldades para se manter no mercado, os custos são elevados e o resultado positivo depende da tecnologia empregada, cada vez mais o mundo globalizado demanda gestores capacitados, para que se possa ser competitivo e gerar lucro. E só conseguirão isto com planejamento e controles dos custos, buscando o avanço tecnológico, analisando os aspectos peculiares da agricultura, (ANDRADE et al., 2012).

Conforme Crepaldi (2011, p. 81), a contabilidade rural “fornece informações sobre condições de expandir-se, sobre necessidades de reduzir custos ou despesas, necessidades de buscar recursos etc.” Para concluir seu pensamento Crepaldi (2011, p. 40), ressalta a importância da contabilidade no trecho a seguir:

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Nesse contexto, a contabilidade pode desempenhar um importante papel como ferramenta gerencial, por meio de informações que permitam o planejamento, o controle e a tomada de decisão, transformando as propriedades rurais em empresas com capacidade para acompanhar a evolução do setor, principalmente no que tange aos objetivos e atribuições da administração financeira, controle de custos, diversificação de culturas e comparação de resultados.

Nesse sentido percebe-se a importância da contabilidade de custos na atividade rural, o mercado atual cada vez exige dos agricultores o emprego de novas tecnologias, para acompanhar esses avanços o agricultor necessita de um bom controle de custos, assim saberá o quanto pode investir.

2.2.1 Classificação dos custos

Os custos podem ser classificados de varias maneiras, contudo, serão apresentados apenas os custos diretos e indiretos e os custos fixos e variáveis. A classificação dos custos diretos e indiretos é necessário para o cálculo mais realista do custo de qualquer objeto, para a verificação da rentabilidade e de eficiência das várias atividades da empresa (LEONE, 2000).

Para Leone (2000, p. 59), os “custos diretos são todos os custos que se conseguem identificar com as obras, do modo mais econômico e lógico”.

Assim sendo os custos diretos não precisam de rateio Crepaldi (2011, p. 100), conceitua os custos diretos na atividade rural como:

São aqueles que podem ser diretamente apropriados aos produtos agrícolas (sem rateio), bastando existir uma medida de consumo (quilos, hora de mão de obra ou de máquinas, quantidade de força consumida etc.). De modo geral, identificam-se aos produtos agrícolas e variam proporcionalmente a quantidade produzida. Podem ser apropriados diretamente aos produtos agrícolas porque há uma medida objetiva do seu consumo nesta produção.

Os custos diretos são os que podem ser diretamente apropriados aos produtos, conforme Santos, Marion e Segatti (2002, p. 43), são exemplos de custos diretos horas de mão-de-obra, quilos de sementes ou rações, gastos com funcionamento e manutenção de tratores.

Já os custos indiretos são aqueles que necessitam de rateio Martins (2008, p. 49), explica que eles “não oferecem condição de uma medida objetiva e qualquer tentativa de alocação tem que fazer de maneira estimada e muitas vezes arbitrária”.

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Referente a atividade rural Santos, Marion e Segatti (2002, p. 43) conceitua os custos indiretos como sendo “aqueles necessários à produção, geralmente de mais de um produto, mas alocáveis arbitrariamente, através de um sistema de rateio, estimativas e outros meios”.

Nesse sentido Crepaldi (2011, p. 101), argumenta que “os custos indiretos dependem de cálculos, rateios ou estimativas para serem apropriados em diferentes produtos agrícolas; portanto, são os custos que só são apropriados indiretamente aos produtos agrícolas”.

Fechando sua ideia Crepaldi (2011), cita os seguintes exemplos: depreciação de equipamentos agrícolas, energia elétrica, impostos e taxa da propriedade rural, manutenção e conservação de equipamentos.

Além dos custos diretos e indiretos eles podem ser classificados como fixos e variáveis, ou seja, os custos podem variar conforme a produção ou permanecer sem alteração. Martins (2008), explica que é muito importante na classificação de custo fixo e variável levar em consideração a unidade de tempo, o valor total de custos e o volume de atividade.

Diante disso Leone (2000), explica que “um custo fixo é constante no total, na faixa de volume relevante da atividade esperada que está sendo considerada”.

Nesse sentido Santos, Marion e Segatti (2002, p. 43), definem custos fixos como: “são os que permanecem inalterados em termos físicos e de valor, independente do volume de produção e dentro de um intervalo de tempo relevante”.

Crepaldi (2011, p. 101), ressalta que “os custos fixos são fixos dentro de uma determinada faixa de produção e, em geral, não são eternamente fixos, podem variar em função de grandes oscilações no volume de produção agrícola”.

Os custos variáveis como o próprio nome diz variam conforme o volume de produção Leone (2000, p. 73), explica que “um custo variável é um custo que é proporcional ao nível da atividade. Os custos variáveis somente aparecem quando a atividade ou a produção é realizada”.

Nas palavras de Crepaldi (2011, p. 102), “os custos variáveis variam proporcionalmente ao volume produzido. Exemplos insumo, embalagem. Se não houver quantidade produzida, o custo variável será nulo”.

Santos, Marion e Segatti (2002, p. 43), citam alguns exemplos de custos fixos e variáveis na atividade rural:

Custos variáveis são aqueles que variam em proporção direta com o volume de produção ou área de plantio. Ex: mão-de-obra direta, materiais diretos (fertilizantes, sementes, rações), horas-máquina. Custos fixos sãos que permanecem inalterados em termos físicos e de valor, independente do volume de produção e dentro de um

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intervalo de tempo relevante. Ex: depreciação de instalações, benfeitorias e máquinas agrícolas, seguro de bens, salários de técnicos rurais e chefias.

Comparando a classificação dos custos na atividade empresarial com a atividade rural, verifica-se que os conceitos são basicamente idênticos, onde os custos diretos são aqueles que podem ser identificados e medidos, por exemplo, insumos na plantação de uma cultura. Já os custos indiretos são comuns a todas as culturas, precisam de rateio, por exemplo, depreciação de um trator. Enquanto os custos fixos são aqueles que não se alteram na produção da cultura, por exemplo, seguros das máquinas, e os custos variáveis são os que têm alteração conforme a produção, por exemplo, combustíveis do trator.

2.2.2 Custos com depreciação

A depreciação é o desgaste decorrente da utilização de um ativo, é a perda do valor de compra de um bem, essa perda é classificada como custo ou despesa e deve ser apropriada no custo final de produto, para recuperar o investimento de ativos imobilizados.

Para Padoveze (2003), a depreciação é a perda de valor dos ativos imobilizados, ocorrido pelo desgaste ou obsolescência, ou seja, a diferença do valor de um bem novo e um bem usado é a depreciação. Segundo Santos, Marion e Segatti (2002, p. 82), a depreciação é somente aplicada a “[...] bens tangíveis, como máquinas, equipamentos, móveis, utensílios, edifícios etc”.

Neste sentido Crepaldi (2011, p. 130), afirma que:

A depreciação é um encargo financeiro que se tem sobre certas contas (ativo imobilizado) que reflete o custo de utilização de um ativo em um exercício contábil dado, e mais especialmente para refletir a porção do custo monetário original de ingresso desse ativo que foi utilizado na obtenção de receitas de um exercício contábil em partícula.

O artigo 183 da lei 6.404/76, explica sobre a diminuição do valor dos elementos do ativo imobilizado no caso da depreciação será “depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência”.

Conforme o item 55 da NBC TG 27 (Norma Brasileira de Contabilidade) a depreciação se inicia quando:

A depreciação do ativo se inicia quando este está disponível para uso, ou seja, quando está no local e em condição de funcionamento na forma pretendida pela administração. A depreciação de um ativo deve cessar na data em que o ativo é

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classificado como mantido para venda (ou incluído em um grupo de ativos classificado como mantido para venda de acordo com a NBC TG 31) ou, ainda, na data em que o ativo é baixado, o que ocorrer primeiro. Portanto, a depreciação não cessa quando o ativo se torna ocioso ou é retirado do uso normal, a não ser que o ativo esteja totalmente depreciado. No entanto, de acordo com os métodos de depreciação pelo uso, a despesa de depreciação pode ser zero enquanto não houver produção.

Há muitos métodos para o cálculo da depreciação, o item 62 da NBCTG 27 explica sobre os esses métodos:

Vários métodos de depreciação podem ser utilizados para apropriar de forma sistemática o valor depreciável de um ativo ao longo da sua vida útil. Tais métodos incluem o método da linha reta, o método dos saldos decrescentes e o método de unidades produzidas. A depreciação pelo método linear resulta em despesa constante durante a vida útil do ativo, caso o seu valor residual não se altere. O método dos saldos decrescentes resulta em despesa decrescente durante a vida útil. O método de unidades produzidas resulta em despesa baseada no uso ou produção esperados. A entidade seleciona o método que melhor reflita o padrão do consumo dos benefícios econômicos futuros esperados incorporados no ativo. Esse método é aplicado consistentemente entre períodos, a não ser que exista alteração nesse padrão

Conforme Marion (2005), os implementos agrícolas não são utilizados o ano inteiro, apenas nos períodos de safra, por essa razão segundo o autor o ideal é calcular a depreciação por hora, estimando o número de horas que o equipamento trabalhou. Dessa forma o calculo da depreciação por hora seria:

Quadro 1- Cálculo depreciação

R$ Depreciação por hora = Valor do equipamento

Número estimado de horas de trabalho Fonte: Marion (2005, p. 68)

Para concluir se pensamento Marion (2005), demonstra um exemplo da depreciação de um trator:

Quadro 2 – Exemplo de cálculo de depreciação 1. Depreciação = Valor do trator

8.000 horas (9.000 − esteira)

2. Manutenção e reparos (para não sobrecarregar as culturas especificas recomenda-se estimar esse dado). Dados aproximados Trator { Pneus: 1,0 x 1 hora de depreciação Esteira: 0,8 x 1 hora de depreciação

3. Combustível – nº de litros por hora x R$...por litro

4. Outros custos indiretos (lubrificação, seguro, depreciação de oficina...). Calcula-se um percentual sobre a depreciação ou a soma dos custos até o momento

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5. Salário por hora do tratorista + encargos socais Total do custo por hora= 1+2+3+4+5

Fonte: Marion (2005, p. 69)

Diante do exposto, constata-se que o cálculo da depreciação na atividade rural não é tão simples, pois cada atividade da propriedade rural considera-se fatores diferentes para a correta avaliação da vida útil do bem.

2.2.3 Custos com pessoal

Custos com pessoal ou mão de obra são os gastos com o empregado rural, despesas de salários e todos os encargos sociais. Considera-se empregado rural conforme art. 2º da lei nº 5.889/73 “toda pessoa física que, em propriedade rural ou prédio rústico, presta serviços de natureza não eventual a empregador rural, sob a dependência deste e mediante salário”.

O custo com pessoal pode ser classificado como mão de obra direta e mão de obra indireta, conforme os conceitos a seguir.

Padoveze (2003), explica que mão de obra direta são os gastos com o pessoal que trabalha diretamente na produção do produto ou execução do serviço. Crepaldi (2011, p. 102), conceitua mão de obra direta na atividade rural como “são os custos relacionados com pessoal que trabalha diretamente na produção, por exemplo, o empregado que opera a plantadeira”.

Santos, Marion e Segatti (2002, p. 54), mencionam que “os custos de mão-de-obra direta devem ser considerados como tal somente se aplicados a um único tipo de produção, suscetível de uma medição precisa”.

Crepaldi (2011), explica que pode surgir dificuldade no cálculo de mão de obra direta, fazendo com que os gestores classifiquem como custo indireto, o que fara o custo dos produtos agrícolas ficar adulterado, cabendo à empresa rural um estudo de custos-benefícios para decidir a melhor forma de tratamento.

A mão de obra indireta é aquele em que há necessidade de rateio, para Padoveze (2003, p. 35):

Considera-se mão de obra indireta os gastos com o pessoal que desempenha as atividades de apoio aos setores diretos (onde está agrupada a mão de obra direta). A mão de obra indireta, em linhas gerais, não manipula os produtos, não faz os serviços, ou seja, não tem participação direta nos processos produtivos. Esta locada nos setores de apoio a fábrica, tais como planejamento e controle de produção, setor de manutenção, controle de qualidade, engenharia de fábrica, engenharia de desenvolvimento etc.

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Na atividade rural Santos, Marion e Segatti (2002, p. 54), contribuem com a seguinte afirmação “se tiver que recorrer a qualquer critério de rateio ou estimativa, transforma-se em mão de obra indireta, qualquer que seja o objetivo do sistema de levantamento de custos.”.

Crepaldi (2011), salienta que o cálculo do custo da hora tanto para a mão de obra direta ou indireta deve levar em consideração todos os encargos sociais, e também deve ser feito o ajuste real das horas trabalhadas descontando o tempo improdutivo (férias, fim de semana, entre outros).

Desta forma, a mão de obra direta é aquela ligada diretamente na produção e que não precisa de rateio, por exemplo, o operador da colheitadeira, já a mão de obra indireta precisa de rateios ou estimativas.

2.3 METÓDOS DE CUSTEIO

Os métodos de custeio são muito importantes para a tomada de decisão eles definem a forma de distribuição dos gastos totais aos produtos e serviços. Para Padoveze (2003, p. 151), o método de custeio é:

Um processo de distribuir os gastos totais, considerando seus principais tipos, ao diversos produtos ou serviços da empresa. Em outras palavras, dentro de condições normais de operação, a obtenção do custo unitário dos produtos e serviços é um processo de alocação dos gastos totais, admitidos pelo método escolhido, aos diversos produtos ou serviços produzidos pela empresa.

Existem vários tipos de métodos de custeio, pois cada pessoa tem uma visão sobre o que é o custo de um produto, alguns entendem que não devem ser colocados aos produtos os custos que são rateados outros entendem que é comum essa forma de alocação de custos, (PADOVEZE, 2003).

Padoveze (2003, p. 79), afirma que “a palavra absorção é utilizada há muito tempo, pois após a apuração dos custos fixos e variáveis, é necessário que os produtos e serviços “absorvam” os demais custos indiretos, para que se apure o custo unitário com todos os custos apropriados”.

O custeio por absorção é o mais utilizado Leone (2000, p. 242), comenta que “é aquele que faz debitar ao custo dos produtos todos os custos da área de fabricação, sejam esses custos definidos como custos diretos e indiretos, fixos ou variáveis, de estrutura ou operacionais”.

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Segundo Martins, (2008, p.37), o custeio por absorção “consiste na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção; todos os gastos relativos ao esforço de produção são distribuídos para todos os produtos ou serviços feitos”.

Crepaldi (2011, p. 249), salienta os pontos positivos do custeio por absorção é a “fixação de preços de venda mais reais, pois engloba todos os custos da empresa agropecuária nos custos unitários dos produtos; Baseia-se nos princípios fundamentais de contabilidade; Demonstra índices de liquidez mais reais; No Brasil, aceito pelo fisco”.

Conforme Santos, Marion e Segatti (2002, p. 44), o custeio por absorção na atividade rural “são os levantados pela contabilidade de custos tradicional, a fim de mensurar monetariamente os estoques de produtos acabados ou ainda em exploração e, ao fim de um exercício ou intervalo de tempo apurar o resultado contábil da empresa”.

De acordo com Crepaldi (2011, p. 230), o método de custeio por absorção, segue alguns passos: “Separação dos gastos do período em custos e despesas; classificação dos custos em diretos e indiretos; apropriação dos custos diretos aos produtos agropecuários; apropriação, através de rateio, dos custos indiretos de produção”.

Neste sentido Padoveze (2003, p. 195), explica que:

Os materiais diretos são apropriados de forma unitária e direto; os gastos com a mão-de-obra direta ou os setores indiretos, dos processos que interferem nos produtos e serviços, são apropriados normalmente em cima dos tempos de execução dos processos exigidos por cada produto ou serviço, atribuindo-se os custos horários obtidos pelas horas disponíveis ou trabalhadas em todos os produtos; finalmente, os custos indiretos são absorvidos por algum critério de distribuição ou rateio.

Portanto o custeio por absorção é o mais utilizado, pois todos os custos são alocados aos produtos, tanto os custos diretos como os indiretos, para assim definir a rentabilidade de forma mais aproximada de cada produto.

Já o método de custeio variável como o próprio nome diz considera apenas os custos e despesas variáveis, Martins (2008, p. 198), afirma que no custeio variável “só são alocados aos produtos os custos variáveis, ficando os fixos separados e considerados como despesas do período, indo diretamente para o resultado”.

O custeio direto ou variável considera somente os custos variáveis para a determinação dos custos de produção, ou seja, mão-de-obra direta, máquinas diretas e insumos agrícolas. Os custos fixos neste caso serão considerados como despesas correntes e debitados diretamente nos resultados. Por esse motivo não é aceito pela legislação fiscal vigente, podendo ser utilizado somente na apuração de resultados gerenciais. (SANTOS, MARION; SEGATTI, 2002, p. 44).

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Para Vieira, Rossi e Pocai (2003, p. 40), “o custeio variável fornece informações muito úteis para a tomada de decisões, porque pressupõe uma apropriação de caráter gerencial, uma vez que os custos fixos ficam separados e são considerados como despesas do período”. Para concluir seu pensamento os autores acrescentam que “Esse método voltado para o aspecto gerencial permite a apuração do resultado de cada mercadoria, bem como a análise da margem de contribuição, ponto de equilíbrio e margem de segurança”.

Crepaldi (2011, p. 250), destaca os pontos positivos do custeio variável:

Os custos dos produtos agropecuários podem ser comparados em bases unitárias, independente do volume de produção.

Facilita o tempo e o trabalho despendido tornando mais pratica a apuração e apresentação de informações.

Melhor controle dos custos fixos, por se apresentarem separadamente nas demonstrações.

Facilita a elaboração e controle de orçamentos e determinação de controle de padrões.

Fornece mais instrumentos de controle gerencial.

No quadro 3 é apresentado um quadro com as diferenças do custeio variável e do custeio por absorção:

Quadro 3- Diferenças entre custeio por absorção e custeio variável

Custeamento variável Custeamento por absorção

Classifica os custos em fixos e variáveis. Não há preocupação por essa classificação. Classifica os custos em diretos e indiretos. Também classifica os custos em diretos e indiretos. Debita ao segmento, cujo custo está sendo apurado,

apenas os custos que são diretos ao segmento variáveis em relação ao parâmetro escolhido base.

Debita ao segmento cujo custo está sendo apurado os custos diretos e também os custos indiretos através de uma taxa de absorção.

Os resultados apresentados sofrem influência direta do volume de vendas.

Os resultados apresentados sofrem influência direta do volume de produção.

É um critério administrativo, gerencial, interno. É um critério legal, fiscal, externo. Aparentemente sua filosofia básica contraria os

preceitos geralmente aceitos da Contabilidade, principalmente os fundamentos do “regime de competência”.

Aparentemente, sua filosofia básica alia-se aos preceitos contábeis geralmente aceitos, principalmente aos fundamentos do “regime de competência”.

Apresenta a contribuição Marginal – diferença entre as receitas e os custos diretos e variáveis do segmento estudado.

Apresenta a Margem operacional – diferença entre as receitas e os custos diretos e indiretos do segmento estudado.

O custeamento variável destina-se a auxiliar, sobretudo a gerência no processo de planejamento e tomada de decisões.

O custeamento por absorção destina-se a auxiliar a gerência no processo de determinação da rentabilidade e de avaliação patrimonial.

Como o custeamento variável trata os custos diretos e variáveis de determinado segmento, o controle da absorção dos custos da capacidade ociosa não é bem explorado.

Como o custeamento por absorção trata dos custos diretos e indiretos de determinado segmento, sem cogitar de perquirir se os custos são variáveis ou fixos, apresenta melhor visão para o controle da absorção dos custos da capacidade ociosa.

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Portanto, o custeio variável não é aceito pela legislação fiscal, por considerar apenas os custos variáveis, mas é de extrema importância para a tomada de decisões, é uma ferramenta gerencial, que permite a análise da margem de contribuição, ponto de equilíbrio e margem de segurança.

2.4 ANÁLISE CUSTO, VOLUME E RESULTADO

A análise do custo, volume e resultado é realizada através de algumas ferramentas sendo elas a margem de contribuição, ponto de equilíbrio, margem de segurança e a demonstração do resultado, estas ferramentas são muito importantes para o auxilio da tomada de decisões, pois ajuda a entender a real situação da empresa rural. A seguir são conceituadas estas ferramentas.

1.4.1 Margem de contribuição

A margem de contribuição é o preço de venda menos os custos e despesas variáveis de cada produto, assim apura-se qual produto esta gerando resultado.

Segundo Martins (2008, p. 179), a margem de contribuição por unidade é “a diferença entre o preço de venda e o custo variável de cada produto; é o valor que cada unidade efetivamente traz à empresa de sobra de suas receitas e o custo que de fato provocou”. Neste sentido, Padoveze (2003), explica que se multiplicar pelo total vendido terá a margem de contribuição total do produto para a empresa.

Para Santos, Marion e Segatti (2002, p. 126), a margem de contribuição permite “conhecer a real alocação dos custos variáveis na atividade, bem como mostrar as perspectivas de competição entre as diversas atividades da empresa”.

Conforme Wernke (2001), o estudo da margem de contribuição é essencial para decisões de curto prazo, além de possibilitar análise para a redução de custos, politicas de incremento de quantidade de vendas e redução dos preços unitários de venda dos produtos ou mercadorias.

Santos, Marion e Segatti (2002, p. 126), trazem que “o conceito de margem de contribuição é aplicado às empresas que desejam apurar seus resultados em termos de produto (arroba de boi, saca de soja, caixa de laranja), utilizando o método de apuração de resultado, “direto ou variável”, e não por absorção”.

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Wernke (2001, p. 44), salienta as vantagens e desvantagens da margem de contribuição:

a) é um instrumento para avaliar a viabilidade de aceitação de pedidos em condições especiais. Por exemplo: quando existem restrições de matéria prima ou horas de trabalho disponíveis ou por preços e quantidades diferentes dos praticados;

b) ajudam a administração a decidir que produtos devem merecer maior esforço de venda ou colocados em planos secundários ou simplesmente tolerados pelos benefícios de vendas que possam trazer a outros produtos;

c) são essenciais para auxiliar aos administradores a decidirem se um segmento produtivo (ou de comercialização) deve ser abandonado ou não;

d) podem ser usadas para avaliar alternativas quanto a reduções de preços, descontos especiais, campanhas publicitárias especiais e uso de prêmios para aumentar o volume de vendas. As decisões desse tipo são determinadas com uma comparação dos custos adicionais, visando ao aumento na receita de venda. Quanto maior for o índice de margem de contribuição, melhor é a oportunidade de promover vendas. Quanto mais baixo o índice, maior será para recuperar os compromissos de promover vendas adicionais;

e) a margem de contribuição auxilia os gerentes a entenderem a relação entre custos, volume, preços e lucros, fundamentando tecnicamente as decisões de venda;

f) basear o cálculo dos preços de venda somente com dados da margem de contribuição pode resultar em valores que não cubram todos os custos necessários para manter as atividades a longo prazo;

g) é útil para tomada de decisões de curto prazo, mas pode levar o administrador a menosprezar a importância dos custos fixos.

O cálculo da margem de contribuição conforme Santos, Marion e Segatti (2002, p. 126) pode ser feito na seguinte maneira:

Quadro 4- Exemplo de calculo de margem de contribuição

Preço de venda R$1000 (-) Custo e Despesa Variável (unitário) R$ 500 (=) Margem de contribuição R$ 500 Fonte: Santos, Marion e Segatti (2002, p. 126)

Isso significa que a cada R$1.000 de vendas a margem de contribuição será R$ 500, ou seja, esta é a saldo para cobrir os custos fixos da empresa. (SANTOS, MARION; SEGATTI, 2002).

Neste sentido percebe-se a importância da margem de contribuição, um cálculo simples que demonstra o lucro unitário de cada produto para a empresa, e gera informações importantes para a tomada de decisão, como por exemplo, aumentar ou diminuir a produção, aumentar ou diminuir o preço de venda, porem não se deve esquecer de reduzir os custos fixos para obter o lucro total do produto.

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1.4.2 Ponto de equilíbrio

O ponto de equilíbrio demonstra quanto a empresa precisa vender para pagar os custos e despesas, ou seja, é quantidade mínima de venda para a empresa não ter prejuízo. Existem três cálculos de ponto de equilíbrio: econômico, contábil e fiscal.

Conforme Wernke (2001), em determinadas situações o gestor necessita saber a quantidade suficiente para não ter prejuízo, ou o nível de produção que a empresa deve atingir para ter o lucro desejado, essas informações são obtidas através do ponto de equilíbrio.

Para Padoveze (2003, p. 281), denomina-se ponto de equilíbrio “o volume de atividades operacional em que o total da margem de contribuição da quantidade vendida/produzida se iguala aos custos e despesas fixas”.

Neste sentido Wernke (2001, p. 49), explica que “o ponto de equilíbrio representa o nível de vendas em que a empresa opera sem lucro ou prejuízo. Ou seja, o número de unidades vendidas no ponto de equilíbrio é o suficiente para a empresa pagar seus custos fixos e variáveis, sem gerar lucro”.

Sobre o ponto de equilíbrio na atividade rural Crepaldi (2011, p. 169), ressalta “o ponto de equilíbrio é aquele momento em que a Empresa Rural atinge um volume de vendas que lhe permite cobrir seus custos operacionais. Sem lucro nem prejuízo”.

Wernke (2001), destaque que dependendo da necessidade do gestor o ponto de equilíbrio possibilita adaptações que suprem as informações não possuídas, nesse sentido existem três formas de cálculo: o ponto de equilíbrio contábil, ponto de equilíbrio econômico e ponto de equilíbrio financeiro.

Padoveze (2003), explica que o ponto de equilíbrio contábil é a quantidade de vendas que deve ser efetuada para cobrir todos os custos e despesas fixas. Desse modo a fórmula para o calculo é a seguinte:

Quadro 5 - Ponto de equilíbrio Contábil

PE em quantidade =Margem de contribuição unitáriaCustos fixos totais

Fonte: Padoveze (2003, p. 286)

Segundo Wernke (2001, p. 52), “no ponto de equilíbrio financeiro calcula-se o nível de atividades suficientes para pagar os custos fixos (exceto a depreciação) e outras dividas que a empresa tenha que saldar no período como empréstimos e financiamentos bancários”. A seguir é demonstrada a fórmula para o calculo de ponto de equilíbrio financeiro:

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Quadro 6- Ponto de equilíbrio Financeiro

PE fin. =Custos fixos (R$) − Depreciações (R$) + Dívidas do Período (R$) Margem de contribuição unitária (R$)

Fonte: Wernke (2001, p. 52)

Padoveze (2003), destaca que o ponto de equilíbrio econômico é aquele que inclui as despesas e receitas financeiras, mais as despesas fixas, o resultado cobre todos os gastos operacionais, financeiro, e os efeitos da inflação. A fórmula utilizada para o calculo é a seguinte:

Quadro 7- Ponto de equilíbrio Econômico

PE econ. =Custos Fixos (R$) + Lucro desejado (R$) Margem de contribuição unitária (R$) Fonte: Wernke (2001, p. 53)

Neste sentido Wernke (2001, p.55), ressalta os benefícios do ponto de equilíbrio:

a) alteração do mix de vendas, tendo em vista o comportamento do mercado; b) alteração de politicas de vendas com relação a lançamentos de novos produtos; c) definição do mix de produtos do nível de produção e preço do produto;

d) reponde a perguntas que exigem respostas rápidas, tais como: quantas unidades de produto devem ser vendidas para se obter determinado montante de lucro? Qual a influencia de um desconto promocional nos preços de vendas? [...]

e) útil ao planejamento e controle de vendas e de resultados etc.

Assim, verifica-se que o ponto de equilíbrio é uma ferramenta útil na tomada de decisões, pois fornece dados de fácil compreensão, com possibilidades de simulação de cenários para uma melhor administração.

2.4.3 Margem de segurança

A margem de segurança é a diferença entre as unidades que foram vendidas e o ponto de equilíbrio, ou seja, representa o quanto as vendas podem cair sem que haja prejuízo para a empresa.

Para Padoveze (2003, p. 290), “a margem de segurança pode ser definida como o volume de vendas que excede às vendas calculadas no ponto de equilíbrio”. Para concluir seu pensamento o autor destaca que o volume de vendas para analisar a margem de segurança pode ser tanto as vendas orçadas ou o valor real das vendas.

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Segundo Wernke (2001, p. 62), a margem de segurança pode ser expressa quantitativamente, em unidades físicas ou monetárias, ou sob percentual utilizando as seguintes fórmulas:

a) Margem de segurança em valor (R$) = vendas efetivas (R$) menos vendas no ponto de equilíbrio (R$).

b) Margem de segurança em unidades = vendas efetivas em unidades menos vendas em unidades no ponto de equilíbrio

c) Margem de segurança em percentual (%) = margem de segurança (R$) dividido por vendas totais (R$).

Diante do exposto, verifica-se que a margem de segurança fornece informações de grande importância para os gestores para saber a quantidade de produtos vendidos que podem cair sem que haja um prejuízo, ou seja, descobrir se estão trabalhando de forma segura.

2.4.4 Demonstração do resultado

A demonstração do resultado do exercício confronta as receitas e despesas do período chegando ao resultado do exercício. Basso (2011, p. 308), conceitua como “o relatório contábil que sintetiza as operações que deram origem ao resultado de um determinado período ou exercício social”.

Para obter o resultado líquido da empresa rural pode ser calculado de duas maneiras pelo método de custeio por absorção que é aceito pela legislação, e pelo método de custeio variável que apenas é utilizado para fins gerenciais, a seguir é demonstrado um exemplo diferenciando os dois métodos.

Quadro 8- Demonstração do resultado pelo método de custeio por absorção e variável Dados:

Produção: 1.000 unidades totalmente acabadas Custos Variáveis: R$ 20.000

Custos Fixos: R$ 12.000 Despesas variáveis: R$ 4.000 Despesas fixas: R$ 6.000

Não há estoques iniciais e finais de produtos em elaboração Não há estoques iniciais de produtos acabados

Vendas líquidas: 800 unidades a R$ 60 cada uma: R$ 48.000

Custeio por absorção Custeio Variável

Vendas líquidas = 48.000 (-) CPV = (25.600) (=) Resultado Industrial = 22.400 (-) Despesas fixas e variáveis = (10.000) (=) Lucro líquido = 12.400 Vendas líquidas = 48.000 (-) CPV = (16.000) (-) Despesas variáveis = 4.000 (=) Margem de contribuição = 28.000 (-) Custos fixos = (12.000) (-) Despesas fixas = (6.000) (=) Lucro Líquido = 10.000 Fonte: Adaptado Crepaldi (2012, p.145)

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Conforme Crepaldi (2012), o lucro líquido pelo custeio por absorção é de R$ 12.400, e pelo custeio variável é R$ 10.000, isso ocorre porque no custeio variável todos os custos fixos são considerados despesas, enquanto no custeio por absorção somente a parcela de custos fixos correspondentes aos produtos vendidos.

2.5 ESTUDOS NA ÁREA AGRÍCOLA

O mercado agrícola é responsável por grande parte da economia brasileira, e consequentemente vez crescendo cada vez mais, isso faz com que os produtores tenham que investir em novas tecnologias, para acompanhar esse crescimento, com isso necessita de um controle mais rigoroso sobre a empresa rural, principalmente na área de gestão de custos.

Nesse sentido, Crepaldi (2011), explica que o bom resultado não é apenas buscar novas tecnologias para obter elevados níveis de produtividade, é preciso saber gerenciar a produtividade obtida para alcançar o resultado desejado e assim maximizar lucro.

A necessidade de uma gestão de qualidade traz vários estudos sobre o tema como, por exemplo, Silva e Gazolla (2015, p. 197), que buscam “identificar quais os procedimentos que devem ser observados para analisar os custos de produção em uma pequena propriedade rural, formar o preço de venda, verificar a lucratividade”. Os autores concluem suas ideias identificando a necessidade de ferramentas que auxiliam a gestão como descrito no trecho a seguir:

Pode-se afirmar que a manutenção de um sistema de custo nas pequenas propriedades rurais constitui-se de uma importante ferramenta para medir o resultado e os custos, fornecendo ao empresário rural subsídio para tomada de decisão e a possibilidade do aumento qualitativo e quantitativo da sua produção. Assim, o estudo tem contribuição prática, incentivando a contabilidade gerencial rural. (SILVA; GAZOLLA, 2015, p. 218).

Para Schumann (2010), um controle de custos proporciona aos gestores diversas informações para ajudar no processo de negociação do produto, para conclui seu pensamento o autor recomenda conhecer o custo real da produção de semente de soja por saca e por conseqüência saber o melhor momento para a comercialização das variedades de sementes produzidas na propriedade, para assim obter a margem de resultado desejada.

Neste sentido a (CONAB, 2010, p. 9), salienta:

A produção na atividade agrícola, pelas suas particularidades, exige escolhas racionais e utilização eficiente dos fatores produtivos. Esse processo de tomada de

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decisão reflete no seu custo total, que, por sua vez, impacta os resultados ótimos da atividade. O custo da produção agrícola é parte essencial para a gestão do empreendimento rural e o seu acompanhamento pelo Estado é importante para a formulação, implementação e avaliação de políticas públicas.

De acordo com Schwantes (2011), se a empresa rural não utiliza nenhum tipo de sistema de custeamento, os proprietários não têm condições de avaliar a rentabilidade de cada cultura, saberiam o lucro porque sobrou dinheiro no banco, mas não pela análise do custo e lucratividade de cada produto. Dessa forma podem trabalham com culturas que possuem margem negativa, pois não conseguem descobrir quanto cada uma contribui para a formação do resultado.

Neste sentido percebe-se a importância da contabilidade e do controle de custos, pois os custos impactam diretamente do resultado. Uma boa gestão de custos pode mostrar o que realmente é ganho ou perda, e identificar possíveis reduções dos custos ou até a exclusão de determina cultura que não produz resultado positivo.

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3 METODOLOGIA DO ESTUDO

A metodologia aborda os métodos utilizados na realização do estudo, as técnicas de pesquisa e procedimentos técnicos.

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

A seguir são expostas as formas de classificação da pesquisa, com seus relativos conceitos. Gil (2010), explica que a classificação da pesquisa é muito importante, já que possui uma organização melhor e com isso os leitores irão compreender a forma da pesquisa.

3.1.1 Quanto à sua natureza

Quanto a natureza o método de pesquisa utilizado é a pesquisa aplicada, em razão de procurar solucionar um problema real, para Vergara (2013, p. 42), “a pesquisa aplicada é fundamentalmente motivada pela necessidade de resolver problemas concretos, mais imediatos, ou não”.

Nesse sentido a pesquisa foi realizada em três áreas de uma empresa rural, mediante a existência de um problema, buscando informações que foram analisadas, direcionando para a solução do problema.

3.1.2 Quanto à sua abordagem

Quanto à abordagem, o estudo se classifica como pesquisa qualitativa, segundo Beuren et al., (2004, p. 92), “na pesquisa qualitativa concebem-se análises mais profundas em relação ao fenômeno que esta sendo estudado. A abordagem qualitativa visa destacar características não observadas por meio de um estudo quantitativo, haja vista a superficialidade deste último”.

Este estudo se classifica como qualitativo, por descrever, sintetizar em planilhas no excel os dados e informações disponibilizadas pelo proprietário da empresa rural, dispensando o uso de ferramentas estatísticas, os quais foram selecionados, interpretados e analisados para disponibilizar as informações obtidas.

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3.1.3 Quanto aos seus objetivos

Quanto aos objetivos a pesquisa pode ser classificada de três formas: exploratória explicativa e descritiva, para esta pesquisa será utilizado à pesquisa descritiva. Para Gil (2010, p. 27), “as pesquisas descritivas têm como objetivo a descrição das características de determinada população. Podem ser levadas também com a finalidade de identificar possíveis relações entre variáveis”.

Nesse sentido Beuren et al., (2004), comenta que a pesquisa descritiva é um estudo intermediário das pesquisas explicativas e exploratórias, pois não é profunda quanto a primeira e nem tão preliminar quanto a segunda.

Neste estudo de análise dos custos em três áreas de uma propriedade rural, inicialmente foi necessário descrever os processos da cultura da soja, para posteriormente analisar e estruturar os sistemas de custos.

3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos

Quanto aos procedimentos técnicos a pesquisa se classifica como: documental, bibliográfica e estudo de caso.

Conforme Gil (2010, p. 30), “a pesquisa documental vale-se de toda sorte de documentos elaborados com finalidades diversas, tais como assentamento, autorização, comunicação e etc”. Beuren et al., (2004, p. 134), explica ainda que “a coleta de dados por meio da pesquisa documental ou de fontes primárias é aquela que trabalha com informações quem não receberam tratamento analítico”.

Para Vergara (2013, p. 43), a pesquisa bibliográfica como é “o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral. Fornece instrumental e analítico para qualquer outro tipo de pesquisa, mas também pode esgotar-se em si mesma”.

A pesquisa bibliográfica tem como finalidade “colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto, inclusive conferências seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma, querem publicadas, quer gravadas” (MARCONI; LAKATOS, 2003, p. 183).

Com relação ao estudo de caso Vergara (2013, p. 44), destaca que “é o circunscrito a uma ou poucas unidades, entendidas essas como pessoa, família, produto, empresa, órgão público, comunidade ou mesmo país”.

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Na mesma visão Gil (2010, p. 37), define como “o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento”.

O presente estudo utilizou-se dos seguintes procedimentos técnicos, pesquisa bibliográfica, onde se buscou o embasamento em livros e materiais complementares, artigos científicos, revista e internet. Também é documental em função de analisar documentos, notas fiscais de compra, que são necessários para o levantamento dos dados que posteriormente foram sistematizados, analisados e transformados em informações para os gestores da propriedade que é o caso em estudo.

3.2 COLETA DE DADOS

Conforme Vergara (2013, p. 51), “na coleta de dados, o leitor deve ser informado como você pretende obter os dados de que precisa para responder ao problema. Não se esqueça, portanto, de correlacionar os objetivos aos meios para alcança-los, bem como de justificar a adequação de um a outro”.

Nesse sentido a coleta de dados foi realizada por intermédio de entrevistas não formais com o proprietário da empresa rural, além de análise de documentos como, por exemplo, notas fiscais de compra de insumos, venda de grãos e de manutenção e compra de maquinários.

3.2.1 Instrumentos de coleta de dados

Os instrumentos de coleta de dados utilizados para a pesquisa foram: a observação sistemática, entrevista informal e análise documental. Sobre a observação sistemática Beuren et al., (2004, p. 129), explica:

A observação sistemática é usada em pesquisas que requerem a descrição mais detalhada e precisa dos fenômenos ou testes de hipóteses. Na técnica de coleta de dados, presume-se que o pesquisador saiba exatamente quais informações são relevantes para atingir os objetivos propostos.

Em relação à entrevista informal Vergara (2013, p. 52), afirma que “é uma “conversa jogada fora”, mas tem um objetivo específico: coletar os dados de que você necessita”. Neste sentido Marconi e Lakatos (2003, p. 197), menciona que “o entrevistador tem liberdade para desenvolver cada situação em qualquer direção que considere adequada. É uma forma de

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explorar mais amplamente uma questão. Em geral, as perguntas são abertas e podem ser respondidas dentro de uma conversação informal”.

Desta forma, foi de grande importância a realização da entrevista informal, da observação sistemática e análise documental, visto que proporcionaram as informações e dados necessários para a realização da pesquisa.

3.3 ANALISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Com relação a análise e interpretação dos dados, primeiramente realizou-se o entendimento da base teórica e bibliográfica e posteriormente foi feita a análise por meio de planilhas elaboradas com os dados fornecidos pelo proprietário nas entrevistas, após os devidos cálculos foi elaborado a sistematização do estudo com a devida conclusão e as recomendações.

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4 ANÁLISE DOS DADOS E RESULTADOS

Neste capitulo consta a descrição de cada área, desde o preparo das sementes até a colheita, em seguida apresenta-se os devidos cálculos com base teoria estudada, referente à mão-de-obra, depreciação, custos total pelo método de custeio por absorção e variável e com base nestes, foi analisado o custo, volume e resultado atendendo os objetivos do estudo.

4.1 DESCRIÇÃO DOS PROCESSOS DE PRODUÇÃO DAS CULTURAS

A seguir apresentam-se os processos utilizados na produção da soja. A propriedade possui somente terra arrendadas, o estudo foi realizado na safra de 2016/2017, possuindo três áreas distintas, sendo a primeira localizada no município de Boa Vista do Cadeado-RS com 50 hectares de plantio e as outras no município de Júlio de Castilhos-RS com 97 hectares e 95 hectares.

A cultura da soja é cultivada no período de outubro a abril, e pode variar dependendo dos fatores climáticos ou da variedade plantada. Na propriedade o plantio ocorreu no mês de novembro e a colheita no mês de abril. A seguir o fluxograma da primeira área cultivada a soja:

Figura 1 – Fluxograma da soja área 1

Fonte: Elaborado pela autora (2017) Dessecação da lavoura – pré plantio Tratamento das sementes Plantio com adubação Dessecação da lavoura – pós plantio 1º Aplicação – Fungicida e inseticida 2º Aplicação – fungicida, inseticida e protetor 3º Aplicação – Fungicida e inseticida 4º Aplicação – Fungicida e inseticida Colheita Comercialização

Referências

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