• Nenhum resultado encontrado

Gestão de consórcios intermunicipais: o caso do consórcio RIDES

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Gestão de consórcios intermunicipais: o caso do consórcio RIDES"

Copied!
128
0
0

Texto

(1)

GESTÃO DE CONSÓRCIOS INTERMUNICIPAIS: O CASO DO CONSÓRCIO – RIDES.

Uberaba 2019

(2)

Stela Mariana de Morais

GESTÃO DE CONSÓRCIOS INTERMUNICIPAIS: O CASO DO CONSÓRCIO – RIDES.

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração Pública, Mestrado Profissional em Administração Pública em Rede Nacional – PROFIAP, da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Administração Pública. Orientadora: Prof.ª Dra. Marina Cardoso de Oliveira.

Uberaba 2019

(3)
(4)

STELA MARIANA DE MORAIS

GESTÃO DE CONSÓRCIOS INTERMUNICIPAIS: Caso do Consórcio – RIDES.

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração Pública, Mestrado Profissional em Administração Pública em Rede Nacional – PROFIAP, da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Administração Pública.

Uberaba, 15 de julho de 2019.

BANCA EXAMINADORA

Prof.ª Dra. Marina Cardoso de Oliveira - Orientadora Universidade Federal do Triângulo Mineiro

Universidade Federal do Mato Grosso do Sul

(5)

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por ter me concedido às condições de realizar mais esta tarefa. Aos meus familiares e amigos pelo apoio incondicional desde o ingresso até o presente momento e pela paciência comigo em cada fase deste processo.

Ao meu companheiro, Josemar José da Silva, pela paciência e bom humor comigo e, sobretudo por ter me incentivado.

À minha orientadora, Professora Marina Cardoso de Oliveira, por ter abraçado o tema, pela orientação eficiente e enriquecedora e pelo apoio e estímulos dedicados.

A todos os professores do Mestrado Profissional em Administração Pública da UFTM, que com suas contribuições ampliaram meu entendimento sobre a grandiosidade da Administração Pública.

Ao Professor Fabrício Aníbal Corradini pela indicação do tema escolhido e a Professora Ângela Maria Soares pelas contribuições na pesquisa.

A toda equipe do Consórcio RIDES, pela acolhida e disponibilidade. Em especial ao Belmiro Francisco Martins Paranhos que me apresentou todo o Consórcio e abriu as portas dos municípios participantes, e ao Kássio Henrique Gama Souza que atendeu a todos as minhas solicitações, independente dos dias e horários que eu o procurava.

A todos os municípios participantes dos RIDES, nas figuras de seus Prefeitos, Secretários e Catadores de materiais recicláveis, pelas entrevistas e trocas de experiências.

Aos colegas de trabalho e chefias imediatas que estiveram ao meu lado durante este tempo, pela flexibilização de jornadas, trabalho em equipe e compreensão, em especial aos professores Cassiano Sousa Rosa e Rodrigo César Rosa e ao técnico administrativo Álvaro Marcelo Carneiro Monteiro Guedes.

(6)

“Sempre que houver alternativas, tenha cuidado. Não opte pelo conveniente, pelo confortável, pelo respeitável, pelo socialmente aceitável, pelo honroso. Opte pelo que faz o seu coração vibrar. Opte pelo que gostaria de fazer, apesar de todas as consequências.”

(7)

RESUMO

A autonomia política e administrativa dos municípios é uma realidade desde a Constituição Federal de 1988. Embora os municípios possuam a responsabilidade de executar as políticas públicas, nem sempre eles têm capacidade financeira para isso, sobretudo os municípios pequenos. Neste contexto a gestão consorciada tem-se mostrado uma alternativa aos gestores municipais. De encontro a isso, em 2005 foi publicada a Lei dos Consórcios Públicos como uma forma do Estado orientar essa relação. Nesse panorama, em 2013 criou-se a Região Integrada de Desenvolvimento Sustentável, que evoluiu para um Consórcio denominado RIDES, composto por 10 municípios de Minas Gerais, quais sejam Abadia dos Dourados, Cascalho Rico, Coromandel, Douradoquara, Estrela do Sul, Grupiara, Indianópolis, Iraí de Minas, Monte Carmelo e Romaria, com sede em Monte Carmelo. As lacunas de estudos sobre o tema orientou esta pesquisa que teve como objetivos descrever o processo de formalização do consórcio RIDES desde a motivação inicial até a formação de critérios de inclusão de cidades, além de analisar as conquistas e os desafios para o seu funcionamento. Por fim, a partir do diagnóstico da pesquisa, foi proposto um plano de ação que colabore com a gestão e fortalecimento do RIDES e, inspire outros gestores de consórcios intermunicipais. Trata-se de um estudo de caso, de natureza qualitativa com finalidade exploratória e descritiva. Participaram da pesquisa 17 pessoas vinculadas ao RIDES. Para coleta de dados foram realizadas entrevistas com roteiro semi-estruturado, que foram gravadas, transcritas e analisadas pelo método de Análise de Conteúdo. Os resultados mostraram que os municípios pequenos encontram dificuldades para atender, individualmente as políticas nacionais, por questões orçamentárias e técnicas favorecendo a formação de arranjos territoriais como os consórcios intermunicipais. Ademais o RIDES teve várias conquistas em seu primeiro quinquênio, destaque especial para aquelas relacionadas ao apoio técnico para atender as obrigações municipais da área ambiental. O estudo mostrou que os principais desafios de funcionamento estão no arcabouço gerencial, sem olvidar os fatores políticos e culturais, portanto foi sugerido no último um Plano de Ação sugerindo a utilização de métodos de OSM para melhorar a organização e os procedimentos de comunicação, aprimorar a comunicação interna e com os consorciados, refinar o recrutamento e seleção e reduzir a rotatividade, favorecer as condições de trabalho, ações para reduzir a inadimplência, sensibilizar os consorciados sore a importância da aplicação do recurso, esclarecer a equipe do RIDES e aos

(8)

consorciados suas atribuições e propostas para reduzir as interferências político-partidárias na gestão do RIDES.

(9)

ABSTRACT

The political and administrative autonomy of the Municipalities has been a reality since the Federal Constitution of 1988. Although the Municipalities have the responsibility of executing public policies, they do not always have the financial capacity for this, especially the small Municipalities. In this context, joint management has been an alternative to municipal managers. Against this, in 2005 the Public Consortia Law is published as a way for the State to guide this relationship. In this context, in 2013 the Integrated Sustainable Development Region was created, which evolves into a Consortium called RIDES, composed of 10 Municipalities of Minas Gerais, such as Abadia dos Dourados, Cascalho Rico, Coromandel, Douradoquara, Estrela do Sul, Grupiara, Indianópolis , Iraí de Minas, Monte Carmelo and Romaria, based in Monte Carmelo. The objectives were to describe the process of formalization of the RIDES from the initial motivation to the formation of criteria for inclusion of cities; analyze the achievements and challenges for the operation of the RIDES; and propose, from the research diagnosis, a plan of action that collaborates with the management and strengthening of the RIDES and, inspire other managers of inter-municipal consortia. This research is limited in the field of applied social sciences. It is a case study, a method widely used to study a well defined entity, of a qualitative nature with exploratory and descriptive purpose. For this, interviews with semi-structured script were carried out, which were recorded, transcribed and studied by Content Analysis methods. It became clear that small municipalities are unable to meet all national policies, individually, for budgetary and technical reasons, favoring the formation of territorial arrangements such as intermunicipal consortia. In addition the RIDES had several achievements in its first quinquennium and that its main challenges of operation are in the managerial framework, without forgetting the political and cultural factors, therefore an Action Plan was suggested in the last one suggesting the use of OSM methods to improve communication organization and procedures, improve internal communication and with the consortium members, refine recruitment and selection and reduce turnover, favor working conditions, actions to reduce delinquency, sensitize consortium members to the importance of applying the resource, clarify the RIDES team and consortium members their assignments and proposals to reduce political-party interference in the management of RIDES.

(10)

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Prefeitura de Abadia dos Dourados ... 32

Figura 2 -Prefeitura de Cascalho Rico ... 34

Figura 3 - Prefeitura de Coromandel ... 36

Figura 4 - Prefeitura de Douradoquara ... 38

Figura 5 - Prefeitura de Estrela do Sul ... 40

Figura 6 - Prefeitura de Grupiara ... 42

Figura 7 - Prefeitura de Indianópolis ... 44

Figura 8 - Prefeitura de Iraí de Minas... 46

Figura 9 - Prefeitura de Monte Carmelo ... 48

Figura 10 - Prefeitura de Romaria ... 50

(11)

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Transcrição das Entrevistas - Contexto e Idealizadores ... 60

Quadro 2 - Mandatos dos Prefeitos ... 62

Quadro 3 - Transcrição das Entrevistas - Transformação em Consórcio ... 65

Quadro 4 - Transcrição das Entrevistas - Motivações Iniciais ... 68

Quadro 5 - Transcrição das Entrevistas - Formalização e Estruturação ... 71

Quadro 6 - Transcrição das Entrevistas - Dificuldades e Resistências... 73

Quadro 7 - Transcrição das Entrevistas - Conquistas ... 75

Quadro 8 - Transcrição das Entrevistas - Falta de OSM ... 81

Quadro 9 - Transcrição das Entrevistas - Falta clareza ... 85

Quadro 10 - Transcrição das Entrevistas - Gestão Financeira... 87

Quadro 11 - Transcrição das Entrevistas - Fatores Políticos ... 90

Quadro 12 - Transcrição das Entrevistas - Gestão Centralizadora ... 93

Quadro 13 - Transcrição das Entrevistas - Dificuldades em atender as especificidades ... 95

Quadro 14 - Transcrição das Entrevistas - Gestão de Pessoas ... 96

(12)

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Perfil dos Entrevistados ... 56 Gráfico 2 - Mandatos dos Idealizadores do RIDES ... 63

(13)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Dados do Municípos de Abadia dos Dourados ... 31

Tabela 2 - Dados do Município de Cascalho Rico ... 33

Tabela 3 - Dados do Município de Coromandel ... 34

Tabela 4 - Dados do Município de Douradoquara ... 36

Tabela 5 - Dados do Município de Estrela do Sul ... 38

Tabela 6 - Dados do Município de Grupiara ... 40

Tabela 7 - Dados do Município de Indianópolis ... 43

Tabela 8 - Dados do Município de Iraí de Minas ... 45

Tabela 9 - Dados do Município de Monte Carmelo ... 46

Tabela 10 - Dados do Município de Romaria ... 48

(14)

LISTA DE SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ABRELPE Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais BDMG Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais

CNM Confederação Nacional de Municípios FEAM Fundação Estadual do Meio Ambiente

FIEMG Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IFTM Instituto Federal do Triângulo Mineiro OSM Falta de Organização Sistemas e Métodos MPMG Ministério Público de Minas Gerais

PGIRS Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos PIB Produto Interno Bruto

PNRS Política Nacional de Resíduos Sólidos PRAD Plano de Recuperação de Área Degradada PRICOS Programa RIDES de Coleta Seletiva

PROFIAP Mestrado Profissional em Administração Pública

RIDES Consórcio Intermunicipal – Região Integrada de Desenvolvimento Sustentável SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

(15)

TAC Termo de Ajustamento de Conduta

UFTM Universidade Federal do Triângulo Mineiro UFU Universidade Federal de Uberlândia

(16)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 16

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 18

2.1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL ... 18

2.2 CONSÓRCIOS PÚBLICOS ... 21 3 JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS ... 26 3.1 OBJETIVO GERAL ... 26 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 26 4 MÉTODO ... 28 4.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ... 28

4.2 DESCRIÇÃO DO CASO E LOCAL DE REALIZAÇÃO DO ESTUDO ... 28

4.2.1 Histórico do RIDES ... 28

4.2.2 Municípios do RIDES ... 31

4.3 OBJETIVOS GERAIS, COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DO RIDES ... 51

4.4 PROJETOS RIDES ... 53

4.4.1 PRICOS – Programa RIDES de Coleta Seletiva ... 54

4.4.2 Coração do Cerrado – Região de Oportunidades... 54

4.5 PARTICIPANTES ... 55

4.6 INSTRUMENTOS ... 56

4.7 PROCEDIMENTOS ÉTICOS DA PESQUISA ... 57

4.8 PROCEDIMENTOS DE COLETA E ANÁLISE DOS DADOS ... 57

5. RESULTADOS ... 59

5.1 PROCESSO DE FORMALIZAÇÃO DO RIDES ... 59

5.1.1 Contexto e idealizadores ... 59

(17)

5.1.3 Motivações Iniciais ... 67

5.1.4 Formalização e Estruturação do RIDES ... 70

5.1.5 Dificuldades e Resistências Iniciais ... 72

5.2 ANÁLISE DAS CONQUISTAS E DOS DESAFIOS PARA O FUNCIONAMENTO DO RIDES ... 74

5.2.1 Conquistas ... 74

5.2.2 Dificuldades e Desafios para o funcionamento do RIDES ... 80

6 DISCUSSÃO ... 98

6.1 FORMAÇÃO DO RIDES ... 98

6.2 FUNCIONAMENTO DO RIDES: CONQUISTAS E DESAFIOS ... 100

7 PLANO DE AÇÃO ... 107

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 114

REFERÊNCIAS ... 116

APÊNDICES ... 121

ROTEIRO PARA ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA – RIDES ... 122

ROTEIRO PARA ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA – PROMOTOR ... 124

(18)

1 INTRODUÇÃO

Com o novo pacto federativo do país, estabelecido em 1988, que marca o fim da ditadura militar e o começo da democracia, os municípios brasileiros ganharam autonomia e maior participação na vida político-administrativa do país, assumindo o papel de protagonista na gestão abraçando significativa parcela das políticas públicas. Todavia, embora mais democrático, essa descentralização de responsabilidades não garantiu a sustentabilidade econômica dos municípios, sobretudo os pequenos.

Os consórcios são parcerias formadas por dois ou mais entes da federação para a realização de objetivos de interesse comum em qualquer área. Eles foram normatizados em 2005 pelo Governo Federal, que estabeleceu as normas de criação dos consórcios públicos com a promulgação da Lei 11.107. Desde então têm surgido inúmeros consórcios públicos no Brasil que buscam atender as mais diversas áreas da gestão municipal ou estadual, sujeitos aos desafios de funcionamento correlatos à Administração Pública.

Assim, buscando alcançar força política, os prefeitos dos municípios circunvizinhos Abadia dos Dourados, Cascalho Rico, Coromandel, Douradoquara, Estrela do Sul, Grupiara, Indianópolis, Iraí de Minas, Monte Carmelo e Romaria, todos localizados em Minas Gerais, decidiram se unir e formar a Região Integrada de Desenvolvimento Sustentável que posteriormente se tornou o Consórcio Público RIDES, composto por dez municípios. O objetivo inicial era atender as diretrizes nacionais de saneamento básico estabelecidas na Lei 11.445 de 2007 conjuntamente com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), para em seguida atender as demais áreas do gerenciamento municipal, haja vista ter sido idealizado como um consórcio multifinalitário.

Uma vez que da gestão consorciada nasce uma entidade na forma de autarquia pública e, esta visa atender os interesses comuns de seus consorciados, eclodem junto de sua formalização os desafios de como se dará sua organização, seus processos, de como será sua administração financeira, como funcionará seu gerenciamento de pessoal, quais serão as influências dos fatores políticos dentre outros reveses inerentes à gestão.

Logo, tendo em vista a relevância deste tema para a administração pública municipal esta pesquisa teve como objetivo descrever o processo de formalização do RIDES, desde a motivação inicial até os critérios de inclusão de cidades e, posteriormente analisar as conquistas e os

(19)

desafios para seu funcionamento. E a partir desse diagnóstico, propor um plano de ação com sugestões para a condução dos consórcios municipais, em especial o RIDES, a fim de impulsionar o seu fortalecimento. Espera-se que essa pesquisa traga conhecimento teórico e aplicado que auxilie na gestão dos consórcios públicos intermunicipais, para que estes evoluam na Administração Pública promovendo a otimização dos esforços dos gestores públicos, melhorando a qualidade de vida de seus munícipes.

Esta pesquisa circunscreve-se no campo das ciências sociais aplicadas. Trata-se de um estudo de caso, método amplamente utilizado para estudar uma entidade bem definida, de natureza qualitativa com finalidade exploratória e descritiva. Os objetivos se dedicam a conhecer com maior profundidade o assunto da implantação e funcionamento do RIDES, sob o prisma da Administração Pública, já que a maioria das pesquisas encontradas sobre o tema são da área ambiental. Para atingir aos objetivos propostos, essa dissertação está construída em sete capítulos, iniciando pela Introdução e Referencial Teórico, que abordam o que tem sido estudado sobre o tema, seguida pela Justificativa e Objetivos. Posteriormente encontram-se os capítulos sobre o Método, Resultados e Discussão. Por fim, apresenta-se o Plano de Ação baseado nos desafios encontrados e nas soluções apontadas pela literatura e as Conclusões e Considerações Finais.

(20)

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Na fundamentação teórica serão apresentados os mais importantes conceitos, sobre o tema da pesquisa que darão base para a compreensão e discussão dos fenômenos investigados.

2.1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL

Durante o regime militar no Brasil, com início em 1964, o Brasil teve como pilar a centralização do poder político e das decisões administrativas e econômicas no governo federal. Nesse contexto foram criadas quatorze regiões metropolitanas que representavam todo o território nacional e, aspirando o caráter uniformizador e unilateral dos programas de desenvolvimento do governo federal este definiu o planejamento integrado do desenvolvimento econômico e social como “serviços comuns de interesse metropolitano”, quais sejam o saneamento básico, os recursos hídricos, a poluição ambiental, o gás combustível, os transportes, o sistema viário e o uso do solo (STRELEC, 2011).

A mesma autora conta que em 1986 os governadores ampliaram sua participação na receita tributária e na penetração do Congresso Nacional e reivindicaram a descentralização e a democracia, o que refletiu entre os municípios, tanto em busca da ampliação dos recursos como pela ampliação do poder político. A expectativa neste momento era a celebração de um novo pacto federativo (STRELEC, 2011).

Como pode ser observado na Constituição Federal de 1988, esse novo pacto federativo, já em seu primeiro artigo garante a democracia e a participação popular:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

I - a soberania; II - a cidadania;

III - a dignidade da pessoa humana;

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Segundo Guimarães (2010) o atual federalismo brasileiro conta com três níveis de poder, introduzido pela Constituição Federal de 1988 (CF-88). Neste sentido a organização

(21)

político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.

Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.

Esse novo federalismo representou para os municípios brasileiros maior autonomia política e financeira, porém o desenho institucional de 1988 aplicou o ideal descentralizador e autonomia municipal tanto aos municípios pequenos (em porte populacional) como a municípios como São Paulo e outras metrópoles. De certa forma, esta organização provoca desequilíbrio na capacidade de conjugar a prestação de serviços de qualidade, tornando-se, em muitos casos, um entrave ao desenvolvimento, principalmente de municípios de menor porte populacional (STRELEC, 2011).

De acordo com a Constituição Federal, cabe aos Municípios:

Art. 30. Compete aos Municípios:

I - legislar sobre assuntos de interesse local;

II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;

III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;

IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;

V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;

VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população;

VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;

IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.

Consoante ás dificuldades que o federalismo brasileiro impõe aos municípios, em especial os de pequeno porte, Guimarães (2010) afirma que as competências constitucionais são

(22)

intrincadas, ou seja, sem uma distribuição indubitável de políticas que cada nível de governo deve executar. Outro problema é que a distribuição de competências constitucionais não foi acompanhada por uma igualitária partilha de receitas, concentrando nas mãos da União a maior parte da arrecadação tributária.

A CF em seu artigo 23 traz uma síntese dessa intricada relação entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios:

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:

I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público;

II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência;

III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;

V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015) VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;

VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;

IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico;

X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos;

XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios;

XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.

Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

Por outro lado, a mesma autora aborda também os benefícios da descentralização, pois pode ser considerada uma forma mais democrática, eficiente, eficaz e inovadora de gestão pública e está associada à aproximação entre o governo e os cidadãos. Reafirma que a descentralização ocasionou maior disseminação de informações, além de criar canais de debate e mecanismos de fiscalização governamental. Ademais, criou um caráter inovador para a busca de soluções administrativas já que os governantes locais estão mais sujeitos a pressão popular (GUIMARÃES, 2010).

Mais recentemente, ao analisar os municípios brasileiros no contexto da constituição, Baldissera (2015) afirma que a mudança de forças em razão da atribuição dos municípios como

(23)

ente federado não os fortaleceu como se esperava, em virtude da assimetria econômica e social entre os entes municipais. Por isso, a atribuição de responsabilidades aos municípios deve ser acompanhada de descentralização financeira correspondente, para oportunizar a atuação adequada frente às políticas públicas. Não obstante, para efetivar a autonomia dos municípios se faz necessário desenvolver sua capacidade técnica e institucional, possibilitando que os serviços sejam bem planejados e executados nessa esfera.

Com o aumento da autonomia dos municípios brasileiros advindo da democracia e da descentralização dos poderes e deveres da União para os demais entes federados, os municípios de menor porte ficaram frágeis economicamente diante das várias frentes de atuação. Desde então, uma alternativa que se mostrou favorável para esses gestores foram os arranjos territoriais, favorecendo a formação de consórcios públicos intermunicipais.

2.2 CONSÓRCIOS PÚBLICOS

Pode-se dizer que a ideia de consórcio já existia na primeira Constituição Federal de 1891, concebido na forma de contrato, que deveria ser aprovado pelo Estado quando pactuado entre municípios, ou pela União quando constituído por Estados. A Constituição de 1937 regulamentava que os consórcios públicos deveriam ser conjecturados como pessoas jurídicas de direito público (PRATES, 2010).

Antes da sua regulamentação, em 2005, os consórcios intermunicipais formavam-se com base em legislação civil, utilizando-se, portanto, de regras de direito privado. Pessoas jurídicas de direito público, notadamente os entes federados, se tornavam sócios de pessoa jurídica de direito privado, tendo como presidente um dos prefeitos, eleito pelos demais e, dessa forma, promoviam ações na área da saúde, turismo, transporte. Por vezes adquiria-se maquinário e implementos para uso comum na microrregião, mediante pagamento de cota mensal ou o repasse de verbas oriundas de outros entes da Federação, através de convênios e subvenções (SCALABRINI, 2011).

Rios (2015) narra que os consórcios derivam de uma autonomia que foi dada aos municípios, enquanto entes federativos, na Constituição Federal – CF de 1988. Redesenhou-se o modelo de ação política no Brasil atribuindo-lhes maior participação na vida político-administrativa, influenciada pelo movimento não só municipalista, mas também dos

(24)

governadores fortalecidos pelas eleições diretas de 1982, pois acreditava-se que quanto maior fosse o poder atribuído aos Estados e Municípios, mais democrático seria o país.

Assim, a transferência de atribuições entre os níveis de governo confiou ao Município o papel de protagonista na gestão, passando-lhes significativa parcela das funções das políticas públicas como saneamento básico, saúde, habitação e assistência social. Todavia, nem sempre a descentralização fiscal consegue garantir a autonomia financeira para o fornecimento dos serviços públicos locais, tanto que as décadas de 1980 e 1990 marcam o início da proliferação dos arranjos de cooperação institucional entre municípios (RIOS, 2015).

De modo geral, os consórcios públicos são definidos como parcerias formadas por dois ou mais entes da federação para a realização de objetivos de interesse comum em qualquer área. Os consórcios podem discutir formas de promover o desenvolvimento regional, gerir o tratamento de lixo, saneamento básico da região, saúde, abastecimento e alimentação ou, ainda, execução de projetos urbanos. Eles têm origem nas associações dos municípios (SCALABRINI, 2011).

Em 2005 é promulgada a Lei nº 11.107, conhecida como Lei dos Consórcios Públicos, que no caput do artigo 1º estabelece normas gerais para a União, os Estados, o Distrito Federal e os municípios celebrarem consórcios públicos cuja finalidade seja a realização de interesses comuns desses entes públicos. Estabelece ainda, no parágrafo 1º do mesmo artigo, que o consórcio público constituirá associação pública ou pessoa jurídica de direito privado (BRASIL, 2005).

O Decreto 6.017 de 2007 veio regulamentar a Lei n.º11.107/2005, que institui sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos, dispõe sobre a entrada e a saída de consorciado em seus artigos 24 e 25, garantindo que nenhum ente da Federação será obrigado a se consorciar ou permanecer consorciado (BRASIL, 2007).

Este mesmo Decreto conceitua consórcio público como pessoa jurídica formada exclusivamente por entes da Federação, para estabelecer relações de cooperação federativa, inclusive a realização de objetivos de interesse comum, constituída como associação pública, com personalidade jurídica de direito público e natureza autárquica, ou como pessoa jurídica de direito privado sem fins econômicos.

Outrossim, visando garantir a sustentabilidade econômica dessas entidades, a Lei 11.107 de 2005 traz as regras para o contrato de rateio dos consórcios em seu art. 8º – Os entes consorciados somente entregarão recursos ao consórcio público mediante contrato de rateio.

(25)

§ 1º O contrato de rateio será formalizado em cada exercício financeiro e seu prazo de vigência não será superior ao das dotações que o suportam, com exceção dos contratos que tenham por objeto exclusivamente projetos consistentes em programas e ações contemplados em plano plurianual ou a gestão associada de serviços públicos custeados por tarifas ou outros preços públicos. § 2º É vedada a aplicação dos recursos entregues por meio de contrato de rateio para o atendimento de despesas genéricas, inclusive transferências ou operações de crédito. § 3º Os entes consorciados, isolados ou em conjunto, bem como o consórcio público, são partes legítimas para exigir o cumprimento das obrigações previstas no contrato de rateio. § 4º Com o objetivo de permitir o atendimento dos dispositivos da Lei Complementar 101, de 04 de maio de 2000, o consórcio público deve fornecer as informações necessárias para que sejam consolidadas, nas contas dos entes consorciados, todas as despesas realizadas com os recursos entregues em virtude de contrato de rateio, de forma que possam ser contabilizadas nas contas de cada ente da Federação na conformidade dos elementos econômicos e das atividades ou projetos atendidos. § 5º Poderá ser excluído do consórcio público, após prévia suspensão, o ente consorciado que não consignar, em sua lei orçamentária ou em créditos adicionais, as dotações suficientes para suportar as despesas assumidas por meio de contrato de rateio.

Vale ressaltar que, embora a Lei dos Consórcios tenha garantido o regramento legal para a criação dos arranjos e deu um norte estrutural para sua gestão, ela não garante a continuidade do consórcio, por isso é necessário a criação de políticas públicas que promovam a manutenção dos mesmos. Porquanto, o consórcio público não é uma fórmula mágica e, tampouco é capaz de solucionar todos os problemas que os entes públicos enfrentam e, por isso, eles devem ser estruturados com capacidade técnica e gerencial efetivas, já que se trata de um instrumento de cooperação que responde às necessidades da realidade (BALDISSERA, 2015).

Abrucio et al.(2013) constatou que, sozinhos, os municípios têm dificuldade em formular e implementar todo o arcabouço de políticas públicas, o que contribui para a busca de soluções cooperativas e consorciadas. Assim, os consorciamentos são gerados por associação municipalista que tem papel fundamental na formação e manutenção dos arranjos intermunicipais, ou seja, o arranjo associativo vai além das unidades municipais de cada consórcio, sendo capaz de criar a multiplicar parcerias estáveis entre municipalidades.

Para Ravanelli (2010), o uso de consórcios públicos como instrumento administrativo inter e intragovernamental de políticas públicas, tornou-se estratégia de enfrentamento da insuficiência de recursos, mediante a desigualdade entre os municípios. A crescente adoção e formalização de consórcios públicos no Brasil mostram que a articulação e cooperação têm se

(26)

mostrado efetivos para os governos locais. Ademais, o consórcio público pode ser ferramenta de persuasão, poder, diálogo e negociação entre os entes federados (KUMEGAWA, 2018).

Em relação a sua constituição, os consórcios públicos podem ser formados de maneira horizontal, ou seja, na mesma esfera de governo, ou vertical, quando formado por entes federativos diferentes, sendo o seu território de abrangência restrito a soma dos territórios dos entes consorciados. Seus objetivos são determinados no Protocolo de Intenções e podem ser multifinalitários, ou seja, abranger mais de uma área da administração pública (SILVA, 2015).

Ainda sobre os tipos de consórcio, Rikils (2015) esclarece que eles podem ser de natureza jurídica de Direito Público, isto é, associações públicas de natureza autárquica, integrantes da Administração Indireta; ou de Direito Privado, onde pessoas jurídicas são instituídas para a realização de objetivos de interesses comuns. Ambos assumem direitos e obrigações regidos pelos preceitos da Administração Pública e da gestão fiscal pública.

Matos (2017) explica que o princípio da cooperação encontra-se amparado no art. 225 da Constituição Federal de 1988, pois, além de afirmar que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, impõem ao poder público e a coletividade o dever de proteger e de preservar. Ademais, o art. 18 da Lei 12.305/2010 confere acesso prioritário aos recursos da União para os municípios consorciados e o art. 19 da mesma Lei dispensa a elaboração do plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos individual, cabendo ao consórcio um plano intermunicipal que deverá preencher o conteúdo mínimo estabelecido em Lei.

Infere-se que a problemática dos resíduos sólidos urbanos tem ganhado importância nas discussões sobre gestão urbana e regional a partir da promulgação da Lei 12.305/2010. O crescimento sistemático na produção de resíduos tem conduzido o tema à antelação nas administrações municipais, panorama este que demanda adoção de instrumentos de atuação conjunta entre municípios, com destaque para o consórcio público, delineando um ambiente de atuação colaborativa, tanto compulsória (entre os órgãos administrativos), quanto voluntária (consórcios intermunicipais), permitindo o aumento da eficácia dos serviços realizados (NASCIMENTO NETO et al., 2012).

Vários consórcios intermunicipais foram criados advindos da nova Lei, todavia há poucas pesquisas sobre as condições que geram a continuidade dessas articulações intermunicipais (ABRUCIO et al., 2013). Ademais, essas entidades apresentam autonomia administrativa e orçamentária o que promove integração e compartilhamento das experiências, porém maximiza a

(27)

pressão acerca do gerenciamento dessa associação, exigindo maior capacidade de sistematizar as relações e ações variadas por parte dos gestores (SOUZA et al., 2010).

Nessa ótica, Abrucio et al. (2013) observam que faltam indicadores para monitorar a atuação das associações municipais pelos gestores e questiona se apenas a racionalização de recursos é suficiente para garantir a sustentabilidade desses consórcios ao longo do tempo. Nesta linha de raciocínio Souza et al. (2010) argumentam que não basta saber quais fatores estimulam a formação de consorciamentos, sendo imperioso também refletir o que leva à manutenção desses arranjos (SOUZA et al., 2010).

A Confederação Nacional de Municípios – CNM realizou levantamento entre 2015 e 2017 que apontou 491 consórcios públicos existentes no Brasil. Do total de 5.568 municípios brasileiros, identificou-se que 4.081 participam de, pelo menos, um consórcio. Tal levantamento se preocupou em apontar onde os consórcios públicos fixaram suas sedes. O resultado apontou que a região Sudeste é que sedia o maior número de consórcios, somando um total de 214. Desta região, a maior concentração de consórcios está em Minas Gerais, totalizando 121 sedes (CNM, 2018).

A FEAM (2018) identificou no Estado de Minas Gerais 27 Consórcios intermunicipais. Destes, 22 responderam ao diagnóstico preliminar, possibilitando a análise de sua situação, sendo 239 municípios integrantes (28% do total dos municípios do Estado). Dos 22 consórcios mineiros, apenas 30% possuem condições adequadas de operação e gestão. Este fato evidencia a necessidade de maior aprofundamento dos requisitos para o pleno funcionamento dos consórcios, com implementação de soluções técnicas adequadas, sustentáveis, de custos mais baixos e prazos menores. Assim, diante do exposto, percebe-se a urgência em construir conhecimentos sobre a gestão dos consórcios públicos, a fim de criar condições para o seu efetivo funcionamento e efetividade para a Administração Pública municipal.

(28)

3 JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS

A autonomia política e administrativa dos municípios é uma realidade desde a Constituição Federal de 1988. Embora os municípios possuam a responsabilidade de executar as políticas públicas, nem sempre eles têm capacidade financeira para isso, sobretudo os municípios pequenos. Neste contexto a gestão consorciada tem-se mostrado uma alternativa aos gestores municipais. De encontro a isso, em 2005 é publicada a Lei dos Consórcios Públicos como uma forma do Estado orientar essa relação.

Em 2013 criou-se o RIDES, Consórcio Intermunicipal da Região Integrada de Desenvolvimento Sustentável, composta por 10 municípios de Minas Gerais, quais sejam Abadia dos Dourados, Cascalho Rico, Coromandel, Douradoquara, Estrela do Sul, Grupiara, Indianópolis, Iraí de Minas, Monte Carmelo e Romaria. Assim, espera-se que por meio desse estudo de caso, seja possível descrever o processo de constituição do consórcio, bem como as conquistas e os desafios para o seu funcionamento buscando apresentar uma proposta que possibilite a sua continuidade e fortalecimento servindo de referência para outros gestores municipais e consórcios que enfrentam realidades similares.

O tema gestão de consórcios intermunicipais é relevante no campo da Administração Pública tendo em vista as lacunas na literatura acerca da governança destes arranjos. Observa-se que tanto os municípios quanto os gestores dos consórcios encontram dificuldades para implementar práticas eficientes de gestão que viabilizem o alcance dos objetivos organizacionais dos consórcios.

3.1 OBJETIVO GERAL

Analisar o processo de formalização do RIDES e seu funcionamento.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Descrever o processo de formalização do RIDES desde a motivação inicial até a formação de critérios de inclusão de cidades;

(29)

 Propor um plano de ação que colabore com a constituição, gestão e fortalecimento do RIDES.

(30)

4 MÉTODO

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

Esta pesquisa circunscreve-se no campo das ciências sociais aplicadas. Trata-se de um estudo de caso, método amplamente utilizado para estudar uma entidade bem definida e tem por objetivo conhecer em profundidade o ‘como’ e o ‘porquê’ de uma determinada situação, buscando entrever o que há de mais essencial e característico para revelá-lo tal como é (FONSECA, 2002).

Quanto à sua natureza, a pesquisa será qualitativa com finalidade exploratória e descritiva. Os objetivos se dedicam a conhecer com maior profundidade o assunto da implantação e funcionamento do RIDES no enfoque da Administração Pública, já que a maioria das pesquisas encontradas sobre o tema são da área ambiental.

4.2 DESCRIÇÃO DO CASO E LOCAL DE REALIZAÇÃO DO ESTUDO

4.2.1 Histórico do RIDES

Buscando alternativas para viabilizar estratégia de acesso universal da população aos serviços públicos de saneamento básico, planejamento urbano, preservação de recursos hídricos, melhorias ambientais e demais áreas e segmentos da Gestão Pública, os municípios de Abadia dos Dourados, Cascalho Rico, Coromandel, Douradoquara, Estrela do Sul, Grupiara, Indianópolis, Iraí de Minas, Monte Carmelo e Romaria realizaram estudos objetivando desenhos institucionais de cooperação interfederativa com foco no gerenciamento associado de serviços públicos e, particularmente, na economia de escala, que oferecesse condições mais favoráveis para a universalização da oferta, com qualidade e baixos custos (RIDES, 2017).

Segundo o RIDES (2017), em 06 de junho de 2013, em Indianópolis, 9 municípios da Região Integrada de Desenvolvimento Sustentável – RIDES, iniciaram o processo de negociação, onde definiu-se a criação de entidade regional de cooperação, integrante da administração descentralizada dos municípios. Coromandel não participou da citada reunião, pois ainda não havia sido convidada para compor o agrupamento. Este consórcio surgiu com a incumbência de

(31)

viabilizar a gestão integrada dos serviços públicos que ofereçam o desenvolvimento sustentável e tem como objetivos executar as tarefas de planejamento, regulação e fiscalização dos serviços públicos dentro da área dos municípios participantes, além de cumprir parte desses serviços ou delegar sua prestação por meio de contrato de programa ou contrato de concessão.

No mês de julho de 2013, de acordo com o RIDES (2017), foi realizada a segunda reunião junto à SEDRU – Secretaria de Desenvolvimento Regional Urbano, desta vez na cidade de Monte Carmelo, sob o escopo ‘iluminação pública’, pois a partir de janeiro de 2014, o ativo da iluminação pública seria assumido pelos municípios. Na ocasião a SEDRU apresentou gestão associada e abordou a Lei 11.107/2005 como modelo do que estava sendo discutido no Brasil, que era a criação de Consórcios Multifinalitários. Acordou-se, na mencionada reunião, que a Região Integrada de Desenvolvimento Sustentável, se transformaria em Consórcio e inicia-se discussão do Protocolo de Intenções, que foi firmado em 22 de agosto de 2013, com a finalidade de constituir o Consórcio Intermunicipal – Região Integrada de Desenvolvimento Sustentável – RIDES, no município de Monte Carmelo. Naquela data o RIDES passa a ser autarquia e fica estabelecido que o Protocolo de Intenções seria ratificado através de Leis Municipais.

Em 6 de dezembro de 2013 foi realizada a Assembleia Geral de Instalação do RIDES, de acordo as Leis Municipais 1, que é o dispositivo onde cada Município a sanciona o Protocolo de Intenções de ingresso no Consórcio Público (RIDES 2017). Nesta Assembleia foi produzida a ATA de Constituição do Consórcio com 8 municípios, pois Abadia dos Dourados não teve interesse em ratificar sua participação no Consórcio. Ainda nesta reunião, o município de Coromandel manifestou expressamente o interesse de entrar para o Consórcio RIDES.

A primeira reunião do Consórcio foi realizada no mês de janeiro de 2014, em Grupiara. Na oportunidade, foi feito um ofício ao então Reitor da Universidade Federal de Uberlândia, Prof. Elmiro Santos Resende, solicitando à UFU um estudo de viabilidade do Plano Municipal de Saneamento Básico dos Municípios que ainda não possuíam (Cascalho Rico, Douradoquara, Estrela do Sul, Grupiara e Romaria). Em março de 2014 foi celebrado o Convênio com a universidade mencionada.

1

Lei Municipal nº 79, de 9 de outubro de 2013, do Município de Estrela do Sul; Lei Municipal nº 959, de 24 de outubro de 2013, do Município de Romaria; Lei Municipal nº 605, de 29 de outubro de 2013, do Município de Douradoquara; Lei Municipal nº 1.025, de 4 de novembro de 2013, do Município de Iraí de Minas; Lei Municipal nº 1.117, de 6 de novembro de 2013, do Município de Monte Carmelo; Lei Municipal nº 198, de 14 de novembro de 2013, do Município de Cascalho Rico; Lei Municipal nº 313, de 20 de novembro de 2013, do Município de Grupiara; Lei Municipal nº 1.822, de 6 de dezembro de 2013, do Município de Indianópolis.

(32)

Em prosseguimento, a UFU realizou uma assembleia, com a participação do Consórcio RIDES e a Coordenadoria Regional das Promotorias de Justiça do Meio Ambiente das Bacias do Rio Paranaíba e Baixo Rio Grande em maio de 2014, com o objetivo de atender a Lei 12.305 de 2010 que proíbe os lixões a partir do ano de 2015. Celebrou-se então, um novo Convênio para desenvolver o Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de todos os municípios participantes do Consórcio, com a participação da Universidade Federal de Uberlândia – UFU, Universidade Federal do Triângulo Mineiro – UFTM e o Instituto Federal do Triângulo Mineiro – IFTM.

Durante o mês de novembro de 2014, efetuou-se, no município de Cascalho Rico, a eleição da nova Diretoria do Consórcio para o ano de 2015. Realizou-se a aprovação do Estatuto Social junto à contratação dos 2 primeiros funcionários: o Coordenador de Gestão e Desenvolvimento Institucional e a Assessora Jurídica. Foi constituído o Contrato de Rateio das despesas entre os municípios. Por fim, Monte Carmelo foi eleito como sede, tendo em vista a dependência econômica de 5 outros municípios a este, sendo que os demais são circunvizinhos a cidades de maior porte. Favoreceu esta escolha também por Monte Carmelo estar geograficamente localizada no centro da Região. Nesta oportunidade, Coromandel comparece solicitando, novamente, a ratificação do Protocolo de Intenções.

O município de Coromandel ratificou através da Lei Municipal nº 3.684 de 17 de março de 2015 sua entrada no Consórcio. Com isso faz-se um aditivo ao Convênio com a UFU de realização dos Planos Municipais de Saneamento e também no Convênio de realização dos Planos Integrados de Resíduos Sólidos.

Nas eleições municipais de 2016, o Consórcio RIDES contactou os candidatos a Prefeito da Região, inclusive Abadia dos Dourados que ainda não havia se e consorciado, explicando-lhes o escopo desta autarquia. Em Dezembro de 2016 aconteceu o evento de integração com todos os prefeitos eleitos. Em 21 de junho de 2017 o município de Abadia dos Dourados ratifica sua entrada no Consórcio através da Lei Municipal 1.670, de 21 de junho de 2017.

O Convênio dos Planos Municipais de Saneamento passa ter 7 municípios: Cascalho Rico, Coromandel, Douradoquara, Estrela do Sul, Grupiara, Romaria e Abadia dos Dourados. A Região Integrada de Desenvolvimento Sustentável, bem como o Convênio do Plano Integrado de Gestão de Resíduos Sólidos passa a compor-se por 10 municípios: Abadia dos Dourados,

(33)

Cascalho Rico, Coromandel, Douradoquara, Estrela do Sul, Grupiara, Indianópolis, Iraí de Minas, Monte Carmelo e Romaria.

4.2.2 Municípios do RIDES

4.2.2.1 Abadia dos Dourados

Prefeito: Wanderlei Lemes Santos Vice-Prefeito: Luis Da Auto Elétrica

Tabela 1 - Dados do Municípos de Abadia dos Dourados Brasão

Site Oficial http://abadiadosdourados.mg.gov.br/novo

População [2010] 6.704 habitantes Área 881,064 km² Fundada em 1862 Gentílico Abadiense Fonte: IBGE, 2010 História

Abadia dos Dourados teve sua fundação intimamente ligada ao movimento de garimpeiros ali chegados em meados do século XIX. Também vieram lavradores e se fixaram no local. As famílias Arruda e Esteves dos Santos destacaram-se entre as iniciadoras da povoação (IBGE, 2010).

(34)

As notícias das jazidas de diamantes às margens do Rio Dourado e da fertilidade das terras espalharam-se rapidamente, afluindo ao Arraial dos Garimpos levas de garimpeiros e de agricultores. Construíram casas em número crescente, enquanto as duas atividades básicas impulsionavam o desenvolvimento da povoação. Ergue-se a primeira capela, dedicada a Nossa Senhora da Abadia, escolhida como Padroeira. Os Arrudas e os Esteves doaram terrenos para o patrimônio da Paróquia, criada em 1886, sendo seu primeiro pároco o Padre foi Arraial Manoel Luis Mendes. O aglomerado evoluiu rapidamente e ainda hoje se sustenta nas mesmas bases de sua origem (IBGE, 2010).

O primeiro topônimo foi Arraial do Garimpo. A construção da capela de Nossa Senhora da Abadia e a proximidade do rio Dourados, provocaram sua mudança para Abadia dos Dourados (IBGE, 2010).

Figura 1 - Prefeitura de Abadia dos Dourados

Fonte: Da Autora, 2018

4.2.2.2Cascalho Rico

Prefeito: Dário Borges De Rezende Vice-Prefeito: Elias Manuel Coelho

(35)

Tabela 2 - Dados do Município de Cascalho Rico Brasão

Site Oficial http://www.cascalhorico,mg.gov.br/

População [2010] 6.704 habitantes Área 367,308 km² Fundada em 1890 Gentílico Cascalho-Riquense Fonte: IBGE, 2010 História

Encontrando-se vestígios nas proximidades da cidade que leva-se à suposição que tenham sido os índios tapuias os primitivos habitantes. Em 1743, o Coronel Antônio Pires de Campos, por ordem Del-Rei, teria fundado três aldeias para a concentração de índios pacíficos: Santana, Pissarão e Rio das Pedras. A última, construída no alto de uma colina, tinha por função primordial defender a região contra invasores, além de servir como aldeamento de índios mansos, trazidos de Mato Grosso e Goiás, Posto Fiscal e aquartelamento de tropas. A estrada de Anhangüera, ainda hoje existente em alguns trechos, era passagem obrigatória para os que demandavam de Goiás, vindos de São Paulo, e o controle da travessia no arraial era exercido pelo Capitão dos Índios que exercia também autoridade na Aldeia. Era o Curador dos índios, nomeado pelo Governo Imperial, para proteger os interesses dos indígenas (IBGE, 2010).

Em 1856, o Curador Manoel José de Carvalho exarou, no livro de registros eclesiásticos do Vigário de Bagagem, declaração segundo a qual os indígenas possuíam, na Aldeia de Rio das Pedras, uma faixa de terras de cinco léguas de comprimento por três de largura. Esta aldeia, veio a ser a Sede do Município de Cascalho Rico (IBGE, 2010).

(36)

Figura 2 -Prefeitura de Cascalho Rico

Fonte: Da Autora, 2018

4.2.2.3Coromandel

Prefeita: Dione Maria Peres Vice-Prefeito: Marcos de Siqueira

Tabela 3 - Dados do Município de Coromandel Brasão

Site Oficial https://coromandel.mg.gov.br/novo/

(37)

Continuação da Tabela 3 Área 3.313,116 km² Fundada em 1870 Gentílico Coromandelense Fonte: IBGE, 2010 História

Consagra a tradição, como ponto pacífico, a fundação do arraial por aventureiros portugueses que teriam vindo da costa oriental da Índia, chamada ″Costa do Coromandel″(IBGE, 2010).

Teriam vindos atraídos pela fama de minas diamantíferas e dado este nome ao local em princípios do século XIX. A origem do nome parece assim definitivamente explicada. A única dúvida mantida por alguns baseia-se no fato de haver escritura de doação de patrimônio para a Paróquia, em dezembro de 1823, figurado a futura paróquia com a denominação de ″Paróquia de Nossa Senhora de Santana do Curimandela″, o que pode ser um erro de grafia (IBGE, 2010).

Fixados os primeiros moradores, o local passou a servir de pouso obrigatório para os viajantes que vinham de Paracatu ou de Goiás. Nessa altura, foram descobertos garimpos de diamantes e o antigo pouso recebeu algumas famílias oriundas da cidade Paracatu, surgindo, então, um povoado que prosperou não só pela afluência de garimpeiros, como também pelo desenvolvimento da pecuária (IBGE, 2010).

(38)

Figura 3 - Prefeitura de Coromandel

Fonte: Da Autora, 2018

4.2.2.4 Douradoquara

Prefeito: MARCOS ALEM DE OLIVEIRA Vice-Prefeito: DOMINGOS FERREIRA

Tabela 4 - Dados do Município de Douradoquara Brasão

Site Oficial https://www.douradoquara.mg.gov.br

População [2010] 1.841 habitantes

(39)

Continuação da Tabela 4

Fundada em 1962

Gentílico Douradoquarense

Fonte: IBGE, 2010

História

Conhecido antigamente como Boqueirão, o município surgiu no ribeirão da Bagagem. Os primeiros moradores de que se tem notícia foram o padre Fortunato José de Miranda e Manoel Dias da Rocha, que se estabeleceram em fazendas nas sesmarias concedidas pela coroa portuguesa em 1818, no sertão da Farinha Podre (atual Triângulo Mineiro). Em 1922, outras famílias chegaram à região. Fizeram, então, suas residências e construíram uma pequena escola rural. Em 1923, Boqueirão passou a se chamar Douradoquara, nome dado pelo coronel José Cardoso Naves. Com a descoberta dos diamantes no Alto Paranaíba, o garimpo se estendeu por toda a região, dando origem a diversos arraiais, dentre eles, o de Carmo da Bagagem, atual município de Monte Carmelo, do qual Douradoquara foi distrito durante muitos anos. Em 1962, emancipou-se.

Distrito criado com a denominação de Doradoquara, pela lei estadual nº 843, de 07-09-1923, subordinado ao município de Monte Carmelo. Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o distrito de Doradoquara, figura no município de Monte Carmelo. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1950. Pela lei nº 1039, de 12-12-1953, o distrito de Doradoquara passou a grafar Douradoquara. Em divisão territorial datada de 1-VII-1955, o distrito de Douradoquara (ex-Doradoquara), figura no município de Monte Carmelo. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1960. Elevado à categoria de Município com a denominação de Douradoquara, pela Lei estadual nº 2764, de 30-12-1962, desmembrado de Monte Carmelo. Sede no antigo distrito de Douradoquara. Constituído do distrito sede. Instalado em 01-03-19963. Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o Município é constituído do distrito sede. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.

Retificação de grafia Doradoquara para Douradoquara, teve sua grafia alterado pela lei nº 1039, de 12-12-1953.

(40)

Figura 4 - Prefeitura de Douradoquara

Fonte: Da Autora, 2018

4.2.2.5 Estrela do Sul

Prefeita: DAYSE MARIA SILVA GALANTE Vice-Prefeito: CHIQUINHO COELHO

Tabela 5 - Dados do Município de Estrela do Sul Brasão

Site Oficial https://www.estreladosul.mg.gov.br/

População [2010] 7.446 habitantes

(41)

Continuação da Tabela 5

Fundada em 1856

Gentílico Estrela-sulense

Fonte: IBGE, 2010

História

A Estrada Real, denominação da passagem das expedições pela região naquele tempo, condicionou a formação de vários e pequenos arraiais como Desemboque, Sacramento, Uberaba e Uberlândia, dentre outros. Esses arraiais constituíram-se em um ponto de passagem entre o litoral e o sertão.

O processo de urbanização só foi intensificado a partir de 1852, quando foi descoberto o famoso diamante ″Estrela do Sul″. Neste mesmo ano foi criado o Distrito de Paz no Arraial da Bagagem pertencente à comarca de Patrocínio, pela Lei nº 575 de 04 de maio. Em 1854 o curato foi elevado à categoria de paróquia pela Lei nº 667 de 27 de Abril. Pela Lei nº 777 de 30 de Maio de 1856, o distrito foi elevado à Vila, com o nome de Bagagem, instalado em 30 de Setembro de 1858.

Devido ao crescimento local, em 1861, a Vila de Bagagem foi elevada a categoria de cidade, pela lei nº 1101 de 19 de Setembro. Foi neste momento que a cidade chegou a contar com uma população de, aproximadamente, 30 mil habitantes. No entanto, verificou-se que essa população, diretamente vinculada ao garimpo, apresentava significativa rotatividade em busca dos diamantes e residia em habitações improvisadas.

Em meados do século XIX, a cidade exercia um fascínio na região que se traduzia numa numerosa população e também na influência político-ideológica sobre grande parte da região do Triângulo Mineiro. Este dado reforça a importância e expressão já exercidas pelo Município na região e que, atualmente, vem tentando recuperar.

(42)

Figura 5 - Prefeitura de Estrela do Sul

Fonte: Da Autora, 2018

4.2.2.6 Grupiara

Prefeito: RONALDO JOSÉ MACHADO Vice-Prefeito: PAULO SÉRGIO DA SILVA

Tabela 6 - Dados do Município de Grupiara Brasão Site Oficial https://www.grupiara.mg.gv.br/ População [2010] 1.373 habitantes Área 192,56 km²

(43)

Continuação da Tabela 6 Fundada em 1962 Gentílico Grupiarense Fonte: IBGE, 2010 História

Segundo arquivos históricos da Prefeitura Municipal de Grupiara, os primeiros habitantes foram aventureiros garimpeiros, que não deixaram registro de suas origens ou procedência. Provavelmente vindos da Vila da Santa Rita da Estrela (Estrela do Sul/MG) ou do Estado de Goiás.

Instalaram-se em precárias moradias de pau-a-pique, cobertas de folhas de babaçu, nas margens do Rio Bagagem.

Conta a tradição popular que o antepassado fundador da cidade seria um valente e perigoso cangaceiro conhecido por Índio Afonso.

Há documentos que mostram que em 12 de outubro de 1908, foi doado uma parte de terras de cultura e de campo. A fazenda Troncos foi cedido para o patrimônio com a condição de este ser administrado pela municipalidade competindo esta conceder gratuitamente os lotes, que não podiam exceder de 40 metros de frente com igual de fundos. O intento redistribuir a arranchação àqueles que não possuíam terras. Doadores: Domingos Antônio Rodrigues, Terêncio Antônio Rodrigues e Jesuíno Pinto Gonçalves, Alberto Antônio Rodrigues, Manoel Rodrigues e Urselina Maria de Jesus. Documento transcrito no Cartório de 1º Ofício de Estrela do Sul, conforme certidão extraída em data de 11 de setembro de 1968.

O lugar era conhecido por São Sebastião dos Troncos ou simplesmente Troncos. O nome Troncos originou-se de prisões de madeira para castigo de escravos e São Sebastião em homenagem ao padroeiro.

Em 07 de setembro de 1923 houve a criação do Distrito houve a criação do Distrito, com a Lei nº 843, que nomeou-se GRUPIARA. Grupiara é originado de garimpos diamantinos que eram abundantes no município. Grupiara é cascalho brotado no solo, onde facilita o trabalho dos garimpeiros.

(44)

Foi emancipado o Distrito de Gupiara passando a ter a categoria de cidade pela Lei nº 2.764 de 30 de dezembro de 1962. Para a instalação do Município, foi nomeado pelo Sr. Governador, o intendente Sr. Ranulfo Alves de Oliveira, instalando a intendência Municipal em 01/03/1963 e fazendo funcionar a orgânica de Grupiara.

Figura 6 - Prefeitura de Grupiara

Fonte: Da Autora, 2018

4.2.2.7 Indianópolis

Prefeito: LINDOMAR AMARO BORGES Vice-Prefeito: ANIDSON GABRIEL DA SILVA

(45)

Tabela 7 - Dados do Município de Indianópolis Brasão

Site Oficial https://www.indianopolis.mg.gov.br

População [2016] 6.751 habitantes Área 830,030 km² Fundada em 1938 Gentílico Indianopolense Fonte: IBGE, 2010 História

Segundo a tradição, os índios Tupis são tidos como os primeiros habitantes da região, os quais foram expulsos pelos Tremembés, vindos do alto Jaguaribe. Estes, por sua vez, viram-se quase imediatamente atacados pelos Caiapós que, procedendo do médio Araguaia, os compeliram a se retirar para as cabeceiras do Rio São Francisco (IBGE, 2010).

No começo do século XVIII, quando os bandeirantes paulistas viviam à caça de ouro, passaram por Santana do Rio das Velhas, antigo nome de Indianópolis, em demanda das minas de Goiás, encontrando no local os Caiapós, como seus habitantes. Estes, entretanto, após tremenda luta com os índios considerados mansos (Bororós, Parecis, Javaís e Carajás) chefiados pelo cel. Antônio Pires de Campos, célebre sertanista, foram expulsos para outros pontos de Minas e Goiás, passando os Bororós a dominar a aldeia que, localizada à margem direita do Rio das Velhas, tinha por encargo proteger os povoadores que viajavam pela Estrada Anhangüera (IBGE, 2010).

É voz corrente que também os jesuítas, com suas caravanas, passaram por Santana do Rio das Velhas, ali fixando residência por algum tempo. Assim é que o Padre Caturra, como

(46)

lembrança de sua passagem pela região, deixou alguns vestígios. Ainda existe uma casa de tipo rústico, provavelmente, construída pelos índios, a qual serviu de residência aos religiosos, local denominado “Furnas”, há outra que foi a habitação do comentado Anhangüera. Data dessa época o erguimento do povoado, que era ponto de concentração das bandeiras vindas do sul, e das caravanas sertanejas (IBGE, 2010).

Muitos dos habitantes de Indianópolis se mudaram para Araguari atraídos pela chegada dos trilhos da Estação Ferroviária Mogiana, o que diminuiu progresso daquela localidade. (IBGE, 2010).

Figura 7 - Prefeitura de Indianópolis

Fonte: Da Autora, 2019

4.2.2.8 Iraí de Minas

Prefeito: ANTONINHO DALL AGNOL

(47)

Tabela 8 - Dados do Município de Iraí de Minas Brasão

Site Oficial https://www.iraideminas.mg.gov.br/

População [2016] 6.929 habitantes Área 356,264 km² Fundada em 1953 Gentílico Iraiense Fonte: IBGE, 2010 História

O desbravamento dos sertões do Alto Paranaíba e das margens do Rio Bagagem é o resultado das expedições que, à procura de jazidas minerais, realizaram um trabalho de exploração da região (IBGE, 2010).

A descoberta do diamante Estrela do Sul, em 1852, provocou a aglomeração de grandes levas de garimpeiros no local. Nasceu, assim, o povoado de Espírito Santo do Cemitério, denominação primitiva do Município que, em 1909, passou a chamar-se Iraí, palavra de origem tupi que significa “rio de mel”, permanecendo esse topônimo até 1943, quando voltou a ser Bagagem (IBGE, 2010).

O nome atual define-se em 1953 e, a 30 de dezembro de 1962, Iraí de Minas é elevado à categoria de Município (IBGE, 2010).

(48)

Figura 8 - Prefeitura de Iraí de Minas

Fonte: Da Autora, 2019

4.2.2.9 Monte Carmelo

Prefeito: SAULO FALEIROS CARDOSO Vice-Prefeito: PAULO RODRIGUES ROCHA

Tabela 9 - Dados do Município de Monte Carmelo Brasão

Site Oficial https://www.montecarmelo.mg.gov.br/

(49)

Continuação da Tabela 9 Área 1.343,035 km² Fundada em 1892 Gentílico Carmelitano Fonte: IBGE, 2010 História

Esta região era habitada por índios, conforme artefatos encontrados em diversos lugares, tais como: machados de pedra, potes, roletes, etc. Eram índios das tribos Caiapós e Araxás (IBGE, 2010).

Os primeiros movimentos que deram origem ao nosso povoado tiveram início em 1840. Moradores de São João del Rei e Itapecerica, foram atraídos pela descoberta de garimpos diamantíferos em Estrela do Sul, que na época se chamava ″Bagagem″. Por causa do ambiente dos garimpos, pouco recomendado a famílias e também devido ao clima saudável e à excelente água de nossa região, os garimpeiros deixavam aqui suas famílias. Estas pessoas se instalaram às margens do Córrego Mumbuca, onde é hoje o bairro Tamboril (IBGE, 2010).

D. Clara Chaves, fazendeira conhecida por sua generosidade, doou um terreno de 6 léguas quadradas para construírem capela para N. Sra. do Carmo, de quem era devota. Nesta área, onde hoje é a Praça da Matriz, os moradores fizeram suas casas em torno da primeira Igreja e assim formou-se o Arraial do Carmo da Bagagem (IBGE, 2010).

Em 1882, o Arraial foi elevado à categoria de Vila, passando a chamar-se Nossa Senhora do Carmo da Bagagem (IBGE, 2010).

Em 1892, a Vila é elevada à categoria de cidade e passou a denominar-se Monte Carmelo, que é o nome da montanha existente no litoral de Israel, nas proximidades da cidade de Haifa. Carmelo, em hebraico, significa uvas de Deus e como Carmo da Bagagem situa-se próximo a um monte semelhante ao da antiga Palestina, onde se encontra a sede da Congregação das Carmelitas, adotaram o nome de Monte Carmelo, em consideração ao local onde se fundou a Ordem de Nossa Senhora do Carmo e também ao monte nas proximidades da cidade (IBGE, 2010).

(50)

Nessa ocasião o município de Monte Carmelo abrangia cinco distritos de paz: Monte Carmelo (sede), Douradoquara, Iraí de Minas, Nossa Senhora D′ Abadia de Água Suja e São Sebastião da Ponte Nova (IBGE, 2010).

Figura 9 - Prefeitura de Monte Carmelo

Fonte: Da Autora, 2018

4.2.2.10 Romaria

Prefeito: JOÃO RODRIGUES DOS REIS

Vice-Prefeito: VALDEMAR RESENDE FILHO

Tabela 10 - Dados do Município de Romaria Brasão

(51)

Continuação da Tabela 10

Site Oficial https://www.romaria.mg.gov.br

População [2016] 3.650 habitantes Área 407,557 km² Fundada em 1938 Gentílico Romariense Fonte: IBGE, 2010 História

Água Suja, hoje Romaria, começou sua existência como povoado, no tempo da guerra do Paraguai, quando alguns garimpeiros vindos de Estrela do Sul descobriram ali ricas jazidas de diamante (IBGE, 2010).

Em 1867 foi descoberto o primeiro e daí por diante, o Córrego Água Suja, que desemboca no rio Bagagem, tornou-se célebre, emprestando seu nome à povoação que logo foi surgindo com os diamantes. Seus primeiros habitantes, sempre devotos de Nossa Senhora, como seus antepassados, com grandes dificuldades, iam todos os anos à longínqua Ermida de Muquém (centro de Goiás) a fim de cumprir suas promessas participando da concorrida romaria anual. Nesta Ermida era invocada Nossa Senhora da Abadia, Invocação Importada de Portugal para a capela de São Tomé, na paróquia de São José do Tocantins, em Goiás (hoje Tocantins) (IBGE, 2010).

Crescendo, a população de Água Suja, crescia também a dificuldade de se deslocarem os devotos até Muquém. Surgiu então entre os habitantes a ideia de se construir capela em honra a Nossa Senhora da Abadia, se os emissários do governo imperial os não viessem incomodar neste recanto, com a designação para o serviço da campanha do Paraguai. Levaram ao conhecimento de D. Joaquim Gonçalves de Azevedo, bispo de Goiás, a ideia, pedindo licença para que na capela a ser construída gozassem os peregrinos dos mesmos favores espirituais de que gozavam os de Muquém (IBGE, 2010).

Referências

Documentos relacionados

Femininos 300mts C/Relógio Maia Batista Clube Desp Escola Internacional Algarve 500mts Sprint Maia Batista Clube Desp Escola Internacional Algarve 1.000mts Linha Mariana Melo

talks@galp, sob o tema O meio empresarial e o nonmarket environment, que contou com os oradores António Ramalho, Presidente do Conselho de Administração Executivo

O artigo buscou analisar as Práticas de Gestão do Conhecimento com foco nas Comunidades de Prática, a fim de verificar sua utilização (formal e informal), a relevância,

Toxicidade reprodutiva : Com base nos dados disponíveis, os critérios de classificação não estão cumpridos. Toxicidade para

O Governo de Santa Catarina, para garantir a posse da área contestada, criou em 1917 quatro municípios: Chapecó, Joaçaba, eGesta - Revista Eletrônica de Gestão de Negócios -

É aumentada a exigência de um nível de participação mínima de 5% para 10% e a redução do período mínimo de detenção da participação de 2 anos para 1 ano (mantendo-se

24.Nov.2012 Reuniões Sala de Preparação Dia do Pai Reunião com o grupo de mães para preparar o Dia do Pai (planificação integrou a revista A Mensagem nº 416). grupo de mães

Para que seja reparado ou substituído devido a defeitos de píxeis durante o período de garantia, o monitor TFT de um ecrã plano Philips deverá apresentar defeitos de píxeis