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Precatórios: problemas e soluções

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Academic year: 2021

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Precatórios:

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Coordenador

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Precatórios: problemas e soluções /

P923 Orlando Vaz, coordenador. – Belo Horizonte: Del Rey; Centro Jurídico Brasileiro, 2005.

328 p.

ISBN 85-7308-782-X 1. Precatórios. I. Vaz, Orlando.

CDD: 341.34 CDU: 351.711 Direito agrário

os meios empregados, sem a permissão, por escrito, da Editora.

Impresso no Brasil | Printed in Brazil

Bibliotecária responsável: Maria da Conceição Araújo CRB 6/1236

LIVRARIA DEL REY EDITORA LTDA. www.delreyonline.com.br

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Editor: Arnaldo Oliveira Editora Assistente: Elisângela Menezes

Conselho Editorial: Antônio Augusto Cançado Trindade Antonio Augusto Junho Anastasia Ariosvaldo de Campos Pires (In memoriam) Aroldo Plínio Gonçalves

Carlos Alberto Penna R. de Carvalho Celso de Magalhães Pinto Edelberto Augusto Gomes Lima Edésio Fernandes

Eugênio Pacelli de Oliveira Hermes Vilchez Guerrero José Adércio Leite Sampaio José Edgard Penna Amorim Pereira Misabel Abreu Machado Derzi Plínio Salgado

Rénan Kfuri Lopes Rodrigo da Cunha Pereira Sérgio Lellis Santiago Wille Duarte Costa

Gerente Editorial: Cristiane Linhares Assistente Editorial: Alessandra Alves Valadares

Diagramação e capa: Publigraph

Revisão: Sílvia Maria Mascarenhas Vianna

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ISTA DE

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UTORES ORLANDO VAZ

Advogado. Membro da Academia Mineira de Letras. Membro do Con-selho Superior do Instituto dos Advogados de Minas Gerais. Membro do Conselho Diretor do Centro Jurídico Brasileiro – CJB. Professor-Examinador da Universidade de Paris.

FERNANDO RIBEIRO DE OLIVEIRA

Presidente do Instituto dos Advogados de Minas Gerais. MÁRCIO ANTÔNIO ABREU CORRÊA DE MARINS

Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. HUMBERTO THEODORO JÚNIOR

Professor titular da Faculdade de Direito da UFMG. Desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais. JOSÉ OTÁVIO DE VIANNA VAZ

Advogado. Especialista em Direito de Empresa pela Fundação Dom Cabral. Mestre em Direito Comercial pela Faculdade de Direito da UFMG. Professor de Direito Tributário na Faculdade de Direito Mil-ton Campos. Doutorando em Direito Tributário na UFMG. Membro do Instituto dos Advogados de Minas Gerais.

ISABEL VAZ

Doutora em Direito Econômico pela Faculdade de Direito da UFMG. Diretora do Centro Jurídico Brasileiro – CJB. Diretora do Departamen-to de DireiDepartamen-to Econômico e Financeiro do InstituDepartamen-to dos Advogados de Minas Gerais – IAMG. Professora de Direito Econômico dos Cursos de Graduação e Pós-Graduação da Faculdade de Direito da UFMG.

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Nacional de Brasília – UNB. Ministro do Tribunal Superior Eleitoral – TSE. Membro do Instituto dos Advogados de Minas Gerais e do Dis-trito Federal. Advogado perante os Tribunais Superiores.

SEBASTIÃO ALVES DOS REIS

Ministro aposentado do Superior Tribunal de Justiça. Professor aposen-tado da Faculdade de Direito da UFMG. Ex-Professor da PUC-MG, da Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG e da Universidade Fede-ral de Brasília. Presidente do Centro Jurídico Brasileiro – CJB.

VICENZO DEMETRIO FLORENZANO

Bacharel e especialista em Economia. Bacharel em Direito. Mestre em Economia pela UFMG. Especialista em Teoria da Regulação pela George Washington University. Doutor em Direito Econômico pela Fa-culdade de Direito da UFMG. Professor do Curso de Mestrado em Direito da UNINCOR – Universidade do Vale do Rio Verde de Três Corações – e de Direito Econômico da PUC-Minas.

Debatedores

CARLOS BASTIDE HORBACH FERNANDO NETO BOTELHO HUMBERTO THEODORO JÚNIOR NILSON REIS

PEDRO CARLOS BITENCOURT MARCONDES VINCENZO DEMETRIO FLORENZANO

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S

UMÁRIO Nota do Coordenador

Orlando Vaz ... APRESENTAÇÃO

PARA JUSTIFICAR UMA “JORNADA DE ESTUDOS” Orlando Vaz ...

P A R T E I

“JORNADA DE ESTUDOS” CAPÍTULO 1

ABERTURA DOS TRABALHOS

1. Pronunciamento do Presidente do Instituto dos Advoga-dos de Minas Gerais – IAMG.

Dr. Fernando Ribeiro de Oliveira... 2. Pronunciamento do Presidente do Tribunal de Justiça do

Estado de Minas Gerais

Desembargador Márcio Antônio Abreu Corrêa de Marins ... CAPÍTULO 2

A EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA E OS CRÔNICOS PROBLEMAS DO PRECATÓRIO

Humberto Theodoro Júnior ... xi

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PENSAÇÃO E PODER LIBERATÓRIO

José Otávio de Vianna Vaz ...

CAPÍTULO 4

DEBATES...

Coordenador

Desembargador Nilson Reis

Debatedores

Procurador Carlos Bastide Horbach / Juiz Fernando Neto Botelho Dr. Humberto Theodoro Júnior / Juiz Pedro Carlos Bitencourt Marcondes Professor Vincenzo Demetrio Florenzano

P A R T E I I

CONTRIBUIÇÕES DOUTRINÁRIAS CAPÍTULO 1

O ESTADO DE DIREITO E A QUESTÃO DOS PRECATÓRIOS

Isabel Vaz ... CAPÍTULO 2

ADVOCACIA NOS TRIBUNAIS SUPERIORES

José Guilherme Villela ... CAPÍTULO 3

PRECATÓRIO JUDICIAL E CESSÃO DE CRÉDITO Sebastião Alves dos Reis ... CAPÍTULO 4

A EMENDA CONSTITUCIONAL N. 30, DE 13.9.2000, SOB A PERSPECTIVA DA ANÁLISE ECONÔMICA DO DIREITO

Vincenzo Demetrio Florenzano ... 77 139 167 179 207 217 Precatórios - Aberturas.pmd 8 2/5/2005, 16:10

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ix P A R T E III JURISPRUDÊNCIA ANEXO A INTERVENÇÃO FEDERAL N. 2.915-5 – SP... ANEXO B ADIN N. 1.662-7 – SP... ANEXO C ADIN N. 2.851-1 – RO... 239 269 307

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N

OTA DO

C

OORDENADOR

PRESENÇAS E LEMBRANÇAS

Creio dizer, na apresentação desta coletânea, Precatórios: problemas e soluções, o que incumbiria ao coordenador falar, na medida em que dis-corria sobre tema controvertido e sobre autores que lhe apontavam caminhos e soluções. Trata-se da contribuição de operadores do direi-to para o equacionamendirei-to de problemas crônicos e de difícil solução. Teria faltado uma nota, ora introduzida, para realçar personalidades, verdadeiros cultores do Direito, que me ajudaram a formar o Centro Jurídico Brasileiro – CJB. Dois deles foram meus professores na Facul-dade de Direito da UFMG e já se ausentaram da vida terrestre, Gerson de Britto Mello Boson e Raul Machado Horta. Outro, o Ministro Sebas-tião Alves dos Reis, é convivência diária e prazerosa de minha vida de advogado, presidindo, desde o nascedouro, esta entidade que nos con-grega e nos direciona na solução de dificuldades na área jurídica.

Dedico este trabalho, portanto, a essas três figuras notáveis, que me transmitiram inesquecíveis lições e sem a presença das quais, ao lado de Isabel Vaz, minha dedicada mulher, não me teria sido possível exer-cer a advocacia em escaladas assim intensas.

Belo Horizonte, maio de 2005.

Orlando Vaz

Membro do Conselho Diretor do Centro Jurídico Brasileiro – CJB E-mail:orlandovaz@centraldeprecatorios.com.br

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PARA JUSTIFICAR UMA “JORNADA DE ESTUDOS” 1

APRESENTAÇÃO

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ARA JUSTIFICAR UMA

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STUDOS

Orlando Vaz

Sumário

1. Precatórios: introdução aos estudos e explicações iniciais. 2. Novo marco regulatório não teve ainda eficiente aplicação. 3. Uma jornada de estudos sobre precatório: impulso novo. 4. Abertura dos trabalhos. 5. Posições apresentadas na “Jornada de Estudos” pelos Professores Humberto Theodoro Júnior e José Otávio de Vianna Vaz. 6. Os debatedores da “Jornada de Estudos”. 7. Um mercado de precatórios em formação. 8. Pre-sença necessária do sistema financeiro nacional. 9. Outros traba-lhos publicados e a metodologia de suas inserções. 10. O Esta-do de Direito e a questão Esta-dos precatórios. 11. Advocacia nos Tribunais Superiores. 12. O instituto da cessão de créditos. 13. A jurisprudência colacionada. 14. ADIN n. 1.622-7-SP no âmbito da Justiça do Trabalho. 15. Intervenção Federal n. 2.915-5 – São Paulo. 16. A ADIN 2.815-1-Rondônia. 17. Palavras finais. 1. PRECATÓRIOS: INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS E

EXPLICAÇÕES INICIAIS

Quando as Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal promulgaram a Emenda Constitucional n. 30, de 13 de setembro de 2000, que alterava o texto do art. 100 da Constituição da República e introduzia o art. 78 no Ato das Disposições Constitucionais Transitó-rias (ADCT), lá se vão quatro anos e seis meses, os operadores do Direito passaram a confiar em solução efetiva e prática para o pagamen-to dos precatórios.

O jornalista Dídimo Paiva, sempre atento, editor de “Opinião” do jornal Estado de Minas, pediu-me que escrevesse artigo (máximo de 53 linhas com 72 batidas era a recomendação), no qual, como advogado, pudesse emitir opinião sobre a matéria a partir de então regulada pelo legislador constituinte brasileiro. As pendências eram conflituosas em

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APRESENTAÇÃO

milhares de demandas e se arrastavam havia anos, com os credores tentando receber o que lhes era devido, e os devedores, entes públicos nas esferas principalmente dos Estados-Membros e dos Municípios, procurando procrastinar os pagamentos.

De modo ligeiro, em tema tão amplo e em espaço tão curto, atendi ao pedido (Estado de Minas, de 3.11.2000, p. 6) e escrevi o artigo enco-mendado, começando por explicar o significado de “precatório”. Preca-tórios são sentenças judiciais condenatórias contra a Fazenda Pública, que, depois de transitadas em julgado e após a expedição dos requisitó-rios em 1º grau, adquirem nos tribunais a denominação e a forma de precatórios, representando dívidas das Fazendas, que são previstas nos orçamentos públicos e que devem ser regularmente pagas.

Disse que não existia, na prática, até a edição da Emenda Constitucio-nal n. 30, certeza de que ocorreria o pagamento, observando que, nas circunscrições regionais, os presidentes dos Tribunais se dirigiam aos go-vernadores, solicitando deles providências de intervenção por descumprimento de decisão judicial (art. 90, XV, da Constituição do Es-tado de Minas Gerais, por exemplo). Afirmei que os governadores, por razões diversas, não decretavam a intervenção, permanecendo um impasse que desafiava a autoridade e a autonomia do Poder Judiciário. Em boa verdade, os governadores não decretavam a intervenção nos Municípios porque, eles próprios, na condição de chefes do Poder Executivo dos Es-tados, não pagavam e não pagam os precatórios da Fazenda Pública esta-dual e descumprem, assim, as decisões emanadas do Poder Judiciário.

A organização político-administrativa do Brasil (art. 18 da C.F.), que prevê a autonomia dos Estados, anda capenga, pois nem os Pode-res Executivo e Judiciário, em matéria de pagamento de precatórios, nas circunscrições regionais, respeitam-se e se harmonizam.

2. NOVO MARCO REGULATÓRIO NÃO TEVE AINDA EFICIENTE APLICAÇÃO

Acreditei no novo marco regulatório, em vigor a partir de 13 de setembro de 2000, data da publicação da emenda, e por meio do qual seriam transferidas para os presidentes dos Tribunais responsabilida-des maiores e mais rigorosas. Os governadores de Estado e o Presi-dente da República estariam afastados da questão do pagamento dos precatórios, esse era o pressuposto de então, pois outras opções se

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PARA JUSTIFICAR UMA “JORNADA DE ESTUDOS” 3

APRESENTAÇÃO

apresentavam aos credores, a de formação de um mercado de precató-rios inclusive, até aquele momento inexistente.

Entre as inovações ocorridas com a edição da Emenda Constitucio-nal n. 30/2000, destacava-se a competência do Presidente do Tribu-nal para a “liquidação regular de precatório”, sob pena de, retardando ou frustrando seu pagamento, “por ato comissivo ou omissivo [...]”, incorrer em “crime de responsabilidade”. Já estava em vigor, desde 4 de maio de 2000, a Lei Complementar n. 101, a chamada Lei de Res-ponsabilidade Fiscal, circunstância que obrigaria o administrador pú-blico, sob pena de crime de responsabilidade, ao cumprimento da lei. Outros mecanismos foram criados pela Emenda Constitucional n. 30 para garantir pagamentos e recebimentos de precatórios. Estavam previstos, sobretudo, no art. 78 do Ato das Disposições Constitucio-nais Transitórias. Os entes públicos ganharam o privilégio de pagar, no prazo de até 10 anos, em prestações anuais, iguais e sucessivas, as suas dívidas e obrigações, em moeda corrente e pelo seu valor real (prin-cipal e correção), acrescidas de juros legais de 6% ao ano. Conferiu-se ao credor, por outro lado, o direito de ceder seus créditos e de decompô-los a seu critério. As prestações teriam pagamento anual, isto é, deveriam ser pagas até 31 de dezembro de 2000. As Fazendas Públicas estariam obrigadas a depositar, segundo o número de parcelas que escolhessem, os valores correspondentes aos precatórios pendentes. Se não o fizes-sem, a partir de janeiro de 2001, os valores não recebidos serviriam para “pagamentos de tributos da entidade devedora”.

Pretendeu a nova disposição constitucional obrigar as Fazendas Pú-blicas municipal, estadual e federal, acaso inadimplentes, que deixas-sem de pagar os precatórios judiciais, em vez de arrecadar tributos (IPTU, ISSQN, ICMS, IPI, COFINS, IR e outros), a receber valores relativos aos precatórios, quer dizer, papel em lugar de dinheiro. O § 2º do art. 78 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, por isso mesmo, introduziu o mecanismo do “poder liberatório do pagamento de tributos da entidade devedora”. A questão está muito bem apresentada nos tra-balhos desta coletânea pelos especialistas que nela colaboraram, alguns dos quais são citados e acolhidos pelos Tribunais Superiores do País.

Há, contudo, de se constatar e reconhecer que a Emenda Constitu-cional n. 30/2000, de modo efetivo e prático, não ofereceu solução definitiva, ainda, para que os credores recebessem os valores contidos nos precatórios de que são titulares. Refiro-me aos débitos das

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Fazen-APRESENTAÇÃO

das municipal e estadual, pois as dívidas de precatórios da União Fe-deral, embora parceladas, estão sendo rigorosamente pagas e em dia.

Demonstrarei adiante que os mecanismos legais existentes para os pagamentos e recebimentos dos precatórios, não obstante as dificul-dades enormes encontradas, estão em vigor, podem e devem ser acio-nados pelos operadores do Direito.

3. UMA JORNADA DE ESTUDOS SOBRE PRECATÓRIO:

IMPULSO NOVO

Esta coletânea de estudos, que versa sobre matéria e questões de precatórios, ora editada pela Del Rey e sob a minha coordenação, tem sua origem em seminário que se realizou na sede do Tribunal de Justi-ça de Minas Gerais (Rua Goiás, 253, auditório do Anexo II, 3º andar, Belo Horizonte), em 30 de novembro de 2004, evento idealizado pelo Instituto dos Advogados de Minas Gerais, com a participação da Es-cola Judicial Edésio Fernandes do Tribunal de Justiça de Minas Gerais e do Centro Jurídico Brasileiro.

Os trabalhos foram abertos com o pronunciamento do advogado Fernando Ribeiro de Oliveira, Presidente do Instituto dos Advogados de Minas Gerais, seguindo-se a manifestação do Desembargador Márcio Corrêa de Marins, Presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Trata-se de acontecimento singular sediar o Tribunal de Justiça mi-neiro um seminário desse teor, quando o próprio Presidente do órgão, responsável pela “liquidação regular do precatório”, admite discutir propostas e buscar soluções para essa tormentosa e difícil questão. Teve o Desembargador Corrêa de Marins o cuidado de convocar a Escola Judicial Edésio Fernandes, entidade acadêmica do TJMG, ha-bituada a enfrentar debates no campo da interpretação da lei, das po-sições doutrinárias e da jurisprudência mais bem direcionada. O Desembargador Sérgio Rezende, Vice-Presidente do Tribunal e Dire-tor daquela Escola Judicial, atendeu de pronto a solicitação para parti-cipar das programações, designando o Juiz Pedro Carlos Bitencourt Marcondes para representá-lo perante o Instituto dos Advogados de Minas Gerais e o Centro Jurídico Brasileiro, nos entendimentos e nas escolhas dos temas, dos conferencistas e dos debatedores.

A reunião realizada na sede do Tribunal de Justiça ganhou tal di-mensão e interesse, que a Editora Del Rey se faz presente para, em

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PARA JUSTIFICAR UMA “JORNADA DE ESTUDOS” 5

APRESENTAÇÃO

forma de publicação, reunir os pronunciamentos e os debates, acres-centando outros estudos doutrinários pertinentes ao tema e uma valiosa e exemplificativa jurisprudência.

A partir da edição deste livro e de sua divulgação, para as quais a Editora Del Rey solicitou-me colaborar como coordenador, os advo-gados e os demais operadores do Direito hão de oferecer uma ampla contribuição para que os precatórios venham a ser regularmente pa-gos. Há de se formar uma verdadeira “central de precatórios” entre advogados, professores e juristas, com o objetivo de atender a consul-tas e prestar as mais amplas informações sobre o tema, melhor inter-pretando a lei, a doutrina e a jurisprudência.

Devo sugerir, então, além de petições cuidadosamente redigidas, bem elaboradas e bem fundamentadas, uma estratégia que há de re-presentar, na acepção do verbete registrado pelo dicionarista Houaiss, a “arte de coordenar a ação das forças militares, políticas, econômicas e morais implicadas na condução de um conflito ou na preparação da defesa de uma nação ou comunidade de nações”. Exagero à parte, se houver, conclamo e convoco advogados, professores, juristas, magis-trados, parlamentares, administradores públicos, membros do Minis-tério Público e forças outras e tantas, para o objetivo de encontrar soluções para os “crônicos problemas dos precatórios”, como na ex-pressão adequada do mestre Humberto Theodoro Júnior. Por isso mes-mo, os estudos que ora se apresentam e se reúnem são denominados Precatórios: problemas e soluções.

Estou convencido de que, doravante, as ações hão de ser elabora-das pelos advogados em trabalho conjugado e de equipe, distribuíelabora-das, enfrentadas e resolvidas pelo Poder Judiciário, de maneira serena, com-petente e corajosa. Os seus membros e integrantes, juízes nos diversos graus, têm sido os mais afetados com a inadimplência relativa aos precatórios, em virtude da grave repercussão que ressoa em seus qua-dros, pelo descumprimento das decisões judiciais.

4. ABERTURA DOS TRABALHOS

Coube ao Presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Desembargador Márcio Antônio Abreu Corrêa de Marins, a abertura oficial da “Jornada de Estudos” sobre precatório.

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APRESENTAÇÃO

O pronunciamento do Desembargador Corrêa de Marins é significa-tivo e de relevante importância. Cita ele os juristas Alexandre Moraes, José Afonso da Silva e Kildare Gonçalves Carvalho, além de outros estudiosos do Direito, como Araken de Assis e o Ministro Franciulli Neto, estes oferecendo “visões mais críticas do problema dos pre-catórios”.

Perfilhou o Desembargador Corrêa de Marins o entendimento espo-sado pelo Ministro Franciulli Neto, assim expresso:

A crise, por que passa o que se convencionou chamar “a questão dos precatórios”, está, antes de tudo, presa ao colapso adminis-trativo da Administração Pública, apenas suscetível de ser supe-rada com forte disposição e vontade política.

Citou Araken de Assis, como afirma, “mais ácido em seu livro Ma-nual do Processo de Execução, ao comentar o estado atual da questão dos precatórios”:

O sistema é ruim. Freqüentemente, observou Manoel Gonçalves Ferreira Filho, se “congelam parcialmente as dotações”, persistindo a “velha alegação de falta de verba, que nada recomenda a Administração Pública”.

[...] Em realidade, a má vontade de o Estado solver suas dívidas ultrapassou os limites do bem comum. É hora de pôr cobro a tais normas benevolentes que, ao invés de o protegerem, esti-mulam o inadimplemento e criam odiosa imunidade da Admi-nistração.

Observou o Desembargador Corrêa de Marins a “relevância da maté-ria”, louvando “a idéia e a realização desta ‘Jornada de Estudos’, promo-vida pelo Instituto dos Advogados de Minas Gerais, pela Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes e pelo Centro Jurídico Brasileiro”.

Exaltou o Presidente do TJMG a parceria de advogados e de juízes, em atividades de estudos que lembravam a época em que o Instituto dos Advogados de Minas Gerais era presidido pelo mestre Raul Machado Horta, e a Escola Judicial Edésio Fernandes tinha como assessor o Professor Ricardo Malheiros Fiuza.

Finalizou, prognosticando resultados:

Das discussões desta manhã, com presença de juristas tão com-petentes e ilustres do Judiciário, do Executivo, do Legislativo, da Advocacia, do Magistério e do Serviço Público, poderão surgir

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PARA JUSTIFICAR UMA “JORNADA DE ESTUDOS” 7

APRESENTAÇÃO

novas idéias capazes de aprimorar o Direito em consonância com a Política.

5. POSIÇÕES APRESENTADAS NA “JORNADA DE ESTUDOS”

PELOS PROFESSORES HUMBERTO THEODORO JÚNIOR E

JOSÉ OTÁVIO DE VIANNA VAZ

Primeira posição: “A execução contra a Fazenda Pública e os crôni-cos problemas dos precatórios”.

Coube ao Professor Humberto Theodoro Júnior, que alia a condição de professor titular da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais à de Desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, consagrado e respeitado processualista brasileiro, ofere-cer valiosa contribuição ao seminário, escolhido como conferencista, na primeira posição da “Jornada de Estudos”, dissertando sobre “A execu-ção contra a Fazenda Pública e os crônicos problemas do precatório”.

Trata-se de um ensaio vigoroso e de técnica apurada e segura, abran-gente dos aspectos processuais. Pela leitura do sumário da conferên-cia ora publicada, que contém 10 capítulos e mais um relativo às conclusões, nota-se o grau de erudição, de organização para enfocar o tema e de sapiência do Professor Humberto Theodoro Júnior. Ob-serva, aponta caminhos, oferece indicações de procedimentos e, so-bretudo, protesta contra a inadimplência contumaz das administra-ções estaduais e municipais.

As conclusões do trabalho do mestre Humberto Theodoro Júnior são informações e indicações constituídas de dez itens, com recomen-dações de grande utilidade para os operadores do Direito.

O advogado, o juiz e o estudioso do Direito, interessados em verifi-car o quadro das relevantes dificuldades do recebimento do precatório, sobretudo em termos processuais, não podem deixar de examinar, aten-tamente, as observações contidas em cada um dos itens do sumário proposto pelo Professor Humberto Theodoro Júnior. Eles analisam os seguintes aspectos: 1. Tipicidade da execução por quantia certa contra a Fazenda Pública. 1.1 O título executivo utilizável na execução pre-vista no art. 730 do CPC. 1.2 Execução definitiva e execução provisó-ria. 2. Conceito de precatório. 3. Pressuposto. 4. Esquema constitu-cional da execução a ser processada nos termos dos arts. 730 e 731 do CPC. 5. Obrigatoriedade do processo executivo. 6. Execução das

(20)

con-APRESENTAÇÃO

denações relativas a “créditos de natureza alimentícia”. 7. Execuções referentes a “dívidas de pequeno valor”. 8. Poderes do juiz da execu-ção e do Presidente do Tribunal. 9. Precatórios complementares. Juros e correção monetária. 10. Movimento em prol da moralização do regi-me dos precatórios. 11. Conclusões.

Há dois importantes destaques do Professor Humberto Theodoro Júnior para o que chama de “esquema constitucional da execução”. Observou, assim, que após “a Constituição de 1988 e especialmente após a Emenda Constitucional n. 30, de 13.9.2000, a regulamentação do procedimento dos precatórios se encontra mais em sede constitu-cional do que na lei processual ordinária”. Não há razão, portanto, para que alguns juízes, em decisões ligeiras e precipitadas, no exame sobretudo de concessão de liminares, indefiram iniciais e afirmem a necessidade de aguardar a regulamentação da Emenda Constitucional n. 30/2000. De acordo com os dispositivos contidos no art. 100 da Constituição Federal e as inovações da Emenda n. 30, claros e preci-sos, podem e devem os precatórios ser considerados direito líquido e certo de seus titulares. O Professor Humberto Theodoro Júnior esta-beleceu o roteiro esquematizado para o regime e o cumprimento dos precatórios, assim estabelecido, na classificação das letras “a” a “i”:

a) os pagamentos devidos pela Fazenda Pública serão feitos na ordem cronológica da apresentação dos precatórios (art. 100, caput);

b) é obrigatória a inclusão, no orçamento do ano seguinte das entidades de direito público, da verba necessária ao pagamento de seus débitos provenientes de sentença transitada em jul-gado, constantes de precatórios apresentados até 1º de julho (art. 100, § 1º – 1ª parte);

c) o pagamento deverá ser feito até o final do exercício seguin-te, sujeitando-se a correção monetária por ocasião do paga-mento (art. 100, § 1º – 2ª parte);

d) as dotações orçamentárias e os créditos abertos serão con-signados diretamente ao Poder Judiciário (art. 100, § 2º – 1ª parte);

e) caberá ao Presidente do Tribunal, que expediu o precatório, determinar o pagamento segundo as possibilidades do depó-sito (art. 100, § 2º – 2ª parte);

(21)

PARA JUSTIFICAR UMA “JORNADA DE ESTUDOS” 9

APRESENTAÇÃO

f) caberá, também, ao Presidente do Tribunal ordenar o seqües-tro da quantia necessária à satisfação do débito, quando se verificar pagamento pela Administração com preterimento da ordem dos precatórios (art. 100, § 2º, in fine);

g) excluem-se da submissão à ordem cronológica dos precatórios as condenações judiciais referentes a créditos de natureza ali-mentícia, ou seja, os correspondentes a salários, vencimen-tos, provenvencimen-tos, pensões, benefícios previdenciários e indeni-zações por morte ou por invalidez (art. 100, caput, e § 1º); h) não se sujeitam ao regime dos precatórios os pagamentos de

obrigações definidas em lei como de “pequeno valor” (art. 100, § 3º);

i) comete crime de responsabilidade o Presidente do Tribunal que, por ato comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frus-trar a liqüidação (entenda-se: o pagamento) regular de preca-tório (art. 100, § 5º).

Registra o Professor Humberto Theodoro Júnior que a Emenda Constitucional n. 30 acrescentou, ainda, o art. 78 ao Ato das Disposi-ções Constitucionais Transitórias, instituindo uma moratória relacio-nada com os precatórios pendentes na data de 13.9.2000 (a da pro-mulgação da Emenda n. 30) e os outros, futuros, que decorressem de ações ajuizadas até 31.12.1999. Relacionou as regras dessa moratória, assim mencionadas nas letras “a” a “h”:

a) nela não se incluem os precatórios referentes a créditos defi-nidos em lei como de pequeno valor, os de natureza alimen-tícia, os que já foram objeto de parcelamento por força do art. 33 do ADCT e os que já tiverem os seus respectivos re-cursos liberados ou depositados em juízo (art. 78, caput); b) os precatórios atingidos pela moratória serão liqüidados pelo

seu valor real, em moeda corrente, em prestações anuais, iguais e sucessivas, no prazo máximo de dez anos (art. 78, caput); c) ao valor real (isto é, atualizado monetariamente) das parcelas

serão acrescidos juros legais (art. 78, caput);

d) franqueou-se aos credores a cessão dos créditos constantes no parcelamento (art. 78, caput, in fine);

e) para a negociação dos créditos, permitiu-se a decomposição de parcelas, a critério do credor (art. 78, § 1º);

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APRESENTAÇÃO

f) para as parcelas que não forem liquidadas até o final do exer-cício a que se referem, conferiu-se poder liberatório do paga-mento de tributos da entidade devedora (art. 78, § 2º); g) para os precatórios originários de desapropriação de imóvel

residencial único do credor, o parcelamento não pode ir além de dois anos (art. 78, § 3º);

h) o poder de seqüestro de recursos financeiros da entidade exe-cutada, conferido ao Presidente do Tribunal competente, foi ampliado durante o regime de parcelamento da seguinte ma-neira: além do caso de preterição da ordem de preferência, caberá também o seqüestro nas hipóteses de falta de paga-mento no prazo devido e de omissão no orçapaga-mento da verba necessária (art. 78, § 4º).

No capítulo relativo ao movimento em prol da moralização do regi-me dos precatórios, afirma corajosaregi-mente o Professor Humberto Theodoro Júnior:

Há nos meios forenses e no seio da sociedade um descrédito e um desânimo em torno da tutela jurisdicional dispensada aos credores da Fazenda Pública. A sensação geral é de que a Justiça não tem força para compelir a Administração Pública a cumprir suas obrigações pecuniárias com os particulares, e de que os governos, cientes disso, adotam postura de completa imoralida-de. Simplesmente ignoram as sentenças condenatórias e não se sentem ameaçados pela expedição dos precatórios, que se vão acumulando ano a ano, para desespero dos credores. Muitas vezes, nem mesmo são incluídos no orçamento público, e, quando o são, as verbas nunca se liberam.

Aconselha o Professor Humberto Theodoro Júnior uma atitude de melhor definição para o cumprimento do prazo de até 10 anos, estabe-lecido na Emenda Constitucional n. 30, quando propõe:

Pela maior efetividade conferida às medidas coercitivas e satisfativas do art. 78 do ADCT, produzir-se-á um salutar efeito pedagógico, valorizando a moralidade administrativa e refrean-do o comportamento arraigarefrean-do nas tradições de inadimplência contumaz da Administração às condenações judiciais. A quadra histórica é propícia a esse movimento moralizador, porque du-rante o longo processamento da moratória imposta pela EC n.

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PARA JUSTIFICAR UMA “JORNADA DE ESTUDOS” 11

APRESENTAÇÃO

30, o Judiciário estará munido de poderes que normalmente não lhe confere o art. 100 da CF, como o seqüestro por inadimplemento e a facilitação da cessão dos precatórios para fins de compensação tributária. É preciso fazer uso adequado e profícuo desses poderes, a bem da moralidade pública e, sobre-tudo, do prestígio do Poder Judiciário.

Na conclusão de sua notável conferência, alinhou o Professor Humberto Theodoro Júnior alguns pontos essenciais da Emenda Cons-titucional n. 30/2000, assim classificados:

a) os precatórios deverão ser registrados no Tribunal em dois grupos distintos:

1) o das obrigações comuns; e 2) o das obrigações de natu-reza alimentícia. Assim, estes últimos poderão ser satis-feitos com preferência sobre os demais, embora se deva estabelecer a gradação cronológica entre os precatórios de igual natureza;

b) todos os precatórios devem ser pagos pela entidade devedora no curso do exercício seguinte à sua apresentação, desde que ocorra até 1º de julho do ano anterior;

c) a verba orçamentária deve ser disponibilizada para o Presi-dente do Tribunal de Justiça, a fim de que este centralize o cumprimento dos diversos precatórios, assegurando o respei-to à competente ordem cronológica de registro;

d) o pagamento deve ser pelo valor corrigido na data de sua efetivação, evitando-se, dessa maneira, os precatórios com-plementares;

e) os juros de mora deixam de correr a partir do encaminhamen-to do precatório para cumprimenencaminhamen-to, porque até o fim do exer-cício seguinte o devedor está dentro do prazo constitucional de pagamento;

f) a cessação dos juros refere-se, porém, apenas aos moratórios. Os compensatórios, como se dá nas desapropriações e em outras situações análogas, regem-se pela sentença, fazendo parte da condenação e da coisa julgada. Devem, pois, ser in-tegralmente satisfeitos no cumprimento do precatório. Hou-ve redução da taxa dos compensatórios para 6% a.a. (Medida Provisória 1.577/97), a qual, todavia, não atinge as senten-ças já transitadas em julgado;

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APRESENTAÇÃO

g) havendo pagamento a menor, durante o prazo de cumprimen-to do precatório, caberá ao credor requerer no prazo de 1º grau a expedição de precatório complementar. Não haverá, porém, novo processo de execução, mas apenas um incidente daquele que ainda permanece em curso, enquanto não satis-feito por inteiro o crédito exeqüendo. Isso quer dizer que a citação não será renovada, nem a Fazenda poderá apresentar novos embargos. Tudo se resolve por meio de simples deci-são interlocutória do juiz da execução;

h) ao Presidente do Tribunal foram conferidos poderes para con-trolar a regularidade formal dos precatórios e corrigir os erros materiais cometidos em sua formação pelo juiz da execução; i) os erros de julgamento (errores in iudicando) eventualmente

co-metidos pelo juiz da execução têm de ser impugnados peran-te ele, e a ele competirá solucioná-los, por envolverem o mé-rito da causa;

j) o parcelamento instituído pela EC n. 30, embora tenha cria-do um longo prazo para satisfação completa cria-dos precatórios pendentes e em vias de aperfeiçoamento dentro de processos em curso, conferiu maiores poderes à Justiça para proporcio-nar a realização do direito do credor da Fazenda Pública, no que diz respeito aos precatórios parcelados, ou seja, não sen-do paga a parcela no respectivo vencimento, o cresen-dor pode usá-la para satisfação de tributos que acaso deva à Fazenda executada, procedendo-se à respectiva compensação; pode ceder a terceiros o mesmo crédito; pode, ainda, obter seqües-tro de valores da Fazenda para satisfação em dinheiro da par-cela inadimplida, seqüestro este que a Constituição atribui à competência do Presidente do Tribunal requisitante do paga-mento (CF, art. 100, § 4º). Já o estabelecipaga-mento das parcelas relativas à moratória do art. 78 do ADCT e as eventuais di-vergências a seu respeito serão objeto de deliberação do juiz da execução;

l) os precatórios parcelados sujeitam-se não apenas a correção monetária mas também a juros de mora durante todo o tem-po de sua vigência; grande imtem-portância foi conferida à fun-ção do Presidente do Tribunal competente para velar pela regular tramitação do precatório e pelo seu fiel cumprimento.

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PARA JUSTIFICAR UMA “JORNADA DE ESTUDOS” 13

APRESENTAÇÃO

Em contrapartida, a Constituição cominou-lhe as penas de crime de responsabilidade se, por ato omissivo ou comissivo, retardar ou tentar frustrar a liqüidação regular de precatório (CF, art. 100, § 5º);

m) finalmente, foram excluídas do regime processual dos precatórios as sentenças relativas a dívidas definidas em lei como de pequeno valor (CF, art. 100, § 3º; ADCT, arts. 86 e 87). Não se dispensou, porém, a ação de execução, nos mol-des do CPC, art. 730, mas apenas o precatório. Dispensa da actio iudicati houve apenas para as sentenças do Juizado Es-pecial Federal, cujo cumprimento se dará por meio de man-dado de pagamento diretamente expedido pelo juiz senten-ciante ao órgão competente para realizá-lo, com prazo de 60 dias, sob pena de seqüestro do numerário suficiente ao cumprimento da decisão (Lei n. 10.259, de 2001, art. 17, caput e § 2º). Para as dívidas de pequeno valor, não abrangidas pela competência do Juizado Especial Federal, finda a tramitação da ação executiva e não ocorrendo o pagamento pela Fazenda devedora no prazo da requisição, também po-derá haver seqüestro de numerário, já que a execução não tem de observar a técnica constitucional dos precatórios ju-diciários, cabendo, portanto, a aplicação analógica da Lei n. 10.259, de 2001.

Eis o fecho da palestra admirável do Professor Humberto Theodoro Júnior, no qual reclama a eliminação do “clima de imoralidade que tanto afeta a dignidade da Justiça e vilipendia os direitos dos credores da Fazenda Pública”:

A verdadeira e definitiva reforma constitucional no rumo da moralização do precatório ainda está por ser feita, e será, quan-do implementada, de extrema singeleza e de alta eficácia. Con-sistirá em generalizar o seqüestro da verba pública como conse-qüência necessária do descumprimento da requisição judiciária, no prazo que a Constituição já impôs para o competente paga-mento. No dia em que o Constituinte tiver a coragem de com-pletar a disciplina executiva – tal como já fez com referência ao parcelamento do art. 78 do ADCT –, estarão eliminados todos os desalentos dos credores da Fazenda Pública. Demorará um pouco a satisfação do crédito oriundo de sentença judicial, mas

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APRESENTAÇÃO

certos serão o seu pagamento e o momento de sua concretização. Já se emendou tanto a Constituição de 1988, no pertinente aos precatórios inclusive, por que não assumir os brios de fazê-lo mais uma vez e, desta vez, com os mais honestos e enérgicos propósitos de eliminar um clima de imoralidade pública que tanto afeta a dignidade da Justiça e vilipendia os direitos dos credores da Fazenda Pública?

As transcrições desses trechos da conferência do Professor Humberto Theodoro Júnior, embora alongadas, foram necessárias, tendo em vis-ta os pontos essenciais enfocados na árdua bavis-talha dos advogados pelo recebimento de precatórios. Humberto Theodoro Júniros não é, ape-nas, um dos maiores processualistas brasileiros contemporâneos, mas também o advogado aguerrido e arguto, atento aos inúmeros aspectos que dificultariam a boa trajetória do procedimento processual. Por isso, incumbi-me de solicitar do Professor Humberto Theodoro parecer indicativo da ação mais adequada para obrigar as Fazendas Públicas estaduais e municipais, descuidadas e inadimplentes, a efetuarem o pagamento dos precatórios vencidos.

Segunda posição: “O poder liberatório dos precatórios não liquida-dos. A Emenda Constitucional n. 30, de 13 de setembro de 2000”.

O Professor José Otávio de Vianna Vaz foi o segundo conferencista da “Jornada de Estudos” sobre precatório. Dissertou sobre o chamado “poder liberatório”, alternativa que tem o credor da Fazenda Pública, nos termos do § 2º do art. 78 do ADCT, se não liquidadas as presta-ções até o final do exercício, de utilizar o seu crédito como pagamento de tributos da entidade devedora.

O trabalho do Professor José Otávio Vaz, que ora se publica, está em forma de parecer, elaborado a pedido do Ministro Sebastião Alves dos Reis, Presidente do Centro Jurídico Brasileiro, em resposta às in-dagações nele contidas, assim formuladas:

1. Pode ser solicitada intervenção federal ou estadual para se exigir o pagamento dos precatórios?

2. O que significa a expressão “segundo as possibilidades do depósito”, constantes no art. 100, § 2º, da Constituição Fe-deral de 1988?

3. Qual o prazo para a Fazenda exercer o direito de opção pelo parcelamento?

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PARA JUSTIFICAR UMA “JORNADA DE ESTUDOS” 15

APRESENTAÇÃO

4. Qual o significado da expressão “poder liberatório do paga-mento de tributos da entidade devedora”, constante no § 2º do art. 78 do Ato das Disposições Constitucionais Transitó-rias – ADCT?

5. Há necessidade de observância da “ordem cronológica” de apresentação dos precatórios para o exercício do direito ao “poder liberatório”?

6. O dispositivo constitucional relativo ao “poder liberatório” carece de regulamentação?

O tema é examinado, de modo minucioso, no parecer que se elabo-rou. Os argumentos apresentados pelo Professor José Otávio Vaz fo-ram acolhidos, recentemente, no julgamento da Ação Direta de In-constitucionalidade n. 2.851-1-Rondônia, em 28 de outubro de 2004, que teve como Relator o Ministro Carlos Velloso, cujo acórdão, com votação unânime, está assim ementado:

EMENTA: CONSTITUCIONAL. PRECATÓRIO. COM-PENSAÇÃO DE CRÉDITO TRIBUTÁRIO COM DÉBI-TO DO ESTADO DECORRENTE DE PRECATÓRIO. C.F., art. 100, art. 78, ADCT, introduzido pela EC 30, de 2002. I. – Constitucionalidade da Lei 1.142, de 2002, do Estado de Rondônia, que autoriza a compensação de crédito tributário com débito da Fazenda do Estado, decorrente de precatório judicial pendente de pagamento, no limite das parcelas vencidas a que se refere o art. 78, ADCT/CF, introduzido pela EC 30, de 2000. II. – ADI julgada improcedente.

Entendeu o Ministro Relator, pelo voto proferido, acompanhado pela unanimidade de seus pares, que

[...] o art. 78, ADCT, introduzido pela EC 30/2000, inova no tema dos precatórios. Observadas as ressalvas ali inscritas, crédi-tos definidos em lei como de pequeno valor, os de natureza alimentícia, os de que trata o art. 33, ADCT, e os que tiverem os seus respectivos recursos liberados ou depositados em Juízo. [...] os precatórios pendentes na data de promulgação desta Emenda (Emenda 30, de 14.9.2000) e os que decorram de ações iniciais ajuizadas até 31 de dezembro de 1999 serão liquidados pelo seu valor real, em moeda corrente, acrescido de juros

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le-APRESENTAÇÃO

gais, em prestações anuais, iguais e sucessivas, no prazo máximo de dez anos, permitida a cessão dos créditos.

Prosseguiu o Ministro Carlos Velloso, Relator do acórdão, dissertan-do sobre a incidência dissertan-do § 2º dissertan-do art. 78 dissertan-do Ato das Disposições Cons-titucionais Transitórias, argumentando:

José Otávio Vaz, comentando citado dispositivo constitucio-nal (“Considerações sobre a Emenda Constitucioconstitucio-nal n. 30/00”, “Revista da Associação Brasileira de Direito Tributário”), es-creve: “8.1. ‘Precatórios pendentes’ são aqueles já devidamente inscritos no Tribunal competente, cuja respectiva Fazenda dei-xou de honrar a modo e tempo próprios, aplicando-se o dis-positivo, também, aos precatórios futuros, decorrentes de ações ajuizadas até 31 de dezembro de 1999". Depois de asseverar que a EC 30 foi promulgada em 13.9.2000 e publicada em 14.9.2000, data em que entrou em vigor, acrescentou que, “na data de publicação, já havia ‘precatórios pendentes’, consigna-dos nos orçamentos das entidades de direito público, como ‘restos a pagar’, devidos já no exercício de 2000. Estas entida-des, por sua vez, de acordo com o permissivo constitucio-nal, deveriam providenciar o pagamento da 1ª parcela até o final do exercício financeiro, 31 de dezembro de 2000 (cf. art. 34 da Lei n. 4.320/64).” Destarte, o não-pagamento da pri-meira parcela tem como conseqüência a transformação do precatório em “moeda liberatória” para pagamento de débi-tos para a entidade devedora, no limite das parcelas vencidas. É dizer, já a partir de 31.12.2000, parcelas decorrentes de precatórios pendentes, vencidas a partir daí, e não pagas, pas-saram a conter poder liberatório do pagamento de tributos da entidade devedora, na forma do preceituado no § 2º do art. 78, ADCT, introduzido pela EC 30, promulgada em 13.9.2000 e publicada em 14.9.2000.

O Ministro Marco Aurélio também acompanhou o voto do Ministro Relator Carlos Velloso, esclarecendo que havia sido relator de uma ação direta de inconstitucionalidade que previa o caráter liberatório quanto aos débitos fiscais de uma forma linear. No caso, porém, trata-va-se de dar cumprimento ao previsto no § 2º do art. 78 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, ou seja, “a lei é específica e está restrita àquelas parcelas vencidas que, segundo o teor do § 2º do artigo 78, têm caráter liberatório”.

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PARA JUSTIFICAR UMA “JORNADA DE ESTUDOS” 17

APRESENTAÇÃO

A convincente posição adotada pelo parecer do Professor José Otávio Vaz, ilustrada com minuciosa descrição histórica das questões do precatório, ao lado da jurisprudência inaugurada pelo Supremo Tribunal Federal, não deixa dúvida de que o § 2º do art. 78 do ADCT – o do poder liberatório – vai ganhar foro e consenso nas decisões próximas do Poder Judiciário brasileiro. Será, ainda, a alternativa viável para impedir que as Fazendas Públicas, sobretudo as dos Estados-Membros e as dos Municípios, continuem a desafiar o Estado Democrático de Direito.

Os conferencistas Humberto Theodoro Júnior e José Otávio de Vianna Vaz, cada qual na sua especialidade, trouxeram valiosa contri-buição para os estudos sobre os precatórios no Brasil. A leitura de suas peças, comprovarão os leitores, atesta a afirmativa.

6. OS DEBATEDORES DA “JORNADA DE ESTUDOS”

Quatro foram os debatedores que participaram da “Jornada de Es-tudos”, todos com suas posições e dissertações que vão transcritas, textualmente, neste livro: o Juiz Pedro Carlos Bitencourt Marcondes, o Procurador Carlos Bastide Horbach, o Juiz Fernando Botelho e o Professor Vincenzo Demetrio Florenzano.

Os debates ocorreram sob a presidência do Desembargador Nilson Reis, que fez, ele próprio, intervenções válidas, com indagações e res-postas dos conferencistas Humberto Theodoro Júnior e José Otávio Vaz. Os debates estão transcritos nesta publicação, sob o título “Debate-dores da Jornada de Estudos”, critério adotado que, espera o coorde-nador, possa facilitar o entendimento dos leitores sobre o tema e a plena compreensão das posições adotadas pelos debatedores.

7. UM MERCADO DE PRECATÓRIOS EM FORMAÇÃO

O Professor Vincenzo Demetrio Florenzano foi, como meu con-vidado, um dos debatedores da “Jornada de Estudos” sobre preca-tórios. Trata-se de um bacharel e especialista em Economia, também bacharel em Direito. É especialista, ainda, em Teoria da Regulação pela George Washington University e Doutor em Direito Econômico pela Faculdade de Direito da UFMG, sob a orientação da Professora Dou-tora Isabel Vaz.

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APRESENTAÇÃO

Vincenzo Florenzano tem dois trabalhos nesta edição, considerados úteis e importantes para análise e reflexão em matéria de precatórios. Um deles, mais prático, mas nem por isso de menor valor e conteúdo, representa sua intervenção como debatedor na “Jornada de Estudos” realizada no Tribunal de Justiça de Minas Gerais. O outro estudo, de-nominado “A Emenda Constitucional n. 30, de 13 de setembro de 2000, sob a perspectiva da Análise Econômica do Direito”, é uma incursão aprofundada na perspectiva da formação do mercado brasi-leiro de precatórios.

Veja-se a observação atenta que faz, quando considera a inadim-plência no pagamento do precatório como problema “transdisciplinar complexo, sendo ao mesmo tempo jurídico, econômico e social”:

O não-pagamento dos precatórios é, sem dúvida, um proble-ma grave que poderíamos classificar como transdisciplinar com-plexo, sendo ao mesmo tempo jurídico, econômico e social. É um problema jurídico, porque o não-pag amento dos precatórios configura um descumprimento de decisões judi-ciais transitadas em julgado. Ora, se o próprio Estado não cum-pre as decisões judiciais, não se pode sequer falar em Estado de Direito. É também, no entanto, um problema econômico, porque afeta o desenvolvimento da atividade econômica e diz respeito à alocação de recursos escassos. É, ainda, um proble-ma social, porque envolve a distribuição e aplicação de recur-sos públicos.

Chega a prognosticar o Professor Vincenzo Florenzano que a “Emen-da Constitucional n. 30 é via alternativa” para “forçar o pagamento dos precatórios”, in verbis:

Como bem observou Paul Streeten, não podemos ser ao mes-mo tempo objetivos, práticos e idealistas. Assim, o problema dos precatórios demanda uma postura pragmática. Nessa linha de raciocínio, procuramos demonstrar neste trabalho que a so-lução de mercado autorizada pela Emenda Constitucional n. 30, de 13 de setembro de 2000, é uma via alternativa que pode ser eficiente, sendo, talvez, a melhor forma de forçar o pagamento dos precatórios.

Assim, sob a ótica da Ciência Econômica, o Professor Vincenzo Florenzano vai analisar o precatório, buscando “a formação e o funcionamento dos mercados, para ponderar sobre a viabilidade e

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PARA JUSTIFICAR UMA “JORNADA DE ESTUDOS” 19

APRESENTAÇÃO

a conveniência de se adotar uma solução de mercado para o pro-blema examinado”.

Indaga o Professor Vincenzo Florenzano se o ordenamento jurídico em vigor no País permite a adoção de uma solução de mercado para o problema do pagamento dos precatórios, respondendo afirmativamente. O argumento essencial é o de que

[...] a solução de mercado nos foi indicada pela própria Consti-tuição Federal, conforme se depreende do art. 2o da Emenda

Constitucional n. 30/2000, que acrescentou o art. 78 ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.

O Professor Vincenzo Florenzano acrescenta outras razões, de na-tureza jurídica, em favor da formação do mercado de precatórios:

Esse nosso entendimento está calcado na disposição do art. 78, caput, do ADCT, que permite a cessão dos créditos referentes aos precatórios, e no § 2o do mesmo artigo, que atribui a esses

créditos poder liberatório do pagamento de tributos da entida-de entida-devedora. Esses dois elementos (possibilidaentida-de entida-de cessão e atribuição de poder liberatório) fornecem os requisitos jurídicos necessários à formação de um mercado de títulos referentes a precatórios. Além desses, a permissão concedida pelo § 1o para

decompor parcelas, a critério do credor, é outro elemento que também ajuda na formação desse mercado.

Vários e outros aspectos, sob a perspectiva da Análise Econômica do Direito, são ainda estudados e desenvolvidos pelo Professor Dou-tor Vincenzo Florenzano.

8. PRESENÇA NECESSÁRIA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

Quando se estuda e se propõe a formação de um mercado de precató-rios, exige-se com ele a presença de empresas que integram o sistema financeiro nacional. Isso quer dizer que as instituições financeiras, cons-tituídas nos seus conglomerados pelos bancos comerciais, de investi-mentos, de corretoras, de companhias de seguros e de outras atividades correlatas, deveriam participar desse novo setor da produção nacional. O mercado é indiscutivelmente promissor e, por isso mesmo, reclama e exige presenças formais, expressivas e bem regulamentadas.

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APRESENTAÇÃO

Não se tem, ainda, cálculo exato da dívida global das Fazendas Públi-cas estaduais e municipais, uma vez que a União Federal, como se sabe, está cumprindo em dia suas obrigações relativas aos precatórios. As pre-visões dos débitos dessas Fazendas Públicas no Brasil, já vencidos, a serem atualizados, estariam em torno de 60 bilhões de dólares ou, em valores da nossa moeda, hoje, nos arredores de 162 bilhões de reais.

A medida primeira a ser enfrentada na questão é a de levantar os débitos e atualizá-los. Não é difícil a tarefa. Os Poderes Executivo e Judiciário, nos Estados-Membros, estariam aptos para tal cadastramen-to em curtíssimo prazo. Em matéria de precatórios, certamente, a mis-são estaria facilitada, uma vez que as requisições dos precatórios têm de se processar, no âmbito do Poder Judiciário, exatamente, até o dia 1º de julho de cada ano para serem pagos no exercício do ano seguinte, conforme determina o § 1º do art. 100 da Constituição Federal, assim redigido:

Art. 100 – (...)

§ 1º – É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao pagamento de seus débi-tos oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários, apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados.

Não sendo possível inicialmente a presença de grandes conglomera-dos financeiros, atuando nesse mercado de precatórios em formação, que se lancem nele os bancos regionais pequenos e médios, ou empre-sas financeiras, desde que submetidos todos à orientação e à fiscaliza-ção do Banco Central do Brasil. É preciso estejam os titulares de precatórios, credores, portanto, das Fazendas Públicas brasileiras, pro-tegidos e seguros no mercado que se vai formar. Os agentes da inter-mediação existem em toda parte. Trata-se de uma instituição universal, que há de trabalhar em um mercado regulamentado e fiscalizado, a fim de que essa atividade profissional se exerça com transparência, corre-ção e responsabilidade.

A sugestão para a formação de um mercado de precatórios, como observou o Professor Vincenzo Florenzano, é preconizada pela pró-pria Constituição Federal, que fez acrescentar o art. 78 ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.

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APRESENTAÇÃO

9. OUTROS TRABALHOS PUBLICADOS E A METODOLOGIA DE SUAS INSERÇÕES

Entendi necessária e útil a inserção de outros trabalhos, direta ou indiretamente válidos como estudos e reflexões sobre o tema precatório. Eles não puderam ser apresentados, pela programação limitada de tem-po, durante a “Jornada de Estudos” realizada no Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Passam a integrar, após os trabalhados dos Professores Humberto Theodoro Júnior e José Otávio Vaz (primeira parte), as po-sições transcritas dos debatedores (segunda parte), e uma terceira par-te denominada “Anexos”, onde são reproduzidos, na ínpar-tegra, três acórdãos do Supremo Tribunal Federal.

Os estudos inseridos são contribuições da Professora Isabel Vaz, do advogado José Guilherme Villela e do Ministro Sebastião Alves dos Reis, todos eles membros do Centro Jurídico Brasileiro.

10. O ESTADODE DIREITO E A QUESTÃODOS PRECATÓRIOS

O estudo da Professora Doutora Isabel Vazse intitula “O Estado

de Direito e a questão dos precatórios”, especialmente redigido para esta edição, e está assim sumariado: 1. Introdução. 2. Natureza de al-gumas normas constitucionais. 3. Direito de propriedade e livre ini-ciativa. 4. A propriedade privada e a livre iniciativa no ordenamento jurídico brasileiro. 5. Preceitos fundamentais e precatórios. 6 Conclu-são: necessidade de restabelecimento do Estado de Direito.

Trata-se de trabalho de teor acadêmico, mas voltado, com argumen-tos irrespondíveis, para uma solução prática do problema dos precató-rios. São citados e relembrados ilustres juristas, pátrios e estrangeiros, que também se debruçaram sobre normas constitucionais, preceitos, direitos e garantias fundamentais, princípios que asseguram o Estado Democrático de Direito. Por isso, a autora invocou os estudos e os ensinamentos de Geraldo Ataliba, Alberto Xavier, José Afonso da Silva, J. J. Canotilho, Vital Moreira, Balladore Pallieri, John Locke, André Ramos Tavares e outros.

Suas conclusões são importantes e servem para ajudar os advogados a refletir melhor para elaborar petições, memoriais e sustentações orais, quando tratarem dos assuntos pertinentes ao recebimento de precatórios vencidos e não pagos. As palavras da Professora Isabel

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APRESENTAÇÃO

Vaz são de evidente atualidade, quando alerta, pondera, sugere e diz:

Assim sendo, importa analisar essas conclusões em face do com-portamento de alguns Estados da Federação, que reiteradamente se recusam a acatar as decisões judiciais que lhes ordenam o pagamento de quantias oriundas de questões transitadas em julga-do e materializadas em precatórios. Ali, naquelas peças proces-suais, não há espaço para mais discussões. Trata-se de dívida líqui-da e certa, de documentos idôneos, comprobatórios de créditos dos cidadãos contra a União, os Estados ou os Municípios. Os valores retidos pelos Estados e Municípios representam bens – dinheiro, moeda corrente – que são suporte de direitos de propriedade e aos quais fizeram jus, por decisão de um dos Poderes da República, o Poder Judiciário, os titulares dos preca-tórios. Retidos indevidamente, esses bens, retirados de circula-ção e subtraídos à administracircula-ção de seus legítimos titulares, resta prejudicada, também, a livre iniciativa, que depende de financia-mento para se viabilizar.

Ao assim agirem, Estados e Municípios descumprem preceitos fundamentais, conforme antes explanado, e desrespeitam ainda o Poder Judiciário, rompendo o equilíbrio que deve reinar, por mandamento constitucional – art. 2º da Magna Carta – entre os três Poderes da República.

Violam, ainda, – por lhes dificultarem o cumprimento –, alguns objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, con-signados no art. 3º da Constituição. Na verdade, entre as metas a serem alcançadas pelo Estado, nas três esferas de Poder, estão a construção de uma sociedade livre, justa e solidária; a garantia do desenvolvimento nacional; a erradicação da pobreza e da marginalização e a redução das desigualdades sociais e regionais. Os objetivos de natureza econômica dependem, para a sua con-cretização, do incremento das atividades econômicas, da criação de empregos, da geração de tributos e da distribuição de renda. Imagine-se o impulso na economia dos Estados-Membros e dos Municípios se os bilhões de reais devidos a título de preca-tórios, devidamente inscritos nos orçamentos e não pagos, pu-dessem ser alocados à classe empresarial. Acrescente-se a esses dados o fato de estar o financiamento da produção excessiva-mente onerado pela altíssima taxa de juros praticada e pela

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APRESENTAÇÃO

perspectiva de novos aumentos, a impedir qualquer tentativa de reaquecimento da economia. Faltam empregos, há miséria, es-tagnação econômica, aumento da violência a índices inimagináveis. Esses males seriam amenizados com o pagamento dos valores devidos às empresas e às pessoas, que poderiam aplicá-los no aumento de sua capacidade produtiva.

Trata-se de dinheiro do cidadão, de propriedade sua ilegalmente retida pelos Estados e pelos Municípios, impedindo o exercício da livre iniciativa, muito embora se cuide, também, de valores constitucionalmente protegidos. O Poder Judiciário cumpriu a sua parte, na observância do preceito latino suum cuique tribuere. Caberia ao Poder Executivo, nas esferas estadual e municipal, observar o neminem laedere e completar a prestação jurisdicional que se espera de todo Estado Democrático de Direito. Caso tal diretriz não seja observada, abre-se a perspectiva para os prejudicados de, na forma das leis indicadas, proceder à ar-güição de descumprimento de preceito fundamental. A legiti-mação para esse remédio processual constitucional se manifesta pelo direito subjetivo à reparação de um dano e pelo direito objetivo, assegurado a cada cidadão, de ver restaurado o Estado de Direito, entendido como aquele que respeita a Constituição e que obedece às decisões do Poder Judiciário.

11. ADVOCACIA NOS TRIBUNAIS SUPERIORES

A conferência “Advocacia nos Tribunais Superiores” é um estudo do advogado José Guilherme Villela, formado pela Casa de Afonso Pena, a nossa tradicional Faculdade de Direito da Universidade Fede-ral de Minas Gerais. Nasceu em Manhuaçu, Minas Gerais, e está radi-cado em Brasília desde a inauguração da Capital da República. Este trabalho foi por ele elaborado recentemente, em 18.12.2004, e apre-sentado no Seminário “Técnica Jurídica”, promovido pelo Instituto Brasiliense de Direito Público.

José Guilherme Villela é considerado um dos grandes advogados brasileiros. Trata-se de respeitável especialista em Recursos Especial e Extraordinário. Tem freqüentado as contendas percorridas nos Tribu-nais Superiores e, por isso, fala com autoridade sobre o tema a que se propôs na conferência pronunciada. É, ainda, grande conhecedor da questão dos precatórios, pois vivenciou e participou comigo de

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rumorosa ação judicial que se iniciou no primeiro grau e se concluiu, resultando em precatório, por decisão do Superior Tribunal de Justiça. A matéria pertinente a precatórios, como se sabe, é essencialmente constitucional. Esta circunstância me levou a publicar o estudo do advogado José Guilherme Villela, utilíssimo, portanto, para os estudio-sos do Direito que tiverem de postular ou de acompanhar direitos rela-tivos aos precatórios também nos Tribunais Superiores.

Não há questão que percorra os Tribunais Superiores, no estudo que se vai ler, que não tenha sido examinada.

Discorreu o advogado José Guilherme Villela sobre matérias per-tinentes aos “Aspectos gerais da atividade profissional”; examinou as hipóteses de “Petições, alegações e memoriais”; expôs a matéria relativa às “Sustentações orais”, pelo prazo breve e improrrogável de 15 minutos; refletiu sobre o que chamou de “Aspectos peculia-res aos diversos feitos”, que são os recursos ordinários, especiais e extraordinários previstos na Constituição Federal; estudou a figura da “Reclamação”, construção pretoriana consagrada inicialmente no próprio Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal e, pos-teriormente, incorporada ao texto constitucional; compulsou com propriedade as “Ações originárias”, que se incluem na competência originária do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça; meditou adequadamente sobre os institutos do “Habeas corpus e do mandado de segurança”, que constituem garantias constitucio-nais dos cidadãos; investigou bem o “Controle de Constitucionalidade da lei ou da norma federal ou estadual”, que veio a atribuir ao Supremo Tribunal Federal a guarda da Constituição; perquiriu, com amplitude, as questões das súmulas, dos prequestionamentos, das ações diretas de inconstitucionalidade, das emendas constitucionais, da doutrina, da jurisprudência e tantas outras.

A conferência pronunciada pelo advogado José Guilherme Villela, e ora transcrita para os estudiosos dos precatórios, será de grande uti-lidade. É uma bela página, afinal, concebida por um grande advogado. 12. O INSTITUTO DACESSÃO DE CRÉDITOS

As posições doutrinárias assumidas pelos conferencistas Humberto Theodoro Júnior e José Otávio Vaz, na “Jornada de Estudos” sobre

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APRESENTAÇÃO

precatórios, hão de ter seqüência e aproveitamento objetivos nas me-didas futuras a serem adotadas.

O Professor Vincenzo Florenzano aconselhou uma ação válida, com a sua análise econômica do Direito, na busca e no estímulo de um mercado regular de precatórios, a ser formado e impulsionado pelo sistema financeiro nacional. Um outro caminho, também vislumbrado e em estudos, exigirá operações por meio do instituto da “cessão de créditos”. O mercado de precatórios, ao formar-se, e com a presença dos conglomerados bancários brasileiros, estará ajudando a financiar as Fazendas Públicas estaduais e municipais.

As dívidas acumuladas dessas Fazendas, provavelmente em torno de 60 bilhões de dólares, e com atrasos variáveis de cinco anos ou mais, não permitem uma liquidação imediata. A Emenda Constitucio-nal n. 30/2000, por isso mesmo, já agora um pouco defasada no tem-po, mas rigorosamente em vigor, prognosticou o parcelamento dessas dívidas em “até 10 anos”.

Não surgiu ainda, porém, o mercado regular de precatórios. Eis uma grande lacuna a ser preenchida! O mercado de precatórios vai exigir, na sua formação e no seu funcionamento, a utilização prática do insti-tuto da “cessão de créditos”.

O Ministro Sebastião Alves dos Reis, Presidente do Centro Jurídico Brasileiro, estudando e dissertando sobre a questão, oferece valiosa e relevante contribuição. Seu trabalho, ora publicado nesta coletânea, sob o título “Precatório Judicial e cessão de crédito”, há de ser instru-mento indispensável para a reflexão dos operadores do Direito.

Assim, desenvolveu o Ministro Sebastião Alves dos Reis um exame do instituto da cessão de créditos em relação ao art. 78 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), introduzido na Emenda Constitucional n. 30/2000, condição que facilita a com-preensão do advogado para manejar suas petições e escolher a nature-za das ações a propor.

O Ministro Sebastião Alves dos Reis, além do mais, demonstra no seu estudo não ter perdido o louvável estilo do professor, que conti-nua sendo, quando cita De Plácido e Silva e transcreve uma definição didática de precatório:

[...] carta de sentença remetida pelo juiz da causa ao Presidente do Tribunal, para que este requisite ao Poder Público, mediante

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APRESENTAÇÃO

previsão na lei orçamentária anual, o pagamento de quantia certa para satisfazer obrigação de condenação das pessoas políticas, suas autarquias e fundações.

A importância do instituto da cessão de créditos, em matéria de precatórios, está ressaltada no trabalho pelo art. 78, aditado pela Emenda Constitucional n. 30/2000 e seu § 2º, constituindo ambos elementos que serão utilizados, se necessário, para a formação de um mercado regular.

Vale a pena, assim, ainda uma vez transcrever esses dispositivos legais:

Art. 78. Ressalvados os créditos definidos em lei como de pe-queno valor, os de natureza alimentícia, os de que trata o art. 33 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, e suas complementações e os que já tiveram seus respectivos recursos liberados, ou depositados em juízo, os precatórios pendentes na data de promulgação desta Emenda e os que decorram de ações iniciais ajuizadas até 31 de dezembro de 1999 serão liquidadas pelo seu valor real, em moeda corrente, acrescidos de juros le-gais, em prestações anuais, iguais e sucessivas, no prazo máximo de 10 (dez) anos, permitida a cessão dos créditos.

§ 1º. (omissis).

§ 2º. As prestações anuais a que se refere o caput deste artigo terão, se não liquidadas até o final do exercício a que se refe-rem, poder liberatório do pagamento de tributos da entidade devedora.

Alerta o Ministro Sebastião Alves dos Reis que há “efeitos extraju-rídicos da cessão de crédito na esfera dos negócios”, condenando “as especulações dos agentes econômicos, manifestadas em deságios abusivos que esvaziam as finalidades pretendidas pelo constituinte derivado”. Nesse ponto, o advogado há de defender o seu cliente, não permitindo seja ele levado pelas anomalias de um mercado não regula-mentado e aleatório.

Salienta o Ministro Sebastião Alves dos Reis, em análise adequada, que “a Constituição atual, fugindo a extremos polares [...] preferiu [...] estabelecer um critério sensível às leis do mercado”, quando fixou o prazo, de até 10 anos, para o pagamento do precatório, sujeitando o credor a buscar o mercado, “através da cessão de crédito e do poder

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APRESENTAÇÃO

liberatório dos tributos”. Observa, aliás, que “estes aspectos foram desenvolvidos com muita ciência e arte nos pareceres e nas posições que instruem esse livro, sobretudo nos trabalhos do Professor Vincenzo Demetrio Florenzano e do Professor José Otávio de Vianna Vaz”.

Na condição de juiz que exerceu com independência e competência o seu mister, o Ministro Sebastião Alves dos Reis acaba por recomen-dar em seu trabalho que

Só à luz dos princípios maiores da nossa ordem constitucional [...] garantir-se-á a segurança das relações jurídicas, a plena efetividade das sentenças judiciais contra a Fazenda Pública [...] respeitando-lhes a força jurisdicional, subtraindo-as aos artifí-cios das procrastinações indevidas, que as fragilizam; dos des-vios morais e administrativos, que as desprestigiam; das inter-pretações equivocadas, sumamente danosas à paz social, ao equi-líbrio entre os poderes constituídos, como adverte Carlos Maximiliano, sem ofensa aos direitos fundamentais da cidadania e da dignidade da pessoa humana – magnos princípios no Esta-do de Direito – aos direitos subjetivos Esta-do jurisdicionaEsta-do, à prolação da sentença pronta e justa do Estado-Juiz.

13. A JURISPRUDÊNCIA COLACIONADA

Entendi devesse incluir, como úteis e necessários, em forma de ane-xos, três acórdãos do Supremo Tribunal Federal sobre julgamentos de precatórios.

A Corte Suprema brasileira tem sido acionada, como se sabe, nessa matéria essencialmente constitucional, para dar solução jurídica ao pro-blema crônico de impontualidade nos pagamentos dos precatórios, so-bretudo pela inadimplência das Fazendas estaduais e municipais do País. Como não se trata de questão meramente judicial, ou de interpreta-ção de disposições constitucionais, mas de matéria ampla e complexa, envolvendo aspectos econômicos, financeiros, sociais, administrati-vos, possibilidades reais de pagamentos e outros, o Supremo Tribunal Federal não encontrou, ainda, a solução mais consentânea com o Di-reito das partes. Nem poderia ser chamado para decidir fora de suas atribuições constitucionais.

Os acórdãos ora transcritos têm como objetivo mostrar as posições dos julgadores, analisar as dificuldades, apontar novas direções e

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en-APRESENTAÇÃO

contrar os melhores caminhos. Certo é que não será mais possível, com os mecanismos previstos na Emenda Constitucional n. 30/2000, continuem essas Fazendas Públicas a procrastinar os pagamentos le-galmente orçados e devidos.

A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) n. 1.622-7-SP, de 30 de agosto de 2001, foi relatada pelo então Ministro Maurício Corrêa. A Intervenção Federal n. 2.915-SP, de 3 de fevereiro de 2003, teve como Relator o Ministro Marco Aurélio, vencido e, portanto, como Relator designado para o acórdão o Ministro Gilmar Mendes.

A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) n. 2.815-1-RO, de 28 de outubro de 2004, teve o Ministro Carlos Velloso como Relator.

14. ADIN N. 1.622-7-SP NO ÂMBITO DA JUSTIÇA DO

TRABALHO

A ADIN n. 1.662-7-SP, que versa matéria trabalhista, requerida pelo Governador do Estado de São Paulo, referia-se a julgamento proferido pelo Tribunal Superior do Trabalho.

Os temas tratados naquele procedimento eram da Instrução Normativa n. 11/97, aprovada pela Resolução n. 67, de 10.4.96, do órgão Especial do Tribunal Superior do Trabalho. Discutiam-se, entre outros assuntos, a prejudicialidade da ação em face da superveniência da Emenda Constitucional n. 30, de 13 de setembro de 2000, a não-inclusão no orçamento da verba necessária à satisfação de precatórios ju-diciais, a preterição do direito de precedência, as inexatidões nos cál-culos dos valores dos precatórios, os créditos de natureza alimentícia, e a declaração de inconstitucionalidade, tendo a ADIN sido julgada, em parte, procedente.

A Instrução Normativa n. 11 do TST uniformizava procedimentos para a expedição de Precatórios e Ofícios requisitórios referentes às condenações trabalhistas.

Os debates sobre as questões preliminares e de mérito foram inten-sos, durante e após o voto do Ministro Relator Maurício Corrêa, dos quais participaram a Ministra Ellen Gracie e os Ministros Nelson Jobim, Sepúlveda Pertence, Moreira Alves, Marco Aurélio, Ilmar Galvão e Carlos Velloso.

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