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¹Academica do curso de Arquitetura e Urbanismo, FAG Faculdade Assis Gurgacz

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¹Academica do curso de Arquitetura e Urbanismo, FAG – Faculdade Assis Gurgacz

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¹Academica do curso de Arquitetura e Urbanismo, FAG – Faculdade Assis Gurgacz A IMPORTANCIA DA ARQUITETURA DE INTERIORES

Kimberly Buratto ¹

RESUMO

Este trabalho aborda o contexto histórico da arquitetura de interiores, juntamente com seus distintos aspectos, relacionando a influência que o ambiente implica com o bem-estar e o desempenho do homem, quando um espaço é bem projetado e sabe- se usufruir com discernimento dos materiais dispostos no mercado de hoje. Uma edificação se torna perceptível ao homem pela maneira da distribuição espacial dos setores funcionais, compreendida sobre diferentes pontos de vista que levam em conta posições socioeconômicas, comportamento ético, faixas etárias e preferências políticas e religiosas. Através disto, a arquitetura de interiores pretende mostrar a importância da transformação de ambientes não somente em lares, mas verdadeiros meios de referência para o homem.

Palavras chave: Arquitetura. Projeto. Materiais. Interiores.

ABSTRACT

This essay brings the idea of the history context of the interior design, along with its different aspects, relating the influence that the environment causes in the well-being and performance of humans, when the space is well projected and well judgement by the materials available in the market today. A building becomes noticeable by man for its ways of space distribution of sectors functions, comprehended on different points of view which takes in count social economics positions, ethical behavors, age group, religious and politic preferences. Through it, the interior design intend to show the importance of changing environments not only in homes, but truly ways of reference to the humans.

Keywords: Architecture. Project. Materials. Interior.

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¹Academica do curso de Arquitetura e Urbanismo, FAG – Faculdade Assis Gurgacz INTRODUÇÃO

Normalmente, na hora de projetar, as preocupações dos arquitetos giram em torno da estrutura, da forma ou da funcionalidade. No entanto, é importante lembrar que a arquitetura é utilizada pelo homem e, por isso, o conforto do usuário deve ser levado sempre em consideração, e deve ser tratado com o mesmo nível de importância que os aspectos citados acima. (CARTANA, BRONAUT, CURY, 2006)

Sendo assim, a arquitetura de interiores pode servir de partido para o projeto arquitetônico. Segundo Mario Biselli:

“Denomina-se Partido Arquitetônico a idéia preliminar do edifício projetado.

Idealizar um projeto requer, pelo menos, dois procedimentos: um em que o projetista toma a resolução de escolha dentre inúmeras alternativas, de uma idéia que deverá servir de base ao projeto do edifício do tema proposto; e outro em que a idéia escolhida é desenvolvida para resultar no projeto. É do primeiro procedimento, o da escolha da idéia, que resulta o partido, a concepção inicial do projeto do edifício, a feitura do seu esboço”

A arquitetura de interiores é o aproveitamento máximo dos espaços internos, se preocupando juntamente com a harmonia e a beleza entre os elementos, gerando para os usuários um maior conforto e funcionalidade. Essa questão torna-se evidente em nossas vidas quando lembramos que passamos a maior parte do nosso tempo em ambientes internos, sendo um dos fatores determinantes da forma como nos relacionamos com nosso ambiente e o que ele nos transmite.

A análise do ambiente construído sob o aspecto do conforto se desdobra, portanto, numa série de quesitos, tais como: ergonomia, iluminação, acústica, contexto térmico, entre outros. Esses quesitos, por sua vez, não existem autonomamente. Dependem da relação que o homem desenvolve com o ambiente em que habita. (ZALESKI, 2006)

O uso dos materiais, cores e objetos em geral tem forte influência na relação com o ambiente. Devido a isso, a especificação dos materiais aplicados no espaço interno da edificação deve ser analisada com rigor, pois estes são elementos decisivos para o conforto do indivíduo. É preciso ter discernimento das características físicas dos materiais e completa clareza das imposições solicitadas

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pelo usuário. Questões físicas e psicológicas são o que definem a escolha por determinados acabamentos tornando-se um elemento indispensável para que o edifício construído consiga alcançar a sua real finalidade.

O objetivo geral deste trabalho é mostrar como a arquitetura de interiores influencia no contexto ambiental e social quando o espaço é elaborado coerentemente, aliado às normas técnicas e às exigências determinadas.

Os objetivos específicos baseados em pesquisas: buscar a valorização da arquitetura de interiores; melhoria da qualidade de vida através do tema; justificar a importância da escolha dos materiais; a relação entre o material e o conforto no ambiente.

Pretende-se também compreender a assimilação das pessoas em saber distinguir o que torna um ambiente agradável. Serão citados autores e seus artigos, tendo como método o desenvolvimento de uma revisão bibliográfica, que tem por objetivo rever conceitos e trazer novas ideias.

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA E SUPORTE

2.1 Origem do design de interiores – Influência do passado

Segundo GURGEL (2007), a Revolução Industrial, ocorrida na Inglaterra, é o grande marco na história da evolução do design e do mobiliário. Essa revolução, tão importante por diferentes aspectos socioeconômicos e culturais, foi importantíssima para a arquitetura de interiores. Com a possibilidade de tecidos, cerâmicas e produtos industrializados, ocorreu a substituição natural dos até então produtos artesanais, e com ela a necessidade de criar e desenvolver novos produtos. No final do século XIX, e início do século XX, a produção em massa causa uma mudança no consumidor que agora com mais dinheiro, a classe média em crescimento, passa a consumir mais e ter como investir nessa área. O que se conhecia até então eram estilos mais clássicos e tradicionais utilizados por uma pequena parcela da população.

Surge o Art Nouveau, estilo rebuscado e representado por desenhos orgânicos com referências às curvas assimétricas de plantas de flores. Cores como rosa, verde folha, azul e malva eram constantes no estilo, papel de parede com

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motivos exóticos e luminárias em ferro e vitral também eram suas características. No Brasil também teve seus seguidores. (GURGEL, 2007)

O Art Déco reinou no período entre guerras. Sob a influência da era da máquina, esse estilo substituía a curva pela retilineidade e angularidade das linhas e formas. Era o começo de um design funcional, limpo e despojado. Móveis e objetos desse estilo têm uma aparência mais geométrica e juntamente aerodinâmica com linhas retas terminando em curvas suaves. Materiais caros, madeiras nobres e exóticas e superfícies lisas prevalecem. Cores vibrantes também fazem parte desse movimento em contraste ao Art Nouveau. (GURGEL, 2007)

Em 1919, foi criada a escola Bauhaus, em Berlim na Alemanha, com o intuito de treinar interessados em belas artes e em todos os ramos que envolvessem o design. O “aprender” estava ligado ao “fazer”. Cromado, ferro, plástico e vidro foram alguns dos principais materiais utilizados.

Somente em 1928 Le Corbusier se interessa pelo design de interiores e, para ele, a decoração moderna não deveria ser baseada em elementos decorativos, mas sim num design simples, na busca por uma estética “purista”.

Os anos 1950 foram marcados por uma busca obcecada pela modernidade, e peças em plástico, vindas da Itália, Estados Unidos e Escandinávia tornaram-se famosas e houve a introdução das formas abstratas. O Minimalismo é o estilo que segue o pensamento de Mies Van der Rohe, em que “menos é mais”. Explora a forma simples de móveis com total falta de adornos ou objetos supérfluos. Muitas vezes é elegante e predominam cores suaves, é um visual simples e limpo. Chega o High-tech, famoso nos anos 1980, em que explorava materiais utilizados nas indústrias. Evita-se a madeira. (GURGEL, 2007)

2.2 História moderna do design no Brasil

“A semana de 22”, ocorrida na década de 1920, foi um marco na história das artes do Brasil. Um de seus participantes, o designer suíço John Graz (1891-1980), de linguagem Art Decó, foi um dos únicos expoentes do design de móveis nas décadas de 1920 e 1930 no Brasil, com uma produção na área de design de interiores. Adepto do conceito integral de projeto, criava para seus espaços uma gama enorme de elem entos como caixilhos, vitrais, luminárias, móveis, pisos, etc”. (GURGEL, 2007, pg. 104)

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John Graz introduziu inovações no design de interiores, e entre elas estão a utilização de iluminação indireta nos ambientes e o uso de materiais diferenciados, como chapas de aço e superfícies cromadas. O design de mobiliário começa a se desenvolver em 1950, com o arquiteto carioca Sergio Rodrigues. Mesmo não existindo um público consumidor representativo, sempre procurou criar móveis com uma verdadeira identidade brasileira. Foi o primeiro designer a colocar nosso mobiliário em destaque nacional. (GURGEL, 2007)

2.3 Sustentabilidade e ecologia - ecodesign

O conceito de sustentabilidade foi introduzido no final dos anos 1980, por Lester Brown, trazendo a preocupação com o meio ambiente de modo que uma comunidade sustentável deve se manter e se abastecer sem prejudicar as gerações futuras. Devido à poluição atual e os diversos problemas que ela causa, juntamente com a escassez dos recursos naturais tradicionais, a sociedade é obrigada a buscar novas soluções alternativas para essa problemática em questões de energia, materiais, recursos, e mesmo no modo de pensar de um projeto.

Hoje se deve pensar no design como um “ecodesign”, ou seja, um design que respeite a natureza e os recursos naturais, evitando todas as formas de poluição possíveis. (GURGEL, 2002)

2.4 Forma e espaço na arquitetura de interiores

GURGEL (2002) define que a arquitetura de interiores deve criar ambientes onde a forma e a função, ou seja, a estética e a funcionalidade, convivam em perfeita harmonia e cujo o projeto final seja o reflexo das aspirações de cada indivíduo.

O design, como se entende hoje, é um processo consciente e deliberado que busca organizar matérias (com suas linhas, texturas e cores) e diferentes formas, a fim de alcançar determinado objetivo, seja funcional ou estético.

A importância dele torna-se evidente quando percebemos que o design, aplicado a qualquer elemento, afeta não somente os objetos que interagem com ele e as pessoas que o utilizam, mas, mais abrangentemente ainda, afeta nosso meio ambiente.

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Os designers organizam elementos tais como espaço, forma, linha, textura, luz e cor para se expressar. Esses elementos devem ser considerados como ferramentas pelas quais o design se materializa. Um bom projeto de arquitetura de interiores é aquele que apresenta um bom design, ou seja que atinge um resultado harmônico e criativo.

Espaço: O espaço que estamos considerando é o habitável, os ambientes em questão os que existem entre as paredes, o teto e o piso. Esse elemento é o ponto de partida para a criação, sem ele não existe projeto. São vários os modos de articular o espaço: físico, visual e até mesmo sonoramente. Se soubermos escolher corretamente os elementos compositivos de acordo com o que queremos, poderemos estimular diversas sensações, como a de aberto/fechado, livre/enclausurado, seguro/vulnerável, entre tantas outras.

Forma: Está diretamente relacionada ao espaço, apesar das diferentes formas existentes no mundo podemos simplificar e considerá-las basicamente como retilíneas, angulares ou curvas.

As maiores inovações na arquitetura de interiores estão relacionadas a soluções que exploram diferentes angulações, movimentos curvos e planos inesperados. A arquitetura de interiores atual pode e deve ser expressa livremente, uma vez que segue um conceito espacial novo e livre. (GURGEL, 2002)

Retilíneas: As formas mais populares criam sensação de monotonia. Podem e devem ser usadas de maneira criativa, explorando a pureza do ângulo reto.

Angular: Evidencia a ideia de movimento. Muito usada em tetos inclinados, cria ambientes amplos e arejados.

Curva: Traz em si a ideia de continuidade, de constante movimento. Deve ser usada com cautela, pois sua repetição excessiva leva monotonia ao movimento.

Pode ser usada em plantas circulares, escadas, móveis, janelas e paredes.(GURGEL, 2002)

Para Ching (1999), forma é um termo abrangente que tem vários significados. Pode se referir a uma aparência externa passível de ser reconhecida, pode também aludir a uma condição particular na qual algo atua ou se manifesta.

Em arte e projeto, frequentemente utilizamos o termo para denotar a estrutura formal de um trabalho, a maneira de dispor e coordenar os elementos e partes de uma composição de formas a produzir uma imagem coerente. A forma sugere referencia

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tanto à estrutura interna e ao perfil exterior quanto ao principio que confere unidade ao todo. Enquanto a forma inclui um sentido de massa ou volume tridimensional, o formato se refere ao aspecto essencial da forma que define sua aparência, a configuração ou disposição relativa das linhas ou contornos que delimitam uma figura ou forma.

2.5 Conforto Ambiental e Temperatura na Arquitetura de Interiores

É fundamental a utilização de soluções eficientes para manter as edificações de acordo com os padrões de conforto. Desde o inicio da existência humana, o homem procura abrigo contra as adversidades do tempo. Pode-se dizer que a sensação de bem-estar está ligada à sensação de segurança, e que o conforto pode ser definido como um “estado de espírito”.

É importante lembrar que há tecnologia disponível para alterar quase qualquer característica de um ambiente. Entretanto, é bom lembrar que as condições climáticas que afetam uma edificação alteram-se no decorrer de um dia, além de variarem bastante dependendo do país, do estado e da cidade.

Mais e mais países buscam, por meio de legislação específica, garantir que as edificações assegurem aos usuários maior conforto térmico e sonoro no inverno ou no verão. A arquitetura de interiores pode contribuir bastante com o projeto de arquitetura de uma residência, quer na escolha correta de materiais de revestimento interno dos ambientes, quer nos elementos de vedação interna do sol, como cortinas ou persianas, etc. (GURGEL, 2002).

Temperatura: O período de maior insolação nas edificações ocorre das 10 horas da manhã às 2 da tarde.

Muitas vezes, a solução para conseguir um bom desempenho térmico não é única. No inverno, deve-se evitar que o ar quente saia dos ambientes, enquanto no verão, não se pode deixar o calor externo entrar nos ambientes.

Para alterar a temperatura ambiente, pode-se , entre outros, utilizar ar- -condicionado, lareira ou exaustor, além de soluções acopladas diretamente à

construção da edificação, como janelas posicionadas corretamente, mantas térmicas, tijolos maciços, etc.

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O avanço tecnológico permite inovações consideráveis. Deve-se buscar soluções econômicas do ponto de vista financeiro e principalmente energético. O projeto final deve ser um exemplar único e particular. Criatividade e pesquisa são ingredientes fundamentais e indispensáveis para chegar a soluções singulares. (GURGEL, 2002)

2.6 Princípios do design - equilíbrio

O equilíbrio é alcançado quando a capacidade dos elementos em chamar a nossa atenção e seus respectivos pesos visuais (elementos arquitetônicos ou mobiliário) neutralizam-se. Chamava-se de peso visual o impacto psicológico causado por um elemento. A luz natural é inconstante e interfere no modo como sentimos e vemos as coisas, podendo alterar a forma, a cor e o peso visual de um elemento no decorrer do dia. Portanto, a luz pode ser considerada como fator importante numa composição.

Tipos de equilíbrio

Equilíbrio simétrico: é uma forma passiva e formal de equilíbrio. Ocorre quando um lado de um elemento é exatamente igual o outro. É simples, fácil e rápido de reconhecer, pois, a se ver um lado igual ao outro, lê-se imediatamente essa solução como sendo correta e equilibrada.

É usada em ambientes mais clássicos e formais. Essa forma de equilíbrio coloca toda atenção no elemento central da composição, ao mesmo tempo em que reduz visualmente sua dimensão. Portanto, deve ser usada quando se tem o objetivo de atrair a atenção para um elemento especifico. Uma fachada em que a porta de entrada é centralizada entre duas janelas idênticas é um clássico exemplo desse tipo de solução. Se o intuito for tirar a atenção do centro da composição, deve-se agregar, de modo criativo, os elementos compositivos, abusando de suas formas e cores. No caso anterior da fachada, cores mais vivas nas janelas tirariam a atenção da porta de entrada.

Equilíbrio assimétrico: mais informal, dinâmico e espontâneo. Nessa forma de equilíbrio, um lado é equivalente ao outro no peso, mas não na forma. Não existe fórmula para alcançá-lo, pois ele é totalmente livre e flexível. Deve ser usado quando se deseja amplitude e informalidade. Muito utilizado em paisagismo e no design

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contemporâneo. Sugere movimento, por ser menos óbvio do que o equilíbrio formal.

Numa fachada principal, pode-se ter a porta centralizada entre uma grande janela, de um lado, e, de outro, duas janelas menores, porém com a mesma força visual da janela grande.

Equilíbrio radial: a característica principal é o movimento circular que se direciona para ou se expande de um foco central. Pode ser estático (por exemplo, uma escada em caracol). Menos importante do que os anteriores, o equilíbrio radial acrescenta um componente diverso na composição, sendo um contrapeso à retangularidade. O desequilíbrio proporciona uma sensação de instabilidade. Não é repousante e causa intranquilidade. (GURGEL, 2002)

2.6.1 Ritmo e Harmonia

A repetição de uma forma, de um elemento, ajuda a garantir coerência ao projeto. O ritmo pode ser definido como um movimento organizado, contínuo.

- Cria-se ritmo por meio da repetição das cores ou das formas que dão caráter ao projeto.

- Repetir, de modo planejado, cria movimento e evita que muita repetição torne o ambiente monótono. É óbvio que o pouco uso desse recurso não dá, necessariamente, unidade ao projeto.

Bom senso e vontade de dar ao projeto um caráter particular conduzem ao uso equilibrado do ritmo. É importante repetir para surpreender, dar movimento, unir espaços.

Num projeto é importante manter a harmonia entre seus vários centros de interesse. O projeto não deve parecer uma junção de elementos unidos ao acaso, que competem entre si. Deve ser um todo, um conjunto de formas, cores, texturas, etc., que se relacionam e interagem. (GURGEL, 2002)

2.6.2 Linha formal de composição da arquitetura de interiores

Segundo GURGEL (2002), a linha pode ser reta ou curva, fina ou grossa. É um recurso para enfatizar ou suavizar a forma dos objetos ou dos ambientes.

Reta: Quando predominante, normalmente dá um caráter mais masculino ao ambiente.

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A linha vertical tem tendência a aumentar a altura e a dar mais dignidade e formalidade ao espaço, já a horizontal é relaxante e mais informal, principalmente quando longa. A diagonal sugere movimento, sendo ideal para ambientes dinâmicos.

Curva: linha feminina, dá mais suavidade e movimento ao ambiente. Quando suave, proporciona relaxamento.

2.6.3 Texturas

Elementos que merecem destaque na arquitetura de interiores, podendo criar pontos de interesse, diversidade e estimulo sensorial. O efeito psicológico, causado por determinada textura ou vai depender de sua forma, cor e dimensão, e também de seu consequente efeito visual e impacto.

Propriedades da textura: superfícies lisas, como aço, inox, metal polido, vidro, etc., refletem mais a luz, atraindo a atenção e fazendo com que sua cor pareça mais forte e viva. Em superfícies um pouco mais rústicas, a luz tende a ser mais absorvida; consequentemente, ameniza as cores, utilizadas sobre elas. Em superfícies bem rústicas, uma iluminação direcionada em ângulo dramatiza a textura, criando sombras; um wall-washing minimiza a textura; já uma iluminação difusa suaviza a aspereza da superfície. (GURGEL, 2002)

2.6.4 Os acabamentos

Qualquer material tem suas características expressas pela sua cor e textura, mas são os acabamentos das superfícies que dão forma e impressão ao espaço.

Essas propriedades podem influenciar não somente a imagem do ambiente, mas também a função e conservação que se pretende dar ao espaço (MARTIN, 2004).

A tecnologia tem avançado e muito no sentido de possibilitar novos efeitos e novas texturas para acabamentos até então consagrados como o vidro, a pedra e a madeira. Segundo Martin (2004), a influência da tecnologia digital resultou na concepção de novos acabamentos além de produzir muitas imitações de materiais naturais. Hoje ha muitas opções disponíveis no mercado, mas o conhecimento dos

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efeitos proporcionados por esses materiais pode ajudar muito na definição e escolha, o apelo visual e tátil.

2.7 A psicologia do ambiente arquitetônico

A ciência que estuda as relações do homem com o ambiente que o cerca é denominada de psicologia ambiental, e é por meio dela que se qualifica e contextualiza o homem na sociedade.

Já foi comprovada a função que o ambiente exerce em relação ao desempenho humano. Outra questão é a criação de espaços satisfatórios ao conjunto de pessoas que habitam um local, devido ao fato de possuírem níveis distintos de sensibilidade psicológica e física.

A personalização da aparência externa e interna das edificações está relacionadas aos elementos arquitetônicos e com a identidade. Podem ser exemplificados por meio do uso de cores, texturas, revestimentos, adornos, entre outras características diversas que as definem.

Kowaltowski, et. al (2005) constata elementos arquitetônicos como mobiliário, nichos, rebaixo de gesso entre outros que delimitam e personalizam os espaços habitados, evidenciando sua apropriação pelo usuário. Rapoport (1990) trata do conceito de identidade, exemplificando o homem e o animal. A partir do momento em que esses começaram a ocupar espaços abertos, aprenderam também a demarcar seu território, de modo a criar lugares que identificam aqueles que o habitam.

Segundo Proshansky (1970) são quatro aspectos que dão razão a existência da psicologia ambiental:

 ela estuda o ambiente ordenado e definido pelo individuo.

 seus problemas cientificos estão relacionados com problemas sociais emergentes.

 é de natureza multidisciplinar

 estuda o individuo como parte integrada de toda a situação problemática.

De acordo com Hall (1981) o espaço construído e urbano são expressões de um processo de filtragem e seleção dos dados sensoriais humanos. Esses filtros

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humanos são culturalmente padronizados, e quatro zonas de distância e envolvimento entre os indivíduos e as atividades, relações e emoções associadas a cada uma delas foram reconhecidas pelo autor. Distância mínima, distância pessoal, distância social e a distância pública.

A introdução de conhecimento de fatores comportamentais no processo criativo tem sido o grande desafio da Arquitetura e mais especificadamente em Design de interior. É nesse universo que age a psicologia ambiental, definida como interação entre indivíduos e suas condições físicas. (GIFFORD, 1977)

2.7.1 Escolha de materiais

Segundo GURGEL (2002), a escolha correta depende principalmente do conhecimento quanto ao universo de materiais que existem no mercado e se adaptam ao meio em questão. Na maioria das vezes, por total desconhecimento da tecnologia dos materiais disponíveis, utilizamos soluções antigas e ultrapassadas, caindo em resultados poucos criativos e repetitivos. É importantíssimo que, ao escolher um material para determinada superfície, se efetue uma minuciosa pesquisa entre todas as soluções possíveis. Analisar as características de cada material é indispensável para uma escolha correta e que atenda às necessidades básicas e gerais do ambiente.

Segundo Bauer (2000), a busca de materiais com melhor aparência, durabilidade e resistência ocorreu de forma demorada na mesma extensão que aumentaram as necessidades humanas. Então, deu início a um ciclo: “Melhores materiais possibilitavam melhores resultados e melhores técnicas, e estas, por sua vez, demandavam materiais ainda melhores.”

Os materiais hoje são subdivididos em diversas categorias, entre elas simples e compostas; natural ou artificial e a evolução nessa área avança com tanta rapidez que se torna essencial por parte de engenheiros e arquitetos projetistas estar atualizados com as técnicas mais avançadas que utilizam materiais com melhor padrão e menor custo.

Características dos materiais:

• Funcionais: durabilidade, resistência, manutenção, aspectos térmicos, acústicos e antiderrapantes.

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• Estéticas: forma, dimensões, cores, texturas, padrões e acabamento.

• Econômicas: custo e relação custo-benefício.

• Sustentáveis: referente a quanto preservam a natureza, à quantidade de poluição gerada para sua fabricação, aos componentes recicláveis, etc..

2.7.2 Especificação de materiais e acabamentos

São os acabamentos das superfícies que dão forma e impressão ao espaço.

As características de qualquer material são expressas pela sua cor, textura, por exemplo, e essas propriedades podem influenciar não somente a imagem do ambiente, mas também a utilidade e durabilidade que se pretende dar ao espaço (MARTIN, 2004).

Especificar os materiais contribui para cada parte do processo do projeto e da obra como um todo. Segundo Chiner (1988), optar pelo material mais apropriado para um produto envolve dois princípios notáveis; primeiro, a seleção dos materiais deve ser uma parte integral do processo do projeto, e, a segunda, a seleção dos materiais deve ser o mais quantitativa possível. Ter conhecimento das propriedades individuais dos materiais é importante para que eles possam ser escolhidos e especificados. A seleção dos materiais não era muito considerada anteriormente no processo do projeto. Selecionavam os materiais por meio de manuais com escolha limitada e na base de dados limitados sobre suas características. Hoje, entretanto, esse seria um procedimento não muito comum. Muitas vezes a opção por determinados materiais pode estar relacionada com experiências passadas.

Materiais, quando são bem especificados, tendem a se repetir em demais empreendimentos.

Há uma grande quantidade de materiais disponíveis para o arquiteto projetista escolher, e estes correspondem a uma larga escala de propriedades. Cada material útil deve possuir uma combinação das suas propriedades. O conjunto desejado das propriedades não será necessariamente a combinação exata requerida, mas sim dependerá da aplicação dada. Para fazer uma seleção prévia dos materiais podem- se estabelecer limites para cada tipo de projeto. O conhecimento e a experiência, nesse caso, são considerados requisitos para rejeitar um material, porque as propriedades dos materiais podem ser variadas. Um material não seria rejeitado

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necessariamente porque é insatisfatório no que diz respeito a uma única exigência secundária do projeto, ou mesmo preliminar.

Em épocas atuais o desenvolvimento do computador permitiu o uso de uma teoria mais sofisticada no processo do projeto. Isto trouxe ao projetista mais confiança e, consequentemente, o transformou num profissional mais preparado para introduzir ideias novas ou para trabalhar mais perto da margem da falha. Não é uma tarefa fácil a especificação dos materiais de uma forma puramente racional. O problema normalmente se dá pela falta de dados sobre as propriedades dos materiais.

REFORMAS DE INTERIORES

Em algum momento nas nossas vidas todos sentimos a vontade de mudança.

A renovação ou transformação se torna necessária, seja no trabalho, na personalidade ou esteticamente. Isso também ocorre com a casa ou estabelecimento comercial. Mas, as vezes não é necessário transformar todo o ambiente. Com apenas algumas mudanças consegue-se renovar os ares. Na arquitetura e decoração esse processo é conhecido como retrofit.

Segundo as arquitetas Roziane Faleiro e Patrícia Guerra:

"O retrofit consiste em renovar e repaginar um espaço ou edificação para o melhor aproveitamento dos equipamentos existentes. A ideia é renovar sem que seja necessário modificar tudo. Por exemplo, ao aplicar essa técnica em um quarto, normalmente troca-se o colchão e aparelhos de TV. Já o mobiliário, é aproveitado e substitui-se apenas elementos ultrapassados por materiais mais contemporâneos. A preocupação com a durabilidade e manutenção é constante nesse processo".

Home Office Coletivo

Sócios de uma produtora de vídeo, três irmãos que mexem com arte e comunicação optaram por uma reforma em seu local de trabalho, já que o home office estava muito simples e destoando da sua real função: um lugar para criar e ter ideias. O arquiteto Marcelo Rosenbaum é quem realiza a mudança, propondo manter as paredes brancas do ambiente já que é um local pequeno, e coloca uma

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cor escura para destaque em apenas uma delas. Uma bancada amarela é colocada para dar vida ao Home, e ele cria uma estante assimétrica com caixotes de frutas e utiliza lâmpadas de geladeira para dar evidência ao que será ali exposto. Em outra parede o arquiteto coloca uma mesa desenhada por ele e utiliza o mesmo material, mas com outra proposta, as caixas de frutas desta vez foram dispostas ordenadamente e para ter cor foram envelopadas com vinil adesivo. O ambiente mudou totalmente, o que antes estava um local sem vida se tornou um espaço alegre e criativo devido ao uso correto dos materiais propostos pelo profissional, em conjunto com as cores e acabamentos.

Antes:

Figura 1: Home Office – Antes

Fonte: http://gnt.globo.com/assunto/antes-e-depois.html?p=casa#pag=1

Figura 2: Home Office – Antes

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¹Academica do curso de Arquitetura e Urbanismo, FAG – Faculdade Assis Gurgacz Fonte: http://gnt.globo.com/assunto/antes-e-depois.html?p=casa#pag=1

Depois:

Figura 3: Home Office – Depois

Fonte:http://gnt.globo.com/casa-e-decoracao/fotos/inspire-se-na-decoracao-feita-por- rosenbaum-em-um-home-office-compartilhado.htm#4439=2

Figura 4: Home Office – Depois

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¹Academica do curso de Arquitetura e Urbanismo, FAG – Faculdade Assis Gurgacz Fonte: http://gnt.globo.com/casa-e-decoracao/fotos/inspire-se-na-decoracao-feita- por-rosenbaum-em-um-home-office-compartilhado.htm#4439=2

Figura 5: Home Office – Depois

Fonte: http://gnt.globo.com/casa-e-decoracao/fotos/inspire-se-na-decoracao-feita- por-rosenbaum-em-um-home-office-compartilhado.htm#4439=2

Reforma sala de estar

Figura 6: Sala de estar – Antes

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Nessa reforma os móveis eram de estilo tradicional, perfeitamente funcionais, e o local com muita luz natural, mas o ambiente não se encaixava com o estilo do cliente. Com pequenas mudanças já foi possível dar outra cara a sala de estar, mostrando que, muitas vezes, coisas simples bastam para atingir o resultado desejado.

Figura 7: Sala de estar – Depois

Fonte: http://www.apartmenttherapy.com/before-amp-after-melissas-lightened-living- room-makeover-210931

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¹Academica do curso de Arquitetura e Urbanismo, FAG – Faculdade Assis Gurgacz Reforma do Escritório

O foco da reforma deste escritório era mudar a aparência geral do espaço.

Exemplo de como podemos nos mover na direção certa com tinta, criatividade e um bom orçamento. O verde esmeralda foi a cor escolhida para marcar o local juntamente com o preto definido para a parede aonde se situa a mesa. O piano iria ser pintado, mas por fim foi decidido manter a cor de madeira natural criando contraste no ambiente. Podemos perceber que o mobiliário reformado também fez toda a diferença. A escolha do preto ao invés da madeira escura deixou os móveis despojados e modernos.

Figura 8: Escritório – Antes

Fonte: http://www.perfectlyimperfectblog.com/2014/02/lisas-office-redo-before- after.html

Figura 9: Escritório – Depois

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Fonte: http://www.perfectlyimperfectblog.com/2014/02/lisas-office-redo-before- after.html

ARQUITETURA DE INTERIORES E A IDENTIDADE DO LOCAL

Para Trevisan (2004), o usuário, quando se apropria de seu lugar, procura demarcar seu território por meio de objetos, símbolos e signos, dando-lhe identidade própria. Esses seriam os fatores subjetivos do ambiente. As sensações térmicas e acústicas podem ser entendidas como as variáveis objetivas, formando essa combinação de variáveis subjetivas e objetivas que serão determinantes na característica, na funcionalidade e na personalidade exclusiva e particular de cada espaço. (TREVISAN, 2004).

A arquitetura trabalha com o espaço, e diferentemente das outras expressões artísticas, não está ali só para ser apreciada, e sim, utilizada no dia-a-dia. Os estímulos ambientais, sinais enviados ao cérebro que resultam no contexto ambiental do conforto, dependem das superfícies e assim reconhecem o ambiente interno. É a combinação de variáveis subjetivas e objetivas, que determinam as características, a funcionalidade e a personalidade única de cada residência. Porém, a função da arquitetura de Interiores, de criar espaços pensados e planejados para seus usuários, torna-se muito importante para que a apropriação do espaço realmente aconteça pelo usuário.

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¹Academica do curso de Arquitetura e Urbanismo, FAG – Faculdade Assis Gurgacz Figura 10: Morar só, ambientes criados por seus moradores

Fonte: http://quartoesala.etc.br/2013/07/02/morar-so-casa-e-jardim/

A revista casa e jardim decidiu traçar o perfil dos solitários moradores da cidade de São Paulo. Não interessando o local onde cada um mora, o objetivo era registrar ambientes de pessoas que moram sozinhas, buscando mostrar novas maneiras descomprometidas de se viver.

Gente que imprime em suas casas as suas predileções e tem liberdade para

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¹Academica do curso de Arquitetura e Urbanismo, FAG – Faculdade Assis Gurgacz criar espaços únicos e despretensiosos. (VALDIVIESO, 2013)

A seguir, a descrição de cada um dos moradores fotografados bem como o estilo de vida que é impresso em suas moradias feitas por Gabriel Valdivieso para a revista Casa e Jardim.

CIRO SCHU, 32 anos, grafiteiro, Centro – encontrou este apartamento de 90 m² há poucos anos, sob a sombra da estátua de Duque de Caxias, na Praça Princesa Isabel. As paredes são a extensão de seu grupo de amigos, repletas de pinturas e esculturas. No corredor, bicicletas, livros e suas próprias obras de arte. Morar só é liberdade. (VALDIVIESO, 2013)

FERNANDO SOMMER, 50 anos, empresário, Higienópolis – com sorriso farto, recebe seus queridos à porta. Colagem de paixões, quebra-cabeça de emoções, o apartamento de 150 m² é aberto aos amigos. Papéis de parede italianos, flores frescas e obras de arte escolhidas com afeto resultam em um lar. Morar só é tomar banho demorado. (VALDIVIESO, 2013)

CAROLINE SABET, 32 anos, escritora, Vila Nova Conceição – o ritmo acelerado do balanço swing with the plants, da droog, pulsa Caroline Sabet. Dedicada a escrever contos infantis, a moradora leva para seu universo, um apartamento de 130 m², a alegria da imaginação fértil, dando sentido a “ lé com cré” com um sapato em cada pé. Morar só é poder balançar. (VALDIVIESO, 2013)

EDUARDO CHALABI, 36 anos, arquiteto, Jardins – a cadência da arquitetura, a simplicidade da forma e a riqueza de pensamentos estão presentes nos 100 m² do apartamento. Tudo na morada cumpre sua função, história e arte sobem pelas paredes. A cara do dono, a casa do Chalabi. Morar só é não pedir permissão para nada. (VALDIVIESO, 2013)

MARIE IKONOMIDIS, 30 anos, analista de comunicação, Santa Cecília – o apartamento de 120 m² é um labirinto. Não por causa das saletas e dos corredores, mas pela exuberância de vida, de conversa e dos brinquedos do filho Eric, 10 anos.

A coleção de móveis tipos lado B e os objetos impecavelmente escolhidos dão o ar

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¹Academica do curso de Arquitetura e Urbanismo, FAG – Faculdade Assis Gurgacz de casa vivida. Morar só é desfrutar do espaço. (VALDIVIESO, 2013)

MARI BRUNINI, 34 anos, relações internacionais, Jardins – uma serenidade matutina paira sobre os 102 m² deste apartamento. São os raios da manhã de outono? O chá exalando calma à beira do fogão? O acolhimento se desvenda no papel de parede inglês, no gosto pelo design de Phillippe Starck, e nos quitutes que vêm da cozinha. Morar só é delícia. (VALDIVIESO, 2013)

TIBIRA, 48 anos, dono de antiquário, Bela Vista – aqui vive um colecionador à caça de histórias em forma de objetos. O apartamento de 90 m² parece um caleidoscópio de brinquedos de época, peças de design e luminárias hospitalares. Máscaras, tubos de ensaio e bibelôs são cerejas do bolo do lar rock´n ´roll. Morar só é abrir caminho para novos achados. (VALDIVIESO, 2013)

IDA FELDMAN, 46 anos, várias profissões, Bom Retiro – assessora de imprensa, dona de loja on-line. Escolheu o apartamento de 112 m² no bairro judaico para colar lembranças: a parede do banheiro tem etiquetas de viagens e pensamentos do dia.

Sua casa parece explodir de história e humor. Morar só é não ouvir o barulho do mundo. (VALDIVIESO, 2013)

LIDIA LISBOA, 41 anos, artista plástica, Centro – cômodas, mapotecas, mesinhas, mesonas. Todo o espaço do mundo é pouco. A paranaense expande pelos cantos do apartamento, de 85 m² retalhos do passado, projeções do futuro e análises do presente. Pão caseiro sempre há, bem como sorriso, coragem, amor e malandragem. Morar só é poder pintar o sete. (VALDIVIESO, 2013)

Segundo a arquiteta pernambucana Jana Costa, em uma entrevista:

“O homem é uma esponja, por onde ele passa, vai incorporando influencias.

Com a globalização, com essa história de todo mundo conhecer o mundo, o homem tem necessidade de se mostrar. Hoje, a população de um país precisa exibir a sua identidade. Voltou-se à necessidade de não ser igual a todo mundo, de se autovalorizar. É uma forma também de autoestima social, de valorizar o que é seu. Em algumas casas brasileiras, você percebe a cara do Brasil em um mobiliário antigo, tradicional, mis turado com

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¹Academica do curso de Arquitetura e Urbanismo, FAG – Faculdade Assis Gurgacz

coisas contemporâneas. É fundamental que não haja rejeição por tudo que é nosso, porque a maior ia rejeita o que é nosso e passa a gostar do que é do outro. Faz parte de uma população que despreza as próprias coisas.”

Arquitetura de interiores é isso, é conseguir deixar o lugar onde vivemos único, com as nossas próprias e exclusivas características. E toda a formação de um individuo que resulta de interações sociais, culturais, politicas, geográficas e econômicas tem absoluta influência nessa questão. Todos, independentes de sua classe social ou de quaisquer outras diferenças existentes podem imprimir um pouquinho da sua identidade para tornar o ambiente em que se vive todos os dias mais agradável e de certa forma mais humano.

6 CONSIDERAÇÕES

Os conceitos de sensação, percepção, atenção e espacialidade definem várias situações de conforto em que o indivíduo pode estar incluído. O valor pessoal, segundo Rapoport (1990), atribui significado ao espaço. Os valores relacionados aos elementos que complementam o espaço concedem significado aos seus ocupantes e esses elementos são definidos como os materiais que revestem o espaço.

Para Trevisan (2004), a arquitetura e psicologia se associam através de objetos, símbolos e signos que o usuário utiliza para dar apropriação ao seu lugar, buscando a própria identidade, e esses aspectos são subjetivos. Diferente das sensações térmicas e acústicas consideradas variáveis objetivas. É o acordo dessas duas tipologias que definem as características de cada habitação. O que se procura é incluir condições estéticas e de bem-estar, indispensáveis ao homem, para sua confortável permanência no local.

Insere-se, história da arquitetura de interiores e do design, mostrando seu desenvolvimento e evolução desde os primeiros resquícios até o que entende-se hoje. Após isso, foram elencadas definições sobre o que é o assunto proposto e o que pode ser feito dentro desse campo de arquitetura, com o objetivo principal de trazer conforto dispondo de muitas soluções encontradas e propondo o uso de materiais distintos.

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¹Academica do curso de Arquitetura e Urbanismo, FAG – Faculdade Assis Gurgacz

Foi abordado questões de como as condições de conforto no ambiente construído, aliado ao que vai ser proposto para o ambiente construído influenciam no comportamento humano, como é importante a responsabilidade social daqueles que trabalham com relação as pessoas e o ambiente. Esse é sem dúvida um elemento importante que estimula o senso crítico do usuário com relação ao local onde vive e à qualidade de vida obtida. Os profissionais que usam o espaço devem avaliar, assim como devem interferir para aprimorar os aspectos físicos e funcionais e psicológicos do espaço.

REFERÊNCIAS

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Referências

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