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RELATORIOEREfiHLA«E\TOS < <r/<r C(^NSELH() DE TETELA E DO P R O C E S S O NAS CAUSAS DE SEPARAÇÃO I ^ «1 L I S B O A. IMPRENSA NACIONAl.

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IMPRENSA NACIONAl. 1868

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RELATORIO

Senhor : — No dia 22 do corrente março deve começar a executar-se o codigo civil portuguez ; mas essa execução é de todo 0 ponto impossivel emquanto a muitas das suas dis­ posições, se não forem acompanhadas dos respectivos regu­ lamentos.

No artigo 3.“ da carta de lei de 1 de julho do anno pre­ térito determinou-se que todas as disposições do codigo ci­ vil, cuja execução dependesse absolutamente da existencia de repartições publicas ou de outras instituições que ainda não estivessem creadas, só obrigariam desde que taes in­ stituições funccionassem. Esta disposição justifica-se na hy­ pothèse ; mas nem por isso deixa de ser urgente a organi- sação d’çssas mesmas instituições, sem as quaes o codigo civil não' passará de letra morta.

A isto acresce que, sendo o mesmo codigo um corpo de doutrina complexo e harmónico em todas as suas partes, fácil é de prever que da inexecução de algumas d’ellas, embora temporaria, deve resultar necessariamente uma certa perturbação e transtorno no systema do mesmo codigo.

É indispensável portanto que se proveja com urgencia a tão graves inconvenientes.

A parte regulamentar de que depende a effectiva execu­ ção do codigo diz respeito principalmente, ou á organisa- ção de certas instituições, ou á fórma do processo propria­ mente dito.

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codigo do processo ; e é assim que geralmente se tem com- prehendido debaixo d’esse titulo a parte orgánica e a parte activa das instituições judiciarias.

É portanto incontestável a necessidade de mn novo có­ digo de processo, em que, aproveitando-se tudo o que ba de bom e comprovado pela pratica na actual reforma jixdi- cial, se emende o que pareça menos aceitavel, ou em des- harmonia com os principios do codigo, e se addicione o que for indispensável.

Entretanto, Senhor, pareceu-me que não seria acei*tado differir para o tempo afastado que o complemento d’aquelle trabalho exige o beneficio que desde já se pode ir colhen­ do de providencias especiaos que bem se podem tomar des­ tacadamente, e que a todo o tempo acharão seu logar com­ petente na codificação geral respectiva.

É n’este intuito. Senhor, que tenho a honra de submet- ter desde já á approvação de Vossa Magestade os dois pro- jectos regulamentares, o primeiro sobre o conselho de tu­ tela, creado pelo artigo 226.° do codigo civil, e o segundo sobre as causas de separação conjugal a que se referem os artigos 1204." e seguintes do mesmo codigo, projectos que serão seguidos de outros de que incessantemente me oc- eupo.

Secretaria d’estado dos negocios ecclcsiasticos e de jus­ tiça, em 12 de março de 1868.

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DECRETO

Tomando eni consideração o que acaba de expor-me o ministro c secretario d’estado dos negocios ecclesiasticos e de justiça, e tendo em vista o disposto no § 12.“ do ar­ tigo 75.“ da carta constitucional da monarchia e no artigo 8.“ da lei de 1 de julho do anno proximo pretérito: hei por bem approval’ os dois regulamentos que baixam com este decreto e d’elle fazem parte, e vão assignados pelo referido ministro e secretario d’estado, que assim o tenha entendi­ do e faça executar.

Paço, em 12 de março de 1868.

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N.M

REGULAMENTO DO CONSELHO DE TUTELA

(Codigo c ít íI, artigo 226.')

Artigo 1.” O conselho de tutela será composto do juiz de direito da comarca, dos seus dois substitutos immedia- tos, e do curador dos orphãos, que terá voto consultivo.

§ único. Os juizes substitutos que entram na constituição do conselho de tutela, serão nas comarcas de Lisboa, do Porto e do Funchal os designados para as outras comarcas do reino, na ultima clausula do § 1.” do artigo 87.° da no­ víssima reforma judicial.

Art. 2.° Os juizes de direito das comarcas do reino e das varas, em que correrem os inventarios, serão os pre­ sidentes do conselho de tutela.

§ único. O escrivão do inventario será o escrivão do pro­ cesso em todos os actos do conselho de tutela.

Art. 3.° O recurso das deliberações do conselho de fa­ milia para o conselho de tutela será interposto ou no mes­ mo acto da deliberação, ou por termo nos autos, dentro dos tres dias subsequentes, se os interessados estiveram presen­ tes de per si ou por procurador, c, se não estiveram pre­

sentes, em igual praso contado desde a intimação.

§ l.° Os recorrentes devem expor resumidamente os fun­ damentos da queixa, nos requerimentos que fizerem ao juiz presidente, a fim de lhes mandar tomar o recurso, aliás não lhes será admittido.

§ 2.“ Quando o reem’so for interposto em inventario pro­ cessado pcraaite os juizes ordinarios (emquanto subsistirem), os autos serão remettidos officialmente, dentro de cinco dias, pelo escrivão ao juiz de direito da comarca, com intimação do recorrido se não estivesse presente á interposição do re­ curso.

Art. 4.® Os recursos nos inventarios, que são processa­ dos perante o juiz de direito, serão julgados pelo conselho de tutela dentro de cinco dias, contados da interposição, e nos inventarios, que são processados perante o juiz

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I’io, serào julgados cm igual praso, contado desde que fo­ rem apresentados na cateça da comarca.

§ 1.® O escrivão fará os autos conclusos immediatamentc ao juiz presidente, para designar o dia e hora do julga­ mento, o qual será notificado aos juizes substitutos e ao cu­ rador dos orphãos.

§ 2.“ Se os juizes substitutos não comparecerem no dia designado, á hora marcada, o juiz presidente adiará o jul­ gamento, designando outro dia, dentro dos cinco dias sub­ sequentes, e os condemnará nas custas a que deram causa, c alem d’isso na multa (a cada um d’elles) de 2 0 :5 0 0 0 a Õ05000 réis para a fazenda nacional.

§ 3.® Se algum dos juizes substitutos tiver impedimento legal, deverá declara-lo por escripto no acto da notificação, c em seu logar será notificado o substituto immediato.

§ 4.® No caso em que o substituto notificado não haja comparecido, sem motivo legal, no dia aprasado de novo, será condemnado no dobro da multa, alem das custas acres­ cidas, a que tiver dado causa, e será chamado o substituto immediato, para o julgamento que deverá ter logar dentro dos tres dias subsequentes.

Art. 5.® Será permittido a qualquer das partes juntar no cartorio do escrivão, ou no acto do julgamento, as allcgações e documentos que lhe parecerem convenientes, os quacs po­ derão ser examinados pela outra parte, sem continuação dc vista dos a ^ s ou qualquer adiamento.

Art. 6 .® ^ conselho de tutela resolverá o recurso cm conferencia: a sua decisão será fundamentada, c exarada cm auto lavrado pelo escrivão, c assignado por todos os membros do conselho.

§ único. Esta decisão será publicada cm acto continuo cm uma tabella, que para esse fim será collocada na sala do tribunal, c o escrivão dará nos autos fé da publicação.

Art. 7.® Se as partes não recorrerem para a relação do districto da decisão do conselho dc tutela, no caso em que lhe é permittido pelo § 3.® do artigo 226.® do codigo civil, os inventarios j^rocessados no jiiizo ordinario serão logo remettidos officialmcnte ao escrivão respectivo.

Art. 8.® O recurso para a relação do districto, no caso em quo a lei o concede, será o de aggrave de petição, sc ella tiver a sua séde na comarca, em que foi proferida a de­ cisão recorrida; e será o de aggravo de instrumento, se ti­ ver sua séde em outra comarca.

§ 1.® A interposição d’estes recursos deve ser requerida ao juiz que presidiu ao conselho dc tutela, e tomada por

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termo nos autos dentro de tres dias contados da publicação. § 2.® O juiz presidente negará o recurso, se o recorren­ te não apontar na sua petição os fundamentos do aggravo. Art. 9.® Se o recurso interposto for de aggravo de peti­ ção, o escrivão mandará immediatamente os autos com vis­ ta por tres dias continuos ao recorrido, para responder ao aggravo, e pelo mesmo praso ao curador dos orphãos, que dirá em ultimo logar pelos menores, excepto sendo recor­ rente.

§ imico. O escrivão, findos os prasos dos vistos, cobra­ rá os autos e os remetterá, sem aceordão compulsorio, á relação com os cmoliunentos respectivos, sob pena de sus­ pensão por dez a trinta dias. A importancia d’estes emolu­ mentos será entregue ao escrivão no acto em que tomar o recurso. Negando-sc o recorrente a presta-los, julgar-se-ha deserto o recurso.

Art. 10.® Se 0 recurso interposto for de aggravo de in- stmmento, o escrivão dará vista dos autos ao recorrente, ao recorrido e ao curador, a cada um d’elles por cinco ho­ ras, pai-a apontarem as peças que devem ser copiadas no instrumento, e deve copia-las em vinte e quatro horas, dan­ do preferencia a este serviço.

§ unieo. Em caso de impossibilidade notoria o juiz po­ derá prorogar este praso.

Art. 11.® O escrivão dará depois vista do instrumento por tres dias a cada uma das partes, e ao curador, que dirá em ultimo logar, não sendo recorrente.

§ 1.® Em seguida o escrivão cobrará o processo, e o re­ metterá officialmente, e sem demora, pelo correio ao guar­ da mór da relação com os emolumentos respectivos, nos ter­ mos indicados na xdtima parte do § único do artigo 9.®

§ 2.® As partes, que não representarem os menores, po­ derão desistir do recurso, tanto no juizo recorrido, como no juizo superior.

Art. 12.® Todos os recursos, em que forem interessados menores pobres, serão escriptos em papel sem sello nas par­ tes do processo c nas allegaçõcs, que exclusivamente lhes respeitarem.

§ 1.® Nos recursos, que forem interpostos em proveito de menores pobres, não haverá preparo, e serão expedidos of5- cialmente, e julgados sem emolmnentos alguns.

§ 2.® São considerados menores pobres, para os eífeitos dos recursos, aqueUes que forem interessados nos inventa­ rios, cujo valor não exceder a quantia de 300)5000 réis.

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orphans, serào escriptos em papel não sellado na parte que respeitar aos menores, sejam ou não pobres, e serão expe­ didos e julgados na relação, sem previo pagamento de emo­ lumentos.

Art. 13.® Os recursos de aggravo de petição e de instru­ mento serão apresentados, pelo guarda mór, ao presidente da relação na primeira sessão; e serão julgados pela fórma prescripta no artigo 3.® e §§ 1.® e 2.® da lei de 11 de ju ­ lho de 1843.

§ 1.® Os accordãos da relação n’estes recursos serão sem­ pre fundamentados.

§ 2.® Os juizes do recurso condemnarão a parte vencida nas custas, e esta condemnação comprehenderá os emolu­ mentos e respectivos sellos, nos recursos interpostos pelo cu­ rador dos orphãos, excepto se os menores forem pobres.

Art. 14.® Decidido o recurso, e contadas as custas feitas no tribunal, serão os autos entregues ou remettidos official- mente aos respectivos escrivães do juizo d’onde subii’am.

§ 1.® Os escrivães do juizo recorrido, logoquc recebe­ rem os autos do aggravo, devem faze-los conclusos ao juiz que presidiu ao conselho de tutela, para mandar cumprir o accordão.

§ 2.® Os escrivães da comarca, em que a relação tiver a sua séde, cobrarão dos tutores, ou dos administradores dos bens dos menores, os emolumentos contados aos juizes su­ periores, c cntrega-los-hão ao guarda mór em quinze dias, com recibo dado na margem da verba da conta, sob pena de suspensão até á entrega, impostapelo juiz do inventario.

§ 3.® Os escrivães das outras comarcas c dos juizos or­ dinarios cobrarão estes emolumentos, e rcmettc-los-hão em igual praso, jJclo seguro do correio, ao guarda mór da re­ lação.

§ 4.® O guarda mór mandará officialmcnte recibo pelo correio aos escrivães, que lhe fizerem a remessa, e estes de­ verão junta-lo aos autos em vinte dias, sob pena de suspen­ são imposta pelo juiz do inventario até que o juntem.

Artigo transitorio. Os recursos, que se acharem já inter­ postos das decisões do conselho de familia antes do dia em que o codigo civil começar de ter execução, serão processa­ dos segundo a legislação anterior.

Secretaria d’estado dos negocios ecclesiasticos e de jus­ tiça, em 12 de março de 1868.

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REGULAMENTO DO PROCESSO NAS CAUSAS DE SEPARAÇÃO (Godigo civil, artigos 1204.® a 1 ^ .® )

Artigo l . “ As causas de separação das pessoas e bens dos cônjuges (artigos 1204.“ a 1208." do codigo civil) se­ rão processadas sem publicidade até o julgamento.

Art. 2." O cônjuge innocente fará um requerimento em duplicado ao juiz de direito da comarca do seu domicilio, ou residencia, no qual allegará os factoê que constituem as causas da separação, e pedirá ser auctorisado a viver sepa­ rado do outro cônjuge ; que se detenninem os alimentos que lhe devem ser prestados, se d’elles carecer ; e se resolva em- quanto aos filhos menores, o que parecer conveniente, se os cônjuges se não aceordarem amigavelmente ; e finalmente, que 0 outro cônjuge seja citado para vir fallar á causa na primeira audiencia.

§ 1." Se este requerimento for feito pela mulher, poderá esta requerer ao mesmo tempo ser provisoriamente posta em deposito.

§ 2." O cônjuge queixoso designará no requerimento tres dos seus parentes mais pi-oximos, que, na fórma do artigo 1206." do codigo civil, devem entr'ar na constituição do conselho de familia; e na falta d’elles tres das pessoas, que tenham os requisitos marcados no § 1." do supracitado ar­ tigo.

§ 3." Ao requerimento devem juntar-se os documentos comprobatorios, que houver, o o rol das testemunhas, as quaes não passarão de cinco a cada facto.

Art. 3." Na primeira audiencia será a citação acensada, e serão assignadas duas audiencias ao cônjuge demandado, para contestar, e dar-se-lhc-ha o duplicado do requerimento com as declarações mencionadas no artigo antecedente; fi­ cando os documentos no cartorio, onde poderão ser vistos e examinados por elle ou por seu procurador.

§ único. A mulher demandada poderá, logoque seja ci- tada,?requerer ao juiz ser depositada provisoriamente.

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Art. 4.® O cônjuge demandado apresentará na segunda audiencia a contestação em duplicado, com os documentos que quizer, e o rol das testemunhas até ao numero de cinco a cada facto, e designará também tres pessoas, que tenham os requisitos legaes para a constituiç.ão do conselho de fa­ milia.

§ 1.® O duplicado será entregue ao outro cônjuge quei­ xoso, nos termos do artigo 3.®

§ 2.® Se 0 cônjuge demandado for revel, ou for omisso em designar os tres vogaes, que devem entrar na formação do conselho de familia, serão nomeados pelo juiz, obser­ vando na nomeação a disposição do citado artigo 1206.® e § 1.® do codigo civil, para o que haverá com escrúpulo as informaçSes necessárias.

Art. 5.® Em seguida o juiz mandará intimar os cônjuges, para dizerem sobre a formação do conselho de familia den­ tro cm vinte e quatro horas, contadas da intimação, e, se n’este praso não recusarem as pessoas designadas, enten- der-se-ha que as appi-ovam, e ficará o conselho constituido.

§ 1.® Se os cônjuges recusarem as pessoas nomeadas ' para o conselho de familia, por alguma das causas mencio­ nadas no § 3.® e n.®® 1.® e 2.® do artigo 1206.® do codigo civil, deverão deduzir a recusa dentro em tres dias por um requerimento, com o qual juntarão os documentos compro­ vativos e o rol das testemunhas, que não passarão de tres a cada facto.

§ 2.® O juiz mandará autuar o requerimento por appen- so, e que o outro cônjuge responda em vinte c quatro ho­ ras; e, se elle não confessar a recusa, inquirirá as testemu­ nhas, e julga-la-ha em acto continuo.

§ 3.® Se a recusa for confessada, ou julgada provada e procedente, as pessoas recusadas serão substituidas por ou­ tras nomeadas pelo cônjuge, que as tinha nomeado ; e, se elle as não nomear, serão nomeadas pelo juiz de entre as pessoas que tiverem os requisitos que a lei exige, e ficará definitivamente constituido o conselho de familia.

§ 4.® Os vogaes, que forem nomeados em substituição, não poderão ser recusados, salvo no caso de incapacidade provada i n c o n tin e n ti.

Art. 6.® O juiz assignará o dia e a hora cm que a causa deve ser julgada no tribunal, mediando sempre entre o des­ pacho da designação e o julgamento o espaço de cinco a dez dias.

§ único. A s partes será permittido tirar dos autos no car- torio os apontamentos que quizerem.

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Art. 7.® Os cônjuges, os vogaes do conselho de familia, e o ministerio publico devem comparecer no tribunal no dia e na hora designada para o julgamento da causa, para o que serïïo intimados pessoalmente.

§ único. A qualquer dos cônjuges é permittido juntar, até ao dia do julgamento, os documentos que tenham por fim esclarecer o conselho de familia, os quaes serão lidos, e po­ derão ser examinados pelo outro cônjuge em acto continuo. Art. 8.® Se o conjuge queixoso não comparecer no dia do julgamento, sem ter motivo legitimo que o escuse, la- vrar-se-ha auto do não comparecimento, o qual importará a desistencia da causa.

§ 1.® Se o outro conjuge não comparecer, sem ter igual motivo de escusa, julgar-se-ha a causa á sua revelia.

§ 2.® São motivos legitimos de escusa os designados no artigo 173.® da novissima reforma judicial.

Art. 9.® Se algum dos vogaes do conselho de familia não comparecer no dia e na hora designada para o dia do julgamento, ou se faltar alguma das testemunhas, de que as partes não prescindam, o juiz adiará a causa por urna única vez, e assignará outro dia para ser julgada, que não excederá a cinco dias.

Art. 10.® Os vogaes do conselho de familia ou as teste­ munhas, que não comparecerem sem motivo legitimo que os escuse do comparecimento, incorrerão na pena do artigo

189." do codigo penal.

g nnico. O facultativo que Ihes passar certidão falsa in­ correrá nas penas do artigo 224.®, n." 1.®, e § único do co­ digo penal.

Art. 11.® No dia do julgamento o juiz, o conselho de fa­ milia e o ministerio publico, sem emittirem opinião sobre a justiça da causa, procurarão por meios prudentes conci­ liar os cônjuges, e, se o conseguirem, a conciliação será lançada na acta, que será assignada por todos, e o juiz julgará o processo improcedente, e sómente os condemnará

ñas castas.

§ 1." Se não for possivel conciliar as partes, o juiz pro­ cederá ab inquérito das testemunhas sobre os factos allega­ dos, sendo primeiramente inquiridas as do conjuge quei­ xoso; os depoimentos porém sómente se escreverão sobre os rendimentos para o arbitramento dos alimentos, sendo este necessário.

§ 2.® Os vogaes do conselho de familia e o ministerio publico podem fazer ás testemunhas as perguntas que jul­ garem necessárias para se esclarecerem.

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§ 3." As partes podem iguabnente requerer, que se lhes faça alguma instancia, que o juiz admittírá, se a pergunta n3o for impertinente.

Art. 12." Em seguida o juiz, o ministerio publico, o es­ crivão e 0 conselho de familia recolher-se-hão á sala das conferencias, e o mesmo conselho, tendo em consideração as provas, e ouvindo o ministerio publico, resolverá, como lhe dictar a' sua consciencia, sobre a separação e sobre os abmentos, pelafórma determinada nos n.°® 1.® e 2.° do ar­ tigo 1207.® do codigo civil.

§ 1.® Tomadas estas resoluçSes, serão ouvidos os cônju­ ges sobre o cuidado e a guarda dos filhos, e, se não se accordarem, o conselho de familia decidirá o que deve ob- servar-se a respeito d’elles.

§ 2.® No caso de haver empate nas resoluçSes que são da attribuição do conselho de familia, o juiz decidirá.

Art. 13.® O escrivão fará logo os autos conclusos ao juiz, o qual em acto continuo homologará as decisSes do conselho de familia e o aceordo dos cônjuges, se o houver, com relação aos filhos, c condemnará o vencido nas custas sem multa.

§ imico. A sentença será intimada pessoalmente dentro em tres dias ás partes, se não estiverem presentes á publi­ cação, as quaes poderão appellar d’ella para a relação em igual p ’aso, sómente no caso em que o artigo 1208.® do codigo civil concede o recurso, e a appellação será recebida no effeito devolutivo.

Art. 14.® O requerimento para a separação e a sentença serão annimciados pela fórma determinada no artigo 1225.® do codigo civil.

§ único. A gazeta em que se fizer o annuncio, ou a có­ pia dos editaos, com a certidão de que foram e estiveram aflSxados por trinta dias, serão juntas aos autos.

Art. 15.® A decisão do conselho de familia, homologada pelo juiz, seimrá de titulo executorio para o inventario e partima dos bens entre os cônjuges, na fóima dos artigos 1210.® e 1211.® do codigo civil.

§ único. O inventario será dependencia da causa em que foi julgada a separação.

Art. 16.® Se os cônjuges se reconciliarem, restabelecendo a sociedade conjugal, como permitte o artigo 1218.® do co­ digo civil, juntarão a conciliação aos autos da separação, e o juiz julga-la-ha nidia para todos os effeitos jurídicos.

§ único. A conciliação e a sentença, que julgar nuUa a separação, serão annunciadas pela fórma determinada no ar­ tigo 14.® d’este decreto.

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Artigo transitorio. As causas de separação, que já se acha­ rem pendentes no dia em que o codigo civil começar de ter execução, serão processadas segundo a legislação anterior.

Secretaria d’estado dos negocios ecclesiasticos e de jus­ tiça, em 12 de março de 1868.

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