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Rev. Soc. Bras. Med. Trop. vol.23 número1

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Academic year: 2018

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R evista da Sociedade B rasileira de M ed icina Tropical 23(1): 53, jan-m ar, 19 90

CARTA AO EDITOR

RISCO DE DESENVOLVER CÂNCER

EM RECEPTORES DE SANGUE

VIOLETADO. VALIDADE DA

ENTREVISTA

Senhor Editor:

E m exem plar contendo resum os dos trabalhos apresentados na VI Reunião A nual de Pesquisa A plicada em D oença de Chagas (volume 22, suple­ m ento II, 1989) deparam o-nos com estudo de autoria de Souza, D O , C arneiro SS, G alvão PM , Irusta, RC, C ardoso VM e Luquetti, A O sobre “ Risco de desen­ volver câncer em receptores de sangue violetado. Validade d a entrevista” . A i apresentam dados preli­ m inares citando que em hospital de G oiás, que atende enfermos de câncer, indagam a receptores de transfu­ sões, entre pacientes já triados por esta variável - afinal são pacientes que procuraram um Serviço que cuida de pessoas com tum ores - se o sangue que tinham recebido alguma vez estava roxo ou não. F oram encontrados 37, em 4.765, que se lem bravam da adm inistração de sangue nessa condição; destes, em 26 foi possível, por consulta a prontuário, definir histologicam ente a lesão, obtendo-se 18 benignas e oito malignas. O texto não cita, com parativam ente, o núm ero de lesões neoplásicas em doentes que não tom aram sangue violetado e tal informe é crucial para qualquer conclusão. D o ponto de vista estatístico, este tipo de pesquisa restrospectiva, que não tem checagem docum ental e confia exclusivam ente n a m em ória do enfermo, m ediante realização em hospital de um a “ A ssociação de Com bate ao C âncer” , com evidente “ bias” no sentido de recuperar gente com neoplasia, é difícil de avaliar. A inda mais, problem ática tom a-se a investigação quando é sabido que indivíduos com estoques superiores de ferro no corpo estão a risco de m aior quantidade de neoplasias5 6 7 _ senci0 qUe um dos métodos de aum entar as reservas de ferro no organis­ m o é certam ente a transiúsão. Transfusões sanguíneas aum entam o perigo de recorrências de alguns tumores, provavelm ente por efeito im unodepressor1 2 3 4; sem esquecer a questão inicial crítica, ou seja, que doentes que recebem transfusões têm motivo para tal, um dos quais pode ser relacionado com neoplasia. Entende­ m os que o com unicado corresponda a algo em andam ento, com divulgação de elementos prévios,

mas consideram os extraordinariam ente difícil organi­ zar grupo controle, pareado por todos os fatores de risco para neoplasia; tam bém teríam os muito receio de executar um plano de porte do que deverá ser necessá­ rio para detectar evidência do carcinogênese, com base em dado tão “ soft” com o a entrevista, a menos que seja viável corroborá-la, com parando-se o registro m ais docum ental, com a inform ação do Banco, de que o sangue foi ou não violetado. D e outro lado, este tipo de inform ação, ainda não claram ente definida, pode levar a m ais um a das decisões que perturbam o ambiente médico, especialm ente se isto for divulgado pela im prensa leiga, prejudicando um m étodo defini­ tivam ente eficaz e incorporado ao controle da doença de C hagas, em nosso meio. Sugeriríamos aos colegas um a análise prospectiva, com alocação random izada, ou pelo m enos pareação random izada, de pacientes, entre sangues violetados e não violetados, permitindo estatisticam ente, m aior precisão p ara definir, sem dúvida, se a violeta de genciana envolve ou não ação cancerígena.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Blumberg N, Heal JM, Murphy P, Agarwal MM, Chuang C. Association between transfusions of whole blood and recurrense of cancer. British Medical Journal 293:530-533, 1986.

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7. Stevens RG, Beasley RP, Blumberg BS. Iron binding proteins and risk of cancer in Taiwan. Journal of the National Cancer Institute 76:605-610, 1986.

P ro f. V ic e n te A m a t o N e to D r. J a c y r P a s te r n a k

U niversidade de São Paulo

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