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Fisioter. Pesqui. vol.20 número2

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Academic year: 2018

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EDIT

ORIAL

Será que a fisioterapia esportiva tem utilizado

os melhores recursos terapêuticos nos atletas

participantes dos Jogos Olímpicos?

D

epois de encerrada mais uma edição

dos Jogos Olímpicos, realizados em Londres no ano de 2012, a 30ª da história, creio que seja interessante fazermos um balanço sobre como tem sido a atuação do isio-terapeuta esportivo junto a esse evento que reúne os melhores atletas do esporte de alto rendimento do planeta. Como isioterapeuta clínico que teve a oportunidade de participar de diversos eventos esportivos de grande porte, e como pesquisador da área de isioterapia esportiva, tenho observado um extenso distanciamento entre a ciência e a prática clínica e a isioterapia no esporte de alto rendimento.

Algumas relexões sobre isso são necessá-rias. A maioria esmagadora das lesões atendidas pelo serviço de isioterapia durante a realização de um evento esportivo da magnitude de uma Olimpíada é de origem musculoesquelética, e acomete principalmente tendões, músculos, ossos e cartilagem, geralmente nessa ordem. Além disso, outra importante característica das lesões é que boa parte é classiicada como de origem crônica, dada a enorme sobrecarga que um atleta proissional so-licita ao seu aparelho locomotor durante o longo processo de treinamento. Uma parcela considerável dos atletas menciona perceber os sintomas da lesão há alguns meses, ou mesmo há anos.

Os Jogos Olímpicos duram em torno de 16 dias, porém, a permanência média de um atleta na Vila Olímpica é de uma semana. Portanto, pode ser observada pouca ou nenhuma melhora clínica em um período de tempo tão curto, dada a ca-racterística crônica das lesões que apresentadas antes mesmo da competição ter início. O fato de não apresentarem um prognóstico tão favorá-vel, acaba por gerar uma situação que geralmente deixa os proissionais do departamento médico, em especial os isioterapeutas, bastante apreensivos. Tenho observado que muitos deles, independente do país ao qual pertencem, optam por fazer uso

indiscriminado de técnicas e recursos isioterápi-cos sem qualquer evidência sobre a sua eicácia.

Por mais que já existam evidências cientíicas que apontem quais recursos são mais eicazes, ainda vemos colegas proporem intervenções sem respal-do cientíico exatamente com os atletas proissionais, que pertencem à elite do esporte mundial, deinindo o mesmo procedimento que o indicado a não atletas.

Acredito que está na hora de começarmos a en-carar a ciência como uma aliada no desenvolvimento da proissão do isioterapeuta esportivo e não com o preconceito que certos colegas da área apresentam ao airmarem que seus métodos são eicientes mesmo não havendo evidência cientíica (como se isso fosse possível), pois, segundo muitos deles, a ciência é bas-tante “complicada”, e quem tem que se interessar em veriicar a eicácia dos “métodos alternativos” propos-tos são os cientistas, e não eles que os utilizam.

Será que não seria mais fácil para a nossa clas-se proissional propor tratamentos com eicácia comprovada? Vale ressaltar que há inúmeras bases de dados gratuitas nas quais se pode pesquisar sobre evidência em várias áreas do conhecimen-to da isioterapia, entre elas a PEDro, na qual há cerca de 1 mil artigos sobre evidências na área de isioterapia esportiva.

Porém, a área de isioterapia esportiva é uma das que tem menor quantidade de estudos controlados aleatorizados quando comparada a outra do conheci-mento da isioterapia. Acredito que o reconheciconheci-mento proissional que tanto almejamos, diante da equipe multidisciplinar que atua no esporte de alto rendi-mento, só acontecerá quando comprovarmos que as nossas ações têm evidência cientíica. Não há dúvi-da que o respeito só virá com a ciência.

Alexandre Dias Lopes

Referências

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