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Parlamento do mercosul e internalização de normas medida provisória legislativa

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(1)

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO

SENSU EM DIREITO

MESTRADO

PARLAMENTO DO MERCOSUL E

INTERNALIZAÇÃO DE NORMAS

MEDIDA PROVISÓRIA

LEGISLATIVA

MESTRANDO: JOSÉ MENDONÇA DE ARAÚJO

FILHO

ORIENTADOR: Professor Doutor ANTÔNIO PAULO

CACHAPUZ DE MEDEIROS

BRASÍLIA

(2)

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA

Mestrado em Direito

Área de Concentração: Direito Internacional

Econômico

PARLAMENTO DO MERCOSUL E INTERNALIZAÇÃO DE NORMAS. MEDIDA PROVISÓRIA LEGISLATIVA

Dissertação apresentada ao

Programa de Pós-Graduação

“Stricto Sensu” em Direito

Internacional Econômico da

Universidade Católica de Brasília,

como requisito para a obtenção do

Título de Mestre em Direito

Internacional Econômico

Orientador: Professor Doutor

Antônio Paulo Cachapuz de

Medeiros

(3)

TERMO DE APROVAÇÃO

Dissertação defendida e aprovada como requisito

parcial para obtenção do Título de Mestre em Direito Internacional

Econômico, defendida e aprovada, em 28 de agosto de 2007, pela

banca examinadora constituída por:

Antônio Paulo Cachapuz de Medeiros

Maria Cláudia Barbosa de Oliveira Drummond

(4)

Ao meu Deus, à minha Mãe Maria e à minha amada mulher e filhos, fortalezas firmes e valiosas, de minha frágil existência. Aos meus

(5)

Ao meu incansável orientador, Professor Antônio Paulo Cachapuz de Medeiros, um homem forte das fronteiras sulinas deste País que soube conciliar com maestria a humildade e o conhecimento.

Ao Professor Manoel Macedo que nos revelou uma nova visão da metodologia científica, e com seus gestos e atitudes simples, reeducou-nos para o mundo da ciência.

Ao Professor Jorge Nogueira, devotado cidadão do mundo que nos escolheu para seus alunos e fez-nos ver de forma clara que nossos limites superam aqueles que imaginamos e que a fronteira do conhecimento não alberga os mesmos princípios das fronteiras geográficas.

Meu muito obrigado aos Senadores Romeu Tuma e Efraim Morais, Mariângela Cascão (SF), José Maurício de Souza Lima (SF), Professores da UCB, Katiúscia (UCB), André Arruda (revisor) e colegas da Biblioteca do Senado Federal.

(6)

“O mundo pertence aos otimistas; os pessimistas são meros espectadores.”

(7)

RESUMO

Os Poderes Judiciário e Executivo têm medidas para atender situações de emergência. A seu turno o Poder Legislativo é o único que não dispõe de um mecanismo legal que o instrumente a responder uma demanda urgente do destinatário de seus serviços. Partindo desse problema, e utilizando-se do método heurístico, foi-se buscar no direito constitucional italiano e depois no modelo constitucional brasileiro uma resposta para ele. Chegou-se à medida provisória do Executivo, que também é defendida nesta dissertação para o Legislativo, com alguns diferenciais. No foco do Mercosul, detendo atenção especial ao parlamento deste Bloco comercial, é defendida a medida provisória legislativa como meio de internalização das normas entre os membros do citado mercado, por óbvio, quando o Parlamento do Mercosul passar a exercer sua vocação de gênese, ou seja, a de legislar. Neste particular a sugestão seria a elaboração de norma com vigência imediata e composta por preceitos básicos a serem submetidos aos países membros do Bloco, num exemplo de consulta prévia. A experiência aplicada da norma por cada país poderia, ao final, gerar outra de consenso. A criação de um ordenamento jurídico próprio para o Mercosul implicaria em maior segurança jurídica, e, conseqüentemente, evolução do Bloco.

(8)

ABSTRACT

In constitutional Brazilian System the Legislative is unique without a cautinary measure. We have ordinary process to make law e until some procedures fast to do it, but it is not enough to give for a society a answer more faster in emergency cases. The Legislative needs a cautinary measure like the Judiciary and the Executive. Transferring this topic to Mercosul we have another thing to resolve. How Mercosul can regulate your commercial relations between its members? How is possible to make for them? Who could make it? Mercosul got its parliament. In the first moment this parliament doesn’t make law, only serve like a conciliator. In this paper we suggest that Legistative’s Mercosul use temporary injunction to aggregate their member around the basics laws.

KEYWORDS: cautinary measure, provisional measure, provisional remedy,

(9)

SUMÁRIO

Introdução ...1/10

Problema de Pesquisa ... 11

Hipótese de Pesquisa ... 11

Objetivos da Pesquisa ...11/12 Justificativa Teórica e Prática ...12/14 Metodologia ...14/15 Apresentação... 16

CAPÍTULO I – MERCOSUL – LINHAS GERAIS 1.1 – Criação do Mercosul ...16/28 1.2 – Estrutura Institucional do Mercosul ...28/29 1.3 – Competência dos Órgãos do Mercosul ... 29

1.3.1 – Conselho de Mercado Comum (CMC) ... 29

1.3.1.1 – Algumas Atribuições e Funções do CMC ... 30

1.3.2 – Grupo Mercado Comum (GMC): Estrutura ... 31

1.3.2.1 – Algumas Atribuições e Funções do GMC ...31/32 1.3.3 – Comissão de Comércio do Mercosul (CCM) ... 32

1.3.3.1 – Algumas Atribuições e Funções da CCM ...32/33 1.3.4 – Comissão Parlamentar Conjunta: Estrutura ...33/35 1.3.4.1 – Atribuições da CPC ... 35

1.3.4.2 – Funcionamento da CPC ...35/36 1.3.4.3 – Manifestações da CPC... 36

(10)

2.3.1.1 – Normas que não Precisam de Internalização ... 71 2.3.1.2 – Normas que Precisam de Internalização ...71/78 2.3.1.3 – A Posição do Judiciário Brasileiro sobre a Internacionalização das Normas ...78/83 2.4 – Conclusão ...83/84

CAPÍTULO III – PODER GERAL DE CAUTELA E A DISCRICIONARIEDADE NA ATIVIDADE JURISDICIONAL

3.1 – Considerações Iniciais ...85/87 3.2 – Medidas Cautelares ...87/87 3.3 – Conceito de Poder Geral de Cautela ...88/92 3.4 – Cautelar Geral e Medidas Típicas ou Nominadas...92/93 3.5 – Poder Geral de Cautela e o Devido Processo Legal... 94 3.6 – O Poder Geral de Cautela e o Processo Principal ...95/96 3.7 – Medidas Cautelares e Internalização das Normas do Mercosul ...96/97 3.8 – Conclusão ... 97

CAPÍTULO IV – MEDIDAS PROVISÓRIAS

4.1 – Considerações Iniciais ...98/101 4.2 – Histórico ...101/104 4.3 – Natureza Jurídica ...104/116 4.4 – Medida Provisória e Sistema de Governo...116/121 4.4.1 – Diferenças entre Parlamentarismo e Presidencialismo...121/127 4.4.2 – Medida Provisória – No Brasil e no Parlamento do Mercosul ...127/134 4.5 – Conclusão ...135/136

CAPÍTULO V – O PROCESSO LEGISLATIVO DA MEDIDA PROVISÓRIA

5.1 – Considerações Iniciais ...136/137 5.2 – Medida Provisória e seus Limites ...137/144 5.3 – Medida Provisória e os Decretos-leis...144/146 5.4 - Conceitos de Relevante, Urgente e Termos Sinônimos ...146/152 5.5 – Conclusão ...152/154

CAPÍTULO VI – MEDIDA PROVISÓRIA LEGISLATIVA

(11)

6.2.1.4 – Liminares em Ações Autônomas...158/159 6.3 – Medida de Emergência no Poder (Função) Executivo (a)... 159/162 6.3.1 – Medidas Provisórias In Specie ...162/164 6.3.2 – Medidas de Poder de Polícia e Contratos Administrativos...164/165 6.3.3 – Efeitos Práticos dos Instrumentos Processuais

de Emergência...165/166 6.4 – Medidas de Emergência no Poder (Função) Legislativo (a) ...166/169 6.5 – Medida Provisória Legislativa ...169/170 6.5.1 – Natureza Jurídica ...170/173 6.5.2 – Conceito de Medida Provisória Legislativa ...173 6.5.3 - Medida Provisória (artigo 62, da Constituição Federal de 1988) versus Medida Provisória Legislativa ...174/177 6.5.4 – Medida Provisória, uma Matéria de Lege Ferenda ...177/178 6.5.5 – Legitimidade Constitucional da Medida Provisória Legislativa...178/180 6.5.6 – Competência para Expedir a Medida Provisória Legislativa ...180/182 6.5.7 – Medida Provisória Legislativa como Complemento ao Processo

Legislativo Ordinário ...182/184 6.5.8 – Medida Provisória Legislativa e o Devido Processo Legal...184/187 6.5.9 – Medida Provisória Legislativa como Super Poder? ...188 6.5.10 – Conclusão ...188/190

CAPÍTULO VII – MEDIDA PROVISÓRIA LEGISLATIVA COMO SOLUÇÃO PARA INTERNALIZAÇÃO DE NORMAS PELO PARLAMENTO DO

MERCOSUL

7.1. – Considerações Iniciais ...190/193 7.2 – Medida Provisória Legislativa e Mercosul ...193/195 7.3 – Resposta do Problema...195 7.3.1 – Considerações Iniciais ...195/197 7.3.2 – Respostas ...197 7.3.2.1 – Com a Criação do Mercosul, como Reger as Relações Jurídicas dele Decorrentes? ...197/201 7.3.2.2 – Qual seria a Solução Efetiva no Mercosul para a Garantia dos Direitos e Segurança Jurídica dos Atos Praticados e a Praticar, Notadamente os de Cunho Econômico? ...201/202 7.4 – Conclusão ...202/203

CAPÍTULO VIII – SEGURANÇA JURÍDICA, MEDIDA PROVISÓRIA

LEGISLATIVA COMO FATOR POSITIVO DE INTERVENÇÃO ECONÔMICA

8.1 – Considerações Iniciais ...203/208 8.2 – Segurança Jurídica ...208 8.2.1 – Aspecto Jurídico...208/213 8.2.2 – Aspecto Econômico ...213/217 8.3 – Medida Provisória Legislativa como Fator Positivo de Intervenção

(12)

CAPÍTULO IX – CONCLUSÃO ... 221/231

REFERÊNCIAS ...231/241

ANEXO I – Composição Inicial do Parlamento do Mercosul...242

ANEXO II – Protocolo que Constituiu o Parlamento do Mercosul ...243/249

ANEXO III – Regimento Interno do Parlamento do Mercosul...250/267

(13)

INTRODUÇÃO

Citando Karl Deutsch, Celso D. de Albuquerque Melo1,

leciona que existem várias condições para o aparecimento do regionalismo e uma

integração. Ele passa a indicá-las: a) os países devem ter um código comum para

se comunicar; b) a velocidade dos contatos; c) valores básicos compatíveis; d) a

previsibilidade do comportamento dos demais; e) uma elite que não se sinta

ameaçada pela integração.

O Mercosul é realidade regional que, não obstante a

descrença de alguns, a quem Celso Amorim2, Ministro das Relações Exteriores do

Brasil, chamou de “mercocéticos”, vem avançando, a passos largos, na direção do

fomento econômico da região.

Uma análise breve da balança de exportação brasileira, a

partir de 20003 revela um expressivo aumento dos negócios.

A participação do Brasil no cenário internacional

econômico teve um aumento real, considerando que em 2000 exportou U$ 55,09

bilhões e ao final de 2006, U$ 125,244 bilhões.

O Brasil, portanto, em 6 anos, mais que dobrou sua

exportação, o que é positivo. Entretanto, essa postura de crescimento não foi

acompanhada pela modernização do ordenamento jurídico quanto ao processo

legislativo de aprovação de compromissos internacionais.

A segurança jurídica das relações comerciais passa por

um processo célere na formação dos acordos e nosso País, embora crescendo

1 MELLO, Celso D. de Albuquerque. Curso de Direito Internacional Público, Renovar, 15ª. edição revisada e

ampliada, Rio de Janeiro, 2004, p. 736.

2 JORNAL DO SENADO FEDERAL, Órgão de Divulgação do Senado Federal, Ano XIII – Nº 2.587, de 8 de

maio de 2007, p. 4.

3 Ano escolhido por ser o que anuncia o novo milênio.

4 BOLETIM DO BANCO CENTRAL – Relatório Mensal, volume 43, nº 2, Fevereiro de 2007, atualizado até

(14)

em sua exportação, ainda não dispõe de um mecanismo jurídico que consolide em

tempo hábil as pactuações realizadas.

Albuquerque5 informa que o Brasil, assim como seus

parceiros do Mercosul, durante muito tempo tiveram como acertada a decisão de

afastamento do resto do mundo como medida protetora de seus interesses. O

tempo incumbiu-se de mostrar ser essa prática um ledo engano. Ocorre que este

pensamento terminou por influenciar todos os seguimentos da sociedade, em

especial o Parlamento.

Os parlamentos sul-americanos, sob a influência

mencionada, elevaram o défice com a política externa, agravado com o próprio

demérito da instituição congressual durante os regimes militares. Essa seqüência

de fatores contribuiu para parlamentos menos experientes no trato da matéria

internacional e, consequentemente, menos interessado.

Entretanto, essa realidade mudou rapidamente com a

globalização, e as instituições nacionais, em especial os parlamentos, prescindem

de tempo maior para moldarem-se ao novo tempo e novos valores.

Alguns parlamentos da América Latina saíram na frente,

como o da Argentina, que dá tratamento jurídico especial aos tratados, mas, modo

geral, ainda não dispõem da agilidade necessária à aprovação das normas

internacionais que chegam e precisam ser inseridas no ordenamento interno.

Cachapuz de Medeiros assinala preocupação com a

necessária dinamicidade e celeridade do procedimento de celebração de tratados,

informando que a lentidão parlamentar pode trazer prejuízos consideráveis.6

5 ALBUQUERQUE, Roberto Chacon de. A Questão Ambiental e a Integração das Américas. Revista de

Derecho Internacional y del Mercosur, v. 7, nº 1, p. 7, feb. de 2003.

6 CACHAPUZ DE MEDEIROS, Antônio Paulo. O Poder Legislativo e os Tratados Internacionais. Instituto dos

(15)

Logo, se de um lado há um comércio pujante, de outro, há

um arcabouço jurídico que precisa ser formado, e com a rapidez que o tempo

atual exige, sob pena de estagnação, ou quando muito, um crescimento pífio.

E qual seria a solução? O que fazer para reverter este

quadro? A resposta estaria apenas no plano interno ou também no externo?

Entendemos que a resposta pode vir de fora,

precisamente do Mercosul e da integração gradualista pela qual vem passando.

A criação do Parlamento do Mercosul indica que o Bloco

não tem uma proposta simples, mas integrar os Estados visando um

desenvolvimento real de todos os partícipes e em todos os seguimentos humanos.

Essa percepção é importantíssima e nos interessa de perto.

Maria Cláudia Drummond7, bem antes da criação do

Parlamento do Mercosul, acentuava que o tema da criação de um Parlamento

para o Mercosul está intimamente ligado ao aperfeiçoamento dos procedimentos

de internalização das normas do Bloco e do próprio reforço da segurança jurídica

regional. Um dos maiores desafios para o estabelecimento do Parlamento é

dotá-lo de competências no processo de produção das normas do Mercosul. Essa

afirmativa é colhida da tese de doutorado da autora, onde ela aborda sobre o

défice democrático nas relações internacionais.

Portanto, se em um primeiro momento o papel

fundamental do Parlamento mercosulino não é o de elaborar leis, essa será,

indiscutivelmente, sua tarefa futura, e é no que deverão trabalhar, com prioridade

e arduamente, os novos parlamentares integrantes desta Casa legislativa regional.

Evento realizado em Brasília, em setembro de 2004, na

Câmara dos Deputados, aponta nessa direção. Naquela data e local foi realizado,

por iniciativa da Representação Brasileira na Comissão Parlamentar Conjunta do

7 DRUMMOND, Maria Cláudia. A Democracia Desconstruída. O Déficit Democrático nas Relações

(16)

Mercosul, o Seminário de Internalização de Normas do Mercosul, que teve por fito

principal “discutir as dificuldades de incorporação das normas do Mercosul pelos

países-membros, e, de outro, propor mecanismos que possam agilizar o processo

de internalização dessas normas aos respectivos ordenamentos jurídicos

nacionais.”8

O então presidente da Representação Brasileira na

Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul, Senador Sérgio Zambiasi, prefaciou

o evento com as seguintes palavras:

“Dimensão central da política externa brasileira nos

últimos quatorze anos, o Mercosul carece da criação e implementação de

mecanismos que agilizem a incorporação de normas, que fornecem a moldura e

produzem a necessária segurança jurídica para atender às demandas de cidadãos

e empresas regionais, aos respectivos ordenamentos jurídicos dos seus Estados

Partes...No atual estágio do seu desenvolvimento, o Mercosul precisa agilizar o

processo de recepção de normas geradas pela estrutura funcional-administrativa

do Bloco, criada pelo Tratado de Assunção9

(1991) e pelo Protocolo de Outro

Preto (1994), e que devem ser internacionalizadas pelos sistemas jurídicos

vigentes nos Estados Partes do Mercosul.”10

Naquela mesma oportunidade João Ricardo Carvalho de

Souza11

registrou a indagação: “Por que há essa preocupação com a recepção

imediata das normas do Mercosul?” É ele mesmo quem responde: “Por uma

questão de segurança das relações que devem ocorrer dentro do Mercosul.” (p.

65) Na mesma linha o Professor Cachapuz de Medeiros demonstra sua

8 COMISSÃO PARLAMENTAR CONJUNTA DO MERCOSUL. Internacionalização de Normas do Mercosul –

Seminário realizado em 2 de setembro de 2004, no Plenário 3, Anexo II, da Câmara dos Deputados, Brasília-DF, Congresso Nacional, Brasília, 2005.

9 TRATADO DE ASSUNÇÃO, de 26 de março de 1991, assinado e ratificado pelos Estados Partes,

promulgado pelas seguintes leis internas: na Argentina, Lei nº 23.981, de 04/09/91; no Brasil pelo Decreto nº 350, de 21/11/91; no Paraguai (sem dados) e no Uruguai pela Lei nº 16.196, de 22/07/91.

10 Op. cit., p. 7

(17)

preocupação diante “das dificuldades das autoridades nacionais de exercerem

controle sobre um processo decisório doméstico, disperso, entre vários

ministérios, departamentos e agências do Poder Público, o que gera uma

insegurança jurídica que acaba por afetar o próprio avanço da integração

econômica.”12

Por conta de tudo isso, a doutrina de Otávio Augusto

Drummond Cançado Trindade será de grande valia a este estudo, na medida em

que enfrenta, com maestria, o problema da internalização das normas Mercosul.

Ele sintetiza sua preocupação com a afirmativa de que “a incapacidade de os

Estados Partes do Mercosul formarem uma ordem jurídica composta por regras

uniformes e obrigatórias para todos tem sido um dos principais insucessos do

Bloco.”13

Nakayama leciona que um dos aspectos mais relevantes

do processo de integração entre os países do Mercosul, diz respeito à eliminação

de diferenças legislativas que possam dificultar ou obstaculizar o seu

desenvolvimento. E é ela mesma quem completa: “Para que o desejo do Mercosul

(de harmonizar legislações) se realize, é necessário buscar, em um primeiro

momento, a sua coordenação. É o que se conclui da leitura do art. 1° do Tratado

de Assunção.”14

Cachapuz de Medeiros, bem antes, em sua comemorada

obra, “O Poder de Celebrar Tratados”, foi um dos primeiros a perceber a

necessidade de um mínimo de organização e celeridade para atingir a segurança

jurídica, notadamente para o plano interno. Segundo ele, “encontrar fórmula que

permita organizar os Poderes do Estado, de modo a garantir o controle do

Legislativo internamente e, ao mesmo tempo conferir ao Executivo suficiente

12Op. cit., p. 52.

13 TRINDADE, Otávio Augusto Drummond Cançado. O Mercosul no Direito Brasileiro, Incorporação de

Normas e Segurança Jurídica, Del Rey, Belo Horizonte, 2007, p. 151.

14 NAKAYAMA, Juliana Kiyosen. Reforma Tributária, Mercosul & União Européia, Juruá Editora, Curitiba,

(18)

autoridade para promover os interesses do País no cenário externo, é desafio

difícil para legisladores e estudiosos do Direito.”15

Buscou-se com este trabalho encontrar senão uma via

mais simples à internalização de normas do Mercosul, em especial pelo

Parlamento deste, ao menos indicar mais um, dentro outros, procedimento que

deságüe em normas que conduzam o Bloco a atingir seus objetivos.

Entretanto, não se pode enfrentar o problema sem que

antes esteja fixada a realidade nacional no que toca à relação com o Mercosul, e

dessa meditação não temos como fugir.

A Constituição brasileira firma os fundamentos do Estado

sobre três poderes, sendo eles o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. Cada um

deles tem uma competência específica para que o Estado brasileiro atinja suas

finalidades. O Executivo tem a função administrativa do Estado e suas atribuições

principais previstas no artigo 84, da Constituição, o Judiciário, a seu turno, tem a

função precípua de julgar, estando sua missão bem definida nos artigos 96, 102,

105, 108, 109 e 114, da norma constitucional e, por fim, o Legislativo tem por fito

legislar para a sociedade, criando condições para que atuem o Executivo e o

Judiciário. Suas atribuições estão previstas nos artigos 48 a 52 e 58, da

Constituição.16

Em uma visão conjunta dessas atribuições do Estado, o

Poder Executivo estaria para o presente, pois executa o orçamento e o

planejamento do Estado, o Judiciário estaria para o passado, pois aprecia, em

regra, o que já aconteceu, e o Legislativo, a sua vez, estaria para o futuro, pois

dispõe prevendo o que poderá acontecer, em regra é o que bem delineia a Carta

Política de 1988.

15 Op. cit., p. 15.

(19)

Não podemos esquecer aqui a admoestação de

Secondat17 (Barão de Montesquieu) de que “quando, na mesma pessoa ou no

mesmo corpo de Magistratura, o Poder Legislativo é reunido ao Executivo, não há

liberdade. Porque pode temer-se que o mesmo Monarca ou o mesmo Senado faça

leis tirânicas para executá-las tiranicamente.”

Em situação de normalidade no exercício de suas funções,

cada Poder tem catalogada sua missão e quando esta é afetada por elementos

exógenos ou endógenos a eles, tem o Poder Judiciário medidas bem definidas e

delineadas de como agir, assim como o Executivo. Neste particular o problema

está com o Poder Legislativo que não dispõe de nenhuma medida de urgência, de

eficácia imediata, para atender sua finalidade primeira, a de legislar, em outras

palavras, uma medida legislativa que tenha vigência imediata.

O Poder Judiciário conta com medidas como o poder geral

de cautela para atender a lide com contornos emergenciais, conforme prevêem os

artigos 798 e 799, do Código de Processo Civil, assim como a liminar estabelecida

pela Lei nº 1.533/51, artigo 7º, II, conhecida com a Lei do Mandado de Segurança,

e, ainda, a tutela antecipada bem albergada no artigo 273, do Código de Processo

Civil.

À sua vez, o Poder Executivo dispõe das medidas

provisórias, com seu sítio no artigo 62, da Constituição Federal e as tem utilizado

desde sua criação, em casos de relevância e urgência.

Esse quadro permite revelar que o Poder Legislativo é o

único que não conta com medidas de urgência para enfrentar os problemas

emergenciais que lhe são apresentados pelo povo, o que se pode conferir pela

leitura dos artigos 44 a 75, da Constituição Federal.

A sociedade vem pressionando o Congresso Nacional a

ter uma atitude mais rápida para aquelas situações que causam insegurança,

perigo e desestabilização. Portanto, a mobilização diuturna da sociedade tem sido

17 SECONDAT, Charles Louis de (Montesquieu). O Espírito das Leis, As Formas de Governo, A Federação,

(20)

para exigir do Poder Legislativo uma resposta célere, e que é incompatível com

um processo legislativo formal e lento.

E no contexto externo? Hoje é uma realidade que o

relacionamento entre os países intensificou-se com a abertura de novos mercados

e necessidades. Qualquer país que não acompanhar essa interação,

principalmente em sua região, estará fadado ao isolamento e a experimentar

prejuízos econômico-financeiros.

O Mercosul é uma realidade tangível e em franco

processo de desenvolvimento, o que se confirma pela existência, hoje, do

Parlamento do Mercosul, efetivamente instalado desde 14 de dezembro de 2006,

com a sessão de posse dos primeiros parlamentares realizada em Montevidéu em

07 de maio de 2007. Esta instituição mercosulina pode ser apresentada como um

exemplo do avanço do Bloco.

Mas a verdade é que o país que pretende a integração no

mercado internacional tem que ser ágil e participativo no plano externo e ter a

aprovação de seu povo para firmar os atos necessários, mas para isso urge que o

Estado disponha de processo e procedimento que assegurem a realização do

acordo de forma rápida e segura, ainda que, inicialmente, de forma provisória, até

que se o submeta a um rito ordinário de apreciação e aprovação, se for o caso.

A presença de um parlamento aumenta a possibilidade da

almejada integração, mas ao mesmo tempo leva a questionar como poderá

exercer sua atividade precípua – elaborar leis – se a comunidade da América do

Sul é eclética, cabendo relembrar a existência de duas línguas, o português e o

espanhol e as ingentes diferenças econômicas, sociais, culturais, etc.

No caso específico do Parlamento do Mercosul, até por

sua precocidade, ainda não se encontrou, ou ao menos não se fez uma opção por

um mecanismo legal que concilie os interesses mais díspares dos

Estados-Membros e se possa em um futuro formar um ordenamento jurídico comunitário,

(21)

De se ver que carecem de uma medida de eficácia

urgente e de aplicação imediata, não apenas o Parlamento brasileiro quanto

ainda, e principalmente, o do Mercosul. E mesmo que a situação não seja de

urgência, passa da hora de se encontrar um meio comum para a aprovação de

normas que atendam prontamente o cidadão mercosulino, não apenas no território

de seu país, quanto na área abrangida pelo Mercosul.

Se se fala de agilidade, eficiência e segurança jurídica,

convém procurar na realidade mais próxima, no caso o direito brasileiro,

procedimentos que sejam exceção à ordinariedade e respondam aos reclames

modernos, em especial quando se cuida de firmar tratados internacionais em um

mercado mundial em expansão.

Apontar a pesquisa nessa direção nos leva à medida

cautelar e seu procedimento, bem como sobre o poder geral de cautela, dois

institutos que foram bem estudados por Galeno Lacerda, Betina Rizatto Lara, Luiz

Guilherme Marinoni, Sidney Sanches e Sérgio Seiji Shimura, e que foram os

autores escolhidos para embasar essa dissertação por conta de uma visão

moderna sobre o tema.

O acolhimento da doutrina destes autores será

fundamental para o enfrentamento das questões trazidas pelo problema de

pesquisa e para ajudar na criação de instrumento hábil a tornar céleres e efetivos

os atos legislativos produzidos pelos Estados-Membros e pelo Parlamento do

Mercosul. Este o viés de internacionalização do estudo.

Será de crucial importância a lição de Cachapuz de

Medeiros. Ele aponta um dos principais caminhos para a pesquisa do tema

escolhido, aduzindo que: “Encontrar fórmula que permita organizar os Poderes do

Estado, de modo a garantir o controle do Legislativo internamente e, ao mesmo

tempo, conferir ao Executivo suficiente autoridade para promover os interesses do

País no cenário externo, é desafio difícil para legisladores e estudiosos do Direito.”

(22)

Será igualmente importante que se passe ao estudo da

origem da medida provisória e apuração de suas finalidades com o objetivo de

traçar um paralelo entre esta medida já existente no texto da Constituição Federal

e os contornos daquela que poderá resultar da pesquisa. As obras de Brasilino

Pereira dos Santos18

, Afonso Arinos19

, Raul Machado Horta20

, Saulo Ramos21

,

Humberto Bergman Ávila22, Janine Malta Massuda23, Ivo Dantas24 e José Levi Mello

do Amaral Júnior25, serão de grande valia na indicação da nova visão da Medida

Provisória.

Por fim, como o estudo não tem foco isolado para o palco

externo, precisamente o Mercosul, mas passa necessariamente pela realidade

brasileira, e o trabalho é de cunho científico, não pode ser descurada a avaliação

sobre em qual regime de governo o procedimento de internalização seria mais

profícuo, se para o regime parlamentarista ou presidencialista. Essa preocupação

se impõe na medida em que a alternativa de internalização tem fonte histórica em

ambos os regimes.

PROBLEMA DE PESQUISA

O problema de pesquisa está sintetizado em uma única

pergunta. Considerando que o Mercosul não tem um direito comunitário, como

prover a internalização de suas normas e criar um ordenamento jurídico próprio?

18 SANTOS, Brasilino Pereira dos. As Medidas Provisórias no Direito Comparado e no Brasil. Editora LTR,

São Paulo, 1994.

19 FRANCO, Afonso Arinos de Melo. Relatório do Ministro Afonso Arinos sobre a Conferência de Washington

– 1983. Processos Contemporâneos de Elaboração das Constituições. Revista de Ciência Política, vol. 27 – n. 1, jan./abr. 1984, pp. 1/32

20 HORTA, Raul Machado. Estudos de Direito Constitucional. Editora Del Rey, Belo Horizonte, 1995.

21 RAMOS, Saulo. Conferência proferida pelo Ministro Saulo Ramos no Fórum Jurídico Brasileiro, Belo

Horizonte, MG, em 4 de outubro de 1989. Medida Provisória. Ministério da Justiça, Brasília-DF.

22 ÁVILA, Humberto Bergmann. Medida Provisória na Constituição de 1988, Porto Alegre, SAFE, 1997.

23 MASSUDA, Janine Malta. Medidas Provisórias: Os Fenômenos na Reedição, Brasília, SAFE, 2001.

24 DANTAS, Ivo. Aspectos Jurídicos das Medidas Provisórias, Brasília, Brasília Jurídica, 1997, 3a. edição.

25 AMARAL JÚNIOR, José Levi Mello do. Medida Provisória e a sua Conversão em Lei, RT, São Paulo,

(23)

HIPÓTESE DE PESQUISA

Partimos da premissa que a resposta ao quesito do

problema passa pela criação do Parlamento do Mercosul. Se de início ele não tem

a competência das instituições co-irmãs, ou seja, dos parlamentos nacionais, em

longo prazo ser-lhes-á semelhante, até por sua proposta gradual de implantação.

O Estado de Direito nasce em bases organizadas e regido

por normas concebidas por seus legítimos representantes. O Mercosul, guardadas

as devidas proporções, como instituição alinhada aos princípios do Estado de

Direito, não descura dessa senda.

Também há de ser considerado como pressuposto da

pesquisa que os parlamentos não costumam dispor de medidas para atender as

demandas urgentes da sociedade que representa, sendo este um fato que se põe

igualmente para o Parlamento mercosulino.

Esta dissertação terá como base doutrinária a de que a

internalização das normas do Mercosul deve não só passar pelo Parlamento

quanto irradiar nos Estados Sócios o que resultou de consulta prévia representada

em decisão assemblear, a fim de permitir, especialmente, a garantia e segurança

jurídica das relações mercosulinas.

OBJETIVOS DA PESQUISA

A relatividade do conceito de inédito é uma realidade, daí

ser importantíssimo pesquisar nas constituições de países de cultura ocidental,

com enfoque para a América Latina, se o Parlamento destes possui algum

instrumento que atenda a demanda urgente dos cidadãos.

A pesquisa a ser realizada se mostra importante porque,

(24)

Parlamento do Mercosul dispor de mecanismos e meios para atender não apenas

às demandas rotineiras e passíveis de um procedimento legislativo ordinário,

quanto ainda, e com mais razão, passe a ter condições de socorrer a sociedade

em suas situações de urgência e perigo. De maior relevo a preocupação que se

deve ter com a segurança jurídica, pois é ela quem garante a estabilidade

econômica.

O resultado da pesquisa poderá servir como mais um

suporte e instrumento para o Parlamento do Mercosul responder tanto aos

reclamos urgentes, quanto achar caminhos para reger as relações que nascem e

nascerão de um comércio sulino em amadurecimento.

O modesto resultado esperado, assim se deseja, poderá

contribuir, de maneira simples, não só para os casos presentes e futuros, quando

mais ainda, terá a intenção de levar ao mundo científico, notadamente, à ciência

jurídica, a capacidade de um poder constituído remodelar-se para não

comprometer os motivos de sua gênese.

JUSTIFICATIVA TEÓRICA E PRÁTICA

Muito embora o problema apresente contornos

eminentemente legislativos, buscar-se-á as respostas em um primeiro momento

na teoria geral do processo, com ênfase do processo cautelar, onde, acredita-se,

estão os primeiros passos para a construção do raciocínio. A ação seguinte será

estudar a natureza jurídica das medidas assecuratórias do direito principal sob a

visão da escola de Galeno Lacerda26

, Humberto Teodoro Júnior27

, Vicente Greco

26 LACERDA, Galeno. Comentários ao Código de Processo Civil. 9ª edição, Rio de Janeiro, Forense, 2006,

vol. VIII, Tomo I.

27 THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil, São Paulo, Forense, 38ª edição,

(25)

Filho28

e outros processualistas, todos estes autores que se aprofundaram sobre o

tema e demonstraram a aplicação prática do conhecimento.

No tema específico do Direito Internacional, com destaque

ao Mercosul, tomar-se-á a lição do Professor Antônio Paulo Cachapuz de

Medeiros29

por ser o autor que tem o privilégio de conciliar o conhecimento da

doutrina mais moderna com a experiência pessoal no assessoramento direto na

celebração de acordos pelo Executivo/Itamaraty, onde exerce o cargo de

Consultor Jurídico. Não poderá ser esquecido o trabalho de Maria Cláudia

Drummond sobre o défice democrático nas relações internacionais e os

parlamentos da integração, posto que aborda, com conhecimento de causa, a

relação Mercosul x Parlamento x Democracia. Como ficou consignado, a obra de

Otávio Augusto Drummond Cançado Trindade, “O Mercosul no Direito Brasileiro”

também é ferramenta indispensável a esta dissertação.

Por interessar muito perto a natureza jurídica das medidas

provisórias, sua origem e consectários, prescinde-se de uma abordagem

diferenciada e mais crítica, com o que não se poderá evitar, nem mesmo

contornar, as doutrinas de Afonso Arinos30

, Raul Machado Horta31

, Saulo Ramos32

,

Brasilino Pereira dos Santos33

, Humberto Bergman Ávila34

, Janine Malta Massuda35

,

Ivo Dantas36

e José Levi Mello do Amaral Júnior37

.

Embora moderno o debate, a questão da internalização

das normas do Mercosul não pode prescindir das aulas magistrais de Antonio

28 GRECO FILHO, Vicente. Direito Processual Civil Brasileiro, São Paulo, Saraiva, 2003, 16ª edição, 3º

volume. 29Op. cit.,. 30 Op. cit., pp. 1/32 31Op. cit.,.

(26)

Paulo Cachapuz de Medeiros, Jorge Fontoura Nogueira, Maria Cláudia Drummond

e João Ricardo Carvalho de Souza, durante o Seminário realizado na Câmara dos

Deputados em 02/09/04, eis que ricas como fontes de pesquisa e de conteúdo.38

METODOLOGIA

“Predomina no senso comum, que o conhecimento domina

a rotina da sociedade, ou seja, o paradigma vigente na sociedade moderna é a

lógica reconstruída a partir do conhecimento. O que deve ser verificado é que este

conhecimento não é o vulgar, mas o científico. Isto quer dizer o conhecimento

baseado no método. O método, por sua vez, não é um método qualquer, é o

científico, que tem como um dos seus pressupostos, a utilização da observação

controlada, não por qualquer um do povo, mas por aqueles que dominam os seus

fundamentos. Para os críticos, os feiticeiros; para a comunidade científica, os

cientistas.”39

O método heurístico apresenta-se como a melhor

metodologia para o estudo, considerando a valorização que dispensa ao

pensamento na construção do conhecimento científico. O construir (ou

desconstruir) de forma dinâmica é um bom aliado, daí apresentar-se o método

indicado como o mais apropriado.

Na desordem da desconstrução nos tornamos mais

criativos para achar a solução. Kuhn definiu bem esse momento ao despertar-nos

para a verdade de que “tal como os artistas, os cientistas criadores precisam, em

determinadas ocasiões, ser capazes de viver em um mundo desordenado.”40

38Op. cit.

39 MACÊDO, Manoel Moacir Costa. Metodologia Científica Aplicada, Brasília, Scala Gráfica e Editora, 2005,

p. 9.

(27)

Nas precisas palavras de Macêdo “o método heurístico é

um método de investigação flexível, dinâmico e que utiliza as características e leis

do pensamento para a construção do conhecimento científico.”41

O método poderá ser colocado em prática com a

exploração das doutrinas nacional e estrangeira, consultas a sites, legislação,

jurisprudência, teses recentes e estudos comparativos de textos normativos.

Pesquisa de campo, explorando a realidade congressional

e a de países que integram o Mercosul, feita por intermédio de observação séria

dos fatos com a coleta de dados relativos e circundantes do tema, aparelharia

melhor para resposta ao problema. Essa observação se faria de forma presente,

revelada e teria por fim apurar os eventos dentro de período determinado. Em

todas as letras, uma observação participante.

Impõe dizer que não desejamos limitar-nos a apenas um

ou dois tipos metodológicos, mas valer-se do que a teoria tem denominado de

pluralidade metodológica. Por certo que priorizaremos alguns tipos de pesquisa,

como a exploratória, pesquisa de campo, documental e observação participante.

APRESENTAÇÃO

Passaremos, preliminarmente, a fazer breve relato sobre o

Mercosul, acentuando o problema da internalização das normas e a importância

de se encontrar um instrumento legal que a permita ser realizada para a garantia e

segurança jurídicas e, via de conseqüência, promova o desenvolvimento

econômico do Bloco. O Parlamento do Mercosul terá nossa atenção especial.

A busca pela solução do problema nos remeterá ao

estudo dos procedimentos cautelares, mas de uma forma não tão densa que

desvirtue o tema vertente.

(28)

Será igualmente importante conhecer melhor o instituto da

medida provisória, expediente constitucional largamente utilizado pelo Executivo e

que suscita dúvida sobre qual o regime que a tem por vocação.42

Por fim, apreendido o problema, será possível, à luz da

literatura utilizada, construir mais um caminho para solucioná-lo, o qual deverá ter

por base os princípios do Estado de Direito43

e permitir o curso simples do

instrumento necessário à internalização das normas do Mercosul.

(29)

CAPÍTULO I – MERCOSUL – LINHAS GERAIS

1. 1 – Criação do Mercosul

Lecionam Nascimento e Silva e Accioly44 que a entidade

que passou a ser conhecida como Mercosul resultou dos entendimentos havidos

em Foz de Iguaçu em 1985 entre os recém-eleitos Presidentes José Sarney, do

Brasil e Raul Alfonsín, da Argentina. Os dois países acabavam de voltar à

normalidade democrática, mas enfrentavam uma série de desafios. Embora a

ALALC tivesse terminado em fracasso e a ALADI seguisse pelo mesmo caminho,

a experiência adquirida havia sido importante, e os dois governos sentiam que

uma nova tentativa deveria ser empreendida. Além do mais, sentia-se que uma

política em comum poderia tornar suas posições mais fortes em relação às

investidas dos Estados Unidos e do Mercado Comum Europeu.

Para KLOR vários foram os motivadores para a criação do

Bloco comum, citando, entre eles: “la alineación universal a comienzos de la

década de los noventa, caracterizada por la creación de nuevos espacios

geográficos con clara definición unificadora de sus intereses y de su accionar,

unida a las circunstancias por las que atravesaban las economías de los países

latinoamericanos, obraron de tierra fértil para plantar la cimiente sobre la cual se

edificaría el esquema.”45

Certo é, o Mercado Comum do Sul, MERCOSUL, é

formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Estão como países associados

o Peru (15/12/03)46, Bolívia e Chile. A Venezuela iniciou o processo de adesão ao

Bloco a partir de 05/07/06, quando da reunião de Chefes de Estados Partes

realizada em Caracas.

44 ACCIOLY, Hildebrando e NASCIMENTO E SILVA, G.E. do. Manual de Direito Internacional Público,

Editora Saraiva, 15ª. edição, 2002, São Paulo, p. 242.

45 KLOR, Adriana Dreyzin de. Hacia una Reforma Integral. Hacia el Parlamento del MERCOSUR, Fundación Konrad Adenauer, Comisión Parlamentaria Conjunta del MERCOSUR, Editores, págs. 23 usque 39, Uruguay, 2004, p. 26.

(30)

Este Bloco tem seus primeiros passos com a criação da

Associação Latino-Americana de Livre Comércio – ALALC (1960), depois com a

Associação Latino-Americana de Integração – ALADI (1980) que substituiu a

ALALC e com a integração entre Brasil e Argentina (1986).

A Comissão Parlamentar Conjunta47 registrou que, na

década de 80, o processo de redemocratização da América Latina e a crescente

diversificação da produção industrial foram os dois fatores mais importantes para a

integração regional, e que serviram para a criação da base do Mercosul.

Por falar em base, em três delas sustenta-se o Mercosul:

a) jurídica – vinculada à ALADI, sob a forma de um Acordo de Complementação

Econômica entre Brasil, Argentina, Paraguai, sendo normas e princípios regentes

aqueles desta associação; b) política – firmada na cláusula democrática do

Tratado de Assunção, com consolidação no Protocolo de Ushuaia, de 24/07/98; e

c) econômica – presente na constante diversidade e capacidade produtiva das

quatro economias e no grande incremento das trocas comerciais entre os países

do Bloco. 48

A criação oficial do Mercosul se dá com o Tratado de

Assunção, assinado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, em 26/03/9149

e

tinha num primeiro momento por objetivo a adoção de um programa de redução

tarifária progressiva, linear e automática, bem assim o estabelecimento de uma

tarifa externa comum, harmonização das políticas macroeconômicas de liberação

de intercâmbio e a adoção de acordos setoriais50

. Entretanto o marco institucional

47 www.senado.gov.br/evmmercosul - título “O que é Mercosul” 48 www.senado.gov.br/evmmercosul - título “O que é Mercosul”

49 Aprovado pelo Decreto Legislativo n° 197, de 25/09/91 – DOU de 26/09/91 e promulgado pelo Decreto n° 350, de 21/11/91 – DOU de 22/11/91

(31)

do Mercosul se dá com o Protocolo de Ouro Preto, assinado em 17/12/9451

, e que

dá a ele a personalidade jurídica de direito internacional.

Para Nakayama52

o Protocolo de Ouro Preto pôs fim à

transitoriedade do Mercosul. Dessa forma foi possível ao Bloco habilitar-se a

negociar, em seu próprio nome, com outras entidades de direito internacional. Por

conta de tudo isso é possível afirmar que o Mercosul é um parceiro econômico

relevante no plano internacional.

O Mercosul possui hodiernamente uma estatura

continental que supera, e muito, a União Européia. Possui um mercado potencial

de 200 milhões de habitantes e um PIB acumulado de mais de 1 (um) trilhão de

dólares. Fica atrás apenas do Nafta, União Européia e Japão. Ele é a quarta

economia do mundo e revela-se como a principal reserva de recursos naturais do

planeta. Hoje apresenta uma malha viária abrangente, redes de comunicação e de

energia em franco desenvolvimento e parque industrial dos mais importantes.

Aqui merece uma pausa para o ensino de Borges53

, o qual

relembra que a integração econômica perseguida pelos Blocos na verdade é

gênero, de que são espécies, seguindo um gradualismo, a área de livre comércio,

união aduaneira, mercado comum e união econômica. Mas, em que estágio

estaria o Mercosul?

Ele apresentou-se inicialmente como zona de livre

comércio e trazia como benefício para seus partícipes liberação tarifária gradual,

linear e automática. Evoluiu para união aduaneira com a criação em 1º de janeiro

de 1995 da TEC, ou seja, Tarifa Externa Comum. O princípio do regionalismo

aberto é um de seus vetores.

51 Decreto Legislativo n° 188, de 15/12/95 – DOU de 18/12/95 e promulgado pelo Decreto n° 1.901, de 09/05/96 – DOU de 10/05/96

52Op. cit., p.57.

53 BORGES, Antônio de Moura. Considerações sobre o Mercosul, Revista da OAB-PI, Ano III, nº 3, 1996,

(32)

Nakayama54

cita Alberto Nogueira para informar que o

Mercosul começou de uma forma híbrida, ou seja, um pouco de zona de livre

comércio e união aduaneira parcial em 12/01/95, com o fim do período de

transição fixado no Tratado de Assunção. Ela acresce que a união aduaneira “não

é plena porque há políticas comerciais diferenciadas no universo tarifário, com

produtos nas listas de exceção.” Essas, portanto, as fases de amadurecimento do

Mercosul.

Para Cachapuz de Medeiros55

“o Mercosul encontra-se

recém procurando consolidar união aduaneira, uma das fases iniciais do processo

integracionista. Possui claro caráter intergovernamental.”

Lupatelli56 defende que desde 1995 entramos na segunda

fase da integração, ou seja, da união aduaneira, mas ainda imperfeita, à conta do

atribulado processo integracionista.

Gassen57

nos apresenta um quadro interessante que

possibilita visualizar o processo de integração e suas principais características.

Vejamos:

54Op. cit., p.57.

55 CACHAPUZ DE MEDEIROS, Antônio Paulo. Solução de Controvérsias no Mercosul. TRF, 1a. Região,

Informe Enfoque Jurídico, Suplemento, Edição 05, março-97, p. 21.

56 LUPATELLI JR, Alfredo; MARTINS, Eliane Maria Octaviano. Mercosul: A Atuação Empresarial e os Efeitos

da Globalização. Jus Navigandi, Teresina, ano 8, n. 260, 24 mar. 2004. Disponível em: http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=5002, p. 1.

57 GASSEN, Valcir. A Tributação do Consumo, O Princípio de Origem e de Destino em Processos de

(33)

Casal, de sua parte, vê o Mercosul como um processo,

com altos e baixos, mas com um objetivo. Diz que “para dar una lectura positiva

de la integración, resulta a mi criterio imprescindible tener siempre presente al

MERCOSUR en términos de proceso, cuya dinámica obedece a movimientos

pendulares graduales y muchas veces asistémicos, donde el desarrollo

madurativo de sus partes aún se encuentra en un estadio primario.”58

58 CASAL, Oscar. El Camino Hacia el Parlamento Del MERCOSUR. Análisis y Propuestas. Friedrich Ebert

(34)

Não se pode descurar, dessa forma, que integrar não é

um processo tão simples, muitas das vezes até asistêmico, na palavra de Casal,

pois, além de envolver a preocupação com vários aspectos da realidade da região,

deve perscrutar até mesmo como os povos foram formados, sua origem e outros

fatos sociais. Muito sábia a frase deixada para meditação por Nogueira: “Não se

faz integração sem se modificarem os livros e as lições convencionais da escola

primária.”59

Gil Robles, aliado a outros estudiosos do Mercosul, sabe

dos ingentes problemas a serem contornados e do quanto há pela frente de

trabalho a ser feito. “Siempre pongo el ejemplo del velero que ha de realizar las

maniobras necesarias para usar la fuerza del viento a fin de superar la resistencia

del mar.”, assim confidencia ele.60

Esta é a questão, quais as manobras a serem feitas para

“utilizar as forças do vento”? Até onde estamos realmente integrando? O que

ainda é necessário a ser feito, além das inúmeras providências já em curso?

Olhando em uma direção específica, por que não

transformar realmente o Parlamento do Mercosul no foro de todos os debates e

encontro das idéias nesse sentido? Por que não transformá-lo no veleiro que

utiliza a força dos ventos, mas também a dos motores?

Com a mesma acuidade acentua Nogueira que: “o

Mercosul procura seguir seu próprio caminho, em minha opinião muito bem

escolhido. O que nos permite estar aqui, 12 ou 13 anos depois, discutindo o

Mercosul, é o fato de ele ser uma estrutura intergovernamental. O Mercosul é,

juridicamente, Direito Internacional Clássico, e tudo o que imaginarmos que não

seja isso é o Mercosul imaginário, que não dará certo, apesar de ser um belo

discurso, uma bela lei, porque temos uma formatação jurídica – os estados são

59 NOGUEIRA, Jorge Luiz Fontoura. Solução de Controvérsias e Efetividade Jurídica: As Perspectivas do

Mercosul. Revista de Informação Legislativa, Senado Federal/SEEP, Brasília, ano 33, nº 130, abril/junho – 1996, p. 150.

60 GIL-ROBLES, José Maria. O Parlamento como Pieza Esencial de La Democracia. Mercosul Informativo.

(35)

frutos jurídicos de seu passado, de sua história. Todos os países que compõem o

Mercosul são repúblicas presidencialistas cientes de sua história presidencialista,

gostam do Presidencialismo; todos os 15 estados que compõem a União Européia

são cepas, modelos diferentes de Parlamentarismo.” Ele aponta como outra de

nossas dificuldades para integrar nosso apego à soberania61

, no que tem o

amparo da doutrina de Gil-Robles, para quem ha sido necesario una largo

proceso de mentalización que ayudase a superar los sagrados tabúes sobre la

independencia, la soberanía y los intereses esenciales.”62

Não obstante o movimento pendular do Mercosul, ele

finca-se em princípios que não o deixam perder o rumo traçado. Dentre estes está,

como vimos, o do regionalismo aberto, que retrata um comércio sempre voltado

para a ampliação de oportunidade para todos, sem distinção, sem perder de vista

o interesse pela inserção de outros Estados que estão na região. Soma

Nakayama63 que “o Tratado de Assunção estabeleceu para o Mercosul os

princípios da flexibilidade, gradualidade, equilíbrio e reciprocidade.”

Antes, porém, dos princípios formadores de um Bloco,

está a realidade de cada povo. Chama atenção Nogueira que “processos de

integração e de construção de Blocos econômicos não são fenômenos estanques.

Estão atrelados a um indissociável substrato histórico e geográfico. São os povos

e as suas circunstâncias que, afinal, constroem as instituições. Não o contrário.”64

61Op. cit., p. 19.

62 GIL-ROBLES, José Maria. O Parlamento como Pieza Esencial de La Democracia. Mercosul Informativo.

Publicação bimestral, Ano III, número 9, maio/junho, 1998, p. 6. 63 Op. cit., p.56.

64 NOGUEIRA, Jorge Luiz Fontoura. Limites Constitucionais a Parlamentos Regionais e à

(36)

Segundo o Itamaraty65

, na agenda externa do Mercosul,

que inclui iniciativas nas esferas latino-americana, hemisférica e extra-hemisférica,

destacam-se os seguintes temas:

a) a negociação de acordos de livre comércio entre o

Mercosul e os demais membros da Aladi;

b) a implementação do Acordo-Quadro Inter-regional de

Cooperação Econômica e Comercial, firmado em

dezembro de 1995 entre o Mercosul e a União Européia;

c) a coordenação de posições no âmbito das negociações

com vistas à formação da Área Hemisférica de Livre

Comércio.

Alguns resultados concretos já podem ser catalogados em

favor do Mercosul, como a assinatura de vários acordos nas áreas de educação,

justiça, cultura, transportes, energia, meio ambiente e agricultura. Vale citar o

reconhecimento de títulos universitários e a revalidação de diplomas, protocolos

de assistência mútua em matéria penal, dentre outros benefícios fiscais.66

Em pesquisa realizada na Comissão de Relações

Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados sobre toda matéria

pertinente ao Mercosul que passou por este colegiado parlamentar, priorizando,

por questão de praticidade e recentidade, o período de 2000 a 2007, foi possível

formar algumas conclusões muito interessantes: a) o Mercosul é uma realidade; b)

trata-se de uma união aduaneira em expansão; c) assuntos do cotidiano do

cidadão do Mercosul estão sendo abordados e decididos, se não de uma forma

mais célere, como se deseja, ao menos estão em curso conforme o procedimento

hoje existente; d) há cada vez mais acordos e, portanto, aproximação, entre os

países do Bloco.

(37)

Os quadros abaixo confirmam a conclusão formada no

parágrafo anterior67

, senão vejamos:

MSC-661/2000 PODER EXECUTIVO - Submete à consideração do Congresso Nacional o texto do XXI

Protocolo Adicional ao Acordo de Complementação Econômica nº 35 (ACE 35), celebrado entre os Governos dos Estados Partes do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) e o Governo da República do Chile, assinado em 19 de outubro de 1999.

Aprovadaem 16/05/01.

MSC-681/1999

PODER EXECUTIVO - Submete à consideração do Congresso Nacional o texto do

Acordo de Extradição entre os Estados Partes do MERCOSUL, concluído no Rio de Janeiro, em 10 de dezembro de 1998.

Aprovado o Parecer.

Parecer do Relator, Dep. Rubens Furlan, pela aprovação. Em 20/06/01.

MSC-750/2000 PODER EXECUTIVO - Submete à consideração do Congresso Nacional o texto do

Protocolo de Montevidéu sobre Comércio de Serviços do MERCOSUL, concluído em Montevidéu, em 15 de dezembro de 1997, acompanhado de seus quatro anexos Setoriais, adotados pela Decisão 9/98, do Conselho Mercado Comum, em 23 de julho de 1998.

Aprovado o Parecer. Parecer do Relator, Dep. João Herrmann Neto, pela aprovação desta. Em 20/06/01.

MSC-1456/1999

PODER EXECUTIVO - Submete à consideração do Congresso Nacional o texto do

Acordo de Admissão de Títulos e Graus Universitários para o Exercício de Atividades Acadêmicas nos Estados Partes do MERCOSUL, celebrado em Assunção, em 14 de junho de 1999.

Aprovada em 08/08/01.

MSC-1068/2001

PODER EXECUTIVO - Submete a apreciação do Congresso Nacional o texto do

Acordo-Quadro sobre Meio Ambiente, assinado em Assunção, no âmbito do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), em 22 de junho de 2001.

Aprovado por Unanimidade o Parecer. Parecer do Relator, Dep. Fernando Gabeira, pela aprovação. Em 15/05/02.

MSC-292/2002

PODER EXECUTIVO - Submete à consideração do Congresso Nacional o texto do

Acordo sobre isenção de Vistosentre os Estados partes do MERCOSUL, celebrado em Florianópolis, em 15 de dezembro de 2000.

Aprovado o Parecer. Parecer do Relator, Dep. Pastor Frankembergen, pela aprovação. Em 21/08/03.

MSC-640/2002

PODER EXECUTIVO - Submete à consideração do Congresso Nacional o "Protocolo de Olivos para a Solução de Controvérsias no Mercosul", assinado na cidade de Olivos, Província de Buenos Aires, em 18 de fevereiro de 2002, pelos Governos da República Federativa do Brasil, da República da Argentina, da República do Paraguai e da República Oriental do Uruguai.

Aprovado o Parecer. Parecer do Relator, Dep. Leonardo Mattos, pela aprovação. Em 21/08/03.

MSC-210/2002

PODER EXECUTIVO - Submete à consideração do Congresso Nacional o texto do

Acordo sobre o Benefício da Justiça Gratuita e Assistência Jurídica Gratuita entre os Estados Partes do MERCOSUL, celebrado em Florianópolis, em 15 de dezembro de 2000.

67 Fonte: Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados – Proposições

(38)

Aprovado o Parecer. Parecer do Relator, Dep. Vadão Gomes, pela aprovação. Em 10/09/03.

MSC-269/2002 PODER EXECUTIVO - Submete à consideração do Congresso Nacional o texto do

Acordo sobre Dispensa de Tradução de Documentos Administrativos para Efeitos de Imigraçãoentre os Estados Partes do Mercosul, a República da Bolívia e a República do Chile, celebrado em Florianópolis, em 15 de dezembro de 2000.

Aprovado o Parecer. Parecer do Relator, Dep. Ivan Ranzolin, pela aprovação. Em 10/09/03.

MSC-975/2002

PODER EXECUTIVO - Submete à consideração do Congresso Nacional o texto da

Emenda ao Protocolo de Cooperação e Assistência Jurisdicional em Matéria Civil, Comercial, Trabalhista e Administrativa entre os Estados Partes do Mercosul, assinada em Buenos Aires, em 5 de julho de 2002, que modifica o Protocolo de Las Lenãs, promulgado no Brasil pelo Decreto Federal nº 2067, de 12 de novembro de 1996.

Aprovado o Parecer. Parecer do Relator, Dep. José Thomaz Nonô, pela aprovação. Em 10/09/03.

MSC-98/2003

PODER EXECUTIVO - Submete à consideração do Congresso Nacional o texto do

Protocolo de Integração Educacional para o Prosseguimento de Estudos de Pós-Graduação nas Universidades dos Estados Partes do Mercosul e da República da Bolívia, assinado em Brasília, em 5 de dezembro de 2002.

Aprovado o Parecer. Parecer do Relator, Dep. Pastor Frankembergen, pela aprovação. Em 10/09/03.

MSC-134/2003

PODER EXECUTIVO - Submete à consideração do Congresso Nacional o texto da

Decisão CMC nº 17/02, do Conselho do Mercado Comum, que altera a Decisão CMC nº 1/98, que regulamenta o uso dos símbolos do MERCOSUL, aprovada por ocasião da XXIII Reunião do referido órgão do MERCOSUL, realizada em Brasília, nos dias 5 e 6 de dezembro de 2002.

Aprovado o Parecer. Parecer do Relator, Dep. Fernando Gabeira, pela aprovação. Em 10/09/03.

MSC-1034/2002

PODER EXECUTIVO - Submete à consideração do Congresso Nacional o texto do

Décimo Primeiro Protocolo Adicional ao Acordo de Complementação Econômica nº 36, aprovado em Montevidéu, em 19 de junho de 2001, entre a República Federativa do Brasil, a República Argentina, a República do Paraguai e a República Oriental do Uruguai, como Estados Partes do Mercosul, e a República da Bolívia.

Aprovado por Unanimidade o Parecer. Parecer do Relator, Dep. Leonardo Mattos, pela aprovação. Em 01/10/03.

MSC-961/2002

PODER EXECUTIVO - Submete à consideração do Congresso Nacional o texto do

Acordo sobre jurisdição em Matéria de Contrato de Transporte Internacional de Carga entre os Estados Partes do Mercosul, assinado em Buenos Aires, 05 de julho de 2002.

Aprovado o Parecer Reformulado. Parecer Reformulado, Dep. Ivan Ranzolin, pela aprovação. Em 15/10/03.

MSC-100/2003

PODER EXECUTIVO - Submete à consideração do Congresso Nacional o texto do

Acordo sobre Residência para Nacionais dos Estados Partes do MERCOSUL, celebrado por ocasião da XXIII Reunião do Conselho do Mercado Comum, realizada em Brasília, nos dias 5 e 6 de dezembro de 2002.

Aprovado por Unanimidade o Parecer. Parecer do Relator, Dep. Ivan Ranzolin, pela aprovação. Em 15/10/03.

MSC-87/2003

PODER EXECUTIVO - Submete à consideração do Congresso Nacional o texto do

Acordo sobre Regularização Migratória Interna de Cidadãos do MERCOSUL, Bolívia e Chile, celebrado por ocasião da XXIII Reunião do Conselho do Mercado Comum, realizada em Brasília, nos dias 5 e 6 de dezembro de 2002.

Aprovado por Unanimidade o Parecer. Parecer do Relator, Dep. Leonardo Mattos, pela aprovação. Em 05/11/03.

MSC-96/2003 PODER EXECUTIVO - Submete à consideração do Congresso Nacional o texto do

(39)

nível de Pós-Graduação entre os Estados Partes do Mercosul e da República da Bolívia, assinado em Brasília, em 5 de dezembro de 2002.

Aprovado por Unanimidade o Parecer. Parecer do Relator, Dep. Colombo, pela aprovação. Em 05/11/03.

MSC-101/2003

PODER EXECUTIVO - Submete à consideração do Congresso Nacional o texto do

Acordo sobre Residência para Nacionais dos Estados Partes do MERCOSUL, Bolívia e Chile, celebrado por ocasião da XXIII Reunião do Conselho do Mercado Comum, realizada em Brasília, nos dias 5 e 6 de dezembro de 2002.

Aprovado por Unanimidade o Parecer. Parecer do Relator, Dep. Vadão Gomes, pela aprovação. Em 05/11/03.

MSC-218/2001

PODER EXECUTIVO - Submete à consideração do Congresso Nacional o texto da "Lista de Compromissos Específicos Iniciais" do Brasil, aprovado pela Decisão nº 9/98 do Conselho do Mercado Comum do MERCOSUL, em 23 de julho de 1998, e a nova "Lista de Compromissos Específicos" do Brasil, resultante da Primeira Rodada de Negociação de Compromissos Específicos em Matéria de Serviços, adotada pela Decisão nº 1/00 do Conselho do Mercado Comum do MERCOSUL, em 29 de junho de 2000. A Lista recém-aprovada amplia a oferta original em telecomunicações e substitui as páginas 14 a 19 da "Lista de Compromissos Específicos Iniciais" adotada em 1998. Ambas as Listas foram negociadas ao amparo do Protocolo de Montevidéu sobre o Comércio de Serviços do MERCOSUL.

Aprovado por Unanimidade o Parecer. Parecer do Relator, Dep. João Almeida, pela aprovação. Em 20/11/03.

MSC-97/2003

PODER EXECUTIVO - Submete à consideração do Congresso Nacional o texto do

Protocolo de Integração Educativa e Reconhecimento de Certificados, Títulos e Estudos de Nível Fundamental e Médio Não-Técnico entre os Estados Partes do Mercosul, a República da Bolívia e a República do Chile, assinado em Brasília, em 5 de dezembro de 2002.

Aprovado por Unanimidade o Parecer. Parecer do Relator, Dep. Colombo, pela aprovação. Em 20/11/03.

MSC-1123/2002

PODER EXECUTIVO - Submete à apreciação do Congresso Nacional o texto do

Acordo de Cooperação e Assistência Jurisdicional em Matéria Civil, Comercial, Trabalhista e Administrativa entre os Estados Partes do Mercosul, República da Bolívia e a República do Chile, assinado em Buenos Aires, em 05 de julho de 2002. Aprovado por Unanimidade o Parecer. Parecer da Relatora, Dep. Maninha, pela aprovação. Em 19/05/04.

MSC-481/2003

PODER EXECUTIVO - Submete à consideração do Congresso Nacional o texto do

Acordo sobre Regularização Migratória Interna de Cidadãos do MERCOSUL, celebrado por ocasião da XXIII Reunião do Conselho do Mercado Comum, realizada em Brasília, nos dias 5 e 6 de dezembro de 2002.

Aprovado por Unanimidade o Parecer. Parecer do Relator, Dep. Fernando Gabeira, pela aprovação. Em 19/05/04.

MSC-209/2002

PODER EXECUTIVO - Submete à consideração do Congresso Nacional o texto do

Acordo sobre Dispensa de Tradução para Documentos Administrativos para Efeitos de Imigração entre os Estados Partes do MERCOSUL, celebrado em Florianópolis, em 15 de dezembro de 2000.

Aprovado por Unanimidade o Parecer. Parecer do Relator, Dep. Ivan Ranzolin, pela aprovação. Em 02/06/04.

MSC-258/2002

PODER EXECUTIVO - Submete à consideração do Congresso Nacional o texto do

Acordo sobre o Benefício da Justiça Gratuita e a Assistência Jurídica Gratuita entre os Estados Partes do MERCOSUL, a República da Bolívia e a República do Chile, celebrado em Florianópolis, em 15 de dezembro de 2000.

Aprovado o Parecer. Parecer da Relatora, Dep. Maninha, pela aprovação. Em 25/08/04.

MSC-179/2005

PODER EXECUTIVO - Submete ao Congresso Nacional o texto do Acordo sobre

(40)

Aprovado o Parecer. Parecer do Relator, Dep. João Herrmann Neto (PDT-SP), pela aprovação. Em 24/05/06.

MSC-791/2005

PODER EXECUTIVO - Submete à consideração do Congresso Nacional o texto da

Decisão n° 18/05, do Conselho do Mercado Comum do Mercosul, que dispõe sobre a Integração e Funcionamento do Fundo para a Convergência Estrutural e Fortalecimento Institucional do Mercosul (FOCEM), celebrada em Assunção, em 19 de junho de 2005.

Aprovado o Parecer. Parecer da Relatora, Dep. Maninha (PSOL-DF), pela aprovação. Em 24/05/06.

MSC-408/2006

PODER EXECUTIVO - Submete à consideração do Congresso Nacional o texto do

Protocolo Constitutivo do Parlamento Mercosul, aprovado pela Decisão nº 23/05, do Conselho do Mercado Comum, e assinado pelos Governos da República Argentina, da República Federativa do Brasil, da República do Paraguai e da República Oriental do Uruguai , Estados Partes do Mercosul, celebrado em Montevidéu, em 9 de dezembro de 2005.

Aprovado o Parecer. Parecer da Relatora, Dep. Maninha (PSOL-DF), pela aprovação. Em 07/06/06.

MSC-644/2005

PODER EXECUTIVO - Submete à elevada consideração do Congresso Nacional o texto do Acordo de Comércio Preferencial entre o Mercosul e a República da Índia e Anexos, celebrado em Nova Delhi, em 25 de janeiro de 2004 e 19 de março de 2005. Aprovado por Unanimidade o Parecer. Parecer do Relator, Dep. Paulo Pimenta (PT-RS), pela aprovação. Em 22/11/06.

MSC-799/2005

PODER EXECUTIVO - Submete à elevada consideração do Congresso Nacional o texto do Acordo para a Criação do "Visto Mercosul", aprovado pela Decisão CMC 16/03, emanada da XXV Reunião do Conselho do Mercado Comum, realizada em Montevidéu, em 16 de dezembro de 2004.

Aprovado por Unanimidade o Parecer. Parecer da Relatora, Dep. Maninha (PSOL-DF), pela aprovação. Em 22/11/06.

MSC-80/2006

PODER EXECUTIVO - Submete à elevada deliberação do Congresso Nacional o texto do Acordo para a Facilitação de Atividades Empresariais no Mercosul aprovado pela Decisão CMC 32/04, emanada da XXVII Reunião de Cúpula do Mercosul, realizada em Belo Horizonte, em 16 de dezembro de 2004.

Aprovado por Unanimidade o Parecer. Parecer do Relator, Dep. Francisco Turra (PP-RS), pela aprovação. Em 22/11/06.

1.2 – Estrutura Institucional do Mercosul

O Protocolo de Ouro Preto criou a estrutura do Mercosul,

que está composta por:

I – Conselho de Mercado Comum (CMC);

II – Grupo Mercado Comum (GMC);

(41)

IV – Comissão Parlamentar Conjunta (CPC), substituída

pelo Parlamento do Mercosul;

V – Foro Consultivo Econômico-Social (FCES);

VI – Secretaria do Mercosul.

Entretanto, apenas os três primeiros são órgãos com

capacidade decisória, de natureza intergovernamental, segundo Garcia Júnior68

.

1.3 – Competência dos Órgãos do Mercosul

1.3.1 – Conselho de Mercado Comum (CMC)

Órgão superior responsável pela política macro do

Mercosul e que tem como baliza primordial o princípio do regionalismo aberto.

Visa garantir a integração, cumprimento dos objetivos estabelecidos pelo Tratado

de Assunção e a busca gradual do amadurecimento do Bloco. Nos termos do

artigo 9º, do Protocolo de Outro Preto, o CMC emite Decisões que passam a ser

obrigatórias para os Estados Partes, após ratificação de cada um deles.

Seguindo a ordem alfabética, há um rodízio de 6 em 6

meses na presidência da CMC pelos países membros. Os demais membros do

conselho são os ministros das Relações Exteriores e da Economia dos respectivos

Estados. Costumam participar das reuniões os presidentes dos Bancos Centrais.

Há, inclusive, previsão legal69

de participação dos presidentes dos respectivos

Estados partícipes.

Dentro do CMC há ainda o Foro de Consulta e

Concertação Política que agrega outros valores para o Mercosul como a

discussão sobre transporte não comercial, questões consulares, registro de

68 GARCIA JÚNIOR, Armando Alvares. Direito Internacional, Questões Atuais, Lex Editora S/A e Aduaneiras,

Referências

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