SELEÇÃO DE PLANTAS MATRIZES EM PROGÊNIES DE MEIOS IRMÃOS DE COFFEA CANEPHORA VAR. ROBUSTA IAC 640, EM MOCOCA, SP.
L.C. Fazuoli; M.T. Braghini; F.R. Fazuoli; E. S. Mantovani, (Bolsistas do CBP&D-Café/IAC, Campinas-SP); J.C. Mistro (Centro de Café Alcides Carvalho/IAC, Campinas, SP); P.B. Gallo (Polo Regional do Nordeste Paulista/APTA, Mococa, SP)
Desde 1970, o IAC desenvolve um programa de melhoramento de Coffea canephora var. Robusta, visando selecionar progênies de meios irmãos e plantas matrizes de populações de cafeeiros desta espécie. O objetivo deste trabalho foi o de selecionar plantas matrizes em progênies de meios irmãos da var. Robusta IAC 640, com alta produção e ótimas características agronômicas e tecnológicas. O experimento inclue seis progênies de meios irmãos de café Robusta IAC 640 e foi estabelecido em 1994 no Polo Regional do Nordeste Paulista em Mococa, SP, usando o delineamento de blocos ao acaso com uma planta por parcela, 16 repetições, no espaçamento de 4,0 x 3,0 m. As plantas parentais das seis progênies de meios irmãos haviam sido selecionadas em vários experimentos estabelecidos anteriormente. Foram analisados a produção média de café cereja, de café beneficiado em kg/planta/ano no período de três anos de colheita, os índices de avaliação visual para vigor e produção e outras características agronômicas e tecnológicas das 20 melhores plantas matrizes.
Resultados e conclusões
Os dados médios de produção de café cereja /ano, de café beneficiado/ano, em kg, no período de três colheitas, o IAV vigor, o IAV produção e outras características agronômicas das 20 melhores plantas matrizes de seis progênies de meios irmãos de café Robusta IAC obtidos em 2014 acham-se na tabela 1. Em 2014, o IAV vigor variou de 7 a 10, o IAV produção de 4 a 10, a maturação dos frutos oscilou de média precoce (MP) a tardia (T), o tamanho dos frutos foi médio a grande e o porte dos cafeeiros foi médio ou alto. Todas as 20 plantas matrizes selecionadas foram altamente resistentes à ferrugem. A produção média de cereja oscilou de 17,08 a 31,00 kg (com média de 23,69) e de beneficiado de 3,42 a 6,20 (com média de 4,74). Este valor é equivalente a 65,9 sacas de café beneficiado/ha/ano).
Tabela 1 - Características agronômicas e produção média de três colheitas em quilogramas de café cereja e de café beneficiado, de 20 plantas matrizes selecionadas da população de progênies de meios irmãos de café Robusta IAC 640 de um experimento de Mococa-SP.
1IAV vigor: 10 = planta vigorosa; 1: planta com pouco vigor,2IAV produção: 10 = planta produtiva; 1: planta pouco produtiva
3Mat: Maturação dos frutos: MP = média a precoce; M = média; MT = média para tardia; T=tardia, 4Tam = Tamanho do fruto: P= pequeno, M=
médio, MG= médio a grande, G=grande; GG = muito grande, 5Fe = Tipo de reação à ferrugem: 0 e 1 = altamente resistentes
6Porte: A=alto; M=médio
Tabela 2 – Dados de tipos de grãos (chato, moca e concha), em porcentagem, massa de 100 sementes do tipo chato, em g e peneira média das 20 melhores plantas matrizes de seis progênies de meios irmãos de C. canephora var. Robusta IAC 640, de um experimento em Mococa, SP.
Cova Item Tipos de grãos Massa 100
sementes (g) Peneira média Chato
%
Moca
%
Concha
181 640 C52 EP 157 89,10 10,90 % 0,00 20,2 17,9
187 640 C52 EP 157 92,20 7,80 0,00 14,5 17,2
189 640 C52 EP 157 91,20 8,80 0,00 21,1 17,9
203 640 C53 EP 157 41,00 58,70 0,30 20,8 18,5
205 640 C53 EP 157 89,20 10,80 0,00 12,5 16,6
Planta Matriz IAV Vigor1
IAV
Prod2 Mat3 Tam4 Fe5 Porte6
Produção média de café cereja/ano
(kg)
Produção média de café beneficiado/ano (kg)
181 7 7 MT G 0 A 22,24 4,45
187 9 8 MT MG 0 A 25,33 5,07
189 8 6 MP G 0 M 17,08 3,42
203 9 8 M M 0 M 20,57 4,11
205 7 7 MP MG 2 A 20,50 4,10
211 8 7 M MG 0 M 19,54 3,91
213 9 7 M M 0 A 22,89 4,58
217 9 6 MT MG 0 A 24,02 4,80
223 9 10 MP MG 0 M 19,03 3,81
224 9 9 MP G 1 M 19,27 3,85
229 8 7 T M 0 A 22,72 4,54
244 9 7 MT G 0 A 17,77 3,55
257 10 9 T M 0 A 27,12 5,42
261 9 8 T G 0 A 27,55 5,51
267 9 4 MT M 0 A 25,60 5,12
276 9 9 MT M 0 M 30,12 6,02
280 9 7 MT G 0 M 27,90 5,58
285 9 8 MT M 0 A 31,00 6,20
286 9 7 T M 0 A 26,68 5,34
287 8 7 T MG 0 A 26,82 5,36
Média 8 7 - - 0 - 23,69 4,74
211 640 C55 EP 157 86,30 13,70 0,00 17,1 16,5
213 640 C55 EP 157 86,30 13,70 0,00 13,1 16,0
217 640 C55 EP 157 68,20 31,80 0,00 16,9 16,4
223 640 C55 EP 157 82,50 17,10 0,50 18,3 16,8
224 640 C55 EP 157 80,80 18,20 0,90 22,9 18,8
229 640 C141 EP 157 81,70 18,30 0,00 20,3 18,3
244 640 C141 EP 157 86,90 12,80 0,40 22,2 17,2
257 640 C247 EP 157 85,80 13,80 0,40 15,2 17,2
261 640 C247 EP 157 89,10 10,60 0,40 19,2 17,8
267 640 C247 EP 157 86,90 9,60 3,50 21,1 18,6
276 640 - C 248 EP 157 80,20 19,80 0,00 14,2 16,4
280 640 - C 248 EP 157 91,40 8,10 0,50 15,2 17,7
285 640 - C 248 EP 157 83,10 16,20 0,60 14,0 16,7
286 640 - C 248 EP 157 81,00 19,00 0,00 15,2 16,5
287 640 - C 248 EP 157 85,90 14,10 0,00 17,1 17,4
Média 84,94 16,69 0,37 17,6 17,3
Os dados de tipos de grãos (chato, moca e concha), em porcentagem, massa de 100 sementes do tipo chato, em g e peneira média das 20 melhores plantas matrizes de seis progênies de meios irmãos de C. canephora var.
Robusta IAC 640, de um experimento em Mococa, SP acham-se na tabela 2. A porcentagem de grãos do tipo chato variou de 41,00 à 92,20, do tipo moca de 7,80 a 58,70 e do tipo concha de 0,00 a 3,50. A massa de 100 sementes do tipo chato oscilou de 13,1 a 22,9 g e a peneira média de 16,4 a 18,8. A porcentagem média de grãos do tipo chato das 20 plantas matrizes selecionadas foi 84,94, do tipo moca 16,69 e do tipo concha 0,37. A massa média de 100 sementes do tipo chato das 20 plantas matrizes selecionadas foi 17,6 g e a peneira média 17,3. Estes dados evidenciam a possibilidade de obter clones de C. canephora cv. Robusta IAC 640 com alta produtividade, elevada peneira média e com altas porcentagens de grãos do tipo chato.
