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Relatório estágio profissional

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Academic year: 2021

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PEDRO FONSECA MORAIS | Nº 2013258

Orientadora: Dr.ª Ana Alexandre Sousa Machado Leitão

Regente: Professor Doutor Rui Maio

11 de Julho 2019

MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA

ESTÁGIO 6º ANO

RELATÓRIO FINAL

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO ... 2 OBJETIVOS ... 2 ESTÁGIOS PARCELARES ... 3 GINECOLOGIA E OBSTETRICIA ... 3 SAÚDE MENTAL ... 3

MEDICINA GERAL E FAMILIAR ... 4

PEDIATRIA ... 5 CIRURGIA ... 5 MEDICINA INTERNA ... 6 ELEMENTOS VALORATIVOS ... 7 REFLEXÃO CRÍTICA ... 7 ANEXOS ... 10

SIGLAS

UC – Unidade Curricular SU – Serviço de Urgência

CHLO – Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental CHLC – Centro Hospitalar de Lisboa Central HSFX – Hospital São Francisco Xavier

ULSBA – Unidade Local de Saúdo do Baixo

Alentejo

IFMSA – International Federation of Medical

Students’ Associations

MGF – Medicina Geral e Familiar GO – Ginecologia e Obstetrícia

MCDTs – Métodos complementares de Diagnóstico e Terapêutica

UCIP – Unidade de Cuidados Intensivos

Pediátricos

EDA – Endoscopia Digestiva Alta AVC – Acidente Vascular Cerebral CO2 – Dióxido de Carbono

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INTRODUÇÃO

Guiei a minha caminhada na formação médica sob várias diretrizes, mas gosto de pensar no meu percurso ao longo destes 6 anos como uma tentativa de assimilar o seguinte aforismo:

“Onde a arte da medicina é amada existe também amor pela humanidade”, Hipócrates

Subentendido nesta máxima deduz-se que a medicina é uma arte, e não é pura e unicamente com conhecimento que se exerce tão nobre profissão. No meu percurso pude aprender conhecimentos essenciais para a prática da medicina e sem os quais não seria possível exercê-la, mas consegui, em primeiro lugar, dominar algo que vai para além das palavras e dos livros: a capacidade de percecionar o ser humano como um todo, integrando para além da sua dimensão física e social, a sua componente espiritual e familiar. Apesar da minha pouca experiência, aprendi em que consiste a prática da medicina, não só teoricamente mas também toda a sua componente humana.

Neste relatório apresento o modo como tentei melhorar enquanto pessoa e profissional de saúde, e, sumariamente, os objetivos que me propus a realizar este ano, as atividades que desenvolvi em cada estágio, os projetos em que me envolvi fora do ambiente académico neste e anteriores anos, e uma reflexão crítica final em jeito de conclusão.

Termino o relatório apresentando diversos anexos, incluindo certificados comprovativos de todas as atividades que frequentei e descrevo neste relatório, desde congressos e palestras a situações extracurriculares e atividades internacionais.

OBJETIVOS

Estabeleci, antes de iniciar qualquer um dos estágios, uma lista de objetivos que procurei ver cumpridos no final dos mesmos. Defini então, para as diferentes valências do estágio profissionalizante (Medicina Interna, Cirurgia, Pediatria, Medicina Geral e Familiar, Ginecologia e Obstetrícia, Saúde Mental), metas diferentes, existindo no entanto concordância entre alguns aspetos: 1) cimentar conhecimentos previamente adquiridos, aplicando-os na prática clínica; 2) com base nesses conhecimentos, aplicar uma marcha diagnóstica e propor estratégias terapêuticas que correspondessem a uma boa prática clínica baseada na evidência; 3) adquirir ou fortalecer “soft skills” essenciais à prática da medicina, como por exemplo capacidades comunicativas (transmissão de informação médica, comunicação com familiares e outros profissionais de saúde), sentido de responsabilidade e estabelecer relações empáticas médico-doente. Direcionei toda a minha vivência dos estágios do 6º ano para a concretização destes objetivos a que me propus de modo a adquirir competências essências à minha prática médica futura.

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ESTÁGIOS PARCELARES

GINECOLOGIA E OBSTETRICIA (10 de Setembro a 4 de Outubro de 2018)

Coordenadora: Prof.ª Doutora Teresinha Simões

O estágio de GO decorreu no Hospital CUF Descobertas, sob a tutela da Dra. Eugénia Chaveiro. Os objetivos que estabeleci para este primeiro estágio do 6º ano, para além dos propostos pela UC, e que penso ter cumprido, assentaram principalmente em praticar técnicas de exame ginecológico e obstétrico, vivenciar as múltiplas vertentes desta especialidade, e reconhecer patologia com necessidade de referenciação precoce. O sistema que nos foi sugerido corresponde a uma rotatividade entre as diferentes valências prestadas pela GO, que em comparação com o sistema proporcionado pela cadeira de 4º ano, permitiu uma visão mais global da especialidade em todas as suas vertentes. O estágio incluiu idas ao Serviço de Urgência semanais, correspondentes a períodos de 12h (onde observei 31 doentes), bloco operatório de ginecologia (englobando observação de 5 cirurgias uro-ginecológicas e 2 cirurgias de senologia), bloco de partos onde observei 23 partos, maioritariamente por cesarina, ajudando como 1º e 2º ajudante em múltiplos procedimentos, Ecografia (incluindo ecografias de 1º trimestre, morfológicas de 2º trimestre, 3º trimestre e ginecológicas), Unidade de exames especiais (incluindo 6 histeroscopias, 8 colposcopias, 4 conizações com laser de CO2 e 2

técnicas de laser microablativo fracionado – Mona Lisa Touch® - Utilizado em contexto de líquen escleroso atrófico e alterações vaginais após toma prolongada de tamoxifeno) , 77 Consultas (incluindo 8 consultas de senologia, 36 de obstetrícia e alto risco obstétrico, 25 de ginecologia e 8 de patologia tromboembólica) onde pude observar a diversidade da patologia da mulher e da grávida, do mais comum ao mais raro, sendo portanto uma grande mais valia formativa. Por fim, apresentei o artigo de revisão: “The effect of maternal age on fetal and neonatal mortality”.

SAÚDE MENTAL(8 de Outubro a 31 de Outubro de 2018)

Coordenador: Prof. Doutor Miguel Talina

As 4 semanas de estágio de Saúde Mental no Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental decorreram sob a principal orientação da Dra. Ana Sofia Sequeira. Alguns dos objetivos que estabeleci vão ao encontro dos descritos pela UC: desenvolver e melhorar técnicas de entrevista clínica ao doente psiquiátrico agudo e crónico, capacidade de diferenciar os principais síndromes psiquiátricos, e capacidade de propor uma terapêutica adequada. Para dar início à porção prática do estágio, foram apresentados dois seminários iniciais em torno de casos clínicos e do estigma associado à doença mental. Grande parte do estágio tomou forma no internamento do Hospital Egas Moniz, onde tive a oportunidade de observar 8 doentes com patologia de novo ou patologia crónica agudizada, e de treinar técnicas de entrevista a uma população específica, cujo contacto durante o curso é limitado. Pude também observar 16 momentos de consulta

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(incluindo 3 consultas de sintomas funcionais, projeto unicamente criado e desenvolvido pela minha tutora no CHLO), conseguindo observar doentes com patologia crónica estável. Este doentes contrastam com a patologia aguda que pude observar semanalmente no SU do Hospital São Francisco Xavier, tendo tido oportunidade de observar 10 doentes, incluindo internamentos compulsivos de alguns destes. Procedi à colheita e escrita de uma história clínica sobre Esquizofrenia que me ajudou a valorizar a relação médico-doente. Consegui portanto vivenciar múltiplas vertentes da especialidade e corresponder aos meus objetivos, que me deu uma perspetiva mais alargada do que é o doente psiquiátrico, e que completou o estágio de 5º ano (este com uma componente teórica mais preponderante).

MEDICINA GERAL E FAMILIAR (5 de Novembro a 30 de Novembro de 2018)

Coordenador: Prof.ª Doutora Isabel Santos

O estágio decorreu no Centro de Saúde de Serpa (ULSBA), acompanhando o quotidiano da minha tutora, Dra. Maria Conceição Serpa. Os objetivos que me guiaram durante estas 4 semanas em Serpa foram: 1) adquirir autonomia de modo a gerir o seguimento de uma consulta de MGF, incluindo praticar escuta ativa das queixas do doente, observa-lo com um exame objetivo direcionado às queixas, propor um diagnóstico mais provável e sugerir, de acordo com esse diagnóstico, exames complementares diagnósticos e terapêutica adequada; 2) observação num contexto não doente de um ponto de vista maioritariamente não farmacológico e de prevenção de doença; 3) adquirir capacidade de operar os sistemas informáticos de uma forma rápida e eficiente, como o SClinico (realizando registos completos, baixas, atestados, e utilizando os planos de saúde do programa), o PEM (realizando renovação de receitas e novas prescrições) e utilização de outras plataformas (onde é possível observar relatórios de MCDTs, relatórios de consultas e de idas ao Serviço de Urgência). A grande maioria do meu estágio consistiu em momentos de consulta (consultas médicas, no domicílio e de enfermagem) sendo que estes incluíram Consulta Aberta/Urgência, Adultos, Diabetes, Hipertensão, Saúde infantil e Juvenil, Saúde materna e Planeamento Familiar. Neste estágio observei diariamente pelo menos 8 doentes autonomamente, sempre apoiado caso fosse necessário pela minha tutora. Neste contexto aprendi não só a expor sucintamente o caso de cada doente como também a hierarquizar os problemas, ganhando capacidade de gestão de tempo de consulta. Consegui também adquirir prática na transmissão de informação aos doentes (adequando o discurso) e na observação dos mesmos de um ponto de vista holístico, integrando todos os contextos relevantes. Por fim tive ainda oportunidade de apresentar um Journal Club, baseado no artigo “Função Tiroideia e Suplementação de Iodo na Gravidez”, e apresentei duas palestras, intituladas “Os malefícios do tabaco”, de aproximadamente 1h, com população alvo alunos do 5º e 6º anos de escolaridade, com principal objetivo de sensibilizar para os malefícios do tabaco, de um modo interativo e interessante para os alunos, no âmbito do dia Nacional do Não Fumador (17 de Novembro).

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PEDIATRIA (3 de Dezembro de 2018 a 11 de Janeiro de 2019)

Coordenador: Prof. Doutor Luís Varandas

Neste estágio parcelar, realizado na Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos do Hospital Dona Estefânia (CHLC), tive a oportunidade de acompanhar o Dr. Anaxore Casimiro. Tendo em conta o contexto especifico do local onde fiz estágio, estabeleci alguns objetivos específicos para além dos gerais da pediatria que seriam impossíveis de concretizar fora da UCIP: 1) Desenvolver capacidades de colheita de história clínica no contexto pediátrico urgente, através do doente e dos familiares que o acompanham; 2) realizar uma observação clínica direcionada a esta população, reconhecendo os principais síndromes pediátricos; 3) fortalecer conhecimentos diretamente relacionados com a observação do doente pediátrico em contexto crítico, incluindo fazer uma observação sistematizada do doente, reconhecer sinais de alarme e reconhecer a necessidade de recorrer a métodos terapêuticos específicos deste contexto (ventilação invasiva e técnicas dialíticas). A maior parte do meu estágio foi então dedicado à UCIP, onde consegui seguir proximamente 23 doentes ao longo do seu percurso na unidade. Devido às limitações inerentes à subespecialidade, senti necessidade de complementar a minha vivência hospitalar pediátrica com idas a consultas (incluindo neste contexto as consultas de Imunoalergologia) e frequentando o SU, de modo a que estabelecesse algum contacto com a patologia mais comum desta população. No âmbito da UCIP, e devido a alguns casos recentes desta patologia, surgiu a necessidade de apresentar no seminário final de Pediatria um trabalho sobre AVC hemorrágico na população pediátrica, uma entidade difícil de reconhecer e cuja intervenção rápida com reconhecimento precoce são essenciais. Gostaria de tocar num assunto mais sensível que sobressaiu neste estágio, relacionado com a morte pediátrica. Nunca antes tinha tido este contacto tão próximo e marcou-me pelo impacto que tem, quer na família, quer na equipa de profissionais de saúde que acompanham a criança/adolescente, e foi uma experiência que não vou esquecer e que não teria acesso em qualquer outro estágio de modo tão próximo.

CIRURGIA (21 de Janeiro a 15 de Março de 2019)

Coordenador: Professor Doutor Rui Maio

O estágio decorreu no Hospital da Luz, sob orientação principal do Dr. César Resende. Anteriormente realizei estágio de cirurgia, no 3º ano, no Hospital São Francisco Xavier, na Unidade de Senologia. Tendo especial interesse nesta área da medicina, estabeleci, para além dos objetivos propostos, objetivos pessoais ambiciosos: 1) participar no maior número possível de cirurgias de modo a ganhar conhecimento prático, quer de cirurgia laparoscópica e robótica, quer de cirurgia aberta, observando a técnica cirúrgica de perto; 2) seguir pelo menos um doente em todo o seu processo intra-hospitalar, do momento do diagnóstico ao momento cirúrgico, e caso seja possível, avaliar o pós-operatório imediato e a curto prazo; 3) Assimilar a técnica assética de tal modo que se torne instintiva e natural, desde o procedimento mais básico, como a

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lavagem das mãos, até à desinfeção do campo cirúrgico. O estágio foi dividido em 3 porções principais, correspondendo a primeira semana a uma componente teórico-prática (que inclui o curso TEAM – Trauma Evaluation and Management – Anexo 14), e depois, intercalado no estágio prático, um estágio de duas semanas opcional, que no meu caso correspondeu a um estágio de Gastrenterologia, onde tive oportunidade de observar múltiplos procedimentos (Colonoscopias, EDAs e manometrias). Durante as semanas correspondentes ao estágio de cirurgia geral observei 47 cirurgias, das quais 13 pude ser 1º ou 2º ajudante, e 34 consultas, incluindo patologia típica desta área como hérnias e litíase biliar, mas também muitas consultas relacionadas com indicação cirúrgica da endometriose. Reconheço uma falha formativa neste estágio, no sentido em que o nosso acesso aos cuidados na enfermaria e acesso a um SU de cirurgia foram limitados pelo hospital onde decorreu o estágio, sendo portanto difícil acompanhar o doente no momento pós cirúrgico. No final, foram apresentados, no minicongresso, diversos casos clínicos. O caso clínico que apresentei consistiu numa duplicação da vesicula biliar, intitulado “Double Trouble: Dupplex Gallblader”, encontrando-se o caso clínico neste momento em fase de avaliação para publicação (Anexo 4).

MEDICINA INTERNA(18 de Março a 17 de Maio 2019)

Coordenador: Prof. Doutor Fernando Nolasco

O estágio desenrolou-se no serviço de Medicina IV do Hospital São Francisco Xavier do CHLO, mais especificamente na Unidade de Cuidados Intermédios, coordenada pelo Dr. Hugo Moreira, o meu tutor. Acompanhei a vivência quotidiana de todos os elementos da equipa, e como tal, vivenciei as várias valências da especialidade, sendo a maioria do tempo dedicado à enfermaria, consulta externa e serviço de urgência (SU). Na Enfermaria foi-me atribuída responsabilidade de observação, realização de registos clínicos e procedimentos médicos de 1 a 2 doentes por dia, tendo acompanhado no total 29 doentes. Tive também permissão para assistir às múltiplas consultas prestadas pelo Serviço de Medicina IV, incluindo consulta de Diabetes, Patologia Médica da Grávida, Doenças Autoimunes, AVC e Geriatria. Neste mesmo estágio, foi proposta a realização de apresentações por parte dos alunos do 6º ano, tendo como tema unificador “Abordagem do doente com…”, tendo apresentado neste contexto um caso clínico sobre esplenomegália, reportando um caso de doença de Gaucher com esplenomegália maciça. A autonomia que me foi dada levou a um desenvolvimento de múltiplas vertentes que serão uteis para um futuro médico e que vão de encontro aos objetivos que estabeleci para o estágio, como por exemplo, capacidade de estabelecer um caminho diagnóstico e propor uma terapêutica adequada, aplicar e cimentar técnicas de entrevista clinica e técnicas semiológicas, praticar procedimentos médicos como colheita de sangue arterial e realização de eletrocardiogramas, ganhar capacidades comunicativas para com colegas de outras especialidades, mas também com doentes, familiares, e todos os outros profissionais de saúde envolvidos no processo de tratamento. Ponderando tudo o que aprendi e tudo o que ganhei com este estágio, torna-se óbvia a

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importância que este adquire no ano final da formação médica. Este aspeto da autonomia contrasta com a experiência que tive no 3º ano, no CHLC, e em Génova, Itália, no meu 4º ano (Programa Erasmus – Anexo 2), onde tive oportunidade de estar também incluído numa equipa de medicina interna e numa equipa de medicina de emergência, mas sempre numa vertente de aprendiz e nunca de um modo ativo, o que realça ainda mais a qualidade do estágio em Portugal e a importância da autonomia na nossa formação.

ELEMENTOS VALORATIVOS

Considero-me mais do que apenas um cidadão português. Defino-me como um cidadão europeu, e portanto quis desde cedo procurar momentos de formação no estrangeiro, não só conhecendo diferentes contextos de formação médica mas também diferentes sistemas de saúde e diferentes culturas. Realizei dois momentos de estudos internacionais: 1) Programa Erasmus – Génova, Itália, correspondendo a um período de 6 meses (Anexo 2); 2) Programa de Intercâmbio IFMSA – Skopje, Macedónia do Norte, 1 mês em estágio de Cirurgia Pediátrica (Anexo 3). De modo a complementar a minha formação médica, quer nas minhas áreas de mais interesse, quer em áreas que tenho menos domínio, frequentei múltiplos congressos e palestras (Anexo 5 a 18). Elaborei e submeti um artigo de Caso Clínico, em conjunto com 3 colegas, intitulado “Um caso Português de Duplicação da Vesícula Biliar”, que está em fase de avaliação pelo gabinete de publicação médica do Hospital da Luz e pela Revista Portuguesa de Cirurgia Geral (Anexo 4). Fora do contexto académico e de formação médica, tive a oportunidade da fazer parte do programa de estudantes colaboradores na Biblioteca da NOVA Medical School durante 4 anos, que me permitiu crescer em múltiplas vertentes, e me deu capacidades comunicativas com valor incalculável. (Anexo 1)

REFLEXÃO CRÍTICA

Procederei então à análise crítica quer da minha prestação quer de aspetos positivos e negativos que detetei em cada estágio. Ponderarei os objetivos a que me propus, vantagens/desvantagens de cada estágio e principalmente 3 componentes de aprendizagem: conhecimentos, atitudes profissionais, capacidades de comunicação.

Relativamente ao estágio de Ginecologia e Obstetrícia no Hospital CUF Descobertas, e olhando para os objetivos a que me propus, penso tê-los cumprido na sua maioria, apesar de alguns não terem sido cumpridos, não por falta de vontade própria, mas pelas circunstâncias do hospital em que me encontrava a estagiar. A principal falha que senti neste estágio foi ao nível da observação ginecológica, não tendo tido oportunidade de fazer uma única avaliação ginecológica, quer acompanhado quer autonomamente.

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Considero este facto uma falha grave na minha formação tendo em conta que o estágio tem de ser profissionalizante, e considero portanto esta situação insustentável na formação médica. Nas outras vertentes da especialidade, principalmente cirúrgica, este estágio foi uma mais valia. A mulher grávida é, sem qualquer dúvida, considerada um desafio diagnóstico e terapêutico em inúmeras especialidades, e lidar com estas mulheres neste estágio (associando posteriormente as consultas de patologia médica da grávida no estágio de MI) deu-me a capacidade de estimar vários riscos, propor terapêutica adequada ao seu contexto e diferenciar patologia de alterações normais da gravidez.

No que toca ao estágio de Psiquiatria no CHLO, penso ter cumpridos os objetivos e ter conseguido utilizar o curto tempo de estágio para adquirir capacidades de entrevista clínica que serão essenciais na minha vida como profissional de saúde. Foi um estágio bastante completo, não tendo grandes falhas a apontar. Quero reforçar a importância que este estágio em específico adquire, não só por nos confrontar com patologia e doentes que são transversais a múltiplas especialidades, mas também por nos proporcionar contacto com pessoas que, por vezes, e pelo estigma associado à doença mental, acabam por receber um tratamento desigual.

No que concerne o estágio de Medicina Geral e Familiar no Centro de Saúde de Serpa, e perspetivando os objetivos a que me propus, penso ter cumprido fielmente, tendo adquirido competências médicas que serão certamente úteis na minha prática futura. Relembrando o estágio do 5º ano, penso que nos forneceu bases essenciais à prática da medicina e da MGF, levando a que o estágio do 6º ano tenha garantidamente uma componente profissionalizante. Acabou por ser dos estágios mais relevantes de todo o 6º ano, no sentido em que nos faz adquirir competências que nenhum dos outros nos dá, incluindo um grande ganho de autonomia, capacidade de racionalizar o pedido de MCDTs e a observação do doente em todas as suas vertentes, incluindo o individuo sem qualquer tipo de patologia. O único ponto menos positivo que gostaria de mencionar foi o facto de na maioria das semanas ter acabado por fazer 10 horas diárias de estágio, que apesar de aumentarem o conhecimento adquirido, tornam o mês de MGF incompatível com momentos de estudo. Gostaria ainda de realçar a excelente relação que estabeleci com a minha tutora ao longo das 4 semanas, o que proporcionou um ambiente amigável que não recriminava o erro, sendo este ótimo para a aquisição de conhecimentos e comportamentos.

Relativamente ao estágio de Pediatria no Hospital Dona Estefânia, cumpri os objetivos propostos. Em comparação com o estágio do 5º ano, em que tive contacto com uma enfermaria de Pediatria Médica do mesmo hospital, e com o estágio de pediatria que fiz em Génova (Anexo 2), o impacto que teve o estágio de 6º ano na UCIP na minha formação foi mil vezes maior, não só pela qualidade do serviço mas também pelo contexto. Devo confessar que uma das especialidade pela qual tenho um grande apreço é a cirurgia pediátrica, tendo realizado um estágio de verão na Macedónia (Anexo 3) nessa mesma área, mas a verdade é que nunca me tinha deparado tão de perto com a morte pediátrica, o que, por estranho que pareça,

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motivou ainda mais a minha vontade de aprender e fazer com que situações entristecedoras sejam reduzidas ao máximo, dentro das possibilidades da medicina.

No estágio de Cirurgia no Hospital da Luz Lisboa, penso ter cumprido os meus objetivos apesar de não ser fácil, por vezes, contornar as políticas de um hospital privado. Considero que há uma falha grande na nossa formação por não termos acesso a momentos no SU (limitando aceso a patologia aguda e a momentos de pequena cirurgia), e por termos um muito difícil acesso ao internamento dos doentes no pré e pós-operatório, uma vez que este é gerido diariamente, no Hospital da Luz, pela Medicina Interna. Outro aspeto que na minha opinião poderia ser melhorado está relacionado com a opcional integrada neste estágio, que no meu caso foram 2 semanas de gastroenterologia. Apesar de serem relativamente interessantes, penso não se integrarem no contexto da cirurgia, cortando 2 semanas da prática da mesma, limitando a nossa aprendizagem e o estabelecimento de uma relação com o nosso tutor mais precocemente. Apesar disso foi-me proporcionada uma grande componente de prática cirúrgica que valorizo muitíssimo e que considero muito importante e gratificante, principalmente para quem pondera seguir uma especialidade cirúrgica. Referente ao estágio de Medicina Interna no HSFX, considero ter correspondido ao que se espera por parte de um aluno do 6º ano, tendo cumprido os objetivos propostos. A Medicina Interna, em conjunto com a MGF, considero serem os estágio que mais capacidade formativa têm no 6º ano, sendo ambas pedras basilares na nossa formação, no sentido em que são os estágio que mais fomentam a autonomia, sentido de responsabilidade enquanto médico, capacidades comunicativas com o doente e seu meio, e que mais despertam o interesse em adquirir conhecimentos para melhor tratar “os nossos doentes”.

Gostaria de fazer um rápido apontamento em relação à UC de Preparação para a Prática Clínica, com regência do Professor Roberto Palma dos Reis. Penso que esta cadeira foi bastante importante na minha formação final, unificando as especialidades por sintomas, criando um raciocínio direcionado que nos ajuda não só para o exame de seriação mas também na prática médica futura.

Em jeito de conclusão, penso ter cumprido os objetivos propostos na sua generalidade, tendo feito os esforços necessários para os suplantar, cumprindo os meus objetivos pessoais. Para além do 6º ano, penso ter cumpridos algumas metas pessoais ao longo de todos estes anos, como desenvolver melhores capacidades comunicativas, tornar-me um cidadão verdadeiramente europeu e adquirir algumas competências relativamente a publicação científica.

Termino o 6º ano, e ao acabar o Mestrado Integrado em Medicina sei que durante esta fase importante da minha vida adquiri inúmeros conhecimentos, cresci enquanto pessoa e futuro médico, e iniciarei a minha prática clínica sem receio dos desafios da medicina, com entusiamo ao pensar no que aprenderei e ganharei daqui em diante. Resta-me agradecer à Faculdade de Ciência Médicas, aos meus professores, tutores e colegas, e um agradecimento não menos importante à minha mãe, aos meus irmãos, e aos meus amigos mais próximos que fizeram com que estes 6 anos valessem a pena.

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ANEXOS

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Anexo 2 – Certificado de certificação académica do Programa Erasmus – Università degli studi di Genova, Itália

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Anexo 4 – Resumo e primeira página de artigo submetido para revisão “Um caso Português de Duplicação da Vesícula Biliar”

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Anexo 7 – Certificado de participação no congresso “Les compagnos Hepato-biliaires” direcionado a casos clínicos e novidades no âmbito da cirurgia hepatobiliopancreática

Anexo 8 – Certificado de participação no congresso “VIH e doença e órgão – O desafio a longo prazo: Patologia Renal”

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Anexo 9 – Certificado de participação na palestra “From Bench to Breast side”, direcionada à investigação e novas abordagens no cancro da mama

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Anexo 13 - Certificado de participação na palestra “Avaliação inicial da patologia da coluna vertebral e critérios de referenciação”

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Anexo 14 - Certificado de participação no curos TEAM (Trauma Evaluation and Management)

Anexo 15 – Certificado de participação no congresso “1º Simpósio Ibérico de Doença Celíaca: protoloco para o diagnóstico precoce”

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Anexo 16- Certificado de participação no congresso “Jornadas de Formação da UCF – Vertente Saúde da Criança e do Adolescente “Desafios””

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Referências

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