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Relatório Final de Estágio Profissional

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Academic year: 2021

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Relatório de Estágio Profissional

Caminhando através da Reflexão

Relatório de Estágio Profissional apresentado à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, com vista à obtenção do 2º ciclo de Estudos conducente ao grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário ao abrigo do Decreto-lei nº 74/2006 de 24 de Março e do Decreto-lei nº 43/2007 de 22 de Fevereiro.

Orientador: Professor José Virgílio Santos Silva

Rui Jorge da Silva Vaz Mendes Porto, setembro de 2012

(2)

Ficha de Catalogação

Mendes, R. (2012). Caminhando através da Reflexão. Porto: R. Mendes. Relatório de Estágio Profissionalizante para a obtenção do grau de Mestre em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, apresentada à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

PALAVRAS-CHAVE: EDUCAÇÃO FÍSICA; ESTÁGIO PROFISSIONAL;

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III

Agradecimentos

Agradeço a todos aqueles que acreditaram e me incentivaram neste longo percurso, porque sem vocês tudo seria mais difícil.

Aos meus pais, pelos conhecimentos que me transmitiram, por toda a força e pela oportunidade que me deram para me poder formar nesta área;

À minha irmã, por toda a preocupação e carinho com que sempre me apoiou;

À Cristiana, pelo apoio, suporte e compreensão;

Aos meus avós, pelos bons conselhos que me nortearam nesta grande aventura;

Aos meus padrinhos, por todo o apoio incondicional e pela esperança que depositaram em mim;

A todos os meus amigos, pelos momentos de descontração e porque sem vocês tudo teria sido menos risonho;

Aos meus colegas de estágio, Rui Pinto e Sylvia Martins, pela partilha de conhecimentos e bons momentos passados;

À Professora Cooperante, Dárida Castro, pela orientação que me forneceu, pelos conhecimentos que me transmitiu e fundamentalmente, pela dedicação com que todos os dias nos motivou e nos deu força para avançarmos cada vez mais;

Ao Professor Orientador, pela mestria com que dirigiu este percurso e pelos feedbacks cruciais para o nosso crescimento enquanto professores;

Aos alunos da turma 10º A, pela cooperação, empenho, afeto e por todos os desafios que me colocaram. Serão sempre os primeiros… jamais vos esquecerei.

Por fim, um sincero e profundo OBRIGADO a todos os que contribuem para a minha felicidade. Espero ter correspondido às expectativas!

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(5)

ÍNDICE GERAL

Agradecimentos ... III

ÍNDICE DE FIGURAS ... IV

ÍNDICE DE TABELAS ... V

ÍNDICE DE GRÁFICOS... VI

ÍNDICE DE ANEXOS ... VII

Resumo ... VIII

Abstract ... IX

Lista de Abreviaturas ... X

1

Introdução ... 3

1.1 O Estágio Profissional e os respetivos objetivos ... 4

1.2 Finalidade e processo de realização do relatório de estágio ... 5

1.3 A importância do relatório de estágio – o ato de refletir e de informar…………. ... 6

2

Dimensão pessoal ... 11

2.1 Um percurso de vida e o sentido de concretização pessoal ... 11

2.2 Expectativas iniciais em relação ao estágio profissional em confronto com a realidade ... 15

3

Enquadramento da prática profissional ... 21

3.1 Ser Professor ... 21

3.2 Caracterização do contexto do estágio profissional ... 22

3.2.1 Referências do contexto legal, institucional e funcional ... 23

3.2.2 Agrupamento de escolas do cerco ... 24

3.2.3 Características do meio envolvente ... 25

(6)

3.2.5 Caraterização da turma (10ºA) ... 26

4

Realização da prática profissional ... 29

4.1 ÁREA 1 – Organização e gestão do processo de ensino/aprendizagem ... 29

4.1.1 Conceção ... 29

4.1.1.1 Adaptação do programa de educação física ao contexto cultural e social da escola e dos alunos, programa educativo e plano anual de atividades ... 30

4.1.2 Planeamento ... 32

4.1.2.1 Formulação de regras internas de funcionamento ... 32

4.1.2.2 Planificação do ensino nos três níveis: plano anual (longo prazo), unidades temáticas (médio prazo) e planos de aula (curto prazo)……… ... 34

4.1.2.3 Modelos de estrutura de conhecimento ... 37

4.1.2.4 Modelos de Ensino ... 37

4.1.3 Realização ... 40

4.1.3.1 A importância da liderança ... 40

4.1.3.2 Um ensino sustentado nos problemas emergentes ... 41

4.1.3.3 O conhecimento do conteúdo e o feedback pedagógico……… ... 42

4.1.3.4 A comunicação como fator decisivo na eficácia pedagógica……… ... 43

4.1.3.5 A necessidade constante de refletir ... 45

4.1.3.6 Cultura Desportiva e prática de atividade física ... 46

4.1.4 Avaliação ... 47

4.1.4.1 Avaliação sistemática como parte determinante do processo de ensino/aprendizagem ... 48

(7)

4.2 Área 2 e 3 – Participação na escola e relação com a

comunidade. ... 50

4.2.1 Torneio de Futsal (FutCerco) ... 51

4.2.2 Desporto Escolar ... 52 4.2.3 Direção de Turma ... 53 4.2.4 Processo de Tutoria ... 54 4.2.5 Corta-Mato ... 56 4.2.6 Compal Air ... 57 4.2.7 Duplas Românticas ... 58

4.2.8 Festa do Desporto Escolar 2012 ... 58

4.2.9 Visita de Estudo à Serra da Estrela ... 59

4.2.10 Reuniões de Grupo Disciplinar, Departamento e Conselhos de Turma……… ... 60

4.3 Área 4 - Desenvolvimento Profissional ... 61

4.3.1 Projeto de Formação Individual ... 61

4.3.2 Portefólio Digital ... 62

4.4 Estudo comparativo do comportamento do Professor de Educação Física nos diferentes ciclos de ensino ... 63

4.4.1 Introdução ... 63

4.4.2 Revisão da Literatura ... 64

4.4.2.1 Definição de conceitos ... 64

4.4.2.2 Comportamento dos Professores nas aulas de Educação Física……….. ... 67

4.4.2.3 Estratégias de intervenção do Professor perante comportamentos desviantes/indisciplina ... 67

4.4.3 Quadro Metodológico ... 69

4.4.3.1 Participantes ... 69

(8)

4.4.3.3 Procedimentos aplicados ... 74

4.4.3.4 Procedimentos estatísticos ... 75

4.4.3.5 Análise e Interpretação dos dados... 80

4.4.4 Discussão dos resultados ... 93

4.4.5 Considerações Finais ... 97

5

Conclusão e Perspetivas Futuras ... 101

Bibliografia ... 107

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IV

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Organização do Corta Mato por escalões ... 56

Figura 2 - Compal Air Basquetebol (3x3) ... 57

Figura 3 - Festa do Desporto Escolar ... 58

Figura 4 - Visita à Serra da Estrela ... 60

Figura 5 - Portefólio Digital ... 62

Figura 6 - Rotação dos Espaços (G1)... 70

Figura 7 - Rotação dos Espaços (G2)... 70

Figura 8 - Instrumento para recolha de dados relativamente aos Comportamentos do Professor ... 71

Figura 9 - Categorias de observação do comportamento do Professor . 72 Figura 10 - Instrumento para interpretação de dados relativamente aos Comportamentos do Professor ... 72

Figura 11 - Instrumento para identificação de estratégias utilizadas pelo Professor para controlar comportamentos desviantes ... 73

(10)
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V

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Funções da avaliação ... 48 Tabela 2 - Exemplo de cálculo da média aritmética para cada categoria observada ... 75 Tabela 3 - Cálculos da média aritmética para cada categoria de observação relativamente ao 5º ano de escolaridade ... 76 Tabela 4 - Cálculos da média aritmética para cada categoria de observação relativamente ao 7º ano de escolaridade ... 77 Tabela 5 - Cálculos da média aritmética para cada categoria de observação relativamente ao 9º ano de escolaridade ... 78 Tabela 6 - Cálculos da média aritmética para cada categoria de observação relativamente ao 12º ano de escolaridade ... 79 Tabela 7 - Identificação de estilos de liderança do Professor e as respetivas estratégias de intervenção para o 5º ano de escolaridade ... 89 Tabela 8 - Identificação de estilos de liderança do Professor e as respetivas estratégias de intervenção para o 7º ano de escolaridade ... 90 Tabela 9 - Identificação de estilos de liderança do Professor e as respetivas estratégias de intervenção para o 9º ano de escolaridade ... 91 Tabela 10 - Identificação de estilos de liderança do Professor e as respetivas estratégias de intervenção para o 12º ano de escolaridade . 92 Tabela 11 - Dados relativos ao comportamento dos professores relativamente à categoria "observação ... 96

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VI

ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Variação do tempo atribuído à categoria de instrução nos vários anos de escolaridade ... 80 Gráfico 2 - Variação do tempo atribuído à categoria de feedback nos vários anos de escolaridade ... 81 Gráfico 3 - Variação do tempo atribuído à categoria de organização nos vários anos de escolaridade ... 83 Gráfico 4 - Variação do tempo atribuído à categoria de afetividade positiva nos vários anos de escolaridade ... 84 Gráfico 5 - Variação do tempo atribuído à categoria de afetividade negativa nos vários anos de escolaridade ... 85 Gráfico 6 - Variação do tempo atribuído à categoria das intervenções verbais dos alunos nos vários anos de escolaridade ... 86 Gráfico 7 - Variação do tempo atribuído à categoria de observação nos vários anos de escolaridade ... 87 Gráfico 8 - Variação do tempo atribuído a outros comportamentos nos vários anos de escolaridade ... 88

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VII

ÍNDICE DE ANEXOS

Anexo 1 - Planificação Anual ... 112

Anexo 2 - Unidade Didática de Voleibol... 113

Anexo 3 - Plano de aula (frente) ... 114

Anexo 4 - Plano de aula (verso) ... 115

Anexo 5 - Regras e Normas de Funcionamento da Aula ... 116

Anexo 6 - Organização Torneio Intra-Turma de Basquetebol ... 117

Anexo 7- Ficha de Jogo (Torneio de Basquetebol) ... 120

Anexo 8 - Diploma de Participação ... 121

Anexo 9 - Ficha de Observação do Comportamento do Professor ... 122

Anexo 10 - Categorias Observadas do Comportamento do Professor 123 Anexo 11 - Instrumento para interpretação de dados relativamente aos Comportamentos do Professor ... 123

Anexo 12 – Instrumento aplicado para identificar estratégias utlizadas pelo Professor para controlar comportamentos desviantes ... 124

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VIII

Resumo

O presente documento tem como objetivo refletir de forma crítica e sustentada a minha intervenção no Estágio Profissional, no âmbito da conclusão do 2º ciclo de Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, realizado na Escola Básica e Secundária do Cerco.

O Estágio Profissional decorreu durante todo o ano letivo, permitindo uma intervenção pedagógica num contexto real de ensino, assumindo-se como uma oportunidade única para aplicar todos os conhecimentos adquiridos ao longo da minha formação. Este documento, de carácter singular e pessoal, procura essencialmente refletir e justificar de forma fundamentada os mais variadas situações e emoções que o Estágio Profissional me proporcionou.

Assim, com o objetivo de partilhar a minha ação, este relatório começa por uma introdução ao Estágio Profissional, definindo as finalidades deste processo e clarificando a importância da reflexão neste documento. De seguida, realizo um enquadramento biográfico e refiro as minhas expectativas para o Estágio Profissional. Posteriormente, efetuo um enquadramento da Prática Profissional, caracterizando todo o contexto que envolveu a maior experiência profissional da minha vida. De seguida, sucede-se a Realização da Prática Profissional, englobando as quatro grandes áreas de desempenho: Organização e Gestão do Ensino e Aprendizagem; Participação na Escola e Relações com a Comunidade; Desenvolvimento Profissional.

No desenvolvimento profissional realizei um estudo de Investigação-Ação, comparando o comportamento do Professor de Educação Física nos diferentes ciclos de ensino.

Por fim, são apresentadas as conclusões de todo o processo do Estágio Profissional, referindo de que forma este contribui para a minha formação, enquanto professor crítico e reflexivo.

PALAVRAS-CHAVE: EDUCAÇÃO FÍSICA; ESTÁGIO PROFISSIONAL;

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IX

Abstract

The present document is intended to critically and sustainably reflect our whole involvement within the Professional Internship, as the conclusion of the 2nd cycle of Physical Education Teaching in Basic and Secondary Education, of the Sports College in the University of Porto, held at the Cerco Basic and Secondary School.

The Professional Internship takes place throughout the school year, allowing an educational intervention in an actual context of teaching, becoming an opportunity to apply the full knowledge acquired during my training. This document, of an individual and personal character, essentially seeks to reflect and justify, in a substantiated manner, the various situations and emotions that the Professional Internship has provided me.

Thus, in order to share my deed, this report begins with an introduction to the Professional Internship, defining the purposes of this process and clarifying the importance of reflection in this document. Succeeding, I raise a biographical background and mention my expectations for the Professional Internship. Later, I place a framework for the Professional Practice, featuring the entire context that involved the greatest experience of my life. Then, I present the Execution of the Professional Practice, including the four major performance areas: Organization and Management of Teaching and Learning, School Participation and Community Relationships, Professional Development.

Within the scope of Professional Development, I conducted a Research-Action type study by comparing the behavior of a Physical Education Teacher in the different cycles of education.

Finally, the conclusions drawn by the entire Internship process are presented, referring to how it contributes to my training as a critical and reflective teacher.

KEYWORDS: PHYSICAL EDUCATION, VOCATIONAL STAGE, REFLECTION, TEACHER'S BEHAVIOR

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X

Lista de Abreviaturas

Agrupamento de Escolas do Cerco (AEC) Diretora de Turma (DT)

Educação Física (EF)

Escola Básica e Secundária do Cerco (EBSC) Estágio Profissional (EP)

Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP) Índice de Massa Corporal (IMC)

Modelo de Educação Desportiva (MED) Núcleo de Estágio (NE)

Professor Cooperante (PC) Professor Orientador (PO)

Projeto de Formação Individual (PFI) Relatório de Estágio (RE)

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(23)

1

(24)
(25)

3

1 Introdução

O Relatório de Estágio (RE) caracteriza-se como um documento fundamental para a concretização da unidade curricular do Estágio Profissional do Ciclo de Estudos conducente ao grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básicos e Secundários da FADEUP – Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

“O homem enquanto tal só existe por aquilo que aprende, e é na cultura da humanidade que ele encontra os recursos que estrutura, e que modifica a sua inteligência para construir a sua própria personalidade e reconstruir a do seu grupo” (D'Hainaut, 1980, p. 15).

Kant já exprimia em 1803 quando afirmava que “o homem não pode tornar-se homem senão pela educação”. Determinadas citações despertam o nosso pensamento e convidam-nos a refletir, sendo que desta retiro o valor da aprendizagem e do enorme contributo que esta proporciona para o nosso constructo pessoal. Este Estágio Profissional (EP) significa mais uma etapa do meu percurso de vida, no qual quero extrair e absorver a maior quantidade de informação possível.

Aquando da elaboração do Projeto de Formação Individual (PFI), divulguei as minhas expectativas, objetivos e metas a perseguir no ano letivo de 2011/2012, na Escola Básica e Secundária do Cerco (EBSC), pertencente ao Agrupamento de Escolas do Cerco (AEC), traçando um caminho duro mas cheio de ambição e vontade. Assim, este relatório significará o culminar de um percurso idealizado durante toda a minha juventude, enchendo-me de orgulho pelos resultados até aqui atingidos.

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4

1.1 O Estágio Profissional e os respetivos objetivos

“A competência profissional assenta no desenvolvimento de

competências pedagógicas, didáticas e científicas, associadas a um

desempenho profissional crítico e reflexivo que se apoia igualmente numa ética

profissional em que se destaca a capacidade para o trabalho em equipa, o

sentido de responsabilidade, a assiduidade, a pontualidade, a apresentação e a conduta adequadas na Escola.” (Matos, 2011/2012)

Este documento contempla as quatro áreas de desempenho previstas no Regulamento de Estágio Profissional, sendo que as áreas 2 e 3 se encontram agregadas numa só:

Área 1 – “Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem”

Áreas 2 e 3 – “Participação na Escola e Relações com a Comunidade” Área 4 – “Desenvolvimento Profissional”

O Estágio Profissional pressupõe um projeto de formação do estudante com a integração do conhecimento proposicional e prático necessário ao professor, numa interpretação atual da relação teoria prática e contextualizando o conhecimento no espaço escolar. O projeto de formação tem como objetivo a formação do professor profissional, promotor de um ensino de qualidade. Um professor reflexivo que analisa, reflete e sabe justificar o que faz em consonância com os critérios do profissionalismo docente e o conjunto das funções docentes entre as quais sobressaem funções letivas, de organização e gestão, investigação e cooperação.

Acredito que a minha formação enquanto Professor de Educação Física nunca estaria completa sem este ano, o qual será, sem dúvida, de contínua aprendizagem que contribuirá para a minha formação integral. Significou um desafio permanente, pois confrontou-me com minhas dificuldades, assumindo eu a consciência das minhas limitações, mas com o passar dos dias, fui adquirindo mais experiências e competências, ultrapassando as divergências, planeando estratégias e, tentando exceder constantemente o limiar do meu conhecimento.

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5

Com a colaboração do núcleo de estágio, da professora cooperante e professor orientador, passei a reunir todas as condições que me permitiram absorver as melhores informações e experiências para aumentar as minhas competências na área da docência.

Sinto que estou mais perto de atingir um sonho traçado na minha infância, o de “Ser Professor”, tendo esta experiência possibilitado uma apreciação sobre arte de ensinar, de cooperar e fundamentalmente, das aprendizagens recíprocas que enchem o quotidiano de uma escola.

Assim, posso afirmar, que este Estágio Profissional significou a maior experiência académica de toda a minha vida.

1.2 Finalidade e processo de realização do relatório de estágio

Este documento pretende espelhar toda a atividade desenvolvida durante o EP, alicerçando todas as vivências num plano reflexivo e construtor, sendo, assim, um instrumento fundamental para o meu futuro enquanto profissional na área da Educação Física.

Deste modo, todas as experiências vividas ao longo do ano correspondem a etapas fundamentais, que no seu todo, constroem um grande reportório que me será extremamente útil na minha futura prática pedagógica.

A conceção que norteia a construção deste relatório baseia-se numa perspetiva de investigação-ação, ou seja, confrontando a realidade vivida com a literatura existente.

O presente documento divide-se em 5 partes.

A primeira parte refere-se à caracterização geral do estágio e os respetivos objetivos. Neste capítulo refiro ainda a finalidade do relatório, bem como todo o processo que lhe está inerente, expondo ainda a importância do ato de refletir e informar como base de construção do documento.

A segunda refere-se à dimensão pessoal, autobiografando-me e relatando etapas que caracterizam o percurso da minha vida. Ainda, descrevo

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6

as minhas expectativas para o EP e confronto-as com a realidade que me deparei.

No ponto seguinte, será realizado um enquadramento da prática profissional, segundo um contexto legal, institucional e funcional, bem como uma caracterização da escola e do seu projeto educativo (TEIP), do meio envolvente e da turma à qual eu dirigi todo o processo de ensino/aprendizagem.

A quarta parte destina-se a todo o processo de execução da prática profissional. Neste módulo referencio todas as atividades desenvolvidas nas quatro grandes áreas de desempenho do EP, refletindo ativamente sobre todo o processo de ensino, nomeadamente pelas quatro fases nucleares: análise, planeamento, realização e avaliação. Em anexo será também apresentado o meu projeto de estudo.

Por último, serão espelhadas as considerações finais relativamente ao Estágio Profissional.

1.3 A importância do relatório de estágio – o ato de refletir e de informar

O EP visa uma reflexão constante sobre o processo de ensino-aprendizagem que decorre ao longo de todo o estágio e que permanecerá pra toda a minha vida. Assim, o RE espelha todo o processo de formação pessoal e profissional de que fui alvo, com relatos constantes sobre o meu trajeto e detalhes que o caracterizaram.

O envolvimento do professor na prática envolve alguns conceitos fundamentais, dos quais Dewey em 1933 destaca três: abertura de espirito, responsabilidade e empenho. Por abertura de espirito entende-se a capacidade de entender possíveis alternativas e admitir a existência de erros;

responsabilidade porque permite fazer uma ponderação cuidadosa das

consequências de determinada ação; empenho para mobilizar as atitudes anteriores.

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7

Durante todo o ano letivo existiu uma grande abundância de processos de ação-reflexão, contribuindo em grande escala para a obtenção de melhores resultados através de ações pedagógicas mais eficientes e promotoras de resultados. O processo reflexivo caracteriza-se por um vaivém permanente de ideias, cuja reflexão sobre estes acontecimentos atribui um verdadeiro significado de experiência vivida. O ato de refletir permitiu-me encontrar estratégias que solucionassem os meus constrangimentos e ao mesmo tempo fui cumprindo com etapas de avaliação associadas à Unidade Curricular do Estágio Profissional. A elaboração de documentos reflexivos serviu o interesse da professora cooperante e do professor orientador, sendo que para este último, usufruí do Portfólio Digital para comunicação.

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2 Dimensão pessoal

2.1 Um percurso de vida e o sentido de concretização pessoal

O subtítulo acima supracitado, por curto que seja, apresenta uma longevidade de dimensão incrível. O padrão evolutivo que a vida apresenta parece querer compactar as histórias da nossa vida, mas não podemos nunca deixar de nos orgulhar pelas batalhas que vencemos e que nos concretizam pessoalmente. Devemo-nos sentir verdadeiramente vivos, desfrutando o dia-a-dia e não somente marcando uma passagem neste mundo. Não é objetivo deste documento explanar todo o trajeto da minha vida, mas torna-se importante justificar algumas decisões que fazem de mim, hoje, Professor de Educação Física e Desporto, ainda que estagiário.

O meu nome é Rui Jorge da Silva Vaz Mendes, tenho 23 anos e sou natural de Campanhã. Caracterizo-me como uma pessoa que se esforça para obter conhecimentos e sobretudo, tenho a perfeita noção que só marcando a diferença é que podemos triunfar. Assim, destaco a necessidade de lutar pelo saber, já que o panorama atual da sociedade espelha uma procura incessante e competitiva pelas oportunidades de emprego. Merani (1977, p.12) destaca uma luta generalizada pela cultura, afirmando que “a luta pelo saber e pela cultura, hoje como ontem, antigamente como modernamente, é uma tarefa de todos, sem distinção, dado que se realiza através das ideias e do trabalho, e nela intervém o povo, na verdadeira aceção do termo”.

Sou uma pessoa que vive a vida na sua plenitude, procurando ser um homem culto e capaz de me afirmar na sociedade. Acredito no conceito de John Rich (1971, p.131), afirmando que “o homem culto é capaz de viver mais totalmente, de saborear as delícias da vida e de se satisfazer numa variedade de atividades deleitáveis e estimulantes”.

Relativamente ao meu percurso escolar, sempre frequentei a mesma escola durante todos os níveis de ensino, a Escola Básica e Secundária do Cerco (EBSC). Sim, a escola onde agora estou a estagiar e que atualmente faz

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12

parte do Agrupamento de Escolas do Cerco. Quem diria? Finalizar um ciclo da minha vida propriamente no local onde o comecei!? São surpresas que a vida nos reserva.

Durante toda a minha escolaridade, vi sempre o meu quotidiano associado a prática desportiva, fator que muitas vezes me desgastou, mas sem o qual eu não estaria realizado. Praticar Desporto é algo que não consigo deixar de fazer, independentemente do pouco tempo livre que possa despender para tal. Aqui, numa reflexão sobre a minha infância, partilho um poema de Manuel Sérgio citado em (Francisco, 1989, pp. 134-135) que será certamente sentido por todos os apaixonados pelo Desporto e Atividade Física:

Aquele menino tem numa bola A liberdade que não tem Bola redonda sonora Galgando muros batendo em portas Hora a hora No sossego das ruas mortas

Bola redonda e sonora Nunca rolou nos estádios Entre os gestos rubros das multidões Que um anseio crispado levanta Mas vê-a nimbada de clarões O menino que com ela crisma e canta

Bola redonda e sonora Transforma-se em brisa pelas ruas E então ninguém chama o menino Atrás da bola a brincar Correndo para além de si Porque não pode voltar

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Bola pequena e aventureira Nas mãos de uma criança Que inventou o infinito Com uma bola multicolor E a paisagem bucólica Do caminho onde ele for

E que interessa Depois Aos dois A uma bola e um menino Correr correr correr Ir sem destino

A alegria que o Desporto transmite invoca em mim a necessidade de transferir para outros os benefícios associados à prática de atividade física. Assim, sentir-me-ei realizado se ao longo da minha vida profissional puder transformar os valores sedentários que a nossa sociedade apresenta. Segundo Mota (1997, p.11), “a sociedade contemporânea pode ser caracterizada por uma palavra simples: a “mudança”. Uma das minhas maiores expectativas para este ano de estágio e para o meu futuro está diretamente relacionada com a possibilidade de poder contribuir para a transformação da sociedade. Para Constantino (2002, p.64), os dados confirmam que “reduzir as causas de morbilidade e de mortalidade significa, em elevado número de casos, alterar estilos de vida e substituir comportamentos de risco por atitudes positivas perante a saúde”.

Segundo Jorge Bento, citado em (Gomes & Matos, 1991, p. 13) “mais do que a categoria médica a saúde é sobretudo categoria pedagógica, mais do que o objeto da medicina é sobretudo assunto da educação”. Refiro esta citação, pois assumo-me como um entusiasta pela área da saúde, pelo que tentarei intervir neste âmbito na prática da minha profissão. Ainda, destaco que passa pelos meus horizontes uma formação numa área da medicina.

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Enquanto atleta, joguei sempre futebol federado, ao serviço de vários clubes, tendo sido este o meu percurso: SC Salgueiros, Boavista FC, FC Cerco do Porto e Clube Desportivo de Portugal. Terminei a minha carreira de forma algo prematura, no Clube Desportivo de Portugal no último ano de Juniores. Este término coincidiu com a altura da minha vida em que tinha de tomar uma decisão, relativamente ao que seria o meu futuro ao nível do ensino superior. Inevitavelmente surgiram muitas dúvidas, às quais foram sendo diluídas com a minha ambição e determinação por estudar na área de que gosto. Neste âmbito, saliento o enorme apoio do maior pilar da minha vida, a minha família, que sempre me norteou e me transmitiu valores cruciais, para que pudesse optar pelas melhores decisões de forma autónoma e responsável. Sempre me disseram que eu deveria escolher o meu rumo e estudar numa área de que gosto, para não incorrer no risco de integrar um projeto de vida insatisfatório e que não fosse de encontro às minhas expectativas. Ingressei no Instituto Superior da Maia, em 2007, finalizando curso de Educação Física e Desporto em 2010. Esta licenciatura foi extremamente enriquecedora para mim, vindo a confirmar-se num curso de sonho e que sempre perspetivei para minha vida. Adquiri conhecimentos essenciais, tendo estes assumindo-se como fundamentais para o meu desenvolvimento enquanto professor. Quando penso em ser docente, procuro essencialmente perceber a lógica da escola e da arte do ensino. Assim, reforço a minha perspetiva com a citação de Piaget, referindo que “o papel do professor é o de moldar o espírito da criança numa ferramenta, um método que lhe permita compreender o mundo” (Piaget, 1998, p. 19), ou seja, uma construção integral do aluno que o protege e prepara para os desafios da vida.

Findo da Licenciatura, candidatei-me ao Mestrado em 2º Ciclo de Ensino de Educação Física e Desporto nos Ensino Básico e Secundário na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, tendo obtido uma resposta positiva, determinando o que sou hoje, com muito orgulho, aluno da FADEUP.

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2.2 Expectativas iniciais em relação ao estágio profissional em confronto com a realidade

“Podemos comparar um bom professor com a beleza: não podemos dizer onde ela está e como se consegue, mas conseguimos vê-la”. (Spitzer, 2007, p. 350)

Início o módulo das expectativas com esta afirmação de Spitzer, pois considero que não existem fórmulas ou receitas que conduzam ao “bom professor”. Obviamente, disponibilizamos de um conjunto de diretrizes que auxiliam e orientam a prática pedagógica, mas penso que a qualidade e competência vão aumentando ao longo dos anos, com dedicação, paixão pela profissão e fundamentalmente, com alegria e vontade de transformar a nossa sociedade.

O Desporto sempre ocupou um lugar importante na minha vida, passando pela prática de várias modalidades desportivas de competição, como atleta e agora como treinador de futebol de formação. Ser professor significa a obtenção de um objetivo delineado pelo projeto da minha vida, que está na iminência de ser atingido, fruto de um trabalho longo que tenho vindo a desenvolver e que quero ver consolidado este ano. Naturalmente há um sentimento de concretização pessoal, já que a minha futura profissão está relacionada com a Educação Física, sendo ainda mais importante saber que, atualmente, esta ocupa uma posição de destaque no sistema educativo, face ao aumento da sua importância social. (Marques, Prista, & Júnior, 1998)

A sociedade atual e as características que rodeiam as novas gerações requerem uma formação direcionada e contextualizada à população alvo. Assim, uma das minhas expectativas para este ano de estágio passa por reunir ferramentas que me permitam intervir neste contexto atual. Hameline e Dardelin já referiam que os “valores humanos prioritários da Nova Era ditam as suas orientações à pedagogia: o seu papel é tornar a pessoa humana capaz de algo eficaz” (Hameline & Dardelin, 1967, p. 55).

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Relativamente ao local de estágio, foi com um enorme agrado que recebi a notícia, pois significa que a consolidação de um ciclo de estudos que começou na Escola Básica e Secundária do Cerco terminará na própria escola.

Após um primeiro contacto com a escola, deparei-me com umas infraestruturas soberbas, um ambiente de pessoal docente e não docente excelente, estando reunidas todas as condições para um ano letivo repleto de sucesso. Segundo Venâncio e Otero, a “comunidade educativa ganhou novos contornos e sentidos, desempenhando a comunicação entre os seus membros (professores, pais, funcionários, alunos, autarquias) um papel fundamental na concretização dos objetivos da educação” (Venancio & Otero, 2003, p. 5). Assim, considero que a cooperação e comunicação são dois fatores nucleares para o sucesso do processo de ensino.

Com o início das aulas, os alunos foram integrando a escola, sendo que me deparei com alguns alunos da população que possuem comportamentos inadequados mas normais, se analisarmos o contexto onde estão inseridos. Contudo, esta escola está muito longe das descrições injustas e erróneas de que muitas vezes é julgada. No que se refere aos espaços para a prática de Educação Física, a escola possui dois pavilhões, dois campos exteriores com pistas de atletismo, uma sala de dança e uma sala de ginástica. Melhor seria impossível, pelo que não poderia expectar melhores condições de trabalho.

Ao longo deste ano, pretendia potencializar as minhas capacidades, sabendo que seria uma oportunidade única para adquirir experiência de uma forma orientada e acompanhada. Para tal, contei com o núcleo de estágio, que apesar de nunca ter tido um contacto prévio com o Rui e a Sylvia, desde cedo se gerou um clima de cooperação e entreajuda, com personalidades e conceções muito idênticas, resultando num trabalho de grupo unido, coeso e consequentemente, facilitado. O nosso crescimento pessoal em muito se deve à reflexão crítica que se foi realizando constantemente no grupo. Assim, fomos capazes de elogiar, mas também de criticar numa perspetiva construtiva e de rumo à competência.

Relativamente à supervisão de que fui alvo, com muito orgulho, destaco uma citação de Alarcão & Tavares, pois tudo o que é descrito foi sentido por mim:

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“A supervisão deve consistir, pois, numa visão de qualidade, inteligente, responsável, experiencial, acolhedora, empática, serena e envolvente de quem vê o que se passou antes, o que se passa durante e o que se passará depois, ou seja, de quem entra no processo para o compreender por fora e por dentro”. (Alarcão & Tavares, 1987, p. 47)

A Professora Cooperante (PC), Dárida Castro, além de ser bastante acessível, teve um papel de liderança fundamental, demonstrando muita experiência e conhecimento na área de Educação Física e Desporto, tornando-a numtornando-a pessotornando-a exigente, direttornando-a e tornando-ativtornando-a. São esttornando-as sutornando-as virtudes, junttornando-amente com a nossa competência e dedicação, que traduziram todo o nosso esforço em resultados concretos.

Ao Professor Orientador (PO), José Virgílio Santos, com a sua vasta experiência, simultaneamente com a função avaliativa, forneceu-nos orientações preciosas e que contribuíram indubitavelmente, para o meu crescimento enquanto professor de Educação Física e Desporto.

Existem duas funções claras para que as minhas expectativas coincidam com resultados concretos, são elas: função do supervisor e função do

professor. A primeira consiste em “ajudar o professor a ensinar e a tornar-se

um bom profissional para que os seus alunos aprendam melhor e desenvolvam mais. A função do professor é a de colaborar com o supervisor para que o processo se desenrole nas melhores condições e os objetivos definidos sejam atingidos”. (Alarcão & Tavares, 1987, p. 65)

No que se refere às aulas, mantive sempre uma atitude humilde, de reflexão e de procura incessante de conhecimento, procurando sempre ser capaz de dar resposta a todas as necessidades que os alunos evidenciaram. Valores como a ordem, o respeito e a disciplina, foram conceitos fundamentais no processo ensino/aprendizagem e que são inerentes ao Desporto, sentindo eu o dever de os transmitir.

Segundo (Mota, 1997, p. 33),“a atividade física como veículo da saúde só pode ter importância se ela se constituir um referencial no modo de vida dos indivíduos”. Nestes moldes, procurei sempre fomentar o interesse pela

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disciplina de Educação Física, motivando os alunos para a criação de hábitos saudáveis através da atividade física, para que se possa perpetuar nas suas vidas futuras. Mota afirma ainda que “ a ligação entre atividade física, a saúde e a aptidão física é, de uma maneira geral, objeto de incoerências e de uma compreensão com contornos pouco nítidos” (Mota, 1997, p. 39). No meu futuro, enquanto Professor de Educação Física, tentarei sempre elevar a um patamar de excelência os benefícios, que na minha perspetiva, estão indiscutivelmente associados à prática de atividade física.

Neste sentido, os meus objetivos ultrapassaram o processo de ensino, pretendendo incorporar no meu plano de Estágio um conjunto de atividades que dinamizem a escola.

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3.

ENQUADRAMENTO DA

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3 Enquadramento da prática profissional

3.1 Ser Professor

Enquadrar-me na prática profissional significa, para mim, perceber o contexto onde estou inserido. Para tal, primeiro tenho de perceber a minha perspetiva pessoal, os princípios e diretrizes que norteiam esta minha aventura. Passo então a partilhar a minha visão sobre o que é ser Professor.

Quando imagino o meu futuro enquanto Professor procuro acreditar que posso ter impacto na sociedade, acreditando no valor do meu trabalho e sobretudo, percebendo que devemos entender a natureza dos programas e o valor da nossa especialização. Para isto, torna-se fundamental interiorizar, tal como (Lebre & Bento, 2004, p. 127) reforçam, que “os objetivos mais importantes da Educação Física talvez sejam aqueles que não podem ser atingidos em curto prazo.”

Debater a questão da docência significa falar em educar e perceber o fim desta arte, sendo que partilho uma citação de (Landsheere & Landsheere, 1977, p. 7), afirmando estes que “educa-se para a verdade, para o bem e para o belo – e não no sentido do falso, do mal, da fealdade.” Realmente, estes adjetivos despertam o meu sorriso e fazem ser um apaixonado por esta área, querendo ter o meu marco, contribuindo para uma sociedade melhor.

Outra questão que sinto a necessidade de destacar, prende-se com a renovação de conhecimentos, ou seja, o Professor deve sistematicamente procurar e desenvolver novas estratégias de trabalho e de atuação de forma a adaptar-se às mutações das novas gerações, adequando e respondendo às exigências que lhe são impostas. Tal como (Rosado & Mesquita, Pedagogia do Desporto, 2011, p. 21) referem, “ a sociedade é, hoje, local de encontro de culturas, concretizando-se esse encontro, em particular, nas Escolas e nos Clubes.” Ainda, os mesmos autores, afirmam que “essa realidade torna necessária uma Pedagogia para a Diversidade, isto é, a capacidade do sistema

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educativo e desportivo dar respostas qualificadas no que à pedagogia multicultural diz respeito.”

Num quadro mais técnico, existem um conjunto de categorias do conhecimento que o Professor deve dominar, tal como Shulman afirma, em 1987, adaptado por Metzler (2000) citado por (Lebre & Bento, 2004, p. 30):

- Conhecimento do conteúdo: Conhecimento acerca da matéria a ensinar;

- Conhecimento pedagógico Geral: Conhecimento acerca de métodos de ensino comuns a diferentes matérias e situações;

- Conhecimento pedagógico do conteúdo: Conhecimento acerca de como ensinar uma matéria ou tema a grupos específicos;

- Conhecimento curricular: Conhecimento do conteúdo e de programas adequados ao desenvolvimento de alunos de diferentes níveis de escolaridade;

- Conhecimento dos contextos educativos: Conhecimento acerca do impacto do contexto da instrução;

- Conhecimento dos alunos: Conhecimento acerca da aprendizagem humana aplicável ao ensino;

- Conhecimento dos objetivos educativos: Conhecimento acerca dos objetivos, propósitos e estrutura do sistema educativo.

3.2 Caracterização do contexto do estágio profissional

Este EP assume principal destaque na minha formação académica, representando o culminar de uma meta à muito estabelecida pela minha ambição. A Escola Básica e Secundária do Cerco, onde realizo o estágio, representa a mesma escola na qual estudei durante largos anos até ao momento do acesso ao ensino superior, pelo que esta particularidade acrescenta ainda mais simbolismo a este período rico de aprendizagem pelo qual atravesso.

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3.2.1 Referências do contexto legal, institucional e funcional

O EP, enquanto ferramenta nuclear para a nossa formação profissional, encontra-se organizado pela interação entre orientações legais, institucionais e funcionais.

O EP na FADEUP obedece a uma estrutura de funcionamento que considera os princípios decorrentes das orientações legais constantes do Decreto-lei nº 74/2006 de 24 de março e o Decreto-lei nº 43/2007 de 22 de fevereiro. Este último decreto- lei define as condições necessárias à obtenção de habilitação profissional para a docência num determinado domínio e determina, ao mesmo tempo, que a posse deste título constitui condição indispensável para o desempenho docente, nos ensinos público, particular e cooperativo e nas áreas curriculares ou disciplinas abrangidas por esse domínio.

No panorama institucional, o EP constitui-se como uma unidade curricular do 2º ciclo de Estudos conducente ao grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, da FADEUP. Este documento, para além das normas legislativas, rege-se ainda pelas normas da instituição universitária, presentes no regulamento geral dos segundos ciclos da Universidade do Porto, bem como no regulamento do EP para o ano letivo de 2011/2012,

Com este EP, pretende-se que o estudante estagiário entenda que a “natureza complexa, unitária e integral do processo de ensino e aprendizagem, bem como as características gerais da atividade do professor que decorre num contexto balizado pelas condições gerais do sistema educativo, pelas condições locais das situações de educação e pelas condições mais próximas da relação educativa, obrigam a uma tentativa de integração e de interligação das várias áreas e domínios a percorrer no processo de formação e, em particular, no Estágio Profissional, de forma a retirar o formalismo das realizações e a promover as vivências que conduzem ao desenvolvimento da competência profissional.” (Matos, 2011/2012)

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Ao nível funcional, o EP remete o estagiário para uma prática pedagógica supervisionada, permitindo que este vivencie um conjunto de funções que o atual professor desempenha. O professor estagiário está sujeito a um grande leque de funções que em muito ultrapassam o ato de lecionar, responsabilizando-o pela gestão de uma turma e todos os seus alunos.

O meu EP decorreu na Escola Básica e Secundária do Cerco, juntamente com mais dois professores estagiários, o Rui Pinto e a Sylvia Martins, orientados pela Professora Cooperante Dárida Castro e pelo Professor Orientador da FADEUP, José Virgílio Santos, constituindo assim, o nosso Núcleo de Estágio.

3.2.2 Agrupamento de escolas do cerco

O Agrupamento de Escolas do Cerco - o maior da cidade do Porto - é constituído por seis Jardins de Infância, cinco escolas EB 1 e uma Escola Básica e Secundária. Convive, paredes meias, com o bairro do Cerco. Com uma população de aproximadamente 2100 alunos, a Escola Básica e Secundária do Cerco apresenta a maior fatia, com cerca de 1100 alunos.

Para as aulas de Educação Física, a Escola Básica e Secundária do Cerco dispõe de infraestruturas soberbas, nas quais se consideram: dois pavilhões gimnodesportivos, dois campos exteriores, ambos com caixa de areia, uma sala excecional de ginástica, uma sala de dança e ainda uma ampla sala para aulas teóricas. Para que haja organização na dinâmica das aulas de EF, O Agrupamento implementou um roulement, atribuindo a cada turma e respetivo professor um espaço dos pavilhões. A existência desta ferramenta faz com que haja a necessidade de planear as modalidades em função da disponibilidade da instalação desportiva.

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3.2.3 Características do meio envolvente

O Agrupamento de Escolas do Cerco está situado na zona oriental da Cidade do Porto, freguesia de Campanhã. Na generalidade, os níveis de escolaridade e a motivação para o estudo são baixos; Os códigos linguísticos da maior parte das famílias são restritos bem como a qualificação profissional, nomeadamente, no que se refere à inserção e manutenção no mercado de trabalho.

Nos últimos anos, num enquadramento de crise económica, os problemas sociais têm vindo a acentuar-se bem como as vulnerabilidades e riscos envolvidos, potenciando problemas acrescidos para o Agrupamento, nomeadamente, no que diz respeito ao insucesso, absentismo e abandono. Uma grande parte da população vive em condições económicas e socialmente desfavorecidas.

3.2.4 Projeto educativo TEIP

Este Agrupamento retoma, numa segunda candidatura ao Programa TEIP2, os princípios da filosofia subjacente à criação de Territórios Educativos de Intervenção Prioritária, não só pelo resgate da sua relativa autonomia, descentralização e territorialização mas, estrategicamente, porque é uma segunda oportunidade de definir e configurar o território educativo enquanto unidade geoeducativa, com direito à inclusão e à construção de identidades próprias. Este Projeto tem por missão: qualificar os indivíduos, promovendo o sucesso educativo e a equidade social e contribuir para o desenvolvimento comunitário. (Cerco, Projecto Educativo TEIP 2, 2011/2012)

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3.2.5 Caraterização da turma (10ºA)

A turma A do 10º ano de escolaridade da EBSC, do ano letivo de 2011/2012, constitui-se por 20 estudantes, 10 do género masculino e 10 do género feminino, com idades compreendidas entre os 14 e os 16 anos, sendo que apenas um possui uma reprovação. Todos os alunos residem perto da escola, estando distribuídos por quatro concelhos: Porto, Gaia, Gondomar e Valongo.

Em relação ao Índice de Massa Corporal, destaca-se a existência de três alunos fora dos valores de referência, um por excesso e dois por defeito.

Relativamente a problemas de saúde, 13 alunos não manifestaram a existência de qualquer patologia, mas os outros 7 revelam diferentes problemas, entre eles, de visão (3), coração, renite alérgica, bronquite e dores na coluna vertebral.

No que concerne à prática de Atividade Física, apenas 5 dos alunos praticam com regularidade, taxa manifestamente reduzida e preocupante, sendo que ninguém pratica Desporto Federado. De qualquer forma é importante referir e destacar que a disciplina de Educação Física é a preferida dos alunos desta turma, a par da Físico-química.

Na alimentação, doze dos alunos não cumprem com a dosagem de refeições diariamente recomendadas, variando entre 3 e 5 as refeições que realizam por dia.

Após esta análise da turma, tentei logicamente intervir perante alguns aspetos que considero fundamentais para uma vida com mais qualidade. Neste sentido, desde logo marquei uma posição de incentivo para a prática de atividade física num contexto extraescolar, bem como procurei a manutenção do IMC dos alunos que estão dentro dos valores de normalidade a alterar daqueles que estão fora.

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4.

REALIZAÇÃO DA PRÁTICA

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4 Realização da prática profissional

4.1 ÁREA 1 Organização e gestão do processo de

ensino/aprendizagem

Esta área engloba e relaciona quatro conceitos fundamentais da intervenção pedagógica: conceção, planeamento, realização e avaliação.

O âmbito desta área da prática profissional é construir uma estratégia de intervenção, orientada por objetivos pedagógicos, que respeite o conhecimento válido no ensino da Educação Física e conduza com eficácia pedagógica o processo de educação e formação do aluno na aula de EF.

4.1.1 Conceção

Na fase inicial do nosso estágio, focamo-nos essencialmente na construção de estratégias de intervenção, orientadas por objetivos pedagógicos respeitantes da validade do ensino da Educação Física e que conduzam com eficácia pedagógica o processo de educação e formação do aluno na aula de EF.

Esta etapa de conceção está diretamente relacionada com a nossa aparição perante a escola, o que me leva automaticamente a destacar o papel da nossa professora cooperante, pois fez questão de nos apresentar aos mais diversos intervenientes da escola, facilitando a nossa integração na comunidade escolar. Um outro aspeto determinante diz respeito à documentação (Regulamento Interno, Projeto Educativo, Plano Anual de Atividades, etc..) que nos foi fornecida, permitindo-nos uma recolha de informações fundamentais para conhecer profundamente todo o contexto caracterizador do nosso Estágio Profissional.

Neste período inicial, terei de confessar sem hipocrisias, que a ansiedade dominava a minha postura, visto que iria enfrentar uma nova realidade estando prestes a apresentar-me perante a minha turma. Contudo,

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acreditava que as competências adquiridas ao longo da licenciatura e do 1º ano de mestrado corresponderiam às exigências do momento. Um outro aspeto que pesa a meu favor está relacionado com a experiência que possuo enquanto treinador de futebol, aumentando os meus níveis de confiança e facilitando a comunicação com os alunos.

Parece-me importante destacar que a nossa presença em reuniões de Departamento e de Grupo de EF constituiu um fator determinante para a nossa adaptabilidade à prática profissional pedagógica.

Umas das etapas mais importantes desta fase de conceção reside numa solicitação da PC, nomeadamente numa reflexão sobre três tipos de crenças nucleares associadas ao ensino da EF: crenças relativas aos conteúdos a ensinar e de valorização geral da EF; crenças de orientação específica das matérias de ensino e crenças de processo de ensino e aprendizagem.

Relativamente à primeira crença, entendo-a como o motor que dá alma à nossa profissão, ou seja, o entendimento que eu tenho sobre a EF e como isto influencia toda a minha dinâmica enquanto professor. No que diz respeito a crenças sobre as matérias de ensino, aprendi a privilegiar determinados conteúdos em função de várias variáveis (características dos alunos, avaliação diagnóstico, recursos, etc.). Por último e no que concerne a crenças sobre o processo de ensino e aprendizagem, destaco a minha constante reflexão sobre os modelos de ensino que mais se adaptam às minhas necessidades, salientando desde já a aplicação do Modelo de Educação Desportiva e do Ensino do Jogo para a sua Compreensão.

4.1.1.1 Adaptação do programa de educação física ao contexto cultural e social da escola e dos alunos, programa educativo e plano anual de atividades

Nesta etapa precoce do nosso percurso senti algumas dificuldades na interpretação dos programas de EF e dos planos curriculares, mas que foram sido diluídas com o passar do tempo, fruto da extraordinária capacidade acolhedora e atenciosa com que a Prof. Dárida Castro despendia tempo na

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nossa formação. Neste sentido, fomos reconhecendo documentos fundamentais para o processo letivo, como são o regulamento interno, regulamento do grupo de EF, plano anual de atividades entre outros de diferentes dimensões.

Uma questão que me parece importante discutir, prende-se com a articulação entre os conhecimentos adquiridos pelos diversos recursos com o meio social e cultural onde a escola e os alunos se inserem. Desde cedo percebemos que o nosso objetivo é promover o desenvolvimento e uma aprendizagem desejável, assumindo e encarando com realismo o contexto cultural e social dos alunos. Assim, um dos aspetos mais importantes que aprendi este ano, diz respeito à adaptabilidade que a nossa profissão exige em função de todo o contexto que caracteriza a nossa atuação enquanto professores. Então, temos de perceber o programa de EF e adequa-lo especificamente aos nossos alunos, servindo-nos dos recursos disponíveis e promovendo uma aprendizagem significativa.

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4.1.2 Planeamento

Esta etapa da organização e gestão do processo de ensino e aprendizagem representa um domínio nuclear da atividade do professor. Tal como consta no PFI, durante o planeamento construímos documentos basilares, como são os modelos de estrutura de conhecimentos, regras internas de funcionamento, plano anual, unidades temáticas e planos de aula, fichas de observação e modelos de ensino. Para além da construção destes documentos aquilo que se revela ainda mais importante é o processo de reflexão constante que vai existindo ao longo do ano letivo. Ponderarmos sobre eventuais hipóteses de planeamento e tomarmos uma decisão em detrimento de outra, só é possível porque existe um processo de contínua reflexão, auxiliado pela cooperação da PC, PO e o sempre presente, núcleo de estágio.

4.1.2.1 Formulação de regras internas de funcionamento

Tal como afirma (Januário, 1996, p. 107), “a eficácia do ensino na promoção de ganhos de aprendizagem depende muito da capacidade do docente em transformar o tempo de aula em potenciador de aprendizagem”, associando-se um fator importante, “o estabelecimento pelo professor de rotinas de gestão, de regras e de expectativas de papéis para a actividade, desde os primeiros dias do ano escolar”.

A formulação e consequente aplicação de regras (consultar anexo 5) internas representam uma variável de planeamento que considero nuclear para o bom funcionamento da aula.

Durante a fase de conceção e a transição para o planeamento começamos a preparar a primeira aula prática, focando-nos na primeira grande tarefa do Professor: estabelecimento de regras internas de funcionamento

de aula. Para isto, o nosso núcleo de estágio, em cooperação com a PC,

realizou um conjunto de regras para apresentar às suas respetivas turmas na aula de apresentação. Nesta aula, conjuntamente com os alunos estabelecem-se em concordância alguns parâmetros que permitem um conestabelecem-sentimento geral.

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Este consenso representa, sob a minha perspetiva, um grande passo para uma boa relação entre o Professor e os alunos, pois incute-lhes um sentido de responsabilidade, por estes terem concordado e assumido as regras de funcionamento da aula. Assim, reinou um clima democrático começando desde já incutir autonomia e sentido de responsabilidade em todo o grupo de trabalho. Entendo então, que para se atingir uma liderança saudável, devemos partilhar este espírito de ordem nos alunos, sendo o grande ponto de partida, eles mesmos.

Contudo e não obstante a estas regras estabelecidas, durante as aulas, vão existindo melhorias e adaptações estratégicas que permitem melhorar a qualidade das aulas. Segue um exemplo claro, aquando das minhas primeiras aulas práticas:

“Sendo esta a minha primeira aula prática, procurei centrar-me no controlo da turma e na determinação de normas que facilitam a gestão das aulas práticas de Educação Física. Para tal, estabeleci no início da aula uma estratégia de transição entre exercícios, de forma a rentabilizar o tempo prático da aula. Transmiti então, que ao meu sinal, os alunos se apresentem no centro do terreno prático, em forma de meia-lua, dispostos a ouvir a explicação do exercício.”

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4.1.2.2 Planificação do ensino nos três níveis: plano anual (longo prazo), unidades temáticas (médio prazo) e planos de aula (curto prazo)

Para Piéron (1990) cit. por (Shigunov & Pereira, 1993, p. 104) a “seleção do conjunto de elementos que fazem parte do plano é fundamental para a obtenção do êxito pedagógico e deverá estar ligada às tarefas e às situações que permitem ao docente alcançar os objetivos definidos na sua programação de ensino das atividades físicas”.

Neste sentido, existe uma relação intima entre todos os níveis de planeamento de forma a dirigir tudo aquilo que pensamos para os objetivos que foram definidos.

O planeamento anual é um documento que organiza todo ano letivo, devendo atender a vários detalhes que permitem uma estrutura sólida que deve ser respeitada pelo Professor. Isto não indica, que em certos momentos, não existam imprevistos (condições climatéricas, remodelações, etc.) que necessitem da nossa intervenção para permitir a exequibilidade do nosso planeamento.

A este nível “macro” de preparação do ensino, pretende-se inicialmente, que o Professor atenda a todas as recomendações prescritas para a disciplina. De seguida e como etapa muito importante, devem-se clarificar os resultados a alcançar pelos alunos nos diferentes domínios: capacidades, habilidades, conhecimentos e atitudes.

Para além dos objetivos, estipulam-se métodos para a realização, fundamentais para a organização do ensino, diferenciando as metas de desenvolvimento de acordo com os alunos e as linhas didático-metodológicas.

Por fim, devemos calcular as aulas previstas e estabelecer o número de horas que iremos dedicar a cada modalidade.

As Unidade Didáticas são o núcleo no qual se desenvolve o trabalho criativo do professor. Estas unidades contemplam diferentes fases basilares: avaliação diagnóstica, exercitação, consolidação e avaliação sumativa. Com base na avaliação diagnóstica identificam-se objetivos a alcançar num determinando conjunto de aulas, manipulando e definindo etapas bem claras e

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distintas do processo de ensino e aprendizagem. As alterações surgem com o decorrer da Unidade Didática e provém da resposta que os alunos vão dando ao nosso planeamento.

“Em concordância com a professora cooperante e partindo das minhas conceções sobre o ensino da Educação Física, entendo que devo alargar a Unidade Didática com mais duas aulas de 90 minutos, para não interromper este bom momento que a turma apresenta e fundamentalmente, contribuindo para uma aprendizagem mais rica e sustentada.”

(Reflexão da aula nº 53 – 9/05/2012)

Esta capacidade de decisão em prol de benefícios para os alunos foi um dos fatores mais trabalhados por mim durante o ano letivo. Sem dúvida que desenvolvi a capacidade de assumir o risco, independentemente de correr bem ou mal, sentindo que no final deste percurso estou mais competente e confiante.

Os planos de aula constituíram uma ferramenta determinante para o nosso processo de formação e para a qualidade do processo de ensino e aprendizagem.

Inicialmente tornou-se importante construir um plano que se adeque à nossa identidade e que seja de fácil interpretação visto que é um documento pessoal. Durante o processo de reflexão em cooperação com a PC, tentamos primeiro perceber a finalidade do plano de aula e definir a sua estruturação. Percebi então que este documento pessoal ajuda a manter a organização e a não esquecer elementos importantes para um bom desenvolvimento da aula, servindo de guião e sendo estruturado de uma forma que permite uma rápida consulta. A cronologia dos acontecimentos deve estar bem evidente comtemplando sempre três períodos: parte Inicial (ativação geral), parte fundamental e parte final (retorno à calma).

Um das situações mais importantes deste estágio profissional, na minha perspetiva, está relacionado com a necessidade de improvisar perante determinados constrangimentos que acontecem com o decorrer das aulas. Por mais que se planeie e que se tente ultimar cada detalhe da nossa aula existe

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sempre um ou outro obstáculo que impõe a nossa presença enquanto lideres, pelo que temos de estar preparados para dar uma resposta adequada e rápida para que não perca tempo de aula.

“A minha aula necessitou de total improviso, visto que planeei a aula pressupondo a utilização de 10 bolas de voleibol. Como estavam três professores a lecionar em simultâneo a mesma modalidade não foi possível disponibilizar das bolas que necessitava. Optei por realizar situações de aprendizagem que envolvessem grupos de 5 elementos, ficando uma bola para cada grupo. A dinâmica da aula foi na mesma interessante bem como o tempo de empenhamento motor a ela associada. Assim, a capacidade de improviso reinou e sinto-me extremamente satisfeito porque os alunos não chegaram a perceber o imprevisto porque solucionei rapidamente o constrangimento.”

(Reflexão da aula nº 53 – 09/05/2012)

Por isso, um plano de aula é um guião e tem de ser exequível, mas os improvisos acontecem e temos de saber ultrapassá-los. As reflexões sobre as aulas e o crescente aumento da minha confiança com o passar das aulas constituíram dois fatores determinantes para a melhoria da minha competência enquanto professor.

Segundo (Oberteuffer & Ulrich, 1977, p. 225), a situação de

aprendizagem “é rica em oportunidades para se efetuar mudanças”,

assumindo-se como uma componente fulcral dos planos de aula. Neste aspeto, saliento uma procura incessante durante todo o estágio sobre variadas situações, seja em diálogos com professores mais experientes, pesquisa em livros, debates com o núcleo de estágio ou mesmo por criatividade própria. Procurei sempre dar um cunho pessoal aos exercícios, de forma a tentar adaptá-los da melhor maneira possível às características e necessidades dos meus alunos.

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4.1.2.3 Modelos de estrutura de conhecimento

Os Modelos de Estrutura de Conhecimentos refletem um pensamento

transdisciplinar e pretendem mostrar como uma matéria é estruturada, identificar essa estrutura e servir-se dela como guião para o processo de ensino. A Estrutura de Conhecimentos representa o coração dos MECs, simplificando a informação e permitindo a manipulação de um conjunto de conhecimentos que serão pilares para o processo de ensino e aprendizagem.

“Em relação às dificuldades inerentes ao processo pedagógico, diria que por vezes sinto como obstáculo (…) o menor conhecimento que possuo em algumas modalidades, fator que me dificulta o planeamento das aulas.”

(Projeto de Formação Individual – Autoanálise das minhas potencialidades e dificuldades)

A construção destes documentos representa uma grande vantagem, uma vez que me permitiu a assimilação de mais conhecimentos, assumindo ainda mais relevância nas modalidades em tenho mais dificuldades, por ter tido menos vivências, possuindo assim menos conhecimento.

4.1.2.4 Modelos de Ensino

“Não há nenhum modelo que seja adequado a todos os envolvimentos da aprendizagem, a eficácia de ensino deve ser interpretada através do recurso a modelos de instrução que forneçam uma estrutura global e coerente para o ensino e treino do desporto.” (Rosado & Mesquita, Pedagogia do Desporto, 2011, p. 39)

A escolha dos modelos de ensino assume um foco determinante para o planeamento das várias Unidades Didáticas.

Na fase inicial do EP tornou-se fundamental perceber o conceito de didática e a sua funcionalidade, significando então, de forma sucinta, o elo de transmissão entre as atividades de ensino e os objetivos visados. Com a ajuda

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