T a v a r e s N e t o J , P r a ta A . C o e fic ie n te d e e n d o c ru za m e n to e m p a c ie n te s p o r ta d o r e s d e e s q u is to ss o m o s e m a n s ô n ic a . R e v ist a d a S o c ie d a d e B ra s ile ir a d e M e d ic in a T ro p ic a l 22: 4 5 -4 9 , ja n - m a r , 1 9 8 9 .
AEDES AEGYPTI E AEDES ALBOPICTUS NO BRASIL
Sr. Editor
Durante a realização do X X V Congresso da Sociedade Brasileira de M edicina Tropical, em F lo rianópolis, Santa Catarina, entre 26 de fevereiro e 2 de março deste ano, houve oportunidade de discutir-se, mesm o que ainda sem a profundidade necessária, a situação atual do Brasil e de quase a totalidade dos países do Continente no que se refere à infestação pelo mosquito A e d e s a e g y p ti e aos riscos para a saúde humana desta infestação.
A presença reconhecida do A e d e s a e g y p ti em pelo menos 13 estados do País e do A e d e s a lb o p ic tu s
em pelo mencfs 4, mantém o risco de ocorrência de epidemias de dengue e de casos urbanos de febre amarela.
A Superintendência de Campanhas de Saúde Pública tem desenvolvido esforços no sentido de reduzir a infestação pelo A e d e s a e gy p ti, e proteger contra febre amarela as populações sob risco de adoecerem pela sua forma silvestre, por meio da vacinação sistemática dos moradores das áreas rurais da região endêmica do país (mais de 5 milhões de Km2, incluindo a A m azônia e a região Centro-Oeste). A redução da infestação pelo A . a e g y p ti pela S U C A M enfrenta dificuldades técnicas, operacionais e financeiras de elevadas magnitudes.
O combate ao A . a lb o p ic tu s, também registrado no país desde 1986, é ainda mais difícil por sua maior valência ecológica.
D esta maneira tom a-se, a meu ver, imperiosa a necessidade de em algum momento haver um aprofun damento da discussão das medidas que devem ser tomadas para prevenir ou controlar epidemias. Esta discussão deve ser realizada entre representantes da SU C A M , do Ministério da Saúde, das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde e representantes da comunidade científica, particularmente os vinculados à Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Socie dade Brasileira de Infectologia e outras entidades afins.
O problema, pela sua gravidade, não pode ficar restrito à S U C A M , que sozinha não tem condições de estabelecer todas as medidas necessárias à prevenção e controle de enventuais epidemias decorrentes da presença no território brasileiro dos principais vetores da febre amarela, do dengue e de algumas encefalites.
Atenciosam ente Pedro Luiz Tauil Prof. do Depto. de Saúde Coletiva
Faculdade de Ciências de Saúde Universidade de Brasília
Recebido para publicação em 21/3/89