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Rev. Soc. Bras. Med. Trop. vol.25 número4

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Academic year: 2018

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R e v i s t a d a S o c ie d a d e B r a s i le i r a d e M e d ic in a T r o p ic a l 2 5 ( 4 ) .- 2 7 1 - 2 7 3 , o u t- d e z , 1 9 9 2

CO M UNICAÇÃO

PROCEDÊNCIA D E PACIENTES PORTADORES D E LEISH M ANIO SE

C UT Â NE A D IF U SA (LCD) NO ESTADO DO M A RAN H Ã O - BRASIL

Ana Cristina R . Saldanha, Ana Carla M . e Silva, Cloves Eduardo S. G alvão,

Conceição de M aria P. e Silva e Jackson M aurício L . Costa

Após os primeiros relatos da leishmaniose

cutânea difusa (LCD) na América Latina entre os

anos de 1945 e 19503415, oM aranhãojánadécada

de 1960, despontava como um dos estados do

Brasil, onde ocorria a doença, destacando-se entre

os demais pelo número de casos existentes1214.

Embora a leishmaniose tegumentar americana

seja pouco estudada no estado, o Ministério da

Saúde, através da Fundação Nacional de Saúde

(FNS) relatou que entre os anos de 1980 e 1990

foram notificados 16.983 casos, representando

10,2 % da casuística nacional nesse mesmo período,

correspondendo a 30,4 % dos casos registrados na

região nordeste. Somente no ano de 1990 foram

notif cados 3.117 casos de leishmaniose tegumentar

americana, sendo o 3o estado do Brasil com maior

frequência (JB Vieira, DIENF, FNS, informação

pessoal, 1990).

No que diz respeito à LCD, observa-se que

desde o aparecimento do primeiro caso da doença

em 1960, outros relatos foram feitos, sendo que até

a presente data consta nos levantamentos realizados

por nossa equipe nos hospitais de São Luís e na

Fundação Nacional de Saúde (FNS), regional do

M aranhão, um to tal de 10 (dez) pacientes,

representando a maior casuística entre os estados

brasileiros, tendo em vista ser uma doença considerada

rara pelos autores6 12 1317.

Segundo Lainson e Shaw 10

11,

o agente

responsável pela LCD em nosso país é a

L e is h m a n ia

(le is h m a n ia )_ a m a zo n e n sis

e o principal transmissor

é o L u tz o m y a f la v is c u te lla ta .

No Maranhão apesar de

poucos relatos, observa-se a presença de ambos,

representando talvez os grandes responsáveis pela

disseminação da doença no território maranhense1 2

8 16 17

Frente às observações já descritas, pretende-se

neste trabalho mapear a procedência dos casos de

LCD no estado, correlacionando com a presença da

L e is h m a n ia (le is h m a n ia ) a m a z o n e n s is .

Para tal a

Figura 1 e Tabela 1 mostram-nos os municípios de

procedência dos 10 (dez) casos relatados até o

T a b e la 1 - D e ta lh e s d a p r o c e d ê n c i a d o s p a c ie n t e s p o r t a d o r e s d e le is h m a n io s e c u tâ n e a d if u s a n o E s ta d o d o M a r a n h ã o , c o m o s r e s p e c tiv o s a u to r e s r e s p o n s á v e is p e l o s r e la to s .

P a cien te P roced ên cia

(M u n icíp io)

A n o do relato C aracterização

do parasita

R ela tor d o ca so

1* * 1 9 6 0 N R P orto M a rq u es e c o ls 14

2 * R iach ão 1963 N R N er y -G u im a rã es12

P .C .S . R osário 1977 L ia ** D ep arta m en to d e P ato lo g ia da U F M A M .E .C .S . Santa L u zia 1981 L ia S ilv a e c o ls 17

R .O .F . C o elh o N eto 1986 L ia F o n se c a e c o ls 7 R .N .M .G . P resid en te V argas 1991 L ia C o sta e c o ls 5

A .A .A P in h eiro 1991 L ia C osta e c o ls 5

R .N .P .S . B acab al 1991 Lia C osta e c o ls 5

M .C .M .A . U rb an o S antos 1991 L ia C osta e c o ls 5

J .R .P . T u ria çu 19 93 L ia S ilv eira 18

* N ã o co n sta id en tificação

* * L e is h m a n ia (le ish m a n ia ) a m a z o n e n s is N R C aracterização da cep a não realizada

Departamento de Patologia da Universidade Federal do Maranhão, Sao Luís, MA.

Endereço para correspondência'.

Prof. Jackson Maurício L. Costa. Depto. de Patologia/UFM A. Pça. M adre Deus 02, 65025-560 Sao Luís, MA.

Recebido para publicação em 04/02/92.

(2)

C o m u n ic a ç ã o . S a ld a n h a A C R , S ilv a A C M , G a lv ã o C E S , S ilv a C M P , C o s ta J M L . P r o c e d ê n c i a d e p a c i e n t e s p o r t a d o r e s d e le is h m a n io s e c u tâ n e a d if u s a (L C D ) n o E s ta d o d o M a r a fih ã o - B r a s il. R e v is ta d a S o c ie d a d e B r a s i le i r a d e M e d ic in a T r o p ic a l 2 5 : 2 7 1 - 2 7 3 , o u t- d e z , 1 9 9 2 .

presente momento. Observa-se que 8 (80%) desses

pacientes, são oriundos de regiões vizinhas,

localizadas ao norte e a leste do estado, pertencentes

às seguintes regiões ecológicas: Pré-Amazônia

(20%), baixada (10%), litoral (10%), cerrado (30%)

e cocais (10%). Em um caso, não obtivemos os

dados de procedência (Tabela 1) e apenas um

paciente procedia da região ecológica do planalto,

localizada mais ao sul e oeste do estado.

Sendo o Maranhão um estado estritamente

agrícola, era de se esperar essa diversidade na

distribuição dos casos, pois sabemos que a

leishmaniose tegumentar é uma doença ligada às

áreas de ocupação, e o homem do campo representa

o elemento mais importante, sendo o primeiro a

entrar em contato com o ciclo silvestre da doença,

rompendo o equilíbrio ecológico das florestas

primárias, onde existem os mamíferos reservatórios,

os insetos vetores e o protozoário, agente etiológico

da doença9 10. Na Figura 1, observa-se que os

pacientes residem em localidades originárias de

zonas florestais, isto nos faz pensar que o vetor e o

reservatório silvestre da

L e is h m a n ia (L e is h m a n ia ) a m a z o n e n s is

em nosso estado possivelm ente

encontram-se nas áreas florestais1 2 8 16.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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2 . A lv im M C , S o a res O R , G o m es C M C , C o sta D R ,

(3)

C o m u n ic a ç ã o . S a ld a n h a A C R , S ilv a A C M , G a lv ã o C E S , S ilv a C M P , C o s ta J M L . P r o c e d ê n c ia d e p a c i e n t e s p o r t a d o r e s d e le is h m a n io s e c u tâ n e o d if u s a (L C D ) n o E s ta d o d o M a r a n h ã o - B r a s il. R e v is ta d a S o c ie d a d e B r a s i le i r a d e M e d ic in a T r o p ic a l 2 5 : 2 7 1 - 2 7 3 , o u t- d e z , 1 9 9 2 .

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3 . B arrien to s P L . U m ca so atíp ico d e leish m a n io se cu tâ n eo m u co sa . M em ó ria s do Instituto O sw ald o

C ru z 4 6 :4 1 5 - 4 1 8 , 1 9 4 8 .

4 . C o n v it J, L ap en ta P. S o b re um ca so d e leish m a n io se d issem in a d a . R ev ista d e P atolo gia C lín ica (C araças)

1 7 :1 5 3 -1 5 8 , 1 9 4 6 .

5 . C o sta J M L , Sa ld an h a A C R , P ed roso e S ilv a C M , S erra -N eto A , G alvão C E S , G od in h o A M R , Silva A C . E stágio atual da leish m a n io se cutân ea d ifusa (L C D ) no E sta d o do M aran h ão. I. R elato prelim inar.

R evista da S o cied a d e Brasileira d e M ed icina T rop ical 2 4 :5 9 - 6 0 , 1 9 9 1 .

6 . C o sta J M L , S ald an h a A C R , M ello e S ilv a A C , S erra -N eto A , G alvão C E S , P ed roso e S ilv a C M , S ilv a A R . E stágio atual da leish m a n io se cutânea d ifu sa (L C D ) no E stad o do M aran h ão. II. A sp ecto s

e p id e m io ló g ic o s; c lín ic o s e e v o lu tiv o s. R evista da S o c ie d a d e B rasileira d e M ed icin a T rop ical 2 5 :1 1 5

-1 2 3 , -1 9 9 2 .

7 . F o n s e c a A P M , F o n s e c a W S M . L e is h m a n io s e teg u m en ta r d ifu sa . R ela to d e um c a s o . A n a is B ra sileiro s d e D erm a to lo g ia 6 1 :1 4 5 -1 4 9 , 1 986. 8 . G rim ald Jr G , T e sh R B , M acM ah on -P ratt D . A

r e v i e w o f t h e g e o g r a f i c d is t r ib u i t i o n a n d e p y d e m io lo g y o f le ish m a n ia sis in th e n ew w o rld . T h e A m erica n Journal o f T rop ical M e d icin e and H y g ie n e 4 1 :6 8 7 - 7 2 5 , 1 9 8 9 .

9 . Instituto B ra sileiro d eG eo g ra fia eE sta tística . S in op se

P r e l i m i n a r d o C e n s o D e m o g r á f i c o . IX R ecen cea m en to G eral do B rasil - F undação Instituto B ra sileiro d e G eografia e E statística, M aranhão,

. 1 9 8 0 .

1 0 . L a in s o n R , S h a w JJ. L a s le is h m a n ia s y la

le ish m an iasis d e i n u evo m u n d o, c o n particular

r e f e r ê n c ia al B r a s il. B o le t i n d e la O f ic in a P anam erican a 7 6 :9 3 - 1 1 9 , 1 9 7 4 .

11. L ain son R , S h a w JJ. E v o lu tio n , c la ssifica tio n and geo g ra p h ica l distrib u ition In : P eters W , K illick -K end rick -K (e d s ). T h e L eish m a n ia sis in B io lo g y and M e d icin e. A ca d em ic P ress L o n d o n . p . 1 - 1 2 0 ,1 9 8 7 .

12. N e r y G uim arães F . E stad o atual d o s c o n h ecim en to s d a “f o r m a l e p r o m a t o i d e ” d a L e i s h m a n i o s e

tegu m en ta r (L T ). O H o sp ita l 6 7 :7 1 - 9 2 , 1 9 6 5 . 13. P e sso a S B , B arreto M P . L e ish m a n io se T egu m en tar

A m erican a. Im prensa N a c io n a l, R io d e Jan eiro, 1 9 4 8 .

14. P orto M a rq u es A , P o rtu g a l H . L e is h m a n io s e tegu m en ta r d ifu sa . O H o sp ita l 5 7 :1 1 - 2 3 , 1 9 6 0 . 15. S ilv a F .F orm ara ríssim ad ele ish m an iosetegu m en tar.

L eish m a n io se dérm ica não u lcerad a em n ó d u lo s e

e x te n sa s p la ca s in filtrad as e h ip erp ig m en ta d a s. Separata do v o lu m e da R eu n iã o A n u al d e D erm ato-sifiló g ra fo s B ra sileiro s, R io d e J a n eir o, 1 9 4 6 . 16. Silva A R , M artins G , M e lo JE M , A raújo JP , M en d es

JR , M en d es M G . Surto ep id êm ico d e le ish m a n io se tegu m en ta r am erican a o co rrid o na C o lo n iza çã o A grícola d e Buriticupu (E stado do M aran hão) Brasil. R ev ista do Instituto d e M ed icin a T ro p ica l d e S ão P au lo 2 1 :4 3 - 5 0 , 1 9 7 9 .

17. S ilva A R , M en d es JR , R o d rig u es M L M , C arvalh o Z S , R e is F M P , M e lo J E M , M o r a is J C O .

L eish m a n io se cu tâ n ea d ifu sa (L C D ). R egistro d e um ca so em B ruriticup u (E stad o do M ara n h ão).

R evista do Instituto d e M ed icin a T ro p ica l d e São Paulo 2 3 :1 - 4 , 1 9 8 1 .

18. S ilveir a F T . R esu ltad os p relim in ares do tratam ento d e d o is c a so s d e le ish m a n io se cu tân eo d ifu sa ,

d ia g n o stic a d o s em d iferen tes fa se s e v o lu tiv a s da d o en ça . In: R e su m o s do X X IX C o n g r e sso da S o cied a d e Brasileira d e M ed icin a T rop ic al, F ortaleza p . 1 0 6 , 1 9 9 3 .

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