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Violência no desporto

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Academic year: 2022

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Violência no desporto

Introdução

A violência no desporto é um facto a ser encarado. Vamos neste trabalho avaliá-lo em relação a várias vertentes, tais como as suas causas e consequências, as variadas definições e opiniões sobre esta, vamos explicar o famoso conceito de hooliganismo e dar a conhecer ao leitor também a nossa opinião sobre o assunto. Por último

analisaremos uma notícia à nossa escolha e vamos relacioná-las com os conceitos abordados.

Trabalho realizado por:

Fábio Nunes 12ºC nº13 Rodrigo Estevão 12ºC nº25

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Teorias sobre a definição de violência no desporto

A violência é o uso excessivo da força causando assim danos físicos e/ou psicológicos noutros, sejam estes ser vivos ou objectos. Esta é utilizada, maioritariamente, em situações de maior pressão, por exemplo, na atividade desportiva. É um problema que se verifica regularmente em todo o tipo de desportos e que se tem vindo a agravar. A violência desportiva pode manifestar-se entre adeptos, entre jogadores de equipa e até entre colegas da própria equipa.

Existem 2 teorias que tentam definir o que é a violência no desporto:

Teorias monocausais

Estas teorias defendem que um fenómeno violento pode ser

causado por um só motivo. Estas teorias baseiam-se no instinto e na emoção, as quais afirmam que a simples frustração pode causar um ato violento.

Teorias multicausais

Estas teorias defendem que um ato de violência deriva de uma série de acontecimentos anteriores que despoletam a violência.

Dentro destas teorias, há bastantes que utilizam a violência em grupo como base, afirmando que as pessoas em grupo tendem a adquirir os hábitos uma das outras e que a fortitude de um grupo é maior do que de uma pessoa sozinha.

Abordagem histórica do fenómeno

A violência no desporto existe há tanto tempo quanto a própria atividade. Não é específica de nenhuma cultura ou local do mundo estando antes presente por toda a parte. Ao longo do tempo existe uma evolução em relação aos motivos, ao tipo e ao grau de violência no desporto, mas pode-se dizer sem qualquer tipo de dúvida que não existe altura desde a existência do desporto na humanidade em que a violência não tenha estado presente.

Podemos afirmar que a obrigação de ordem, e o regulamento dos

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espaços de jogos e seu meio circundante não são uma prática recente, e existem desde o início do desporto, mas

independentemente da sua existência, a sua causa sempre foi muito procurada e debatida.

A evolução feita ao longo do tempo levou a que os atos de violência tenham passado a ser premeditados e planeados, vindo ocupar o lugar da espontaneidade. Com o aparecimento destes tais

comportamentos destrutivos (hooliganismo) houve uma co-evolução juntamente com a mediatização.

A paixão pelos desportos e pela vitória daquele que lhes é querido aumentou drasticamente ao ponto da rivalidade levar à morte de pessoas. Outrora um comportamento isolado e espontâneo facilmente corrigivel, é agora um problema grave a enfrentar.

Formas de violência no desporto

São vários os tipos de violência que se pode exercer, sendo os quais:

Física: Intencionalidade de magoar fisicamente um determinado alvo através de ofensas corporais, deixando, ou não, marcas

evidentes. Os exemplos mais comuns são o desferimento de murros ou o arremesso de objetos a alguém.

Verbal: Intencionalidade de incomodar um determinado alvo

através de ofensas morais e depreciações que levam ao mau estar do sujeito alvo.

Gestual: Intencionalidade de irritar e desconcentrar um determinado alvo através de gestos obscenos e provocativos.

Sempre que alguém executa um comportamento destes tem em vista o mau estar de um determinado alvo, tentando assim ganhar alguma vantagem sobre este.

Todos estes comportamentos são inaceitáveis em qualquer tipo de desporto, havendo uma punição para quem os comete.

O fenómeno do Hooliganismo na

Europa

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O Hooliganismo toma várias formas e todas elas diferentes, todas elas semelhantes. Este fenómeno evolui, cumprindo uma ordem de níveis, começando pela violência ocasional, praticada em ambos árbitros e jogadores, seguindo-se uma violência entre grupos de adeptos que torcem por lados opostos, ou mesmo até para com elementos policiais, terminando com a violência que toma lugar em dois espaços: o interior e o exterior do estádio/recinto, sendo esta última frequentemente praticada em grupos rivais, forças de segurança, e engloba também ainda atos de vandalismo. Seria importante frisar que o grau de violência é maior entre adeptos de clubes distintos, e menor entre adeptos de selecções distintas, o que não implica que seja inexistente.

É na Europa Continental, mais concretamente na Áustria e na Alemanha, em que são praticados os atos racistas, muito

provavelmente devido à presença de grupos neo-nazis existentes nestes países. Analistas creem que muitos grupos com slogans neo- nazis, tentam obter respeito de forma provocatória, não se

relacionando nem com a política nem com a sua ideologia. No entanto, nem todos os países onde ocorrem casos de Hooliganismo conseguem relacioná-los com o racismo, devido a escassez de provas, influenciando negativamente o estudo deste fenómeno.

Mas é fora do terreno continental que o hooliganismo teve maior impacto, nomeadamente em Inglaterra. País de origem do

Hooliganismo, a Inglaterra teve um grande papel na criação e expansão deste fenómeno, arrastando-se até os dias de hoje.

Atualmente, membros de claques hooliganistas estão proibidos de entrar em certos países Europeus.

Outros exemplos de países adeptos desta espécie de violência:

• Rússia;

• Polónia;

• Croácia;

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Causas da violência no desporto

São várias as causas que estão na origem da violência no desporto.

Serão apresentadas em seguida, algumas das causas de tais comportamentos:

Causas Educativas: quando exposto a exemplos de

comportamentos violentos, a tendência do ser humano é a seguir esse exemplo, principalmente se forem praticados por um ídolo, ou alguém na própria família. No caso de ídolos, muitos desportistas são pressionados para atingir elevados resultados, o que transmite ao sujeito um certo instinto de lá chegar, custe o que custar. Fãs destas figuras do desporto despoletarão comportamentos aprendidos através da observação e convivência de atitudes menos corretas.

Causas Sociológicas ou Fenómenos de Massas: segundo filósofos gregos, Aristóteles e Platão, a vida social é uma

interacção de interesses, elementos básicos da conduta social.

Em suma, o conflito de interesses sociais divide a população em grupos, que disputam a luta pelo poder, como por exemplo, o poder económico, e transforma o desporto numa escapatória, uma forma de conduzir a competitividade a que estamos sujeitos, de forma negativa, o que não devia acontecer.

Sabemos ainda, que um indivíduo tende a raciocinar em grupo quando não se encontra isolado, ignorando assim muitas vezes a ética e quaisquer ideologias de civilização organizada,

passando a agir muitas vezes, incorrectamente. A presença dos meios de comunicação em acontecimentos de certa relevância tendem a divulgar estes acontecimentos infelizes com o intuito de chocar e lucrar. Exemplo disto são os casos onde golos são repetidos nos ecrãs múltiplas vezes, em câmara lenta, e a captação dos cantos ameaçadores das claques.

Causas Intrínsecas: O cenário desportivo é caracterizado pela variedade de indivíduos envolvidos. Treinadores, atletas,

dirigentes, público, etc. Estes órgãos desportivos desempenham todos uma relação entre si, influenciando-se mutuamente. Um treinador agressivo transmitirá agressividade a uma atleta seu, tal como o atleta transmitirá agressividade ao público

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envolvido. A competitividade e a disputa pela vitória promovem atos de violência, despertando um descontentamento e raiva em caso de derrota. Para atletas de alta competição, o desporto significa também um emprego, o que desperta a

competitividade presente no mercado de trabalho.

Consequências da violência no desporto

Atos de violência desportiva, mais concretamente entre grandes grupos/claques, têm um grande impacto psicológico na população, direta ou indiretamente e também socio-económicamente.

Os filósofos desportistas Mark Holowchawk e Heather Reid, acreditam que a exposição a acontecimentos desta natureza,

despoletará um nível maior de violência, ou seja, se o Homem vê a violência como algo normal no desporto, passará a praticá-la como um comportamento que lhe foi ensinado, algo aprendido.

A lesão é uma consequência da violência desportiva. No caso de atletas, pode haver um exageramento da agressividade em relação à prática da modalidade levando a possíveis danos físicos nos outros atletas, isto em desportos de contacto.

Redução de agressividade nas regras dos desportos é algo debatido fortemente. Num artigo publicado no jornal Canadiano “Canadian Medical Association Journal”, em 2013, foi enunciado que os

investigadores avaliaram a eficácia da mudança das regras no hóquei no gelo. Foram observados uma redução de penalizações dos atletas e menos lesões. Providenciar aos jovens uma imagem de um exemplo de atleta a seguir, na presença de menores níveis de agressividade, promovendo eventos desportivos, pode também vir a diminuir as consequências psicológicas da agressividade desportiva.

Não são unicamente os atletas os afetados, mas é também o seu meio circundante. Acontece que em casos extremos existe a

combustão de carros, o arrombamento de portas e janelas de lojas perto do espaço de jogo e até a morte de pessoas e incendiamento de estádios.

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Estes comportamentos levam também à mudança de pensamento das pessoas. Sempre que ocorre um movimento violento as pessoas vão reconsiderar se querem mesmo ir ver uma determinada atividade desportiva, tendo em conta o perigo a que podem estar sujeitas. Isto leva a problemas socio-económicos visto que se as pessoas acharem que estarão em perigo a assistir a uma determinada modalidade desportiva, não irão querer ir ve-la, não havendo assim a entrada de dinheiro a quem é responsável por tal modalidade.

Desastre de Heysel

A 29 de maio de 1985, no Estádio Heysel situado em Bruxelas, foi disputada a final da Taça dos Campeões Europeus de futebol (actualmente denominada Liga dos Campeões), entre o clube inglês Liverpool, e o clube italiano Juventus. O que começou por ser um jogo de futebol acabou por se tornar numa tragédia.

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Já a prever possiveis conflitos, seriam tomadas medidas a estabelecimentos próximos do estádio tais como proibir a venda de álcool, e revista obrigatória a todos os adeptos, onde operaram cerca de 1500 agentes da autoridade e antes mesmo do início do jogo teriam começado os conflitos por parte de ambos os lados, e uma ourives chegara mesmo a ser assaltado num elevado valor.

As condições da ocasião, não sendo as melhores por motivos de falta de segurança, foram apenas mais uma das causas do sucedido.

Adeptos ingleses invadiram um sector da bancada onde estariam adeptos belgas e italianos. A imensidão de adeptos ingleses que invadiram o sector era muita, o que originou uma fuga às forças de segurança. Durante o decorrer da fuga dos sujeitos, estes atropelaram-se, encurralando-os contra uma parede, que acabaria por desabar vitimando assim várias pessoas.

O jogo acabaria por sair a favor da Juventus, resultado de uma grande penalidade na meia-lua, delimitada à saída da grande área.

Michel Platini concretiza assim o título à Juventus que sai ferida de uma final de tamanha importância. Foram fatalmente vitimadas 39 pessoas, e outras 600 ficaram feridas não só física como psicologicamente.

Medidas foram tomadas face ao comportamento dos adeptos ingleses, visto que estes seriam responsabilizados, e todos os clubes ingleses acabariam por ficar afastados das competições europeias por 5 anos, enquanto que o Liverpool ficaria afastado por 6 anos.

São várias as causas possíveis para explicar a origem desta

catástrofe. Uma delas será a presença de álcool no organismo dos adeptos, apesar da tentativa de contenção da venda de álcool na zona circundante, visto certos estabelecimentos terem desobedecido às ordens dadas pelos agentes da autoridade.

Um facto que foi também associado por certos analistas deste acontecimento foi o de Itália se ter juntado à Alemanha na 2ª guerra mundial, a qual bombardeou Inglaterra, levando assim a um possivel ressentimento por parte destes para com os Italianos.

Visto a importância de um evento desta espécie, que viria a decidir o Campeão Europeu e todos os benefícios que a vitória implicava, o fanatismo pode estar também envolvido como uma das principais causas do desastre.

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Conclusão

Cada vez mais o Hooliganismo é, ou devia ser, motivo de

preocupação para todos nós. Tratando-se de um assunto que evoluiu devido à globalização, aproximando pessoas de vários cantos do mundo, aumentando o risco de “colisão” entre estas, pelos mais diversos motivos. Baseando-se especialmente no erro humano, a violência no desporto é um tópico que requer atenção e que sejam tomadas medidas para evitar a sua contínua expansão.

O modo de vida levado pela maioria da população dos países desenvolvidos contribui também para a adesão de mais e mais adeptos da violência, sendo o stress uma das principais causas.

Referências Bibliográficas

O conteúdo deste trabalho foi maioritariamente refletido através de pesquisas nos seguintes sites:

http://www.maisfutebol.iol.pt/heysel-1985/juventus/uma-tragedia- inesquecivel-de-um-futebol-que-ja-e-outro

http://www.abola.pt/nnh/ver.aspx?id=524881

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http://pt.wikipedia.org/wiki/Hooliganismo http://estadosdalma.blogs.sapo.pt/5662.html http://www.dn.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?

content_id=1496771&seccao=Convidados

http://desporto-esfrl.blogspot.pt/p/violencia-no-desporto.html

http://obviousmag.org/archives/2014/01/causas_e_consequencias_da_

violencia_no_esporte.html

Referências

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