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Custo de Produção do Leite de Cabra

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I - CUSTO DE PRODUÇÃO DO LEITE

O custo de produção constitui um elemento auxiliar na administração de qualquer empreendimento, sendo frequentemente conceituado como a soma dos valores de todos os insumos e serviços empregados na produção de um determinado bem (Canziani, 1999; Yamaguchi, 1999).

Dados sobre o custo de produção do leite têm sido utilizados para muitas finalidades. Lopes e Carvalho (2000) destacam as seguintes: 1) verificar se e como os recursos empregados em um processo produtivo estão sendo remunerados; 2) analisar a rentabilidade da atividade leiteira, comparada a outras alternativas de emprego do tempo e do capital; 3) determinar o preço de venda do leite compatível com o mercado; 4) planejar e controlar as operações do sistema de produção de leite; 5) identificar o ponto de equilíbrio do sistema de produção de leite; 6) servir como ferramenta para auxiliar o produtor no processo de tomada de decisões seguras e corretas.

Entretanto, a determinação e a avaliação de custos são cercadas de muitas dificuldades, além de apresentarem elevado grau de subjetividade. Essas dizem respeito à avaliação correta de bens produtivos, avaliação da vida útil dos bens, atualização de valores, cálculo do custo de oportunidade, definição de prazos e dos parâmetros a serem considerados como termo de comparação para o retorno do capital e trabalho, entre outros. Além disto, são altamente relacionados com a tecnologia empregada (Schuh, 1976).

Segundo Gomes (1999), no caso da atividade leiteira, a correta apropriação do custo de produção é complexa em razão de algumas características, tais como: 1) produção conjunta, isto é, produção simultânea de leite e de animais; 2) elevada participação da mão-de-obra familiar, cuja apropriação dos custos é sempre muito subjetiva; 3) produção contínua, que é arbitrariamente segmentada para o período de análise, que pode ser anual ou semestral; 4) altos investimentos em terras, benfeitorias, máquinas e animais, cuja apropriação dos custos também tem elevada dose de subjetividade.

Isto resulta em diferenças importantes no cálculo do custo de produção, principalmente em função dos dados disponíveis para realização do cálculo e dos diferentes pressupostos teóricos necessários para se estimar os custos de produção (Canziani, 1999).

Gomes (2000) separa as razões para tais diferenças em três categorias. A primeira diz respeito ao sistema de produção que serviu de base para fornecer os coeficientes técnicos. A segunda refere-se aos critérios metodológicos utilizados, tais como inclusão ou não de juros no valor da terra, utilização de centros de custos ou preço de mercado em todos os insumos e serviços, quer sejam produzidos ou não na própria empresa. A terceira diz respeito à coleta, à interpretação e ao ajuste dos dados utilizados no cálculo do custo de produção do leite.

(22) 9999-2972 Cx.P. 96519 Nova Friburgo – RJ CEP 28601-970 Carlos Pizarro & Suzana Bresslau

Custo de Produção

do Leite de Cabra

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I.1 - METODOLOGIAS DE CÁLCULO DO CUSTO DE PRODUÇÃO

Uma definição importante: o custo de produção deve ser determinado “a posteriori” , ou seja, no final do período analisado, com as quantidades de insumos e serviços que realmente foram utilizadas (Gomes, 2000).

Segundo Yamaguchi (1999), os procedimentos metodológicos para cálculo de custo seguem duas vertentes analíticas: custo total de produção e custo operacional de produção, esta última sugerida pelo Instituto de Economia Agrícola da Secretaria da Agricultura de São Paulo (Matsunaga et al., 1976).

I.1.1 - Estrutura de Custo Total de Produção

Na estrutura de custo total de produção, o custo total da atividade leiteira é dado pela soma dos custos variáveis e fixos da atividade leiteira. Da renda bruta da atividade, deduzido o custo total, tem-se o resíduo (lucro) disponível para remunerar o empresário.

Os custos variáveis são aqueles que podem ser aumentados ou diminuídos pela ação do administrador e vão aumentar com o aumento da produção. Se nenhum nível de produto for produzido, o custo variável pode ser evitado. São exemplos de itens que compõem o custo variável os gastos com alimentação, medicamentos, energia e combustível, manutenção, reparos e mão-de-obra eventual.

Já os custos fixos são aqueles que permanecem inalteráveis durante um período de tempo (curto prazo) e independentes do nível de produção. Estes custos ocorrem mesmo que o recurso não seja utilizado. São exemplos os gastos com a mão-de-obra permanente, depreciações, remunerações, alguns impostos e taxas.

Gomes (1999) considera que a clássica divisão dos custos em variáveis e fixos, muitas vezes, é arbitrária e difícil de ser operacionalizada, já que um fator de produção pode ser classificado como fixo ou variável, dependendo do tempo considerado. O mesmo fator pode ser fixo no curto prazo e variável no longo prazo. Em razão destas dificuldades, existem outros critérios para se classificarem os custos, que se ajustam melhor às necessidades do empresário, tais como custos diretos e indiretos e custos operacionais.

Custos diretos (ou explícitos ou contábeis) são aqueles que englobam os gastos monetários, ou seja, todos os pagamentos efetuados pelo uso dos recursos comprados ou alugados, enquanto que custos indiretos (ou implícitos ou econômicos) são os custos de fatores que a empresa já possui, quase sempre não registrados pela contabilidade, por não constituírem despesas pagas em dinheiro durante o processo produtivo.

I.1.2 - Estrutura de Custo Operacional de Produção

Esquematicamente, o custo operacional compõe-se de todos os itens de custo considerados diretos (mão-de-obra, alimentação, medicamentos, energia e combustível, manutenção, reparos, impostos e taxas, assistência técnica), adicionados do valor da mão-de-obra familiar e de uma parcela dos custos indiretos, representada pela depreciação dos bens duráveis utilizados no processo produtivo (Matsunaga et al., 1976).

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Desta forma, nesta estrutura, encontramos os seguintes custos: 1) custo operacional efetivo, que representa os gastos efetivamente realizados na condução da atividade; 2) custo operacional total, que corresponde ao custo operacional efetivo mais os custos correspondentes aos serviços executados pela mão-de-obra familiar e à depreciação do capital imobilizado em benfeitorias, equipamentos, animais de serviço e forrageiras não anuais. Da renda bruta da atividade, deduzido o custo operacional total, tem-se a renda líquida disponível para remunerar o capital fixo (em terra, benfeitorias, equipamentos, animais e forrageiras não anuais) e o empresário.

A partir da estrutura de custo operacional, Gomes (1997; 1999) considera ainda o custo total, que corresponde ao custo operacional total mais a remuneração sobre o capital circulante (o custo operacional efetivo) e sobre o capital fixo. Da renda bruta da atividade, deduzido o custo total, tem-se o lucro disponível para remunerar o empresário.

I.1.3 - Remuneração da Mão-de-obra Familiar

Segundo Yamaguchi (1999), quando os serviços são executados pelos membros da família, estes devem ser valorizados segundo o salário de um trabalhador vigente na região, havendo ou não pagamento em dinheiro. Como remuneração do empresário, fica estabelecido o valor residual dado pela diferença entre a renda bruta e o custo total da atividade, ou seja, o lucro.

Para Gomes (1999), a mão-de-obra familiar tem participação importante no custo de produção da atividade leiteira, especialmente do pequeno produtor, realizando serviços básicos imprescindíveis ao desenvolvimento da atividade. Às vezes o produtor só sabe fazer o que está fazendo; nesse caso, seu custo de oportunidade é muito baixo. O custo de oportunidade reduz muito quando há desemprego na economia, e isto deve ser levado em conta, para se entender a permanência de alguns produtores na atividade.

Segundo Noronha (1987), os valores imputados como remuneração da mão-de-obra familiar e do empresário são arbitrários, portanto, só têm valor prático quando os critérios adotados são razoáveis. Por exemplo, se os membros da família não têm oportunidade de emprego fora da empresa, é difícil atribuir qualquer salário como remuneração de seus serviços na empresa. O mesmo tipo de problema surge com a remuneração do empresário. Quando não existe trabalho administrativo (remunerado, naturalmente) fora da empresa, torna-se muito difícil avaliar a remuneração do administrador.

Perosa (1998) apresenta dois fatores que justificariam a postura de não se imputar um custo alternativo à utilização de mão-de-obra familiar. O primeiro, quando a produção a ser efetivada está vinculada a produtores com ociosidade no uso do fator trabalho, havendo disponibilidade de mão-de-obra para ser utilizada na atividade. O segundo fator está relacionado ao mercado de trabalho local: metodologicamente se justifica essa imputação quando o mercado de trabalho local realmente se constitui numa alternativa para a mão-de-obra ociosa.

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I.1.4 - Depreciação do Capital Investido

A depreciação é um custo indireto necessário para gerar fundos para a substituição do capital investido em bens produtivos de longa duração, quando tornados inúteis pela idade, uso e obsolescência. O empresário tem de considerar o custo de depreciação, sob pena de não ter recurso para substituir estes bens de capital. Somente têm depreciação os bens que possuem vida útil limitada; portanto, a terra não tem depreciação (Noronha, 1987; Lopes e Carvalho, 2000).

Segundo Gomes (1999), uma observação importante diz respeito à depreciação da categoria vaca (cabra). Quando no cálculo do custo se considera todo o rebanho, e ele está estabilizado, não é feita a depreciação das vacas (cabras), uma vez que as novilhas substituem as vacas (cabras), mantendo-se a mesma idade média da categoria vaca (cabra). O custo de recria das novilhas que substituem as vacas (cabras) corresponde à depreciação dessas vacas (cabras). Entretanto, quando no cálculo do custo se considera apenas a categoria vacas (cabras), elas devem ser depreciadas.

Existem vários métodos para se calcular a depreciação, sendo o mais comum o método linear ou de cotas fixas. O valor anual de depreciação pode ser calculado segundo a fórmula: Da = (Vi – Vf) / n em que Da = valor da depreciação anual; Vi = valor inicial do bem; Vf = valor final do bem (valor de sucata) e n = vida útil do bem (Noronha, 1987; Gomes, 1999; Lopes e Carvalho, 2000).

Entretanto, o uso de métodos que consideram a aplicação financeira das cotas é o mais recomendado. Neste caso, o valor apropriado como depreciação do capital imobilizado em benfeitorias, máquinas, equipamentos, animais de serviço e forrageiras não anuais é calculado de acordo com a fórmula: Da = (Vi – Vf) x [r / (1+ r) n – 1] em que Da = valor da depreciação anual; Vi = valor inicial do bem; Vf = valor final do bem (valor de sucata); r = taxa de juros de longo prazo, em geral 6% ao ano e n = vida útil do bem (Gomes, 1999; Yamaguchi, 1999).

I.1.5 - Remuneração do Capital Investido

A remuneração de capital é definida como a taxa de retorno que o capital empregado na produção obteria em investimento alternativo. Este valor representa a oportunidade perdida pelo produtor ao deixar de aplicar o mesmo montante de recursos numa outra alternativa. Na prática, a base de comparação para o custo de oportunidade do capital do produtor são aplicações tradicionais do mercado financeiro, como a caderneta de poupança (Canziani, 1999).

Segundo Yamaguchi (1999), o valor a ser apropriado como remuneração do capital imobilizado segue diferentes critérios. Como remuneração pelo uso do fator terra, imputa-se o valor de arrendamento da terra em vigor na região. Na ausência desse valor, imputar a taxa anual de 6% sobre o valor do capital médio imobilizado nesse fator. O valor apropriado para remuneração dos demais itens de capital imobilizado

(benfeitorias, equipamentos, animais e forrageiras não anuais) é computado com a fórmula: Ra = (Vi – Vf) / 2 x r, onde Ra = valor de remuneração anual; Vi = valor inicial do bem; Vf = valor final do bem

(valor de sucata) e r = taxa de juros de longo prazo, em geral 6% ao ano.

No caso da remuneração do capital circulante (ou custo operacional efetivo), pode-se imputar a taxa de 6% ao ano sobre o seu valor médio. Contudo, Yamaguchi (1999) e Alves e Assis (2000) ressaltam

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que ao imputar esse valor, como item de custo, é necessário proceder da mesma forma para remunerar a renda bruta, decorrente das vendas realizadas. Se a receita que está sendo auferida pelo empreendedor não está sendo devidamente corrigida, o capital utilizado para cobrir os custos operacionais também não deve ser remunerado. Sugerem, nesse caso, desconsiderar tal remuneração, tanto do lado do custo quanto da renda.

I.1.6 - Custo da Atividade Leiteira e Custo do Leite

Sendo a pecuária leiteira uma atividade de produção conjunta, os gastos que se têm com o rebanho conduzem à produção, ao mesmo tempo, de leite e de animais (crias nascidas, animais jovens mudando de categoria, animais adultos ganhando peso). Por isto, os custos do leite devem ser separados dos custos da atividade, que engloba leite e animais (Gomes, 2000).

Segundo Noronha (1987) e Yamaguchi (2000), há várias alternativas usadas para distribuir custos gerais entre as atividades, todas elas arbitrárias e que podem induzir a erros na estimativa do custo de produção do leite

Em alguns casos, tem-se adotado o critério de que o custo total do leite é obtido deduzindo-se do custo total da atividade leiteira a venda de animais, pressupondo que o valor da venda é exatamente igual ao valor gasto na criação dos animais vendidos, conforme preconizado pela planilha de custo de produção de leite da EMBRAPA Gado de Leite (Gomes e Santos, 1995; Yamaguchi, 1999).

Em outros, tem-se utilizado o artifício de considerar a divisão dos custos da atividade leiteira de acordo com a participação de cada componente na renda bruta, ou seja, a porcentagem de participação da renda do leite na renda bruta total da atividade leiteira corresponderia ao fator de conversão do custo da atividade para custo do leite (Noronha, 1987; Gomes, 1999; Canziani, 1999; Lopes e Carvalho, 2000).

De qualquer forma, podemos verificar que o valor da venda de animais tem grande influência no custo do leite. Se, no período analisado, o produtor vendeu muitos animais, o custo do leite será menor; ao contrário, se ele não vendeu animais ou vendeu pouco, o custo será maior.

Gomes (1998; 1999) alerta para o fato de que a comparação do preço de venda do leite deve ser feita com o custo do leite e não com o custo da atividade leiteira. O custo da atividade leiteira é comparável com a renda bruta (venda de leite e animais) da atividade leiteira.

I.1.7 - Rebanho Estabilizado e Variação do Inventário Animal

Segundo Alves e Assis (2000), as planilhas de custo de produção devem estar sempre voltadas para o futuro. O passado não interessa, a não ser pelos dados que foram gerados. Na análise de custo, deve-se ter a ótica da perpetuidade. Imagina-se que o futuro se repetirá indefinidamente, em termos de dispêndios e receitas.

Essa hipótese tem uma implicação muito importante: o sistema de produção do ano anterior tem que ser reproduzível para o próximo ano. Se não for, o resultado do custo será maior ou menor do que deveria ser (Gomes, 2000).

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Os argumentos apresentados conduzem, naturalmente, à necessidade de ter rebanhos estabilizados, em número de animais e carga genética, para o cálculo do custo de produção. O problema, aliás, o grande problema, é que, na prática, dificilmente são encontrados rebanhos estabilizados. Isto implica ajustes nos dados para tornar o sistema reproduzível (Gomes, 2000).

Para contornar este problema, Gomes (1999) apresenta dois procedimentos que podem ser alternativamente adotados. O primeiro seria, hipoteticamente, estabilizar o rebanho, aumentando ou reduzindo animais nas categorias cujo número real de animais se afasta do rebanho estabilizado. Nesse caso, obtém-se o custo multiplicando-se o rebanho simulado pelos coeficientes técnicos que foram adotados no período analisado. Este procedimento, quando utilizado, violenta muito a realidade, razão pela qual não é o mais recomendado.

O outro procedimento considera a variação do inventário animal na composição da renda bruta. Noronha et al. (1999) e Gomes (2000) conceituam variação do inventário animal como sendo a diferença entre o valor do rebanho no final do período menos o valor do rebanho no início do período e menos compras de animais feitas no período, considerando o mesmo preço, por categoria animal, no início e no final do período. Em rebanhos estabilizados, a variação do inventário animal é igual a zero.

Gomes (1999) argumenta que, na interpretação rigorosa do conceito, a variação de inventário animal não deveria ser considerada como renda bruta, mas sim como riqueza. Entretanto, é uma riqueza que pode ser facilmente transformada em renda, pela elevada liquidez deste investimento. Desta forma, é preferível relaxar os conceitos de renda e de riqueza, incluindo a variação de inventário animal na composição da renda, do que determinar custos de produção de leite que pouco têm a ver com a realidade.

Isto significa que a inclusão da variação do inventário animal poderá aumentar ou diminuir a renda bruta, o que implica na diminuição ou aumento da participação relativa da venda de leite na renda. A consequência natural dessas variações é aumento ou diminuição do custo de produção do leite (Gomes, 2000).

I.1.8 - Centros de Custos

Conforme apresentado, tradicionalmente o custo de produção do leite é obtido a partir do custo total da atividade leiteira, fornecendo uma estimativa do custo e de alguns de seus itens de forma bastante agregada (Yamaguchi, 2000).

Segundo Alves e Assis (2000), para o conhecimento da saúde de um empreendimento, o custo agregado tem sua utilidade. Porém, é pouco útil para apontar onde estão os erros e, assim, permitir a correção das ineficiências existentes, principalmente quando se tem um empreendimento tão complexo como o da produção de leite. Daí surge a necessidade de se estabelecer os centros de custos.

O princípio diz que um centro de custo tem de produzir um produto ou produtos, relevantes para o empreendimento, e que tenham preços de mercado bem definidos. O preço de mercado aponta as ineficiências. Se o produto custar mais caro do que o mercado oferece, algo errado existe.

Diante disso, para efeito de cálculo e análise de custos, como instrumento de decisão e gestão, Yamaguchi (2000) sugere que o sistema global da produção de leite deva ser segmentado, pelo menos, em

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três setores: 1) produção de leite; 2) produção de animais de reposição; 3) produção de alimentos volumosos.

Como procedimento para determinação e análise de custos, o autor sugere a adoção da estrutura de custo total de produção para cada um dos três setores, lembrando que o período mínimo de análise deve ser de doze meses. O procedimento proposto permite estudar os processos de transformação ocorridos nos vários setores que compõem o sistema global e apropriar os custos incorridos em cada um deles, de tal forma que a otimização do sistema global é alcançada à medida que se obtém a otimização em cada um deles. Permite também conhecer o custo médio dos animais de reposição e da produção dos alimentos volumosos, oferecendo ao administrador meios para analisar e decidir, por exemplo, entre a alternativa de criar os animais de reposição, comprar no mercado ou terceirizar sua criação; ou, ainda, produzir os alimentos volumosos, comprar no mercado ou terceirizar sua produção.

Neste caso, é indispensável que o produtor adote um sistema eficiente de registro de informações, permitindo o rateio do uso dado aos recursos produtivos (insumos e serviços) em cada bem produzido (leite, animais, alimentos).

I.2 - CUIDADOS A SEREM OBSERVADOS NO CÁLCULO DO CUSTO DE PRODUÇÃO

Independente da estrutura de custo utilizada, Yamaguchi (1999) e Gomes (1999) citam alguns cuidados que devem ser observados no cálculo e na interpretação do custo de produção: 1) atentar para que não haja dupla contagem de custos com serviços realizados pela mão-de-obra permanente ou por máquinas e equipamentos próprios; 2) no cálculo do custo médio total de produção de leite (R$/litro), deve-se considerar a quantidade total de leite produzido durante o período analisado, correspondente à soma da quantidade de leite vendido, consumido na propriedade, fornecido para aleitamento de bezerros, utilizado na produção de queijos e outros derivados e o doado para terceiros; 3) custos comuns a várias atividades devem ser rateados de acordo com o grau de utilização em cada atividade.

I.3 - CUIDADOS A SEREM OBSERVADOS NA INTERPRETAÇÃO DO CUSTO DE PRODUÇÃO

Segundo Gomes (1999), no processo de produção de leite, pode-se distinguir a ação de dois agentes econômicos: o capitalista e o empreendedor. O capitalista é o dono do capital. São dele as terras, as benfeitorias, as máquinas, os animais e o capital de giro. O empreendedor toma “emprestado” do capitalista o capital e realiza o processo produtivo. Por não ter capital, o empreendedor tem de pagar ao capitalista uma taxa pelo que tomou emprestado. Esta taxa é o que, na planilha de custo, se chama remuneração do capital. Em resumo, corresponde ao valor que o capitalista receberia se esses recursos estivessem aplicados em outra atividade.

Frequentemente o capitalista e o empreendedor são a mesma pessoa e isto significa que ele empresta, e paga por isto, a ele mesmo. Em outras palavras, no cálculo do custo do produto, a remuneração do capital é um dos componentes deste custo, porém, do ponto de vista do produtor, a remuneração do capital, quando coberta pela renda, é um ganho para ele (Gomes, 1999).

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Para fins de análise econômica, o termo custo significa a compensação que os donos dos fatores de produção (capital, terra e trabalho) utilizados por uma empresa para produzir determinado bem devem receber para que eles continuem fornecendo esses fatores à empresa (Hoffmann et al., 1987).

Segundo Gomes (2000), esse conceito explica a razão por que se devem colocar, no cálculo do custo de produção, um valor para a mão-de-obra familiar e uma remuneração pelo uso dos fatores de produção, mesmo que sejam de propriedade do empresário, tais como benfeitorias, máquinas, animais e terra. É evidente que eles fazem parte do custo de produção do leite, porém o valor correspondente a eles é a recompensa que o produtor recebe quando coloca tais fatores à disposição do processo de produção. Isto significa que, do ponto de vista do empresário, que também é proprietário dos fatores de produção, além do lucro da atividade, este tem a compensação por ter “emprestado” seus recursos para a produção de leite, a qual, muitas vezes é maior que o próprio lucro.

I.4 - MEDIDAS DE RESULTADO ECONÔMICO

A análise econômica da atividade, por intermédio do custo de produção e de medidas de resultado econômico, é um forte subsídio para o processo de tomada de decisões. Essa análise pode ser feita tanto para a empresa como um todo (análise global da atividade leiteira) como das atividades individuais (análise setorizada dos centros de custos).

A renda bruta (RB), relativa a determinado período, compreende o valor de todos os bens ou serviços produzidos pela empresa. É determinada pelo preço do produto multiplicado pela respectiva quantidade vendida, consumida ou estocada.

A análise da renda bruta total, isoladamente, é pouco conclusiva, pois nem sempre as linhas de exploração que apresentam maior renda bruta são as melhores do ponto de vista econômico. Torna-se importante comparar os custos associados, ou seja, o montante investido na produção.

Gomes (1997; 1999) apresenta os seguintes indicadores de resultado: margem bruta, margem líquida e lucro. Justifica-se esses diferentes indicadores econômicos porque eles têm mais ou menos importância dependendo da unidade de tempo em questão. Assim, no curto prazo, o produtor deve estar mais preocupado com a margem bruta; no médio prazo, com a margem líquida e, no longo prazo, com o lucro.

A margem bruta corresponde à renda bruta menos o custo operacional efetivo (MB=RB–COE). Margem bruta positiva significa que a exploração está se remunerando e sobreviverá pelo menos no curto prazo. Margem bruta negativa significa que a atividade está antieconômica, pois o que se compra e consome é maior do que se consegue de renda bruta.

A margem líquida corresponde à renda bruta menos o custo operacional total (ML=RB–COT). Quando a margem líquida é negativa, o empresário pode não abandonar a atividade. Isto acontece quando ele concorda em trabalhar na sua empresa (mão-de-obra familiar) por um salário menor que o salário considerado no cálculo do custo e, ou, não consegue cobrir a depreciação de benfeitorias e máquinas. A continuidade da margem líquida negativa leva ao empobrecimento do empresário.

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O lucro corresponde a renda bruta menos o custo total (L=RB–CT). Quando o lucro é positivo, pode-se concluir que a atividade é estável e com possibilidade de expansão. Em caso de lucro negativo, mas em condições de suportar o custo operacional efetivo (MB positiva), pode-se concluir que o empresário poderá continuar produzindo por determinado período, embora com um problema crescente de descapitalização. Esta situação torna a atividade não atrativa. Lucro nulo significa que a empresa está no ponto de equilíbrio e em condições de refazer, no longo prazo, seu capital fixo.

Segundo Gomes (1996), pensando em termos de lucro, deve-se entender os fatores que o afetam. Como apresentado, basicamente o lucro resulta da diferença entre a renda bruta e o custo total (L=RB-CT). Por sua vez, a renda bruta é igual à quantidade do produto vezes seu preço (RB=Px$P), e o custo de produção é igual às quantidades dos fatores de produção vezes seus respectivos preços (CT=Fx$F). Assim, pode-se aumentar o lucro aumentando a renda, reduzindo o custo ou combinando ambos. Nestes termos, pode-se aumentar o lucro, mesmo com a redução do preço do leite, desde que o custo de produção se reduza mais que o preço do leite, que se aumente a produtividade, ou, ainda, que se combinem ambos.

Ainda segundo o autor, o preço do produto ($P) é um dos 4 componentes do lucro. Devemos considerar também o preço dos fatores ($F) e a produtividade (P/F). O produtor deve buscar o máximo lucro e, não necessariamente, o maior preço. O importante é o comportamento do lucro e não o comportamento do preço pago pelo produto. A queda do preço pago pelo produto ($P) deve ser compensada pelo aumento da produtividade (P/F).

Desta forma, pode-se dizer que o lucro da atividade depende da produtividade P / F (litros de leite produzidos por quilo de alimento consumido) e da relação de troca $P / $F (quilos de ração comprados com um litro de leite), que mede o poder de compra do produtor.

Este poder de compra é maior quando aumenta o preço do leite, quando reduz os preços dos insumos ou quando há uma combinação de ambos.

Para aumentar o preço real do leite, algumas medidas podem ser consideradas: 1) repassar para o produtor ganhos na industrialização; 2) pagar o leite por qualidade, favorecendo os autênticos produtores; 3) reduzir ou até mesmo eliminar os impostos sobre a produção e comercialização do leite, visto que é um alimento essencial.

Para reduzir o preço dos insumos, pode-se pensar nas seguintes estratégias: 1) substituir fatores relativamente mais caros por outros mais baratos, como, por exemplo, concentrados podem ser substituídos, em parte, por volumosos de boa qualidade; 2) compras em conjunto com outros produtores, obtendo-se ganhos em volume.

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II - CUSTO DE PRODUÇÃO DO LEITE DE CABRA NO CAPRIL PEDRA BRANCA

A partir das considerações apresentadas, observa-se que a determinação e a correta interpretação do custo de produção dependem, fundamentalmente, de dois fatores: 1) da metodologia de cálculo e 2) das características do sistema de produção.

II.1 - Metodologia de Cálculo do Custo de Produção

Para o acompanhamento do custo de produção, rendas e rentabilidade da atividade leiteira do Capril Pedra Branca, foi feita a adequação das planilhas de cálculo (Microsoft Excel) apresentadas por Gomes (1997; 1999), além do desenvolvimento de uma metodologia de coleta, armazenamento e processamento dos dados e apresentação dos resultados, conforme sugerido por Noronha et al. (1999).

Ao término de cada mês é feito o registro dos gastos e das receitas em um formulário próprio, a partir das notas fiscais, recibos e outros comprovantes de compra ou venda, onde os valores são tabulados conforme seu destino ou origem (figura 1).

A partir deste formulário, os valores são lançados para a planilha de custo no computador, que considera como período de cálculo e análise os últimos 12 meses. Ou seja, a cada mês obtém-se um novo custo de produção referente aos últimos 12 meses de atividade.

Isto porque a avaliação do custo de produção de um mês em particular pode conter grandes distorções, principalmente devido a sazonalidade reprodutiva/produtiva dos caprinos e ao esquema de registro de dados utilizado, o regime de caixa, onde os gastos e as receitas são lançados integralmente no mês em que ocorreram.

A estrutura de custo de produção adotada é a de custo operacional, conforme descrita por Matsunaga et al. (1976) e Gomes (1999).

O critério adotado para conversão do custo da atividade leiteira para custo do leite é o da participação da renda do leite na renda bruta da atividade, conforme Noronha (1987) e Gomes (1999).

O método adotado para o cálculo da depreciação anual do capital imobilizado em benfeitorias e equipamentos é o que considera a aplicação financeira das cotas, com taxa de juros de 6% ao ano, conforme Gomes (1999) e Yamaguchi (1999). A vida útil média das benfeitorias foi estimada em 40 anos e a das máquinas e equipamentos em 10 anos.

A remuneração da mão-de-obra familiar é valorizada segundo o salário de um trabalhador vigente na região, conforme Yamaguchi (1999).

O método adotado para o cálculo da remuneração anual do capital imobilizado em benfeitorias, equipamentos, animais e terra é o que considera a taxa de juros de 6% ao ano sobre o valor do capital médio empatado, conforme Gomes (1999) e Yamaguchi (1999).

A variação do inventário animal é calculada a cada novo período de 12 meses, a partir da composição do rebanho no final de cada mês, sendo incluída na composição da renda bruta do período, conforme Noronha et al. (1999) e Gomes (1999).

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Figura 1: Modelo do formulário utilizado para o registro dos gastos e receitas que ocorreram ao final de cada mês de atividade no Capril Pedra Branca.

CAPRIL PEDRA BRANCA - Bom Jardim, RJ CUSTO DE PRODUÇÃO DO LEITE DE CABRA

MÊS:

ESPECIFICAÇÃO Unidade Quantidade R$ R$

no mês unidade no mês 1.0 Renda Bruta 1.1 Leite Litros 1.2 Animais R$ 1,00 1.3 Outros R$ 1,00 2.0 Custo de Produção 2.1 Mão-de-obra Permanente Func. Eventual Dias 2.2 Volumoso Pré-secado alfafa Kg 2.3 Concentrado Lactação Kg Recria Kg Cria Kg 2.4 Sal mineral Kg 2.5 Substituto lácteo Kg 2.6 Ordenha R$ 1,00 2.7 Farmácia R$ 1,00 2.8 Inseminação R$ 1,00 2.9 Cama R$ 1,00 2.10 Energia elétrica R$ 1,00 2.11 Telefone R$ 1,00 2.12 Manutenção R$ 1,00 2.13 Impostos e taxas R$ 1,00 2.14 Divulgação R$ 1,00 2.15 Administração e Ass.Técnica R$ 1,00 2.16 Mão-de-obra familiar R$ 1,00 2.17 Depreciação * R$ 1,00

2.18 Rem. do capital circulante ** R$ 1,00 2.19 Rem. do capital investido * R$ 1,00

2.20 Outros R$ 1,00

3.0 Informações Básicas

3.1 Volume de Leite Litros --- ---

3.2 Número de cabras em lactação Cab --- ---

3.3 Rebanho total Cab --- ---

* Estes valores são calculados para o período de análise a partir das informações fornecidas sobre o capital imobilizado em terra, benfeitorias, equipamentos e animais.

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II.2 - Caracterização do Sistema de Produção

Ainda em fase de implantação, o Capril Pedra Branca é um sistema intensivo de produção de leite de cabra em condições de confinamento. Teve ínicio no ano de 1999 com a construção das instalações e aquisição dos primeiros animais (92 fêmeas jovens e 3 machos). Em março de 2000 houve uma segunda aquisição de animais (75 fêmeas jovens e 2 machos).

O rebanho, todo da raça Saanen, encontra-se em expansão. A origem dos animais é de sete criatórios de Minas Gerais e São Paulo, sendo os reprodutores, todos registrados (PO), provenientes dos capris Serra de Andradas (Andradas-MG), Bem Estar do Menor (Sabinópolis-MG) e Toca do Vovô (Leopoldina-MG).

As instalações do capril estão concentradas em um galpão com área total de 770 m2 , com baias de piso de cama de maravalhas, depósitos de volumoso e concentrado, sala de ordenha e de leite, sala de espera da ordenha, corredores de circulação, pista de alimentação, escritório e banheiros.

A produção de leite teve início em setembro de 2000, com a parição de um primeiro lote de 64 fêmeas. Em novembro, como resultado da indução de cio pelo aumento artificial do fotoperíodo entre julho e agosto, foi realizada a cobertura das fêmeas restantes, ocorrendo uma segunda parição em abril de 2001.

Em julho e agosto de 2001 todas as fêmeas do rebanho foram novamente submetidas à luz artificial e encontram-se atualmente em cobertura, nos meses de outubro e novembro. O objetivo deste manejo é concentrar todos os partos em março e abril e, consequentemente, obter um pico de produção de leite na época de entressafra, manejo este que será adotado nos próximos anos. Desta forma, o período de lactação do rebanho será de março a dezembro, permanecendo janeiro e fevereiro sem produção de leite.

Desde o início do projeto tem-se realizado uma grande pressão de seleção e rigoroso manejo de descarte, principalmente produtivo e sanitário. A composição atual do rebanho é de 102 cabras em lactação, 5 reprodutores e 54 cabritas. A partir de março de 2002 o rebanho deverá atingir a estabilização, com 128 cabras, 5 reprodutores, 40 cabritas de reposição e 45 para venda após o desmame. O excedente de fêmeas em lactação e aquelas que permanecerem vazias serão comercializadas ao final da estação de parição (maio).

Todos os alimentos são comprados, sendo oferecido como volumoso o pré-secado de alfafa, além de concentrado e sal mineral para bovinos leiteiros e água em bebedouros automáticos, respeitando-se as exigências nutricionais de cada categoria animal. O aleitamento das crias é artificial, utilizando-respeitando-se colostro de cabra tratado termicamente, seguido da administração de substituto lácteo (quadro 1 e 5).

Quadro 1: Dieta por categoria animal no Capril Pedra Branca (kg ou l por dia). Categoria Pré-sec. alfafa Concentrado Sal mineral Subst. lácteo

Cria 0 à vontade 0 1,2

Recria à vontade 0.300 à vontade 0

Secas à vontade 0.400 à vontade 0

Lactação 3,5 0.300 por litro à vontade 0

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A média de cabras em lactação nos últimos 12 meses foi de 78 cabras, correspondendo a apenas 44% do rebanho, devido ao grande número de animais jovens no rebanho ainda em expansão. A média de produção diária no período foi de 2,4 litros por cabra (todas na primeira lactação) (quadro 2).

Quadro 2: Evolução da produção de leite e produtividade nos últimos 12 meses no Capril Pedra Branca. Meses Produção total

litros/mês Média diária litros/dia Cabras em lactação Litros por cabra lact / dia

Rebanho total % cabras lactação Nov/00 5.315 177 61 2.9 179 34 Dez/00 5.210 168 56 3.0 171 33 Jan/01 4.430 143 54 2.6 168 32 Fev/01 3.880 138 52 2.6 167 31 Mar/01 4.346 140 52 2.7 165 32 Abr/01 4.856 162 63 2.5 185 34 Mai/01 6.629 214 89 2.4 183 49 Jun/01 5.977 199 92 2.1 191 48 Jul/01 6.288 203 101 2.0 189 53 Ago/01 7.251 234 101 2.3 189 53 Set/01 7.379 246 105 2.3 189 56 Out/01 6.625 214 104 2.0 161 65 Médias 5.682 187 78 2,4 178 44

A rotina diária de manejo do rebanho é realizada por um funcionário contratado exclusivamente para o capril e um segundo funcionário com dedicação parcial, além da participação dos proprietários durante as ordenhas. Eventualmente são contratados diaristas (quadro 5).

Para identificar problemas que possam estar interferindo na saúde e produção dos animais, permitir um adequado manejo de seleção e descarte e a análise econômica da atividade, é realizado o acompanhamento contínuo dos índices de performance do rebanho e registro sistemático de dados. Como ferramenta auxiliar no gerenciamento é utilizado o programa PROCAPRI, desenvolvido pela UNESP/Jaboticabal-SP. O quadro 3 apresenta alguns índices zootécnicos obtidos desde o início das atividades do capril.

Quadro 3: Índices zootécnicos obtidos desde o início das atividades no Capril Pedra Branca.

Parição 86 %

Prolificidade 1,5 cria / parto

Fêmeas ao nascimento 50 %

Peso médio das fêmeas ao nascimento 3,4 kg

Idade à desmama 60 dias

Peso à desmama 13 kg

Mortalidade até a desmama 2,3 %

Mortalidade desmama – 1 ano 4,1 %

Mortalidade após 1 ano 4,9 %

Produção de leite 2,4 l / cabra.dia

Os principais cuidados sanitários estão relacionados ao saneamento ambiental, através da constante limpeza e desinfecção das instalações, além da garantia de boa ventilação. Periodicamente são

(14)

A ordenha é realizada duas vezes ao dia em sala com capacidade para 16 cabras. O sistema é de ordenha mecânica tipo balde ao pé, com 8 unidades. O resfriamento e armazenamento do leite é realizado em tanque de expansão.

A principal fonte de renda do capril é a venda de leite cru resfriado para a indústria CCA Laticínios Ltda. Portanto, além da produção na época de maior demanda, existe uma grande preocupação em obter e armazenar o leite dentro de rigorosos padrões higiênico-sanitários. O monitoramento da qualidade do leite é realizado semanalmente através de colheita de amostra de leite no tanque de expansão, analisada pelo Laboratório de Qualidade do Leite da EMBRAPA Gado de Leite (quadro 4). Não faz parte do planejamento das atividades do capril a industrialização e comercialização do leite ou derivados. Outra fonte de renda do capril é a comercialização de animais, tanto de fêmeas e machos para outros criadores quanto de animais de descarte para o abate (quadro 5).

Quadro 4: Média dos resultados das análises do leite do tanque de expansão do Capril Pedra Branca. Gordura Proteína Lactose Sólidos totais Células Somáticas *

Média 3,70 % 2,91 % 4,54 % 11,95 % 553.000 / ml

* média geométrica

Quadro 5: Valores dos principais itens de custo e receita do Capril Pedra Branca (novembro 2001).

Item de custo Valor Item de receita Valor

Pré-secado de alfafa R$ 0,22 / kg Leite cru resfriado R$ 0,78 / litro Concentrado R$ 0,50 / kg Fêmea jovem R$ 200,00 / cabeça

Sal mineral R$ 0,56 / kg Macho jovem R$ 300,00 / cabeça

Substituto lácteo R$ 3,85 / kg Fêmea adulta R$ 300,00 / cabeça Funcionário (c/encargos) R$ 350,00 / mês Macho adulto R$ 400,00 / cabeça Diarista R$ 15,00 / dia Animal de descarte R$ 30,00 / cabeça

II.3 - Resultados

A seguir são apresentadas duas planilhas e dois quadros comparativos, elaborados conforme a metodologia descrita anteriormente, que resumem os dados do custo de produção do leite de cabra no Capril Pedra Branca em diferentes situações.

A primeira planilha refere-se ao custo de produção dos últimos 12 meses de atividade (novembro de 2000 a outubro de 2001), dentro das condições descritas para o rebanho nesse período.

A segunda refere-se ao orçamento do custo de produção considerando a condição de rebanho estabilizado com média de 108 cabras em lactação, a partir de março de 2002. Nessa simulação, foram ajustados os valores para o rebanho estabilizado considerando os coeficientes, os custos e as receitas obtidas na planilha anterior. A média de produção diária foi corrigida para 2,7 litros por cabra, considerando que a maioria estará em segunda lactação.

Os quadros apresentam os orçamentos dos custos de produção e os resultados econômicos referentes a 12 meses de atividade do rebanho estabilizado, em três situações diferentes, mantendo os itens de custo constantes e variando somente a produtividade das cabras em lactação.

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II.3.1 – Planilha 1: últimos 12 meses de atividade

A planilha a seguir apresenta o custo de produção referente aos últimos 12 meses de atividade, estando o rebanho ainda em expansão, com média de 78 cabras em primeira lactação, produzindo em média 2,4 litros de leite por dia.

CAPRIL PEDRA BRANCA - Bom Jardim, RJ

PLANILHA DE CUSTO DE PRODUÇÃO DO LEITE DE CABRA

Período: Nov-00 a Out-01 Total do leite ESPECIFICAÇÃO Total da atividade leiteira (R$) R$ R$ / litro % 1.0 Renda Bruta 63.936,70 53.186,70 0,7800 Leite 53.186,70 Animais 6.050,00

Variação de Inventário Animal 4.700,00

Outros 0,00 2.0 Custos de Produção Mão-de-obra 7.590,00 6.313,86 0,0926 9,47 Volumoso 26.983,96 22.447,01 0,3292 33,65 Concentrado 19.604,52 16.308,31 0,2392 24,45 Sal mineral 310,90 258,63 0,0038 0,39 Substituto lácteo 2.749,00 2.286,80 0,0335 3,43 Ordenha 966,06 803,63 0,0118 1,20 Farmácia 1.481,00 1.231,99 0,0181 1,85 Inseminação 0,00 0,00 0,0000 0,00 Cama 1.876,00 1.560,58 0,0229 2,34 Energia elétrica 1.015,41 844,68 0,0124 1,27 Telefone 480,00 399,30 0,0059 0,60 Manutenção 746,26 620,79 0,0091 0,93 Impostos e taxas 885,00 736,20 0,0108 1,10 Divulgação 0,00 0,00 0,0000 0,00 Adm. e Ass.Técnica 2.520,00 2.096,30 0,0307 3,14 Outros 958,50 797,34 0,0117 1,20

2.1 Custo Operacional Efetivo 68.166,61 56.705,41 0,8316 85,01

Mão-de-obra familiar 3.750,00 3.119,49 0,0457 4,68

Depreciação 1.599,35 1.330,44 0,0195 1,99

2.2 Custo Operacional Total 73.515,96 61.155,35 0,8969 91,68 Rem. do capital circulante 2.045,00 1.701,16 0,0249 2,55 Rem. do capital investido 4.626,90 3.848,96 0,0564 5,77

2.3 Custo Total 80.187,85 66.705,47 0,9783 100,00

3.0 Medidas de resultado

3.1 Margem Bruta (RB-COE) - 4.229,91 3.2 Margem Líquida (RB-COT) - 9.579,26

3.3 Lucro (RB-CT) - 16.251,15

4.0 Informações Complementares

Custo do leite / Custo da atividade 83,19%

Produção de leite (l/período e l/dia) 68.188 187

Núm.de animais (lact, total e % lact) 78 178 44% Produção de leite (l/cab lact e l/total) 2,4 1,0

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II.3.2 – Planilha 2: rebanho estabilizado com média de 2,7 litros por dia

A planilha a seguir apresenta o orçamento de custo de produção referente a 12 meses de atividade do rebanho estabilizado, a partir de março de 2002, com média de 108 cabras em lactação, produzindo em média 2,7 litros de leite por dia.

CAPRIL PEDRA BRANCA - Bom Jardim, RJ

PLANILHA DE CUSTO DE PRODUÇÃO DO LEITE DE CABRA

Orçamento de Custo Total do leite ESPECIFICAÇÃO Total da atividade leiteira (R$) R$ R$ / litro % 1.0 Renda Bruta 103.349,58 82.649,58 0,7800 Leite 82.649,58 Animais 20.700,00

Variação de Inventário Animal 0,00

Outros 0,00 2.0 Custos de Produção Mão-de-obra 8.016,00 6.410,47 0,0605 8,10 Volumoso 37.586,45 30.058,22 0,2837 37,98 Concentrado 22.218,50 17.768,33 0,1677 22,45 Sal mineral 389,55 311,52 0,0029 0,39 Substituto lácteo 3.240,00 2.591,06 0,0245 3,27 Ordenha 1.293,60 1.034,50 0,0098 1,31 Farmácia 1.800,00 1.439,48 0,0136 1,82 Inseminação 0,00 0,00 0,0000 0,00 Cama 4.200,00 3.358,78 0,0317 4.24 Energia elétrica 1.400,00 1.119,59 0,0106 1,41 Telefone 480,00 383,86 0,0036 0,49 Manutenção 1.132,60 905,75 0,0085 1,14 Impostos e taxas 1.110,00 887,68 0,0084 1,12 Divulgação 600,00 479,83 0,0045 0,61 Adm. e Ass.Técnica 2.640,00 2.111,23 0,0199 2,67 Outros 0,00 0,00 0,0000 0,00

2.1 Custo Operacional Efetivo 86.106,70 68.860,29 0,6499 87,01

Mão-de-obra familiar 3.828,00 3.061,29 0,0289 3,87

Depreciação 1.599,35 1.279,01 0,0121 1,62

2.2 Custo Operacional Total 91.534,04 73.200,59 0,6908 92,50 Rem. do capital circulante 2.583,20 2.065,81 0,0195 2,61 Rem. do capital investido 4.839,90 3.870,51 0,0365 4,89

2.3 Custo Total 98.957,14 79.136,91 0,7468 100,00

3.0 Medidas de resultado

3.1 Margem Bruta (RB-COE) 17.242,88 3.2 Margem Líquida (RB-COT) 11.815,54

3.3 Lucro (RB-CT) 4.392,44

4.0 Informações Complementares

Custo do leite / Custo da atividade 79,97%

Produção de leite (l/período e l/dia) 105.961 290

Núm.de animais (lact, total e % lact) 108 173 62% Produção de leite (l/cab lact e l/total) 2,7 1,7

(17)

II.3.3 – Quadro 1: orçamento dos custos no rebanho estabilizado com diferentes produtividades O quadro a seguir apresenta o orçamento dos custos de produção do leite referente a 12 meses de atividade do rebanho estabilizado, com média 108 cabras em lactação, em três situações diferentes, variando somente a produtividade das cabras em lactação.

Total do Leite (R$ / litro)

Litros/cabra.dia Custo Operacional Efetivo Custo Operacional Total Custo Total

2,7 0,6499 0,6908 0,7468

3,0 0,5968 0,6345 0,6859

3,5 0,5254 0,5585 0,6038

II.3.4 – Quadro 2: medidas de resultado no rebanho estabilizado com diferentes produtividades O quadro a seguir apresenta as medidas de resultado econômico da atividade leiteira referentes a 12 meses de atividade do rebanho estabilizado, com média 108 cabras em lactação, em três situações diferentes, variando somente a produtividade das cabras em lactação.

Total da Atividade Leiteira (R$)

Litros/cabra.dia Margem Bruta Margem Líquida Lucro

2,7 17.242,88 11.815,54 4.392,44

3,0 26.425,82 20.998,48 13.575,38

(18)

II.4 - Discussão

Na planilha 1, que apresenta os custos dos últimos 12 meses de atividade do Capril Pedra Branca, observa-se um custo de produção do leite igual a R$ 0,9783 por litro, revelando um resultado antieconômico, pois o que se comprou e consumiu foi maior do que se conseguiu de renda bruta (margem bruta negativa).

Entretanto, ao se interpretar tais resultados, dois aspectos, relacionados à situação do rebanho durante o período analisado, devem ser considerados: 1) baixa porcentagem de cabras em lactação (44% do rebanho), devido ao grande número de animais jovens improdutivos no rebanho em expansão; 2) todas as cabras em primeira lactação, onde, naturalmente, ainda não atingiram todo o potencial produtivo.

Estes dois aspectos revelam uma situação típica de projetos em implantação, onde há o aproveitamento insuficiente dos fatores de produção, principalmente capital investido e mão-de-obra, o que, invarialvelmente, conduz a resultados econômicos temporariamente negativos.

A partir de março de 2002, com a evolução do projeto, tal situação deverá se reverter, conforme pode ser observado na planilha 2, que representa o orçamento do custo de produção referente a 12 meses de atividade do rebanho estabilizado, com média de 108 cabras em lactação (62% do rebanho) e média de produção diária de 2,7 litros. Nota-se que os três indicadores econômicos passam a ser positivos, já que o custo de produção do leite foi orçado em R$ 0,7468 por litro.

Nesta situação, os ganhos para o produtor, que também é o dono do capital, serão os seguintes, conforme discutido por Gomes (1999; 2000): o lucro (R$ 4.392,44), mais a mão-de-obra familiar (R$ 3.828,00) e a remuneração do capital (R$ 7.423,10), além dos serviços de administração e assistência técnica (R$ 2.640,00), que, neste caso, também foram executados pelo produtor, médico veterinário. O total corresponderá a R$ 18.283,54 nestes 12 meses de atividade.

Caso fossem anulados os gastos com os itens acima especificados (mão-de-obra familiar, remuneração do capital e administração e assistência técnica), o lucro da atividade leiteira seria de R$ 18.283,54, valor idêntico ao total dos ganhos na situação anterior, mas o custo de produção seria de R$ 0,6429 por litro.

Qual será, então, o custo total do leite a partir de março de 2002: R$ 0,7468 ou R$ 0,6429 por litro ?

Tendo em vista os conceitos de custo de produção apresentados anteriormente (Hoffmann et

al., 1987; Canziani, 1999; Yamaguchi, 1999), fica implícito que todos os fatores utilizados para produzir

determinado bem devem ser remunerados, inclusive mão-de-obra familiar e capital. Conforme discutido por Gomes (2000), é evidente que eles fazem parte do custo de produção do leite, sendo o valor correspondente a eles a recompensa que o produtor recebe quando coloca tais fatores à disposição do processo de produção. Desta forma, a resposta é R$ 0,7468 por litro.

Com este raciocínio, pode-se dizer que quando são incluídos todos os componentes do custo de produção (inclusive a mão-de-obra familiar e a remuneração do capital), mesmo que o lucro seja zero, não há razões para que o produtor abandone a atividade, porque ele está recebendo pelo uso de seus próprios fatores de produção.

(19)

A partir da distribuição porcentual dos custos apresentada na planilha 2, percebe-se claramente que poucos itens são responsáveis pela maior parcela dos custos. Os principais itens que compõem a alimentação do rebanho (volumoso e concentrado) representam 60% do custo total do leite. Somando-se os gastos com mão-de-obra (contratada e eventual), chega-se a quase 70%. Isto significa dizer que, neste caso, estes são os itens nos quais alterações de valores irão refletir de forma significativa no custo do leite.

Este tipo de informação, obtida a partir da análise da planilha de custo de produção, evita o gasto de tempo e de esforços para reduzir os custos de itens que pesam muito pouco no resultado final. No caso da planilha 2, uma redução de 20% no gasto com alimento volumoso representa uma redução de 7,6% no custo total do leite, enquanto que uma redução de 50% nos gastos com produtos utilizados na ordenha representa uma redução de apenas 0,6% no custo total.

Entretanto, esta avaliação da participação porcentual dos itens de custo deve ser feita com cuidado, já que um valor depende do outro. Se, como no caso da planilha 2, o custo de alimentação for muito alto, ele pode reduzir a participação porcentual dos demais itens de custo. Isto não quer dizer que os demais custos são baixos; podem até ser elevados em comparação com determinados padrões. Desta forma, deve-se também avaliar os custos em valor absoluto e não somente os porcentuais, que podem esconder ineficiências.

Na análise dos quadros comparativos dos orçamentos de custo de produção e dos resultados econômicos do rebanho estabilizado, em três diferentes situações, fica evidente a influência do aumento da produtividade e, consequentemente, do volume de produção, na rentabilidade da atividade.

Isto porque existe uma associação negativa e significante entre produtividade e custo de produção. Maior produtividade (litros produzidos por quilo de alimento consumido) diminui o capital empatado por litro de leite produzido, reduzindo o custo e, consequentemente, aumentando o lucro do produtor.

Entre as simulações realizadas, um aumento de 11% na produtividade do rebanho estabilizado (de 2,7 para 3,0 litros/cabra.dia) resultou numa redução de 8% no custo do leite (de R$ 0,7468 para R$ 0,6859) e consequente aumento de 209% no lucro da atividade (de R$ 4.392,44 para R$ 13.575,38).

Desta forma, a estratégia adotada pelo Capril Pedra Branca para tornar a atividade cada vez mais rentável compreende, num primeiro momento, estabilizar o rebanho dentro da estrutura de produção já disponível e, partir da estabilização, intensificar a pressão de seleção e o rigoroso manejo de descarte, visando animais cada vez mais produtivos. Caso o mercado comprador de leite de cabra “in natura” continue exibindo sinais de crescimento, faz parte do planejamento do capril ampliar sua capacidade para 256 cabras, dobrando o volume de produção.

(20)

III - CONCLUSÕES

1) A determinação do custo de produção do leite serve como elemento auxiliar na análise da rentabilidade dos recursos empregados na atividade leiteira.

2) No cálculo da planilha de custo de produção do leite, todos os componentes devem ser considerados, inclusive a mão-de-obra familiar e a remuneração do capital. Com esse procedimento, são eliminados mecanismos compensatórios, os quais podem não refletir a realidade da produção de leite (Gomes e Santos, 1995).

3) Quando bem interpretado, o custo de produção é um poderoso instrumento; do contrário, poderá conduzir a conclusões que nada têm a ver com a realidade do produtor de leite (Gomes, 2000).

4) A estrutura de custo operacional de produção facilita a interpretação dos resultados e a análise econômica da atividade leiteira através das medidas de resultado econômico.

5) O conhecimento do comportamento do custo de produção do leite e de seus componentes é essencial para o efetivo controle do processo produtivo, auxiliando o produtor na tomada de decisões.

6) O produtor deve buscar a especialização na produção de leite, melhorando o aproveitamento dos fatores de produção, com aumento da produtividade e do volume de produção.

7) A metodologia de cálculo do custo de produção do leite de cabra adotada pelo Capril Pedra Branca tem-se mostrado um instrumento de simples operacionalização, auxiliando no planejamento da atividade.

(21)

IV – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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produção da atividade leiteira a nível individual (produtor) e a nível regional. In: Seminário sobre Metodologias de Cálculo do Custo de Produção de Leite, 1, Piracicaba, 1999. Anais ... Piracicaba:USP, 1999.

GOMES,S.T.,SANTOS,P.C.B. Planilha de custo de produção de leite de cabra-Estado do Rio de Janeiro. Niterói:EMATER, 1995. 32p.

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GOMES,S.T. Indicadores de eficiência técnica e econômica na produção de leite. São Paulo:FAESP, 1997. 178p. GOMES,S.T. Cuidados no cálculo do custo de produção de leite. In: Seminário sobre Metodologias de

Cálculo do Custo de Produção de Leite, 1, Piracicaba, 1999. Anais ... Piracicaba:USP, 1999.

GOMES,S.T. Custo de produzir leite. In: Economia da produção do leite. Belo Horizonte:Itambé, 2000. p.41-42. GOMES,S.T. Afinal, qual é o custo do leite ? Boletim do Leite, n.74, 2000.

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NORONHA,J.F. Projetos agropecuários: administração financeira, orçamento e viabilidade econômica. 2ed. São Paulo:Atlas, 1987. 269p.

NORONHA,J.F. et al. Análise da rentabilidade da atividade leiteira no Estado de Goiás. In: Seminário sobre Metodologias de Cálculo do Custo de Produção de Leite, 1, Piracicaba, 1999. Anais ... Piracicaba:USP, 1999. PEROSA,J.M.Y. Módulo mínimo para produção de leite de cabra. In:Encontro Nacional para o

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Referências

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