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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP Edgar da Silva Gomes

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Academic year: 2019

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(1)

Edgar da Silva Gomes

O catolicismo nas tramas do poder:

a estadualização diocesana na

Primeira República (1889-1930)

DOUTORADO

HISTÓRIA

(2)

Edgar da Silva Gomes

O catolicismo nas tramas do poder:

a estadualização diocesana na

Primeira República (1889-1930)

Tese apresentada à Faculdade de História, PPGH-PUCSP da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do grau de Doutor em História. Área de concentração: História Social.

Orientador: Prof. Dr. Fernando Torres Londoño.

(3)

36 segunda página página 35

44 terceira linha do rodapé 18 novas formas de ação da igreja

50 coma com a

50 spriegazione spiegazione

50 sincetita sincerità

52 PRP Partido Republicano Paulista

55 2º parágrafo: não sair não sair prejudicado

59 “do” pequeno

62 acima abaixo

66 Substituir na citação médicos médios

70 na citação diass dias

73 1º parágrafo pontos em fundamentais pontos fundamentais

81 como vermos como veremos

95 inveitável inevitável

98 na citação: esse esses

114 continuavam a ter tinham muitas continuavam a ter muitas

122 motra mostra

127 contruiu construiu

145 torcar trocar

146 placet placet imperial

146 última linha: foi se reestrutuou se reestruturou

155 “a contanilidade de Quintino” “a contabilidade de Quintino”

155 Internúncio Núncio

157 subornar subordinar

172 última linha: e do Estado do Paraná e o Estado do Paraná

178 abilidade habilidade

200 grão grão

200 di0plomatica diplomática

214 citação 14 linha: um un

215 2 parágrafo ultima linha: do furo o furo 218 2 linha da citação: chegeuia cheguei 228 11 linha citação: deve deve deve

234 última linha: no afã denunciar no afã de denunciar 251 5 linha da citação: desegradável desagradável 271 última linha citação: nella nella reppublica 315 5 linha 1 paragrafo: seus primeiros na seus primeiros anos na

43 em toda orbe em todo o orbe

59 portnato, no periodo portanto no período 95 direitos adiquiridos direitos adquiridos 95 suas prorprias pernas suas próprias pernas

105 novas dicoesess novas dioceses

105 opositor pertenceteu opositor pertencente 108 estas prorpiedades estas propriedades

108 elite eclesiástica ocorreram elite eclesiástica ocorreram 139 Pirmeiras Republica Primeira República

145 explicar p explicar

147 o catolcismo o catolicismo

152 de redivivão De redivisão

167 Posuso Alegre Pouso Alegre

177 obtve o que quis obteve o que quis

196 ter intermediando conflitos ter intermediado conflitos

234 mais permiciosa mais perniciosa

275 pelo moviemto pelo movimento

276 relgioso catolico religioso católico 278 articulador politco articulador político

280 indepência independência

288 oficados oficiados

288 brasieliros brasileiros

(4)

e.mail: edgarddsg@uol.com.br

(5)

O Catolicismo nas tramas do poder: a estadualização diocesana na Primeira República (1889-1930).

Tese apresentada à Faculdade de História, PPGH-PUCSP, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do grau de Doutor em História. Área de concentração: História Social,

São Paulo, 2012.

____________________________ Dr. Fernando T. Londoño (orientador)

____________________________ Dr. Mauro Passos – UFMG/PUCMG

____________________________ Dr. Elton Nunes - Faculdade Messiânica

____________________________ Dr. Ênio J. C. Brito – PUCSP

____________________________ Dr. Ney de Souza – PUCSP

(6)
(7)

à minha família,

aos meus pais queridos, Edgard e Palmira.

à minha amiga e irmã amada Eliana, ao Marco, amigo de toda hora, a minha sobrinha querida Luara Eloí, ao meu cunhado e amigo Jair.

à minha avó querida Antônia Peixoto da Silva. aos meus tios: Paulo, Pedro e Alencar, tia Dita.

ao meu orientador,

Prof. Dr. Fernando Torres Londoño, pelas discussões, brigas e conselhos que tornaram a pesquisa mais dinâmica e produtiva.

aos meus amigos e interlocutores,

Claudia Reis, Clotilde Prates, Dadá Migliore, Simone Merissi Dias, Vanda Quecine, Cássio Marafante, Edson Toneti, Elton Nunes, Gigi Migliore.

ao meu abecedário de amigos e colegas queridos,

(8)

e Ipiranga, Biblioteca da Faculdade de Educação da USP,

à Universidade Católica Portuguesa,

aos funcionários do núcleo de estudos CEHR, pelo convite para intervir no Congresso Internacional: Religião, Sociedade e Estado 100 anos de Separação, onde pude expor minha pesquisa e, obter uma ajuda essencial para ir no Vaticano pesquisar no ASV.

meu obrigado,

à CAPES, pela concessão da bolsa parcial de 3 anos e, ao CNPq pela integralização da bolsa no último ano da tese.

aos professores da banca examinadora,

(9)

“não te julgues muito hábil para o teu trabalho, nem te glories no tempo de tua penúria.

é melhor um homem que trabalha e tem tudo em abundância

do que aquele que se gloria e carece de alimento. filho, honra-te com a modéstia

(10)

que envolveram a reestruturação diocesana da Igreja Católica no Brasil e seus vínculos com o Estado Republicano pós separação Estado-Igreja, pelo Decreto 119-A, de 7 de janeiro de 1890, do Governo Provisório da República. Era uma situação nova que se colocava diante da elite eclesiástica brasileira, acostumada a fazer parte do universo de poder estatal. Com uma rede diocesana insignificante, eregidas ainda durante o período colonial e imperial brasileiro. Esse importante órgão da administração do catolicismo era achatado devido aos vínculos que prendiam

Igreja-Estado no regime de padroado. Desde a primeira reunião do episcopado, em São Paulo, no ano de 1890, houve grande mobilização em torno da proposta de expansão da rede diocesana, com o apoio da Santa Sé, se colocou em prática um plano ambicioso de no menor tempo possível, erigir pelo menos uma diocese em cada Estado da Federação. A urgência, apesar da falta de recursos, se explicava, justamente pelo fato de, o republicanismo ter facultado aos estados uma autonomia antes inexistente. A primeira constituição republicana, promulgada em 1891, não chegou a ser “o lobo da igreja”, mas limitou bastante seu trânsito no poder. A pesquisa realizada, principalmente no Archivio Segreto Vaticano, traz uma variedade

significativa de documentos sobre as articulações políticas que foram necessárias para executar esse projeto. Como nada em política é inocente, houve várias contradições no percurso, tramas e arranjos, que estamos acostumados a ver na política partidária, onde as alianças nem sempre seguem ideais, ao contrário, muitas vezes os contradizem. O objetivo a que se propôs a elite eclesiástica foi atingido. Documentos são bastante explícitos nesse sentido. A intenção na tese foi tentar articular algumas tramas de poder que Estado e Igreja, juntos, utilizaram para superar diferenças e forjar ações criando novas formas de convivência e interesses, que de alguma forma pudesse favorecê-los no Estado republicano “laico”.

(11)

restructuring of the Roman Catholic Church in Brazil and link this restructure with Republican State after the Church-State separation of power by Decree 119-A in January 7th of 1890 of the Provisional Government of the Republic. It was a new situation that arises beyond the ecclesiastical elite, deeply used to be a part of the universe inside State´s power. With an insignificant diocese, that emerged during colonial and imperial times of Brazilian history, this important structure of the Catholicism administration was crushed duo to the ties that bound Catholic Church and State at the system of patronage. Since the first meeting of the episcopate in São Paulo in 1890 there was a great mobilization around the proposal that intent to expand the Diocesan network and with the support of the Saint Faith was put into practice an ambitious plan that consisting of erecting at least one diocese in each State of the Federation as soon as possible. The urgency explains itself, even with the lack of resources, across the fact that the republicanism provided to the states some sort of autonomy that never existed before. The first Republican Constitution, published in 1891 was not “the church´s wolf” exactly, but limited considerably the Church´s influence inside the power. The research realized for this project was majority made at the Archivio Segreto Vaticano and brings a significant variety of

documents about the political articulations necessary to execute this project. As nothing in politics is innocent there were several contradictions in the course, as much as conspiracies and scheming involving partisan politics that we are so used to see and hear about and where the political alliances not always follows ideals but, in so many times, contradicted these ideals instead. In this way, the main objective of the ecclesiastical elite was achieved. Documents are quite specific in this regard. The purpose of this research was try to articulate some schemes that State and Church together make use of to overcome differences and to forge actions creating new forms of acquaintance and interests intending to favor themselves at the “secular” republic State.

(12)

questioni che coinvolsero la ristrutturazione diocesana della Chiesa Cattolica in Brasile e i suoi vincoli con lo Stato Repubblicano dopo la separazione Stato-Chiesa, attraverso il Decreto 119-A, del 7 gennaio 1890, del Governo Provvisorio della Repubblica. Era una situazione nuova che si poneva davanti all’elite ecclesiastica brasiliana abituata a far parte dell’universo del potere statale. Con una rete diocesiana insignificante, creata ancora durante il periodo Coloniane e Imperiale brasiliano. Questo importante organo dell’amministrazione cattolica era schiacciato dai vincoli che legavano Chiesa e Stato nel regime del padronato. Fin dalla prima riunione dell’episcopato in São Paulo nel anno 1890, si ebbe una grande mobilizzazione intorno alla proposta dell’espansione della rete diocesana, con l’appoggio della Santa Sede, e si pose in pratica il piano ambizioso di creare perlomeno una diocesi in ciascuno Stato della Federazione, nel minor tempo possibile. L’urgenza, nonostante la mancanza di mezzi, si spiegava appunto per il fatto che il repubblicanesimo aveva dato agli Stati una autonomia prima inesistente. La prima costituzione Repubblicana, promulgata nel 1891 non arrivò ad essere “il lupo della chiesa”, ma limitò abbastanza il suo transito nel potere. La ricerca realizzata soprattutto nell’Archivio Segreto Vaticano, porta una significativa varietà di documenti sulle articolazioni politiche che si resero necessarie per porre in pratica il progetto. Siccome in politica nulla è innocente, si ebbero varie contradizioni durante il percorso, trame e aggiustamenti, come siamo abituati a vedere nella politica dei partiti, dove le alleanze non sempre seguono gli ideali, al contrario molte volte li contradicono. L’obiettivo che si propose l’elite ecclesiastica fu raggiunto, I documenti sono abbastanza chiari in questo senso. L’intenzione nella tesi è stata quella di tentare di articolare alcune trame di potere che Stato e Chiesa, insieme, utilizzarono per superare le differenze e forgiare azioni creando nuove forme di convivenza e interessi, che in qualche modo potessero favorire nello Stato Repubblicano “laico”.

Parole-Chiavi: Chiesa/Cattolicesimo – Stato – Politica – Istituzione – Potere

(13)

Figura 1 ASV. Fasc. 429, p. 07r 27

Figura 2 – ASV. Fasc. 578, p. 010r 27

ilustrações capítulo 1

Figura 1 – ASV. Fasc. 483, p. 84r 35

Figura 2 – ASV. Fasc. 357, p. 135r 38

Figura 3 – ASV. Fasc. 357, p. 234r 39

Figura 4 – ASV. Fasc. 1087, p. 14r 54

Figura 5 – ASV. Fasc. 417, p. 25v 57

Figura 6 ASV. Fasc. 951, p. 6r 63

Figura 7 – ASV. Fasc. 417 – p. 25r 64

Figura 8 ASV. Fasc. 946, p. 86r 81

ilustrações capítulo 2

Figura 1 – ASV. Fasc. 358, p. 15r 91

Figura 2 ASV. Fasc. 344, p. 38r 93

Figura 3 – ASV. Fasc. 344, p. 58v 99

Figura 4 – ASV. Fasc. 714, p. 04r 104

Figura 5 – ASV. Fasc. 714, p. 19r 105

Figura 6 – ASV. Fasc. 714, p. 10r 105

Figura 7 ASV. Fasc. 353, p. 043r 107

Figura 8 – ASV. Fasc. 1164, p. 27r 112

Figura 9 ASV. Fasc. 1164 p. 26r 113

Figura 10 – ASV. Fasc. 383, p. 5r 116

Figura 11 ASV. Fasc. 978, p. 031v 117

Figura 12 – ASV. Fasc. 951, p. 52r 119

Figura 13 ASV. Fasc. 617, p. 99r 128

Figura 14 – ASV. Fasc. 987, p. 03r 130

Figura 15 – ASV. Fasc. 987, p. 13r 130

Figura 16 – ASV. Fasc. 987, p. 19r 131

Figura 17 – ASV. Fasc. 917, p. 58r 134

Figura 18 ASV. Fasc. 344, p. 59r 140

Figura 19 – ASV. Fasc. 344, p. 59v 141

Figura 20 ASV. Fasc. 344, p. 60r 142

Figura 21 – ASV. Fasc. 344, p. 60v 143

Figura 22 ASV. Fasc. 389, p. 01r 150

Figura 23 – ASV. Fasc. 389, p. 01v 151

Figura 24 ASV. Fasc. 714, p. 22r 156

Figura 25 – ASV. Fasc. 344, p. 23r 158

Figura 26 – ASV. Fasc. 344, p. 23v 159

Figura 27 ASV. Fasc. 344, p. 24r 160

Figura 28 – ASV. Fasc. 344, p. 24v 161

Figura 29 ASV. Fasc. 344, p. 25r 162

Figura 30 – ASV. Fasc. 344, p. 25v 163

Figura 31 ASV. Fasc. 353, p. 120r 164

Figura 32 – ASV. Fasc. 353, p. 121r 164

Figura 33 ASV. Fasc. 734, p. 45r 166

(14)

Figura 38 – ASV. Fasc. 1016, p. 74v 172

Figura 39 ASV. Fasc. 1017, p. 35r 173

Figura 40 – ASV. Fasc. 1017, p. 46r 174

Figura 41 ASV. Fasc. 1017, p. 32r 175

Figura 42 – ASV. Fasc. 1164, p. 16r 176

Figura 43 ASV. Fasc. 1164, p. 16v 177

ilustrações capítulo 3

Figura 1 – ASV. Fasc. 576, p. 24r 182

Figura 2 – ASV. Fasc. 576, p. 24v 183

Figura 3 – ASV. Fasc. 469, p. 9r 184

Figura 4 – ASV. Fasc. 469, p. 9v 185

Figura 5 ASV. Fasc. 469, p. 20r 186

Figura 6 – ASV. Fasc. 469, p. 20v 187

Figura 7 ASV. Fasc. 469, p. 07v 188

Figura 8 – ASV. Fasc. 452, p.38r 189

Figura 9 ASV. Fasc. 452, p. 39r 189

Figura 10 – ASV. Fasc. 452, p. 40r 189

Figura 11 – ASV. Fasc. 452, p. 41r 189

Figura 12 ASV. Fasc. 452, p. 43r 190

Figura 13 – ASV. Fasc. 452, p. 36r 191

Figura 14 – ASV. Fasc. 452, p. 31r 192

Figura 15 – ASV. Fasc. 452, p. 47r 193

Figura 16 ASV. Fasc. 483, p.072r 197

Figura 17 – ASV. Fasc. 483, p.107r 198

Figura 18 ASV. Fasc. 483, p. 108v 199

Figura 19 – ASV. Fasc. 383, p. 10r 201

Figura 20 – ASV. Fasc. 383, p.10v 202

Figura 21 – ASV. Fasc. 822, p. 88r 203

Figura 22 ASV. Fasc. 521, p. 046r 205

Figura 23 – ASV. Fasc. 521, p. 046v 206

Figura 24 – ASV. Fasc. 521, p.046ar 207

Figura 25 – ASV. Fasc. 521, p.046av 208

Figura 26 – ASV. Fasc. 521, p.87r 210

Figura 27 ASV. Fasc. 493, p. 15r 212

Figura 28 – ASV. Fasc. 493, p. 12r 213

Figura 29 ASV. Fasc. 493, p. 19v 213

Figura 30 – ASV. Fasc. 521, p. 102r 216

Figura 31 ASV. Fasc. 521, p. 103r 216

Figura 32 – ASV. Fasc. 521, p. 126r 220

Figura 33 ASV. Fasc. 946, p. 85r 225

Figura 34 – ASV. Fasc. 946, p. 89r 226

Figura 35 – ASV. Fasc. 978, p. 172r 232

ilustrações capítulo 4

Figura 1 ASV. Fasc. 1017, p. 24r 243

Figura 2 – ASV. Fasc. 357, p. 135r 244

(15)

Figura 7 – ASV. Fasc. 653, p. 19r 253

Figura 8 ASV. Fasc. 653, p. 19v 254

Figura 9 – ASV. Fasc. 653, p. 20r 255

Figura 10 ASV. Fasc. 653, p. 20v 256

Figura 11 – ASV. Fasc. 653, p. 21r 257

Figura 12 ASV. Fasc. 653, p. 45r 259

Figura 13 – ASV. Fasc. 653, p. 45v 260

Figura 14 – ASV. Fasc. 653, p. 46r 261

Figura 15 – ASV. Fasc. 734, p. 92r 273

Figura 16 – ASV. Fasc. 734, p. 92v 274

Figura 17 – Igreja da Sé em Demolição/Junho de 1912 277 Figura 18 – Igreja da Sé em Demolição/Agosto de 1912 277 Figura 19 Imagem: Comissão do Monumento ao Cristo Redentor 278 Figura 20 – Imagem: Lançamento Pedra Fundamental do Cristo Redentor 278 Figura 21 Imagem: Missa Campal no Morro do Castelo Janeiro de 1922 279

Figura 22 – ASV. Fasc. 917, p. 047r 283

Figura 23 ASV. Fasc. 918, p. 024r 284

Figura 24 – Imagem: Embaixadas Pontifícia e Italiana Centenário 1922 286 Figura 25 – Imagem: Mons. Cherubini e Comitiva da Santa Sé 1922 287

Figura 26 ASV. Fasc. 916, p. 66r 288

Figura 27 – ASV. Fasc. 918, p. 37r 291

Figura 28 – ASV. Fasc. 918, p. 37v 292

Figura 29 – ASV. Fasc. 918, p. 38r 293

Figura 30 ASV. Fasc. 971, p. 229v 295

Figura 31 – ASV. Fasc. 971, p. 230r 296

Figura 32 ASV. Fasc. 1087, p. 06r 300

Figura 33 – ASV. Fasc. 1087, p. 07r 301

Figura 34 – ASV. Fasc. 1087, p. 08r 302

Figura 35 – ASV. Fasc. 1087, p. 14r 303

Figura 36 ASV. Fasc. 1087, p. 15r 304

Figura 37 – ASV. Fasc. 822, p. 23r 305

Figura 38 – ASV. Fasc. 822, p. 23v 306

Figura 39 – ASV. Fasc. 822, p. 29r 307

ilustrações considerações finais

Figura 1 – ASV. Fasc. 483, P. 84v 316

Figura 2 ASV. Fasc. 1087, P. 16r 317

Figura 3 – José Serra na Basílica de Aparecida 322

(16)

1 Religiões no Brasil 2000 24

2 – religiões no Brasil – 2009 24

quadros capítulo 2

1 – Dioceses Primeira República 112

2 – Dioceses 1500-1889 138

3 – Dioceses 1892-1910 “Estados” 138

4 – Dioceses 1900-1930 “Divisão Diocesana” 139

5 – Número de Circunscrições Diocesanas no Brasil 1500-2011 178

quadros capítulo 3

1 Ministro Plenipotenciário / Embaixador Primeira República 194 2 – Inter Núncio / Encarregado / Núncio – Primeira República 194

3 Secretários de Estado do Vaticano 194

4 – Relação de Ministro das Relações Esteriores- Primeira República 195 5 Presidentes Brasileiros na Primeira República 195 6 – Relação de Papas Durante a Primeira República Brasileira 195 7 – Relação de Bispos por Diocese na Primeira República 236

quadros capítulo 4

1 Cartas Pastorais Sobre A Imprensa Durante a Primeira República 262

2 – Primeiros Congressos Eucarísticos do Brasil 280

3 Congresso Eucarístico Nacional 280

(17)

arts. Artigos Card. Cardeal

Cia. Companhia D. Dom Dir. Direção eclo. Eclesiástico

ed. Edição Ed. Editora

Es Espanha FASC./Fasc. Fascicolo

Mons. Monsenhor Org. Organizador

p. Página pp. Páginas

r Reto r/v reto e verso

S. Santa s/d sem data s/e sem editora s/n sem nome

(18)

ACMRJ Arquivo da Cúria Metropolitano do Rio de Janeiro ACMSP Arquivo da Cúria Metropolitana de São Paulo

ACS Archivio Centrale dello Stato AESP Arquivo do Estado de São Paulo

AGCRJ Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro ANRJ Arquivo Nacional do Rio de Janeiro

APEC Arquivo Público do Estado do Ceará ASV Archivio Segreto Vaticano

CEHR Centro de Estudos de Historia da Religião

CEPEHIB Centro de Pesquisa e Estudo de História da Igreja no Brasil CMU Centro de Memória da UNICAMP

CPDOC Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil EDUEM Editora Universidade Estadual de Maringa

EDUFBA Editora Universidade Federal da Bahia EDUSP Editora Universidade de São Paulo

FaE Faculdade de Educação

FFLCH-USP Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas Universidade São Paulo FGV Fundação Getúlio Vargas

PFTNSA Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção PPGE Programa de Pós Graduação Educação

PUCSP Pontifícia Universidade Católica de São Paulo REB Revista Eclesiástica Brasileira

UCP Universidade Católica Portuguesa UERJ Universidade estadual do Rio de Janeiro

UFJF Universidade Federal de Juiz de Fora UFMG Universidade Federal de Minas

UFMS Universidade Federal Mato Grosso do Sul UFPB Universidade Federal da Paraíba

UFPel Universidade Federal de Pelotas UFPR Universidade Federal do Paraná

UFSC Universidade Federal de Santa Catarina

(19)

folha de catalogação 02

folha de aprovação 03

dedicatória 04

agradecimentos 05

epigrafe 07

resumo 08

riassunto 09

abstract 10

lista de ilustrações 11

lista de quadros 14

lista de abreviaturas 15

lista de siglas 16

sumário 17

introdução 20

capítulo 1 32

“se quisermos que tudo fique como está é preciso que tudo mude...” 33

1.1 caldeirão de ideias cozinhando interesses sem fim 40

1.2 Pensamento que ameaça: Liberais e Positivistas 55 1.2.1 O liberalismo adotado pela elite no Brasil 56

1.2.2 Positivismo à brasileira 57

1.3 Concorrência doutrinaria: Maçonaria, Espiritismo e Protestantismo 62

1.3.1 Exortae in ista 65

1.3.2 Paris: les éditeurs du livre des esprits 1868 66

(20)

1.6 “o objetivo imediato é...” 82

1.6.1 a política não é inocente 83

1.7 Jogo de interesses 86

capítulo 2 90

“toma lá, dá cá: a ereção diocesana e seus vínculos político” 91

2.1 “a fim de expandir a estrutura organizacional do catolicismo” 95

2.2 “duas modalidades básicas de estratégias adotadas...” 100

2.3 Adaptando-se as distintas situações 107

2.4 “Para ocupar o trono vacante...” 112

2.5 Construção de um príncipe 117

2.5.1 Principe não pode ser pobre? 129

2.5.2 Palácio e alfaia para o príncipe 130

2.6 “Eregindo-se e multiplicando...” 136

2.6.1 Querer não é poder 136

2.7 “Programas não se traçam as pressas” 144

2.7.1 “segundo o methodo e a doutrina de S. Thomas...” 145

2.8 “Christãos e catholicos pelo baptismo e pela fé...” 147

2.9 “afim de solicitar a graça de...” 151

2.10 “também queremos...” 153

2.11 “ver dilatar-se o reino de Deos por todo o immenso valle...” 156

2.12 “A campanha da Campanha...” 164

2.13 “os deuses em prol de Campinas...” 165

2.14 “Não basta ser diocese...” 172

capítulo 3 179

O Reino e a Glória: disputas e alianças no jogo de poder 180

3.1 –“que para a Igreja interessa muitíssimo...” 181

(21)

capítulo 4 240 Tentáculos visíveis das invisíveis articulações políticas da igreja 241

4.1 Imprensa Católica: arma de combate ao inimigo 245

4.1.1 Iniquis Afflictisque 262

4.2 Centenário da Independência do Brasil 273

4.2.1 Congressos Eucaristicos: uma demostração de força 278 4.2.2 O Vaticano marca presença nas comemorações do centenário 282

4.3 Pastorais, circulares, aparições públicas: arrematando a costura 294 4.3.1 A Igreja na revolta paulista de 1924, ou o segundo 5 de julho 294 4.3.2 Por Deus e pela Pátria, permaneçamos firmes 296

considerações finais 310

referências 323

1. Fontes Primárias 324

2. Fontes Secundárias 327

3. Bibliografia Historiográfica 328

4. Bibliografia Teórica 334

5. Teses 335

6. Dissertações 336

7. Periódicos 336

8. Artigos on-line 338

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Il ritorno sulla scena pubblica a livello globale delle religioni tradizionali costituice, per riconoscimento unanime degli studiosi della società contemporanea, uno degli avvenimenti più rilevanti di questi ultimi anni1. Si tratta di un fenomeno complesso, che ha dietro di sé molteplici cause [...] il mutamento radicale sommariamente delineato investe in modo nuovo uno dei nodi fondamentali che le religioni tradizionali incontrano nel loro piú o meno lungo cammino storico: quello dei rapporti con la sfera della política o, per la precisione, dei rapporti tra sacro e potere [...] Nella loro storia millenaria, le varie tradizioni religiose, in conseguenza sia di quello che veniva ritenuto il loro messagio “originário”, sia dei confronti, confliti, e addatamenti che esse hanno conosciuto ora come religioni diasporiche – il caso dell’ebraismo - ora come religioni trasnazionali a vocazione universalistica –dal cristianesimo, all’islãm al buddhismo -nel loro rapporto con le differenti forme di Stato hanno elaborato una serie di risposte all’annosa questione di come i credenti devono comportarsi nei confronti delle autorità politiche che li governano. Questo hanno fatto ricorrendo ad adattamenti e compromessi estremamente vari2.

Nas últimas décadas houve no Brasil maior preocupação acadêmica a respeito da participação da Igreja Católica na sociedade e, o catolicismo retornou à academia com os estudos político-institucionais. Surgiram algumas contribuições relevantes sobre a relação política Estado-Igreja no Brasil, nas duas ou três últimas décadas, mas foram estudos que contemplaram principalmente o período da ditadura Militar, ou focaram suas analises na criação de importantes dioceses e seus primeiros bispos, em geral figuras de importante projeção política, por vezes apenas local. No entanto, entendo que, o episcopado que atuou na Primeira República, em geral, foi além dos limites de sua atuação como bispo, atuando nas lacunas “oferecidas” pelo próprio Estado. Contudo, esse tipo de estudo foi por décadas, rejeitado ou marginalizado, devido a analises economicistas das esquerdas de todas as nuances.

1 A opção, por fazer citações, no idioma estrangeiro foi, técnica. (ABNT-NBR10520, 2002, Item 2.10.4: “Quando fazemos uma citação em idioma estrangeiro, ‘original’, faz-se uma citação direta). Mas, também foi uma opção de experiência vivenciada na academia. É consenso entre tradutores, que, uma

tradução mal feita é uma “traição”. Minha justificativa, também, esta pautada no princípio de que:

para não se perder, a força geradora, do contexto lingüístico e, com isso esvaziar de sentido os documentos, o ideal seria manter os textos citados no original.

2 FILORAMO, Giovanni. Il sacro e il potere: il caso cristiano. Torino: Piccola Biblioteca Einaudi,

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As mudanças por que passou o país e a instituição, seus compromissos e atuação nas mudanças políticas do Estado, e nos órgãos de poder fazem do catolicismo um importante objeto de estudos. Segundo Gomes e Ferreira, “Não se pode dizer que seja extensa a bibliografia que privilegia o estudo da Igreja durante a Primeira República, [...] ela cresce a partir dos anos 70 [...] quando a tensão que, após 1964, passou a marcar as relações Estado-Igreja no Brasil”3. Ainda para essas pesquisadoras, “A Primeira República se inicia exigindo da Igreja uma contundente reflexão crítica e um grande esforço organizacional”4. Esse esforço organizacional, já foi citado por Miceli, no seu estudo sobre a elite eclesiástica brasileira, que mencionou uma “estadualização” da administração eclesiástica, onde acrescentou que esse aspecto organizacional poderia ser aprofundado. Miceli, não desenvolveu essa hipótese, por ter seu estudo outro foco, que era a formação das classes dirigentes do país5.

O objetivo dessa tese é discutir a organização eclesiástica que surgiu durante a Primeira República, na forma de uma gradual “estadualização”, após a separação Estado-Igreja no Brasil. A elite eclesiástica brasileira, agiu prontamente a essa situação nova e, se preocupou em colocar em cada estado, pelo menos uma nova diocese para formar uma rede administrativa que cobrisse todo o território brasileiro. Essa estratégia encontrou sentido, na própria política de autonomia, dada pelo novo regime a cada Estado da Federação. Portanto, como presumiu Miceli, a estadualização, de acordo com as pesquisas que realizei, de fato aconteceu.

Para realizar o objetivo desse trabalho, algumas perguntas necessitariam ser respondidas. Essas questões foram sendo suscitadas no encaminhamento da pesquisa: Qual a política empreendida e seus artífices? Como se deu a estadualização da administração eclesiástica? Quem financiou essa expansão? Qual o interesse do estado, se é que havia algum, em apoiar esta expansão administrativa da Igreja? De partida estava claro que não poderia ser mais a velha política de “departamento de estado”. Afinal os novos tempos colocaram outros desafios a serem superados. No livro sobre o Centenário da República do Brasil, o arcebispo de São Paulo, D. Duarte sinalizou a mudança de estratégia que o catolicismo vinha adotando e, que será um dos pontos a serem desenvolvidos durante toda a tese.

3 GOMES, Ângela de Castro; FERREIRA, Marieta de Moraes. Primeira República: um balaço

historiográfico. Revista Estudos Históricos, Rio de Janeiro: vol. 2, n. 4, 1989, p. 267.

4 Ibid.

5 MICELI, Sérgio: A Elite Eclesiástica Brasileira (1890-1930). Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,

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Tem-se dicto que o clero de hoje já não vibra, como o de hontem, nos estos do patriotismo, abandonando, sem compensações, o posto de honra que elle tanto soube dignificar e que a elle mesmo tanto o dignificou. Tem-se dicto que, recolhido – e ainda bem – ao piedoso remanso da sacristia, já não ouve o clero brasileiro o entrechocar das luctas em que se resolvem os problemas nacionaes. E assim se contrapõem as chamadas batinas liberaes ao zelo do pastor vigilante que, sobraçando a cruz de um ministério pesado e obscuro, vai affirmando o seu patriotismo no trabalho ingente da formação da consciência e do caracter nacional. Não é verdade. Mudados os tempos e as circunstancias, amenizados os costumes, disseminadas as luzes da instrucção pública até então escassa e deficiente, o clero brasileiro mudou apenas de táctica6, sem desertar do seu posto de honra e de sacrifício. No cumprimento dos seus deveres sacerdotaes, espancando as trevas da ignorância, illuminando consciaencias mal formadas [...] confortando a população abandonadas a si mesmas pela incúria dos politicos de profissão, assegurando a unidade da crença e das tradições [...] garantindo portanto a unidade inquebrantável do Brasil, cumpre o clero brasileiro a sua missão de patriotismo, em toda parte e sempre [...] A proclamação da Republica foi para o clero o toque de retirada das arraias política, e a retirada se fez em perfeita ordem, na mais completa e edificante harmonia de vistas entre os chefes e os subordinados, cerradas as fileiras em torno do pendão sagrado que presidiu e inspirou todas as refregas7. [sic]

Alguns arquivos importantes no Brasil e no exterior foram consultados para a elaboração dessa tese, como, por exemplo: o Arquivo Nacional do Rio de Janeiro, o Arquivo da Cúria Metropolitana de São Paulo, o Arquivo da Cúria Metropolitana do Rio de Janeiro, o Arquivo Público do Estado de São Paulo, o Arquivo Público do Estado do Ceará, o Arquivo do Itamaraty do Palácio do Catete no Rio de Janeiro, entre outros arquivos nacionais, além do Archivio Segreto Vaticano e do Archivio Centrale dello Stato. No entanto, a pesquisa mais produtiva foi realizada no Archivio Segreto Vaticano, com recorte especifico, nelle buste della Nunziatura Apostolica in

6 Grifo Nosso.

7 SILVA, Duarte Leopoldo e. O Clero e a Independencia: Conferencias Patrioticas. Rio de

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Brasile onde o corpus documental contêm especificamente a documentação produzida pela elite eclesiástica e, que apontam para a estadualização diocesana no Brasil, ou seja a tese defendida. Essa opção se deu em razão da documentação encontrada nessas pastas conter uma variedade bastante grande de assuntos e atores produzindo documentos vitais para as hipóteses percorridas para se construir a tese. São telegramas, recortes de noticias em jornais brasileiros sobre uma gama bastante variada de temas, documentos oficiais trocados entre eclesiásticos, entre eclesiásticos e políticos brasileiros, entre eclesiásticos e homens e mulheres detentores de poder no cenário nacional, e/ou regional da época pesquisada.

Na Primeira República, temos um momento chave, não só para a compreensão da história do catolicismo no Brasil, como também para a apreensão das marcas que, ele imprimiu na sociedade brasileira. Ao trazer essa importante documentação sobre esse período, podemos de alguma forma, entender, porque essa instituição, que apesar de estar se retraindo no número de fiéis, ainda concentra relativa importância para se analisar parte do que se trama na política nacional.

Religiões no Brasil - 2000

Religião Porcentagem

Catolicismo Romano 73,8

Protestantismo 15,4

Sem Religião 7,4

Espiritismo 1,3

Outros Cristãos 1,2

Outras 0,9

IBGE, População residente, por sexo e situação do domicilio, segundo a religião, Censo Demográfico 2000.

http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2000/populacao/religiao_Censo 2000. Quadro 1

Religião no Brasil - 2009

2003 2009

Sem Religião 5,13 6,72

Católicos 73,79 68,43

Evangélicos Pentecostais 12,49 12, 76

Outros Evangélicos 5,39 7,47

Espiritualistas 1,50 1,65

Afro Brasileira 0,23 0,35

Orientais ou Asiáticas 0,30 0,31

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A produção documental pesquisada e utilizada na tese é um reforço analítico. Os documentos não são analisados, ao contrário, eles se compõem ao texto produzido como chave de análise do que esta sendo desenvolvido na escrita. A opção foi não se deter apenas ao escrito nos documentos, mas inseri-los no contexto da discussão. Minha ambição era não prender o trabalho a conceitos e pré-conceitos da historiografia clássica sobre o tema, deixando-os fluir sem prendê-los a análises “positivistas” da documentação disponível, tentando inscrevê-los como parte da escrita, onde o documento mais compõe e problematiza a discussão do que é analisado, com isso, procurei não colocar palavras na “boca” de um contexto onde a escrita é uma parte do que foi tramado pelos atores históricos que os compuseram, de forma a não esquecer que quem conta um conto aumenta um ponto, ou subtrai coisas em favor de interesses que escapam a escrita da história, mas foi o que restou do que foi produzido naquele contexto histórico. Foi com essa documentação em mãos que pude produzir a minha história, para ser mais uma contribuição para historiografia sobre o tema Estado-Igreja no Brasil. Portanto, entendo que o documento compõe um texto critico, ele é crítica na composição da critica elaborada pela minha tese.

A trajetória da pesquisa foi um pouco conturbada, como em todo trabalho que carece de verba suficiente para ser desenvolvido. O primeiro momento da pesquisa se deu com a elaboração do mestrado, onde pude realizar uma pesquisa preliminar, sobre a separação Estado-Igreja no Brasil, já que para a realização deste projeto maior, o doutorado, foi preciso ganhar fôlego e algum conhecimento de como a elite eclesiástica se articulou para conduzir seu próprio destino no novo regime político. Esse trabalho apontou alguns caminhos a serem seguidos no doutorado, como por exemplo, a fragilidade do projeto de Estado laico no Brasil, que funcionou na teoria, mas não na prática, onde decretos “republicanos” favoreceram a expansão organizacional da Igreja e, contrariou o discurso liberal.

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diversos e.mails, à nunciatura em Brasília e, nenhuma resposta esse canal de pesquisa foi descartado.

Após a qualificação da tese em dezembro de 2010 e, com bolsa parcial cedida pela CAPES, durante os três primeiros anos, as possibilidades de pesquisar no Archivio Segreto Vaticano, foram se restringindo. Em janeiro de 2011, recebi convite, da Universidade Católica Portuguesa, para intervir no Congresso Internacional, Religião / Sociedade / Estado, em Lisboa, que me proporcionou também as condições materiais para ir ao Vaticano pesquisar. No ASV as possibilidades de se chegar ao resultado pretendido com a tese se ampliaram consideravelmente. Documentos produzidos durante o período pesquisado, a Primeira República, pela elite eclesiástica no Brasil e na santa Sé e, por políticos brasileiros, consignados em um mesmo arquivo, abriu novas possibilidades para as justificativas das hipóteses contidas na tese. O fundo arquivístico consultado foi o Archivio della Nunziatura Apostolica in Brasile. No Archivio Centrale dello Stato – Roma, a contribuição para a tese veio através de referências bibliográficas, adquirida posteriormente em livrarias.

Com a etapa de coleta documental finalizada e, o material digitalizado, recebido no final de junho, que veio se juntar a uma quantidade expressiva de documentos digitados no próprio ASV, que possibilitariam a construção da tese caso o material selecionado, se extraviasse, ou não fosse enviado para o Brasil, começou a fase de releitura e catalogação do material para facilitar sua utilização na escrita da tese. Etapa de minúcias e redescobertas, devido à riqueza do material adquirido. Documentos bastante pragmáticos, alguns com uma precisão cirúrgica, outros mais diplomáticos, de acordo com o que a situação estava pedindo, naquele momento, muito pouco é verdade, na sua maioria, quando o interlocutor era externo a instituição eclesiástica, outros pelo contrário, na segurança do segredo interno à instituição, não foram nada cordiais. Há também documentos mais técnicos, como relatórios e boletins informativos.

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data não aparece, ou mesmo documentos cifrados, como o que se segue. Fato raro foi ter encontrado entre os documentos cifrados, poucos traduzidos.

Figura 1 - ASV. Fasc. 429, p. 07r

Figura 2 - ASV. Fasc. 578, p. 010r

A sociologia política de Max Weber foi o fio condutor para a seleção e o desenvolvimento do estudo e analise das fontes do processo de formação da rede político-administrativa, as dioceses, da elite eclesiástica no Brasil durante a Primeira República.

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diferente das tabelas, que são informativas na tese, e/ou as imagens que são mais ilustrativas. Esse método de utilização do documento no texto, não esta isento de responsabilidades, pelo contrário, elas são assumidas na medida em que, ao inseri-los, em determinada discussão, além de carregá-los de pertinência, são dados sentidos inerentes as escolhas do autor. Outra opção foi realçar mais as tramas de poder realizadas do que se ater aos atores envolvidos, não que eles sejam negligenciados, até porque são eles que tramam. Não existe a pretensão também de esgotar o tema, muito ainda pode ser explorado, novos documentos encontrados, essa é uma contribuição, ou melhor, uma provocação para que o tema continue se desenvolvendo mais e melhor.

O trabalho foi desenvolvido em quatro capítulos, esses capítulos comportam em si diversos documentos, digitados ou digitalizados, além de um conjunto de quadros, que foram desenvolvidos pelo autor, através de inúmeras fontes relacionadas nas referências, ou quando possível no rodapé do quadro. Poucas imagens também vão aparecer em um ou outro capítulo da tese.

O primeiro capítulo, “se quisermos que tudo fique como está é preciso que tudo mude...”, faz uma contextualização da transição Império-República, focando os embates da Igreja no final Império, como por exemplo, a tentativa de maior liberdade em relação às amarras do padroado para, se ligar mais aos ditames da Santa Sé, a Questão Religiosa e, as conhecidas rusgas com a maçonaria, além dos embates com positivistas e liberais. Passando também pelas disputas no campo religioso com os espíritas e protestantes. Internamente, após a separação do Estado, a Igreja iniciou uma acirrada disputa na elite eclesiástica, capitaneada por Mons. Spolverini, internúncio e, D. Macedo da Costa, figura mais destacada do episcopado, naquele contexto, para colocar “o bispo certo em cada diocese” existente para não incorrer no erro de fragilizar a ainda indefinida situação do catolicismo no novo sistema de governo. Com essa questão nas mãos, as tramas e articulações políticas começaram a aparecer entre o bispo do Pará, D. Macedo da Costa e seu ex-pupilo Rui Barbosa, alinhavando um intenso jogo de interesses que culminou com a primeira constituição republicana, mais amena do que os projetos constituintes que pretendiam levar a cabo uma real separação Estado-Igreja no Brasil.

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Mostrando a reação imediata da elite eclesiástica para se recolocar no novo regime político, que de novo só tinha o nome e, um pequeno núcleo ideológico, com vontade de realizar alguma mudança estrutural no sistema político-administrativo do Estado. As velhas raposas não saíram do galinheiro. Como disse Mons. Spolverini, “con tutta sincerità e confidenza questa mattina dal Merisciallo Deodoro ad un suo grande e mio amico, che cioè questo non intendeva affatto proclamare la repubblica, ma gettare a terra il Ministero e specialmente il Visconte d’Ouro Preto”. A Igreja foi se adaptando ao Estado, e armando estratégias distintas de expansão, nas regiões norte e sul do país devido às peculiaridades políticas e econômicas, dos Estados que compunham esses dois “pólos”.

Ainda neste capítulo, é exposta de maneira concisa, a ligação mais forte e decisiva entre a hierarquia católica brasileira à Santa Sé. Neste contexto, Roma já estava no controle da situação e pasteurizava as ações. Tudo deveria acontecer dentro da ortodoxia doutrinária. Quando algo fugia ao padrão, ordens pragmáticas eram expedidas para que, o barco de Pedro retornasse ao prumo. O modelo “tomista -romanizador” foi paulatinamente dominando as ações do catolicismo no Brasil, desde a educação nos seminários, ao tipo de ação que os bispos deveriam ter diante dos desvios da ortodoxia. A elite eclesiástica brasileira desde o início da Primeira República fez questão de demonstrar seu apego a Roma,

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preparatorias do futuro Concilio Nacional [...] Apesar de todos os esforços faltava-nos esta reunião do episcopado, difficultada e tornada moralmente impossivel por um conjuncto de cirsunstancias deploraveis. Não é preciso mais para explicar p afrouxamento e pouca efficacia da acção do episcopado. Graças a Deus podemos agora reunir-nos, torcar nossos pareceres e conselhos para em condições novas, em certos pontos mais favoraveis à nossas liberdade, ainda que cheias de gravissimos perigos, tentar de concerto e com maior vigor a reforma dos abusos sob os quaes até aqui apenas temos gemido8.

O terceiro capítulo tem seu eixo temático dedicado a duas importantes instâncias de poder do catolicismo, a Nunciatura Apostólica e, o Cardinalato. Porém, o texto não se ateve somente ao processo de formação delas, mas mais nas disputas políticas que, tanto a nunciatura, quanto o cardinalato foram capazes de suscitar. Muito mais o cardinalato, que desde o início provocou a rivalidade entre Brasil e Argentina. O Brasil conseguiu seu intento, mas desagradou a Santa Sé, foi um jogo de bastidor interessante. A tensão interna da disputa pelo cardinalato ocorreu anos mais tarde, quando D. Sebastião Leme, depois de ter sido bispo auxiliar no Rio de Janeiro, retornou nos anos 20 do século passado, para ser coadjutor do Cardeal Arcoverde. No final do capítulo para dar uma sinalização das disputas que ocorriam pela melhor diocese, esta o caso da sucessão de D. Nery em Campinas, também na mesma década que D. Leme veio para o Rio de Janeiro.

O quarto capítulo traz algumas articulações da elite eclesiástica para impressionar políticos, oligarquias e, grupos em ascensão social. A igreja mostrou seu poder de manipulação e jogo de cena. Mais do que poder simbólico, essa instituição milenar tem grande capacidade fluir de um conceito a outro sem se deixar prender ou se esgotar por eles, é como se sua força fosse capaz de no caso da teoria política weberiana, sintetizar as três formas de poder e jogar com eles a seu favor. O capítulo foi iniciado com a questão da imprensa católica, ou boa imprensa, como era tratada. No entanto, não existe de forma alguma, a intenção de falar da imprensa em si, mas de como ela foi utilizada e manipulada pela hierarquia para combater a má imprensa” e seus inimigos. Para exemplificar essa intenção, foi colocado o conflito entre Jackson de Figueiredo e o embaixador mexicano no Brasil, que debateram

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ferozmente “o caso mexicano” nos jornais, quase causando um conflito diplomático entre Brasil e México.

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“se quisermos que tudo fique como está é preciso que tudo mude...”

Para a historiografia especializada o catolicismo moldou a cultura ocidental, inclusive a dos acatólicos. Sabemos que esta mesma instituição formadora da cultura ocidental passou, ao longo de sua história por momentos de grandes conflitos internos, com rupturas profundas como no século XII, no cisma com o Oriente, e no XVI, com a Reforma Protestante, que originaria, após a morte de Lutero, uma nova força cristã que abalaria as estruturas do até então cristianismo exclusivo da Igreja Católica. No Brasil, sua maior crise pode ter sido a perda de sua condição de religião oficial do Estado brasileiro com o Dec. 119-A de 7 de janeiro de 1890.

Todavia, o catolicismo no Brasil não se abateu. Ao contrário, mas mais uma vez, o catolicismo usou sua experiência milenar para se rearticular, deu “tempo ao tempo” para assumir posição de destaque na vida política, ainda na Primeira República. Vamos perceber, ao longo da tese, que, diferente do que se convenciona dizer na historiografia sobre este período, o catolicismo não fica recluso, mas se articula nos bastidores, desde o início do novo sistema político, e vai, pouco a pouco, se inserindo e inserindo sua ideologia no cenário político novo, até ocupar seu espaço no jogo de poder.

Segundo Araujo, a natureza do desejo dominante do episcopado brasileiro, na Primeira República, é constituída por um universo mental formulado em outro tempo da história. As eclesiologias que o animam são a Cristandade e a Sociedade Perfeita1.

Como geralmente é frisado na historiografia, o catolicismo é a instituição mais antiga do ocidente e, ao longo de sua história, soube articular e desarticular situações que poderiam tê-lo feito sucumbir diante das inúmeras dificuldades político-sociais enfrentadas. Uma imagem que vem à mente, sempre que penso na trajetória desta instituição, é a de uma cordilheira com seus acentuadíssimos aclives e declives. A história do catolicismo figurativamente se parece com uma cordilheira, ora ocupando na história posição de elevada importância político-social, mas também, constantemente, submergindo nos abismos quase intransponíveis para os fracos. O catolicismo durante toda a idade média conquistou e manteve grande poder político-econômico, influenciando importantes decisões da esfera civil, mas também sofreu a ingerência desta na esfera eclesiástica. O catolicismo parece, porém, ter se

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acostumado a um círculo vicioso, no qual o que importava (importa), era a pompa e a reverência pública, mesmo que, para isto, o preço a ser pago fosse maior do que o que estivesse disposto a pagar. Mesmo assim, contra todas as adversidades colocadas por seus ex-aliados e adversários de ocasião, o catolicismo lutou para se manter no centro das disputas políticas para assegurar o direito de continuar influenciando a sociedade moderna, apesar de todas as reserva de que se tem ciência a esse respeito. Após a Reforma Protestante, do século XVI, o Iluminismo e a Revolução Industrial, eventos típicos da chamada modernidade, o fantasma do livre pensamento passou a assombrar a hierarquia eclesiástica com novas teorias políticas desvinculadas de seus dogmas e tradições, aplainando o caminho para o surgimento de organizações civis e religiosas que escapavam a seu controle.

Essa sucessão de acontecimentos abalou as estruturas de uma sociedade teocêntrica, mas não as certezas do catolicismo, que continuava a resistir às mudanças. Segundo Ivan Manoel, o catolicismo é uma instituição predisposta a alterar o movimento pendular2 da história para se favorecer. Durante o século XIX e

parte do XX, segundo o mesmo autor, a tática utilizada pelo catolicismo foi o seu

“fechamento” para o mundo a fim de poder interpretar o que estava acontecendo e tentar, a sua moda, dar uma resposta aos acontecimentos que lhe estavam cerceando o poder. O catolicismo não ficou impune as transformações por que passaram as civilizações e instituições, ao longo de suas histórias, principalmente no intrincado jogo de poder. Sendo intransigente com as transformações que ocorrem nas sociedades, quem pretendeu subjugar, sem se adaptar a realidade não escapou as cobranças impostas por uma época de transição, até porque, com as experiências vividas pelo catolicismo, ele foi sendo, ora mais ora menos resilente às transformações político-sociais de cada época.

No Brasil, o catolicismo entrou na dinâmica política proposta pelo Vaticano e foi se alinhando progressivamente aos ditames da romanização, impostas pela Santa Sé. No decorrer do século XIX, ocorreram transformações significativas na forma de pensar de parte da hierarquia católica no Brasil, capitaneadas, principalmente, pelo ultramontano, D. Viçoso, bispo de Mariana-MG. O auge deste pareamento às normas romanas e à sua política de intransigência, em relação ao Estado brasileiro, ocorreu

na “Questão Religiosa” e, mesmo que de forma mais atenuada, parte do episcopado

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brasileiro e a Santa Sé não abriram mão desta forma do agir político, até o final do Império, que tentava prendê-lo ao compromisso assumido com o padroado.

Figura 1 – ASV. Fasc. 483, p. 84r3

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A partir da Proclamação da República, foi crescente a política de romanização imposta pela Santa Sé, política esta que será deslindada, ao longo da tese, com o

“reforço” de boa documentação trocada neste período entre o secretário de Estado do Vaticano e a Nunciatura do Brasil, para a qual os seus núncios fizeram um meticuloso trabalho de informantes, como no documento anexo4, na segunda página, colocando

o Vaticano a par de tudo que estava ocorrendo no cenário político brasileiro e

recebendo em troca instruções de como a “Igreja Romana” queria que sua hierarquia

no Brasil procedesse em relação ao Estado e a população.

Na Primeira República, o Brasil não foi propriamente um modelo de coesão política, não houve o intuito de modificar as relações e forças de poder herdadas do Império que travavam reformas político-sociais e favoreciam, como sempre, os interesses de pequenos grupos com força econômica suficiente para defender seus interesses. Segundo Boris Fausto,

A Primeira República aparece-nos hoje, a distância, como um feixe de instituições tão marcadas que, ao pensarmos nela, evocamos um período de fisionomia própria, de contornos definidos. E a chamamos de República Velha com o sentimento de falar de algo do passado, se não morto [...] O republicanismo das armas foi cedendo terreno a sagacidade dos fazendeiros e dos bacharéis [...] realizavam com maior desenvoltura a união de interesses e poder. Marechais, Almirantes, Presidentes, Governadores [...] funcionários, fazendeiros, coronéis e

“coronéis”, colonos e um povo mulato, cafuzos, imigrantes. Nessa

República, que se desejava nova, quase tudo vinha como herança de cinqüenta anos de um Império bastante estável [...] vem de cima a aura mística em torno das palavras de ordem como Pátria, Nação, Progresso, Ciência, Lei [...] nada pode fazer o novo regime para chamar as várias classes a um processo de interferência adulta na vida política [...] a sociedade é vista mais ou menos como uma panela de pressão, inofensiva, ou facilmente controlável, desde que manipulada com prudência5.

4 ASV. Archivio della Nunziatura Apostolica in Brasile. Fasc. 483, p. 84.

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Neste período confuso que foi a transição do regime monárquico para o republicanismo, no Brasil, se convencionou dizer que o catolicismo se afastou do cenário político nas primeiras décadas do regime. Para Wellington Teodoro da Silva,

Esse modelo autoritário, romanizador e militante de Igreja atravessou as primeiras duas décadas da República numa quase total e mútua indiferença nas relações com o Estado. Não obstante, após a década de 1920, um e outro começaram a compreender que ambos tinham muitas afinidades. Dentre elas, vale citar a compreensão autoritária da realidade social. Eles compreenderam que poderiam ser mutuamente úteis. O Estado se beneficiaria do grande poder legitimador do catolicismo, e este, por sua vez, utilizaria recursos e estruturas do Estado para a efetivação de seus projetos eclesiásticos6.

Houve, sim, um modelo autoritário e romanizador seguido pela elite eclesiástica, no Brasil, aos moldes ditados pela Santa Sé, mas houve, desde o início, uma relação bastante próxima, que fica mais explicita nos documentos trocados entre os dois poderes, desde o início da Primeira República. O que faz parecer que ocorreu este afastamento, nas primeiras décadas da República (1890-1920), foi a atuação do

“núcleo duro”, composto por positivistas e anticlericais que desejavam uma separação de fato entre Estado e Igreja, no Brasil, e cobravam, constantemente, esta posição dos políticos.

O que aconteceu, de fato, foi uma menor exposição pública da relação entre os dois poderes, que ficou mais restrita à cordialidade e troca de favores no âmbito privado. Também, desde o inicio do novo regime, o Estado não pôde implementar algumas leis propostas na Constituição de 1891, oportunidade que o catolicismo aproveitou para se manter atuando na esfera civil7. A seguir, temos um exemplo da

documentação produzida entre os anos de 1890 e 1894, que será explorada no decorrer da tese, onde também aparecerá diversos conflitos na relação civil eclesiástica, apesar dos conflitos o caminho mais seguido foi o da conciliação entre os poderes.

6 SILVA, Wellington Teodoro da. Catolicismo militante na primeira metade do século XX brasileiro. História Revista, Goiânia, v. 13, n. 2, pp. 541-563, jul/dez, 2008, p. 543.

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Figura 2 – ASV. Fasc. 357, p.135r8

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Figura 3 – ASV. Fasc. 357, p. 234r9

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1.1 caldeirão de ideias cozinhando interesses sem fim

CIRCOLARE N. 28585 Illmo. Rmo. Signore,

Il rapporto che per l’anno corrente viene assegnato in conformità dell’art. IV.4° del Regolamento del servizio diplomático della Santa Sede, versarà sull’azione cattolica nell’ordine pubblico, amministrativo e político specialmente. Sarà necessário premettere lo spirito dominante dignatamente nelle sfere governative e nelle classi che partecipano alla vita pubblica, descrivere anche i participi

principali ed indicarne l’importanza. Quanto poi all’azione cattolica

converrà indicare almeno approssimativamente il numero e la importanza di quelli che, prendendo parte alla vita pubblica aderiscono nettamente al programma cattolico e professano la dovuta

sommissioni all’autorità della Chiesa ed alla direzione della Santa

Sede e dell’Episcopato. Sarà pur bene indicare quanti altri vi si

protebbero far partecipare, sia dei sinceri cattolici sia di altri partiti non ostili, almeno perciò che riguarda la adesione ad alcuni punti più sostanziali. Converrà pure notare di quali mezze dispongono ora i Cattolici, e quanta influenza esercita e quale potrebbero esercitare. In specie si parli dei associazioni cattoliche, dei congressi, delle

conferenze e del giornalismo. Quanto a quest’último punto però, non

se ne ricordino che le linee generale avendo formato l’oggetto di

esatto rapporto nel decorso anno. In modo particolari si esponga quel che si riferisce alle elezioni, ed alla influenza del Clero nel movimento cattolico. Si noti poi quanto altro si credera meritevole di attenzione ed infine si suggerisca quanto si giudicherebbe opportune per rendere

più efficace l’azione cattolica. Nella piena fidúcia che questa relazione

non riuscira meno accurata delle precedente, con sensi di ben distinta stima mi raffermo.

Di V.S. Illma. Roma 24 Gennaio 1896 Affmo. per Servirla

m. Card. Rampolla. Mnr. Giambattista Guidi

Incaricato interino della S.Sede presso il Brasile - Petropolis10

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O documento transcrito acima foi enviado pelo Secretário de Estado do Vaticano, Mons. Rampolla, no início do ano de 1896, ao internúncio apostólico do Brasil, Mons. Guidi, orientando-o à ação junto aos políticos simpatizantes do catolicismo e homens de relevância na sociedade brasileira, pois não foi fácil conviver com as intensas ameaças de seus adversários. Um exemplo desta preocupação da Santa Sé foi que, constantemente, foram enviadas propostas hostis à permanência da representação brasileira junto a Santa Sé e, a cada vitória do catolicismo no Congresso ou na Câmara dos Deputados, havia troca de mensagens telegráficas entre a nunciatura brasileira e a Santa Sé, comemorando o feito político conseguido junto aos aliados do catolicismo. Mesmo assim, o tom do documento é bastante autoritário para quem tentava a adesão de partidários à sua causa.

Os parâmetros para a reorganização institucional, que se encontrava em estado lastimável, foram seguidos, sem nenhum problema no Brasil, onde as

diretrizes da romanização desejada pela Santa Sé chegaram com o “pacote de reformas” pronto e sem nenhuma intervenção oficial dos republicanos, apesar de ter havido, tentativas por parte do Governo para opinar na indicação de novos bispos, buscando assim ter dentro da elite eclesiástica prelados que fossem favoráveis a nova ordem política11.

Muitas foram as disputas entre Estado e Igreja, principalmente no que dizia respeito aos direitos individuais dos cidadãos republicanos12, pois, para o catolicismo,

havia uma espécie de direito adquirido sobre a salvação das almas no território brasileiro, herdado, desde a colonização sob o signo “cruz-espada”. Isto dava certa tranqüilidade aos membros da hierarquia eclesiástica, que só foi realmente ameaçada com o advento da república e a liberdade religiosa. Liberdade esta almejada pelo catolicismo13 apenas como seu direito de livre assédio à população, mas não no

sentido de direito lato de todas as outras religiões.

A história do catolicismo é sempre um desafio. Essa instituição, impregnada de

artimanhas que procura “creditar” ao sagrado muitas das ambições humanas de seus

11 ARQUIVO HISTÓRICO DO ITAMARATI, 209-4-10. Oficio a Olinto de Magalhães, ministro das relações exteriores, 22 de fevereiro de 1899.

12 Cf. GOMES, Edgar da Silva. A Dança dos Poderes: uma história da separação

Estado-Igreja no Brasil.São Paulo: D’Escrever, 2009.

13 Em 1893, Mons. Ezechias Galvão da Fontoura escreveu um livro intitulado: “A Igreja e a Liberdade”, onde deixa transparecer duas coisas importantes, em primeiro lugar, antes de dedicar toda uma apologia sobre o estado de liberdade e grandeza do catolicismo nos Estados Unidos nos apresenta na

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papas e prelados, via-se no direito de reivindicar o que achava de direito adquirido desde o período colonial, época que seus interesses e os do Estado Português se compunham. No Império “independente”, foi costurado um acordo que garantia ao novo governo manter as regalias do regime de padroado nas mesmas condições que haviam sido cedidas aos reis portugueses.

Mas, menos de um século depois, as condições políticas entre a república e o catolicismo mudariam relativamente essa relação de interesses. Segundo entendimento da hierarquia católica, a sobrevivência do catolicismo estava sob ameaça. Apesar de desejarem a liberdade proposta pelo novo regime, essa liberdade deveria manter as regalias alcançadas pelo catolicismo no Brasil, ou seja, queriam tudo e mais um pouco!

Não foi assim que as coisas aconteceram. Com a separação Estado-Igreja no Brasil, houve corte nos privilégios do catolicismo, que precisou se reorganizar institucionalmente. Esta reorganização ocorreu de forma bem mais favorável no novo regime do que no período anterior, onde o catolicismo era religião de Estado e deveria prestar contas e obediência ao monarca.

No catolicismo do século XIX, ficaram latentes duas realidades opostas, que foi também reflexo das transformações que estavam ocorrendo na sociedade. Após as independências nas colônias americanas, na primeira metade do século XIX, e dos conflitos revolucionários na Europa, em meio ao caos, o absolutismo parecia ter ressurgido vitorioso e o liberalismo foi facilmente identificado a aspectos negativos. Este contexto também mexeu com a imaginação da intelectualidade católica da época, na qual, “Desenvolveu-se, portanto entre os católicos uma dupla tendência. De

um lado, temos os intransigentes [...] e de outro os liberais”14.

O absolutismo, com sua estreita união entre trono e altar, parecia o melhor

regime político “a Revolução ‘fez na esfera política e moral o que o dilúvio fez no

terreno físico, mudando totalmente a face da terra...”. Estava também vivo, em certos ambientes, aquele espírito maniqueu que esteve sempre latente na história da Igreja, mostrando-se, com especial vivacidade, quando a Igreja se encontrava diante de uma

14 MARTINA, Giacomo. História da Igreja de Lutero aos nossos dias. V. 3: a era do liberalismo. São Paulo: Loyola, 1996, p. 148. Para saber mais sobre a filosofia política que orientou a igreja neste período ver: SALEM, Tânia. Do Centro D. Vital à Universidade Católica. In, SCHWARTZMAN, Simon (Org.). Universidades e Instituições Científicas no Rio de Janeiro. Brasília: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), 1982, pp.97-134; MANOEL, Ivan Aparecido. O pêndulo da história: tempo e eternidade no pensamento católico (1800-1960). Maringá: Eduem, 2004, p. 199-131.

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sociedade fundamentada em estruturas naturais “É forte, então, a tentação de considerar simplesmente mau o que ainda não está elevado a ordem sobrenatural15.

Mas, o absolutismo cedeu em pouco tempo espaço ao liberalismo anticlerical.

Quem não estava com Roma era contra Roma. A política conservadora, implementada pela Santa Sé, ficou conhecida como romanização, política que foi sendo difundida em toda orbe católica para que o catolicismo, com uma política uniforme, tentasse se fortalecer, moral e intelectualmente, para recuperar a influência que estava sendo fortemente abalada. Foi como se, com esta tática,

pudesse reter o “Pêndulo da história” tendo a Idade Média como paradigma16.

Em uma sociedade cada vez mais complexa e secularizada, surgiram novas instituições, associações políticas e culturais, além das “associações de classes”, tudo isso fez com que o catolicismo perdesse suas esperanças (sem perder o desejo) de restaurar o absolutismo europeu. O catolicismo deu uma resposta imediatista que, naquele contexto, pareceu ser a mais oportuna: a Santa Sé se tornou um feudo, uma sociedade hermética, houve um contraponto entre religião e sociedade moderna.

O que vai predominar, dessa época até boa parte do século XX, é o pensamento dos chamados católicos intransigentes. Um exemplo deste raciocínio pode ser sintetizado pelo sacerdote espanhol Sarda y Salvany, que publicou um livro, no ano de 188417, atacando o liberalismo. A atitude deste sacerdote espanhol não foi uma

exceção, foi sim a atitude que predominou entre a maioria dos intelectuais católicos. Naturalmente, a ala mais liberal foi sendo sufocada, no decorrer do século XIX, quando o catolicismo encampou a atitude conservadora, assumiu oficialmente a teologia tomista como paradigma do pensamento teológico e passou a atacar, dentro e fora da Igreja, as “atitudes do século”. Esta atitude, para muitos, fez parecer que o catolicismo estivesse perdendo, de certa maneira, o bonde da história.

Com o fechamento do catolicismo para a modernidade, sem dúvida, podem-se contabilizar perdas e ganhos para a Instituição. O catolicismo vive e atua na sociedade, está vinculado às realidades de seu tempo, age e reage de acordo com seu ideal de sociedade e sempre tentou impor sua visão de mundo na sociedade. Esta atitude de fechamento fez com que a Igreja fosse se reestruturando internamente,

15 MARTINA, Giacomo. História da Igreja de Lutero aos nossos dias. V. 3: a era do liberalismo. São Paulo: Loyola, 1996, pp. 149-158.

16 Cf. MANOEL, Ivan Aparecido. O pêndulo da história: tempo e eternidade no pensamento católico (1800-1960). Maringá: Eduem, 2004.

Imagem

Figura 1 - ASV. Fasc. 429, p. 07r
Figura 2  –  ASV. Fasc. 357, p.135r 8
Figura 6  –  ASV. Fasc. 951, p. 6r 55
Figura 4 – ASV. Fasc. 714, p. 04r 26
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Referências

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