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ÍÒ Ú Ö ËÓ È ÙÐÓ ÁÒ Ø ØÙØÓ ËÓ ÖÐÓ Ô ÖØ Ñ ÒØÓ ÁÒ ÓÖÑ Ø ÅÓ ÐÓ ÚÓÐÙ ÓÒ Ö Ó ÒÚ Ð Ñ ÒØÓ ÓÐ Ó Æ Þ Ö ÒÓ ØØ Ö ÖÖ Ö Å ÖÓ Ì ÔÖ ÒØ Ó ÁÒ Ø ØÙØÓ ËÓ ÖÐÓ ÍÒ Ú Ö ËÓ È

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(1)

Instituto de Físi a de São Carlos

Departamento de Físi a e Informáti a

Modelos Evolu ionários de Envelhe imento Biológi o

Nazareno Getter Ferreira de Medeiros

Tese apresentada aoInstitutode Físi a deSão

Carlos, Universidade de São Paulo, para

ob-tenção do Título de Doutor em Ciên ias:

Fí-si a Bási a

Orientador: Prof. Dr. Roberto Ni olau Onody

São Carlos

(2)

Modelos Evolu ionários de Envelhe imentoBiológi o/Nazareno Getter

Ferreira de Medeiros. -- São Carlos, 2001

119 p.

Tese (Doutorado) - - Institutode Físi ade São Carlos,2001.

Orientador: Prof. Dr. Roberto Ni olau Onody

1. Me âni aEstatísti a. 2. Envelhe imento Biológi o.

(3)
(4)

À minha querida Tereza.

Ao arissímoProf. Roberto Ni olauOnody pelaorientação, dedi ação eamizade.

Aosestimadosamigos,HenriqueFreire,JoãoVítor,ReginaldoZara,CarlosAlberto, Claudia Bonardi,Cristiane Barbieri, MariadoRosário, MariaSuzana, Ednalva

Vi-dotto ePauloAlexandre, pelas agradáveishoras quesuas ompanhiasme

propor i-onaram.

A todos os olegasde trabalho, espe ialmenteaoPaulo Roberto,Viviane,Fabrí io, Vivaldo eMar elinho.

Este trabalhofoi nan iado pelo Conselho Na ional de

DesenvolvimentoCientí oeTe nológi o(CNPq)epela

FundaçãodeAmparoàPesquisadoEstadodeSãoPaulo

(5)

As teorias existentes para o estudodofenmenode envelhe imentobiológi osão

divididas basi amente em duas ategorias: teorias bioquími as e teorias evolu ionárias.

As teorias bioquími as asso iam o envelhe imento a danos que podem o orrer nas

é-lulas, te idos, orgãos e às imperfeições dos me anismos bioquími os responsáveis pela

manutenção da vida. As teorias evolu ionárias, por sua vez, expli am o envelhe imento

sem re orrerem a me anismos bioquími os espe í os. Elas são de natureza

hipotéti o-dedutivaasso iandooenvelhe imentoaoresultadode umahistóriade vida,ajustadapelo

pro essodeseleçãonatural,quegaranteaperpetuaçãodeumaespé ie. Porapresentar

es-tas ara terísti as, asteorias evolu ionárias sãomais adequadas àutilizaçãodos métodos

daFísi a. Todonosso trabalhoserá desenvolvido à luzdestas teorias.

Na primeira parte deste trabalho fazemos uma rápida dis ussão a er a das

di- uldades em se determinar om rigor, propriedades biológi as que possam ser usadas

om e iên ia no pro esso de quanti açãodo envelhe imento. Mostramos que uma das

formasmais e ientes para adete ção doenvelhe imentoépormeiodaanálisedas taxas

demortalidade,realizadas omaajudade tabelasatuarias. Estastabelasapontamparaa

existên iade uma leide mortalidade,responsável porpadrõesespe í osde mortalidade,

em populações nas quais se observa o envelhe imento. Expomos as hipóteses entrais

sobreasquaisse baseiamtanto asteoriasbioquími as quantoasteoriasevolu ionáriase,

ainda,os me anismos de envelhe imento utilizadospor estas duas teorias.

Propomos um modelo para populações estruturadasporidade ontendo os

prin- ipais ingredientes das teorias evolu ionárias de envelhe imento a saber, mutações

be-né as e deletérias, hereditariedade, taxas reprodutivas e seleção natural. En ontramos

uma solu ãoexata para este modelo e mostramos que omesmo não apresenta

envelhe i-mento. Cal ulamosasprobabilidadesdesobrevivên iamédiaseoexpoentede res imento

Malthusiano ujos resultados indi am que o modelo pode exibir extinção popula ional.

A reditamos queeste modelopossa ser apli adonoestudo de populaçõesde protozoários

e elenterados.

Por meio de um formalismo matri ial, en ontramos uma solução exata para a

evolução temporaldomodelo de Partridge eBarton na presença dovín ulo pleiotrópi o,

(6)

esta-Malthusiano. A idade média da população também é al ulada e exibe um de aimento

tipoleide potên ias.

Porúltimoestudamosomodelode envelhe imentopropostoporHeumanne

Höt-zel. Por meio de pequenas modi ações neste modelo, mostramos, que ao ontrário do

que se a reditava, ele é apaz de sustentar populações om mais de três idades. Além

disso, nossas simulações mostram que este modelo apresenta uma grande quantidade de

resultados interessantes, tais omo, senes ên ia atastró a, lei de mortalidade de

Gom-pertz e a inuên ia que diferentes estratégias reprodutivas têm sobre a longevidade da

(7)

There are two kinds of aging theories: bio hemi al and evolutionary.

Bio he-mi al theories invoke damage to ells, tissues, and organs and onne t senes en e with

imperfe tions of the bio hemi al pro esses responsible for the maintenan e of life. The

evolutionary theories, on the other hand, explain senes en e without any espe i

bio- hemi alme hanisms. Agingevolutionarytheories are hypotheti o-dedutive and assume

thatsenes en eisa onsequen eofanoptimallifehistory, ontrolledbynaturalsele tion,

whi hguarantees perpetuationofthe spe ies. Su h hara teristi smakethe evolutionary

theoriesmoresuitedfortheappli ationofPhysi smethods. Inourwork,wewill onsider

onlythis kind of theory.

In the rst part of this thesis, we present a brief dis ussion onthe di ulties to

obtainrigorouslybiologi alpropertieswhi h anbee ientlyusedinthequanti ationof

theaging pro ess. One way to measure senes en eis through ananalysis of the so alled

table of life. These tables indi ate the existen e of a mortality law whi h is responsible

foraspe i mortalitypattern. Weexplainthe main ideasonwhi h thebio hemi aland

evolutionary theoriesare based.

Weproposea simpleage-stru turedpopulationmodel ontainingalltherelevant

features of the evolutionary aging theories: bene ial and deleterious mutations,

repro-du tiverates, andnaturalsele tion. An exa tsolutionforthismodelisfoundand, toour

surprise, it does not exhibit senes en e. Average survival probabilities and Malthusian

growthexponentsare al ulatedandtheyindi atethatthesystemmayhaveamutational

meltdown. Webelievethatthismodelisagood andidatetoappropriatelydes ribesome

oelenterate and prokaryote groups.

In the presen e of the pleiotropi onstraint and deleterious somati mutations,

thetime evolutionofthe Partridge-Bartonmodelisexa tlysolved foranarbitrary

fe un-dity using amatri ial formalism. The steady state values for the mean survival

probabi-litiesandthe Malthusiangrowth exponent areobtained. The meanageof thepopulation

shows a power law de ay.

Finally, we study the aging modelproposed by Heumann and Hötzel. By

intro-du ingaminor hangeinthis model,weshowthat itisabletokeep manyage intervalsin

(8)
(9)

1 Introdução 1

2 Envelhe imento Biológi o 6

2.1 Medindo oEnvelhe imento . . . 7

2.2 Lei de Mortalidade . . . 10

3 Teorias de Envelhe imento Biológi o 19 3.1 Teorias Bioquími as. . . 20

3.2 Teorias Evolu ionárias . . . 26

4 Modelos de Envelhe imento Evolu ionários 34 4.1 O Modelo de Partridgee Barton . . . 34

4.2 O Modelo de Heumann e Hötzel . . . 39

4.3 O Modelo Penna . . . 42

5 Solução Exata de um Modelo Evolu ionário sem Envelhe imento 53 5.1 Introdução . . . 53

5.2 O Modelo . . . 54

5.3 Seqüên ias de Fibona iGeneralizadas . . . 58

5.4 Análise Numéri a . . . 63

5.5 Simulação MonteCarlo . . . 66

5.6 Con lusões. . . 70

6 Evolução Temporal do Modelo de Partridge-Barton 73 6.1 Introdução . . . 73

6.2 Solução Analíti a . . . 74

(10)

6.5 Con lusões. . . 83

7 O Modelo de Heumann-Hötzel Revisitado 85 7.1 Introdução . . . 85

7.2 O Modelo . . . 86

7.3 Simulação MonteCarlo . . . 89

7.4 Con lusões. . . 98

8 Con lusões e Perspe tivas 101 Apêndi e 105 A Dados Demográ os 105 A.1 Tabelas atuariais . . . 105

A.2 Tabela de vida para apopulação brasileira(1998) . . . 106

A.3 Tabela de vida para apopulação norte-ameri ana(1998) . . . 109

B Séries de Fourier 112 B.1 Solução daequação integral . . . 112

(11)

2.1 (a) Curva de sobrevivên ia ara terísti a de populações que não

envelhe- em. (b) Curva de sobrevivên ia para populaçõesque exibem o

envelhe i-mento. . . 11

2.2 Curvade sobrevivên iaparaapopulaçãobrasileiraobtida omosdadosda

tabelade vidareferente aoano de

1998

(Apêndi eA.2).. . . 13 2.3 Funçãomortalidadeemfunçãodaidadeparaapopulaçãobrasileirae

norte-ameri anaemes alasemilogarítmi a. Afunção mortalidadeaumenta

line-armente om a idade a partir da maturidade sexual, por volta dos trinta

anos, obede endo a leide Gompertz. . . 14

2.4 Curva de sobrevivên ia para populações de ratos, ães (da raça beagle) e

humanos ( Adaptado de B. A. Carnes at all, Continuing the sear h for a

law of mortality, Populationand Development Review 22,231-264, 1996). . 17

2.5 Curvas de sobrevivên ia ao longo dahistória humana. A retangularização

destas urvaséreexodasmelhoriasdas ondiçõesdesaúdenasso iedades

modernas. (Fonte: Hayi y L., Como e Por Que Envelhe emos, Editora

Campus, 1996.) . . . 18

3.1 Comportamento qualitativo mostrando a diminuição na força da seleção

natural àmedida queos indivíduosse reproduzem. . . 30

3.2 Curvasde sobrevivên ia para populaçõesdamos a Drosophila

Melanogas-ter para ambos os sexos. Mos as perten entes à linhagen oriundas dos

ovos postos mais edos apresentam probabilidadesde sobrevivên ia

meno-res ( urvas des ontínuas) do que as perten entes à linhagem geradas dos

ovos postos mais tardiamente. ( urvas ontínuas). (Adaptado de L.

(12)

4.1 Evolução temporalda populaçãopara o modelo

HH

extraída do trabalho original de Heumann e Hötzel [50℄. As simulações foram realizadas om

ǫ

h

= 0, 02

,

ǫ

l

= −0, 04

e om uma população ini ial de

4000

bebês, tendo todosprobabilidadesdesobrevivên ia

1

. ParaofatordelimitaçãoVerhulst, os autores onsideraram

N

max

= 10000

. As urvas, de ima para baixo, orrespondem às idades

0

,

1

,

2

e

3

. . . 41 4.2 Genoma ronológi o representado por uma palavra de omputar om

16

bits. O indivíduo representado por esta seqüên ia de zeros e uns pode

viver até a idade de

16

anos. Os bits om valor

1

representam mutações deletérias, enquanto os de valoreszeros a ausên ia de mutações. . . 44

4.3 Reprodução seguida de mutação nas posições

5

e

12

do genoma, quando: (a)estãopresentes apenasmutaçõesdeletérias;(b) quando estãopresentes

mutaçõesdeletérias e bené as. . . 47

4.4 EvoluçãodapopulaçãoparaumasimulaçãoMonteCarlodoModeloPenna.

Tomamos umapopulaçãoini ial de

10

6

bebêso om osparâmetros

T = 2

,

B = 1

,

R = 8

e

M = 1

. Para o ál ulo do fator Verhulst tomamos

N

max

= 5 × 10

6

. . . 49 4.5 Curvadesobrevivên iaobtidadosdadosdasimulação omomodeloPenna.

A população ini ial etodos osoutros parâmetros são os mesmos dagura

4.4. Observa-se ode aimentodaprobabilidadede sobrevivên ia,indi ando

envelhe imento da população, logoa partir da primeiraidade reprodutiva

R = 8

. . . 50

5.1 Função

F (J, t)

ontra

J

para

t = 100, 200, 400

e

800

. Todas as quatro urvas foram postas na mesma es ala, multipli ando-as pelo fator

s =

10

11

, 10

23

, 10

47

e

10

95

, respe tivamente. . . 64

5.2 Evoluçãotemporaldas probabilidadedesobrevivên iamédias(a ima)eda

população(abaixo). Ambasas urvasforamobtidasdosdadosdasimulação

om

L = 10

,

a = 0, 04

e

b = 0, 02

. Tomamosumapopulaçãoini ialde

2000

bebês om probabilidadesde sobrevivên iadistribuídasuniformemente

en-tre

0

e

1

. As urvas de população, de ima para baixo, orrespondem às idades

0

,

1

,

2

,

3

,

4

,

5

,

6

,

7

,

8

,

9

e

10

. . . 68

(13)

população (abaixo). As simulaçõesforamrealizadas om amesma

ini iali-zaçãoenúmerodeidadesdagura

5.2

,porém ommutaçõesdeintensidade

a = 0, 08

e

b = 0, 02

. Veri amosqueomaiorpeso dasmutaçõesdeletérias leva àextinção ompleta da população. . . 69

6.1 Probabilidades de sobrevivên ia médias ontra o tempo. As linhas

ontí-nuas orrespondemàsoluçãoanalíti aeosquadradosàssimulaçõesMonte

Carlo. Usamos

α = 0, 82

,

β = 0, 67

,

x = 4

,

m

1

= m

2

= 1

e

N

0

= 4000.

Os valores de estadoesta ionário são

J

˜

1

= 0, 77

e

J

˜

2

= 0, 33

. . . 83 7.1 Genoma ronológi odeumindivíduorepresentadoporumvetorde

11

om-ponentes. Neste exemplo, o ódigo genéti o é dado pelo onjunto de

pro-babilidades de sobrevivên ia

{j

0

= 0, 9, j

1

= 0, 7, j

2

= 0, 8, j

3

= 0, 4, j

4

=

0, 5, j

5

= 0, 6, j

6

= 0, 1, j

7

= 0, 8, j

8

= 0, 8, j

9

= 0, 3, j

10

= 0, 9}

para as respe tivas idades

0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10

. . . 87 7.2 Probabilidadedesobrevivên iamédiadapopulaçãonoregimeesta ionário.

O de aimento da urva é o resultado do a úmulo de mutações nas idades

maisavançadas. Ini ializando om

20000

bebêsetomando

N

max

= 800000

,

m = 1

,

F

mut

= 0, 1

e mutações deletérias de intensidade

a = 0.2

. . . 90 7.3 Evolução temporalda população na presença ex lusiva de mutações

dele-térias. Ini ializando om

20000

bebês etomando

N

max

= 800000

,

m = 1

e

F

mut

= 0, 1

, o modelo sustenta noregime esta ionário populações para as idades

1

a

18

(de ima para baixo). . . 91 7.4 Probabilidadesde sobervivên iamédiaparapopulações omtrêsdiferentes

intervalos reprodutivos. Para todas as urvastomamos um população

ini- ial om

N

0

= 20000

bebês. Para os demais parâmetros,tomamos

m = 1

,

f

mut

= 0, 1

,

k = 20

,

a = 0, 04

,

b = 0, 02

e

N

max

= 200000

. . . 93 7.5 Probabilidadede sobrevivên iamédiaemfunção daidade parauma

popu-lação reproduzindo-seuma úni a vez navida(idade

i = 5

). . . 94 7.6 Função mortalidade ontra a idade al ulada tomando-se o logaritmo da

taxade mortalidadevezes mil. Na regiãoquevaidaidade

4

até aidade

10

a função mortalidade res e linearmenteobede endoa lei de Gompertz. . . 95

(14)

um oorte de

20097

indivíduosdurante os últimos

20

passostemporais. A urva em vermelho, indi ando o envelhe imento da população, foi obtida

retirando-se os efeitos do fator Verhulst. A urva em preto, uja forma

indi a a ausên ia do envelhe imento, foi obtida levando-se em onta as

(15)

4.1 Na primeira oluna temos os valores possíveis de um gene numa posição

qualquer do genoma. Após a operação lógi a

, este gene sempre sofrerá uma mutação deletéria, independentemente de qualseja o seu valor antes

da mutação. . . 45

4.2 Na primeira oluna temos os valores possíveis de um gene numa posição

qualquer do genoma. Após a operação lógi a

, este gene poderá sofrer uma mutaçãodeletériaoubené a, dependendo doseu valorantes da

mu-tação. . . 46

5.1 Probabilidadede sobrevivên ia média

< J >

, al ulada pormeio donosso formalismo matri ial, em função de

Q

e do tempo para

L = 10

,

a = 0, 04

e

b = 0, 02

. . . 65 A.1 Fonte: Instituto Brasileiro de Geograa e Estatísti a - IBGE.

Departa-mentode Populaçãoe Indi adores So iais - DEPIS . . . 106

A.1 Tabela de vida para apopulação brasileira,1998 ( ontinuação). . . 107

A.1 Tabela de vida para apopulação brasileira,1998 ( ontinuação). . . 108

A.2 Fonte:U.S.DEPARTMENTOF HEALTHANDHUMANSERVICES.

Na-tionalCenterforHealthStatis s-NCHS.MortalityDatafromtheNational

Vital Statisti sSystem . . . 109

A.2 Tabela de vida para apopulação norte-ameri ana,1998 ( ontinuação).. . . 110

(16)

Introdução

A espé ie humana é o resultado de milhões de anos de evolução Darwiniana,

no entanto estamos longe de nos onsiderarmos organismos perfeitos. A onstatação

de tal fato é forne ida logo que per ebemos a ação de um onjunto de fatores que se

manifestamdurantea vidae quese ara terizampeladeterioraçãoprogressivade nossas

apa idadesvitais omprometendoseriamentenossasobrevivên ia. Amanifestaçãodestes

fatores é onhe ida omo envelhe imento e se apresenta aos seres humanos omo uma

força in ontrolável da qual ninguém es apa e que irremediavelmente ulmina na morte.

Diversos mitos e lendas reetem o pensamento humano diante da impossibilidade de se

evitaravelhi eeapelabus ain essante daimortalidade. Umalendagrega, datadamais

oumenosde

650 A.C.

, ontaquea deusado amanhe erÉos(a Aurora)apaixona-se pelo mortal troiano, Titnio. Para poder asar-se om ele, Éos pede a Zeus que on eda ao

seu amado a imortalidade, mas infelizmente esque e de pedir a Zeus que lhe mantenha

também a juventude. Logo, om o passar do tempo Titnio vai  ando ada vez mais

velho e de répito até que é tran ado emum quarto para envelhe er eternamente.

Um ponto em omum na iên ia e em muitas religiõesé que a velhi e e a morte

são onseqüên ias inevitáveis da vida. Tal fato pare e fazer parte da ordem natural das

oisas e sugere a existên ia de uma lei de mortalidade onipresente. Com o objetivo de

(17)

por dis utir a existên ia de uma lei de mortalidade responsável pelo envelhe imento e

agindosobre quase todos os seres vivos. Apresentamos uma leide mortalidade,proposta

em

1825

peloatuário inglês Benjamin Gompertz, e que desde então vemsendo utilizada ommuitosu esso noestudodoenvelhe imentobiológi onão sódosseres humanos omo

também emoutras lasses de animais.

A bus a por respostas para uma das perguntas que talvez mais atormente a

es-pé ie humana, por que envelhe emos? , levou ao surgimento de uma vasta quantidade

de teorias sobre o fenmeno do envelhe imento biológi o. Basi amente elas podem ser

dividasem duas ategoriabemdistintas, teoriasbioquími ase teoriasevolu ionárias. No

apítulo

3

mostraremosqueasprimeirassãoessen ialmenteme ani istasequese ara te-rizamporasso iaremasenes ên iaàsimperfeiçõesde pro essosbioquími osresponsáveis

por danos nas élulas, te idose orgãos. A segunda ategoria, das teorias evolu ionárias,

pro ura expli ara senes ên ia omo um resultado da ombinaçãode taxasreprodutivas,

taxasde mutação,hereditariedade e seleção natural. Estes são osprin ipais ingredientes

dasteoriasevolu ionáriase,pornão ne essitaremde nenhum tipode onhe imentosobre

amaquinariabioquími a,mostram-se muito adequadas para a onstruçãode um modelo

deenvelhe imentosimples, omum númeropequenode parâmetros,masqueaindaassim

possa apturar a ação da leide mortalidade. Tal abordagem, diferentemente daadotada

nas iên ias biológi as,é onstante naFísi a, onde pro ura-se sempre simpli arao

má-ximoanaturezaembus adeleissimples,porémuniversais. Portanto,seráoportunoneste

apítulo,nos determos para uma explanação a er a das hipótesesfundamentaissobre as

quaisrepousamasteoriasevolu ionárias, poisbaseadosnelas éque desenvolveremostodo

onosso trabalhopropriamentedito.

Muitos estudos a er a doenvelhe imento biológi oforam desenvolvidos

usando-se as té ni as de simulação omputa ional. No apítulo

4

apresentaremos os três mais importantes. Dentre eles, um dos representante maistípi o éo quefoi proposto por

(18)

Par-tridgeeBarton em

1993

. O modelo de Partridgee Barton éum modeloevolu ionário de envelhe imentosimples parapopulaçõesassexuadas om apenas dois intervalosde idade.

Outros trabalhos baseados no modelo de Partridge e Barton foram desenvolvidos onde

investigou-se outras questões, tais omo, efeitos de mutações deletérias hereditárias, a

introdução de um número maior de intervalos de idade e limitação popula ional. Entre

estes trabalhos en ontra-se o de Heumman e Hötzel, proposto para ser uma

generali-zação do modelo de Partridge e Barton. Sua prin ipal motivação foi a de se onstruir

um modelo mais omplexo e adequado para o tratamento de populações reais do que

seusprede essores. Faremosumabreveintroduçãodestemodeloapresentandoalgunsdos

seus prin ipais resultados e as razões pelas quais foi abandonado. O ter eiro e último

modelo que apresentamos no apítulo

4

é o hamado modelo Bit-String ou, mais omu-mente, modelo Penna. O modelo Penna foi introduzido em 1995 e, tal omo os outros,

usa té ni as de simulação Monte Carlo para prever e expli ar muitas das ara terísti as

rela ionadas ao envelhe imento em populações reais. Seu prin ipal diferen ial

en ontra-se no fato de ada indivíduo da populaçãoser representado por uma espé ie de genoma

ronológi o onstruído ompalavrasde omputador. Veremos queaidéia prin ipalneste

tipo de implementação é a de representar o ódigo genéti o por uma seqüên ia de

ze-rose uns, transportando onsigo todas asinformaçõesque denam a história de vidade

ada membro da população. Devido às suas ara terísti as té ni as, este modelo tem-se

mostrado omo um dos maise ientes para otratamento omputa ionaldoproblema de

envelhe imentobiológi o e,por esta razão, vem sendo amplamente utilizado.

No apítulo

5

introduzimos um modelo para populações assexuadas e om um númeroarbitráriodeintervalosdeidades. Omodelo,embora ontendoosprin ipais

ingre-dientes da teorias evolu ionárias, mutações bené as e deletérias, hereditariedade, taxas

reprodutivas e seleção natural, não apresenta o fenmeno do envelhe imento biológi o.

(19)

algunstiposdeorganismosen ontradosnanaturezaquenãoapresentamsinaisde

envelhe- imento. Obtemos aindauma soluçãoexatadomodelo onde,pormeio de umformalismo

matri ial, des revemos a evolução temporal ompleta do sistema. Realizamos ainda

si-mulações Monte Carlo do modelo ujos resultados orroboram os obtidos na abordagem

analíti a.

Após a sua introdução, o modelo de Partridge e Barton foi exaustivamente

es-tudadopor meio de simulaçõesMonte Carlo,porém quase nenhum trabalhode natureza

analíti afoi desenvolvido. Um estudo deste modelo utilizandouma abordagemanalíti a

éoqueapresentamosno apítulo

6

. Neste,derivamosumasoluçãoexata paraadinâmi a ompleta do sistema. Mantendo todos osingredientes do modelo de Partridge e Barton,

pormeiode umformalismomatri ialobtivemosexpressõesanalíti asexatas,des revendo

a evolução temporal das probabilidades de sobrevivên ia médias da população. Entre

vários resultados, determinamos os valores de estado esta ionário das probabilidades de

sobrevivên ia e doexpoente de res imentoMalthusiano. Mostramos, ainda, quea idade

média da população de ai om o tempo de a ordo a lei de potên ias

t

1

. Por último,

omparamososnossosresultados analíti os om osobtidosvia simulação omputa ional.

No apítulo

7

voltaremos a dis utir o modelo de envelhe imento proposto por Heumann e Hötzel, onde desenvolvemos um estudo mais pormenorizado deste modelo.

Desde a sua introdução, em

1995

, este modelo foi posto de lado por a reditar-se ser ina-dequadoparaotratamentode populações ommais dedoisintervalosde idadesein apaz

de sustentar populações quando estão presentes apenas mutações de natureza deletérias.

Mostraremos,noentanto, que om pou as modi açõesnomodelo original,estas

di ul-dadespodemfa ilmenteser ontornadas. Neste apítulo,alémderefutarmososprin ipais

argumentos que ontribuiram de isivamente para olo ar o modelo de Heumann e

Höt-zel no esque imento, mostraremos, por meio de simulações, ser possível reproduzir uma

(20)

mortalidadedeGompertzea inuên iaquediferentes estratégiasreprodutivastêm sobre

alongevidade,oquejá haviasido previstopelas teoriasevolu ionáriasde envelhe imento

biológi oe onrmadoexperimentalmente om mos asdogêneroDrosophila. Porúltimo,

mostramosqueavariantedomodelode HeumanneHötzel, assim omoomodeloPenna,

(21)

Envelhe imento Biológi o

Cedo navida per ebemos que tudo anossa volta, objetos, animaise in lusiveos

sereshumanosexperimentaumavariedadedemudanças omapassagemdotempo. Tudo

está sujeito à ação inevitável do tempo e esta ação se ara teriza por uma deterioração

progressiva das apa idades normais de um orpo, sendo onipresente tanto no mundo

inanimado quanto no dos seres vivos. A este fenmeno omumente damos o nome de

envelhe imento. Nos objetos materiais a maioria dos danos ausados pela a ação do

tempo são devidos aos resultados da oxidação, que é a ombinação das molé ulas que

ompõem os objetos om o oxigênio da atmosfera. Nos objetos que ontêm ferro, por

exemplo, hamamoso resultado desta ombinaçãode ferrugem,porém a altareatividade

dooxigênio tambémgera mudanças queasso iamos aoenvelhe imento nos mais diversos

tiposde materiais. Nos seres vivos aaçãodotemposemanifesta pormeiodadiminuição

dovigor físi o, redução da apa idade reprodutiva,da falên ia de muitos de seus orgãos

prin ipaisepor um aumento progressivo navulnerabilidade adiversas doenças.

Uma grande quantidade de indí ios sustentam o fato de que estas perdas ou

fraquezasfun ionais omeçamdepoisqueosanimais,in lusiveossereshumanos,al ançam

a maturidade sexual. Este é um pro esso que pode ser lento ou rápido, dependendo da

espé ie. Nas várias formas de vida que se reproduzem apenas uma vez (semélparos), o

(22)

No reino vegetal observamos este fenmeno nas plantas anuais que após a disseminação

de suas sementes envelhe em e morrem rapidamente. Dentre os exemplos, estão a soja,

algumas variedades de trigo e muitas plantas anuais de jardim. Fenmeno semelhante

o orre emalgumasespé ies doreino animal: lampreias, lulas ealguns peixes, dentre eles

as enguias. Um dos exemplos mais espeta ulares de reprodução explosiva seguida de

envelhe imentoemorte o orre omosalmão dopa í oque,apósa desova, experimenta

umarápidadeterioraçãoemquasetodososseusorgãos. Jánosanimaisquesereproduzem

mais de uma vez durante a vida (iteróparos), as mudanças asso idas à idade surgem

gradativamentelogoapósamaturidadesexual, diferentementedos semélparos. Nos seres

humanos, muitas funções, tais omo o vigor físi o, força e oordenação neuromus ular,

omeçam adiminuirentre os 25e 30anos, aproximadamente.

Entretanto,existemaindaalgumasoutrasespé ies ujosmembrosaparentemente

não apresentam nenhum tipo de degeneraçãoasso iada aoenvelhe imento. Nestes

orga-nismos,afaseadultapode seestender pordé adas ouanos semnenhum sinalde redução

signi ativade suafunçõesvitais. Comoexemplo,podemos itarasanêmonas, molus os,

algumasárvores, peixese répteis.

2.1 Medindo o Envelhe imento

Medir oenvelhe imentonão éuma tarefa fá il. Para o senso omum o

envelhe i-mentoédeterminadouni amente ombasenaidade ronológi aenossinaisexternosmais

omuns asso iados àidade, tais omo a or dos abelos, rugosidade dapele, di uldades

lo omotoras,et . Desde muito edotodosnósaprendemosadeterminarquãovelhaéuma

pessoa guiando-nos apenas por estes aspe tos. Todavia, predições baseadas uni amente

na aparên ia são muito subjetivas e apresentam um alto grau de falibilidade na medida

doenvelhe imento. A idade ronológi a nos forne e apenas uma ontagem no tempo de

(23)

nas imento. Do ponto de vistalegal e so ialo onhe imento da idade ronológi a

erta-mente tem a sua utilidade, porém ela nada nos diz a respeito das mudanças biológi as

queo orremno nossoorganismo duranteotrans urso davida,tampou o assuas ausas.

O envelhe imento não é apenas a passagem do tempo, mas sim a manifestação de um

onjunto de eventos biológi os no tempo que inuen iam fortemente a sobrevivên ia e a

longevidade. Logo, mais e iente do que determinar-se a idade ronológi a, seria medir

a idade biológi a dos seres vivos. Idade esta que estaria diretamente ligada às

mudan-ças biológi as fundamentais o orridas nos organismo, nos forne endo uma medida mais

e ientedo envelhe imento.

Portanto,a primeirane essidade om quenos deparamos é ade estabele er om

exatidãoe rigor o pro esso de quanti ação do envelhe imento. Para tanto, é ne essário

adotarumaabordagem ientí a,livredeanáliseseimpressõesde arátersubjetivos. Isto

somenteépossívelsepudermosmedir, ontar,algumapropriedadebiológi aquemudeem

função do tempo e que, obviamente, reita as alterações asso iadas ao envelhe imento.

Na bus a de mudanças mensuráveis que possam expli ar o pro esso de envelhe imento,

tem-seapontadopara uma variedade grandede alteraçõessiológi asnos seres vivosque

fun ionem omo uma espé ie de mar adores biológi os que ditem o ritmo do

envelhe i-mento. Aofazermosisto,estaremos determinandoaidadebiológi adosorganismos enão

sua idade ronológi a.

Nos seres humanos tem-se pro urado diversas alterações siológi asque possam

fun ionar omo mar adores biológi os. Chegou-se a apontar omo possíveis mar adores,

a or do abelo, o omprimento das orelhas, a força mus ular das mãos, a apa idade

ardía a, et . Entretanto, nenhum deles mostrou-se e iente na determinação da idade

biológi a. Emoutros animais, porexemplo, podemosen ontrar mar as ouanéis de

res- imentoem partes espe í as do orpo. Nas árvores são omuns os anéis de res imento

(24)

Infelizmente, estas mar as nada mais informam do que a mera passagem do tempo, ou

seja,forne endoapenasaidade ronológi a,nãonosdizendonadaarespeitodospro essos

fundamentaisdoenvelhe imento.

Na faltade mar adoresbiológi os onáveis, uma abordagemalternativaé aque

possibilita a quanti ação do pro esso de envelhe imento sem levar em onta qualquer

tipo de me anismo biológi o. Neste tipo de abordagem, o pro esso de envelhe imento é

feitopor meio de análises estatísti as das taxas de mortalidade das populações. O

enve-lhe imentopode ser denido omo a soma de mudanças biológi asou perdas fun ionais

que aumentam om otempo a probabilidadede morte. Estas perdas fun ionais levama

umaumentoprogressivonataxademortalidadedapopulaçãoe,aomesmotempo,auma

redução na expe tativa de vida om a idade. As mudanças na taxa de mortalidade são

onsideradasevidên ias do pro esso de envelhe imentopodendo, in lusive, ser utilizadas

nasua medida.

A dete ção doenvelhe imento, tantoempopulaçõesanimais quantode seres

hu-manos,pormeiodaanálisedastaxasde mortalidade,érealizada omaajudadas tabelas

devidaoutabelaatuariais. Estas tabelassão onstruídas omosdadosobtidosdo

a om-panhamentode umdeterminadogrupode indivíduos,denominado oorte,nas idostodos

dentro de um período espe í o. Uma vez estabele ido o oorte, faz-se um

a ompanha-mento de ada membro dogruporegistrando todas asmortes o orridas até que oúltimo

indivíduo tenha morrido. As tabelas de vida partem do pressuposto de que as mortes

o orridas nos últimos anos de vida são devidas, na sua grande maioria, a um aumento

na vulnerabilidade dos indivíduos. Para populações humanas, estas tabelas são fontes

importantes de informações demográ as omo, por exemplo, a determinação da

expe -tativa de vida média de uma população. Na seção seguinte mostraremos que, embora

não envolvam parâmetros biológi os expli itamente, as tabelas de vida apontam para a

(25)

não sópara populaçõeshumanas omo tambémpara diversas outras espé ies animais.

2.2 Lei de Mortalidade

Em

1825

,oatuárioinglêsautodidata,BenjaminGompertzfezumasurpreendente des obertaaoanalisarosdadosdas tabelasatuariaisdapopulaçãohumanadasuaépo a.

Gompertz notou que uma lei de progressão geométri a persistia num intervalo grande

das tabelas de mortalidade para diversas populações. Ele des obriu que a probabilidade

de morte dos indivíduos não era a mesma durante toda a vida, sendo muito alta para

os re ém-nas idos, diminuia a partir dos

11

a

12

anos e, após os trinta anos, dobrava a ada sete anos. Gompertz onstatou, que após atingir a fase adulta, a probabilidade

de morte dos seres humanos aumentava exponen ialmente om a idade. Ao analisar

diversas tabelas para um longo período davidahumana,Gompertz notou um padrãode

mortalidade omum presente emdiferentes populaçõeshumanas. Isto levou-o a sugerira

existên iade uma leide mortalidade universal que poderia estar agindo sempre durante

um mesmo período da vida. Ele des obriu ainda que tal lei de mortalidade poderia ser

des rita, de uma maneira simples, por meio de uma equação da forma

µ(t) = α exp(βt)

, om

α

e

β

sendo os parâmetrosde ajuste.

Tentanto estabele er origens físi as para sua lei, Gompertz sups que os seres

vivos durante a vida estariamsujeitos adois tiposde ausas de morte; uma de natureza

puramente aleatória e sem nenhuma disposição prévia para a morte, e uma segunda, de

origemindenida, responsávelporuma forçaquedestrói todaa organizaçãone essária à

sustentação da vida [1℄. Embora Gompertz tenha pro urado estabele er uma distinção

entre dois possíveis tipos de mortalidade, ele introduziu apenas uma noção vaga para

tal força de mortalidade responsável pela deterioração da vida. Atualmente, as ausas

de morte às quais todos os seres vivos estão sujeitos são bem onhe idas e divididas

(26)

Figura2.1: (a)Curvade sobrevivên ia ara terísti a de populaçõesque não envelhe em.

(b) Curva de sobrevivên ia para populaçõesque exibemo envelhe imento.

denida omo as mortes que são ausadas ou ini iadas por fatores aleatórios originados

forado orpodos indivíduos,tais omo a identes, desastres naturais,predação,sui ídios,

envenenamento, et . A outra ausa diz respeito à força de mortalidade proposta por

Gompertz. Édenominada de taxa de mortalidadeintrínse a eé denida omo asmortes

ausadas porpro essos que se originamdentro do orpo dos organismos.

Uma dado importante que pode ser extraído das tabelas atuariais (ou tabelas

de vida) é a sobrevivên ia

l

x

da população que nos dá o per entual de indivíduos do o-orte que sobrevivem até a idade

x

. Quando estes dados são projetados num sistema de oordenadas, as urvas obtidas são denominadas de urvas de sobrevivên ia. As urvas

de sobrevivên ia são ferramentas importantes para entendermos o fenmeno do

enve-lhe imento,a longevidade e mortalidade tanto em populações humanas quanto animais.

Seuspers sãobastantedistintos, onformeaspopulaçõesapresentem ounãoofenmeno

do envelhe imento. Na gura 2.1 apresentamos ambas as urvas de sobrevivên ia, de

aráterpuramenteilustrativo,para populaçõesque não apresentam o fenmenodo

(27)

aparentemente não envelhe em, os dados das suas tabelas de vida nos forne em urvas

de sobrevivên ia semelhantes a da gura (

1a

). Nestes tipos de populações, observa-se um de línio logarítmi ono número de indivíduos. Todos eles estão sujeitos a uma força

de mortalidade onstante em todas as fases da vida, levando a uma redução de

50%

na probabilidadede sobrevivên ia dapopulaçãoem adaintervalode temposu essivo. Este

tipode urvaémuito omum entre populaçõesde animaisselvagens. Devidoàs ondições

adversas em que vivem, estão sujeitos a altas taxas de mortalidade extrínse a, em geral

devidas a predação, doenças ou a identes, de tal forma que, a partir da data de

nas i-mento, metade da população morre a ada ano. A força de mortalidade nestes animais

é de tal forma intensa que os indivíduos não vivem su ientemente para exibir qualquer

tipodemudançaasso iadaàidade. Poroutrolado, aformaretangularda urva

apresen-tada na gura (

1b

) é ara terísti a de populações que envelhe em. Nestes asos a força de mortalidade muda para ada fase da vida e as populações têm han es diferentes de

morrera adaano. Noapêndi e

A.1

apresentamosduastabelasde vida,paraapopulação brasileira e para a norte-ameri ana, ambas orrespondendo ao ano de 1998. As tabelas

foram onstruídas apartirde um oorte ini ial om

100000

indivíduos. A ter eira oluna destas tabelas,

l(x)

, nos forne e o per entual de indivíduos, originários do oorte, vivos naidade

x

. Ao projetarmos estes valores em um sistema de eixos obtemos as urvas de sobrevivên ias. Na gura 2.2 mostramos a urva de sobrevivên ia para a população

bra-sileira orrespondenteaoanode

1998

. Notemosquetal urvaassemelha-semuitoà urva dagura 2.1-(a), típi a de populações que envelhe em. Umavez que nos seres humanos

os ris os de morte não são os mesmos sempre, a força de mortalidade muda durante a

vidalevando a diferentes in linaçõesna urva de sobrevivên ia.

(28)

ex-0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Idade (anos)

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1.0

Sobrevivência

Brasil, 1998

Figura2.2: Curva de sobrevivên ia para a população brasileiraobtida om os dados da

tabela de vida referente aoano de

1998

(Apêndi e A.2).

traídadas tabelas de vida éa função mortalidadeda população. Esta é denida omo

q(x) = −

d ln N(x)

dx

,

(2.1)

onde

N(x)

éonúmerode indivíduosvivos,origináriosdo oorte,naidade

x

. Tomando-se omenor intervalode idade igual a

1

ano, podemos es rever esta expressão omo

q(x) ≃

N(x) − N(x + 1)

N(x)

,

(2.2)

om

N(x) − N(x + 1)

dando o número de mortes, do total do oorte, o orridas entre as idades

x

e

x + 1

. Nas tabelas de vida o número de óbitos,

N(x) − N(x + 1)

, e o número de indivíduos vivos,

N(x)

, omumente são representados pelas variáveis

d(x)

e

l(x)

, respe tivamente.

Segundo aleide Gompertz, apartirdafase adultaaprobabilidadede mortedos

indivíduos aumenta exponen ialmente om a idade. Conseqüentemente, o logaritmo da

função mortalidade deve mostrar uma dependên ia linear om a idade e seu grá o, em

(29)

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Idade (anos)

1.0

10.0

100.0

1000.0

Taxa de Mortalidade ( x 10000 )

Brasil, 1998

Estados Unidos, 1998

Figura2.3: Função mortalidade emfunção da idade para a populaçãobrasileirae

norte-ameri ana em es ala semilogarítmi a. A função mortalidade aumenta linearmente om

a idade a partir da maturidade sexual, por volta dos trinta anos, obede endo a lei de

Gompertz.

nas urvas de sobrevivên ia onde este omportamento linear é dete tado é omumente

hamada de porção Gompertz. Na gura 2.3 apresentamos as funções mortalidade para

aspopulações doBrasil e dos Estados Unidos. Observamos que a região apresentando o

omportamento linear, relativa à porção Gompertz, ini ia-se por volta dos

30

anos e se estende até os

65

anos, aproximadamente. Ambas as urvas foram obtidas a partir dos dadosdas olunas

q(x)

das tabelas de vida paraas populações noano de

1998

(apêndi e A1). Aselevaçõesdas urvasentreasidades

10

e

30

anosaproximadamentesãooresultado doaltoíndi edemortedevidoafatoresexternos(mortalidadeextrínse a) omo,a identes,

homi ídios, sui ídios,infe ções e doenças parasitárias. A ima desta faixa etária, quando

passa a haver uma redução destes fatores sobre a mortalidade total, tem iní io a região

de validade daleide Gompertz.

Com adiminuiçãodas ausas externasde mortetem-se observado um

(30)

estatísti os para populações dos países mais desenvolvidos [3℄ mostram que a

probabili-dadede sobrevivên iados indvíduos ommais de

80

anos temaumentadonos últimos

50

anos, em dis ordân ia om a lei de Gompertz. Surprendentemente, os indivíduos mais

prove tos, om mais de

95

anos de idade, apresentam melhores ondições físi as e men-tais do que os de

20

anos mais novos. E este é um fenmeno que é observado não só em populações humanas. Em um experimento realizado om mos as [4, 5℄,

observou-se omportamento semelhante. Ao analisar a evolução das taxas de mortalidade om a

idade, onstatou-se que estas apresentavam uma estabilização ou, em algumassituações,

de rés imosparaasidadesmaisvelhas. Veri ou-se,ainda,queaexpe tativade vidados

indivíduosmais velhos aumentava om a idade emvez de diminuir.

Uma expli ação sugerida para tal fenmeno é que os indivíduos mais fra os de

umaespé iemorremmais edo sendologoeliminadosdapopulação, aopasso queosmais

fortestêmmais han esdees apardoperíododavidademaiorvulnerabilidadeadoenças.

Estes indivíduos, por terem ara terísti a genéti as que lhes onferem maior resistên ia,

es apam da morte al ançando fa ilmente as idades extremas e possuem probabilidades

reduzidas de morrer nos anos subseqüentes. A redução damortalidade nas idades muito

avançadas é um indí iode que nesta fase davida a lei de Gompertz perde sua validade.

Ou seja, para indivíduos mais longevos aprobabilidade de morte não dobra mais a ada

seteanos. EstaaparentefalhadomodelodeGompertztem estimuladoodesenvolvimento

dealguns modelosnão-Gompertzianoqueexpliquem ospadrõesde mortalidadehumanos

a imados

95

anos [6,7, 8℄.

Os aumentos exponen iais na taxa de mortalidade em função da idade após a

maturação sexual são observados nas mais diversas populações humanas. Estes padrões

omuns de mortalidade foram de isivos para a proposta da lei de mortalidade de

Gom-pertz. Depoisdisto, diversosoutrostrabalhosforamdesenvolvidosnos quaisseinvestigou

(31)

vimos, quando as primeiras urvas de sobrevivên ia animal foram levantadas, logo  ou

evidente queleide Gompertz não era obede ida. Maistarde, des obriu-sequeo

envelhe- imentoempopulações animaissomenteé observado sea taxade mortalidadeextrínse a

não for alta o su iente para obs ure er os efeito das ausas de morte intrínse as. O

envelhe imento é um fenmeno raro nomundo selvagem e a razão se deve exatamente à

prepoderân ia das taxas de mortalidade extrínse a sobre as intrínse as. A natureza

o-meçaa eliminaros animaisselvagens logoassim que eles apresentam sinais de perdas ou

fraquezas fun ionaisasso iadas àidade. Porexemplo, aoa ompanhar-se ratos de ampo

no seu hábitat, di ilmente onsegue-se en ontrar o mesmo animal após passados

6

me-ses. Todavia, quando estes mesmos animais são mantindos em laboratório, são apazes

de sobreviver de

3

a

4

anos [9℄. Estas dis repân ias do tempo de vida se devem ao fato que, no seu ambiente natural, os ratos estão onstantemente sujeitos a altos índi es de

predação. Ratos velhos, assim omo alguns outros animais, não são en ontrados na

na-tureza porque eles não vivem tempo su iente para exibir os sinais do envelhe imento.

Já,diferentemente dos animais selvagens, os animais domésti os,porestarem protegidos

das adversidades que poderiamabreviar seu tempode vida,têm sua expe tativa de vida

aumentada e, onseqüentemente, revelam os sinais de envelhe imento. Animaisidosos só

existemem ativeiros.

Portanto,aoretirar-seainuên iadas ausasde morteextrínse as,deve-se

espe-rarqueopadrão de mortalidadede muitaspopulaçõesanimaisseja similaraos revelados

pelaspopulaçõeshumanas. Istofoimostrado ompopulaçõesderatose ães(daraça

bea-gle)mantidossob ondiçõesdelaboratório. Livresdas ausasextrínse as demortalidade,

as urvas de sobrevivên ia obtidas para estes animais (gura 2.4) apresentou um perl

similar ao das urvas de populações humanas, indi ando estarem em on ordân ia om

leide mortalidadeproposta por Gompertz [1℄. Poroutro lado, o mesmo omportamento

(32)

Figura 2.4: Curva de sobrevivên ia para populações de ratos, ães (da raça beagle) e

humanos(Adaptado deB. A.Carnesatall,Continuing thesear h foralaw of mortality,

Populationand Development Review 22,231-264,1996).

populações humanas. Para tanto, é ne essário que as taxas de mortalidade extrínse as

sejamsu ientemente altas. Curvas de sobrevivên ia humanasao longo dahistória

mos-tram laramenteeste efeito. Na gura 2.5 apresentamos as urvas de sobrevivên ia para

alguns períodos da ivilização humana onde é possível observar-se uma tendên ia lara

deretangularizaçãodas urvas, onformenosaproximamosdasépo asmais modernas. A

retangularização reete a melhoriadas ondições de higiêne e assistên ia médi a das

so- iedades modernas,melhoriasestas que on orrerampara aredução de muito dosfatores

externosdemortalidade. Hásé ulosatrás,osfatoresde ris oparaossereshumanoseram

tão intensos que pou os, tal omo nas populaçõesanimais, sobreviviam para

experimen-taros sinais do envelhe imento. As taxas de mortalidade na idade média, por exemplo,

(33)

Figura 2.5: Curvas de sobrevivên ia ao longo da história humana. A retangularização

destas urvas é reexo das melhorias das ondições de saúde nas so iedades modernas.

(Fonte: Hayi y L., Como e Por Que Envelhe emos,EditoraCampus, 1996.)

35

anos. Com os avanços da medi ina nos últimos sé ulos grande parte dos fatores de

mortalidadeextrínse aforameliminadosoque ontribuiupara um aumento onsiderável

daexpe tativade vidados seres humanos[10,11℄. Atualmente, nospaíses mais

desenvol-vidos, mais da metadedos bebês nas idos viverá até os

75

anos. Podemos armarque o envelhe imentoé um fenmeno ex lusivo dosé ulo

XX

.

(34)

Teorias de Envelhe imento Biológi o

As teorias de envelhe imento são divididas basi amente em duas ategorias. A

primeira, que nesta tese designaremos de teorias bioquími as, parte de hipóteses

pura-mente me ani istas, tratando o envelhe imento omo sendo o resultado de imperfeições

nos pro essos bioquími os normais ou devido aos desgastes das funções vitais dos

orga-nismosdurante avida,quepodem ausardanos irreparáveis ao

DNA

,às élulas,te idos eorgãos,enalmente, levarà morte. A segunda ategoria in luihipótesesevolu ionárias

eenun ia queo envelhe imentoé uma ara terísti a queevoluijunto om as espé ies em

bus a de uma estratégia de vida que favoreça o su esso reprodutivo. Nas teorias

evo-lu ionárias, o envelhe imento pode surgir devido ao aumento dafreqüên ia de mutações

deletériasquesea umulamnasidadesavançadas,oupor ausadaseleçãopositivade

mu-taçõesqueaumentamosu essoreprodutivo edonavida,masquepodemserresponsáveis

poruma diminuiçãodrásti a nafertilidade nas idades avançadas.

Asteoriasbioquími asestãorepletasde me anismosqueexpli am omoo orrem

asmudanças morfológi ase siológi as que a ompanhamos seres vivos om a passagem

do tempo. As teorias evolu ionárias, por sua vez, não se on entram nas ausas do

envelhe imento,mas nos porquês dasua existên ia. Naspróximasseçõesapresentaremos

as hipóteses entrais sobre as quais estas duas teorias se sustentam e os me animos de

(35)

3.1 Teorias Bioquími as

A hipótese bási a das teorias bioquími as é que o envelhe imento surge devido

a danos nos pro essos bioquími os que o orrem nos organismos durante o tran urso da

vidaeque podem levá-los àmorte. Vários me anismossão apontados omo responsáveis

pelosdanosnamaquinariabioquími aeestadiversidadetemdadoorigemaumagamade

teorias para o pro esso de envelhe imento biológi o, entre as quais se desta am a teoria

do desgaste e a teoria de a úmulo de resíduos. A teoria do desgaste foi proposta pela

primeiravez pelobiólogoalemão AugustWeismannem

1882

[12℄. Nelao envelhe imento surgiria omoo resultado de desgates devido aouso ex essivo durantea vidadas élulas,

órgãosete idos. Estedesgasteseriaresponsávelpeloa úmulodefalhasqueprejudi ariam

asfunçõesvitaisnormaise omprometeriaareproduçãoeasobrevivên iados seresvivos.

Aoutra teoria,denominada teoriade a úmulode resíduos, defende aidéia que as élulas

durante a vida vão a umulando mais resíduos do que podem eliminar, provo ando um

a úmulo gradual de toxinas que lentamente levará à sua morte. Esta teoria ganhou

força om a des oberta de uma substân ia hamada lipofus ina [13℄, uja on entração

tendeaser maiorquantomais velho foroanimal. Alipofus ina,tambémdenominadade

pigmentossenis,éumpigmentomarromen ontradonointeriordas élulas,prin ipalmente

nas élulas nervosas do érebro e do mús ulo ardía o. A redita-se que o aumento da

lipofus ina esteja rela ionado também à doença de Parkinson, uma doença que provo a

disfunção erebral e está asso iada à velhi e.

Entre os vários me anismos de envelhe imento propostos, os que apare em om

maiorfreqüên iaentreasteoriasbioquími assãoosqueenvolvemaaçãodosradi aislivres

sobreasfunções elulares. Radi aislivressãoquaisquerespé iesquími asqueapresentam

pelomenosumelétronnão-emparelhadona amadadevalên ia. Esteelétronlivrefavore e

(36)

por esta razão, extremamente reativos, in lusive om molé ulas orgâni as. Devido à

sua altareatividade, os radi aislivres são suspeitos de serem responsáveis por danosnas

élulas,te idose,in lusive,ao

DNA

,promovendodiversaspatologiaseoenvelhe imento. Emboraaindanãoexistam provas ontundentes, a redita-sequeosradi aislivresestejam

envolvidosdiretamentenaformaçãodospigmentosdaidade. Elestambémsãoimpli ados

na formação de ligações ruzadas entre algumas proteínas, entre elas o olágeno que

serve omo imento que une nossas élulas, sendo en ontrado nos tendões, ligamentos,

ossos, artilagens e na pele. O aumento das ligações ruzadas nas proteínas do olágeno

é responsável pelo enrije imento dos te idos, que nos seres humanos tem seus efeitos

mais aparentes na pele, que om a idade perde sua suavidade e adquire rugas. Um

tal aumento em algumas proteínas ainda é responsável pela obstrução do transporte de

nutrientes para dentro e para fora da élula, ontribuindo para o a úmulo de toxinas

no seu interior (teoria do a úmulo de resíduos). Espe ula-se que as ligações ruzadas

possam o orrer no

DNA

das élulas, alterando seu ódigo genéti o e produzindo uma multipli ação elular desordenada provo ando o apare imento do ân er. Os radi ais

livrestambém são suspeitos de serem os responsáveis pelaformação de pla as neuríti as

ousenis, presentes nas vítimasdomal de Alzheimer.

Devidoaofatodosradi aislivresreagirem omumnúmerograndedesubstân ias

no organismo dos animais, muitos biogerontologistas têm defendido fortemente a idéia

queeles estejamde algumaformarela ionadosaopro esso de envelhe imento. Umoutro

indí ioqueapontapara uma orrelaçãoentre osradi aislivres eas mudanças asso iadas

àidade, é a existên ia de um grupo de substân ias quími as inibidorasde radi aislivres

denominadas antioxidantes. Os antioxidantes impedem que o oxigênio se ombine om

molé ulassus eptíveispara formar os radi aislivres. Entre as substân iasantioxidantes,

asmais onhe idassãoasvitaminas

C

e

E

,en ontradasnormalmentenonossoorganismo. Algunsoutrosantioxidantessãofabri adosnonossopróprioorganismo omo,porexemplo,

(37)

aenzimasuperóxidodismutasequereage omoradi allivresuperóxido,transformando-o

em peróxido de hidrogênio (água oxigenada) e oxigênio. O peróxido de hidrogênio, por

sua vez, ao en ontrar-se om as enzimas atalase e peroxidase, também produzidas por

nossoorganismo,nalmentetranforma-seemágua. Osorganismos omestas substân ias

antioxidantes são apazes de diminuir os efeitos danosos dos radi ais livres e, portanto,

retardar os efeitos do envelhe imento. Observa-se que os animais que apresentam maior

tempo de vida são em geral os que pare em ter maiores níveis da enzima superóxido

dismutase.

Uma outra teoria, que embora não esteja rela ionada à ação dos radi ais livres,

mas que ainda onsideramos perten ente à ategoria das teorias bioquími as, é a teoria

teloméri a de envelhe imento[14℄. Na dé ada de

60

os biólogosLeonard Hayi k e Paul Moorhead[15,16,17℄des obriramqueas élulassomáti asnormais,quandomantidasem

ummeio de ultura,apresentavamum númerolimitadoeaparentementepredeterminado

de divisões. A ultura de élulas feita por eles é um pro edimento relativamentesimples

que onsisteem olo ar élulas,previamenteseparadasde umdeterminadote ido,emum

meiode res imento. Emgeral,omeio de res imento onsisteemuma solução ontendo

osingredientesindispensáveisàsobrevivên iadas élulas,tais omosaisminerais,

aminoá- idos, vitaminas et . Estabele ida estas ondições, as élulas omeçam a se multipli ar,

dandoorigema uma olnia que res e enquantohouver espaçopara adivisão. Umavez

atingidoolimitede res imentoda olnia,geralmenteimpostopelaslimitaçõesfísi asdo

meio de res imento, é dado iní io uma nova ultura, agora om as élulas extraídas da

ulturaanterior. Destaforma,pode-seobtervárias outras ulturaslhas,ousub ulturas,

apartirda ulturaoriginal. A simpli idadedestepro edimentonoslevaimediatamentea

on luirque, garantidas todas as ondiçõesne essárias ao res imento, podemos manter

vivas por quanto tempo desejarmos, élulas de qualquer te ido animal. De fato, até o

(38)

em um meio de res imento adequado, poderiam ser mantidas vivas e dividindo-se ad

innitum (Alexis Carrel,

1921

), o que levou a a reditar, durante quase

50

anos, que es-tes tipos de élulas, quando fora dos organismos e sob ondições ertas, eram imortais.

Conseqüentemente, os me anismos reponsáveis pela falên ia das funções elulares

nor-maisdeveriam ter ausasexternas às élulas. Todavia, trabalhando om élulasde te ido

embrionário humano e, posteriormente, om broblastos, Hayi k e seus olaboradores

veri aram que após atingirem o limite de divisões, as élulas da olnia paravam de se

dividir, ontinuavam vivas por mais algum tempo e, em seguida morriam. Em todos os

experimentos realizados por Hayi k foi onstatado o mesmo fenmeno, indi ando que

élulas somáti asnormais, sem as anomalias ara terísti asdas élulas an erosas, após

atingiremum número limitado de divisões, envelhe em e morrem. Este fenmeno  ou

onhe ido om senes ên ia elularelevantou ahipótese de queo envelhe imentopoderia

estar o orrendo em nível elulare não fora da élula. Nas ulturasdesenvolvidas om as

élulas embrionárias humanas onstatou-se que todas envelhe iam e morriam após

qua-renta asessentadupli açõesapartir daprimeira ultura. Este resultado, alémde indi ar

quea apa idade dedivisão em ulturadas élulashumanasélimitada,apontoutambém

para a existên ia de algum tipo de me anismo de ontagem no interior das élulas que

permiteapenas um número limitadode dupli ações elulares.

Atualmente, aidéia deque ospro essosresponsáveis peloenvelhe imento elular

en ontram-se no interior da élula, mais espe i amente no seu nú leo, tem sido a

on-je tura mais bem a eita pelos biogerontologista. Umadas expliçõesmais plausíveis para

o número limitado de divisões elulares baseia-se na existên ia de inibidores de divisão

elular fun ionando omo relógios ontadores do número de repli ações. Há indí ios de

que genes espe í os dentro das élulas, situados numa das extremidades de ada um

dos romossomos, denominadas telmeros, possam agir omo me anismos ontadores de

(39)

pro- essodeenvelhe imento. Esta idéiadeuorigemaumaoutra lassede teoriasbioquími as

denominadasde teoriasteloméri as de envelhe imento [14℄. Ostelmeros são ompostos

porseqüên ias repetitivasde

DNA

que aparentemente não ontêm nenhuma informação genéti a. Entretanto, emestudos realizados om élulas humanasnormais ultivadas em

laboratório, des obriu-se que a ada divisão elular a seqüên ia dos telmeros é

redu-zida. A perda das seqüên ias de

DNA

queformamos telmeros pode estar impli adana redução do número de divisões das élulas somáti as normais. Esta teoria foi proposta

pela primeira vez em

1973

por Calvin B. Harley [18, 19℄ e está rela ionada ao hamado problema da repli ação das extremidades do

DNA

[20, 21℄. O me anismo bási o de se-paraçãodas adeiasque ompõem o

DNA

envolve odesenrolamentodaduplahéli e,por meiodeuma enzimadenominadade

DNA

-polimerase[22℄seguidopela ópiadas adeias que servirão de molde para a sínteses das molé ula-lhas. Entretanto, devido às

ara -terísti as bioquími as da molé ula do

DNA

e da enzima

DNA − polimerase

, a forma de dupli ação de ada uma das duas adeias é diferente. Enquanto a repli ação de uma

adeiaéfeita de forma ontínua, naoutra a ópia éfeita de formaintermitente, exigindo

apresença de seqüên ias ini iais de nu leotídeos, denominadasprimers (ini iadores). Ao

m da repli ação estes ini iadores são removidos e os bura os deixados por eles na nova

adeia preen hidos om nu leotídeos. Todavia, alguns espaços va antes emuma das

ex-tremidades da nova ta deixam de ser preen hidos dando origem ao en urtamento dos

telmeros.

Ahipótesedostelmerosfun ionando omome anismos ontroladoresdonúmero

de divisões elulares ganhou força ao ser dete tado, em élulas aparentemente imortais,

a presença de uma enzima hamada telomerase que, a redita-se, ser apaz de evitar a

reduçãodas seqüên ias de telmeros[23℄. Atelomerase é apazde manter aestabilização

do omprimento dos telmeros e age antes do iní io da repli ação, a res entando uma

(40)

a repli ação e a retirada dos primers a nova ta não apresenta en urtamento devido às

seqüên ias que foram a res entadas pela telomerase. Em animais que apresentam muito

pou asenes ên ia, omoalgunspeixes[24℄,foidete tadoaltosnívesdaenzimatelomerase.

Re entemente, foram realizados experiên ias om élulas humanas, broblastos e élulas

da retina, que normalmente não produzem a telomerase [25, 26℄. No experimento estas

élulasforamdivididasemdoisgrupos,um onstituídopor élulasqueforammodi adas

para produzirem a telomerase e um segundo, denominado grupo de ontrole, ontendo

apenasas élulasnormais. Nas élulasondefoiinduzidaaproduçãodaenzimatelomerase,

quando omparadas om as do grupo de ontrole, observou-se um aumento signi ativo

donúmerode divisões, oquepodeindi aralgumtipode orrelaçãoentre oen urtamento

das seqüên ias de telmeros ea senes ên ia elular.

Está laro que às teoriasbioquími asestão asso iados vários me anismos de

en-velhe imento,algumas vezes ompletamentediferentes e úni os, tais omo radi aislivres

een urtamentodas seqüên ias de telmeros. Há muitos indí ios que ada um destes

di-ferentes me anismos, de fato, estejam envolvidos om as mudanças típi as asso iadas à

idade. Porém, aindanão foramen ontradas provas de isivas,estabele endo alguma

rela-çãodireta de ausaeefeitoentre estes me anismose oenvelhe imento. Poroutrolado, a

variedade de me anismos presentes nestas teorias, por si só, é um elemento ompli ador

na bus a das ausas fundamentais do pro esso de envelhe imento. Talvez o

envelhe i-mento não seja provo ado porum úni o me anismo, mas porvários deles, om ada um

agindoaoseu modoeemdiferentes fasesdavida. Ademais,ahipótese entraldas teorias

bioquími as,queoenvelhe imentoéoresultadosde danosa umulativoso orridosnos

or-ganismosdurante otrans urso da vida,tem sido refutada diantedo seguinte argumento:

se todos os seres vivos durante vida estão sujeitos a falhas ou danos que podem

om-prometer seriamente sua sobrevivên ia, inevitavelmente, mais edo ou mais tarde, todos

(41)

a existên ia de animais que aparentemente não envelhe em. E se envelhe em, o fazem

numritmotãolentoapontodenãoser possíveldete tar-senenhumindí iodadiminuição

de suas apa idades siológi as.

Um outro pontosujeito a ríti as é que, segundo as teorias bioquími as, quanto

maiorforograude exposição aos fatores ausadoresde injúrias, maiordeveser ataxade

envelhe imento. Entretanto,animaisquesãomantidossob ondiçõesótimasde ativeiroe

sujeitosaos mesmospoten iaisde ris os,apresentam diferentes expe tativasde vida [27℄.

Entre organismos semelhantes, observa-se que os mor egos apresentam uma expe tativa

devidamaiordoqueroedores ompesosimilar. Astartarugase ágados ertamentesão,

entre osrépteis, os animais om maior longevidade.

Naseçãoseguinteapresentaremosuma outra lassedeteoriasde envelhe imento,

denominadas de teorias evolu ionárias [12℄, que bus am a ompreensão do fenmeno de

envelhe imentobiológi o sem re orrerem aqualquer tipode me anismo bioquími o.

3.2 Teorias Evolu ionárias

Asteoriasevolu ionáriasnão ontêmparâmetrosbioquími osespe í os,mas

so-mentefatores adaptativos,tais omo taxasreprodutivas,hereditariedade,seleçãonatural

e vín ulos impostos pelo ambiente. Sua hipótese bási a é que o envelhe imento tenha

surgidonaturalmente omo uma ara terísti a sempre presente nas melhores estratégias

de vida, adotadas pelas espé ies durante sua história evolutiva, om vistas a garantir a

sobrevivên ia e o su esso reprodutivo. Ou seja, o envelhe imento pode ter evoluído

jun-tamente om outras ara terísti as que tornaram os indivíduos mais adaptados ao meio

em quevivem epode ser o preçopago pelos benefí ios adquiridos om a evolução. Logo,

o envelhe imento deve ser mais omum entre as espé ies mais evoluídas. Esta assertiva

é fortale ida aoobservarmos que é entre as espé ies mais primitivas, tais omo anfíbios,

(42)

envelhe imento. Nestes animais não se observa nenhum aumento da vulnerabilidade às

doenças ouqualquer outro sinal de de aimentode suas funçõessiológi as om o passar

dotempo. É sabido queas tartarugas das ilhas Galápagos podem viver até

170

anos e o esturjão,

82

anos. Estes sãoexemplos de animaisquepare em não experimentarnenhum tipodemudançaasso iadaàidade. Apósatingiremamaturidadereprodutiva, ontinuam

a res er sem, noentanto,mostrarqualquer diminuiçãosigni ativadesuas funções

sio-lógi as. Jáentreasespé iesmaisevoluídaséondeen ontramosomaiornúmerodeanimais

apresentando tempos de vida limitados. Nestas espé ies, prin ipalmente nos mamíferos,

observa-se um aumento progressivo na perda das funções vitais que, irremediavelmente,

ulminanamorte dos indivíduos.

Quando visto sob a óti a da teoria Darwiniana, o fenmeno do envelhe imento

mostra-se ontraditório, pri ipalmenteentre as espé ies mais evoluídas. Segundo esta

te-oriaa seleção natural tende a privilegiar os indivíduos detentores de atributos herdáveis

quefavoreçam areprodução ea sobrevivên ia. Uma vez queestes são osindivíduos mais

adaptados, suas araterísti as serão aquelas om maior probabilidade de serem

transmi-tidas aos des endentes e,portanto,de se tornaremmais freqüentes na espé ie. Portanto,

aseleçãonatural deveria produzir sempreseres ada vez mais longevose não organismos

ujassobrevivên ias etaxas reprodutivasde aem om aidade.

As primeiras expli ações para este aparente paradoxo, foram apresentadas pelo

biológo alemão August Weisman (

1891

) [12℄. Weismann rejeitava a visão de uma lon-gevidadebiológi a determinada por fatores puramente siológi os, pois a reditava que a

duração da vida deveria estar rela ionada à adaptação, e o fato dela ser mais longa ou

mais urta, dependeria das ne essidades de ada espé ie. Segundo ele a úni a nalidade

davidaseriaa reproduçãoe, uma vez que estafosse garantida, osindivíduosmais velhos

edesgastadosdeveriam ser retiradosdapopulaçãopara evitara ompetiçãoporespaçoe

(43)

dispositivode tro a de indivíduos velhos pornovos. A ne essidade desta tro aseria

fun-damentalpara a manutenção da espé ie, já que osanimais não onseguem es apar aum

númerosempre res ente de danosquesurgemduranteavida. Disto seguequeos

indiví-duos devem morrerlogo após areprodução, pois esta seria a melhor estratégia do ponto

de vista evolutivo, para garantir a sobrevivên ia dos mais jovens e, onseqüentemente, o

su esso reprodutivo e a perpetuação da espé ie. Neste sentido, não importa muito se o

indivíduotem vidalonga ou urta, mas oquanto elepode ser útilpara amanutenção da

sua espé ie.

Estes argumentos onstituiam a base da teoria de envelhe imento proposta por

Weismanneestavamfortementeligadosàteoriadeseleçãodegrupo. Nateoriadeseleção

degrupo,apopulaçãoéaprópriaunidadedaseleçãoepressupõeaexistên iadeindivíduos

altruístasque se sa ri am para o bemda população, omo no aso dos indivíduos mais

velhos que são des artados para dar espaço aos mais jovens. Nesta teoria, é possível

quealelos relativamentedeletérios para organismosindividuais sexem numa população

[28℄. A xação destes alelos deletérios é possível, mesmo que a seleção individual atue

para diminuir sua freqüên ia se eles ontribuem para a redução da taxa de extinção

popula ional ou para a proliferação de novas populações. Ou seja, atributos que podem

serruinsparaoindivíduo,porfavore eremapopulação omoumtodo,a abamsexando

naespé ie.

Nas teorias de envelhe imento modernas, as hipóteses da teoria de seleção de

grupo foram substituídas pela inuên ia da seleção natural sobre o tempo de expressão

dos genes. A seleção natural agora é vista omo um pro esso om o qual a freqüên ia

de variantes bené as de um alelo aumenta numa população em detrimento das

deleté-rias. Sendo assim, os atributos herdáveis que favore em a reprodução e a sobrevivên ia

tornam-se predominantes numa população pelofato de seus possuidores terem o su esso

(44)

forma,as ara terísti asmais úteis são transmitidas para um número ada vez maior de

des endentes, ontribuindo para a perpetuaçãodos genes que as ontrolam. Entretanto,

a habilidade da seleção natural para remover alelos danosos da população depende de

quando na vida de um indivíduo eles se expressam. Alelos deletérios que se expressam

apósoperíodoreprodutivo,es apam fa ilmentedaseleçãoporjá teremsidotransmitidos

àsgeraçõesseguintes. Em ontrapartida,alelos ausadores de doenças noiní iodavida,

por provo arem a morte de seus portadores antes da reprodução,di ilmente são

trans-mitidosparaasgeraçõesseguintese,portanto,tornam-semenosfreqüentes napopulação.

Ointervalo estabele ido entre o iní io e o m do períodoreprodutivo é responsável pela

diminuição na e iên ia da seleção natural. Esta diminuição omeça logo que os

indi-víduos entram na fase reprodutiva e se estende durante todo este período (gura 3.1).

Este enfraque imentoda forçaseletiva ontribui para queas ara terísti asdeletérias

ra-pidamente se espalhem na população empurrando os efeitos do envelhe imento para as

idadesmais avançadas. A hipótese doenfraque imentoda forçaseletiva, omeçando om

aentradados organismosno i loreprodutivo, onstituiabase dasteoriasevolu ionárias

de envelhe imento biológi omodernas [12, 29, 30, 31, 32℄.

Dois bons exemplos que ajudam a ilustrar esta idéia são a progeria e a oréia

de Huntington, duas graves doenças ausadas por anomalias genéti as. A progeria ou

síndrome de Hut hinson-Gilford [33℄ é uma doença genéti a que a elera o pro esso de

envelhe imento em er a de sete vezes em relação à taxa normal. As vítimas da

proge-ria exibem muito dos sintomas da velhi e nas fases ini iais da vida, tais omo, doenças

ardía as, níveis de olesterol e pressão arterial altos, pele na e enrugada. A morte

o orre geralmente devido a ataques ardía os ou derrame e o tempo médio de vida é

de

15

anos. Já a oréia de Huntington é uma grave desordem do sistema nervoso que diminui vagarosamente as habilidades ognitivas e motoras dos indivíduos afetados. À

Referências

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