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O concurso para o paço municipal e o parque público central de Campinas - 1956-1969

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo

FABIO LANDUCCI BONUGLI

O Concurso para o Paço Municipal e o Parque Público

Central de Campinas – 1956-1969

CAMPINAS 2019

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FABIO LANDUCCI BONUGLI

O Concurso para o Paço Municipal e o Parque Público

Central de Campinas – 1956-1969

Orientadora: Profª Drª Ana Maria Reis de Goes Monteiro

CAMPINAS 2019

Dissertação de mestrado apresentada à Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Unicamp, para obtenção do título de Mestre em Arquitetura, Tecnologia e Cidade na área de Arquitetura, Tecnologia e Cidade.

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELO ALUNO FABIO LANDUCCI BONUGLI E ORIENTADO PELA PROFA. DRA. ANA MARIA REIS DE GOES MONTEIRO.

ASSINATURA DO ORIENTADORA

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Biblioteca da Área de Engenharia e Arquitetura Rose Meire da Silva - CRB 8/5974

Bonugli, Fabio Landucci,

B644c BonO concurso para o paço municipal e o parque público central de Campinas – 1956-1969 / Fabio Landucci Bonugli. – Campinas, SP : [s.n.], 2019.

BonOrientador: Ana Maria Reis de Goes Monteiro.

BonDissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo.

Bon1. Arquitetura moderna Brasil. 2. Arquitetura Concursos. 3. Arquitetura -Projetos. 4. Espaços publícios. 5. Arquitetura - Campinas (SP). I. Monteiro, Ana Maria Reis de Goes, 1958-. II. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo. III. Título.

Informações para Biblioteca Digital

Título em outro idioma: The competition for the city hall and central public park of Campinas - 1956 -1969

Palavras-chave em inglês: Modern architecture - Brazil Architecture - Contests Architecture - Projects Public spaces

Architecture - Campinas (SP)

Área de concentração: Arquitetura, Tecnologia e Cidade Titulação: Mestre em Arquitetura, Tecnologia e Cidade Banca examinadora:

Ana Maria Reis de Goes Monteiro [Orientador] Josianne Frância Cerasoli

Monica Junqueira de Camargo Data de defesa: 28-02-2019

Programa de Pós-Graduação: Arquitetura, Tecnologia e Cidade

Identificação e informações acadêmicas do(a) aluno(a) - ORCID do autor: https://orcid.org/0000-0002-4790-343X

- Currículo Lattes do autor: http://lattes.cnpq.br/3212829274259082

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL, ARQUITETURA E

URBANISMO

O CONCURSO PARA O PAÇO MUNICIPAL E O PARQUE

PÚBLICO CENTRAL DE CAMPINAS – 1956-1969

FABIO LANDUCCI BONUGLI

Dissertação de Mestrado aprovada pela Banca Examinadora, constituída por:

Profa. Dra. Ana Maria Reis de Goes Monteiro Presidente e Orientadora

Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Campinas

Profa. Dra. Josianne Frância Cerasoli

Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas

Profa. Dra. Monica Junqueira de Camargo

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo

A Ata da defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no SIGA/Sistema de Fluxo de Dissertação/Tese e na Secretaria do Programa da

Unidade.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente à minha orientadora Ana, pela paciência e orientação ao longo desses anos de pesquisa. E pelo amor à profissão, que nos inspira.

À minha companheira, pelo amor, carinho, ajuda e incentivo. Sempre me recordando que “todas as coisas devem passar”.

Ao meu amigo e irmão mais velho, pelas horas de conversa e discussões sobre a arquitetura, a cidade e a vida.

Aos amigos do GEECA, pelas novas amizades e conversas que ajudaram no desenvolvimento do trabalho.

À equipe do Arquivo Municipal de Campinas, especialmente a Regina e ao Galdino, que salvaguardaram os documentos que tornaram possível a história do concurso e do Paço Municipal de Campinas.

À equipe do Arquivo da Câmara Municipal de Campinas, em especial ao Murilo pelo auxílio nas intermináveis pesquisas na legislação municipal.

À minha família, pela compreensão e incentivo.

E a todas as outras pessoas que tornaram possível essa pesquisa: Professores e funcionários da FEC-Unicamp, o Centro de Memória da Unicamp, a Biblioteca da área de Engenharia e Arquitetura da Unicamp e a Biblioteca Octavio Ianni.

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Resumo: Ao longo da história de Campinas, os projetos e edifícios para a administração municipal foram tratados como respostas as crises urbana da gestão administrativa do município. O edifício, que a princípio, surgiu como Casa de Câmara e Cadeia, entremeou-se ao desenvolvimento da cidade, e tornou-se o primeiro edifício público modernista do município através da realização de um concurso nacional de anteprojetos. Este trabalho tem como objetivo examinar o Concurso de anteprojetos para o Paço Municipal e Parque Público Central de Campinas, realizado em 1957, e organizado pela Prefeitura Municipal e o Departamento de São Paulo do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-SP) segundo as “Normas Básicas para concursos de Arquitetura” de 1952. Utilizou-se levantamento bibliográfico na literatura e periódicos a respeito da história da cidade e do edifício; e pesquisa documental, em fontes primárias no Arquivo Municipal de Campinas e Arquivo da Câmara de Campinas. Apresentar-se-á a contextualização do edifício na história da cidade, análise do material relativo ao Concurso e do anteprojeto ganhador e relato da construção da obra. Concluiu-se que o edifício do Paço Municipal foi resultado singular da história de Campinas, e a realização do concurso sob os moldes, sob os quais foi elaborado, foram fundamentais para o sucesso do evento e o resultado seminal do projeto vencedor, além da disseminação da arquitetura moderna brasileira e da profissão do arquiteto no interior paulista.

Palavras-chave: Arquitetura moderna - Brasil; Arquitetura - Concursos; Arquitetura – Projetos; Espaços públicos; Arquitetura – Campinas (SP).

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Abstract: Throughout the history of Campinas, the projects and buildings for the municipal administration were treated as responses to the urban crises of the administrative management of the municipality. The building, which at first emerged as Casa de Câmara e Cadeia, intermixed with the development of the city, and with the development of a national contest of preliminary projects became the first modernist public building of the municipality. This work examines the Competition for the Preliminary Projects for the City Hall and Central Public Park of Campinas, held in 1957, and organized by the City Hall and the São Paulo Department of the Institute of Architects of Brazil (IAB-SP), following the document “Normas Básicas para Concursos de Arquitetura" of 1952. A bibliographical review in the literature and periodicals was used regarding the history of the city and the building; and documentary research in primary sources, in the Arquivo Municipal de Campinas and Arquivo da Câmara de Campinas. It will present the contextualization of the building in the history of the city, analysis of the material related to the Contest, the winning project and report of the construction of the work. It was concluded that the building of the City Hall was a unique result of the history of Campinas, and the realization of the contest under the rules, which it was elaborated, were fundamental for the success of the event and the seminal result of the winning project, besides the dissemination of modern Brazilian architecture and the architect's profession in the interior of São Paulo.

Keywords: Modern architecture - Brazil; Architecture - Contests; Architecture – Projects; Public spaces; Architecture - Campinas (SP).

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Gravura de 1870 de H. Lewis. ... 38

Figura 2 – Planta de Campinas em 1878 desenvolvida por Dr. Júlio Mariano Junior, 1878. 39 Figura 3 – Desenho de Celso Maria de Mello Pupo da fachada da Casa de Câmara e Cadeia em 1845 após a reforma realizada no mesmo ano ... 40

Figura 4 - Planta de Campinas em 1878 desenvolvida por Dr. Júlio Mariano Junior, 1878. . 41

Figura 5 - Mapa da Cidade de Campinas em 1900. ... 45

Figura 6 - Mapa da Cidade de Campinas em 1900. ... 46

Figura 7 –Cadeia Nova. ... 47

Figura 8 - Plantas do Pavimento Inferior (esquerda) e Pavimento Superior (direita) da Cadeia Nova ... 47

Figura 9 – Mercado Grande transformado em Desinfetório Central de Campinas. ... 49

Figura 10 - Mapa da Cidade de Campinas em 1900. ... 51

Figura 11 – Túmulo de Carlos Gomes. ... 52

Figura 12 – Palacete Barão de Itapura. ... 54

Figura 13 – Palacete do Barão de Ataliba Nogueira. ... 55

Figura 14 – Sobrado da Família Ferreira Penteado. ... 56

Figura 15 - Planta da Cidade de Campinas em 1929. Levantada quando prefeito o Exmo. Sr. Orosimbo Maia. ... 57

Figura 16 - Mapa da Cidade de Campinas em 1900. ... 58

Figura 17 – Planta das adaptações do Pavimento Térreo e Pavimento Superior do Sobrado da Família Ferreira Penteado, nº100. ... 61

Figura 18- Mapa da Cidade de Campinas em 1900. ... 65

Figura 19 – Elevação do Paço Municipal, projeto do Engenheiro Ramos de Azevedo desenvolvido em 1912-1914. ... 67

Figura 20 – Plantas do Paço Municipal, projeto do Engenheiro Ramos de Azevedo desenvolvido em 1912-1914. ... 68

Figura 21 – Fachada do edifício Club Campineiro. ... 70

Figura 22 - Mapa da Cidade de Campinas em 1900. ... 71

Figura 23 – Foto do centro da cidade de Campinas da torre da Matriz Nova, década de 1930. ... 72

Figura 24 - Mapa da Cidade de Campinas em 1900. ... 74

Figura 25 – Planta dos sobrados do Paço Municipal assinada por Ferraris, Outubro de 1933. ... 75

Figura 26 – Fachada do Paço Municipal. ... 76

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Figura 28 – Plantas do Paço Municipal sem assinatura. ... 78

Figura 29 – Detalhe do chanfro realizado em 1935-1936. ... 79

Figura 30 – Planta da Cidade de Campinas em 1929. Levantada quando prefeito o Exmo. Sr. Orosimbo Maia. ... 81

Figura 31 - Atual ‘David N. Dinkins Municipal Building’, mas originalmente ‘Municipal Building’ (tradução próxima de Paço Municipal). ... 83

Figura 32 - Planta da Cidade de Campinas de 1929 com croqui elaborado pelo urbanista Prestes Maia, apresentado as diretrizes do seu plano. ... 85

Figura 33 – Demolição total da quadra atrás da Igreja do Rosário em meados da década de 1940 para a construção do Fórum. ... 87

Figura 34 – Palácio da Justiça Municipal (Fórum). ... 87

Figura 35 – Edifício da Agência de Correio e Telégrafos de Campinas, edificado em 1946. 88 Figura 36 – Edifício do Centro de Saúde, localizado na esquina da rua José Paulino e av. Orosimbo Maia, edificado em 1941. ... 88

Figura 37 – Foto aérea de meados da década de 1940. ... 89

Figura 38 - Planta da Cidade de Campinas de 1929 com croqui elaborado pelo urbanista Prestes Maia, apresentado as diretrizes do seu plano. ... 91

Figura 39 – Demolição da Igreja do Rosário em 1956 para o alargamento da Avenida Francisco Glicério no Plano de Melhoramentos de Prestes Maia. ... 93

Figura 40 – Mercado das Hortaliças. ... 94

Figura 41 – Praça Visconde de Indaiatuba (Largo do Rosário). ... 95

Figura 42 – Foto de ponto de vista elevado da área central de Campinas. ... 95

Figura 43 - Foto área da cidade de Campinas. ... 97

Figura 44 – Ampliação da Planta da Cidade de Campinas em 1929, levantada quando prefeito o Exmo. Sr. Orosimbo Maia. ... 98

Figura 45 - Planta da Cidade de Campinas de 1929 com croqui elaborado pelo urbanista Prestes Maia, apresentado as diretrizes do seu plano. ... 100

Figura 46 – Detalhe do Anexo do Projeto de Lei nº 183 de 31 de Agosto de 1956. ... 101

Figura 47 - Mapa Síntese elaborado pelo autor a partir da Planta de Campinas de 1878, desenvolvida por Dr. Júlio Mariano Junior. ... 102

Figura 48 – Imagem aérea da área central de Campinas, década de 1950. ... 104

Figura 49 – Imagem aérea da área central de Campinas, década de 1950. ... 104

Figura 50 – Capa da publicação da IV Exposição Panamericana de Arquitetura, Rio de Janeiro 1930. ... 106

Figura 51 – Normas Básicas para Concurso de Arquitetura. ... 109

Figura 52 - Anteprojeto vencedor do Concurso para o Paço Municipal e Parque Central de Campinas, 1957. ... 114

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Figura 53 - Anteprojeto vencedor do Concurso para o Paço Municipal e Centro Cívico de Santo André, 1965. ... 115 Figura 54 - Anteprojeto vencedor do Concurso para o Paço Municipal de Franca, 1969. .. 115 Figura 55 – Relatório do programa de acomodações do futuro Paço Municipal de Campinas, elaborado pelo Dr. Ruyrillo de Magalhães, presidente da Comissão de Planejamento do município. ... 116 Figura 56 – Foto de ponto de vista elevado olhado para a gleba e massa arbórea, local de implantação do novo Paço Municipal e Parque Público Central de Campinas. ... 120 Figura 57 – “Prefeitura Municipal de Campinas. Comissão Executiva do Paço. Edital. Concurso de anteprojetos para o novo Edifício do Paço Municipal e Parque Público Central de Campinas”. ... 129 Figura 58 – Repositório dos elementos informativos destinados aos concorrentes de anteprojetos para o Paço Municipal e Parque Público Central de Campinas. Folha de tabela de áreas. ... 131 Figura 59 – Repositório dos elementos informativos destinados aos concorrentes de anteprojetos para o Paço Municipal e Parque Público Central de Campinas. Folha do organograma. ... 132 Figura 60 – Repositório dos elementos informativos destinados aos concorrentes de anteprojetos para o Paço Municipal e Parque Público Central de Campinas. Planta da cidade de Campinas com a área de intervenção destacada em vermelho, escala 1:1000. ... 132 Figura 61– Repositório dos elementos informativos destinados aos concorrentes de anteprojetos para o Paço Municipal e Parque Público Central de Campinas. Terreno adquirido para construção do Paço Municipal – Planta, escala 1:500, contendo as curvas de nivel e a locação das árvores a serem presernvadas. ... 133 Figura 62 – Repositório dos elementos informativos destinados aos concorrentes de anteprojetos para o Paço Municipal e Parque Público Central de Campinas. Foto da área de intervenção. ... 133 Figura 63 – Proposta de anteprojeto nº 1, Arqs. Dorvalino Mainieri e Franz Andress Pestalozzi, prancha 06. ... 139 Figura 64 – Proposta de anteprojeto nº 2, Arqs. Dorvalino Mainieri e Franz Andress Pestalozzi, prancha 06. ... 139 Figura 65 – Proposta de anteprojeto nº 4, Arq. Salvador A. R. Cândia, prancha 09. ... 140 Figura 66 - Proposta de anteprojeto nº 7, Arq. Rubens Gouvêia Carneiro Vianna, perspectiva. ... 140 Figura 67 – Proposta de anteprojeto nº 8, Arq. Irineu Anselmo Lüders, prancha 01. ... 141

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Figura 68 - Proposta de anteprojeto nº 10, Arqs. Jorge Wilheim, Wlademir Kliass, Roberto Coelho Cardozo, José Zalszupin, Augusto Carlos Vasconcelos, Abraão Sanovicz e Rosa Grena Kliass, perspectivas. ... 141 Figura 69 – Proposta de anteprojeto nº 12, Arq. Fábio M. Penteado, prancha 11. ... 142 Figura 70 – Proposta de anteprojeto nº 13, Arqs. Constantino Jacob e Edward Guidi , prancha 01. ... 142 Figura 71 – Proposta de anteprojeto nº 14, Arqs. David Araujo Benedicto Ottoni, Mario Naym e Fernando Araujo Benedicto Ottoni, prancha 09. ... 143 Figura 72– Proposta de anteprojeto nº 15, Arqs. Carlos Darwin Salles Araujo, Hooyer Américo Sampaio, José Luiz Fleuri e José Gugliotta, prancha 16. ... 143 Figura 73 – Proposta de anteprojeto nº 16, Arqs. Elgson Ribeiro Gomes, Adolf Franz Heep, Heins Weder, Josef Weinberguer e Gilberto Dutra, prancha 14. ... 144 Figura 74 – Proposta de anteprojeto nº 17, Arqs. Firma de Toffoli e Belgrado Ltda, Edoardo Belgrado, prancha E2. ... 144 Figura 75 – Proposta de anteprojeto nº 20, Arq. Waldemar José Strazzacappa, prancha F-13. ... 145 Figura 76 - Proposta de anteprojeto nº 21, Arq. Adolpho Rublo Morales, perspectiva. ... 145 Figura 77– Proposta de anteprojeto nº 22, Construtora Golveia Victor Guimarães Ltda – Eng Civil Celso Leite Golveia e Mario Narciso Puggina, prancha 15. ... 146 Figura 78 – Proposta de anteprojeto nº 25, Arq. Niels Erik Hedeager, prancha 09. ... 146 Figura 79 – Proposta de anteprojeto nº 26, Arq. Bolívar Ribeiro de Barros, prancha 01. ... 147 Figura 80 – Relatório da verificação feita nos anteprojetos quanto ao Edital. ... 149 Figura 81 – Ata dos trabalhos realizados pelo conselho julgador “Juri de arquitetos”, na conformidade das disposições constantes do edital de concurso de anteprojetos para o novo edifício do Paço Municipal e Parque Público Central de Campinas. ... 150 Figura 82 - Proposta de anteprojeto nº 7, Arq. Rubens Gouvêia Carneiro Vianna, perspectiva. ... 151 Figura 83 - Proposta de anteprojeto nº 7, Arq. Rubens Gouvêia Carneiro Vianna, perspectiva. ... 151 Figura 84 - Proposta de anteprojeto nº 7, Arq. Rubens Gouvêia Carneiro Vianna, implantação. ... 152 Figura 85 - Proposta de anteprojeto nº 7, Arq. Rubens Gouvêia Carneiro Vianna, diagrama de circulação, corte transversal e fachada principal. ... 152 Figura 86 - Proposta de anteprojeto nº 7, Arq. Rubens Gouvêia Carneiro Vianna, planta pavimento tipo, planta mezanino e planta pavimento térreo. ... 153 Figura 87 - Proposta de anteprojeto nº 21, Arq. Adolpho Rublo Morales, perspectiva. ... 154 Figura 88 - Proposta de anteprojeto nº 21, Arq. Adolpho Rublo Morales, perspectiva. ... 154

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Figura 89 - Proposta de anteprojeto nº 21, Arq. Adolpho Rublo Morales, planta. ... 155

Figura 90 - Proposta de anteprojeto nº 10, Arqs. Jorge Wilheim, Wlademir Kliass, Roberto Coelho Cardozo, José Zalszupin, Augusto Carlos Vasconcelos, Abraão Sanovicz e Rosa Grena Kliass , diagramas da inserção urbanística. ... 156

Figura 91 - Proposta de anteprojeto nº 10, Arqs. Jorge Wilheim, Wlademir Kliass, Roberto Coelho Cardozo, José Zalszupin, Augusto Carlos Vasconcelos, Abraão Sanovicz e Rosa Grena Kliass, implantação. ... 156

Figura 92 - Proposta de anteprojeto nº 10, Arqs. Jorge Wilheim, Wlademir Kliass, Roberto Coelho Cardozo, José Zalszupin, Augusto Carlos Vasconcelos, Abraão Sanovicz e Rosa Grena Kliass , perspectivas. ... 157

Figura 93 - Proposta de anteprojeto nº 10, Arqs. Jorge Wilheim, Wlademir Kliass, Roberto Coelho Cardozo, José Zalszupin, Augusto Carlos Vasconcelos, Abraão Sanovicz e Rosa Grena Kliass, plantas Centro da Comunidade, pavimento térreo e pavimento superior. .... 157

Figura 94 - Proposta de anteprojeto nº 10, Arqs. Jorge Wilheim, Wlademir Kliass, Roberto Coelho Cardozo, José Zalszupin, Augusto Carlos Vasconcelos, Abraão Sanovicz e Rosa Grena Kliass , fachadas. ... 158

Figura 95 - Proposta de anteprojeto nº 10, Arqs. Jorge Wilheim, Wlademir Kliass, Roberto Coelho Cardozo, José Zalszupin, Augusto Carlos Vasconcelos, Abraão Sanovicz e Rosa Grena Kliass , pavimento tipo. ... 159

Figura 96 – Proposta de anteprojeto nº 4, Arq. Salvador A. R. Cândia, prancha 01. ... 161

Figura 97 – Proposta de anteprojeto nº 4, Arq. Salvador A. R. Cândia, prancha 09. ... 161

Figura 98 – Proposta de anteprojeto nº 4, Arq. Salvador A. R. Cândia, prancha 10. ... 162

Figura 99 – Proposta de anteprojeto nº 12, Arq. Fábio M. Penteado, prancha 01. ... 163

Figura 100 – Proposta de anteprojeto nº 12, Arq. Fábio M. Penteado, prancha 10. ... 163

Figura 101 – Proposta de anteprojeto nº 12, Arq. Fábio M. Penteado, prancha 11. ... 164

Figura 102 – “Em sessão pública conhecido ontem os resultados do importante concurso de ante-projetos”. ... 166

Figura 103 – “O concurso de ante-projetos do Paço Municipal”. ... 166

Figura 104 – “Julgada a concorrencia pública. Campinas terá importante Paço Municipal”. ... 167

Figura 105 – Elevação do anteprojeto para o Paço Municipal e Parque Público Centra de Campinas. ... 171

Figura 106 – Perspectiva do anteprojeto para o Paço Municipal e Parque Público Centra de Campinas. ... 172

Figura 107 – Conjunto Nacional, arquiteto David Libeskind, 1955-1958. ... 173

Figura 108 – Edifício Nações Unidas, arquiteto Abelardo Riedy de Souza, 1953-1959. .... 173

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Figura 110 - Vista aérea da Praça dos Três Poderes. Brasília, 1960. ... 175 Figura 111 – Edifício da Organização das Nações Unidas. ... 176 Figura 112 – Comparação entre as colunas externas do Palácio do Supremo Tribunal Federal de Brasília (esquerda) e do Paço Municipal de Campinas (direita). ... 177 Figura 113 – Perspectiva da proposta ganhadora para o concurso para o Grande Hotel Paraguai, arquitetos Rubens G. C. Vianna, Ricardo M. Sievers e Adolpho R. Morales. ... 178 Figura 114 – Grande Hotel Paraguai. ... 179 Figura 115 – Comparação entre as colunas externas da obra do Grande Hotel Paraguai (esquerda) e do Paço Municipal de Campinas (direita). ... 180 Figura 116 - Comparação entre as colunas externas em planta do Grande Hotel Paraguai em formato de triângulo (esquerda) e do Paço Municipal de Campinas em formato de retângulo (direita). ... 180 Figura 117 – Implantação do anteprojeto do Paço Municipal de Campinas. ... 181 Figura 118 – Ampliação de detalhe da elevação do anteprojeto para o Paço Municipal de Campinas ... 182 Figura 119 – Ampliação da implantação do anteprojeto para o Paço Municipal e Parque Público Central de Campinas. ... 182 Figura 120 - Plantas do pavimento térreo e do primeiro pavimento do corpo horizontal do anteprojeto para o Paço Municipal e Parque Público Central de Campinas. ... 183 Figura 121 - Planta tipo do pavimento do corpo vertical do anteprojeto para o Paço Municipal e Parque Público Central de Campinas. ... 184 Figura 122 – Diagrama de circulação do anteprojeto para o Paço Municipal e Parque Público Central de Campinas. ... 185 Figura 123 - Perspectiva do anteprojeto para o Paço Municipal e Parque Público Centra de Campinas. ... 185 Figura 124 - Perspectiva do anteprojeto para o Paço Municipal e Parque Público Centra de Campinas. ... 186 Figura 125 – Contrato celebrado entre a Prefeitura Municipal de Campinas e o engenheiro arquiteto Rubens Carneiro Viana, para elaboração do projeto definitivo do edifício do novo Paço Municipal e Parque Público Central de Campinas. ... 187 Figura 126 – Sugestões da Comissão Executiva do Paço, ao engenheiro arquiteto Rubens Gouvêa Carneiro Vianna. ... 189 Figura 127 - Revisão do anteprojeto para o Paço Municipal e Parque Público Central de Campinas, folha 18. ... 190 Figura 128 – Revisão do anteprojeto para o Paço Municipal e Parque Público Central de Campinas, folha 21. ... 190

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Figura 129 – Planta do pavimento térreo do anteprojeto original do concurso, 1957 (a cima). Planta do pavimento térreo da revisão do anteprojeto premiado do concurso, 1958 (a baixo). ... 191 Figura 130 – Planta do pavimento tipo do anteprojeto original do concurso, 1957 (a cima). Planta do pavimento tipo da revisão do anteprojeto premiado do concurso, 1958 (a baixo). ... 192 Figura 131 – Anteprojeto definitivo para o Paço Municipal e Parque Central de Campinas, folha 01. Planta de situação, escala 1:500. ... 193 Figura 132– Anteprojeto definitivo para o Paço Municipal e Parque Central de Campinas, folha 02. Planta do pavimento Térreo e Porão do Poder Legislativo e Centro Comunitário, escala 1:200. ... 193 Figura 133 - Anteprojeto definitivo para o Paço Municipal e Parque Central de Campinas, folha 03. Plantas do 1º e 2º andar do Poder Legislativo e Centro Comunitário, escala 1:200. .... 194 Figura 134 - Anteprojeto definitivo para o Paço Municipal e Parque Central de Campinas, folha 04. Plantas do 1º, 2º, 3º, 4º, 5º e 6º andar do Poder Executivo, escala 1:200. ... 194 Figura 135- Anteprojeto definitivo para o Paço Municipal e Parque Central de Campinas, folha 05. Plantas do 7º, 8º, 9º, 10º, 11º e 12º andar do Poder Executivo, escala 1:200. ... 195 Figura 136 - Anteprojeto definitivo para o Paço Municipal e Parque Central de Campinas, folha 06. Plantas do 13º, 14º, 15º, 16º, 17º andar do Poder Executivo e caixa d’água, escala 1:200. ... 195 Figura 137 - Anteprojeto definitivo para o Paço Municipal e Parque Central de Campinas, folha 07. Corte longitudinal, escala 1:200. ... 196 Figura 138 - Anteprojeto definitivo para o Paço Municipal e Parque Central de Campinas, folha 08. Corte transversal e fachada lateral, escala 1:200. ... 196 Figura 139- Anteprojeto definitivo para o Paço Municipal e Parque Central de Campinas, folha 09. Corte longitudinal e fachada lateral, escala 1:200. ... 197 Figura 140 - Anteprojeto definitivo para o Paço Municipal e Parque Central de Campinas, folha 10. Fachada principal, escala 1:200. ... 197 Figura 141 - Anteprojeto definitivo para o Paço Municipal e Parque Central de Campinas, folha 11. Fachada posterior, escala 1:200. ... 198 Figura 142 - Anteprojeto definitivo para o Paço Municipal e Parque Central de Campinas, folha 12. Planta do roof-garden, escala 1:200. ... 198 Figura 143 - Anteprojeto definitivo para o Paço Municipal e Parque Central de Campinas, folha 13. Planta do anteprojeto do jardim, escala 1:200. ... 199 Figura 144 – Relatório nº 865, Sondagem de reconhecimento de 2” – Geosonda. Planta de localização dos furos e perfis individuais, escala 1:100. ... 200

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Figura 145 - Relatório nº 865, Sondagem de reconhecimento de 2” – Geosonda. Secções

prováveis, escala v=1:100 e h=1:200, e gráficos de penetração. ... 200

Figura 146 – Projeto Executivo – Projeto Arquitetônico, prancha 01. ... 201

Figura 147 – Projeto Executivo – Projeto Arquitetônico, prancha 04. ... 202

Figura 148 – Projeto Executivo – Projeto Arquitetônico, prancha 06. ... 202

Figura 149– Projeto Executivo – Projeto Arquitetônico, prancha 08. ... 203

Figura 150 – Projeto Executivo – Projeto Arquitetônico, prancha sem numeração. ... 203

Figura 151 – Projeto Executivo – Projeto Arquitetônico, prancha 20. ... 204

Figura 152 – Projeto Executivo – Projeto Arquitetônico, prancha 21. ... 204

Figura 153 – Projeto Executivo – Concreto, prancha 79. Pilares da fundação até 4º pavimento, escala 1:30. ... 205

Figura 154 – Projeto Executivo – Concreto, prancha 43. Detalhe da ampliação do carimbo. ... 205

Figura 155 – “Prefeitura Municipal de Campinas – Comissão Executiva do Paço. Convite ao povo e às autoridades”. ... 208

Figura 156 - – “Futuro Paço Municipal de Campinas”. ... 209

Figura 157 – “Lançada a pedra fundamental do novo edifício do Paço Municipal de Campinas”. ... 210

Figura 158 – Projeto Executivo – Elétrica, desenho E 4A. 1º pavimento “A-B”, escala 1:200. ... 212

Figura 159 – Projeto Executivo – Elétrica, desenho E 4A. 1º pavimento “A-B”, escala 1:200. Detalhe da ampliação do carimbo. ... 212

Figura 160 – Projeto Executivo – Hidraulica, desenho AE 7A. Detalhe da ampliação do carimbo. ... 213

Figura 161 - “Iniciadas as fundações do nôvo Paço Municipal”. ... 217

Figura 162 – Aspecto da concretagem da primeira laje. ... 224

Figura 163 – Concretagem da laje de cobertura do volume horizontal que abrigaria o Bloco A (Poder Legislativo) e o Bloco C (Centro da Comunidade). ... 224

Figura 164 – Vista da Avenida Anchieta da construção do bloco horizontal do Paço Municipal, destinado a abrigar os programas dos Blocos A (Poder Legislativo) e C (Centro Comunidade). ... 225

Figura 165 – Construção do bloco horizontal do Paço Municipal de Campinas. ... 226

Figura 166 – Construção do bloco horizontal do Paço Municipal de Campinas. ... 226

Figura 167– Construção do bloco horizontal do Paço Municipal de Campinas ... 227

Figura 168 – Construção da estrutura de concreto armado do volume horizontal, Bloco B (Poder Executivo). ... 228

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Figura 169 – Construção da estrutura de concreto armado do volume horizontal, Bloco B

(Poder Executivo). ... 229

Figura 170 – Paço Municipal quase finalizado para inauguração de Novaes. ... 232

Figura 171 - “Prefeito homenageado no Palácio dos Jequitibás”. ... 233

Figura 172 - “Prefeito inaugurou ontem o nôvo Paço Municipal”. ... 234

Figura 173 – Paço Municipal e Parque Público Central de Campinas. ... 235

Figura 174 – Folha de especificação de projeto nº 01 “Construção do Paço Municipal”. ... 237

Figura 175 – Manifestação no Paço Municipal de Campinas pelas Diretas Já!, em 1985. . 241

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Lista dos participantes do concurso de anteprojetos para o Paço Municipal e Parque Público Central de Campinas. ... 137  Tabela 2 - Relação de folhas entregues no Projeto Executivo definitivo do Paço Municipal e Parque Público Central de Campinas. ... 211 

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LISTA DE SIGLAS

ACMC – Arquivo da Câmara Municipal de Campinas ALESP – Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo AMC – Arquivo Municipal de Campinas

CEP – Comissão Executiva do Paço Municipal de Campinas CMU – Centro de Memória Unicamp

COHAB-CAMPINAS – Companhia de Habitação Popular de Campinas CONDEPACC – Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas CONFEA – Conselho Federal de Engenharia e Agronomia

CPM – Comissão de Planejamento do Município de Campinas

CP CEP – Concorrência Pública da Comissão Executiva do Paço Municipal de Campinas CREA – Conselho Regional de Engenharia e Agronomia

DAE – Departamento de Águas e Esgotos de Campinas DI – Departamento Interno de Campinas

DF – Departamento da Fazenda de Campinas DL – Departamento Legal de Campinas

DOV – Departamento de Obras e Viação de Campinas

DPHAN – Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

FAU-USP – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo FEPASA – Ferrovia Paulista S/A

IAB – Instituto de Arquitetos do Brasil

IAB-Campinas – Instituto de Arquitetos do Brasil, Departamento de Campinas IAB-RJ – Instituto de Arquitetos do Brasil, Departamento do Rio de Janeiro IAB-SP – Instituto de Arquitetos do Brasil, Departamento de São Paulo

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IAC – Instituto Agronômico de Campinas

IAPI – Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários IPESP – Instituto de Previdência do Estado de São Paulo IPTU – Imposto Predial e Territorial Urbano

MACC – Museu de Arte Contemporânea de Campinas MEC – Ministério da Educação e Cultura

MIS – Museu da Imagem e do Som de Campinas PAGE – Plano de Ação do Governo Carvalho Pinto PMC – Prefeitura Municipal de Campinas

PPDI – Plano Preliminar de Desenvolvimento Integrado de Campinas PSD – Partido Social Democrático

RAC – Rede Anhanguera de Comunicação SA – Sociedade Anônima

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SUMÁRIO 1  INTRODUÇÃO  21  2  MATERIAIS E MÉTODOS  30  3  OS EDIFÍCIOS DO PAÇO MUNICIPAL DA CIDADE DE CAMPINAS (1824‐1956)  36  3.1  CAMPINAS NO IMPÉRIO (1774 ‐1889)  36  3.2  CAMPINAS NA 1ª REPÚBLICA (1889 – 1930)  52  3.3  CAMPINAS MODERNA (1930‐1956)  80  4  O CONCURSO DE ANTEPROJETO PARA O PAÇO MUNICIPAL E PARQUE CENTRAL DE CAMPINAS  (1957).  105  4.1  ANTECEDENTES: OS CONCURSOS DE ARQUITETURA NO BRASIL NO SÉCULO XX.  105  4.2  A ORGANIZAÇÃO E A ELABORAÇÃO DO CONCURSO DE CAMPINAS  115  4.3  OS ANTEPROJETOS ENTREGUES E O RESULTADO DO CONCURSO DE CAMPINAS  136  5  O PAÇO MUNICIPAL E O PARQUE PÚBLICO CENTRAL DE CAMPINAS (1957 ‐ 1969)  169  5.1  O ANTEPROJETO VENCEDOR DO CONCURSO (1957)  169  5.2  A ELABORAÇÃO DO ANTEPROJETO DEFINITIVO E O PROJETO EXECUTIVO (1957‐1959)  187  5.3  A OBRA DO PAÇO MUNICIPAL DE CAMPINAS (1964‐1969)  214  6  CONSIDERAÇÕES FINAIS  238  7  REFERÊNCIAS  243  8  ANEXOS  251  8.1  NORMAS BÁSICAS PARA CONCURSO DE ARQUITETURA (1952)  251  8.2  PROGRAMA DE ACOMODAÇÕES DO PAÇO MUNICIPAL DE CAMPINAS (1957)  257  8.3  EDITAL CONCURSO DE ANTEPROJETOS PARA O NOVO EDIFÍCIO DO PAÇO MUNICIPAL E  PARQUE PÚBLICO CENTRAL DE CAMPINAS (1957)  258 

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1 INTRODUÇÃO

O interesse em pesquisar o Paço Municipal de Campinas nasceu no período da graduação em Arquitetura e Urbanismo, porém poucas eram as informações sobre o edifício modernista. Nos anos seguintes, na busca de conhecer melhor a cidade e a arquitetura moderna em que nela se gestou, a silhueta familiar e moderna do Paço Municipal apareceu com ênfase em um trabalho em específico, o que o diferenciava de outros trabalhos que citavam superfluamente o edifício. Tratava-se da dissertação de mestrado de Waldir Vilalva Dezan (2007), intitulada “A Implantação de uma Modernidade: O Processo de verticalização da área central de Campinas”. O trabalho em questão tratou da compreensão da evolução das edificações e da verticalização do centro da cidade, a partir da arquitetura e do urbanismo que se pretendiam para a nova vida e imagem urbana de Campinas, no início do século XX (DEZAN, 2007). Em meio ao extenso e minucioso levantamento do autor, descobriu-se que o singular edifício era o resultado de um concurso nacional de projetos, que contou com a presença de arquitetos estrangeiros entre os participantes, e que fora implantado concomitantemente ao Plano Melhoramentos de Prestes Maia (DEZAN, 2007). O trabalho de Dezan (2007) trazia ainda nomes de autores dos demais projetos premiados no evento. Entre eles figuras renomadas da arquitetura, tais como Jorge Wilheim, Jean Carlos Gasperini, Salvador Roque Augusto Candia e Fabio Moura Penteado, e outras, ainda desconhecidas, como Rubens Gouvêa Carneiro Viana e Adolfo Rublo Morales, além da importância que teve o acontecimento para a cidade, que contou com nomes seminais da arquitetura moderna nacional na composição do júri, tais como Rino Levi e Affonso Reidy (DEZAN, 2007).

À guisa de conclusão, o autor pontua que com o projeto premiado para o Paço Municipal, afirmou-se a opção do poder público por uma arquitetura de linguagem Moderna e Verticalizada (DEZAN, 2007). Estava, portanto, mais do que evidente que o assunto tinha demasiado conteúdo a ser levantado e problematizado.

Em pesquisas posteriores, localizou-se, no Arquivo Municipal de Campinas (AMC), a documentação primária a respeito do concurso. Fato que, além de aguçar ainda mais o interesse sobre o assunto, requisitou a responsabilidade e o compromisso da análise

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de tais documentos, ensejando o início da pesquisa acadêmica aqui apresentado. A partir disso, objetivando examinar o concurso para o Paço Municipal e Parque Público Central de Campinas, e já sob orientação, surgiu o questionamento do que seria um Paço Municipal, e sua representação no Brasil do século XX.

Nesse contexto, buscamos compreender a história das instituições locais de poder no mundo ocidental. As origens do conceito de Paço Municipal estão no fórum da Roma antiga que, segundo Zurron (2005), era um espaço retangular de uma praça definido por uma série de edifícios públicos. Posteriormente, no século II a.C., com a descoberta do cimento e a utilização de tijolos na construção somados à técnica construtiva do arco e da abóboda, as instituições moldaram-se na expressão arquitetônica das basílicas romanas (SENNETT, 1997; ZURRON, 2005).

Séculos após, durante a Idade Média, com as instituições políticas centrais enfraquecidas pela presença do cristianismo, o modelo e o nome das basílicas passaram a representar as instituições religiosas. O que fez com que a sede do poder local se materializasse nos Domus Municipalis ou casas municipais. Apesar de tratarem de poderes distintos, religião e política, ambos se basearam no princípio dos fóruns da Roma antiga, isto é, acompanhados por praças públicas (SENNETT, 1997; ZURRON, 2005).

Com o passar dos anos, o edifício institucional, influenciado pelas tradições locais de cada região, adquiriu características e nomes próprios. Como foi o caso na França, Hôtel-de-Ville; na Itália, Palazzo Publico, ou Palazzo della Regione ou ainda Palazzo della Comunità; na Espanha na Casa Consistorial, Ayuntamento ou Cabildo; e em Portugal, como Paço do Conselho (MARX, 1980).

No Brasil, com o plano colonizador, as instituições políticas e religiosas existentes em Portugal foram transplantadas para a colônia sul-americana e adaptadas, assim como a ideia de divisão do território para seu controle, que viria a resultar mais tarde no municipalismo brasileiro (MARX, 1980; ZURRON, 2005). Segundo Zurron (2005), “No Brasil, a sede da administração e da justiça foi a Casa de Câmara e Cadeia que, com as igrejas, figuram no primeiro plano do quadro das nossas vilas e cidades[...]” (ZURRON, 2005, p. 36).

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Os edifícios, através de sua figuração/arquitetura, expressavam a efígie de cidade que se almejava atingir. Reis Filho (1968) complementa que “As praças constituíam os pontos de atenção e de focalização urbanística e a própria arquitetura de maior apuro concentrava-se nelas, e em seus edifícios principais, oficiais e religiosos” (REIS FILHO, 1968, p.132).

O edifício sede para abrigar a empresa colonizadora foi na maioria das vezes a Casa de Câmara e Cadeia. Tratava-se de edifício público, que reunia e desempenhava as atividades legislativas, executivas, judiciárias e penais, a nível municipal. Era, portanto, o principal edifício público das vilas e cidades (MARX, 1980; REIS FILHO, 1968; ZURRON, 2005).

A tipologia da Casa de Câmara e Cadeia, por ter de lidar com programas complementares, uma das soluções adotadas e mais comum no território brasileiro foi a organização do projeto em dois pavimentos, pontuados por uma escada central e a simetria de sua planta e fachada. A implantação de tal edifício criou as condições propícias para o regramento e controle dos incipientes aglomerados urbanos.

Com o passar dos anos e com a consolidação de novas Constituições, Códigos, Legislações e novos partidos políticos, fez com que a organização do poder municipal se difundisse para as jovens cidades no território brasileiro. Pretendia-se separar os poderes administrativos-judiciais e as penitenciárias, de um único edifício. No entanto, após a Constituição de 1891 e a proclamação da República, os municípios imbuídos de maior autonomia política-administrativa, puderam aos poucos dividir os poderes entre executivo e legislativo, e a administração pública ficou dividida em órgãos especializados (ABRAHÃO, 2002; MARX, 1980; REIS FILHO, 1968; ZURRON, 2005). Essa nova organização exigiu a superação do antigo modelo da Casa de Câmara e Cadeia e o desenvolvimento de novos edifícios para abrigar as estruturas administrativas, que o novo regime da República passou aos poucos a necessitar (ABRAHÃO, 2002). Estes, por sua vez, adquiriram maior dimensão e imponência de forma a atender as variadas demandas e programas complexos requisitados. Nesse sentido, construíram-se nos municípios a Prefeitura Municipal, como a sede do poder executivo; a Câmara Municipal, como sede do poder legislativo; e o Fórum, como sede do poder judiciário (MARX, 1980; ZURRON, 2005). Pretendendo sempre localizá-los em locais nobres e de destaque nas cidades.

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No início do século XX, o papel do Estado se manifestou de maneira efetiva e possibilitou a construção de novas sedes para instituições públicas. Os edifícios destacavam-se pela sua concepção arquitetônica e pelos estratégicos locais de implantação. Entre essas construções que integraram o programa republicano, em paralelo na esfera municipal, destaca-se o Paço Municipal, destinado a abrigar a Prefeitura e Câmara (ZURRON, 2005).

Segundo Corona e Lemos (2017), no Dicionário da Arquitetura Brasileira, a definição de Paço é:

O mesmo que Palácio, casa nobre e grandiosa para habitação de reis, príncipes e fidalgos. Palácio real. Edifício onde se reúnem os vereadores das câmaras municipais, e daí a expressão Paço do Conselho ou a mais conhecida e usada atualmente Paço Municipal. (CORONA, LEMOS, 2017, p.351).

E complementando-os, Zurron (2005) define que, Paço Municipal refere-se a um conjunto, no qual estão as sedes dos poderes que mais diretamente estão identificados com a esfera local, ou seja, com o poder de âmbito municipal: os poderes executivos e legislativos. Foi através do modelo do Paço, que segundo Bruand (1981) tornou-se “manifestação inicial de um hábito duradouro na arquitetura contemporânea brasileira” (BRUAND, 1981, p. 348).

Nas décadas seguintes, a partir de 1930, com a implantação de um regime autoritário vanguardista, se ampliaram e modernizaram, tanto os poderes e as atribuições estatais, como a estrutura administrativa e as esferas institucionais, inclusive com a criação de novas instituições (GORELIK, 2005). Com a elaboração de novas Constituições, o Poder Executivo passou a deter maiores recursos financeiros e necessidades programáticas, que exigiu uma ampla reestruturação dos edifícios e seus programas.

A renovação das antigas capitais e da Federação (Rio de Janeiro), e também a criação de novas capitais de Estados, as sedes para órgãos federais e estaduais se multiplicaram durante o período da vanguarda arquitetônica a partir da década de 1930, o que fomentou o interesse sobre a sede da administração municipal. Discussão presente tanto nos programas de governo, quanto na profissão do arquiteto urbanista, que via o tema como uma oportunidade (CORDIDO, 2008; DEDECCA, 2012; ZURRON, 2005).

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Nesse sentido, sob o patrocínio estatal e disseminação de concursos de arquitetura (GORELIK, 2005; PEREIRA, 2012; ZURRON, 2005), os extensos e complexos programas das instituições em todas as esferas do poder encontraram respostas nas propostas modernistas, que propuseram, através do primor da comunhão entre espaço público e programas coletivos, uma nova imagem para as modernas cidades brasileiras.

Definido o conceito de Paço Municipal e compreendida sua representatividade no Brasil moderno, iniciou-se a pesquisa a respeito dos edifícios que abrigaram a Instituição Municipal de Campinas ao longo da história da cidade, constituindo-se uma cronologia de sua trajetória.

A primeira informação que se teve a respeito do tema foi a Casa de Câmara e Cadeia, modelo colonial, no início do século XIX, onde a edilidade permaneceu por mais de sessenta anos, até meados da instauração da República, em 1889. Este período pontuou o desmembramento entre as funções da administração pública e de cadeia. Separadas por reformas higienistas - o que fez com que ambas fossem condicionadas a edifícios próprios: a cadeia ao edifício da Cadeia Nova, de tipologia neoclássica e localizada próxima ao pátio ferroviário; e as repartições públicas, a uma antiga casa burguesa de família cafeeira, de tipologia eclética, localizada perto da Catedral de Campinas. Esta decisão permaneceu por mais de meio século até a inauguração da obra em 1969, do projeto premiado no Concurso para o Paço Municipal, realizado em 1957. Atual local onde a Prefeitura encontra-se instalada.

O exercício desse levantamento foi importante não apenas pelo resgate historiográfico dos edifícios, da memória e dos projetos, mas para um entendimento urbano da cidade que se consolidava. Todos os edifícios e prospecções de projetos realizados pela edilidade pública com a finalidade de abrigar a administração municipal foram, também, maneiras de expressar a efígie da cidade que se almejava para Campinas, seja por meio de sua arquitetura como também pelo local de sua implantação.

O concurso e a construção do projeto premiado, entre as décadas de 1950 e 1960, por sua vez, foi a empreitada que teve o maior protagonismo. Tratou-se também, de um período emblemático para a cidade de Campinas, quando foram executadas em maior volume as obras de modernização, previstas no Plano de Melhoramentos de Prestes Maia (BADARÓ, 1996; CARPINTERO, 2006). Assim como no mesmo

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período, a duplicação e pavimentação da Rodovia Anhanguera (1953), a fundação da Academia Campineira de Letras (1953), a construção do Estádio Brinco de Ouro da Princesa (1953), a construção do Edifício Itatiaia, projetado por Oscar Niemeyer (1953-1957), estabelecido novo Código de Obras e Urbanismo (1959) que imprimiu novo ritmo a verticalização fora da área central, a implantação do Aeroporto de Viracopos (1960), a fundação da Companhia de Habitação de Campinas1 (1965) e o estabelecimento e fundação da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP (1966).

Portanto, refere-se a um período de intenso desenvolvimento e estímulos para a cidade que se modernizava cada vez mais. A realização de um concurso nacional de arquitetura, que envolveu profissionais reconhecidos da área, foi uma alternativa condizente com o cenário urbano que se desenhava na cidade. No entanto, a organização de tal evento, não se tratou apenas de uma escolha, mas de uma consequência de uma conjuntura maior, que se estabeleceu no mesmo período no Estado de São Paulo.

A regulamentação da prática de concursos de arquitetura, foi tema das discussões e manifestações, tratadas no âmbito profissional desde as décadas de 1930 a 1950 no Rio de Janeiro e em São Paulo. No caso paulista, a organização de tais eventos intensificou-se a partir da década de 1950, após a elaboração da cartilha de “Normas Básicas para concurso de arquitetura” pelo IAB-SP, assim como disseminou-se ao interior do estado. Fato é que a realização de concursos abriu novas oportunidades de discussões no campo arquitetônico, assim como o ensejo de produção de menos afortunados e/ou novos profissionais (DEDECCA, 2012).

Foi nessa oportunidade que, assim como o evento realizado em Campinas em 1957, muitos outros foram concretizados, tanto públicos quanto privados (DEDECCA, 2012) nos anos seguintes. Entre os públicos, destacaram-se para embasamento referencial da pesquisa, os concursos realizados para Paços Municipais, Centro Cívicos e Assembleias Legislativas, isto é, instituições públicas de poder.

1 “A Companhia de Habitação Popular de Campinas – Cohab-Campinas, empresa de economia mista, foi criada em 17 de fevereiro de 1965 através da Lei nº 3.213, tendo como acionista majoritária a Prefeitura Municipal de Campinas.”. Site Companhia de Habitação Popular de Campinas -COHAB. Disponível em https://www.cohabcp.com.br/acohab/quemsomos.html . Acessado em Julho/2018.

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Em levantamento realizado em dois dos principais periódicos especializados da época, Módulo2 e Acrópole3, foi possível identificar um total de três concursos no Estado de São Paulo: dois para Paços Municipais e um para Paço e Centro Cívico4. São eles respectivamente o Concurso de Anteprojetos para o Paço Municipal e Parque Central de Campinas (1957), o Concurso para o Paço Municipal de Franca (1969) e o Concurso para o Paço Municipal e Centro Cívico de Santo André (1965). Compreendida a contextualização histórica do edifício na cidade, e da conjuntura arquitetônica e profissional no estado de São Paulo, retomou-se as fontes primárias do concurso realizado em Campinas em 1957, localizadas no acervo do Arquivo Municipal de Campinas (AMC). A pesquisa pretende apresentar da forma mais completa possível o material catalogado a respeito do evento, de maneira a compreendê-lo desde a sua organização e gestão, até a sua composição e aplicação. Reconhecendo que todo esse processo fora norteado pelo documento “Normas Básicas para concurso de arquitetura”, de 1952 desenvolvido pelo IAB-SP, agente que esteve pressente também na organização do concurso.

Além da introdução e dos materiais e métodos, a pesquisa foi organizada em três capítulos, sendo eles:

O Capítulo 1 trata a respeito da história e contextualização do edifício destinado a abrigar a administração municipal de Campinas. Através de revisão bibliográfica, relatou-se e problematizou-se o trajeto da Prefeitura Municipal na cidade, desde a sua gênese no Império, final do século XIX, quando recebeu o nome de Casa de Câmara

2 Periódico do Rio de Janeiro, e uma das principais revistas nacionais especializados do período, décadas de 1950 e 1960. Em seu conteúdo era vinculado desde produção artística mais geral, até debates arquitetônicos, compostos por grandes nomes do período. O corpo editorial da Módulo destaca-se pela presença de grandes nomes da época na composição de seu conselho diretor, fato que a colocou desde seu lançamento em posição de destaque (DEDECCA, 2012). Para ver mais sobre o periódico em questão, consultar Dedecca (2012).

3 Principal periódico de São Paulo referente a classe profissional dos engenheiros e arquitetos urbanistas, que contava com a participação ativa do IAB tanto nas publicações, quanto no seu corpo administrativo (DEDECCA, 2012). Para ver mais sobre o papel do periódico em questão em relação ao meio profissional e sociedade, ver Dedecca (2012).

4 Segundo Zurron (2005) o que diferencia um Centro Cívico de um Paço Municipal é o número de poderes que se concentram no programa do projeto. O Paço Municipal é caracterizado pela união dos Poderes Legislativo e Executivo, sendo o primeiro a Câmara Municipal e o segundo as secretarias e gabinete do Prefeito. O Centro Cívico por sua vez concentra os três Poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário, sendo o último exercido por juízes com o objetivo de julgar de acordo com as leis estabelecidas pelo Poder Legislativo. Estes programas normalmente são conectados por uma praça cívica pública de fácil acesso.

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e Cadeia, até o final da década de 1950, quando se estabeleceram meios para a aquisição do terreno para a construção do moderno Paço Municipal.

De uma maneira geral, toda a literatura levantada a respeito de Campinas contribuiu para a compreensão da história da cidade. No entanto, alguns autores foram mais profícuos, por conta de seus objetos de pesquisas permitirem elaborar linhas estruturais a respeito; foram os casos das pesquisas de: Badaró (1996), Bernardo (2002), Carpintero (2006), Dezan (2007) e Zakia (2012). Esses descreveram aspectos a respeito da história de consolidação urbanística de Campinas, tais como: o Plano de Melhoramentos, elaborado pelo Engenheiro Francisco Prestes Maia, em 1938, e o processo de implantação do Plano ao longo das décadas seguintes; o âmbito de verticalização da área central, seus reflexos na área do centro e centro expandido e a legislação urbanística que regrou essas modificações e o crescimento urbano.

Para o entendimento do edifício da Prefeitura Municipal na cidade de Campinas, outras pesquisas apresentaram relatos de sua trajetória que, permitiram a construção e compreensão de uma linha temporal de seu percurso histórico. Nesse sentido, os autores Badaró (1996), Dezan (2007), Lapa (1996), Monteiro (2009), Pupo (1969) e Tonon (2003) contribuíram para o entendimento da cronologia do edifício no município. Em seus principais episódios, a sua gênese com a Casa de Câmara e Cadeia, passando pela aquisição do Palacete de família Ferriera Penteado, e a permuta da gleba para a construção do Paço Municipal. Em meio a esses principais eventos, permeiam os projetos que se prospectaram, tais como: o projeto de Ramos de Azevedo para o Paço Municipal de 1913-1914, a sugestões de implantação do edifício no Plano de Melhoramentos de 1938 e na sua revisão em 1951, além das diversas reformas e adaptações no Palacete da família Ferreira Penteado. O capítulo 1 é finalizado com um mapa síntese que desenha o percurso dos edifícios da Prefeitura de Campinas no centro de Campinas.

O Capítulo 2 refere-se ao evento do Concurso para o Paço Municipal e o Parque Público Central de Campinas, realizado em 1957. Primeiramente, contextualizou-se o tema de concursos de arquitetura no Brasil no decorrer do século XX. Em seguida, apresentou-se o concurso realizado em Campinas, desde a sua elaboração e composição, até o seu resultado e a ata do Júri.

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Para a contextualização e entendimento a respeito dos concursos de arquitetura no Brasil no século XX, utilizou-se: Camargo (2016), Cordido (2007), Dedecca (2012), Flynn (2001), Gorelik (2005) e Gutiérrez, Tartarini e Stagno, (2007), que apresentaram os episódios e leis federais que consolidaram as bases legais para a promoção dos concursos, além da conjuntura da profissão do arquiteto urbanista no Estado de São Paulo. Afim de complementar a revisão bibliográfica, foi realizada uma pesquisa nas leis federais e estaduais e em periódicos especializados, que trouxeram a discussão sobre documento chave para a realização dos concursos de arquitetura, a partir da década de 1950, em São Paulo. Elaborado pelo IAB-SP, o documento de “Normas Básicas para concurso de arquitetura”, de 1952, norteou e identificou os principais agentes que fomentariam e assegurariam a realização e a disseminação da modalidade no Estado.

Complementou-se, a essa contextualização, os documentos primários referentes ao Concurso de anteprojetos para o Paço Municipal e Parque Público Central de Campinas de 1957, localizados nos Arquivo Municipal de Campinas - que foram orientados pelas intenções do documento do IAB acima citado. E, acompanhando o acontecimento do evento, as notícias nos principais jornais da época.

E, por fim, o Capítulo 3 disserta a respeito do projeto premiado no Concurso para o Parque Central e Paço Municipal de Campinas de 1957, desde sua contratação até a sua construção e inauguração, em 1969. Foi analisado o projeto original resultante do concurso, suas alterações, e o processo de desenvolvimento do projeto e a construção da obra que durou mais de uma década.

Para a análise do projeto vencedor, discutiu-se as considerações elaboradas por Dedecca (2012) e Pacheco (2010), complementadas pela análise crítica do autor. Afim de narrar o desenvolvimento e a construção do projeto final, foram utilizadas as fontes primárias do AMC e as notícias nos jornais de época.

A compreensão da contextualização a qual esteve inserida a história da Prefeitura Municipal de Campinas, somada a questão dos concursos de arquitetura no Estado de São Paulo, permitem a compreensão da importância que foi a realização do evento em Campinas no final da década de 1950 e seus desdobramentos, tanto para a conjuntura arquitetônica nacional, quanto para o município.

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2 MATERIAIS E MÉTODOS

O presente trabalho iniciou-se a partir da pesquisa acerca do material documental referente ao Concurso de Anteprojetos para o Parque Central e Paço Municipal de Campinas de 1957, localizado no Arquivo Municipal de Campinas (AMC). Trata-se, portanto, de uma pesquisa documental, que tem como objetivo examinar o concurso realizado e a análise do projeto vencedor.

O referido material primário trata, exclusivamente, de um momento específico: da realização do concurso, em 1956 e 1957. Os documentos encontrados eram relativos ao edital, ao livro de inscrições, às propostas entregues e à ata do júri. O material encontrado tem significativo volume de informações e que correspondem ao período de alguns meses durante a realização do concurso.

Em pesquisas posteriores no AMC, foi localizado um novo material relativo à construção do edifício. Folhas de contratação, lista de obras, desenhos técnicos, papéis que tratam de um período de quase duas décadas de obra para a inauguração do Paço Municipal de Campinas, iniciada ao final da década de 1950 e ao longo da década seguinte.

Concomitante às visitas ao AMC, foi realizada a pesquisa bibliográfica com o objetivo de identificar o histórico dos edifícios anteriores ao concurso, e de preencher as lacunas da documentação já levantada. Investigação que permitiu um levantamento de quase dois séculos do histórico do edifício em Campinas, desde a criação da Casa de Câmara e Cadeia, em 1774, até a inauguração do moderno Paço Municipal, datada em 1969.

Com a bibliografia e a documentação levantada, delimitou-se camadas temporais sobre as mesmas para melhor delineamento e assimilação de sua questão intrínseca, da cidade que se desejou a partir da simbologia e implantação do edifício representativo da municipalidade. Nesse sentido, para a compreensão desses períodos e a contextualização com o todo, utilizou-se dos conceitos de ‘longa e curta duração’ desenvolvidos por Fernand Braudel (1965).

O autor definiu a ‘longa duração’ como um período histórico lento, de fôlego, com amplitude secular (BRAUDEL, 1965). Séculos esses que, são preenchidos por

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infindáveis episódios de ‘curta duração’, isto é, acontecimentos isolados dos mais diversos tipos (BRAUDEL, 1965, pag. 264). Trata-se, portanto, de conceitos complementares, mas não necessariamente associados, ou seja, um episódio de ‘curta duração’ pode ocorrer independente da história secular à qual está inserido, assim como, o mesmo episódio pode interferir na ‘longa duração’ a qual está inserido, o mesmo vale para o contrário. Mas Braudel (1965), esteve convicto de que ambos estão conectados por forças maiores e mais profundas, as quais nomeou de ‘estruturas’.

Essas ‘estruturas’ são como obstáculos que delimitam limites envoltórios, que para a percepção na existência de uma vida humana, são quase que permanentes. Como é o caso da “durável implantação das cidades” (BRAUDEL, 1965). E, consequentemente, essas estruturas “embaraçam a história, incomodam-na, e assim comandam seu fluxo”, isto é, influenciam-na direta e indiretamente (BRAUDEL, 1965, pag. 268-269).

Nesse sentido, essa pesquisa desenvolveu no primeiro capítulo a compreensão dos acontecimentos de curta duração – os episódios da trajetória da Prefeitura Municipal de Campinas, inseridos em um contexto maior de média e longa duração – a história da cidade de Campinas; e buscou identificar suas variantes e condicionantes – as prospecções de projetos, as leis e os agentes políticos, sendo elas suas estruturas. Cidade e edifício são, portanto, assuntos concatenados que, como pretende-se apresentar, estão condicionados pelo crescimento urbano, pela legislação urbanística e vontade política, isto é, essa foi a ‘estrutura’ que influenciou e moldou ambos os passados.

Para o Capítulo 2, foi estabelecida outra questão: qual a razão da elaboração de um concurso nacional de arquitetura para um Paço Municipal no interior do Estado de São Paulo?

A indagação direcionou a pesquisa em um primeiro momento a um olhar geográfico em maior escala, no Estado de São Paulo, a respeito do desenvolvimento da arquitetura moderna na década de 1950.

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Através de pesquisas realizadas na plataforma online Índice de Arquitetura Brasileira5, a respeito das palavras-chave ‘Concursos de Arquitetura’ e ‘Paço Municipal’, foi possível identificar uma série de notícias sobre os assuntos. Foi elaborado um índice catalográfico das notícias, e selecionadas aquelas em que ambos os temas sobre Concursos de Arquitetura para Paço Municipal se sobrepunham. As principais reportagens concentravam-se em dois periódicos em específico: a revista Acrópole e a revista Habitat6. A partir do levantamento, foram identificados um total de 3 concursos para Paços Municipais, no Estado de São Paulo, entre as décadas de 1950 a 1960.

Além do material selecionado, também foram identificadas notícias com assuntos análogos ao que se pretendia. Observou-se uma recorrência de concursos públicos e privados compreendidos na escala da esfera municipal do Estado de São Paulo, assim como diversos tipos de projeto para equipamentos municipais, e inclusive Paços Municipais, porém sem a elaboração de concursos. Também foi localizado o material a respeito do concurso realizado em Campinas para o Paço Municipal, em 1957.

Dentre as páginas selecionadas dos periódicos, um concurso em particular chamou a atenção: o Concurso para o Paço Municipal de São Paulo, realizado em 1952. Foi realizada pesquisa bibliográfica a respeito do assunto, e concluiu-se que poucos autores escreveram a respeito, e sobre questões específicas em relação aos concursos, havendo, portanto, tema a ser pesquisado e complementado.

Desse modo, aprofundamos a pesquisa e elaboramos um artigo científico7 a respeito do Concurso para o Paço Municipal de São Paulo. Evento que foi pioneiro dos demais concursos para Paços Municipais no Estado, e que resultou no posicionamento crítico do Departamento de São Paulo do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-SP), e na elaboração de documentação composta por série de normas básicas para a realização de concursos públicos de arquitetura. O documento foi material chave para

5 Site Índice de Arquitetura Brasileira. Disponível em http://143.107.16.155:88/ . Acessado em Maio/2017.

6 Um dos principais periódicos especializados de São Paulo, a revista Habitat publicada ao longo das décadas de 1950 e 1960, destacou-se logo de início pelo ousadia gráfica, e pelo escopo dos projetos e discussões de suas matérias que faziam uma espécie de “ponte Rio-São Paulo”. Destaca-se o papel do crítico Geraldo Ferraz em diversas matérias no período a respeito do debate no meio arquitetônico moderno (DEDECCA, 2012). Para ver mais sobre o periódico, consultar Dedecca (2012).

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a orientação e êxito dos demais concursos catalogados pela pesquisa nos anos seguintes, inclusive para o de Campinas. O desenvolvimento do artigo científico possibilitou além da compreensão do assunto principal relativo ao concurso, a apreensão da contextualização do cenário político e econômico em que o Estado de São Paulo esteve inserido nas décadas de 1950 e 1960, e no consequente desenvolvimento e disseminação da arquitetura moderna em sentido aos municípios do interior.

A identificação e absorção dessa contextualização da escala Estadual foi fundamental para a melhor compreensão e clareza do Concurso realizado em Campinas, ao fim da década de 1950 - além de novas indagações sobre.

Assimilados ao histórico do edifício na cidade de Campinas e ao cenário arquitetônico do Estado de São Paulo nas décadas de 1950 e 1960, retornou-se ao ponto inicial da pesquisa: a documentação primária do Concurso para o Parque Central e Paço Municipal de Campinas de 1957, localizada no Arquivo Municipal de Campinas (AMC). Para a análise dos documentos utilizou-se do pressuposto de Baxandall (2006) de que “é possível explicar objetos históricos considerando-os como soluções a problemas que aparecem em determinadas situações, e tentando reconstruir uma relação lógica entre esses três termos.” (BAXANDALL, 2006, p.72).

Nesse sentido, identificou-se como objeto histórico o Concurso para o Paço Municipal e Parque Público Central de Campinas, que foi a solução ao problema da falta de organização e representatividade física da Instituição Municipal de Campinas, em meio a intensa reconstrução e verticalização da área central da cidade na década de 1950, a partir de um plano modernizador.

Há ressalvas, assim como destacado por Baxandall (2006), que é impossível explicar com a precisão de um fato a série de atos, pensamentos e ações que resultaram nos documentos analisados. Trata-se de produtos finais construídos de maneira intencional pelos agentes que o produziram. Contendo, portanto, intenções e objetivos incorporados em seus corpos. Assim, cabe ao historiador buscar uma maneira de explicação que busque compreender o produto final de um comportamento, mediante a reconstrução do objetivo ou intenção nele contido (BAXANDALL, 2006).

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E para a complementação da conceituação e análise da documentação primária, utilizou-se o conceito de Le Goff (1996), desenvolvido no livro História & Memória. O autor apresenta que a história se desenvolve em dois tipos de materiais: os documentos e os monumentos. Assim, o primeiro é a herança do passado e o segundo, a escolha do historiador:

O documento não é qualquer coisa que fica por conta do passado, é um produto da sociedade que o fabricou segundo as relações de forças que aí detinham o poder. Só a análise do documento enquanto monumento permite à memória coletiva recuperá-lo e ao historiador usá-lo cientificamente, isto é, com pleno conhecimento de causa. (LE GOFF, 1996, p. 495)

Logo, tomando o conceito de Le Goff (1996) de que todo documento é um monumento, faz-se necessário estabelecer parâmetros de análise sobre os materiais desenvolvidos na época, tendo enfoque nos ambientes que os produziram para a contribuição de uma história total8 (LE GOFF, 1996).

Nesse sentido, mostrou-se necessário para início da problematização do evento a interpretação e exame do material relativo ao concurso. Ou seja, antes de se analisar os resultados – anteprojetos e obra construída, é indispensável a compreensão do conjunto de documentos que os contextualizam – a realização de um concurso. Caso contrário, estabelecer o foco sobre determinados documentos em detrimento de outros criará deturpações na interpretação e exame dos fatos, não contribuindo para a construção de uma “história total” do objeto analisado (LE GOFF, 1996).

No acervo do AMC, foram localizadas no catálogo as 5 caixas de documentos referentes à Comissão Executiva do Paço Municipal (CEP). Realizou-se uma triagem e para critérios de organização do volume do material selecionado, a documentação das caixas foi dividida em três categorias relativas ao concurso: elaboração, composição e resultados.

A respeito da elaboração foram localizados documentos correspondentes a criação da CEP; as atas das reuniões da Comissão; a definição do escopo pretendido para o concurso, envolvendo questões referentes ao programa, organograma e às áreas; e o material que auxiliou e ordenou a elaboração do edital.

8 O conceito de “história total” está apresentado no Livro História e Memória de Le Goff (1996), trata-se de “não isolar os documentos do conjunto de monumentos de que fazem parte” (LE GOFF, 1996, p. 289).

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No que diz respeito à composição do concurso, os documentos encontrados versam a respeito da constituição da composição do Júri do concurso, e da criação da delegacia do IAB-Campinas; o caderno de inscrições com os nomes e as localizações dos participantes; e o material elaborado pela CEP, fornecido aos participantes. O material categorizado como resultados, é composto das propostas dos projetos participantes entregues; da ata das reuniões do Júri de Arquitetos; de recortes de notícias, que trata da cobertura midiática do evento; e todo o material relativo a construção do projeto premiado, desde o projeto original e suas alterações, até os editais de concorrências públicas para o início da construção.

Referências

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