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Associação das variantes no ADIPOQ e concentrações séricas de adiponectina com alterações...

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(1)

Christiane Yumi Muramoto Nicolau

Associação das variantes no

ADIPOQ

e concentrações

séricas de adiponectina com alterações metabólicas em

crianças e adolescentes obesos

Tese apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutor em Ciências

Área de concentração: Endocrinologia

Orientadora: Profa. Dra. Sandra Mara Ferreira Villares

São Paulo

(2)

Este estudo foi desenvovido no Laboratório de Nutrição Humana e Doenças Metabólicas – LIM/25, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e no Ambulatório de Obesidade Infantil da Disciplina de Endocrinologia e Metabologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Apoio: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) Auxílio pesquisa processo no. 2004/14272-3

(3)

Ao meu marido Cassio e ao bebê Lucas

que me acompanharam intensamente nesta

jornada...

Aos meu pai Wilian, à minha mãe Ester, à

minha tia Emiko e à minha irmã Aninha que me

(4)

Dra Sandra, agradeço primeiramente a oportunidade da realização

desse estudo. Agradeço ainda a companhia, as dicas e ensinamentos

nesse cinco anos de convivência. Agradeço pelas manhãs corridas

seguidas de um dia cheio no ambulatório... São nesses dias intensos

que mais aprendemos como é bom tratar um paciente com carinho,

respeito e firmeza. Muito obrigada por ser essa pessoa íntegra e

generosa.

Eli, minha madrinha querida! Quem convive com a Eliana sabe o

quanto essa pessoa se preocupa com tudo e todos ao mesmo tempo,

deixando muitas vezes de pensar em si mesma... Como a Dra Sandra

diz... “quem entra no laboratório é mais um filho da Eli!” Muito

obrigada pela sua colaboração nesse estudo, lógico, mas agradeço

principalmente a sua companhia, as conversas, as risadas, as

caronas... ah e também, como não poderia deixar de ser...a sua

insistência em usar o “wave” para a realização do trabalho... isso sim

foi bom!

Bel, sempre companheira e disposta a ajudar, organizaaaaaada, a

única do laboratório... sem ela não teria conseguido encaminhar

nenhuma prestação de contas, nem me organizar com as crianças sem

obesidade... e o ambulatório então? Fica uma bagunça sem a Bel! Bel,

agradeço muito pela paciência ajuda, apoio e incentivo. Muito

obrigada pelas conversas, caminhadas e almoços divertidos pela

(5)

laboratórios, máquinas de calcular... Obrigada pelo carinho e

compreensão, pelos cafés de sábado, pelas tardes no consultório,

pelas oportunidades que me oferece sempre e por possibilitar meus

estudos na Faculdade de Medicina de Botucatu e na Faculdade de

Medicina da USP.

Mamãe, muito obrigada pelo apoio, carinho, preocupação e pelos

peixinhos de 5ª, coquinhas e pãezinhos sempre!! Agradeço pelo

cuidado com o bebê Lucas e com isso possibilitar que eu pudesse ficar

mais tempo no Ambulatório e me dedicar mais à elaboração dessa

tese!

Ani, minha irmãzinha linda!!! Muito obrigada por existir e fazer a

minha vida mais flamenca e feliz! Muito obrigada por também cuidar

do bebê Lucas e por me apoiar e dividir angústias da vida!!!

Tia Emiko, muito obrigada por participar de todas as fases da minha

vida, sempre me apoiando, incentivando e me ajudando com muito

cuidado e carinho para que eu pudesse me tornar uma pessoa melhor

a cada dia.

Cassio (More), nem sei o que dizer... muito obrigada por me ajudar e

ensinar. Obrigada pela paciência, compreensão, amor a cada dia e

(6)

Lucas (bebê), você ajudou muito a mamãe sendo ese bebê lindo,

tranquilo e esperto. Muito obrigada!

Jane, muito obrigada pela ajuda e cuidados com o bebê Lucas.

Agradeço também por sempre trazer sua alegria para nossa casa!

Cadico, adoro sua frase e saiba que a recíproca é verdadeira!

Liege, agradeço muito sua ajuda com o bebê principalmente nos

primeiros meses! Ela foi fundamental para que eu pudesse continuar a

realização desse estudo!

Sophie, amiga chique, cheia de experiências, histórias, conselhos e

vida! Agradeço todos os bons momentos, as histórias e experiências

trocadas. Obrigada pela ajuda e disponibilidade constantes.

Mari, sempre amiga, divertida e engraçada, com suas histórias

malucas que vão e vem, vem e vão... Muito obrigada por todos esses

bons momentos de convivência nesses anos!

Rafa, Xande, Thais, Simone, Melissa, Danilo, obrigada pela

companhia, pelos bons momentos, pela ajuda e por compartilhar todas

(7)

obrigada por estarem ao meu lado há tantos anos. Salve...

Apsaras, agradeço as danças, as risadas, os sábados de ensaio, a

convivência divertida que com certeza me ajudaram a chegar até aqui!

Agradeço às minhas professoras da saudosa Faculdade de Medicina

de Botucatu, Dra Gláucia, Dra Célia, Dra Walkyria, Dra Ana Valéria

e Adriana e aos meus colegas e amigos Fernando, Eliane, Bibiana,

Felipe, Flávio e Juliana que muito colaboraram para o meu

aprendizado e formação médica.

Agradeço à todos do LIM/25 em especial à Angela pelas pipetas, ao

Ricardo pela ajuda no sequenciamento, à Ileana pelas dicas e

sabedoria, à Noriza por sempre resolver as questões burocráticas e

às meninas da tiróide pela animação e companhia.

Agradeço a todos do grupo de obesidade pelas oportunidades

oferecidas, por compartilhar os bons momentos e principalmente pelo

apoio nos momentos difíceis!

Agradeço aos estudantes de medicina, às estudantes de nutrição e

aos residentes que atenderam no ambulatório e contribuíram pra esse

(8)

aprendizado fosse mais rico a cada dia.

(9)

Ai, cansei!

Eu vou sentar e relaxar as costas no chão

Olhar para o céu e ver as nuvens passando...

devagar respirar...

(10)

Esta tese está de acordo com as seguintes normas, em vigor no momento desta publicação:

Referências : adaptado de International Commitee of Medical Journals Editors (Vancouver)

Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Serviço de Biblioteca e Ducumentação. Guia de apresentação de dissertações, teses e monografias. Elaborado por Annelise Carneiro da Cunha, Maria Júlia de A. L. Freddi, Maria F. Crestana, Marinalva de Souza Aragão, Suely Campos Cardoso, Valéria Vilhena. 2ª Ed. São Paulo: Serviço de Biblioteca e Documentação, 2005

(11)
(12)

Summary

1. Introdução 1

1.1. Obesidade na infância e adolescência 1 1.2. Alterações metabólicas relacionadas à obesidade 1

1.3. Tecido adiposo como órgão endócrino 3

1.4. Adiponectina 4

1.4.1. Identificação e características 4

1.4.2. Ação da adiponectina 9

1.4.2.1. Adiponectina e sensibilidade à insulina 9

1.4.2.2. Adiponectina e aterosclerose 10

1.4.2.3. Outras ações da adiponectina 11

1.4.3. Observações clínicas 11

1.4.3.1. Adiponectina e componentes da síndrome metabólica 11 1.4.3.2. Adiponectina em crianças e adolescentes 12 1.4.5. Fatores de aumento das concentrações de adiponectina 14

1.4.6. O paradoxo da adiponectina 15

1.4.7. Estudo molecular da adiponectina 16 1.4.7.1. Variantes do gene da adiponectina 17

2. Objetivos 22

2.1. Objetivos primários 22

2.2. Objetivos secundários 22

(13)

3.1.2. Critérios de exclusão 25

3.2. Métodos 25

3.2.1. Avaliação corporal 25

3.2.2. Avaliação da pressão arterial 27

3.2.3. Exames laboratoriais 27

3.2.4. Índices de avaliação de resistência e secreção de insulina 31 3.2.5. Critérios de síndrome metabólica em crianças e adolescentes 31 3.2.6. Critérios utilizados na divisão dos grupos estudados 32

3.2.7. Extração de DNA 33

3.2.8. Reação de Polimerase em Cadeia (PCR) da região promotora, exon 2, ínton 2 e exon 3 do gene da adiponectina 34 3.2.9. Análise por dHPLC (Cromatografia liquida de alta performance

denaturante) 38

3.2.10. Método PCR-RFLP (Polimorfismo do Comprimento de Fragmentos

de Restrição) 40

3.2.11. Sequenciamento dos produtos de PCR da região promotora, exon 2, íntron 2 e exon 3 do gene da adiponectina 41

3.2.12. Análise estatística 42

4. Resultados 44

4.1. Avaliação clínica e metabólica 44

(14)

4.2. Avaliação das concentrações séricas de adiponectina 50 4.3. Avaliação do gene da adiponectina 61

4.3.1. SNP-11377C>G 62

4.3.2. SNP+45T>G 64

4.3.3. SNP+349A>G 65

4.3.4. G90S 65

4.3.5. Haplótipos 66

5. Discussão 70

5.1. Avaliação clínica e metabólica 70 5.2. Avaliação das concentrações séricas de leptina 76 5.3. Avaliação das concentrações séricas de adiponectina 76

5.4. Avaliação do gene da adiponectina 82

5.4.1. SNP-11377C>G 82

5.4.2. SNP+45T>G 84

5.4.3. SNP+349A>G 85

5.4.4. Exon 3 85

5.4.5. Haplótipos 87

5.5 Considerações finais 89

6. Conclusões 91

7. Anexos 92

8. Referências 125

(15)
(16)

ADIPO1 Grupo com menores concentrações séricas de adiponectina

ADIPO2 Grupo com concentrações séricas intermediárias de adiponectina

ADIPO3 Grupo com maiores concentrações séricas de adiponectina

ADIPOob1 Grupo com menores concentrações séricas de adiponectina em obesos

ADIPOob2 Grupo com concentrações séricas intermediárias de adiponectina em obesos

ADIPOob3 Grupo com maiores concentrações séricas de adiponectina em obesos

AMPK Proteína cinase ativada por adeninamonofosfato

AUCins/AUCgli Razão da área sob a curva de insulina e área sob a curva de glicose

apM1 Adiponectina

apo Apolipoproteína

ATPIII Adult treatment pannel III

C Cisteína

CA Circunferência abdominal

(17)

CT Colesterol total

db/db Camundongos com resistência à leptina

dHPLC Cromatografia liquida de alta performance denaturante DM2 Diabetes mellitus do tipo 2

DNA Ácido desoxirribonucléico EDTA Ácido etilenodiamiotetracético ELISA Ensaio imunoadsorvente ligado à enzima eNOS Óxido nítrico sintase endotelial

F Fenilalanina

G Glicina

GBP28 Adiponectina

G1 Grupo controle

G2 Grupo não obeso / metabólico

G3 Grupo obeso

G4 Grupo obeso mórbido

H Histidina

HAS Hipertensão arterial sistêmica HDLC Lipoproteína de alta densidade HMW Alto peso molecular

HOMA-IR Homeostasis model assessment para avaliação de resistência à insulina

(18)

HOMA%ß Homeostasis model assessment para avaliação de sensibilidade à insulina

HOMA%S Homeostasis model assessment para avaliação de secreção de insulina

I Isoleucina

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IDF International Diabetes Federation

IMC Índice de massa corpórea

L Lisina

LDLC Lipoproteína de baixa densidade LMW Baixo peso molecular MG% Percentual de massa gorda

ob/ob Camundongos deficientes em leptina

OR Razão de chances – Odds ratio

P Prolina

PAD Pressão arterial diastólica PAI-1 Inibidor do ativador do plasminogênio PAS Pressão arterial sistólica

PCR Reação de polimerase em cadeia

PCR-RFLP Polimorfismo do comprimento de fragmentos de restrição

PP Pré-púbere

(19)

RIE Radioimunoensaio

S Serina

SM Síndrome metabólica

SmaI Endonuclease de restrição SNP Polimorfismo em um único nucleotídeo SREBP Sterol regulatory element binding protein

T Treonina

TNF-α Fator de necrose tumoral alfa TTGo Teste oral de tolerância à glicose

TZD Tiazolidinedionas

VLDL lipoproteína de muito baixa densidade VR Valor de referência

X Qualquer aminoácido

Y Tirosina

Z Desvio padrão

(20)
(21)

adolescentes obesos [tese]. São Paulo: Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo; 2008

(22)

no intron 2, Y111H (rs17366743) e a mutação G90S no exon 3. O SNP-11391G>A estava em desequilíbrio de ligação de Hardy-Weinberg. As variantes Y111H e G90S estavam em forte desequilíbrio de ligação com SNP-11377C>G e G90S com SNP+45T>G. Foi observada associação do alelo G do SNP-11377 a maior adiposidade central e menores níveis séricos de glicose. Após construção dos haplótipos com os SNPs -11377C>G, +45T>G e +349A>G observou-se que a presença do alelo G do SNP-11377T>G associou-se a maior obesidade (GTA vs CTA) , enquanto que a presença dos alelos recessivos dos outros SNPs diminuiu essa associação (GTA vs GGG). Na presença do alelo G do SNP+349A>G (CTG vs CTA), foi observada maior freqüência de indivíduos hipertensos, entretanto a associação dos alelos recessivos dos SNPs -11377C>G e +45T>G (CTG vs GGG) diminuiu a freqüência de hipertensão. Os resultados do presente estudo demonstram que níveis de adiponectina diferem em crianças e adolescentes dependendo do grau de adiposidade e puberdade e que níveis mais baixos estão associados às alterações metabólicas de maior risco cardiovascular na obesidade. Variantes no gene da adiponectina podem estar em desequilíbrio de ligação com um SNP funcional ou um pool gênico responsável por maior risco de obesidade e desenvolvimento de alterações metabólicas relacionadas ao aumento da adiposidade.

(23)
(24)

“Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo” SP (Brazil); 2008

(25)

adiposity and lower glucose levels. Haplotypes were constructed using the SNPs -11377C>G, +45T>G and +349A>G, and the results showed an association between -11377SNP G allele presence and higher adiposity (GTA vs CTA), whereas the presence of the recessive alleles of SNPs +45T>G and +349A>G was associated to a lower adiposity (GTA vs GGG). Hypertension was more frequent in the presence of +349A>G G allele (CTG vs CTA), whereas the presence of the recessive alleles of SNPs -11377 and +45T>G (CTG vs GGG) was not associated to hypertension. This study suggests that adiponectin levels, in Brazilian children and adolescents, depends on degree of adiposity and pubertal stage and that lower adiponectin concentrations are associated to altered metabolic features and higher cardiovascular risk. Variants in the adiponectin encoding gene can be in linkage disequilibrium with susceptibility regions responsible to higher risk of obesity and metabolic related features.

(26)
(27)

1. INTRODUÇÃO

1.1. Obesidade na infância e adolescência

Obesidade é uma doença crônica, resultante do excesso de tecido

adiposo branco, cuja prevalência vem aumentando em países desenvolvidos

e em desenvolvimento em proporções epidêmicas 1 2. Concomitante ao

aumento global de obesidade, a prevalência de obesidade na infância e

adolescência vem aumentando em todo o mundo3 4. No Brasil, dados do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para adolescentes de

10 a 19 anos, mostram que a freqüência de excesso de peso aumentou de

3,9% para 17,9% em meninos e de 7,5% para 15,4% em meninas em 28

anos. A evolução da obesidade mimetizou, com freqüências menores, a

evolução do excesso de peso observada ao longo do mesmo período em

meninos (de 0,1% para 1,8%) e em meninas (de 0,7 para 2,9%)5.

1.2. Alterações metabólicas relacionadas à obesidade

Estudos longitudinais têm demonstrado que principalmente o índice

de massa corpórea (IMC), mas também concentrações séricas de insulina

na infância predizem a presença de fatores metabólicos na idade adulta6 7.

Além disso, as complicações metabólicas da obesidade já estão presentes

no grupo pediátrico e a prevalência de diabetes mellitus do tipo 2 (DM2)

também vêm aumentando, chegando a 4 % em adolescentes americanos8 9.

Condições como dislipidemia, hipertensão arterial (HAS), resistência à

(28)

cardiovascular em adultos10. Embora seja ainda controversa a existência de uma síndrome que reúna essas doenças, a coexistência dessas desordens

metabólicas foi chamada de síndrome X, síndrome de resistência à insulina

e, mais recentemente, síndrome metabólica (SM) 11 12 13 14 15 16.

1.3. Tecido adiposo como órgão endócrino

O tecido adiposo branco era tradicionalmente visto como um tecido

inerte com um determinado número de adipócitos 17, que respondia a sinais

neuro-hormonais finais e cuja função seria somente de depósito passivo

para estocagem de lipídios. Consistente com esta hipótese, receptores para

insulina, hormônio corticotrófico e adrenalina são expressos em abundância

nas células adiposas18. Entretanto, a descoberta de que o tecido adiposo

produzia leptina indicou que este também funcionava como um órgão

endócrino. Atualmente é aceito que o tecido adiposo serve de local para

estoque de triglicerídeos e liberação de ácidos graxos livres em resposta às

necessidades energéticas corporais 19. Além disso, o tecido adiposo secreta

grande número de citocinas biologicamente ativas como PAI-1, TNF-α e

leptina, bem como moléculas não peptídicas biologicamente ativas como

ácidos graxos livres20 21 22 23. Dessa forma, o tecido adiposo controla o

metabolismo energético pela secreção de moléculas que sinalizam e

regulam as funções do próprio tecido adiposo, de outros tecidos e órgãos

(29)

Dentre elas a adiponectina destacou-se pela sua atuação protetora no

desenvolvimento de resistência à insulina e doenças metabólicas

relacionadas à obesidade.

1.4. Adiponectina

1.4.1. Identificação e características

A adiponectina foi primeiramente identificada entre 1995 e 1996 por

quatro diferentes grupos: Scherer et al., 1995 clonaram o cDNA da

adiponectina em adipócitos murinos 3T3-L1 e denominaram a proteína de

adipocyte complement-related protein of 30kD (Acrp30) 27. Independentemente, Hu et al. em 1996 descreveram a clonagem da AdipoQ

em fibroblastos não-adipogênicos 3T3-C2, pré-adipócitos indiferenciados

3T3-F442A e adipócitos diferenciados 3T3-F442A28. O cDNA homólogo

humano da Acrp30 foi originalmente identificado como a proteína mais

transcrita encontrada em tecido adiposo humano de mulheres, sendo assim

denominada adipose most abundant gene transcript 1 (apM1) por Maeda et

al. em 199629. Nakano et al., 1996 purificaram a proteína Acrp30

diretamente do plasma humano ao avaliar proteínas séricas similares às

proteínas ligadoras do colágeno e a chamaram de GBP2830.

Adiponectina é uma proteína secretóriade 244 aminoácidos e massa

molecular de aproximadamente 30kDa, abundante no plasma,

representando cerca de 0,01% das proteínas séricas totais27 28 29 31. Suas

(30)

de 1,7 μg/mLno dia32 33. A secreção de adiponectina parece seguir o ritmo do cortisol e está relacionada ao tônus adrenérgico que leva a um efeito

inibitório direto na expressão e secreção da adiponectina in vitro e in vivo 34

35

. Concentrações séricas de adiponectina não foram correlacionadas com

concentrações séricas de leptina, com a ingestão alimentar, ou com teste de

tolerância à glicose o que sugere que a insulina in vivo não influencie a

secreção de adiponectina33 36.

A análise com Northern blot mostrou que a adiponectina é

principalmente expressa em tecido adiposo 27 29. Além disso, foi

demonstrada sua expressão em linhagem celular de osteoblastos em

cultura, em cardiomiócitos de ratos e em células de musculatura esquelética

em humanos37 38 39.

A adiponectina é uma proteína bastante conservada nas diferentes

espécies sendo que a adiponectina de camundongos apresenta 85% de

homologia com a humana27. A estrutura primária da adiponectina é formada

por uma seqüência sinalizadora amino-terminal, um trecho variável de 27

aminoácidos sem homologia a qualquer proteína em variadas espécies,

seguida de uma região com 22 repetições colágenas40. O domínio

carboxi-terminal globular de 134 aminoácidos mostra-se homólogo aos domínios

globulares dos colágenos tipo VIII e X e às subunidades do fator

complemento C1q com identidade de aproximadamente 31% 27 28 29. Apesar

desta similaridade existem diferenças como a ausência, na adiponectina, de

resíduos cisteína que são responsáveis por formar pontes dissulfido no C1q

(31)

o que sugeriu que a adiponectina devesse ter propriedades estruturais e

funcionais distintas da C1q 28.

H N -2 - COOH

aa 1 17 42 110 244

Figura 1. Estrutura da adiponectina e alinhamento da seqüência de seus aminoácidos aa: aminoácidos; SS: Seqüência sinalizadora, RV: Região

variável

A análise da porção globular da adiponectina (aminoácidos 111-244),

determinada por Shapiro L e Scherer PE em 1998, revelou uma estrutura

homotrimérica com centro hidrofóbico formado pela interface de três

monômeros individuais. Dois desses três monômeros têm 10 fitas

gelatinosas enroladas e um monômero tem uma das fitas fazendo uma volta

41

. O achado mais surpreendente foi que, embora a homologia seqüencial

primária seja pequena, a adiponectina é estruturalmente homóloga às

citocinas triméricas da família do TNF-α, e não obstante, o alinhamento

seqüencial dos membros da família TNF-α e da adiponectina revelaram

quatro resíduos conservados (Y161, G159, F237 e L242) importantes para a

formação do centro hidrofóbico do homotrímero e que são cruciais em

manter a arquitetura da proteína 41.

A adiponectina está presente no plasma em estruturas com diferentes

pesos moleculares que variam desde somente a porção globular, trímeros e

até multímeros de peso molecular acima de 300kDa27 30 42 43. A formação

dos trímeros e multímeros se dá pela ligação de pontes dissulfido formadas

SS RV Repetições colágenas Domínio globular

H N -2 - COOH

aa 1 17 42 110 244

(32)

entre os resíduos cisteína amino-terminais na posição 39 da proteína que

são essenciais para a formação de multímeros44. Além disso, após a

tradução da proteína, a hidroxilação e glicosilação de resíduos lisina (68, 71,

80, 104) no domínio colágeno são necessárias para que ocorra a

bioatividade plena da adiponectina. Esses eventos pós-traducionais

supõe-se supõe-serem críticos para a estabilidade da estrutura tridimensional da

adiponectina45.

so molecular; HMW: alto peso

olecular

Figura 2. Diferentes estruturas circulantes de adiponectina. LMW:

baixo peso molecular; MMW: Médio pe

(33)

A distribuição relativa de multímeros de adiponectina parece ser

diferente na célula adiposa e no plasma, sendo as HMW dominantes na

circulação46. Na literatura encontramos resultados contraditórios em relação

ao benefício do uso das concentrações séricas de adiponectina de alto peso

molecular em detrimento das concentrações séricas de adiponectina total

para associação com parâmetros metabólicos. Estudos demonstram que

concentrações séricas de adiponectina de alto peso molecular associam-se

melhor às alterações metabólicas e sensibilidade à insulina do que

concentrações séricas totais de adiponectina, apesar de também haver

associação das concentrações séricas totais de adiponectina com os

parâmetros estudados 47 48. Outro estudo que avalia concentrações séricas

de adiponectina de alto peso molecular e total em relação a parâmetros

metabólicos demonstra não haver diferenças 49. Em crianças pré-púberes

não existem diferenças nos concentrações séricas de adiponectina HMW ou

LMW entre os sexos, porém em adolescentes e adultos as concentrações

séricas dos multímeros de adiponectina são mais elevadas em mulheres 44

50 51

. Algumas mutações descritas e relacionadas à hipoadiponectinemia

impossibilitam a formação de multímeros da adiponectina, permitindo

somente a formação de trímeros; outras mutações que cursam sem

(34)

1.4.2. Ação da adiponectina

A adiponectina exerce sua ação pela ligação a dois tipos de

receptores: AdipoR1 e AdipoR2. Esses receptores de superfície contêm sete

domínios transmembrana, porém são estruturalmente e funcionalmente

distintos dos receptores ligados à proteína G52. O AdipoR1 é expresso

abundantemente no músculo esquelético e endotélio, enquanto que o

AdipoR2 é predominantemente expresso no fígado. Os receptores mediam o

efeito sensibilizador da insulina por ativação da AMPK e PPAR-α 42 53 54

1.4.2.1. Adiponectina e sensibilidade à insulina

Os estudos de Waki et al. e Yamauchi et al.em 2003 demonstraram

que no hepatócito somente a adiponectina completa (composta pelas

porções colágena e globular) age levando a fosforilação do AMPK, e

conseqüente inibição da produção de glicose e a redução de triglicérides

intracelular44 52. Já em miócitos tanto a adiponectina completa quanto sua

fração globular agem estimulando a captação de glicose e diminuindo

triglicérides intracelulares 44 45. A incapacidade da fração globular em agir

nos hepatócitos sugere que a formação de multímeros seja importante para

o efeito estimulatório da adiponectina neste tipo celular44. Esses estudos

demonstram os efeitos metabólicos anti-diabéticos da adiponectina ao

melhorar a sensibilidade à insulina inibindo a produção de glicose, e

estimulando a captação de glicose e oxidação de ácidos graxos. O estudo

de Yamauchi T et al., 2001 demonstra a reversão da insulino-resistência em

(35)

administração de adiponectina recombinante confirmando o efeito direto da

adiponectina na sensibilização à ação da insulina 54.

1.4.2.2. Adiponectina e aterosclerose

Em estágios precoces da aterosclerose a ativação de células

endoteliais por estímulos inflamatórios aumenta a aderência de monócitos

mediada pela expressão de moléculas de adesão. Esta adesão de

monócitos ao endotélio da artéria é considerada crucial para o

desenvolvimento de doenças vasculares55.

Estudos demonstraram que concentrações fisiológicas de

adiponectina inibem os efeitos inflamatórios do TNF-α de forma dose

dependente em cultura de células endoteliais humanas por um efeito

pós-receptor no qual a via final é de inibição da indução da expressão de

moléculas de adesão de células inflamatórias32 56. Além disso, foi

demonstrado que a porção globular da adiponectina inibe a proliferação de

células endoteliais induzida por LDLC oxidado por suprimir a geração de

superóxido e aumenta a produção de eNOS nos vasos57. Em modelos

animais, a deficiência de adiponectina aumenta o espessamento da

neoíntima da parede vascular, enquanto que a suplementação de

adiponectina atenua esse espessamento, provavelmente por efeito

supressivo da adiponectina na proliferação e migração das células da

musculatura lisa dos vasos58. Esses estudos demonstram o importante

(36)

1.4.2.3. Outras ações da adiponectina

Recentemente foi demonstrado que a adiponectina poderia induzir a

apoptose celular com conseqüente efeito antitumoral, poderia amenizar a

inflamação hepática relacionada a esteatose hepática não alcoólica e ainda

poderia estimular a secreção de insulina ou, também regular a homeostase

energética 59 60 61.

1.4.3. Observações clínicas

1.4.3.1. Adiponectina e componentes da síndrome metabólica

A adiponectina tem sua expressão reduzida em tecido adiposo de

camundongos deficientes em leptina em 70-90% e em tecido adiposo de

humanos obesos em 50 a 80%28.

As concentrações séricas de adiponectina são maiores em mulheres

do que em homens e se correlacionam negativamente com o IMC em

indivíduos de diferentes etnias31 62. Indivíduos obesos e diabéticos têm

concentrações séricas de adiponectina mais suprimidas em comparação

aqueles indivíduos que apresentam somente obesidade e em modelos

animais, a progressão para obesidade e insulino-resistência é acompanhada

de diminuição das concentrações séricas de adiponectina, antes mesmo da

instalação da hiperglicemia, tolerância à glicose diminuída e grau máximo de

obesidade 63 64.

Estudos demonstraram que a adiponectina correlaciona-se

(37)

triglicérides e glicemia plasmática pós prandial 62 63. A associação negativa mais importante ocorreu entre as concentrações séricas de adiponectina e

insulino-resistência em índios Pima e caucasianos obesos com

normoglicemia, tolerância à glicose diminuída e DM2 65.

Indivíduos com doença coronariana apresentam concentrações

séricas de adiponectina reduzidas acompanhadas de maior glicemia de

jejum, hemoglobina glicada, triglicérides e menores concentrações de HDLC

sérico e pressão arterial diastólica (PAD) em relação aos controles 24 65 66 67.

Ouchi et al. em 1999 demonstraram que concentrações fisiológicas de

adiponectina inibem a expressão de moléculas de adesão induzidas por

TNF-α in vitro, sugerindo que a adiponectina modulasse a função das

células endoteliais por reduzir reações inflamatórias24. Estes estudos

sugerem que concentrações séricas de adiponectina poderiam estar

relacionadas ao desenvolvimento de aterosclerose e doença arterial

coronariana.

Os estudos em relação à pressão arterial e sua correlação com

concentrações séricas de adiponectina são divergentes68 69 70 71.

Especula-se que Especula-seja difícil correlacionar a adiponectina plasmática com níveis

pressóricos devido às alterações metabólicas múltiplas apresentadas por

estes grupos de indivíduos.

1.4.3.2 Adiponectina em crianças e adolescentes

Em crianças, diferentemente dos adultos, não há diferença nas

(38)

as concentrações séricas totais de adiponectina, bem como as

concentrações séricas de adiponectina de alto peso molecular, diminuem em

meninos conforme a progressão da puberdade de modo inverso ao aumento

das concentrações séricas de testosterona 64 74 75.

Em crianças e adolescentes, de forma semelhante ao observado em

adultos, a adiponectina correlaciona-se inversamente com a obesidade e

aumenta com o emagrecimento de crianças (quando este é maior que 0,5

pontos no desvio padrão do IMC) e de adolescentes que diminuem mais de

19% do peso corpóreo 76 77 78 79. Além disso, as concentrações de

adiponectina plasmática foram inversamente proporcionais à porcentagem

de gordura corporal total e ao conteúdo de gordura intramiocelular em

indivíduos obesos, sugerindo a ação da adiponectina no músculo

esquelético em aumentar a oxidação de ácidos graxos e desse modo

diminuir o conteúdo de triglicérides muscular, como já demonstrado em

modelos animais 50 80.

A Tabela 1, Anexo apresenta as concentrações de adiponectina em

diversos estudos realizados em crianças e adolescentes com e sem

obesidade 76 78 80 81 82 83 84 85.

A adiponectina foi inversamente associada a parâmetros bioquímicos

que se mostraram alterados na obesidade como ácido úrico, triglicérides,

HDLC, insulina, marcadores inflamatórios como Proteína C Reativa e

parâmetros bioquímicos aterogênicos (relação colesterol total/HDLC e apo

B/apo A1), o que sugere que a hipoadiponectinemia possa ser um

(39)

de lesões vasculares causadas pela SM no grupo pediátrico79 86. Além disso, Beauloye V et al. demonstraram que a adiponectina foi fator

independente relacionado ao espessamento da camada íntima da carótida

de crianças obesas mostrando que esta pode estar associada ao

desenvolvimento precoce de aterosclerose em jovens87. Observou-se que

somente níveis de PAS correlacionam-se negativamente de forma

independente a adiponectina 88 89.

Concentrações séricas de adiponectina em crianças e adolescentes

correlacionam-se negativamente às doenças metabólicas relacionadas à

obesidade e resistência à insulina.

1.4.5. Fatores de aumento das concentrações de adiponectina

Em contraste com a situação de obesidade e resistência a insulina, as

concentrações de adiponectina elevam-se com a perda de peso, restrição

calórica, exposição ao frio e pelo do tratamento com tiazolidinedionas (TZD),

levando a restauração da sensibilidade à insulina37 42 55 56 90. O tratamento

de camundongos db/db com TZD aumentou dramaticamente as

concentrações de adiponectina plasmática e amenizou a gravidade da

hiperglicemia e insulino-resistência 54 67. De forma similar, o tratamento com

TZD em humanos insulino-resistentes, aumentou as concentrações séricas

de adiponectina90. Esses estudos sugerem que o aumento da sensibilidade

à insulina decorrente do tratamento com TZD pode, em parte, ser mediado

(40)

Estudos demonstraram que a administração aguda de adiponectina a

camundongos diminuiu as concentrações de ácidos graxos livres, após

alimentação destes animais com refeição rica em gordura inferindo que a

reposição de adiponectina poderia restabelecer a sensibilidade à insulina e

levar a perda de peso sustentada em camundongos, independente da

ingestão alimentar 42 54 . Um estudo recente in vivo demonstrou que em

camundongos ob/ob, o aumento em 2 a 3 vezes das concentrações séricas

de adiponectina de alto peso molecular melhorou a glicemia, insulinemia e

trigliceridemia, acompanhada de aumento da massa gorda 91, inferindo que

o aumento nas concentrações séricas de adiponectina melhorariam os

fatores relacionados à resistência à insulina independente da adiposidade.

Estes dados demonstram a importância da adiponectina no controle

das doenças metabólicas e sugerem seu possível uso na melhora da

resistência à insulina.

1.4.6. O paradoxo da adiponectina

Sendo o tecido adiposo um tecido endócrino, ou seja, produtor de

citocinas inflamatórias, hormônios e ácidos graxos livres, ao ocorrer sua

expansão, como na situação de obesidade, a produção dessas substâncias

aumenta com exceção das concentrações séricas de adiponectina que

diminuem24.

A expansão do tecido adiposo ou adipogênese, na situação de

(41)

composto por hipertrofia das células adiposas, seguida de hiperplasia com

conseqüente estocagem dos ácidos graxos livres na forma de triglicérides92.

Concomitante à expansão do tecido adiposo, são recrutados

macrófagos levando então a um estado pró-inflamatório no tecido adiposo

que culmina com maior secreção de fatores inflamatórios como, por

exemplo, o TNF-α e dessa forma instalando um processo inflamatório

crônico no tecido adiposo 92. A superprodução de TNF-α age na gota de

lipídeo aumentando a liberação de ácidos graxos livres e inibe a transcrição,

bem como as ações do PPAR- , diminuindo a síntese e estocagem de

triglicérides92. Estudos têm demonstrado que o TNF-α inibe a transcrição e

a secreção de adiponectina in vitro, sendo, portanto um dos responsáveis

pela resistência à insulina e hipoadiponectinemia93 94.

1.4.7. Estudo molecular da adiponectina

A localização precisa do gene da adiponectina foi determinada por

Gene Bridge 4 Radiation Hybrid Panel, utilizando primers específicos

desenhados para amplificar a seqüência contendo a região do exon 295. O

gene está localizado no cromossomo 3 (3q27), que é tido como um locus de

susceptibilidade para diabetes tipo 2 e síndromes metabólicas

relacionadas96 97.

O ácido desoxirribonucléico (DNA) genômico apresenta 16kb,

consiste em 3 exons e 2 introns, com um primeiro intron lembrando a

estrutura gênica do colágeno X humano 95. Todas as transições intron-exon

(42)

aminoácidos amino-terminais são codificados pelo exon 2 . O estudo da

região promotora revelou a presença de um box clássico CCAAT em -136 e

várias regiões para ligação de fatores transcricionais. Foram achados locais

de ligação para C/EBP, que sabidamente regulam a diferenciação dos

adipócitos99.

Figura 3. Gene da adiponectina humana

1.4.7.1. Variantes do gene da adiponectina

Em indivíduos japoneses foram descritos 10 polimorfismos de um

único nucleotídeo (SNPs), cinco mutações no exon 3, em local

correspondente ao domínio globular da adiponectina e uma no exon 2. Os

SNPs detectados foram SNP -11414, -11379, -11365, -4034, -3964, +45,

+276, +349, +712, +2019, sendo que os SNPs -4034 e -3964 associaram-se

positivamente com a resistência à insulina100. Das cinco mutações

detectadas no exon 3: G84R, R112C, I164T, R221S, H241P, a I164T foi

encontrada em indivíduos diabéticos e intolerantes a glicose e foi associada

a uma menor concentração de adiponectina plasmática; indivíduos com

(43)

adiponectina, não sendo esta, porém, mais freqüente em diabéticos neste

estudo 95 101.

Vasseur F et al. em 2002 avaliaram indivíduos franceses DM2 e não

diabéticos e encontraram as 10 SNPs descritas em indivíduos japoneses e

mais duas: SNP -11156 insCA e SNP –11043 C>T 102. Além disso,

encontraram quatro mutações raras no exon 3: G84R, G90S, R92X, Y111H.

Entre as 10 SNPs genotipadas nas populações japonesa e francesa,

somente a SNP -11377C>G não diferiu em freqüência alélica. De todas as

mutações pontuais no exon 3 descritas na literatura somente a G48R foi

comum nas populações japonesa e francesa. Nenhum dos estudos reportou

mutações que poderia afetar o splicing. Na população francesa não foram

detectados R112C, I164T, R221S e H241P e os grupos japoneses não

descreveram G90S e Y111H, o que indica que mesmo as mutações pontuais

são específicas para cada população ou seriam extremamente raras nestas

populações em que não foram encontradas102.

Existem indicações de que as concentrações de adiponectina sejam

moduladas por algumas variantes do seu gene, incluindo SNPs -11391G>A

e -11377C>G, localizadas na região promotora proximal, e as mutações

G90S e Y111H, no exon 3102. O SNP -11391G>A relaciona-se a maiores

concentrações séricas de adiponectina em adultos e em crianças com e sem

obesidadee o SNP -11377C>G a menor HOMA-IR em crianças obesas e a

maior risco de obesidade e IMC 103 104. O estudo de Bouatia-Naji et al.

demonstrou que nessa região não existem locais de ligação de fatores de

(44)

fatores repressores da transcrição da proteína103. Além disso, foi demonstrado em estudo funcional, que na região promotora a partir da base

-676 é crucial para a transcrição do gene da adiponectina, provavelmente

por esta ser um região onde existem domínios de ligação para fatores de

transcrição como SREBP e C/EBP105.

Somente mutações que afetam o domínio colágeno (G48R, G90S), a

dobra entre os domínios colágeno e globular (Y111H, R112C) ou a parte

proximal do domínio globular (I164T) têm efeito nos concentrações séricas

de adiponectina38. Nestas regiões, altamente conservada nas espécies

(murinos, camundongos e humanos), são encontrados resíduos lisina que

são hidroxilados e glicosilados levando a seis isoformas de diferentes pesos

moleculares45 78. A glicação dos resíduos lisina é essencial para formação

de multímeros e modulação da sensibilidade à insulina45 106. Além disso,

mutações das glicinas nas posições 84 e 90 poderiam reduzir o número de

repetições colágenas, alterando a estrutura da adiponectina38. Estas

mutações pontuais interferem com modificações pós-translacionais e/ou

organização espacial. Mutações nas posições 111 e 112 podem impedir a

organização espacial da proteína com alteração na sua função ou secreção.

A mutação G90S cursa com deficiência de multímeros de alto peso

molecular e se associa a menores níveis de adiponectina, porém não à

resistência à insulina, enquanto que a variante Y111H está associada ao

risco de DM2 mas não à obesidade38 102 107. Mutações na parte C-terminal

da proteína (R221S, H241P) parecem não ter efeito nas concentrações de

(45)

A Tabela 2, Anexo apresenta estudos de associação dos

SNP-11391G>A, -11377C>G, +45T>G, +276G>T e +349A>G 85 102 103 108 109 110

111

.

Visto que mutações no gene da adiponectina podem estar associadas

a hipoadiponectinemia e doenças como obesidade, resistência à insulina,

dislipidemia e aterosclerose, pretendemos, neste estudo, avaliar quais são

as mutações no gene da adiponectina existentes em um grupo de crianças e

(46)
(47)

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivos primários

• Avaliar as concentrações séricas de adiponectina em crianças e

adolescentes obesos e não obesos.

• Pesquisar mutações e polimorfismos do gene da adiponectina em

crianças e adolescentes obesos e não obesos

2.2. Objetivos secundários

• Correlacionar concentrações séricas de adiponectina com os

parâmetros antropométricos e metabólicos

• Associar as mutações e polimorfismos encontrados com as

concentrações séricas de adiponectina

• Associar as mutações e polimorfismos encontrados com os

(48)
(49)

3. CASUÍSTICA E MÉTODOS

A pesquisa foi desenvolvida no Ambulatório de Obesidade Infantil do

Grupo de Obesidade da Disciplina de Endocrinologia e Metabologia do

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São

Paulo e no Laboratório de Investigação Médica/25 da Faculdade de

Medicina da Universidade de São Paulo.

O estudo foi aprovado pela Comissão de Ética da Instituição

(Cappesq). Os pais ou responsável assinaram o termo de consentimento

após esclarecimento verbal e por escrito da pesquisa. As crianças e

adolescentes consentiram verbalmente sua participação no estudo.

3.1. População do estudo

Avaliamos clinica e laboratorialmente 312 crianças e adolescentes,

254 obesos do Ambulatório de Obesidade Infantil e 58 não obesos, 191

(61%) do sexo feminino (F) e 121 (39%) do sexo masculino (M); 162 (52%)

pré-púberes (PP) e 151 (48%) púberes (PUB), avaliados pelos critérios de

TANNER; 160 (51%) brancos, 83 (27%) mulatos e 37 (12%) negros, 32 sem

informação (10%), avaliados pelo fenótipo.

3.1.1. Critérios de inclusão

O grupo obeso foi composto por crianças e adolescentes de ambos os

sexos, de 7 a 14 anos, que procuraram por tratamento para obesidade no

(50)

clínicos necessários para a avaliação e soro disponível para a dosagem de

adiponectina.

O grupo não obeso foi composto por crianças e adolescentes de

ambos os sexos, de 6 a 14 anos, trazidas pelos pais que se interessaram

pela possibilidade de avaliação médica, nutricional e laboratorial oferecida

pelo grupo do Ambulatório de Obesidade Infantil. As crianças foram

provenientes da escola EMEF Professor Olavo Pezotti e do próprio serviço,

filhos de funcionários do Hospital das Clínicas e da Faculdade de Medicina

da USP.

3.1.2. Critérios de exclusão

Indivíduos aparentados, com uso crônico de medicação, com

descendência oriental ou portadores de síndromes genéticas relacionadas à

obesidade.

3.2. Métodos

3.2.1. Avaliação corporal

Peso (kg): Aferido duas vezes, considerado peso médio. Foi utilizada

balança digital Filizola®, com capacidade máxima de 150kg com graduações

de 100 em 100 gramas, estando os participantes da pesquisa descalços e

com roupas leves.

Desvio padrão do peso (Zpeso): Cálculo matemático que ajusta o peso

aferido para idade e sexo: Zpeso = (peso aferido- peso esperado)/ desvio

(51)

Estatura (cm): Aferida três vezes, considerada estatura média. Utilizado

estadiômetro, graduado em centímetro e com barra de madeira vertical e

fixa, com esquadro móvel, para posicionamento sobre a cabeça do

indivíduo, estando o mesmo descalço, com os pés unidos, em posição ereta,

olhando para frente.

Desvio padrão da altura (Zaltura): Cálculo matemático que ajusta a

estatura aferida para idade e sexo: Zaltura = (estatura aferida - estatura

esperada)/ desvio padrão da estatura.

Índice de massa corpórea (IMC) (kg/m2): Cálculo matemático:

peso(kg)/altura(m)2. O indivíduo foi considerado eutrófico quando IMC < p85

para idade e sexo, sobrepeso quando IMC ≥ p85 e < p95e obeso quando

IMC ≥ p95 nas curvas de IMC do cdc112.

Desvio padrão do IMC (ZIMC): Cálculo matemático – método LMS102: Z escore = 1/S loge(Q/M), no qual Q = IMC; S = coeficiente de variação

individual para sexo e idade; M = mediana. Em estudo realizado no nosso

grupo, dividimos o ZIMC em tercis e demonstramos que crianças e

adolescentes com ZIMC > 2,45, apresentam menor HDLC, maior resistência

à insulina e maior ocorrência de SM, o que confere maior risco

cardiovascular113. De forma semelhante, Weiss propõe em seu estudo que

indivíduos com ZIMC ≥ 2,50 seriam obesos mórbidos114. Portanto a

obesidade será classificada em leve ou moderada se IMC ≥ p 95 para idade

e sexo e ZIMC < 2,50, e grave se IMC ≥ p 95 e ZIMC ≥ 2,50.

Circunferência abdominal (CA) (cm): Fita plástica não-elástica com 0,7 cm

(52)

quando estivesse acima de p90 para idade e sexo de acordo com as

Tabelas de Fernandez JR et al., 2004115.

Bioimpedanciometria: O aparelho de bioimpedância elétrica utilizado para

a avaliação da composição corporal foi o Body Composition Analyser

(BiaQuantum RJL Systems, Inc, MI, EUA). A bioimpedância foi realizada

com os indivíduos adequadamente hidratados em decúbito dorsal, sobre

uma superfície não condutora, com os membros separados. O relatório da

composição corporal discriminando o percentual de massa gorda (MG%) e

massa magra foram obtidos a partir das medidas de reactância e resistência,

e dados referentes a sexo, idade, altura e peso.

3.2.2. Avaliação da pressão arterial

A pressão foi aferida pelo método auscultatório, com manguito apropriado

para a circunferência do braço. Para se avaliar a hipertensão arterial

sistêmica (HAS), as concentrações de pressão sistólica (PAS) e diastólica

(PAD) foram comparados aos percentis das Tabelas do National High Blood

Pressure Education Program Working Group on High Blood Pressure in Children and Adolescents116, para sexo, idade e percentil da altura. A pressão arterial foi considerada alterada quando se encontrasse acima do

p90.

3.2.3. Exames laboratoriais

A coleta de sangue venoso periférico foi realizada após 8 a 12 horas de

(53)

Glicose (mg/dL): A determinação da glicose plasmática foi realizada no

Laboratório Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da

Universidade de São Paulo. A concentração plasmática de glicose foi

determinada pelo método enzimático colorimétrico automatizado utilizando a

hexoquinase. Valor de referência (VR): 10 – 100 mg/dL. Segundo as

recomendações da Associação Americana de Diabetes, consideramos

glicemia de jejum alterada quando a glicose em jejum encontrava-se entre

100mg/dL e 125mg/dL; tolerância à glicose diminuída quando a glicemia 120

minutos após 75g de glicose encontrava-se entre 140mg/dL e 199 mg/dL; e

diabetes mellitus do tipo 2 quando a glicemia de jejum encontrava-se ≥

126mg/dL em duas medidas ou, também, glicemia 120 minutos após 75g de

glicose ≥ 200mg/dL117.

Insulina (mU/L): A concentração sérica de insulina foi determinada no

Laboratório de Hormônios do Hospital das Clínicas Faculdade de Medicina

da Universidade de São Paulo utilizando-se o kit B080-101 AutoDELFIA,

PerkinElmer do Brasil. VR: < 25 mU/L. Indivíduos pré púberes foram

considerados hiperinsulinêmicos quando concentrações séricas de insulina

em jejum estavam ≥ 15mU/L, já para os púberes, o nível de corte utilizado foi

de 20mU/L, já que na puberdade existe aumento das concentrações séricas

de insulina basal 118 119.

Ácido úrico (mg/dL): A concentração sérica de ácido úrico foi determinada

no Laboratório Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina

(54)

automatizado. VR: 2,4 – 5,7 mg/dL para mulheres; 3,4 – 7,0 mg/dL para

homens.

Colesterol total (CT) (mg/dL): A concentração plasmática de CT foi

determinada no Laboratório Central do Hospital das Clínicas da Faculdade

de Medicina da Universidade de São Paulo por sistema automatizado

modular, utilizando kits enzimáticos comerciais da Roche (Mannhein,

Alemanha). VR: < 200mg/dL.

Lipoproteína de baixa densidade (LDLC) (mg/dL): A concentração

plasmática de LDLC foi determinada pelo cálculo matemático pela equação

de Friedwald, no qual LDLC = CT - (HDLC + VLDLC)120. VR: < 130 mg/dL.

Lipoproteína de alta densidade (HDLC) (mg/dL): A concentração

plasmática de HDLC foi determinada no Laboratório Central do Hospital das

Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo por

sistema automatizado modular, utilizando kits enzimáticos comerciais da

Roche (Mannhein, Alemanha). VR: > 45 mg/dL. Adotamos o nível de corte

de 40 mg/dL para diagnosticar baixo HDLC121.

Triglicérides (mg/dL): A concentração plasmática de triglicérides foi

determinada no Laboratório Central do Hospital das Clínicas da Faculdade

de Medicina da Universidade de São Paulo por sistema automatizado

modular, utilizando kits enzimáticos comerciais da Roche (Mannhein,

Alemanha). VR: <150mg/dL. Consideramos hipertrigliceridemia quando

níveis de triglicérides estiveram acima de 110 mg/dL 121

Adiponectina (µg/mL): A concentração sérica de adiponectina foi

(55)

Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – LIM/25.

Inicialmente a dosagem das concentrações séricas de adiponectina foi

realizada por radioimunoensaio (RIE), porém as dosagens eram repetidas,

os valores não eram reprodutíveis (r = 0,30, p = 0,009). Por este motivo foi

realizada a dosagem da adiponectina por ELISA em duplicata com o kit

EZHADP-61K, marca Linco Research, Inc. St Charles, Missouri – USA. A

correlação entre as duas dosagens (RIE e ELISA) foi regular (r = 0,42, p <

0,0001), porém diferente da correlação mostrada pela empresa que

comercializa os kits. VR: não padronizado. As concentrações séricas de

adiponectina foram divididas em tercis tanto no grupo total quanto no grupo

obeso. No grupo total foram criados três grupos com 104 indivíduos com os

seguintes níveis de adiponectina: ADIPO1: 4,2 – 9,9 μg/mL, ADIPO2: 9,9 –

13,6 μg/mL, ADIPO3: 13,7 – 32,5 μg/mL. No grupo obeso foram criados três

grupos com 84 ou 85 indivíduos com os seguintes níveis de adiponectina:

ADIPOob1: 4,2 – 7,7 μg/mL, ADIPOob2: 9,5 – 12,9 μg/mL, ADIPOob3: 13,0

– 32,5 μg/mL.

Leptina (ng/mL): A concentração sérica de leptina foi determinada no

Laboratório de Nutrição Humana e Doenças Metabólicas da Faculdade de

Medicina da Universidade de São Paulo – LIM/25 pelo kit EZHL-80SK

(ELISA), marca Linco Research, Inc. St Charles, Missouri – USA. VR: 3,7 –

11,1 ng/mL para mulheres; 2,0 – 5,6 ng/mL para homens. As análises foram

(56)

3.2.4. Índices de avaliação de resistência e secreção de insulina

Razão da área sob a curva de insulina e glicose (AUCins/AUCgli): Este

índice, que avalia a secreção de insulina em relação à glicose, foi calculado

com base nos concentrações séricas de glicose e insulina nos tempos (T) 0,

30, 60, 90, 120 minutos após ingestão de 1,75 gramas de glicose anidra ou

equivalente por kg de peso até o máximo de 75 gramas do teste oral de

tolerância à glicose (TTGo). O TTGo foi realizado somente nos obesos.

HOMA-IR: calculado pela fórmula matemática: insulina T0 (μU/mL) x glicose

T0 (mmol/L)/22,5122. Para que pudessemos comparar valores de HOMA-IR

relacionados à obesidade ou às alterações metabólicas dividimos seus

valores em tercis: HOMA-IR1: 0,4 – 2,2; HOMA-IR2: 2,2 – 3,8; HOMA-IR3:

3,8 – 14,4. Dessa forma, indivíduos no tercil 1 de HOMA-IR são mais

sensíveis à insulina, enquanto que aqueles no tercil 3 são mais resistentes à

ação da insulina.

HOMA%S: Cálculo matemático que infere a sensibilidade à insulina,

realizado em um programa de computador fornecido pela Universidade de

Oxford123.

HOMA%ß: Cálculo matemático que infere a função da célula beta

pancreática no basal, realizado em um programa de computador fornecido

pela Universidade de Oxford 123.

3.2.5. Critérios de síndrome metabólica em crianças e adolescentes

Considerando-se que não existe consenso em relação à definição de

(57)

ATPIII adaptado para o grupo pediátrico124. Portanto, a SM será

diagnosticada quando existirem três ou mais dos seguintes fatores: CA ≥

p90, glicose em jejum ≥ 100 mg/dL, triglicérides ≥ 110 mg/dL, HDLC < 40

mg/dL, PAS ou PAD ≥ p90.

3.2.6. Critérios utilizados na divisão dos grupos estudados

Inicialmente comparamos o grupo não obeso com o grupo obeso,

entretanto percebemos que os dois grupos eram muito heterogêneos, em

relação à presença de alterações metabólicas e grau de adiposidade.

Portanto, dividimos os indivíduos não obesos em dois grupos: um grupo

controle formado por crianças eutróficas e sem alterações metabólicas (G1)

e um grupo com crianças sobrepeso e crianças sem alteração da

adiposidade, mas com pelo menos uma das seguintes alterações

metabólicas: glicemia de jejum ≥ 100 mg/dL, HDLC < 40 mg/dL, TG ≥ 110

mg/dL, PAS ou PAD ≥ p90 (G2). Da mesma forma, na tentativa de diminuir a

heterogeneidade da amostra, dividimos o grupo obeso em obesos (G3) e

obesos mórbidos (G4), já que em estudo prévio realizado em nosso grupo

constatamos que crianças e adolescentes com ZIMC > 2,45, apresentaram

menor HDLC, maior resistência à insulina e maior ocorrência de SM113.

Conforme os critérios descritos acima, os 312 indivíduos foram

divididos em quatro grupos:

• G1 – grupo controle: 31 (10%) (IMC < p 85 e sem nenhuma

(58)

• G2 – grupo não obeso/metabólico: 27 (9%) (IMC < p 95 ou, também, com pelo menos uma alteração metabólica)

• G3 – grupo obeso: 178 (57%) (IMC ≥ p95 e ZIMC < 2,5);

• G4 – grupo obeso mórbido: 76 (24%) (IMC ≥ p95 e ZIMC ≥ 2,5)

3.2.7. Extração de DNA - procedimento com sal (Salting Out)125.

Esse procedimento segue o protocolo de Miller, Dykes e Polesky.

Foi coletado 10 mL de sangue venoso em tubos contendo ácido

etilenodiamiotetracético (EDTA 25mM).O pellet leucocitário foi obtido a partir

da lise do glóbulos vermelhos utilizando solução de lise de hemácias (1mM

NH4HCO3, 114mM NH4Cl), com incubação a 4oC por 30 minutos, seguida

de centrifugação do material a 3000rpm, a 4ºC por 15 minutos

desprezando-se o sobrenadante.Esdesprezando-se procedimento foi repetido mais uma vez. O botão

de glóbulos brancos foi então suspenso em 6 mL de solução de glóbulos

brancos (TEN buffer), 120uL de SDS 10% e proteinase K 80 uL (100 ug/mL)

e incubadadurante 18 horas à 37ºC. Foi adicoinado 2,4mL de cloreto de

sódio saturado. Agitou-se vigorosamente a solução por 15 segundos e o

material foi centrifugado por 15 minutos, a 3000 rpm. O sobrenadante

contendo DNA desproteinizado foi transferido para um tubo limpo no qual foi

adicionado dois volumes de etanol absoluto gelado e homogeneizado

cuidadosamente por inversão. O DNA precipitado foi retirado do tubo lavado

duas vezes com etanol gelado a 70% e posteriormente com etanol absoluto.

Em seguida foi centrifugado à vácuo durante 5 minutos e ressuspenso em

(59)

A concentração do DNA foi estimada a partir da leitura da densidade

óptica por espectrofotometria com luz ultravioleta (Gene Quant pro

RNA/DNA calculator, Pharmacia Biotech, Cambridge, England). O grau de pureza foi avaliado pela relação de absorbância de 260 e 280nm, e a

integridade do material verificada após eletroforese em gel de agarose a 1%.

As amostras foram armazenadas até sua utilização.

3.2.8. Reação de Polimerase em Cadeia (PCR) da região promotora,

exon 2, íntron 2 e exon 3 do gene da adiponectina

Realizamos as reações de PCR em um volume final de 26 μL de

reação, utilizando aproximadamente 250 ng de DNA como template. Os

primers utilizados estão na Tabela 3 (Anexo).

A região promotora foi avaliada com dois pares de primers devido a sua

extensão. As reações de PCR continham: PCR buffer (INVITROGEN Life

Technologies) 1X concentração final, 50 mM MgCl2 (INVITROGEN Life

Technologies), 100 mM desoxinucleotídeos (dNTP) (GIBCO Life

Technologies), 20 pmol de cada primer (Tabela 3, Anexo) e 1,25 U de

Platinum Taq DNA Polymerase (INVITROGEN Life Technologies). Incubamos as amostras durante 1 minuto a 95º C para a denaturação das dupla- fitas de

DNA em termociclador (Gene Amp PCR System 9600, Perkin-Elmer, EUA ). A

seguir, submetemos as mesmas a 35 ciclos (1min a 94º C; 1min a 60º C; e

1min a 72° C) e, após o último ciclo, realizamos a etapa de extensão final por

(60)

Para o exon 2 as reações de PCR continham: PCR buffer

(INVITROGEN Life Technologies) 1X concentração final, 50 mM cloreto de

magnésio (MgCl2) (INVITROGEN Life Technologies), 100 mM dNTP Mix

(GIBCO Life Technologies), 20 pmol de cada primer (Tabela 3, Anexo) e 1,25

U de Platinum Taq DNA Polymerase (INVITROGEN Life Technologies).

Incubamos as amostras durante 5 minutos a 95º C para a denaturação das

dupla- fitas de DNA em termociclador (Gene Amp PCR System 9600,

Perkin-Elmer, EUA). A seguir, submetemos as mesmas a 40 ciclos (30 seg a 95º C;

30 seg a 60º C; e 1min 15 seg a 72° C) e, após o último ciclo, realizamos a

etapa de extensão final por 10 minutos a 72° C.

Para o íntron 2 as reações de PCR continham: PCR buffer

(INVITROGEN Life Technologies) 1X concentração final, 50 mM cloreto de

magnésio (MgCl2) (INVITROGEN Life Technologies), 100 mM dNTP Mix

(GIBCO Life Technologies), 20 pmol de cada primer (Tabela 3, Anexo) e 1,5

U de Taq DNA Polymerase (INVITROGEN Life Technologies). Incubamos as

amostras durante 4 minutos a 94º C para a denaturação das dupla- fitas de

DNA em termociclador (Gene Amp PCR System 9600, Perkin-Elmer, EUA). A

seguir, submetemos as mesmas a 30 ciclos (1 min a 94º C; 1 min a 56º C; e 1

min a 72° C) e, após o último ciclo, realizamos a etapa de extensão final por

10 minutos a 72° C.

Para o exon 3 as reações de PCR continham: PCR buffer

(INVITROGEN Life Technologies) 1X concentração final, 50 mM MgCl2

(INVITROGEN Life Technologies), 100 mM dNTP Mix (GIBCO Life

(61)

Anexo) e 1,25 U de Platinum Taq DNA Polymerase (INVITROGEN Life Technologies). Incubamos as amostras durante 5 minutos a 95º C para a

denaturação das dupla- fitas de DNA em termociclador (Gene Amp PCR

System 9600, Perkin-Elmer, EUA ). A seguir, submetemos as mesmas a 40

ciclos (30 seg a 95º C; 30 seg a 54º C; e 1 min 15 seg a 72° C) e, após o

último ciclo, realizamos a etapa de extensão final por 10 minutos a 72° C.

Os géis de agarose a 2% demonstrando os produtos da reação de PCR

para região promotora, exon 2, íntron 2 e exon 3 são demonstrados nas

Figuras 4, 5, 6 e 7.

1kb 1F/1R NEG 2f/2R NEG

516

394

344

298

534pb

508pb

pb

1kb 1F/1R NEG 2f/2R NEG

516

394

344

298

534pb

508pb

pb

Figura 4. Gel de agarose demonstrativo dos produtos da reação de PCR da

região promotora. prom1: região promotora 1; prom2: região promotora 2;

(62)

400pb

400pb

Figura 5. Gel de agarose demonstrativo dos produtos da reação de PCR do

exon 2.

504pb

504pb

Figura 6. Gel de agarose demonstrativo dos produtos da reação de PCR do

(63)

672pb

672pb

Figura 7. Gel de agarose demonstrativo dos produtos da reação de PCR do

exon 3.

3.2.9. Análise por dHPLC (Cromatografia liquida de alta performance

denaturante)

A pesquisa de mutações e polimorfismos pelo método de dHPLC

consiste em submeter os produtos de PCR à cromatografia líquida de fase

reversa íon-pareada em coluna contendo partículas alquiladas não-porosas.

Em condições de denaturação parcial ao calor, juntamente com gradiente

linear de acetonitrila, os heteroduplexes formados nas amostras de PCR,

que têm variação na seqüência interna, possuem um tempo de retenção

menor em comparação aos homoduplexes. Portanto, o perfil das curvas de

eluição para os heteroduplexes será distinto daqueles com seqüência

homozigota, o que possibilita a identificação de amostras com polimorfismos

ou mutações (Figura 6). Utilizamos o software WAVEMAKERTM,

Transgenomic, Inc. Omaha para otimização da temperatura de denaturação

(64)

Time (Minutes) 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 A bs or banc e ( m V ) 22 20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0

Figura 8. Cromatograma ilustrativo de curvas obtidas no rastreamento do

exon 2 e exon 3 do gene da adiponectina. Curva superior: homoduplex;

curva inferior: heteroduplex

Denaturamos 26 μL de produto de PCR por 5 minutos à 95ºC e os

reanelamos gradualmente, com a temperatura baixando gradualmente 0,1º

C a cada 4 segundos, até 25º C em aproximadamente 45minutos.

Colocamos os produtos de PCR no aparelho WAVE® System,

Transgenomic, Inc. Omaha, para avaliação de homo e heteroduplexes. A

Tabela 4, Anexo apresenta as condições de rastreamento de variantes no

exon 2 e 3 do gene da adiponectina

Não continuamos a metodologia acima devido a impossibilidade

técnica. Optamos, então para a utilização do método PCR-RFLP para

determinação da freqüência alélica do SNP na posição 45, no exon 2 e

(65)

3.2.10. Método PCR-RFLP (Polimorfismo do Comprimento de

Fragmentos de Restrição)

O produto de PCR de 405 pb foi digerido a 30oC por 2 horas com 3 U

de enzima de restrição SmaI. O produto de digestão foi introduzido em gel a

2% (50% agarose ultrapura e 50% Nusieve) com tampão TBE (89mM

Tris-Borato, 2 mMEDTS) e visualizado em sistema de documentação de imagens

GelDoc System 1000 (Bio Rad, Califórnia, EUA) após coloração com

brometo de etídio. Os fragmentos de produtos de digestão apresentaram

bandas de 405pb nos homozigotos dominantes, 128pb, 277pb e 405pb nos

heterozigotos e 128pb, 277pb nos homozigotos recessivos. Figura 9.

405pb

277pb

128pb

TT TG GG

405pb

277pb

128pb 405pb

277pb

128pb

TT TG GG

Figura 9. Géis de agarose demonstrativos da digestão ocorrida na reação de

PCR-RFLP para SNP+45 do exon 2 do gene da adiponectina. A: Gel com 5

(66)

3.2.11. Sequenciamento dos produtos de PCR da região promotora,

exon 2, íntron 2 e exon 3 do gene da adiponectina

O sequenciamento foi realizado no LIM/25 em seqüenciador

automático ABI PRISM 3130 XL Genetic Analyser, Applied Biosystems

Foster City,USA.

G/C

C/T

G/C

C/T

A

B

C

G/C

C/T

G/C

C/T

A

B

C

Figura 10. Esferograma ilustrativo do seqüenciamento da região promotora,

evidenciando os SNPs -11391G>A e -11377C>G. A: hetrerozigose, B:

(67)

3.2.12. Análise estatística

Realizamos a análise estatística no programa SPSS versão 14

(Statistical Package for Social Science Inc., Chicago, Illinois, USA).

Avaliamos as variáveis quantitativas utilizando o teste t de Student e análise

de variância (ANOVA) de um caminho com análise Post Roc de Tukey, após

normalização das amostras pelo log10. Comparamos as variáveis

qualitativas pelo teste qui-quadrado (χ2). Estimamos o risco relativo com o

cálculo do Odds Ratio (OR). Utilizamos a correlação de Pearson para

análise de relações bivariadas. Avaliamos a influência das variáveis

estudadas pela análise de regressão múltipla e para a avaliação dos

haplótipos utilizamos a regressão logística multinomial. Consideramos o

resultado significante quando p < 0,05.

Utilizamos o programa Helix TreeTM para calcular o Equilíbrio de

Hardy-Weinberg e o desequilíbrio de ligação entre os SNPs, e para

(68)

Imagem

Figura 4. Gel de agarose demonstrativo  dos produtos da reação de PCR da  região promotora
Figura 6. Gel de agarose demonstrativo  dos produtos da reação de PCR do  íntron 2
Figura 8. Cromatograma ilustrativo de curvas obtidas no rastreamento do  exon 2 e exon 3 do gene da adiponectina
Figura 10. Esferograma ilustrativo do seqüenciamento da região promotora,  evidenciando os SNPs -11391G&gt;A e -11377C&gt;G
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Referências

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