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A arte é um conceito em disputa: cada grupo, influenciado por diversos cenários, vai entender a arte de maneiras diferentes.

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Academic year: 2021

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Conceitos fundantes da Arte

Onde você vai chegar

✓ Aprender sobre os conceitos iniciais da arte literária para que seja possível prosseguir com os gêneros literários e escolas literárias

✓ Entender a função da arte no cotidiano e sua importância para a história da sociedade

Teoria

A arte é um conceito em disputa: cada grupo, influenciado por diversos cenários, vai entender a arte de maneiras diferentes.

Podemos destacar, dentre as funções da arte e da literatura, os seguintes tópicos: • Transmissão da cultura

• Entretenimento (Indústria cultural) • Aspecto lúdico, experimental • Papel político

• Documentos de época

• Repositório de narrativas e imagens • Desenvolvimento de percepções • Estímulo ao pensamento crítico

O cânone oficial e as novas perspectivas

Chancela oficial – instituições que criam um cânone daquilo que se entende como arte e que pode levar

ao engessamento e repetição do contato com a obra. Isso acontece, por exemplo, com o ensino de Literatura, no colégio, que, muitas vezes, tem como principal objetivo a prova de vestibular.

Nessa perspectiva, surgem exclusões: formas de arte são negligenciadas.

“Antiarte”: Aquilo que, teoricamente, contraria a chancela – as Vanguardas Europeias são um grande

exemplo. Veja:

“Ready-made” de (Marcel Duchamp) “Roda de bicicleta”

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“A fonte”

Disponível em: https://www.publico.pt/2017/12/07/culturaipsilon/noticia/centenario-da-fonte-de-marcel-duchamp-e-visoes-do-amor-no-museu-berardo-em-2018-1795296

Se liga!

Leia este artigo sobre “Como um urinol mudou para sempre a forma de pensar sobre a arte”.

Amor

Humor

(Oswald de Andrade)

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“Guernica” (Picasso)

Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Guernica_(Picasso) Se liga!

Na parte “Na cultura” do material, falamos sobre Poesia Marginal que é um movimento muito interessante para ilustrar esse aspecto das novas perspectivas na arte literária.

Poesia e seus elementos clássicos

Para que serve a arte? Do que o corpo é capaz? O corpo produz linguagem. Veja o vídeo a seguir:

Rebeca Andrade viraliza ao levar "Baile de Favela" para as Olimpíadas

A matéria completa você pode ler clicando aqui

A dança é um importante componente cultural da humanidade. O folclore brasileiro é rico em danças que representam as tradições e a cultura de várias regiões do país. Estão ligadas aos aspectos religiosos, festas, lendas, fatos históricos, acontecimentos do cotidiano e brincadeiras e caracterizam-se pelas músicas animadas (com letras simples e populares), figurinos e cenários representativos.

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A história do futebol é uma triste viagem do prazer ao dever. [...] O jogo se transformou em espetáculo, com poucos protagonistas e muitos espectadores, futebol para olhar, e o espetáculo se transformou num dos negócios mais lucrativos do mundo, que não é organizado para ser jogado, mas para impedir que se jogue. A tecnocracia do esporte profissional foi impondo um futebol de pura velocidade e muita força, que renuncia à alegria, atrofia a fantasia e proíbe a ousadia. Por sorte ainda aparece nos campos, [...] algum atrevido que sai do roteiro e comete o disparate de driblar o time adversário inteirinho, além do juiz e do público das arquibancadas, pelo puro prazer do corpo que se lança na proibida aventura da liberdade.

GALEANO, E. Futebol ao sol e à sombra. Porto Alegre: L&PM, 1995.

Poesia

Quando pensamos em poesia, pensamos, sobretudo, em três pontos: metro, ritmo e rima. Esses aspectos possuem uma origem mnemônica, ou seja, que têm uma função de memória pautada nos padrões de repetição. Esses elementos se destacam, principalmente, em cantigas, ditados populares, repentes,

propagandas, “músicas chiclete”, entre outros.

Ex.: Quem com ferro fere com ferro será ferido.

Água mole em pedra dura tanto bate a até que fura. Observe o poema de Gonçalves Dias:

JUCA PIRAMA IV

Meu canto de morte, Guerreiros, ouvi: Sou filho das selvas,

Nas selvas cresci; Guerreiros, descendo

Da tribo tupi.

Não tem como ler esses versos sem sentir o ritmo e sem perceber a mimetização do toque dos tambores que, na nossa sociedade, tem tudo a ver com a cultura indígena.

Verso livre e coloquialidade

Não tem como pensar nesses dois aspectos sem falar de Modernismo.

Inclusive, veja a construção de um mapa mental incrível sobre esse movimento literário.

“Ver com os olhos livres”

A frase acima, destacada do Manifesto Pau-Brasil (criado por Oswald de Andrade, um dos grandes nomes da 1ª fase do Modernismo), elucida a intenção do movimento em abrir mão de preconceitos e resgatar, livremente, todos os elementos culturais brasileiros. Dessa maneira, são propostos novos trajetos estéticos, fugindo, cada vez mais, dos aspectos formais literários e alcançando maior liberdade de criação.

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3 de maio

Aprendi com meu filho de dez anos Que a poesia é a descoberta Das coisas que nunca vi

(Oswald de Andrade) Pronominais Dê-me um cigarro Diz a gramática Do professor e do aluno E do mulato sabido

Mas o bom negro e o bom branco Da Nação Brasileira

Dizem todos os dias Deixa disso camarada Me dá um cigarro

(Oswald de Andrade) Ode triunfal

À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica Tenho febre e escrevo.

Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto, Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos. Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!

Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria! Em fúria fora e dentro de mim,

Por todos os meus nervos dissecados fora,

Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto! Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos, De vos ouvir demasiadamente de perto,

E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso De expressão de todas as minhas sensações,

Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas!

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Prosa e estratégias narrativas Estratégias de articulação da narrativa

• Encadeamento dos fatos: começo, meio e fim; flashback; digressão.

• Foco narrativo: onisciência (3ª pessoa); 1ª pessoa; profundidade psicológica • Personagens

• Vocabulário

Iracema (1865)

Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira.

Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna e mais longos que seu talhe de palmeira.

O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado.

Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu?" onde campeava sua guerreira tribo da grande nação tabajara, o pé grácil e nu, mal roçando alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas.

(José de Alencar) Vidas Secas (1938)

- Por que é que vossemecê bota água em tudo?

Seu Inácio fingiu não ouvir. E Fabiano foi sentar-se na calçada, resolvido a conversar. O vocabulário dele era pequeno, mas em horas de comunicabilidade enriquecia-se com algumas expressões de seu Tomás da bolandeira. Pobre de ser Tomás. Um homem tão direito sumir-se como cambembe, andar por este mundo de trouxa nas costas. Seu Tomás era pessoa de consideração e votava.

(Graciliano Ramos)

Memórias póstumas de Brás Cubas (1881) Virgília? (Cap. XXVII)

Virgília? Mas então era a mesma senhora que alguns anos depois?... A mesma; era justamente a senhora, que em 1869 devia assistir aos meus últimos dias, e que antes, muito antes, teve larga parte nas minhas mais íntimas sensações. Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça, e, com certeza, a mais voluntariosa. Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do tempo, porque isto não é romance em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas; mas também não digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda ou espinha, não.

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Se liga!

Clicando neste link você terá acesso ao diagrama abaixo que, de maneira muito eficiente, pontua todos

os aspectos e elementos que foram trabalhados na aula.

Disponível em: https://coggle.it/diagram/XhvHFCTykBYH5MAh/t/arte-e-literatura-conceitos-iniciais

Se liga

Este artigo é muito interessante, do ponto de vista acadêmico, em relação aos pontos que trabalhamos

nesta aula. É legal mostrar aos alunos que pensam em seguir alguma carreira relacionada às Letras.

Na Cultura

As Tendências Contemporâneas

As tendências contemporâneas caracterizam-se pelas manifestações literárias a partir de meados do século XX até os dias atuais. Há uma vasta gama de artistas e autores que exploram diferentes formas de expressão e lirismo, uma vez que não há mais “moldes” estéticos, a intenção artística do momento é usufruir da liberdade e temática textuais. É difícil agrupar os autores contemporâneos, pois ainda estamos presenciando essas tendências em nosso dia a dia.

Tropicália

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Ao final da década de 1960, o movimento Tropicália trouxe novos ares à música brasileira, uma vez que o ritmo da Bossa Nova era considerado o grande símbolo do país. Para promover o sincretismo cultural, vários artistas incorporaram influências estrangeiras, como o uso da guitarra elétrica e a psicodelia, porém, parte da população rejeitou essa manifestação artística, incitando que os estilos musicais deveriam ser puramente nacionais. A intenção da inserção do Tropicalismo no Brasil era promover a pluralidade cultural e impulsionar a modernidade artística.

Entre os artistas que se destacaram neste período, por meio da música, estão Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Torquato Neto, Tom Zé e a banda Os Mutantes.

“Irreverente, a Tropicália transformou os critérios de gosto vigentes, não só quanto à música e à política, mas também à moral e ao comportamento, ao corpo, ao sexo e ao vestuário. A contracultura hippie foi assimilada, com a adoção da moda dos cabelos longos encaracolados e das roupas escandalosamente coloridas.

O movimento, libertário por excelência, durou pouco mais de um ano e acabou reprimido pelo governo militar. Seu fim começou com a prisão de Gil e Caetano, em dezembro de 1968. A cultura do País, porém, já estava marcada para sempre pela descoberta da modernidade e dos trópicos.”

Disponível em: <http://tropicalia.com.br/identifisignificados/movimento>.

Poesia Marginal de 1970

Disponível em: <http://s1.static.brasilescola.uol.com.br/img/2014/06/helio-oiticica-seja-marginal-seja-heroi.jpg>.

A poesia marginal surgiu em um período de repressão nos anos 70: a ditadura militar. Essa manifestação representa a voz das minorias, dos grupos de artistas que nunca foram elevados pela imprensa e que ficavam à margem da cultura considerada “elitizada”. A estética dessa poesia é dada por textos pequenos e preza pelo apelo visual, como quadrinhos e fotos associados ao texto verbal. Além disso, há a presença de uma linguagem coloquial e de uma temática cotidiana, que visa apresentar um caráter crítico, humorístico ou, até mesmo, erótico. Os grandes representantes são Chacal, Cacaso, Paulo Leminski e Torquato Neto.

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Minha terra tem palmeiras onde canta o tico-tico. Enquanto isso o sabiá vive comendo o meu fubá. Ficou moderno o Brasil ficou moderno o milagre: a água já não vira vinho, vira direto vinagre. Minha terra tem Palmares memória cala-te já. Peço licença poética Belém capital Pará.

Bem, meus prezados senhores dado o avançado da hora errata e efeitos do vinho o poeta sai de fininho. (será mesmo com dois esses que se escreve paçarinho?)

Paulo Leminski

Por meio de trocadilhos, jogos de palavras e brincadeiras, Leminski se tornou uma das principais referências literárias da contemporaneidade, trazendo ao leitor certa aproximação da língua falara, por meio de composições poéticas ricas em gírias e palavrões, como forma única e individual de escrita.

Incenso fosse música

isso de querer ser exatamente aquilo

que a gente é ainda vai nos levar além

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Racionais MC’s: sobrevivendo no inferno

Considerado um dos álbuns mais importantes do rap brasileiro, gravado em 1997, “Sobrevivendo ao Inferno”, embora seja uma coletânea musical, engloba na atualidade uma das tendências contemporâneas da poesia brasileira. De modo a caracterizar grupos sociais em desfavorecimento, além de explicitar a desigualdade vivenciada pelo povo brasileiro, as letras realistas aproximam o leitor/ouvinte de temáticas esquecidas e invisibilizadas.

O álbum, assim como outras músicas do conjunto, já estiveram presentes em questões de vestibulares, assim como também em listas de leituras obrigatórias (Unicamp).

Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Sobrevivendo_no_Inferno | Acesso em 28.04.2020

Diário de um detento

Aqui estou, mais um dia sob o olhar sanguinário do vigia

Você não sabe como é caminhar com a cabeça na mira de uma HK Metralhadora alemã ou de Israel

Estraçalha ladrão que nem papel

Ha, na muralha, em pé, mais um cidadão José Servindo o Estado, um PM bom

Passa fome, metido a Charles Bronson Ele sabe o que eu desejo

Sabe o que eu penso

O dia 'tá chuvoso o clima 'tá tenso Vários tentaram fugir, eu também quero Mas de um a cem, a minha chance é zero Será que Deus ouviu minha oração? Será que o juiz aceitou a apelação? Mando um recado lá pro meu irmão

Se tiver usando droga, 'tá ruim na minha mão! Ele ainda 'tá com aquela mina

(Pode crer) pode crer moleque é gente fina Tirei um dia a menos ou um dia a mais, sei lá Tanto faz, os dias são iguais

Acendo um cigarro, e… [...]

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Exercícios

1.

(Enem) Reclame

“Se o mundo não vai bem a seus olhos, use lentes ... ou transforme o mundo ótica olho vivo

agradece a preferência.”

CHACAL et al. Poesia marginal. São Paulo: Ática, 2006.

Chacal é um dos representantes da geração poética de 1970. A produção literária dessa geração, considerada marginal e engajada, de que é representativo o poema apresentado, valoriza:

a) o experimentalismo em versos curtos e tom jocoso.

b) a sociedade de consumo, com o uso da linguagem publicitária. c) a construção do poema, em detrimento do conteúdo.

d) a experimentação formal dos neossimbolistas. e) o uso de versos curtos e uniformes quanto à métrica.

2.

(Enem) Fim de semana no parque

Olha o meu povo nas favelas e vai perceber Daqui eu vejo uma caranga do ano

Toda equipada e o tiozinho guiando

Com seus filhos ao lado estão indo ao parque Eufóricos brinquedos eletrônicos

Automaticamente eu imagino A molecada lá da área como é que tá Provavelmente correndo pra lá e pra cá Jogando bola descalços nas ruas de terra É, brincam do jeito que dá

[…]

Olha só aquele clube, que da hora

Olha aquela quadra, olha aquele campo, olha Olha quanta gente

Tem sorveteria, cinema, piscina quente […]

Aqui não vejo nenhum clube poliesportivo Pra molecada frequentar nenhum incentivo O investimento no lazer é muito escasso O centro comunitário é um fracasso

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A letra da canção apresenta uma realidade social quanto à distribuição distinta dos espaços de lazer que

a) retrata a ausência de opções de lazer para a população de baixa renda, por falta de espaço adequado.

b) ressalta a irrelevância das opções de lazer para diferentes classes sociais, que o acessam à sua maneira.

c) expressa o desinteresse das classes sociais menos favorecidas economicamente pelas atividades de lazer.

d) implica condições desiguais de acesso ao lazer, pela falta de infraestrutura e investimentos em equipamentos.

e) aponta para o predomínio do lazer contemplativo, nas classes favorecidas economicamente; e do prático, nas menos favorecidas

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Gabaritos

1. A

A ideia da marginalização vem do rompimento com o cânone, com o sacro da literatura. A experimentacão do verso curto, piada, das temáticas comuns foi uma quebra de paradigmas.

2. D

A letra da canção retrata a forte desigualdade social presente no país, contrastando o espaço da periferia (espaço da escassez) e áreas de prestígio social (espaço marcado por ofertas).

Referências

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