GOL LINHAS AÉREAS
Modelo do serviço de transporte de pet em aeronaves
Felipe Leckar Gustavo Galvão Vasconcellos Karina Granucci Nogueira Luiz Alberto Bressan Paulo Adriano Jacomel Silvana Fatima Moraes Fanini
Curitiba 2022
Karina Granucci Nogueira Luiz Alberto Bressan Paulo Adriano Jacomel Silvana Fatima Moraes Fanini
GOL LINHAS AÉREAS
Modelo do serviço de transporte de pet em aeronaves.
Projeto apresentado à Fundação Dom Cabral como requisito parcial para a conclusão do Programa de
Especialização em Gestão de Negócios.
Professor Orientador: Dr. Paulo Renato de Sousa
Curitiba 2022
A Deus.
A nossos familiares.
Aos donos de pets que nos inspiraram.
Ao nosso Orientador, por toda dedicação e orientação na elaboração deste projeto aplicativo.
Às empresas GOL Linhas Aéreas Inteligentes S/A, Transporte Coletivo Glória Ltda.; Fetranspar – Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná; Vale S/A, Concessão Metroviária Rio de Janeiro S/A e PBG S/A, por investirem em nosso desenvolvimento.
Ao ITL, CNT e SEST/SENAT, por proporcionarem esta experiência aos colaboradores do transporte de diversos modais e por acreditarem no desenvolvimento dos colaboradores do setor.
Aos amigos e colegas que de alguma forma contribuíram para a elaboração deste Projeto Aplicativo.
O objetivo do estudo é apresentar propostas de melhorias no serviço de transporte de pets em aeronaves no Brasil, incrementando adaptações, soluções tecnológicas e operacionais para proporcionar maior segurança e confiabilidade ao serviço. Devido ao crescimento exponencial dos pets nas famílias brasileiras, devido à opção dos casais, seja por não terem filhos, ou, em alguns casos, no máximo 01 (um), observa- se nessas situações que os animais de estimação estão preenchendo esse espaço na vida das pessoas, acentuado ainda mais após a chegada da pandemia de COVID- 19. Nos últimos anos, mesmo com a crise gerada em virtude da pandemia, o setor de acessórios e alimentos para pets tem crescido acima da média no Brasil. Diante disso, há uma crescente demanda no transporte aéreo de pets, visto que cada vez mais as pessoas necessitarão ou desejarão realizar viagens de mudança ou turismo levando seus animais de estimação, seja na cabine ou no porão da aeronave. Desta forma, após a realização de pesquisas, questionários e entrevistas direcionados às pessoas que possuem animais de estimação e profissionais da medicina veterinária, foi possível identificar situações e coletar sugestões que possibilitaram apresentar neste projeto algumas soluções que poderão ser implantadas no processo de triagem, guarda e deslocamento dos pets em voos da companhia GOL, surgindo como forte tendência e oportunidade de mercado. Para tanto, se faz necessária a análise mais aprofundada quanto à viabilidade financeira do projeto, à elaboração de políticas, leis e normatização de padrões para realização desse transporte com maior frequência no Brasil.
Palavras-chave: Melhorias. Soluções. Transporte Aéreo. Pets. Aeronave. Voos.
Segurança. Tecnologias. Confiabilidade. Viabilidade. Políticas. Leis.
Figura 1 – Mercado Nacional ou Doméstico ... 25
Figura 2 – Mercado Internacional ... 25
Figura 3 – Resultados Financeiros das Empresas Brasileiras ... 26
Figura 4 – Modelo de aeronave para Pets ... 38
Figura 5 – Tipos de transporte de animais vivos ... 46
Figura 6 – Kennel, bolsa de transporte ... 50
Figura 7 – Bolsa de Transporte Gol ... 50
Figura 8 – Bolsa de Transporte Gol ... 51
Figura 9 – Solicitação para Transporte de pets ... 54
Figura 10 – Caixas para transporte de pets ... 58
Figura 11 – Raças não permitidas para embarque ... 60
Figura 12 – Dog&Cat + Espaço ... 61
Figura 13 – Especificações da caixa de transporte ... 63
Figura 14 – Comparativo de produtos ... 64
Figura 15 – DRE, Informações trimestrais – ITR individuais e consolidadas de 31/03/2022 da Gol Linhas Áreas Inteligentes ... 87
Figura 16 – Custos dos serviços prestados e despesas operacionais, ITR individuais e consolidadas de 31/03/2022 da Gol Linhas Áreas Inteligentes .... 88
Figura 17 – Notícia sobre preço médio da passagem área no Brasil ... 91
Figura 18 – Passageiros Pagantes, Informações trimestrais – ITR individuais e consolidadas de 31/03/2022 da Gol Linhas Áreas Inteligentes ... 92
Figura 19 – População EUA atualizada... 93
Figura 20 – População Brasil atualizada ... 93
Figura 21 – Investimento em curso de primeiros socorros para pet ... 96
Figura 22 – Matérias do Módulo I – Curso primeiros socorros de pet... 96
Figura 23 – Matérias do Módulo II – Curso primeiros socorros de pet... 97
Figura 24 – Matérias do Módulo III – Curso primeiros socorros de pet ... 97
Figura 25 – Avaliação Final e Certificado – Curso primeiros socorros de pet .. 98
Figura 26 – Kit de brinquedo mordedor para pet ... 100
Figura 27 – Kit som ambiente 4 arandelas com Receiver Bluethooth Usb Fm ... 101
Figura 28 –Tablet Samsung Galaxy ... 102
Figura 29 – Leitor AT02 ... 106
Figura 30 – Rastreador ... 108
Figura 31 – Tractive GPS ... 108
Gráfico 1 – Totais do Mercado Doméstico ... 27
Gráfico 2 – Totais do Mercado Internacional ... 27
Gráfico 3 – Totais dos Mercados Doméstico e Internacional do Transporte de Cargas ... 28
Gráfico 4 – Classificação das principais companhias aéreas que aceitam animal de estimação nos EUA ... 65
Gráfico 5 – Condições de embarque de um animal ... 70
Gráfico 6 – Calmante para pet ... 70
Gráfico 7 – Risco na despressurização ... 71
Gráfico 8 – Risco no transporte de pet com problema de saúde ... 71
Gráfico 9 – Disponibilização de petiscos a bordo ... 72
Gráfico 10 – Disponibilização de brinquedo a bordo ... 72
Gráfico 11 – Disponibilização de brinquedo a bordo/risco ... 73
Gráfico 12 – Vacinas em dia ... 73
Gráfico 13 – Vacinas imprescindíveis para pet ... 74
Gráfico 14 – Exames necessários para pet antes da viagem ... 74
Gráfico 15 – Recomendação para transporte pet ... 75
Gráfico 16 – Faixa etária ... 76
Gráfico 17 – Grau de instrução ... 77
Gráfico 18 – Tipos de animais de estimação dos participantes da pesquisa .... 78
Gráfico 19 – Porte dos animais de estimação dos participantes da pesquisa .. 78
Gráfico 20 – Idade dos animais de estimação dos participantes da pesquisa .. 79
Gráfico 21 – Motivo pelo qual os donos levam os seus pets em viagem... 79
Gráfico 22 – Motivo pelo qual os donos não levam os seus pets em viagem ... 80
Gráfico 23 – Classificação da experiência em transportar pet no porão do avião ... 81
Gráfico 24 – O que mais agradou no serviço de transporte de pets em aeronaves... 81
Gráfico 25 – O que menos agradou no serviço de transporte de pets em aeronaves... 82
Gráfico 26 – Motivo pelo qual os donos transportariam ou não seus pets no compartimento de carga de aeronaves ... 82
Gráfico 27 – Cuidados indispensáveis para transporte de pets no compartimento de cargas de aeronaves ... 83
Gráfico 28 – Cuidados desejáveis para transporte de pets no compartimento de cargas de aeronaves ... 84
Gráfico 30 – Motivo do incômodo em caso de transporte de PET próximo a si em uma aeronave ... 85
Quadro 1 – Órgãos Vinculados ao Ministério da Infraestrutura ... 22 Quadro 2 – Informações Transporte Pet – Voo doméstico... 52 Quadro 3 – Informações transporte pet – Voo internacional ... 53
Tabela 1 – Índice de Soluções ... 33
Tabela 2 – Prazo médio de respostas (0 a 10) ... 34
Tabela 3 – Índice de Satisfação (1 a 5) ... 34
Tabela 4 – Reclamações Respondidas ... 35
Tabela 5 – Cálculo BEP Cenário-Base ... 90
Tabela 6 – Demonstrativo Investimento na contratação de veterinário ... 94
Tabela 7 – Demonstrativo Investimento na contratação de veterinário ... 95
Tabela 8 – Viabilidade Proposta 1 ... 109
Tabela 9 – Viabilidade Proposta 2 ... 110
Tabela 10 – Viabilidade Proposta 3 ... 111
Tabela 11 – Viabilidade Proposta 4 ... 112
Tabela 12 – Viabilidade Proposta 5 ... 113
Tabela 13 – Viabilidade Proposta 6 ... 114
Tabela 14 – Viabilidade Proposta 7 ... 115
Tabela 15 – Viabilidade Proposta 8 ... 116
Tabela 16 – Viabilidade Proposta 9 ... 117
ANAC Agencia Nacional de Aviação BEP Break Even Point
CF Custos Fixos CV Custos Variáveis
CVI Certificado Veterinário Internacional CZI Certificado Zoossanitário Internacional EUA Estados Unidos da América
IMC Índice de Margem de Contribuição ITR Formulário de Informações Trimestrais KENNEL Bolsa de transporte de pet
MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento MC Margem de Contribuição
OIE Organização Mundial de Saúde Animal PET Animal de estimação (termo em inglês) VARIG Viação Aérea Rio Grandense
VASP Viação Aérea São Paulo
VIGIAGRO Vigilância Agropecuária Internacional VTAV Veículo para Transporte para Animais Vivos
1 RESUMO EXECUTIVO ... 13
2 TEMA ... 15
2.1 Tema Delimitado ... 15
2.2 Justificativa ... 15
2.3 Pergunta-problema ... 15
2.4 Objetivo Geral ... 16
2.5 Objetivos Específicos ... 16
3 BASES CONCEITUAIS ... 17
3.1 Conceituação do Tema ... 17
3.2 Aplicação dos Principais Conceitos ... 21
3.2.1 Transporte de carga aérea ... 21
3.2.2 História ... 23
3.2.3 Setor Aéreo ... 23
3.2.4 Transporte de Cargas ... 24
3.2.5 Vantagens e Desvantagens do Transporte Aéreo ... 24
3.2.6 Painel de Indicadores do Transporte Aéreo 2020 ... 24
3.2.7 Transporte de carga viva ... 28
3.2.8 Serviço ao cliente no transporte aéreo ... 32
3.2.9 Particularidades do transporte de carga viva ... 35
3.3 Fatores Críticos de Sucesso para operacionalização dos conceitos ... 36
3.4 Cases de Sucesso ... 37
4 METODOLOGIA DE PESQUISA ... 41
5 LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE INFORMAÇÃO ... 46
5.1 Análise do Setor ... 46
5.2 A realidade atual da empresa ... 48
6 BENCHMARKING ... 65
6.1 Empresa ALASKA AIRLINES ... 66
7 PESQUISA PETs ... 69
7.1 Análise Técnica da Viagem dos Animais ... 70
7.2 Análise – Pesquisa Pets ... 76
8 PROPOSTA DE SOLUÇÃO ... 86
8.1 Metodologia de Análise de Viabilidade da Proposta de Solução ... 86
8.2.1 Proposta de Solução – Disponibilidade de veterinário no aeroporto ... 93
8.2.2 Proposta de Solução – Primeiros socorros de Pet para os comissários de bordo ... 95
8.2.3 Proposta de Solução – Disponibilização de brinquedos para os pets durante a viagem ... 99
8.2.4 Proposta de Solução – som ambiente para o compartimento de carga .. 100
8.2.5 Proposta de solução – TV com filmes para os pets ... 101
8.2.6 Programa de fidelidade para pets ... 102
8.3 Análise de Viabilidades – Classificações quanto à viabilidade ... 109
8.3.1 Proposta de Solução 1 - Disponibilidade de veterinário no aeroporto.... 109
8.3.2 Proposta de Solução 2 - Primeiros socorros de pet para os comissários de bordo ... 110
8.3.3 Proposta de Solução 3 - Disponibilização de brinquedos para os pets durante a viagem ... 111
8.3.4 Proposta de Solução 4 - Som ambiente para o compartimento de carga ... 112
8.3.5 Proposta de Solução 5 - Tv com filmes para os pets ... 113
8.3.6 Proposta de Solução 6 - Programa de fidelidade para Pets ... 114
8.3.7 Proposta de Solução 7 - Serviço de Pet Desacompanhado ... 115
8.3.8 Proposta de Solução 8 – Microchip ... 116
8.3.9 Proposta de Solução 9 – Rastreador ... 117
9 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ... 118
REFERÊNCIAS ... 121
1 RESUMO EXECUTIVO
O transporte aéreo de passageiros e de cargas no Brasil é caracterizado pela grande importância na economia do país, devido ao impacto positivo com a geração de empregos, fluxo de bens, investimentos e consumo gerado pelas companhias aéreas em sua cadeia de suprimentos.
De acordo com essa perspectiva e com o aumento significativo da população de pets entre as famílias brasileiras, o serviço de transporte aéreo de animais de estimação, de alto valor agregado e que gera impacto significativo à imagem das companhias aéreas devido ao valor sentimental envolvido, tem se mostrado uma oportunidade com potencial lucrativo para as empresas aéreas, neste caso em específico a GOL, para ganhar e reter clientes nesse segmento.
Após os episódios de grande repercussão, ocorridos no ano de 2021, em que os cães Zyon, da raça Golden Retriever (setembro de 2021), e Weiser, da raça American Bully (outubro de 2021), transportados pela empresa LATAM, morreram durante seus voos, e um outro em que a cadela Pandora sem raça definida (dezembro de 2021 desapareceu durante uma conexão quando estava sob responsabilidade da empresa GOL, além do coelho Alfredo, que teve seu embarque negado pela empresa KLM no aeroporto de Guarulhos (SP), houve um movimento expressivo dos tutores e defensores da causa, que passaram a exigir das autoridades (Governo), órgãos reguladores (Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC, Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária – Infraero) e companhias aéreas a regularização do transporte de pets na cabine do avião e não mais como carga.
Neste sentido, o objetivo do projeto aplicativo é apresentar propostas de melhorias no serviço de transporte de pets em aeronaves no Brasil, incrementando adaptações, soluções tecnológicas e operacionais para proporcionar maior segurança e confiabilidade ao serviço.
Nos últimos anos, mesmo com a crise gerada em virtude da pandemia, o setor de acessórios e alimentos para pets tem crescido acima da média no Brasil, o que revela um mercado em expansão para novos negócios.
Diante disso, apostando em uma crescente demanda no transporte aéreo de pets, observa-se uma oportunidade de mercado para a empresa GOL, visto a baixa concorrência para esse tipo de serviço, proporcionando uma maior capilaridade à empresa no setor aéreo nacional, já que cada vez mais as pessoas necessitarão ou
desejarão realizar viagens de mudança ou turismo levando seus animais de estimação, seja na cabine ou no porão da aeronave.
Após a realização de pesquisas, questionários e entrevistas direcionados às pessoas que possuem animais de estimação e profissionais da medicina veterinária, foi possível identificar situações relevantes e coletar sugestões que possibilitaram apresentar neste projeto algumas soluções que poderão ser implantadas no processo de triagem / guarda e deslocamento dos pets em voos da Companhia GOL, surgindo como forte tendência e oportunidade de mercado.
As propostas de melhorias do presente projeto aplicativo surgiram levando em consideração as falhas identificadas nos processos operacionais existentes, bem como após levantamento de dados obtidos através da pesquisa, questionários e avaliação de cases de sucesso, como é o caso da empresa Pet Airwais, que foi criada em 2007 com o objetivo de oferecer uma solução segura e confortável para o transporte aéreo de animais domésticos, e cujo conceito era garantir ao animal o mesmo conforto e acessibilidade de um passageiro convencional.
A viabilidade técnica, operacional e financeira das propostas dependerá de uma avaliação mais detalhada por parte da empresa GOL, tendo em vista que existem possibilidades de serem acatadas parcial ou totalmente, bem como deverá ser observado o processo de regulamentação de padrões e normatização para esse promissor tipo de transporte, com maior frequência no Brasil.
2 TEMA
O tema do presente projeto é “Modelo do serviço de transporte de pet, em aeronaves”.
2.1 Tema Delimitado
Logística e transporte para o “Modelo do serviço de transporte de pet, em aeronaves”.
2.2 Justificativa
O presente Projeto Aplicativa tem como justificativas:
1. A ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil ) deverá regulamentar o transporte de animais e coelhos na Cabine conforme AÇÃO CIVIL PÚBLICA Nº 5045589- 92.2021.4.04.7000/PR e Nº 5000389-28.2022.4.04.7000/PR.
2. Insatisfação da população brasileira com as empresas aéreas no transporte de pets em decorrência das duas mortes de animais pela Latam e da perda de um pet na Gol. São requeridas atenção e excelência na recuperação do serviço para restaurar a reputação da empresa e a confiabilidade do serviço.
3. Serviço de transporte de alto valor agregado que gera alto impacto à imagem da empresa devido ao valor sentimental envolvido.
4. Potencial lucrativo para ganhar e reter clientes nesse segmento.
2.3 Pergunta-problema
A questão principal para o desenvolvimento do projeto é: Quais são os desafios para se operacionalizar e inovar o transporte de pets em aviões?
2.4 Objetivo Geral
O objetivo geral deste Projeto Aplicativo é “verificar a viabilidade do Projeto e seu retorno financeiro e a aquisição de novos clientes”.
2.5 Objetivos Específicos
Objetivos específicos definidos:
1. Avaliar contratação de coleiras inteligentes para animais que viajam no compartimento de cargas que contenham tecnologia de rastreamento e monitoramento em tempo real dos batimentos cardíacos e sensor de temperatura para cães e gatos.
2. Definir métodos e outras opções de equipamentos de rastreabilidade para o transporte de pets.
3. Identificar a necessidade de acompanhamento veterinário nos aeroportos.
4. Ofertar serviço de acompanhamento “de pets desacompanhados”, durante toda a jornada de transporte do animal; proporcionar interação com o cliente em tempo real, fazendo videoconferência durante o transporte do animal na cabine.
3 BASES CONCEITUAIS
3.1 Conceituação do Tema
Os pets têm ganhado cada vez mais espaço dentro do ambiente familiar, é o que revela uma pesquisa realizada em 2020 pelo IBGE juntamente com o Instituto Pet Brasil.
O Brasil tem a segunda maior população de cães, gatos e aves canoras e ornamentais em todo o mundo e é o terceiro maior país em população total de animais de estimação, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação, que movimentam um mercado global de R$ 130 bilhões por ano, segundo dados de uma pesquisa realizada pela Euromonitor (SEBRAE, 2021).
Os dados da Abinpet apontam que existe um total de 144,3 milhões pets.
Desse total, mais de 55 milhões são cães, 40 milhões são aves (tanto ornamentais como calopsitas, passeriformes canoros, que podem ser definidos genericamente como “os passarinhos que cantam”) e quase 25 milhões de gatos. Há ainda 19,4 milhões de peixes ornamentais e 2,4 milhões de “outros animais”, categoria que engloba desde pequenos mamíferos, como hamsters, coelhos e porquinhos da Índia, até répteis e anfíbios. Esse incremento da população de pets tem impacto econômico significativo. A participação do setor representa 0,36% do PIB brasileiro e coloca o país no patamar de segundo maior mercado pet do planeta, suplantado apenas pelos Estados Unidos.
Para se ter ideia, de acordo com dados do censo demográfico divulgado em 2018 pelo IBGE no Brasil, a população de crianças (que somava pouco menos de 45 milhões segundo o estudo) havia sido alcançada pela população de cachorros nas casas do Brasil, que já somavam 52,2 milhões. Estimando-se 1,8 cão nas residências onde há pelo menos um deles como pet, o número de pets já representava 67,6% da população brasileira. Isso significa que mais da metade da população possui pelo menos um animal.
Com esses estudos, percebemos que houve um aumento significante de casas cujos habitantes caninos são considerados membros integrantes da família.
As mudanças do perfil das famílias brasileiras têm grande impacto nessa relação entre humanos e pets. Houve um aumento de casais que optaram por não ter filhos, ou somente um filho, e buscam a companhia de um pet, preenchendo em
número crescente as residências com a sua presença. A longevidade e o estilo de vida solitário nas grandes cidades fazem os pets importantes na vida das pessoas.
Além disso, os animais de estimação são considerados fundamentais em tratamentos terapêuticos e em políticas de inclusão social.
Após a chegada da pandemia de Covid-19, o crescimento do setor se acentuou. Segundo estimativa do Radar Pet, houve um aumento de 30% do total de animais de estimação no Brasil em 2021, acentuado para um mercado que já vinha apresentando, nos anos anteriores, uma taxa média de crescimento superior a 20%.
Com o isolamento social, as pessoas se sentiram mais solitárias e passaram a buscar ainda mais a companhia dos animais de estimação. Outro fator relevante foi o home office, que facilitou os cuidados em casa. E a tendência é que esse movimento se intensifique nos próximos anos.
Nos últimos cinco anos, o setor de acessórios e alimentos para pets cresceu 87%, de acordo com a empresa de pesquisa de mercado Euromonitor International.
O Instituto Pet Brasil apontou que o segmento cresceu 13,5% em 2020 no país em relação a 2019, com um movimento 6,8% maior do que o projetado durante o primeiro semestre.
Mesmo com as crises provocadas pela pandemia, O Brasil é um dos países que mais crescem no segmento, sendo que, apenas em 2020, mesmo com a crise da Covid-19, o mercado pet cresceu 17,8% no país.
Em 2021, segundo o Euromonitor International, o Brasil se consolidou como sexto maior mercado pet do mundo. O país já é o segundo mercado mundial de alimentos para cães (54,2 milhões em 2018, segundo o Pet Brasil) e terceiro de alimentos para pets, atrás de Estados Unidos e China.
O mercado pet tem crescido e 2022 promete ser um ano muito bom para o setor. Produtos, serviços e comércio de animais de estimação registraram alta de 27%
no faturamento em 2021 ante 2020, para R$ 51,7 bilhões, segundo levantamento do Instituto Pet Brasil divulgado em 14/03/2022. A perspectiva é de um crescimento de 87% até 2026.
De acordo com a ABcomm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico), o mercado pet movimentou cerca de R$ 2 bilhões em 2020, foi o 11º maior ticket médio em vendas on-line. Esse dado indica não só um crescimento no interesse dos tutores na busca da melhoria na qualidade de vida de seus pets, como também revela a preocupação e a atenção que esse público demanda a seus animais de estimação.
A busca de serviços através da tecnologia cada vez mais vem aumentando, muitos já optam pelo uso de câmeras de monitoramento nas residências para monitorar e, até mesmo, conversar com os seus pets enquanto estão fora de casa.
Outro destaque são os alimentadores automáticos controlados por aplicativos, que indicam forte tendência devido ao esquema híbrido de trabalho, que mescla o home office com as idas periódicas aos escritórios.
Tudo isso indica o quanto esse nicho é bastante promissor e evidencia a crescente integração e preocupação da integração dos animais de estimação à família. Passam a existir assinatura de entrega de produtos mensalmente, creches de pets para o animal passar o dia, contratação de passeadores e, até mesmo, contratação de hospedagem e serviços de transporte, que vão desde táxi dogs a companhias áreas sendo criadas apenas para o transporte do pet.
Neste cenário, podemos observar algumas tendências, como o do consumidor alinhado ao propósito, uma vez que ele está cada vez mais ativista de causas, pressionando o Senado a definir os animais de estimação não mais como “coisas”, mas seres com direitos assegurados a uma vida digna.
Vistos como membros da família, inclusive sendo até alvos com frequência na tratativa de litígios de casais separados com pedidos de guarda compartilhada dos animais de estimação, o projeto de lei PL 6.590/2019 define os animais de estimação como intermédios entre o sujeito e o objeto de direito e define os animais de estimação como seres de senciência e sensibilidade, devendo ser protegidos contra maus-tratos, com plena condição de bem-estar. São destinações principais deles, entre outras:
companhia, lazer, terapia, criação, guarda, trabalho, auxílio a pessoas com deficiência, esportes, participação em torneios e exposições, reprodução para melhoramento genético e trabalhos especiais. Nesse sentido existe a classificação de Animal de Serviço e Animal de suporte Emocional.
Os Animais de Serviço são aqueles que foram treinados para executar alguma função/tarefa, que vai desde assistência a pessoas com deficiências físicas e mentais a atividades policiais, militares ou mesmo de resgate. Os cães-guias se encaixam nessa classificação no Brasil e têm direitos garantidos por lei para acompanhamento a pessoas com deficiência em locais públicos e privados, enquanto para os animais de suporte emocional não há legislação específica no Brasil. Animal de Suporte Emocional são aqueles com fins terapêuticos utilizados para tratamentos psiquiátricos, com declaração de doença mental. Eles fornecem um serviço
semelhante aos cães-guias, mas não limita o animal a cachorro, podendo ser qualquer animal treinado, com documentação de apoio e declaração médica. Nos Estados Unidos, esses animais são protegidos por Lei, que lhes permite voar no avião ao lado do tutor. No entanto, não têm direitos no acesso a espaços públicos, ao contrário dos cães de serviço.
Mas em geral, independentemente da classificação dada, de acordo com o projeto de lei PL 6.590/2019, esses animais passam a ser considerados essenciais à boa qualidade de vida do homem na sociedade e, portanto, devem ter acesso a água limpa, alimentação completa, balanceada e adequada à espécie. Também devem ter acesso a zelo e exercícios, acompanhamento médico-veterinário e provimento de medicamentos quando necessário. Também devem ter segurança e condições adequadas de transporte.
No que tange ao serviço de transporte, o movimento mais recente que ganhou grandes proporções nas mídias sociais foi em decorrência aos últimos incidentes envolvendo o transporte de animais de estimação pelas companhias áreas ao final do ano de 2021.
Depois dos episódios lamentáveis de Zyon, cão da raça Golden Retriever, que chegou desfalecido ao seu destino, em setembro de 2021, e do Weiser, cão da raça American Bully, que também morreu durante o voo, em outubro, ambos transportados pela LATAM, em novembro de 2021, um outro episódio de grandes repercussões foi o caso do coelho Alfredo, que teve o embarque negado pela KLM no Aeroporto de Guarulhos (SP). Em dezembro foi a vez da cadela Pandora, que desapareceu durante a conexão em Guarulhos, quando estava sob responsabilidade da GOL.
Os tutores e defensores da causa passaram a exigir e cobrar tanto do governo quanto das empresas aéreas a regularização do transporte de pets na cabine do avião e não mais como carga, no porão das aeronaves.
Como consequência, principalmente aos casos do coelho Alfredo e o da Pandora, a justiça determinou que a ANAC regulamentasse o transporte de coelhos nas cabines das aeronaves e também o projeto de Lei Pandora para regulamentar o transporte de pets pelas companhias aéreas.
Diferentemente do Brasil, nos Estados Unidos existe a regulamentação no transporte de animais por parte do DOT (Department of Transportation), que requer das companhias aéreas americanas um relatório mensal que indique todas as ocorrências (mortes, perdas e danos/ferimentos) com os animais durante o transporte.
Com tudo isso em vista, nossa intenção de projeto aplicativo é de propor melhorias no sentido de tentar adaptar os serviços e produtos para pets de forma mais próxima àquilo que consumimos em nossas viagens de avião. Nossa visão é que esse tipo de oferta é positiva, pois, além de diversificar o mercado, também criam oportunidades, propõem melhores condições no serviço de transporte se apoiando nas últimas causas, nos projetos de lei e na forte tendência e oportunidade de mercado que esse segmento promete.
3.2 Aplicação dos Principais Conceitos
3.2.1 Transporte de carga aérea
De acordo com as informações do site brasilescola.com.br, de forma geral, o transporte de um país, independentemente da forma de modal, se aéreo, ferroviário, rodoviário ou marítimo, é responsável por toda a atividade econômica deste, é ele o responsável por todo o fluxo de itens, mercadorias, pessoas, dentre outros.
Entende-se como transporte aéreo aquele realizado por aeronaves; transporte ferroviário é o realizado em vias férreas ou trilhos através de trens; transporte rodoviário é aquele realizado em ruas, rodovias e estradas, que tem o objetivo de transportar pessoas ou objetos/materiais, ou ainda animais; transporte marítimo é o transporte aquático ou aquaviário, realizado em mares e oceanos através de barcos e navios.
Existem ainda os transportes hidroviário e dutoviário, que não serão aprofundados nesta explanação.
O desenvolvimento de infraestrutura, e o investimento em obras que beneficiem os setores de transporte geram impacto direto no desenvolvimento econômico de um país. Faz-se necessário o investimento na infraestrutura, manutenção e inovações nos diversos modais constantemente, este deve ser prioridade em todos os governos.
No Quadro 1, serão apresentados alguns órgãos associados ao transporte no Brasil:
Quadro 1 – Órgãos Vinculados ao Ministério da Infraestrutura RODOVIAS, FERROVIAS E HIDROVIAS:
DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
Vinculado ao Ministério da Infraestrutura pela lei nº 10.233*, de 5 de junho de 2001. http://www.dnit.gov.br/
RODOVIAS E FERROVIAS:
ANTT Agência Nacional de Transportes Terrestres
Instituída pela Lei n° 10.233, de 5 de junho de 2001, regulamentada pelo Decreto nº 4.130, de 13 de fevereiro de 2002, é entidade integrante da
Administração Federal.
http://www.antt.gov.br/
FERROVIAS:
VALEC ALEC Engenharia, Construções e Ferrovias S.A.
Vinculada ao Ministério da Infraestrutura, pela Lei n° 11.772, de 17 de setembro de 2008. http://www.valec.gov.br/
PORTOS:
ANTAQ Agência Nacional de Transportes Aquaviários
Integra a Administração Federal indireta, criada pela Lei nº 10.233/2001 e instalada em 17 de fevereiro de 2002.
http://www.antaq.gov.br/
AVIAÇÃO CIVIL:
ANAC Agência Nacional de Aviação Civil
Agência reguladora federal do País, foi criada pela Lei nº. 11.182, de 27 de setembro de 2005
vinculada ao Ministério da Infraestrutura.
http://www.anac.gov.br/
INFRAERO Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária
A Infraero é uma empresa pública federal brasileira de administração indireta vinculada ao Ministério da Infraestrutura, e vinculada à Secretaria de Aviação Civil, a Infraero administra os aeroportos brasileiros. Foi fundada em 1973.
http://www4.infraero.gov.br/
EPL Empresa de Planejamento e Logística S.A.
Criada pela Lei nº 12.743, de 19 de dezembro de 2012, é uma empresa estatal. https://www.epl.gov.br/
Fonte: Ministério da Infraestrutura. Adaptado pelos autores.
3.2.2 História
Na década de 1920, a Empresas Compagnie Générale Aéropostale e a Condor Syndikat iniciam a exploração do transporte aéreo no Brasil. Posteriormente, em 1927, a VARIG foi fundada pelo alemão Otto Ernst Meyer e, em 1933, a VASP.
A VARIG, em 1975, adquiriu a então concorrente Cruzeiro do Sul, que estava apresentando problemas financeiros. Em medos de 1999, a VARIG possuía 52% do sistema, e a Cruzeiro do Sul, 19%. A VASP detinha aproximadamente 22% – foi fundada por um grupo de empresários paulistas, e, após dificuldades, em 1935, passou a ser estatal e teve sua privatização em 1990.
Na década de 1960, quatro grandes empresas possuíam o maior mercado aéreo: VARIG, VASP, Cruzeiro e Transbrasil (antiga Sadia Transportes Aéreos).
A Transbrasil encerra suas atividades em 2001 abrindo falência em 2002, a VASP em 2004, sendo sua falência decretada em 2008, e, posteriormente, a VARIG em 2006.
Em 2001, a GOL Transportes Aéreos Ltda. inicia suas operações com a oferta de passagens com baixo custo e acessíveis.
3.2.3 Setor Aéreo
A ANAC – Agência Nacional de Aviação – foi criada em 27 de setembro de 2005, através da Lei nº 11.182, ficando a seu cargo a regulamentação e fiscalização das atividades de civis e da infraestrutura aeronáutica e portuária. Algumas competências atribuídas à ANAC são:
XI – expedir regras sobre segurança em área aeroportuária e a bordo de aeronaves civis, porte e transporte de cargas perigosas, inclusive o porte ou transporte de armamento, explosivos, material bélico ou de quaisquer outros produtos, substâncias ou objetos que possam pôr em risco os tripulantes ou passageiros, ou a própria aeronave ou, ainda, que sejam nocivos à saúde;
XXX – expedir normas e estabelecer padrões mínimos de segurança de vôo, de desempenho e eficiência, a serem cumpridos pelas prestadoras de serviços aéreos e de infraestrutura aeronáutica e aeroportuária, inclusive quanto a equipamentos, materiais, produtos e processos que utilizarem e serviços que prestarem;
Conforme o anexo à Resolução Nº 377, 15 de março de 2016, alguns conceitos cabíveis ao serviço aéreo público:
1.1 Transporte aéreo público significa o serviço aéreo público de transporte de passageiro, carga ou mala postal, regular ou não regular, doméstico ou internacional:
1.1.1 Transporte aéreo público regular significa o serviço de transporte aéreo público, outorgado por meio de concessão, aberto ao uso pelo público em geral e operado de acordo com uma programação previamente publicada ou numa regularidade tal que constitua uma série sistemática de voos facilmente identificável
3.2.4 Transporte de Cargas
Conforme a ANAC, o transporte de carga aéreo brasileiro é aquele que tem como sua origem ou destino o Brasil, podendo ser comercializado em território brasileiro, por empresas nacionais ou estrangeiras, tendo em sua operação voos regulares ou não, nacionais (domésticos) e internacionais. Através da Resolução Nº 139, de 9 de março de 2010, entre outros itens define que a tarifa seja em valor único, tendo seu valor e itinerários devidamente discriminados num ticket ou documento a ser definido e emitido pela agência para o transporte.
3.2.5 Vantagens e Desvantagens do Transporte Aéreo
Podemos citar algumas vantagens no transporte aéreo, tais como: segurança, conforto, rapidez em médias e longas distâncias, e se comparado a outros modais para o transporte de cargas de alto valor e perecíveis, tem o melhor custo/benefício.
Como desvantagens, podemos citar: poluição atmosférica, poluição sonora próximo aos aeroportos, dependência das condições climáticas para decolagens e pousos, entre outros.
3.2.6 Painel de Indicadores do Transporte Aéreo 2020
Conforme a ANAC, apresentamos alguns indicadores do transporte aéreo, tendo sua última publicação em 2020. Nos itens expostos estão os principais aspectos, como: demanda, oferta, participação no mercado, tarifas aéreas comercializadas e desempenho econômico-financeiro.
Figura 1 – Mercado Nacional ou Doméstico
Fonte: ANAC (2021).
Conforme Figura 1, a empresa GOL apresenta a maior demanda nos transportes domésticos, seguida pela Latam e pela Azul.
Foram realizados 405.011 voos no período, tendo sido transportados mais de 45.000.000 passageiros.
Figura 2 – Mercado Internacional
Fonte: ANAC (2021).
De acordo com a Figura 2, se analisado o mercado internacional, as empresas brasileiras ficam com quase 30% do mercado, sendo: 18,4% pela Latam, seguida pela Azul com 6,0% do mercado e a GOL com 3,1%.
Figura 3 – Resultados Financeiros das Empresas Brasileiras
Fonte: ANAC (2021).
Conforme apresentado na Figura 3, quando analisados os custos e despesas dos serviços aéreos, a maior parte são com combustível e lubrificantes – 20,2%, seguido de despesas operacionais com quase 19%, e seguros, arrendamentos e manutenção de aeronaves com quase 18%. Esses três itens ultrapassam os 50% de todo o custo e despesas do serviço aéreo.
A seguir são apresentadas algumas estatísticas do setor aéreo, tendo como análise o mercado doméstico, o mercado internacional e o transporte de cargas, em sua evolução, no período de abril/2013 a abril/2020, neste último mês sendo o auge da pandemia da Covid-19.
Gráfico 1 – Totais do Mercado Doméstico
Fonte: Abear (s.d.).
De acordo com o Gráfico 1, em janeiro de 2020, o número de passageiros transportados foi de 9.259.960, melhor índice em todo o período transportado analisado, sofrendo uma queda abrupta, após março de 2020, com a pandemia da Covid-19, conforme pode ser comprovado pelo Gráfico 1.
Gráfico 2 – Totais do Mercado Internacional
Fonte: Abear (s.d.).
De acordo com o Gráfico 2, pode-se verificar que, em janeiro de 2020, foram registrados 852.407 passageiros transportados, sendo que em maio/2020 foram
cancelados os voos internacionais, como consequência da pandemia da Covid-19. A análise apresenta apenas as companhias aéreas brasileiras em mercado internacional.
Gráfico 3 – Totais dos Mercados Doméstico e Internacional do Transporte de Cargas
Fonte: Abear (s.d.).
Com base no Gráfico 3, cargas pagas e correios – domésticos, apresentou seu último pico registrado em dezembro de 2019, com um índice de 42.587.856 kg, no mesmo período no mercado internacional, por companhias nacionais, apresentou um índice de 19.135.137 kg, demonstrando queda após o mês de maio.
3.2.7 Transporte de carga viva
Conforme levantamentos da InfoMoney, alguns valores praticados, em março de 2022 por companhias aéreas estão listados a seguir, bem como informações da ABEAR – Associação Brasileira das Empresas Aéreas sobre dimensões da caixa de transporte, peso e idade do animal.
LATAM:
Transporte na cabine (são permitidos animais de até 7kg com a caixa):
• Voos domésticos: R$ 200
• Voos internacionais (dólar = 4,76 em 25/03/2022): US$ 250 (R$ 1.190,00)
Compartimento de carga (até 45kg com a caixa):
• Voos domésticos:
0-23 kg: R$ 500 24-32 kg: R$ 700 33-45 kg: R$ 900
• Voos internacionais (dólar = 4,76 em 25/03/2022):
0-23 kg: US$ 150 (cerca de R$ 714,00) 24-32 kg: US$ 225 (cerca de R$ 1.071,00) 33-45 kg: US$ 300 (cerca de R$ 1.428,00)
Transporte na cabine
• Dimensões máximas da caixa: 19 cm alt. X 33 cm larg. x 36 cm prof.
• Dimensões máximas da bolsa: 23 cm alt. X 33 cm larg. x 36 cm prof.
• Peso máximo do animal + caixa ou bolsa: 7 kg
• Idade mínima do animal: 16 semanas – nova regra a partir de 15 de dezembro de 2021
Transporte no bagageiro
• Dimensões máximas da caixa: 115 cm de altura e 300 cm lineares (soma de altura, largura e comprimento)
• Somente são permitidas caixas de plástico rígido ou fibra de vidro. Todas as caixas transportadoras terão que ter obrigatoriamente compartimento alimentício e bebedouro que possam ser acessados pelo lado externo do kennel (nova regra a partir de 15 de dezembro 2021).
• Peso máximo do animal + caixa: 45 kg.
• 32 kg em voos para e através da Europa, Oceania, Argentina, Aruba e África do Sul.
• Obs: Se a caixa de transporte (kennel) ultrapassar as medidas máximas permitidas, ou se o peso total do Pet + caixa/kennel ultrapassar o máximo permitido, o Pet deverá viajar como carga na LATAM Cargo.
• Idade mínima do animal: 16 semanas – nova regra a partir de 15 de dezembro de 2021
GOL:
Cabine (até 10kg com a caixa):
• Voos domésticos: R$ 250,00
• Voos internacionais: R$ 600,00
Compartimento de carga (até 30 kg com a caixa):
• Voos domésticos: R$ 850,00
• Voos internacionais: R$ 1.100,00
Transporte na cabine
• Dimensões da caixa:
• Caixa flexível: 24 cm alt. X 32 cm larg. X 43 cm compr.
• Caixa rígida: 22 cm alt. X 32 cm larg. X 43 cm compr.
• Peso máximo do animal + caixa: 10 kg
• Idade mínima do animal: 4 meses
Transporte no bagageiro
• Dimensões máximas da caixa: 82 cm alt. X 114 cm larg. X 142 cm compr.
• A caixa/kennel deve ser rígida (fibra ou plástico resistente) sem danificações, impermeáveis, forradas, limpas e com tranca.
• Peso do animal + caixa: entre 10 kg e 30 kg
• Idade mínima do animal: 4 meses AZUL
• O peso total (animal + container) deve ser de, no máximo, 7 kg.
• Utilização de mala flexível, dimensões, no máximo, 43 cm comprimento X 31,5 cm de largura X 20 cm de altura.
• Não é permitido o transporte de animal de estimação na cabine para clientes menores de 16 anos incompletos viajando desacompanhados.
• O embarque de Pets é restrito a voos da Azul, não sendo permitido para voos entre outras companhias aéreas.
• Transporte animais na cabine (entre 7 e 10 kg, aproximadamente), US$/EUR 150,00 (cento e cinquenta dólares/euros): R$ 740,00 / R$ 783,00.
Conforme pesquisas realizadas, estima-se que o transporte de cães e gatos equivale, aproximadamente, a 1% do total de passageiros transportados, sendo que esse número vem crescendo nos últimos anos. Por isso faz-se necessária a elaboração de políticas, leis e padrões para a realização desse transporte.
Conforme a ABRAER, alguns pontos importantes devem ser verificados antes do transporte internacional de animais, tanto para o envio quanto para trazê-los ao Brasil, sendo eles: se a espécie é aceita no país e origem/destino; em quanto tempo de antecedência deve ser providenciado o Certificado Zoossanitário Internacional (CZI), que é um documento emitido pela autoridade do país de origem ou de procedência do animal e quais as vacinas exigidas pelo país.
Além disto, conforme site do Ministério de Agricultura e Governo, para a realização de viagens internacionais com cães e gatos, é necessário solicitar ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) a emissão do Certificado Veterinário Internacional (CVI), documento que comprova a boa condição sanitária do animal para ingressar em outro país.
Para viagens no Brasil e no Mercosul, há a possibilidade de emitir o Passaporte para Trânsito de Cães e Gatos, que é um documento oficial, emitido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Para a emissão do passaporte, alguns requisitos precisam ser atendidos, sendo eles: deve ter nascido há pelo menos 3 meses; deve ter nascido no Brasil ou no exterior e ter sido importado definitivamente ao Brasil; deve ser criado por proprietários residentes no Brasil; e ter sido examinado e atestado por médico veterinário devidamente inscrito no CRMV.
A solicitação para emissão do Passaporte deve ser realizada em uma das Unidades do Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional – VIGIAGRO,
localizadas em aeroportos, portos, postos de fronteira e aduanas especiais ou nas Superintendências Federais de Agricultura nos Estados.
O passaporte não terá custo de emissão para o proprietário do cão ou gato, tendo 30 dias para emissão deste a contar da data do seu requerimento. Na emissão do Passaporte, será exigida a identificação eletrônica do cão ou gato, através de microchip, que deve ser implantado no animal, atendendo ao padrão ISO 11784/
11785. As informações serão lidas para a emissão do passaporte, bem como no embarque e desembarque do animal.
Não há obrigatoriedade de utilização do passaporte, ele poderá ser utilizado em substituição ao CVI – Certificado Veterinário Internacional, este sim é obrigatório no transporte internacional de animais (cães e gatos). No Brasil, o passaporte pode ser utilizado em substituição do atestado de saúde, que é obrigatório em trânsito no território nacional. O passaporte terá validade vitalícia para o cão ou gato, sendo intransferível e individual.
Cabe ao proprietário do animal a guarda do passaporte deste, o controle das vacinas que devem estar em dia, exames clínicos e laboratoriais dentro dos prazos exigidos. Caso haja o não cumprimento das exigências, a probabilidade do não embarque do animal ou o retorno do mesmo para o país de procedência é de 100%.
3.2.8 Serviço ao cliente no transporte aéreo
O atendimento ao cliente do transporte aéreo é realizado diretamente pelas companhias prestadoras dos serviços, através de contato telefônico, de forma presencial nos aeroportos ou por meios eletrônicos. Quando estas não efetuam o atendimento a contento do cliente, pode-se registrar uma reclamação na ANAC.
Além desse canal, é possível registrar a reclamação através do portal consumidor.gov.br.
O Consumidor.gov.br é um serviço público que permite a interlocução direta entre consumidores e empresas para solução de conflitos de consumo pela internet.
Monitorada pela Secretaria Nacional do Consumidor - Senacon - do Ministério da Justiça, Procons, Defensorias, Ministérios Públicos e também por toda a sociedade, esta ferramenta possibilita a resolução de conflitos de consumo de forma rápida e desburocratizada: atualmente, 80% das reclamações registradas no Consumidor.gov.br são solucionadas pelas empresas, que respondem as demandas dos consumidores em um prazo médio de 7 dias.
O Consumidor.gov.br coloca as relações entre consumidores, fornecedores e o Estado em um novo patamar, a partir das seguintes premissas:
Transparência e controle social são imprescindíveis à efetividade dos direitos dos consumidores;
As informações apresentadas pelos cidadãos consumidores são estratégicas para gestão e execução de políticas públicas de defesa do consumidor;
O acesso a informação potencializa o poder de escolha dos consumidores e contribui para o aprimoramento das relações de consumo.
Nesse canal é possível verificar o índice de reclamações de empresas. No caso da pesquisa realizada por companhias aéreas, alguns indicadores apresentam o índice de soluções, o índice de satisfação do cliente, o prazo médio de respostas e a porcentagem das reclamações respondidas, como apresentado nas tabelas a seguir.
A pesquisa foi realizada com base nas reclamações finalizadas no período de 365, a contar da pesquisa realizada (22/03/2022). O consumidor, ao registrar uma reclamação, tem um prazo de 20 (vinte) dias para avaliar a reclamação como
“respondida” ou “não respondida”, além de atribuir uma nota ao atendimento da reclamação realizada.
A seguir será apresentada a análise das 10 primeiras empresas citadas no ranking.
Tabela 1 – Índice de Soluções
Posição Empresa %
1⁰ Avior Airlines 100,0
2⁰ Surinam Airways 100,0
3⁰ TACA Airlines 100,0
4⁰ Azul Linhas Aéreas 91,6
5⁰ Azul Cargo 81,9
6⁰ Copa Airlines 79,2
7⁰ Gol Linhas Aéreas 77,1
8⁰ Boliviana de Aviación - BoA 76,9
9⁰ Sky Airline 76,5
10⁰ United Airlines 76,3
Fonte: Consumidor.gov.br (s.d.)
Conforme apresentado na Tabela 1, o índice de soluções está listado de acordo com a avaliação do consumidor. Cabe ressaltar que, caso o consumidor não avalie o posterior atendimento pela companhia, o mesmo é avaliado como “resolvido”.
Tabela 2 – Prazo médio de respostas (0 a 10)
Posição Empresa Dias
1⁰ Air Canada 3,1
2⁰ Delta Air Lines 3,2
3⁰ Lufthansa 3,7
4⁰ Gol Linhas Aéreas 3,9
5⁰ Norwegian 3,9
6⁰ Latam Cargo 4,0
7⁰ Air China 4,0
8⁰ Cabo Verde Airlines 4,3
9⁰ Boliviana de Aviación - BoA 4,3 10⁰ South African Airways 4,5
Fonte: Consumidor.gov.br (s.d.)
De acordo com a Tabela 2, estão listadas as empresas que responderam mais rapidamente às reclamações dos consumidores, sendo que, se analisarmos a empresa GOL Linhas Aéreas, as respostas são realizadas em média com quase 4 dias desde o registro da reclamação.
Tabela 3 – Índice de Satisfação (1 a 5)
Posição Empresa Nota
1⁰ Azul Linhas Aéreas 4,2
2⁰ Avior Airlines 4,0
3⁰ Surinam Airways 4,0
4⁰ Gol Linhas Aéreas 3,2
5⁰ Copa Airlines 3,0
6⁰ American Airlines 3,0
7⁰ United Airlines 3,0
8⁰ Flybondi 3,0
9⁰ Latam Airlines (Tam) 2,9
10⁰ Azul Cargo 2,9
Fonte: Consumidor.gov.br (s.d.)
De acordo com a Tabela 3, foram pontudas as melhores notas atribuídas às empresas, após as avaliações de reclamações pelos consumidores. A Gol está em 4º lugar na satisfação quanto ao retorno das reclamações registradas.
Tabela 4 – Reclamações Respondidas
Posição Empresa %
1⁰ Latam Airlines (Tam) 100,0
2⁰ Azul Linhas Aéreas 100,0
3⁰ TAP Air Portugal 100,0
4⁰ Lufthansa 100,0
5⁰ United Airlines 100,0
6⁰ Swiss 100,0
7⁰ Air Canada 100,0
8⁰ British Airways 100,0
9⁰ Emirates 100,0
10⁰ Azul Cargo 100,0
Fonte: Consumidor.gov.br (s.d.)
Conforme apresentado na Tabela 4, estão listados os melhores índices de reclamações respondidas aos consumidores, sendo que todas as empresas analisadas responderam a todas as reclamações registradas.
3.2.9 Particularidades do transporte de carga viva
Especificamente sobre o transporte de animais em aeronaves, no espaço aéreo brasileiro não há regulamentações específica. Porém, sabe-se que a ANAC está redigindo a lei que regulamentará o transporte aéreo de animais.
A Resolução nº 791, de 18 de junho de 2020, consolida as normas sobre o transporte de animais de produção, de interesse econômico, de esporte, de lazer ou de exposição.
O CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO (CONTRAN), no uso da competência que lhe confere o inciso I do art. 12 da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, que institui o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), com base no que consta nos autos do processo administrativo nº 50000.046175/2019-50, resolve:
Art. 1º Esta Resolução consolida as normas sobre o transporte de animais de produção, de interesse econômico, de esporte, de lazer ou de exposição.
Art. 2º Para efeitos desta Resolução, considera-se:
Art. 3º O VTAV deve atender aos seguintes requisitos:
I - ser construído ou adaptado e mantido de forma a evitar sofrimento desnecessário(...)
II - ser adaptado à espécie e à categoria de animais transportados,(...) III - ser resistente e compatível com o peso e o movimento dos animais transportados;
IV - indicar de forma visível na parte traseira da carroceria do veículo um número de telefone de emergência;
VII - permitir a circulação de ar em todo o seu interior (...)
X - dispor de meios que evitem derramamento de dejetos durante sua movimentação (...)
XII - possibilitar meios de fornecimento de água para animais (...)
§ 1º Para o transporte de carga viva em caminhões baú, deve ser previsto sistema de controle de temperatura e ventilação.
§ 2º Não é obrigatória a instalação de reservatório de água no VTAV.
Art. 9º Além da regulamentação estabelecida pelo CONTRAN, a utilização do VTAV deve atentar para a regulamentação sanitária e dos demais órgãos regulamentadores competentes.
O Brasil é signatário da OIE – Organização Mundial de Saúde Animal, consequentemente, é obrigado a cumprir procedimentos operacionais instituídos pela organização, bem como as regulamentações do MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Porém até o momento não está regulamentado o relatório de viagem, que é um documento exigido pela OIE, o qual deve ser emitido por um técnico dentro da embarcação, em que deve constar tudo o que o animal passa durante o transporte.
3.3 Fatores Críticos de Sucesso para operacionalização dos conceitos
Existem alguns fatores críticos para o sucesso deste projeto visando ao aprimoramento do transporte aéreo de pets, com base nas experiências passadas de companhias áreas e possibilidades futuras de solução.
Dentre eles podemos citar as condições às quais o animal está ou estará sujeito durante a viagem. Existem alguns parâmetros críticos, como temperatura, espaço e ventilação do ambiente, que irão trazer mais segurança e conforto aos animais, e, consequentemente, mais confiança no serviço prestado pelas companhias áreas aos donos dos pets.
Outro fator primordial para o sucesso no transporte de pets é o emprego de tecnologias já existentes em mercado, buscando trazer uma rastreabilidade maior para o processo de transporte dos animais, desde o momento de embarque até o desembarque final da viagem, seja em viagens nas quais o animal não estará na cabine junto ao dono ou em viagens nas quais o animal poderá viajar até sem o dono.
Através da tecnologia também seria possível monitorar em tempo real os parâmetros das condições do ambiente e saúde do animal, como batimento cardíaco, possibilitando até a tomada de ações direcionadas em caso de oscilações desses parâmetros.
A mudança de cultura também será um desafio para este projeto, seja ela para os donos de animais que irão precisar compreender e confiar cada vez mais nesse tipo de serviço, como também para os demais clientes que irão lidar com um provável aumento da demanda desse tipo de serviço. Para a companhia aérea será um ponto bastante sensível para que o ganho de clientes e receita com a melhoria desse nicho de mercado não gere um efeito colateral reduzindo a demanda de clientes que não são favoráveis à cultura pet.
As companhias áreas também deverão tomar medidas protetivas, visto que o animal também está sujeito a outras complicações de saúde que não são necessariamente oriundas do processo de transporte aéreo. Sendo assim, é fundamental que laudos veterinários sejam solicitados em determinados casos, gerando respaldo às companhias em situações como esta. E com a ascensão desse mercado, os aeroportos também precisarão sofrer adaptações de infraestrutura para receber esses animais durante o processo de conexão de voos, e até mesmo em caso de problemas de saúde do animal, numa medida de prestação de socorro veterinário.
Por fim, o custo envolvido nessa prestação de serviço, com toda tecnologia envolvida e infraestrutura adequada, somada aos custos extras que os clientes terão que ter com laudos e exames veterinários, não poderão ser muito desproporcionais ao custo de uma passagem aérea de um cliente, para que não se reduza a atratividade deste mercado.
3.4 Cases de Sucesso
Um case de sucesso é o da Pet Airways oferecendo conforto para cães e gatos em suas viagens aéreas nos Estados Unidos.
A crise de ansiedade causada pelos animais que precisam viajar no compartimento de bagagens dos aviões era gigante nos Estados Unidos, onde existia um número significativo de donos de pets viajando com seus animais. Foi aí que surgiu a Pet Airways em 2005, um novo conceito aéreo de oferecer voos confortáveis para os bichinhos de estimação, que teve seu primeiro voo decolando de Teterboro, um pequeno aeroporto privado situado a 16 km de Nova York, com destino a Washington, Chicago, Denver e Los Angeles.
Pet Airways tem como objetivo autoproclamado "oferecer uma solução segura e confortável para o transporte aéreo de animais domésticos".
Previsto para 19 passageiros humanos, o avião tem capacidade de transportar 50 cachorros e gatos devido aos assentos terem sido substituídos por três níveis de prateleiras, onde foram colocadas jaulas especialmente fabricadas para o avião (Figura 4).
Figura 4 – Modelo de aeronave para Pets
Fonte: Petairways.com (s.d.).
O sistema é simples: o animal é deixado numa sala especial do aeroporto por apenas duas horas antes da decolagem.
A empresa se encarrega do animal de estimação, e um assistente cuida de sua alimentação e higiene pessoal até o embarque.
Os cuidados com os detalhes continuam a bordo, sendo que o assistente faz uma ronda a cada 15 minutos para ver se tudo está bem. Depois da aterrissagem, os animais são levados para um passeio para fazer as necessidades básicas e depois são entregues a seus donos na sala de desembarque. Caso o dono não possa buscar seu bichinho, ele pode pernoitar no canil da empresa.
Segundo estudos realizados nos Estados Unidos, onde existe um verdadeiro culto aos animais de estimação, cerca de 76 milhões de cães e gatos viajam por ano, dos quais dois milhões em avião, e somente os animais bem pequenos são admitidos para ficar com o dono na cabine de passageiros.
Segundo a Sociedade Protetora dos animais Americana, ocorrem mais de cinco mil acidentes com animais em voo por ano, o que trazia uma insegurança muito grande a quem tinha que viajar com seu pet.
A maioria dos acidentes aconteciam por falta de oxigênio ou queimaduras provadas pela proximidade com os motores no compartimento de carga, gerando temperaturas muito quentes ou temperaturas muito frias.
O animal de estimação pode experimentar extremos de temperatura com risco de vida. A temperatura no porão de carga pode atingir até 140 graus no solo antes da decolagem, causando prostração de calor. No ar, a temperatura pode ser facilmente abaixo de zero.
"Todas as autorizações necessárias foram obtidas e, para nós, o principal é o respeito ao peso máximo e à restrição do movimento no interior da cabine, por evidentes razões de segurança". (Dan Wiesel e Alysa Binder, fundadores da Pet Airways).
O principal conceito era garantir para o animal o mesmo conforto e acessibilidade de um passageiro convencional, e a empresa ainda dispõe de um serviço de bordo. O pet viaja na cabine principal, diferentemente do conceito que tinha na época, que todos os animais viajavam no porão de carga, tirando toda afetividade que o dono tem com o animal e tratando-o como um peça ou produto. A Pet Airways também faz todo serviço de monitoramento, o que não era prestado quando o animal estava no compartimento de carga.
O conceito que a Pet Airways traz é de que os pets fazem parte da sua família, como um filho. Eles merecem voar com segurança, e não em porões de carga perigosos.
O check-in é feito nos aeroportos, mas eles têm uma área especial, um Pet Lounge, onde ficarão confortáveis até a hora de embarcar, passando uma tranquilidade extra aos seus donos, que saberão que em nenhum momento seus animais estarão no compartimento de carga sozinhos. Durante o voo eles são monitorados por comissários para garantir a segurança e o conforto dos animais.
Além disso, o dono do cachorro não precisa se preocupar em comprar a caixa de transporte, eles que a fornecem conforme o tamanho do cão. Os valores das passagens são a partir de 150,00 dólares, e os preços relativos à distância ou porte do animal.
A empresa retomará as operações a partir da metade do ano de 2022.
Alguns depoimentos de alguns usuários da Pet Airways:
"Pet Airways me dá paz de espírito”.
A Pet Airways acredita que os animais de estimação merecem viajar com o máximo de conforto e segurança, como passageiros respeitados e valorizados, não como “carga” da maneira como as companhias aéreas os tratam. A Pet Airways me dá a tranquilidade de que meus animais de estimação chegarão sãos e salvos – e vivos – ao nosso destino. Você não pode colocar um preço nisso! (KARIN, San Francisco, CA).
“Desejo que a Pet Airways voe em todas as cidades!”
Em 2010 salvei uma linda garota de um abrigo de alta matança em NY. Eu tinha que levá-la para a costa oeste, então entrei em contato com a Pet Airways para me ajudar. Eu tinha ouvido os cães voarem dentro da cabine, não na carga, o que me deixou em êxtase. Mia de Manhattan chegou em excelentes condições ao LAX com um bilhete em sua caixa dizendo que era um prazer caminhar em Chicago. Eu gostaria que a Pet Airways voasse em todas as cidades. (MARY K.).
4 METODOLOGIA DE PESQUISA
Segundo o professor Luna, S. V. (1997), a metodologia de pesquisa não é um conjunto de regras que devem ser fielmente seguidas, mas uma lógica para tomadas de decisão.
Para Gil (1999, p.42), a pesquisa tem um caráter pragmático, é um “processo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico. O objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos”.
Conforme Gil (1999, p.44):
as pesquisas deste tipo tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno e o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob este título e uma de suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados.
Quanto aos objetivos da pesquisa, evidenciamos três tipos de pesquisa de acordo com Gil (2008).
Pesquisa Exploratória
Pesquisa exploratória serve para proporcionar maior familiaridade com o problema de forma a explicitá-lo (GIL, 2019). Pode envolver levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas experientes no problema pesquisado.
Geralmente, assume a forma de pesquisa bibliográfica e estudo de caso.
Pesquisa Descritiva
Pesquisa descritiva é descrever as características de determinadas populações ou fenômenos. Uma de suas peculiaridades está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática.
Conforme Gil (1999, p.44):
