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da educac¸ão física escolar adolescentes com a atividade física e a estruturapedagógica Associac¸ão da aptidão cardiorrespiratóriade CIÊNCIAS DO ESPORTE

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Revista Brasileira de

CIÊNCIAS DO ESPORTE

ARTIGO ORIGINAL

Associac ¸ão da aptidão cardiorrespiratória

de adolescentes com a atividade física e a estrutura pedagógica da educac ¸ão física escolar

Júlio Brugnara Mello

, João Henrique Plóia Mello, Fernando Vian, Anelise Reis Gaya e Adroaldo Cezar Araujo Gaya

UniversidadeFederaldoRioGrandedoSul,ProgramadePós-Graduac¸ãoemCiênciasdoMovimentoHumano,PortoAlegre,RS, Brasil

Recebidoem24dejunhode2017;aceitoem29demarçode2018 DisponívelnaInternetem30dejunhode2018

PALAVRAS-CHAVE Aptidãofísica;

Atividademotora;

Escola;

Jovens

Resumo Oobjetivodoestudoéidentificaraassociac¸ãodaaptidãocardiorrespiratória(ApC) deadolescentescomaatividadefísica(AF)eascaracterísticaspedagógicasdaeducac¸ãofísica escolar(EFi).Avaliaram-se236escolaresdoensinomédio(90meninos)eseusprofessoresdeEFi.

Foifeitotestedecorridadeseisminutos,foramusadospedômetros,questionário(escolares)e entrevista(professores).Usaram-seunidadesdesignificadoecategorizac¸ãopormeiodeanálise deconteúdo,alémdotestetdeStudent,Anovaeregressãolinear.AApCdosescolaresquenão fazemEFinãodiferedadosquefazem(p>0,05).Identificamosafaltadeac¸ãodosprofessoresde EFisobreapromoc¸ãodasaúde(análisequalitativa).OsexoeaAFpredizem47%davariabilidade daApCdosescolares(R2:0,474;p<0,01).

©2018Col´egioBrasileirodeCiˆenciasdoEsporte.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´e umartigoOpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/

by-nc-nd/4.0/).

KEYWORDS Physicalfitness;

Motoractivity;

School;

Teens

Adolescents’cardiorespiratoryfitnessassociationwithphysicalactivityandpedagogi- calstructureofschoolphysicaleducation

Abstract The aim of this study is to identify the association of the cardiorespiratory fitness (CRF) of adolescents with physical activity (PA) and the pedagogical characteris- tics ofthe SchoolPhysical Education (SPE). A total of236 high school students (90 boys) and their SPEteachers wereevaluated. A 6-minute runningtest,pedometer, questionnaire (students)andinterview(teachers)wereperformed.Weusedunitsofmeaningandcatego- rizationthroughcontentanalysis,besidestheStudent’sttest,ANOVAandlinearregression.

Autorparacorrespondência.

E-mail:juliobmello@hotmail.com(J.B.Mello).

https://doi.org/10.1016/j.rbce.2018.03.033

0101-3289/©2018Col´egioBrasileirodeCiˆenciasdoEsporte.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´eumartigoOpenAccesssobuma licenc¸aCCBY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

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TheCRFofthestudentswhodoSPEdonotdifferentwhodoSPE(p>0.05).Weidentifiedthe lackofactionofSPEteachersonhealthpromotion(qualitativeanalysis).SexandPApredict 47%oftheschool’sCRFvariability(R2:0.474,p<0.01).

©2018Col´egioBrasileirodeCiˆenciasdoEsporte.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Thisisan openaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense(http://creativecommons.org/licenses/by- nc-nd/4.0/).

PALABRASCLAVE Aptitudfísica;

Actividadmotora;

Centrodeense˜nanza secundaria;

Jóvenes

Asociación dela aptitud cardiorrespiratoria de jóvenes con la actividadfísica y la estructurapedagógicadelaeducaciónfísicaescolar

Resumen Elobjetivodelestudiofueidentificarlaasociacióndelaaptitudcardiorrespiratoria (ApC)deadolescentesconlaactividadfísica(AF)ylascaracterísticaspedagógicasdelaeduca- ciónfísicaescolar(EFi).Seevaluóa236estudiantesdeense˜nanzasecundaria(90ni˜nos)yasus profesoresdeEFi.Serealizóunacarrerade6minutos,seusaronpodómetros,uncuestionario (estudiantes)yunaentrevista(profesores).Seutilizaronunidadesdesignificadoycategoriza- ciónmedianteanálisisdecontenido,ademásdelapruebadelatdeStudent,Anovayregresión lineal.LaApCdelosestudiantesquenorealizanEFinosediferenciadelosquelarealizan (p>0,05).Identificamosla faltadeiniciativadelosprofesoresdeEFienla promocióndela salud(análisiscualitativo).ElsexoylaAFpronosticanel47%delavariabilidaddelaApCde losestudiantes(R2:0,474;p<0,01).

©2018Col´egioBrasileirodeCiˆenciasdoEsporte.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Estees unart´ıculoOpenAccessbajolalicenciaCCBY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/

by-nc-nd/4.0/).

Introduc ¸ão

Existem muitos fatores determinantes nos níveis de apti- dãocardiorrespiratória,tambémsesabequeessa variável está diretamente relacionada ao perfil de saúde do ser humano(Blairetal.,1989).Alémdisso,essavalênciafísicaé indicadacomoaprincipalvariáveldeumaequac¸ãodediag- nósticodasíndromemetabólicanaadolescência(Andresen etal., 2015). Isso faz daaptidão cardiorrespiratória uma importantevariávelrelacionadaàsaúdedosjovens(Ortega etal.,2008).

No mesmo sentido, uma recente pesquisa demonstrou que a aptidão cardiorrespiratória de adolescentes está relacionada à prática de educac¸ão física na escola, às atividadesfísicassemanaiseàpráticadeesportessistema- tizados(Coledametal.,2016).Portanto,presume-sequea educac¸ãofísicaescolar,queentresuaamplagamadeac¸ões temapromoc¸ão dasaúde,sejaumimportante espac¸ode intervenc¸ãoparareverterosbaixosníveis deaptidãocar- diorrespiratóriaevidenciadosatualmente (Coledametal., 2016;Pelegrinietal.,2017;Silvaetal.,2017).

Nesse contexto, pesquisadores têm se preocupado em incluir nasaulas de educac¸ão física exercícios planejados comointuito deasseguraresforc¸oscujadurac¸ão einten- sidadesejam propícias ao aumentodos níveis de aptidão cardiorrespiratória(Oliveiraetal.,2017;Muraetal.,2015).

Adicionalmente,algumasevidênciasdemonstramque,além daintensidade,oaumentonafrequênciasemanaldasaulas deeducac¸ãofísica promoveganhos em diversosindicado- res de saúde (Kahn et al., 2002; Van Sluijs et al., 2007;

Dobbins et al., 2013). Não obstante essas evidências, o

que se tem demonstrado é que a intensidade nas aulas deeducac¸ão físicaescolarno Brasilestá muitoaquém do necessário paracausaradaptac¸õesfisiológicas nosadoles- centes(Guedesetal.,2001;Hinoetal.,2010;Kremeretal., 2012).

Ademais,umconjuntodeestudostemdemonstradoque acaracterísticapredominantedasaulasdeeducac¸ãofísica noensinomédioéo‘‘jogolivre’’e apráticadosesportes coletivostradicionais, que consistebasicamenteem ativi- dadesassistemáticasesemintervenc¸ãodoprofessor(Hino et al., 2010; Guedes e Guedes, 1997; Rosário e Darido, 2005; Fortes et al., 2012). Essa característica evidenci- ada nos leva a ter como hipótese que aulas com pouca intervenc¸ão do professor de educac¸ão física não promo- vem níveis adequados de aptidão cardiorrespiratória nos adolescentes.

Apartirdessespressupostos, oobjetivodesteestudoé identificar a associac¸ão da aptidão cardiorrespiratória de adolescentes com a atividade física e as características pedagógicasdaeducac¸ãofísicaescolar.

Métodos

Trata-se de um estudo do tipo associativo com corte transversal, que usou procedimentos de abordagem mista. Nesse modelo, técnicas quantitativas e qualita- tivas foram usadas durante a fase de coleta de dados de forma concorrente e os resultados compartilha- dos simultaneamente durante a fase de interpretac¸ão (Gaya,2016).

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Populac¸ãoeselec¸ãodaamostra

Apopulac¸ão-alvodoestudosãoosadolescentesmatricula- dosnoensinomédiodeescolasdaredepúblicadeensinoda zonasuldePortoAlegre(RS).

A cidade tem aproximadamente 28.000 estudantes de ensino médio em 51 escolas públicas (28.140 conforme o censode2014).Dessetotal,azonasulcomportacercade 11%dosestudantes,oquecorrespondea3.095estudantes, provenientesdeseteescolaspúblicas.

Para o cálculo do tamanhoda amostra(n) foramcon- sideradososseguintescritérios:a) populac¸ãoestimadade 3.095 estudantes(N); b) proporc¸ão de80% (baixaaptidão cardiorrespiratória e atividade física insuficiente) (Hallal etal.,2012; Silvaet al.,2017)(p); c)porcentagem com- plementar de 100 --- p (q); d) grau de confianc¸a de dois desvios-padrão(S)e;e)erroamostralaceitávelde5%(e).

Apósa adoc¸ão dessescritérios aamostrafoiestimadaem 236estudantes.

Para a selec¸ão da amostra foi usado procedimento de fasesmúltiplas(Gaya,2008).Primeiramenteazonasulda cidadefoidivididanastrêsregiõesdoorc¸amentoparticipa- tivo(centrosul,suleextremosul).Ocritériodeamostragem adotadofoi por conglomerados,noqual foisorteada uma escola(conglomerado)decadaregião.

AsescolaspúblicasdeensinomédiodazonasuldePorto Alegreforamidentificadaspormeiodosenderec¸os,entãose sortearamastrêsescolasparticipantes.Concluídoosorteio foifeitoumcontatopresencialcomadirec¸ãodecadaescola afimdeapresentarosobjetivosdapesquisa,ométodode desenvolvimentodasatividadeseoconviteformal.

Variáveis

Aptidãocardiorrespiratória:paraaavaliac¸ãodessavariável osadolescentes fizeram o teste decorrida/caminhada de seisminutos.Aquadradaescolafoidemarcadaemedidae oresultadodosadolescentesfoianotadoemmetrospercor- ridosnotempodeseisminutos.Paraestimaropercentualde adolescentesnazonaderiscoàsaúdeforamusadososvalo- resdereferênciadoProesp-BR,assimcomoapadronizac¸ão paraaexecuc¸ãodoteste(GayaeGaya,2016).

Atividadefísicadiária: essavariávelfoiavaliada apar- tir do número de passos diário, sem considerar o fim de semana.Cadaadolescenteusouumpedômetro(YamaxDigi- -WalkerCW700)durantetrêsdiasconsecutivosdasemana, terc¸a,quartaequintafeira.Aavaliac¸ãodurantetrêsequa- tro dias da semana já foi feita em outraspesquisas com a mesma faixa etária (Mello et al., 2016; Newton et al., 2009).Paraessamedida,osadolescentesforaminstrumen- talizadoscomrelac¸ãoaoequipamento.Oníveldeatividade físicafoiconsideradoapartirdamédiadonúmerodepassos dostrêsdias,excluíram-sevaloresmédiosmenoresdoque 1.000passos/diaeexcedentesa30.000passos/dia(Tudor- -Lockeetal.,2004).

Atividade física fora da escola: foram consideradas as respostasaoquestionárioreferentesàpráticadeatividade físicasemorientac¸ão (tempo semanal)e àpráticadeati- vidadefísicaorientada(temposemanal).Essequestionário foiaplicadoemsaladeaulaeasrespostasforamassinaladas

deformadicotômica(sim enão),tempodiárioe vezesna semana.

Estrutura pedagógica da educac¸ão física: foi compre- endida como o relato dos professores com relac¸ão ao planejamento,objetivos,métodos,facilidadese dificulda- des de sua prática nodia a dia escolar. Essa variável foi avaliadapormeiodeumaentrevistasemiestruturada.Para ainterpretac¸ãodessesresultadosforamidentificadasunida- desdesignificadosecriadascategoriasdeanálise.Apartir dessascategoriasfoidesenvolvidaumasíntesegeraldosdis- cursos.

Procedimentodecoletadedados

Osalunosparticiparamdaprimeirafasedacoletadedados emsaladeaula.Nessafaseosalunosentregaramotermo deconsentimentoassinadopelosresponsáveise assinaram otermodeassentimento.Logoemseguidapreencheramo questionáriocomasupervisãodeummembrodaequipede pesquisadores.

Apósconcluiroquestionário,cadaadolescenterecebeu umpedômetroquefoiusadodurantetrêsdiasconsecutivos dasemana. Para essa medida, inicialmente osadolescen- tesforaminformadosemrelac¸ãoaolocal(cintura)eforma deusodoequipamento(presoporumcintoelásticocedido pelaequipedeavaliadores), ao funcionamentodamemó- riaeaonãousoduranteatividadesqueenvolvessemágua (comonatac¸ãoebanho)eenquantodormissem.Apósoter- minodoperíodo(terceirodia),osadolescentesentregaram ospedômetrosaopesquisadoreosdadossalvosnamemória doaparelhoforampassadosparaasfichasdosadolescentes anexasaoquestionário.

Asegundafaseocorreunaquadradaescola.Otestede corrida/caminhadadeseis minutosfoi feitoem pequenos gruposdeadolescentes.Foimontadaumapistaretangular demarcadapor cones.Antes decomec¸aro testeaequipe deavaliadores mediu o comprimento total dapista (uma volta).Osadolescentesforammarcadoscomnúmerospre- sosemsuaroupa(camiseta)eorientadosapercorreromaior númerodevoltaspossívelemseisminutos.Osadolescentes iniciaramotesteaosoardoprimeiroapito.Osegundosinal indicavaotempodedoisminutos,oterceirosinalindicavao tempodequatrominutoseoquartosinalindicavaotempo restante deumminuto, essasindicac¸ões eramreforc¸adas pororientac¸õesverbais.Aoquintosinal(fimdotempo)os adolescentesencerraramo teste. Osavaliadores registra- ramonúmerodevoltaseametragemdavoltafinal(caso incompleta)naficha,anexaaoquestionário,decadaado- lescente.

Na terceira fase os professores de educac¸ão física da escola(correspondentesàsturmasavaliadas)foramconvi- dadosaparticipardoestudoenosconcederumaentrevista.

Apósassinaturadotermodeconsentimentoosprofessores foramentrevistadosporummembrodaequipedepesqui- sadores.Umprofessorescolheugravarentrevista(áudio)e doisprofessoresoptaramporrespondê-laporescrito.Asper- guntasforamfeitasumaporvezeoprofessortiravadúvidas semprequenecessário.

Todasasetapasdacoletadedadosforamacompanhadas pela mesma equipe de pesquisadores. Os membros da equipeforamtreinadossobreosprocedimentosdoestudo.

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O questionário, o teste de corrida/caminhada de seis minutosea entrevistaforamfeitossempre pelosmesmos pesquisadores. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Humanos da Universidade Federal doRioGrandedoSul,soboparecernúmero1.338.597.

Tratamentodosdados

Para o tratamento dos dados quantitativos foram usa- das análises descritivas, de variância e de associac¸ão. A normalidade das variáveis foi verificada com o teste de Shapiro-Wilk. Para a análise descritiva, foram apresenta- dosmédias,desvios-padrão,erros-padrão,valorabsolutoe relativo. Nesse momento das análises foramidentificados ospossíveisoutliers.Essespontosforamencontradosape- nasna variável‘‘atividadefísicafora daescola’’(variável independente).Não foi necessária sua retiradadas análi- sespelofatodequeessecomportamentoémuitovariável entreosadolescentes e ospontos outliersrepresentam a realidade estudada. Para verificar as diferenc¸as entre os sexosnasvariáveiscontínuasforamusadosotestetdeStu- dentparaamostrasindependenteseotestedoqui-quadrado dePearsonparaaaptidãocardiorrespiratóriacategorizada.

Adiferenc¸aentreasmédiasdaaptidãocardiorrespiratória foiverificada coma análisedevariânciaone-way (Anova) seguidapelotesteposthocdeTukey.

Paraverificaravariabilidadedaaptidãocardiorrespirató- riaapartirdaatividadefísicaoptou-sepelaregressãolinear múltiplacomométodostepwise.Omelhormodelofoiesco- lhidoapartirdacomparac¸ãodosvaloresdecoeficientede determinac¸ão(R2)decadamodelo,omaiorvalorfoiesco- lhido.Paratodasasanálisesfoilevadoemconsiderac¸ãoum níveldesignificânciade5%.Todasasanálisesforamfeitas comopacoteestatísticoSPSSforWindowsversão20.0.

Aanálisedosdadosqualitativosocorreudemaneiraindi- vidual e se deu por meio da identificac¸ão de unidades designificado e da categorizac¸ão por meio daanálise de conteúdo do tipo classificatório (Bardin, 1977). A entre- vista discorreu sobre as seguintes questões: (1) Quais os principaisobjetivos dasaulas deeducac¸ãofísicaescolar?;

(2)Osprofessoreslicenciadospreocupam-seemfazerpla- nejamentoparasuasaulasdeeducac¸ãofísica?;(3)Emsuas aulasabordamquestõesreferentesàpromoc¸ãodasaúde?;

(4) Osespac¸os para asaulas de educac¸ão física sãoade- quados?;(5) Oprofessordispõe dematerial didáticopara ministrarsuasaulas?;e(6)onúmerodealunosporturmaé adequadoaosespac¸osemateriaisdisponíveis?

Resultados

Fizerampartedoestudo236adolescentes(38,1%meninase 61,9%meninos)entre14e18anoseseusrespectivosprofes- soresdeeducac¸ãofísica(quatro).Natabela1apresentamos ascaracterísticasdaamostracomrelac¸ãoàsvariáveisestu- dadas.Entreosmeninos,otempodeatividadefísicaforada escolatemumaaltavariabilidade,comcasosforadacurva (outliers), portanto é necessária cautela ao interpretar taisresultados.Entretanto,ressaltamos abaixa média no resultadodoteste decorrida/caminhadadeseis minutos, emboradiferenteentreossexosdemonstraumfracorendi- mentodos adolescentes.Quandocategorizamosa aptidão

cardiorrespiratóriadosadolescentes,percebemosquemais de80%nãoatingemníveisrecomendáveisparaasaúde.

Quandoestratificamosos alunos pelos seusrespectivos professoresdeeducac¸ãofísicanaescola(gráfico1)percebe- mosqueamédiadaaptidãocardiorrespiratóriadasmeninas quenãofazemeducac¸ãofísicanãofoidiferentedasdemais meninas(gráfico1a).O grupoquenãofazeducac¸ãofísica não apresentou diferenc¸a entre as escolas, assim foram apresentadosdemaneiraagrupada.

Comrelac¸ão aosmeninos,osresultadossãoaindamais preocupantes. Identificamos que a média noresultado do teste de seis minutos dos adolescentes que não fazem educac¸ãofísicanaescolafoimaiordoqueamédiadealguns alunosqueparticipamdaeducac¸ãofísica(gráfico1b).

Comrelac¸ão àestruturapedagógicadaeducac¸ãofísica escolar a partir da visão dos professores, ficou evidente que esses atribuem à ac¸ão de promover saúde relevân- cia somente nocampoteórico. Osobjetivos das aulas de educac¸ãofísicanãocontemplamac¸õespráticas,principal- mente sobre aptidão física, como veremos a seguir nas análisesindividuaisdasentrevistas.

Inferimosda tabela 2que os professores sãorazoavel- menteexperientes,trêsdelesestãolicenciadoshaviamais de 15 anose o maisjovem licenciado havia sete anos. O professor4temmestrado,oprofessor2especializac¸ãoeos demaisnãotemformac¸ãopós-graduada.Poroutrolado,a análisedeconteúdoindicouqueosquatroprofessoresesta- vamemumúnicogrupoquantoaosobjetivos dasaulasde educac¸ãofísica.Issosugerequeaformac¸ãocontinuadanão tempapelrelevantenaformulac¸ãodosobjetivospedagógi- cosdessesprofessores.

Quantoaosobjetivosdasaulasdeeducac¸ãofísica,perce- bemosqueosprofessores,comexcec¸ãodoprofessor4,cujo discursoébemmaisestruturado,dissertamgenericamente.

Nãoháumaclaradefinic¸ãooperacionaldassuasatividades.

Essainferênciaéconfirmadanatabela3emqueseanalisa afaladosprofessoressobreseurespectivoplanejamento.

Comrelac¸ãoàsanálisesdeassociac¸ão,osresultadossão coerentes,poisosexoeotemposemanalematividadefísica (tempoematividadefísicaorientada+atividadefísicafora daescola)predisseramaproximadamente47%davariabili- dadedaaptidãocardiorrespiratória(tabela4).

Vistoqueamédiadaaptidãocardiorrespiratóriadosado- lescentesquenãofazemeducac¸ãofísicafoiigualousuperior aosseusparesque fazemeducac¸ão física,podemos inter- pretarqueaatividadefísicaforadaescolapodeinfluenciar aaptidãocardiorrespiratóriadosadolescentescommaisefi- cáciadoqueaprópriaeducac¸ãofísicaescolar.

Discussão

Os principais resultados deste estudo apontam para uma aptidão cardiorrespiratória dos adolescentes abaixo ou semelhante ao relatado em outros estudos nacionais (Bergmannetal.,2014;Coledametal.,2016;Melloetal., 2013;Minattoetal.,2015;Oliveiraetal.,2017;Silvaetal., 2015). Adicionalmente, mais de 80% dos adolescentes não atingem desempenho suficiente para estar com uma aptidão cardiorrespiratóriaconsideradasaudável.O relato dosprofessores deeducac¸ão físicarevelaquea promoc¸ão dasaúde,apartirdaaptidãofísicaeatividadefísica,não

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Tabela1 Descric¸ãodasvariáveisdosadolescentesdazonasuldePortoAlegre,2016

Meninas Meninos

n ˙x DP EP n ˙x DP EP p

Idade(anos) 146 16,2 1,11 0,09 90 16,3 1,14 0,12 0,971

Aforadaescola(min/sem) 59 201,8 186,0 24,22 44 377,1 389,9 58,82 0,022

AForientada(min/sem) 49 312,4 242,3 34,62 23 378,4 191,5 39,99 0,654

ApC(m) 110 757,2 124,7 11,91 68 976,8 167,3 20,17 0,0001

Passos/dia 122 7192,0 3283,8 297,0 69 9478,5 4575,7 550,8 0,0001

Aptidãocardiorrespiratória--- CritériosdoProesp-BR

n % IC95% n % IC95%

Zonasaudável 3 2,7 0,0-6,4 10 14,7 7,4-23,5 0,0001

Zonaderiscoàsaúde 107 97,3 93,6-100 58 85,3 76,5-92,6

%,valorpercentual; AF,atividadefísica;ApC,aptidão cardiorrespiratória; DP,desviopadrão; EP,erro padrão; IC95%,intervalode confianc¸ade95%;m,valoremmetros;min/sem,minutosporsemana;n,ocorrênciaabsoluta;p,probabilidadeestatísticadediferenc¸a entreossexos; ˙x,valormédio.

900

800 1000 1200 (m)

600

400

200

0

(m) Gráfico 1a Gráfico 1b

800 700 600 500 400 300 200 100

778.96 1065.71 1093.46

892.43 881.31 855.40

DP: ± 111,00 DP: ± 130,22

DP: ± 99,07 DP: ±139,15

DP: ±162,24 DP: ±101,14

DP: ±168,11 DP: ±129,05

DP: ±129,23 DP: ±106,37

799.82

655.29

731.26 736.88

0

Não faz EFi Professor1 Não faz EFi Professor1

Escola 1 Escola 2 Escola 3 Escola 1 Escola 2 Escola 3

Professor2 Professor3 Professor4 Professor2 Professor3 Professor4

*

* *

* *

*

Gráfico 1 Diferenc¸a da aptidão cardiorrespiratória das meninas (gráfico 1a) e dos meninos (gráfico 1b) estratificada por participac¸ãonaeducac¸ãofísicaescolarepelosprofessoresdeeducac¸ãofísica(*:diferenc¸asignificativa).

Tabela2 Formac¸ãoeobjetivodasaulasdeeducac¸ãofísicadosprofessoresentrevistados.±

Profs. Licenc. Pós-graduac¸ão Formac¸ãocontinuada Objetivosdaeducac¸ãofísica

1 2002 - Eventual Proporcionaraosalunosatividades

relacionadasaosesportes,regras,técnicas, táticas,expressãocorporal,danc¸a,visando sempreàcooperac¸ãoeàsocializac¸ãocomos alunos.

2 2003 Especializac¸ão Frequenta Consciênciacorporal,capacidadesfísicas, postura,cooperac¸ão,respeitoequebrade preconceitosquantoacapacidades.

3 2008 - Eventual Estimularoalunoapraticarumesportefora

daescolaeseguirapráticanavidaadultade maneiracorreta.

4 2010 Mestrado Frequenta Aprimoraretransmitirconhecimentosvoltados

àpromoc¸ãodasaúde,prevenc¸ãoetratamento dedoenc¸as,cidadania,solidariedade.

Licenc.,anodalicenciatura;Profs.,professores.

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Tabela3 Planejamentoeinfraestruturaparaasaulasdeeducac¸ãofísica

Profs. Planodasaulas Promoc¸ãodasaúde Estruturafísica

1 Meuplanejamentopara asaulasdeeducac¸ão físicaétrimestral.

Nãomanifestopreocupac¸õescom estratégiasdepromoc¸ãodasaúde.

Trêsquadrasgrandeseduassalas comsom.(...)Estãodisponíveis bolas,cordas,cones,colchonetes (...)easturmasvariamentre17a 20alunos.

2 Fac¸oplanejamento trimestral.

Respirac¸ão,frequênciacardíacae postura.

Umginásiocomquadrapoliesportiva eumaquadraaberta.Aescola disponibilizabolas,colchonetes, halteres,cones,redeesom.

3 Sim,tenhoumplano trimestralcomoaescola solicita

Sim,aopraticaroexercícioouojogo proposto,semprelembrandoa maneiracorretaeosbenefícios.

Quadracoberta,laboratóriode informática(usadoparapesquisas).

Bolas,bambolês,bastões,corda, cones,coletesecolchonetesesuas turmassãode25alunos.

4 Emcadaauladesenvolvo meuplanodeaulae buscotrabalharcom temasespecíficosem cadabimestre, contemplandooplano deensinodadisciplinae daturmanodecorrerdo ano.

Sim.Trabalhoasquestõesreferentes àprevenc¸ãoeaotratamentode doenc¸ascomoobesidade, hipertensão,diabetes,

osteomuscularesetc.Tambémme refiroaoshábitossaudáveiscomoa alimentac¸ão.Otrabalhosedá atravésdeaulasexpositivas,teóricas práticasecomtrabalhosdepesquisa.

Tambémfac¸otestesfísicosvoltadosà aptidãofísicaesaúde.

Quadradeesportes,campode futebol(entretantoestásem condic¸õesdeuso),saladeaulae pátiodaescola.Bolasdevoleibol, futebol,basquete,handebol, colchonetes,redes,balanc¸a, raquetes,cones,cordas.Turmasde 35alunos.

Profs.,professores.

Tabela4 Estimativadavariabilidadedaaptidãocardiorrespiratóriaapartirdasvariáveisquecompuseramomelhormodelo deregressãolinearmúltipla,zonasuldePortoAlegre,2016

R2:0,474p=0,0001 Aptidãocardiorrespiratória

␤* IC95% p

Sexo 243,11 185,18-301,04 0,0001

TempodeAFsemanal 0,107 0,031-0,183 0,007

*,valordebeta ajustado;AF,atividadefísica;IC95%,intervalodeconfianc¸ade 95%;p,níveldesignificância;R2,coeficiente de determinac¸ão.

seenquadranos objetivos pedagógicosdaeducac¸ãofísica escolar.Comrelac¸ãoàsassociac¸ões,osresultadoseviden- ciamque o tempode atividade físicasemanal influencia, de formamuito baixa, na aptidão cardiorrespiratória dos adolescenteseosexotemumainfluênciaconsiderável.

Comrelac¸ãoàaptidãocardiorrespiratória,nossosresul- tados são semelhantes aos encontrados em Londrina-PR (Coledam et al., 2016). Todavia, outros estudos nacio- naistêmreportadoqueabaixaaptidãocardiorrespiratória aproxima-sede70%(Fortesetal.,2012;Burgosetal.,2012;

Melloetal.,2013)ede50%(Coledametal.,2016;Minatto etal.,2015).Caberessaltaraamplagamadetestesecri- tériosusadospelosestudossupracitadosnosremeteacerta cautelaparacompararseusresultados.

O desempenho dos adolescentes avaliadosnopresente estudo é deveras coerente com o discurso dos profes- sores quanto aos seus planejamentos. Os discursos de

três professores entre os quatro entrevistados sugerem que a educac¸ão física está carente de sua identidade pedagógica e, como tal, não assume devidamente suas responsabilidades específicas com seu papel de formac¸ão naescola,principalmentenoqueserefereàeducac¸ãopara a promoc¸ãoda saúde.Mesmoaprofessora 4,que em seu discurso afirma trabalhar questões referentes à aptidão física, não promove de forma efetiva níveis de aptidão cardiorrespiratóriasatisfatóriosemseusalunos.

Parece claro que os professores nãointervêm minima- mentenasaúdedosadolescentes.Nãoobstante,aaptidão cardiorrespiratória dos adolescentes é tão baixa que par- ticipar ou não daeducac¸ão física escolar parece não ter influênciaalgumanosníveisdessavariável.

Essasinterpretac¸ões muito se assemelham com as fei- tas por Zanchaet al. (2013), nas quais identificaram que namaioriadoscasos(professoresentrevistados)oconceito

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saúdefoi compreendido de maneira amplae abrangente, como sinônimo de qualidade de vida. As autorasrelatam também que alguns professores demonstraram dificulda- des de externar opiniões claras e consistentes sobre o conceito saúde. Semelhantemente aos nossos achados, tambémfoiidentificadoqueo temasaúde,quando traba- lhado,éprioritariamenteconceitual,pormeiodepesquisas, apresentac¸õesdetrabalhoegruposdeestudo.

Aindanessesentido,alguns estudoscom métodosdife- rentesavaliaramaeducac¸ãofísicaescolarcomrelac¸ãoaos objetivoseàsintensidadesdasaulaseosresultadoslevam àsmesmasinterpretac¸ões dopresenteestudo. Apesquisa de Kremer et al. (2012) mostrou que a proporc¸ão média detempodasaulasem atividadescomintensidademode- radaevigorosa foideapenas32,7%,semelhantementeao observado no estudo de Hino et al. (2010), que mostrou proporc¸õesde26,3%paraatividadesmoderadase8,7%para atividadesvigorosas,totalde35%.JánoestudodeGuedese Guedes(1997)aproporc¸ãodeatividadesmoderadasfoide 16%e,apesardamaiorproporc¸ãoematividades vigorosas emrelac¸ãoaosdemaisestudos(15%),aproporc¸ãototalde atividadesfoisemelhanteàdosdemais.

No que tange aos conteúdos e objetivos da educac¸ão físicanaescola,Fortesetal.(2012)destacamqueosaspec- tos mais relevantes na educac¸ão física no município de Pelotas(RS)segundoasanálisesforam:a)amaioriadasaulas contextualizadanoaspectodeaulalivre;b)oesportecomo conteúdoprioritáriodasaulas;ec)ênfasenaac¸ãodospro- fessoressobaformadeobservac¸ãoe/ououtrastarefas.Hino etal. (2010), como mesmo instrumento paraobservac¸ão das aulasem quatroescolas públicas de ensinomédio da cidadedeCuritiba(PR),identificaramque35,2%dasaulas corresponderamtambémaoaspecto‘‘jogoslivres’’.

Essesresultadosencontradosnaliteratura,somadosaos dopresenteestudo,noslevamainterpretac¸õespessimistas sobreoestadodaeducac¸ãofísicanoensinomédio.Agregado aessefato,algunsprofessoresavaliadosnopresenteestudo demonstramdesconhecimentosobreasdevidasresponsabi- lidadespedagógicasdaeducac¸ãofísica,principalmentenas questõesreferentesàsaúde.

Asanálisesdeassociac¸ãoreforc¸amosresultadosatéaqui discutidos.Nossasevidênciasindicamqueatividadesfísicas fora do contexto escolar (tempo de atividade física ori- entada+atividadefísicafora daescola)têmacapacidade de predizer aproximadamente 50% daaptidão cardiorres- piratória.Assim comoo sexo,cujasdiferenc¸asna aptidão cardiorrespiratóriajáestãobemdescritanaliteraturanaci- onaleinternacional(Andersenetal.,2015;Bergmannetal., 2014).

Essesachadosvãoaoencontrodealgunsestudosnacio- nais.Evidênciasapontamparaumaassociac¸ãopositivaentre ser fisicamente ativo e bom nível de aptidão cardiorres- piratória emcrianc¸as e adolescentes(Santosetal.,2015;

Barbosa etal., 2014).O estudo de Coledam etal. (2016) mostraqueaaptidãocardiorrespiratóriaseassociadireta- menteàpraticaesportiva.Assimcomonopresenteestudo, aliteraturatemevidenciadoníveisinadequadosdeaptidão cardiorrespiratórianosadolescentes,jáháestudosqueindi- camanecessidadedeatividadesfísicasepráticasesportivas (semmencionarocontextoescolar)paraprevenirosagra- vosàsaúderelacionadosàbaixaaptidãocardiorrespiratória emadolescentes(Coledametal.,2016;Araetal.,2007).

Nossosresultadosmostraramque,comrelac¸ãoaotempo deatividadefísicasemanal,podemosidentificarqueacada minuto de atividade física percebemos um aumento de 0,107metronotestedeseisminutos.Apesar designifica- tiva,essaassociac¸ãodeveserobservadacomcautela,pois, paraavanc¸ar100metrosnotestedecorrida/caminhadade seisminutos,osadolescentes,independentementedosexo, precisariamfazeraproximadamente900minutosdeativida- desfísicasduranteasemana.Essesresultadospodemindicar quealgumavariávelimportante nessaassociac¸ão nãotem sidoeficaze,anossover,essavariáveléaeducac¸ãofísica escolar,comojávimosapartirdodiscursodosprofessores.

Em contrapartida a esse cenário, alguns estudos têm demonstrado a eficácia de programas de educac¸ão física comênfasenasaúde.Estudosdeintervenc¸ãocomênfaseem promoc¸ãodasaúdedeescolaresnoBrasilaindasãoescas- sos(Oliveira etal., 2017; Souza et al., 2011),embora as evidênciasdisponíveis apontem para o efeito positivo em outrospaísesdaAméricaLatina(Hoehneretal.,2008)edo mundo(Dobbinsetal.,2013).

Algunsestudosde revisãocorroboramessasafirmac¸ões e têm sustentado que intervenc¸ões de base escolar têm apresentadoefetividadenapromoc¸ãodaatividadefísicae aptidãofísicaentrecrianc¸ase adolescentes,comatenc¸ão destacada à disciplina de educac¸ão física (Kahn et al., 2002;VanSluijsetal.,2007).Aprincipalcaracterísticaem comumentreasestratégiasdeintervenc¸ãodesses estudos éoaumentodeaulassemanaisdeeducac¸ão física,alguns estudos,comoodeDobbinsetal.(2013),chegaramapro- porcincoaulas semanaise obtiveram bonsresultados em praticamentetodasasvariáveisdeaptidãofísicaavaliadas.

Nesse contexto e sustentando os resultados encon- trados, alguns estudos evidenciam grande limitac¸ão em intervenc¸ões de base escolar com enfoque prioritário no aspectoconceitual,semintervirnosaspectosprocedimen- taiseatitudinais(Barrosetal.,2009).

Paraainterpretac¸ãodosresultadosdesteestudoforam consideradas algumas limitac¸ões. O nível socioeconômico eonível maturacionalpodemserfatoresdeconfusãonas relac¸ões evidenciadas no presente estudo, todavia essas variáveisnão foramavaliadas. Háalgumas características específicasdosestudantesdeensinomédio,principalmente noBrasil,quedealgumaformapodeminfluenciarosresul- tados. Pelo fatodea educac¸ão físicaser noturno oposto às outras disciplinas, alguns adolescentes abandonam a educac¸ãofísicaparafazerestágios,trabalhos---comunsem níveissocioeconômicos maisbaixos--- e outrasatividades, atémesmoesportivas.

Conclusão

Inferimos,apartirdosresultadosdesteestudo,queébaixa aaptidãocardiorrespiratóriados adolescentesdazonasul dePortoAlegre,independentementedosexo.

Esses resultados estão associados aos objetivos da educac¸ãofísicadesuasescolas.Trêsprofessoresdequatro entrevistadosapresentam um perfilque demonstra, salvo melhor juízo, uma evidente falta de compromisso ou de preocupac¸ãocomapromoc¸ãodasaúde.Osobjetivosrela- tadossãogenéricoseconfiguram-secomodiscursosdotipo senso comum, politicamente correto, mas efetivamente

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muitopoucoconsistentecomaspreocupac¸õesdasaúdedos adolescentes.

As análises de associac¸ão mostram haver uma relac¸ão entre a atividade física fora da escola e a aptidão car- diorrespiratória. Esses resultados indicam a necessidade de se investigarem os aspectos relacionados à atividade físicafora doambienteescolar.Essa é umadasprincipais variáveisassociadasàaptidão cardiorrespiratóriaeconse- quentementeàsaúdedosadolescentes.

Financiamento

Júlio Brugnara Mello contou com apoio financeiro da Coordenac¸ãodeAperfeic¸oamentodePessoaldeNívelSupe- rior(Capes)emformadebolsademestrado.AdroaldoCezar AraujoGayacontoucomapoiofinanceirodoConselhoNaci- onaldeDesenvolvimentoCientíficoeTecnológico(CNPq)em formadebolsadeprodutividadeempesquisa---Nível1D

Conflitos de interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

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