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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO – ´AREA II MA129 (c´alculo diferencial e integral 4) – 2011.2 – Q3 e Q4 GABARITO DO 2

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(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO – ´ AREA II MA129 (c´ alculo diferencial e integral 4) – 2011.2 – Q3 e Q4

GABARITO DO 2

o

EXERC´ICIO ESCOLAR (19/10/2011) Orienta¸ c˜ ao: O exame ´e estritamente individual, sem consulta ou calculadora. A ordem das quest˜ oes n˜ ao ´e importante. Apenas solu¸c˜oes leg´ıveis e justificadas rece- ber˜ ao pontos. Circular as respostas ! Responder a caneta preta ou azul, ou a l´apis.

O valor de cada item est´ a entre parˆenteses. Dura¸ c˜ ao: 120 minutos.

Quest˜ ao 1. Para cada EDO abaixo, encontrar a solu¸c˜ao completa expl´ıcita:

1.a (2,0). d

4

y

dt

4

+ 8 d

2

y

dt

2

+ 16 y = 50e

t

− 96 sen(2t).

1.b (2,0). d

2

y

dt

2

− 2 dy

dt + y = e

t

t

3

, t > 0 1.c (1,5). x

2

d

2

y

dx

2

− 3x dy

dx + 13 y = 10 x, x > 0

Quest˜ ao 2. Considere-se o movimento de um sistema tipo massa-mola com massa m = 1 kg, coeficiente de amortecimento γ = 2 kg/s, constante da mola k = 2 N/m, e for¸ca externa F

E

(t) = 10 cos (2t) N.

2.a (1,5). Calcular a solu¸c˜ ao estado estacion´ ario;

2.b (0,5) Calcular a amplitude da solu¸c˜ ao estado estacion´ario.

Quest˜ ao 3 (1,0). Encontrar, em forma expl´ıcita, a fam´ılia das curvas ortogonais

`

as elipses que admitem equa¸c˜ ao da forma x

2

+ 5y

2

= k, onde k > 0.

Quest˜ ao 4 (1,5). Escrever, explicitamente, como fun¸c˜ao de s, a transformada de Laplace Y (s) da (´ unica) solu¸c˜ ao y(t) do PVI abaixo. A tabela no verso pode ser empregada, indicando-se o n´ umero de cada regra no passo em que ´e utilizada:

d

2

y

dt

2

+ 9 y = 2 cos (3t) sen (4t) + 2 cosh (3t) senh (4t); y(0) = 1, dy

dt (0) = 2 SUBSCRITOS (empregados nas solu¸c˜ oes y): gh = geral da EDO homogˆenea (sol. complementar); gnh = geral (que ´e a completa) da EDO n˜ao-homogˆenea;

p = particular. SIGLA: T.D.E. = teorema do desvio exponencial.

(2)

RESOLU ¸ C ˜ AO COMENTADA

1.a. A EDO tem equa¸c˜ ao caracter´ıstica (auxiliar, reduzida) 0 = r

4

+ 8r

2

+ 16 = (r

2

+ 4)

2

= ((r − 2i)(r + 2i))

2

, cujas ra´ızes s˜ ao ± 2i, ambas com multiplicidade 2.

Denotando P (D) = D

4

+ 8D

2

+ 16 = (D

2

+ 4)

2

, temos que P (D)[y(t)] = 0 tem so- lu¸c˜ao y

gh

(t) = (C

1

+ C

2

t) cos (2t) + (C

3

+ C

4

t) sen (2t), onde C

1

, C

2

, C

3

, C

4

∈ R .

b

1

(t) = 50e

t

tem anulador D − 1, associado ` a raiz 1, enquanto b

2

(t) = − 96 sen(2t) tem anulador D

2

+ 4, associado ` as ra´ızes ± 2i. Logo, ´e conveniente resolvermos as EDOs lineares n˜ ao-homogˆeneas P (D)[y(t)] = b

(t) ( ∈ { 1, 2 } ) separadamente, obtendo solu¸c˜ oes particulares y

p

(t) para elas pelo m´etodo dos coeficientes inde- terminados e, por linearidade, y

gnh

(t) = y

gh

(t) + y

p1

(t) + y

p2

(t) para a EDO dada.

Do anulador de b

1

(t) e de P(D), sabemos que podemos usar y

p1

(t) = A e

t

para um ´ unico real A, donde: 50e

t

= P (D)[A e

t

] = (por linearidade e T.D.E.) A e

t

(D + 1)

2

+ 4

2

[1] (as derivadas de 1 s˜ ao nulas) = A e

t

1

2

+ 4

2

[1] = 25A e

t

∴ 25A = 50 ∴ A = 2.

Como b

2

(t) = − 96 sen(2t) = − 96 ℑ e

i2t

, temos que y

p2

(t) = − 96 ℑ (z

p

(t)), onde z

p

(t) ´e uma solu¸c˜ ao particular da EDO P(D)[z(t)] = e

i2t

. Do fato desta fun¸c˜ ao ter anulador (D − 2i), sabemos

1

que z

p

(t) = H t

2

e

i2t

para um ´ unico complexo H, sendo o fator t

2

´e devido ` a multiplicidade 2 da raiz 2i em P (D).

Da´ı: e

i2t

= P (D)[H t

2

e

i2t

] = (por linearidade e T.D.E.) H e

i2t

P (D + 2i)[t

2

] = H e

i2t

(D + 2i)

2

+ 4

2

[t

2

] = H e

i2t

(D

2

+ 4iD −6 4+ 6 4

2

[t

2

] = H e

i2t

− 16D

2

[t

2

] (pois D

k

[t

2

] = 0 para k ≥ 3) ∴ e

i2t

= − 32 H e

i2t

∴ H = − 1

32 ∴ y

p2

(t) = − 96 ℑ

− 1 32 t

2

e

i2t

= − 96

− 32 t

2

ℑ (e

i2t

) ∴ y

p2

(t) = 3 t

2

sen (2t). Em suma:

y

gnh

(t) = (C

1

+ C

2

t) cos (2t) + C

3

+ C

4

t + 3 t

2

sen (2t) + 2 e

t

; C

1

, C

2

, C

3

, C

4

∈ R .

1.b. A EDO tem equa¸c˜ ao caracter´ıstica 0 = r

2

− 2 r + 1 = (r − 1)

2

, com raiz

´

unica 1 com multiplicidade 2. Denotando P (D) = D

2

− 2D + 1 = (D − 1)

2

, temos que P(D)[y(t)] = 0 fornece um conjunto fundamental de solu¸c˜oes { y

1

, y

2

} onde y

1

(t) = e

t

e y

2

(t) = t e

t

. Para a EDO n˜ao-homogˆenea, como b(t) = t

3

e

t

n˜ ao ´e anulado por algum polinˆ omio em D a coeficientes constantes, usaremos o m´etodo da varia¸c˜ ao dos parˆ ametros, propondo y

p

(t) = v

1

(t) · e

t

+ v

2

(t) · t e

t

, onde

1Do anulador de b2(t) e de P(D), tamb´em sabemos que, para reais B e C unicos,´ yp2(t) =t2(B cos (2t) +Csen (2t)).

(3)

as fun¸c˜ oes v

1

e v

2

s˜ ao determinadas pelo sistema de equa¸c˜oes abaixo:

W e

t

, t e

t

· v

1

v

2

=

e

t

t e

t

e

t

(t + 1)e

t

· v

1

v

2

= 0

t

−3

e

t

Mas

det W e

t

, t e

t

= ((t + 1) − t) e

t

2

= e

2t

. Pela regra de Cramer:

v

1

(t) = 1 e

2t

det

0 t e

t

t

3

e

t

(t + 1)e

t

= − t

−3

t e

2t

e

2t

= − t

−2

∴ v

1

(t) = t

−1

; e v

2

(t) = 1

e

2t

det

e

t

0 e

t

t

−3

e

t

= t

−3

e

2t

e

2t

= t

−3

∴ v

2

(t) = − 1 2 t

−2

∴ y

p

(t) = e

t

t − t e

t

2t

2

= e

2t

2t ∴ y

gnh

(t) =

C

1

+ C

2

t + 1 2t

e

t

, t > 0; C

1

, C

2

∈ R .

1.c. Sendo a EDO dada uma de Cauchy-Euler (equidimensional) com operador diferencial linear L = x

2

D

2

− 3xD + 13, D = d

dx , temos a substitui¸c˜ao t = ln (x) (j´ a que x > 0) e o formato de solu¸c˜ ao x

r

para a EDO homogˆenea L[y(x)] = 0:

0 = L[x

r

] = x

r

(r(r − 1) − 3r + 13) ∴ 0 = r

2

− 4r + 13, cujas ra´ızes s˜ao 2 ± i3 ∴ y

gh

(t) = e

2t

(C

1

cos (3t) + C

2

sen (3t)), onde C

1

, C

2

∈ R , isto ´e,

y

gh

(x) = x

2

( C

1

cos (3 ln (x)) + C

2

sen (3 ln (x)) ). Mas b(x) = 10 x, ou seja, b(t) = 10 e

t

∴ y

p

(t) = A e

t

para algum A ∈ R , isto ´e, y

p

(x) = Ax ∴

10x = L[Ax] = x

2

· 0 − 3xA + 13Ax

= 10Ax ∴ A = 1 ∴ y

p

(x) = x. Em suma

2

: y

gnh

(x) = x

2

C

1

cos (ln (x

3

)) + C

2

sen ln (x

3

) + x, x > 0, onde C

1

, C

2

∈ R . 2.a. Sabemos que a solu¸c˜ ao estado estacion´ ario ´e a solu¸c˜ao particular y

p

da EDO m y

′′

(t) + γ y

(t) + k y(t) = F

E

(t), t > 0 obtida pelo m´etodo dos coeficientes indeterminados. Substituindo os dados, temos que: y

′′

(t) + 2 y

(t) + 2 y(t) = 10 cos (2t), cuja equa¸c˜ ao caracter´ıstica 0 = r

2

+ 2r + 2 tem ra´ızes − 1 ± i.

J´ a o anulador de 10 cos (2t) = 10 ℜ (e

i2t

), que ´e D

2

+ 2, est´a associado `as ra´ı- zes ± 2i. Assim, y

p

(t) = ℜ (z

p

(t)), onde z

p

(t) = H e

i2t

para um ´ unico complexo H, obtido por: 10 e

i2t

= D

2

+ 2D + 2

[H e

i2t

] = (por linearidade e T.D.E.) H e

i2t

(D + 2i)

2

+ 2(D + 2i) + 2

[1] = (1 ´e constante) H e

i2t

(2i)

2

+ 2(2i) + 2 [1]

= H e

i2t

( − 4 + 4i + 2) ∴ H = 10 ( − 2 + 4i)

−1

= − (1 + 2i) ∴

y

p

(t) = ℜ ( − (1 + 2i) ( cos (2t) + i sen (2t) ) ) ∴ y

p

(t) = 2 sen (2t) − cos (2t), t ≥ 0.

2Tamb´em poder´ıamos ter usado a express˜ao deLemtao inv´es dex, isto ´e, comDe= d dt, a saber,L=De2−4D+13: 10e et= (De2−4D+13)[A ee t] = (1−4+13)A et= 10Aet∴A= 1.

(4)

2.b. A amplitude de y

p

´e A = p

2

2

+ ( − 1)

2

∴ A = √ 5.

3. A fam´ılia original ´e dada por x

2

+ 5y

2

= k > 0. Diferencia¸c˜ao impl´ıcita resulta numa EDO: 2x + 10yy

= 0 ∴ y

= − x/(5y). Para a fam´ılia ortogonal, tomamos o oposto do inverso: y

= 5y/x ∴ xy

− 5y = 0, EDO equidimensional homogˆenea. Usando o formato de solu¸c˜ ao x

r

, obtemos

3

: 0 = (xD − 5)[x

r

] = x

r

(r − 5) ∴ r = 5 ∴ y = C x

5

, onde C ∈ R .

4. Para aplicarmos transformadas de Laplace, precisamos preparar o lado (mem- bro) direito da EDO. Por um lado, temos a identidade trigonom´etrica abaixo:

2 sen (A) cos (B) = sen (A + B ) + sen (A − B) ∴

2 sen (4t) cos (3t) = sen (7t) + sen (t) . Por outro lado: 2 senh (A) cosh (B) = e

A

− e

A

e

B

+ e

B

/2 =

e

A+B

− e

−(A+B)

+ e

AB

− e

−(AB)

/2 = senh (A + B) + senh (A − B) ∴ 2 senh (4t) cosh (3t) = senh (7t) + senh (t) .

Portanto, o PVI dado ´e:

y

′′

(t) + 9 y(t) = sen (7t) + sen (t) + senh (7t) + senh (t) ; y(0) = 1, y

(0) = 2 Aplicando a transformada de Laplace pela Regra 18 ao lado esquerdo com n = 2 e os dados inciais acima, e pelas regras 5 e 7 ao lado direito, ambas com a = 7 e a = 1, obtemos, por linearidade:

s

2

Y (s) − 1s − 2

+ 9Y (s) = 7

s

2

+ 49 + 1

s

2

+ 1 + 7

s

2

− 49 + 1 s

2

− 1 ∴ Y (s) = 1

s

2

+ 9

s + 2 + 7

s

2

+ 49 + 1

s

2

+ 1 + 7

s

2

− 49 + 1 s

2

− 1

3Se resolvermos esta EDO como EDO separ´avel, devemos ter cuidado com dois fatos:

a solu¸c˜ao geral leva `a constanteC 6= 0 devido ao valor absoluto; e a solu¸c˜ao excepcional y(x) = 0 estende a constante a C∈R.

Referências

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