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O AMOR DA MINHA ALMA

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Academic year: 2021

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O AMOR DA

MINHA ALMA

Obra Teatral de

Carlos José Soares

Revisão literária de Nonata Soares

O Amor Surpreende a vida enquanto a vida surpreende a alma. A história de uma mulher que foi capaz de vencer todos os limites em nome do amor!

Literatura. Teatro. Música

www.acadoccultura.xpg.uol.com.br case.soares@yahoo.com.br

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O AMOR DA MINHA ALMA

Peça de Carlos José Soares Revisão Literária de Nonata Soares

Contexto:

Sandra é uma mulher solitária. Cheia de traumas e muito insegura. No entanto, não transmite isso às pessoas em geral. Tem um amigo muito íntimo chamado Diógenes. Diógenes, por sua vez é um homem interesseiro. E daria tudo para casar com Sandra. Afinal, ela é herdeira direta de seu falecido marido, que a deixou simplesmente milionária. Sandra não percebe o interesse de Diógenes e o considera um verdadeiro amigo. Com o tempo, ela vem a perceber os verdadeiros interesses do suposto amigo. Mas, diferente do imaginado, tem uma reação surpreendente. Contudo, Sandra é verdadeiramente apaixonada por um homem que a despreza e a faz passar pelas maiores humilhações. Aproveitando-se disso, Diógenes faz Sandra pensar que é seu defensor leal. Mas, em nome da sua ambição, Diógenes faz tudo para afastar Rodrigo da vida de Sandra definitivamente.

Sandra conversa com Diógenes:

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- Meu querido! Você não entende. Eu não posso simplesmente fingir que eu não amo àquele homem. Ele é tudo para mim! Tudo... Definitivamente.

Diógenes:

- Eu conheço a sua seriedade em tudo. Não consigo entender como pode ficar nas mãos de um homem como Rodrigo. Ele é nojento. Podre mesmo.

Sandra:

- Eu não sei. Ele simplesmente não me ama. Às vezes penso em realmente desistir. Mas, de repente ele se aproxima. Chama por mim. Então, eu perco o juízo e aceito todas as suas condições.

Diógenes:

- Sim! E ele se aproveita disso. Não entendo você! Sinceramente... Eu não posso aceitar que você se submeta mais a isso.

Sandra:

- E o que eu posso fazer, querido? Diógenes:

- Eu não sei. Não estou dentro de você. Acho que o seu coração está ferido demais... Você vivenciou o amor verdadeiro do seu falecido marido. E acaba acreditando que esse amor possa de fato voltar à sua vida, através

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de outro homem. Mas, eu posso afirmar que esse homem não é o Rodrigo. Na verdade, ele nem merece sequer essa suposição.

Sandra:

- Eu não posso desistir do amor da minha vida. Eu não posso mesmo!

Diógenes:

- Eu acredito que tenha que se interessar por outro homem. Você é uma mulher rica, inteligente, sensível e linda!

Sandra:

- E o que sugere? Que eu compre um amor com o meu dinheiro?

Diógenes:

- E por que não? Sandra:

- Eu não posso acreditar no que está sugerindo. Diógenes:

- Um amor é sempre um amor. Sandra:

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Diógenes:

- Você precisa conhecer mais pessoas. Precisa conversar mais... Nem sair de casa você está saindo. O que espera da vida, afinal?

Sandra:

- Nada! Esse é o problema. Eu não espero nada! Eu não fui educada para o sofrimento. Para a dor. Parece que tudo o que eu conheci da vida... Do mundo... Nada foi realmente importante. Nada! Enfim, um tempo vivido... Sem tempo algum. Entende isso?

Diógenes:

- Eu não vou trabalhar essa sua neurose. Eu estou tentando despertar o seu interesse pela vida. Pelo amor. Mesmo que esse amor precise ser comprado... Eu acho que o quê você não acha possível é na verdade, totalmente viável.

Sandra:

- Comprar um homem... Você é um estúpido! Diógenes:

- Tudo o que é trabalhado, avaliado, acaba tendo um sentido.

Sandra:

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Diógenes:

- Claro. Por que não. Você é uma mulher como outra qualquer... Ama e quer ser amada. E como outros milhões de mulheres tem o amor frustrado, por conta da negativa do ser amado.

Sandra:

- Interessante. De repente você me faz sentir uma professora de sonhos. Sonhos inacabados e sem qualquer motivação para a realidade.

Diógenes:

- Não pense dessa forma. Não é assim. Sandra:

- Meu querido! Assim você me decepciona. Eu sempre acreditei no seu bom senso. Na lógica dos seus pensamentos... E acima de tudo, nos valores dos seus sentimentos.

Diógenes:

- Sou apenas um homem. Eu nunca afirmei ser Deus! Sandra:

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Diógenes:

- Bom! Se estiver disposta a me ofender, eu desisto. Eu vou embora. Não quero mais compartilhar essa dor com você.

Sandra:

- Eu não quis ofendê-lo! Pelo amor de Deus! É que eu estou cansada de tudo isso. Na verdade, apesar de ter tudo próximo de minhas mãos, minha vida é muito dura.

Diógenes:

- Eu me sinto agora um marginal. Impressionante. Eu perdi completamente o rebolado.

Sandra:

- Perdoa! Sei que quer me ver bem... Mas, infelizmente o dinheiro não compra o amor!

Diógenes:

- Posso garantir que compra. Sandra:

- Você está amargo demais hoje. Diógenes:

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- Nem tanto. Já tive dias piores. SANDRA RI...

Sandra:

- Sabe querido... Ainda bem que eu tenho você como meu amigo. Sério! Eu não sei o que seria de mim sem você. Não ter você é inadmissível para mim. (risos). Diógenes:

- Não brinca! Pena que não me dá o valor que eu mereço ter.

Sandra:

- Como não? Eu não concordo com você! Ao contrário, eu o considero muito. Tem demonstrado ser um grande amigo. Sabe? Eu posso confiar em você! E isso é bom!

Diógenes:

- Considera? Sei... Bom, antes assim. Na verdade, eu não tenho a menor intensão de continuar sendo apenas uma intensão para você... Ou, para sua vida.

Sandra:

- Eu não entendo como posso considerar a vida e o tempo de forma tão contundente. Gostaria de voltar a

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ter a minha antiga alegria. De ser àquela mulher que se perdeu em algum lugar.

Diógenes:

- Imagina! Não fale bobagem. Tenha certeza de que tem muito valor e eu quero e vou confessar para você o meu delito. O crime passional do qual estou sendo autor. Sandra:

- Nossa! Do que se trata? Matou alguém por amor? (ironicamente).

Diógenes:

- Não! Ao menos ainda não. Sandra:

- Ainda bem que eu não sou essa mulher. Diógenes:

- E se fosse? Sandra:

- Jamais poderia ser querido! Somos irmãos. E depois, você sabe muito de mim. Conhece as minhas fraquezas e limitações... E isso não é bom para um relacionamento.

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- Preconceito da sua parte. Eu creio que um relacionamento possa se fazer justamente pelo conhecimento. Você não acha?

Sandra:

- Não. Eu não acho. Um relacionamento só se constrói com afinidades... E conhecer bom um ao outro não indica propriamente uma afinidade. Não concorda? Diógenes:

- Sim! Mas, ao mesmo tempo não pode haver uma afinidade se não houver um comprometimento.

Sandra:

- Deixemos isso para depois. É uma conversa muito longa. E eu preciso dormir.

Diógenes: - eu vou indo. Sandra:

- Não prefere dormir aqui... ? Diógenes:

- No quarto de hóspedes? Sandra:

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Diógenes:

- Prefiro ir. Obrigado. Sandra:

- Como quiser, então! Falamo-nos amanhã. Diógenes:

- Até amanhã.

DIÓGENES SE RETIRA. SANDRA COMEÇA A LER UM TEXTO QUE ESCREVERA UMA SEMANA ANTES:

Sandra:

- Eu escrevi esse texto. Na verdade, um desabafo. Não sei como fazer para esquecer essa dor. Preciso me libertar disso. Não posso ficar presa a um contexto que não faz parte da minha vida. Eu me sinto morta... Parece que morri e continuei na Terra, ocupando um espaço que não me pertence mais. Uma sensação horrível! SANDRA LÊ O TEXTO EM VOZ ALTA:

- Queria entender as razões que me fazem chorar. Queria entender o porquê que sofro essa dor, se nem mesmo sem quem sou diante desse amor tão louco. De onde veio o vento? Para onde irá me levar? Não creio

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que possa apagar de minha alma a intensidade desse sentimento tão profundo. Como nunca pude sentir antes. Na verdade, sou o obscuro dos meus sonhos. Não posso ter esse homem que devora a minha alma, sem que mesmo saiba a importância que tem em minha vida. Quem eu sou? O que eu espero desse ser tão distante? O que ele realmente poderia me proporcionar caso aceitasse o meu amor. Ah! Meu Deus... Quero que o meu corpo seja todo dele. Quero que os seus beijos devorem os meus... Quero que todos os meus sentidos sejam para ele... Quero que a liberdade do prazer possa alcançar todos os limites. Queira Deus esse homem possa despertar para a minha paixão. E fazer dela todos os dias o ar que respira. A comida que come... A água que bebe. Quero na essência do meu tempo a sede que contorno cada uma das minhas ansiedades. E que eu sou diante desse vácuo chamado ilusão. Não posso negar que preciso desse homem. Que ele é literalmente o meu tempo e a minha verdade. É também, a minha mais fantasiosa mentira. Enfim, não tenho mais tempo para sonhar. Preciso imediatamente deliciar essa desventura, na qual meu espírito insiste em mergulhar.

TUDO ESCURO. A LUZ RETORNA EM CENA RODRIGO CONVERSA COM DIÓGENES:

Diógenes:

- Sandra é uma sonhadora. Ela insiste que ama você. E o quer com toda a intensidade.

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Rodrigo:

- Eu não sei mais o que fazer. Eu não a amo. Literalmente não a amo. Aliás, não quero nenhum tipo de relacionamento com quem quer que seja. Eu quero preservar a minha liberdade. Ela sim me interessa. E muito!

Diógenes:

- Exato. Eu entendo você. Mas, de qualquer forma você é uma pedra no meu sapato.

Rodrigo:

- Eu sei. Você é totalmente apaixonado pela fortuna dela. Adoro o dinheiro que o falecido marido deixou para ela. Ama desesperadamente cada uma de suas propriedades. Mas, meu querido! Eu acho que isso... Essa fortuna! Jamais irá lhe pertencer. Você conhece a história e sabe que fui uma vítima...

Diógenes:

- Não! Eu preciso encontrar um caminho. Foi vítima porra nenhuma. Foi um perdedor, isso sim!

Rodrigo:

- Eu não preciso do dinheiro dela. Dinheiro não me falta. Minha tia foi muito generosa, me deixando em testamento toda a sua pequena fortuna. Não preciso me

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casar por interesse. E mesmo que precisasse não seria com ela.

Diógenes:

- Por que tem tanto pavor de Sandra? Afinal, o que ela lhe fez para que tenha tamanha ojeriza dela?

Rodrigo:

- Nada em especial. Apenas a detesto. Diógenes:

- Isso não é normal. Rodrigo:

- E você se acha normal, meu querido? Eu creio que não... Literalmente você não é normal!

Diógenes:

- O que o faz pensar assim? Rodrigo:

- Eu sei bem quem você é, Rodrigo! Muito bem! Aliás, nós dois sabemos muito de você... Não tente me fazer de imbecil, porque esse defeito eu não tenho. Não sou imbecil. E creia... Eu não quero perder meu tempo com você. Você é nojento, asqueroso... Um homem capaz de tudo para alcançar os seus objetivos. E todos eles, os seus objetivos, são sórdidos.

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Diógenes:

- Você é um verme. Um estúpido! Rodrigo:

- Eu? Não... Eu não conseguiria passar a sua frente. Você é bem melhor do que eu no quesito safadeza.

Diógenes:

- Vê se me esquece! Rodrigo:

- Mas é você quem não esquece. Impressionante! Você já percebeu que está sempre me procurando. Sempre me telefonando. Sempre querendo saber de mim? Eu não entendo. Para quem me detesta você me procura demais.

Diógenes: - É preciso. Rodrigo:

- Como assim? Às vezes, isso tudo até me diverte. Mas, compreender, eu nunca entendi. Nós nos conhecemos há muitos anos. A nossa intimidade passou do normal por várias vezes. Mas, infelizmente você estragou tudo quando resolveu comer a minha irmã. Não precisava chegar a tanto. Ela tinha apenas treze anos... E não

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