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Relatório Final de Estágio Profissional

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Academic year: 2021

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RELATÓRIO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL

Orientadora: Professora Doutora Elisa Marques

Vitor Diogo Rodrigues de Araújo Porto, Setembro de 2012

Relatório de Estágio Profissional apresentado à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto com vista à obtenção do 2º ciclo de Estudos conducente ao grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário (lei nº 74/2006 de 24 de Março e o Decreto-lei nº 43/2007 de 22 de Fevereiro).

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Araújo, V. (2012). Relatório de Estágio Profissionalizante. Porto: V. Araújo. Relatório de Estágio Profissionalizante para a obtenção do grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, apresentado à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

PALAVRAS-CHAVE: ESTÁGIO PROFISSIONAL, PROFESSOR, FORMAÇÃO, DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

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Aos meus pais, Victor Gomes e Rosa Araújo.

À minha tia, Mª Carlota e ao meu avô, Joaquim Gomes.

À minha amiga e namorada, Jacqueline Costa.

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A obtenção do sucesso, qualquer que seja o parâmetro da nossa vida, necessita de um bom suporte familiar e da nossa própria força de vontade em viver, em lutar pelos nossos objetivos (por mais difíceis que aparentem ser). O apoio das pessoas mais chegadas, da família direta (pais, tios e irmãos) e da orientação que a minha fé em Deus providencia, diariamente, são determinantes na obtenção de bons resultados. Daí, ser fundamental que haja um acompanhamento permanente nos projetos pessoais, escolares e profissionais. Por tal, é meu dever começar por agradecer o especial contributo das pessoas a mim ligadas intimamente. E, apesar de filho único, tenho “irmãos” em alguns amigos que nunca deixaram que este laço familiar estivesse dependente da ligação de sangue.

Aos meus vizinhos, Ana e Sérgio e à sua pequena Carolina que providenciaram um contributo inestimável com a sua ajuda, presença, alento, carinho, amizade, cooperação e compreensão nos momentos que constituem a minha vida.

“One of the oldest human needs is having someone to wonder when you are coming home at night.”

Margaret Mead À minha namorada pelo afeto, apoio, carinho, amizade, presença, paciência, compreensão e pela aceitação de como eu sou. Pela perfeita companheira que se tem revelado, pela sua essência e seu feitio que me orienta e seduz! Ao seu núcleo familiar pela simpatia, incentivo, apoio, amizade, carinho e atenção que me dedicam.

Ao meu Professor e Amigo Baltazar Oliveira, um espetacular homem, professor e artista, que sempre procurou encorajar e motivar a lutar e a trabalhar pelos objetivos que estabelecemos e dessa forma marcou-me profundamente na minha formação enquanto pessoa e futuro docente.

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À Professora Cooperante Adriana Silva, da Escola S/3 Arquiteto Oliveira Ferreira, que me providenciou um acompanhamento e a realização do Estágio Profissional, cedendo tempo, atenção, dedicação, turma, conhecimentos para esta etapa da minha formação e pela disponibilidade em liberar os alunos da minha turma de estágio para o projeto de investigação-ação.

À Professora Doutora Olga Vasconcelos, por toda a ajuda, cooperação e inspiração durante a licenciatura e mestrado e no processo de elaboração do projeto de investigação-ação.

Ao grupo de alunos do gabinete de Aprendizagem Motora pela disponibilidade e ajuda na compreensão e recolha dos dados para o meu projeto de investigação-ação.

Aos professores da escola onde estagiei que providenciaram um contributo excecional na minha aprendizagem e na recolha dos dados.

Aos encarregados de educação dos meus alunos pela autorização e cooperação dos seus educandos, bem como pela confiança depositada em mim.

A todos os meus alunos, nas turmas onde lecionei e da escola pelo carinho, disponibilidade, interesse, entusiasmo e motivação evidenciados ao longo do ano letivo pelas atividades, pelas aulas, pelo convívio no seio do espaço escolar e nas saídas com o desporto escolar, porquanto a minha formação não teria sido possível sem a sua existência.

Aos meus colegas e amigos, Mestre Ruben Gomes, Mestre João Vidrago Ferreira e Anabela Santos, pela amizade, consideração, ajuda, e cooperação para a minha formação pessoal e profissional.

Às minhas colegas de estágio e da faculdade, pelos tempos vivenciados e pelas amizades forjadas.

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contributo, direta ou indiretamente, para a realização deste marco na minha história.

Ao pessoal da reprografia, do bar e da biblioteca da FADEUP e a toda a comunidade educativa na Escola S/3 Arquiteto Oliveira, pela amizade, simpatia, ajuda e disponibilidade.

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ÍNDICE DE QUADROS ... XI ÍNDICE DE ANEXOS ... XIII RESUMO ... XV ABSTRACT ... XVII ABREVIATURAS ... XIX

1.INTRODUÇÃO ... 1

2.DIMENSÃO PESSOAL ... 7

2.1 “Decifrar o presente, através da reflexão do passado para perspetivar o futuro!” 9 2.2 Expetativas e Impacto com o contexto de estágio ... 16

3.ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA PROFISSIONAL ... 21

3.1 O papel da Escola e dos Professores ... 23

3.2 Enquadramento Legislativo ... 27

3.3 Contexto Institucional ... 27

3.4 Contexto Funcional ... 30

3.4.1 A Escola S/3 Arquitecto Oliveira Ferreira ... 33

3.4.2 Instalações Escolares ... 34

3.4.3 Grupo de EF ... 35

3.4.4 Flexibilização do Programa Nacional de Educação Física ... 38

4.REALIZAÇÃO DA PRÁTICA PROFISSIONAL... 41

4.1 Organização e Gestão do Ensino e Aprendizagem ... 45

4.1.1 Perceção da Realidade ... 48

4.1.2 Projeto de Atuação ... 49

4.1.3 Atuação ... 56

4.1.4 Observação de Aulas ... 62

4.1.5 A Avaliação do Ensino ... 64

4.2 “Participação na Escola e Relações com a Comunidade” – Desporto Escolar ... 68

4.2.1 Corta-Mato Escolar ... 69

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5. Efeito da Preferência Manual e do Sexo na Destreza Manual e na Transferência

Inter Manual em Crianças do 7º ano de Escolaridade ... 79

RESUMO ... 81 ABSTRACT ... 83 ÍNDICE DE ABREVIATURAS ... 85 1. INTRODUÇÃO ... 87 2. REVISÃO DA LITERATURA ... 89 2.1 PM ... 89 2.1.1 Definição e Conceitos ... 89 2.1.2 Desenvolvimento da PM ... 91 2.1.3 Avaliação da PM ... 93 2.1.4 PM e Proficiência Manual ... 94

2.2 Transferência Inter Manual ... 96

2.2.1 Definição e Conceitos ... 96 2.2.2 TIMA e PM ... 97 3. OBJETIVOS E HIPÓTESES ... 101 3.1 Objetivo Geral ... 101 3.2 Objetivos Específicos ... 101 3.3 Hipóteses ... 101 4. MATERIAL E MÉTODOS ... 103

4.1 Descrição e Caraterização da Amostra ... 103

4.2 Material e Métodos ... 103

4.2.1 Avaliação da PM ... 103

4.2.2 Avaliação da TIMA ... 103

4.3 Procedimentos Estatísticos ... 104

4.4 Considerações sobre a metodologia utilizada ... 105

5. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ... 107

6. CONCLUSÕES ... 113

6.CONCLUSÃO E PERSPETIVAS FUTURAS ... 115

7.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 123

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Quadro 1 - Prática Analítica por Godinho, Mendes, Barreiros, e Melo, 2002, p. 170 ... 59

Quadro 2 - Níveis de destreza manual fina de acordo com o sexo nos três momentos de avaliação. ... 107

Quadro 3 - Níveis de destreza manual global de acordo com o sexo nos três momentos de avaliação. ... 107

Quadro 4 - Purdue Pegboard Test – Média de transferência inter manual. Média de transferência da mão preferida para a mão não preferida e da mão não preferida para a mão preferida, no geral e em específico de cada sexo. 109

Quadro 5 - Minnesota Manual Dexterity – Média de transferência inter manual. Média de transferência da mão preferida para a mão não preferida e da mão não preferida para a mão preferida, no geral e em específico de cada sexo. ... 109

Quadro 6 - Purdue Pegboard Test – Média de transferência inter manual. Média de transferência para o sexo masculino e feminino para cada situação de transferência (da mão preferida para a mão não preferida e da mão não preferida para a mão preferida). ... 110

Quadro 7 - Minnesota Manual Dexterity – Média de transferência inter manual. Média de transferência para o sexo masculino e feminino para cada situação de transferência (da mão preferida para a mão não preferida e da mão não preferida para a mão preferida). ... 110

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ANEXOS 1 - Ficha de Observação do Professor (1º Período) ... 141

ANEXOS 2 - Ficha de Observação do Professor (2º Período) ... 143

ANEXOS 3 - Ficha de Observação do Professor (3º Período) ... 145

ANEXOS 4 - Cartaz do Corta-Mato Escolar ... 147

ANEXOS 5 - Cartaz do Open de Badminton ESAOF ... 149

ANEXOS 6 - Autorização dos Encarregados de Educação ... 151

ANEXOS 7 - Dutch Handedness Questionnaire de Van Strien, 2002; e Porac e Coren, 1981 ... 153

ANEXOS 8 - Purdue Pegboard Test – Model #32020 Lafayette Instrument ... 155

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O Relatório de Estágio assume-se como o documento que retrata de forma consistente o Estágio Profissional, no ano letivo 2011/2012, contemplando a prática de ensino supervisionada e o próprio relatório. O Estágio Profissional decorreu na Escola Secundária com 3º Ciclo Arquiteto Oliveira Ferreira - Arcozelo, onde estive inserido num núcleo composto por 3 estudantes-estagiários, a professora cooperante e a professora orientadora da faculdade.

O EP aponta a integração no desempenho da vida profissional de forma progressiva e orientada, em contexto real, em simbiose com o desenvolvimento de competências pedagógicas, didáticas e científicas, e com um desempenho profissional crítico e reflexivo. Este documento é, assim, espelho de uma prática reflexiva e crítica da profissão.

O presente documento organiza-se em 6 capítulos, sendo que o primeiro respeita à introdução; o segundo, por sua vez, destina-se à dimensão biográfica – identificação pessoal, percurso de vida, e as expectativas face ao EP; o terceiro refere-se ao enquadramento da prática profissional, ou seja, ao contexto escolar; o capítulo quatro, por seu lado, remete para a realização da prática profissional, nomeadamente nas suas diferentes áreas de desempenho; o quinto capítulo é dedicado à conclusão; e por último o sexto capítulo centra-se no projeto de investigação-ação.

PALAVRAS-CHAVE: ESTÁGIO PROFISSIONAL, PROFESSOR, FORMAÇÃO, DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

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The Internship Report is assumed as the document that consistently exposes the professional internship (PI) in the school year 2011/2012, which includes the supervised teaching practice and the report itself. The PI was carried out at the Arquiteto Oliveira Ferreira Secondary School - Arcozelo, and integrated a group of three undergraduate teacher-training students, Assistant professor and University Supervisor Professor.

The PI targets the integration of the performance of professional life in a guided and progressive way, in real context, in line with the development of teaching skills, teaching and scientific and professional performance with a critical and reflective thinking. This document is thus a mirror reflective and critical practice of the profession.

The present Report is divided in six chapters: the first chapter is devoted to the introduction; the second section describes the biographical dimension – personal identification, the course of life, and the expectations towards the Professional Internship; the third chapter report the development of the professional practice, i.e., the scholar background; chapter four concerns to the professional practice per se, namely in its different areas of performance; chapter five presents the final conclusions; at last, the sixth chapter focuses on the research-action project.

KEYWORDS: PROFESSIONAL INTERNSHIP, TEACHER, TRAINING, PROFISSIONAL DEVELOPMENT

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Direção Geral da Educação - DGE

Direção Regional da Educação - DRE

Educação Física - EF

Escola Secundária com 3ºCiclo Arquiteto Oliveira Ferreira - ESAOF

Estágio Profissional – EP

Faculdade de Desporto da Universidade do Porto – FADEUP

Gabinete Coordenador do Desporto Escolar – GCDE

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1. INTRODUÇÃO

“A Pedagogia exige a articulação entre o pensamento filosófico e moral, o pensamento científico e o pensamento técnico-didáctico, resultado das experiências e das práticas profissionais quotidianas.”

(António Rosado, 2009, p 7)

Este documento trata de uma concetualização reflexiva desta etapa final – Estágio Profissional (EP) – do percurso enquanto estudante estagiário, que se enquadra no âmbito do segundo ano do segundo ciclo do Mestrado em Ensino nos ensinos básico e secundário.

No caminho para a profissionalização, a prática pedagógica inserida no EP é uma ferramenta indispensável e útil para desenvolver as competências necessárias inerentes às exigências e caraterísticas da profissão (Caires, 2001) que engloba a exercitação das tarefas de lecionação, observação das aulas, análises reflexivas de todas as tomadas de decisão em contexto real, ressalvando a aprendizagem como consequência direta do processo de ensino-aprendizagem e a evolução decorrente deste processo, isto é, aprende-se e exerce-aprende-se na prática (Roldão, 2007).

Neste sentido, o cariz estrutural deste EP além de conferir um contato com a realidade de forma sustentada e gradual, permite-nos a aplicação teórico-prática dos nossos conhecimentos e da nossa formação académica e pessoal. Este ano letivo simbolizará o começo da nossa docência de forma singular. O EP “visa a integração no exercício da vida profissional de forma progressiva e orientada, em contexto real, desenvolvendo as competências profissionais que promovam nos futuros docentes um desempenho crítico e reflexivo, capaz de responder aos desafios e exigências da profissão.” (Matos, 2010, p.3).

Em consequência de todas as aprendizagens e vivências, durante este percurso, serem objeto de uma análise cuidada e reflexiva, proporciona ao estudante estagiário a construção de um suporte cognitivo (perspetivas diferentes e variadas), sob a forma escrita de declarações, com a clara

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intenção de que esta se torne num instrumento de crescimento e evolução (Gomes, 2011).

Esta etapa, além de ser o culminar de um percurso, representa também, o processo de transição entre “dois mundos” interligados mas distintos – discentes e docentes – apesar de nunca deixarmos de ser alunos, pois o ser humano encontra-se sempre em constante aprendizagem. Pelo que, o estudante estagiário depara-se, nesta etapa, com uma realidade distinta das percecionadas anteriormente, e que esta realiza-se afastada mas não desligada da faculdade.

O instrumento proporcionado pela experiência profissional adquirida neste estágio deve permitir ao estudante estagiário um nível estrutural de pensamento autónomo e reflexivo, com o intuito de que o estagiário saia da sua zona de segurança (suporte providenciado pela faculdade) rumo à sua independência profissional.

O propósito de cada professor enquanto docente e pedagogo é de providenciar aos seus alunos, as melhores situações de aprendizagem, propiciando tarefas que contribuam para o desenvolvimento das suas capacidades motoras, cognitivas e psicossociais, com o derradeiro propósito de formar cidadãos, formar Homens e que estejam habilitados para triunfar na vida, de modo a serem autónomos, críticos, reflexivos e humanos (interação social).

Mas existem diferenças, ocasionalmente abismais, entre a teoria (conceção) e a prática (realidade), porquanto nesta profissão ou em outra qualquer, que tenha como intervenientes (diretos) as pessoas, os fatores envolvidos serão sempre de uma elevada imprevisibilidade. Neste sentido, é crível afirmar que, certas estratégias podem funcionar uma, duas, três ou mais vezes numa turma e não em outra, como podem até nem sequer funcionar nenhuma das vezes. Na verdade, durante o processo de formação na faculdade, no âmbito deste mestrado, foi possível verificar que muitos (senão todos) professores defendem que não existem receitas, não existem estratégias 100% fiáveis, pois dificilmente somos professores de uma turma homogénea nas suas

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caraterísticas, ou então, as estratégias planeadas estão direcionadas apenas ao aluno médio.

Portanto, perante este panorama, existem muitas incertezas, anseios ou hesitações com as quais teremos que saber lidar e ou conseguir depreender uma solução temporária até alcançarmos uma solução definitiva, pelo que, a caraterística que pretendo salientar é a imprevisibilidade. Esta encontra-se interiorizada em todos os contextos de ensino e, ainda mais marcante nas aulas de Educação Física (EF), pelo espaço e ambiente de aulas onde são realizadas. Contudo, esta caraterística não se resume aos comportamentos humanos, engloba, igualmente, as condições climatéricas e o próprio espaço físico (e material) da aula (Gomes, 2011).

A nível estrutural, o EP está contemplado em três áreas de desempenho: a “Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem”; a “Participação na Escola e Relações com a Comunidade” e o “Desenvolvimento Profissional” – nas quais todas refletem tarefas e objetivos bem balizados e particulares de forma a lograr uma formação completa.

Tal organização deve-se a uma “Natureza complexa, unitária e integral do processo de ensino e aprendizagem, bem como as características gerais da atividade do professor que decorre num contexto balizado pelas condições gerais do sistema educativo, pelas condições locais das situações de educação e pelas condições mais próximas da relação educativa” (Matos, 2010, p. 2) e, por tal, “obrigam a uma tentativa de integração e de interligação das várias áreas e domínios a percorrer no processo de formação e, em particular, no Estágio Profissional, de forma a retirar o formalismo das realizações e a promover as vivências que conduzem ao desenvolvimento da competência profissional” (Matos, 2010, p. 2).

Este relatório foi edificado em 6 capítulos, sendo o primeiro a “Introdução”. No capítulo dois – “Dimensão Pessoal” - encontra-se explanada a minha biografia, a minha perspetiva e as expetativas para este ano de estágio. O terceiro capítulo – “Enquadramento da Prática Profissional” – inclui a caraterização dos contextos de estágio. Capítulo quarto – “Realização da Prática Profissional” – trata da realização e da vivência da prática

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experienciada em contexto de ensino real, através de uma análise reflexiva do respetivo trajeto, com a peculiar ressalva nas aprendizagens de acordo com as diversas áreas de desempenho nas quais contemplei a minha ação. O quinto capítulo é dedicado ao “Projeto de Investigação-Ação” - contempla o estudo de uma temática que, pessoalmente, considerei interessante e que se enquadra com algumas das problemáticas da sociedade atual e as suas respetivas consequências na população jovem e no seu futuro. A finalizar, o capítulo sexto sobre as “Conclusões e perspetivas para o futuro”.

A vida é feita e decidida segundo as opções tomadas e as ilações que recolhemos do respetivo resultado, pelo que, até à presente data a opção por este ciclo de estudos e pelo abraçar deste desafio até à sua conclusão foi a mais acertada. Porquanto, não sou de desistir mas, ocasionalmente, de reestruturar os meus conhecimentos e habilidades para lograr uma adaptação eficaz e eficiente, quando confrontado com situações imprevisíveis e difíceis.

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2.1 “Decifrar o presente, através da reflexão do passado para perspetivar o futuro!”

Neste capítulo apresento a minha biografia e as razões que me motivaram a enveredar pelo Desporto e EF. Posteriormente, enquadrarei o respetivo capítulo no domínio da docência. Como tal, procurarei salientar o que de mais importante ocorreu para esta tomada de decisão.

Considero que é através da reflexão das nossas ações passadas (descoberta introspetiva) que conseguimos entender o presente e perspetivar o futuro. Assim sendo, o presente é o espelho do passado que antevê o futuro!

Na minha história, as primeiras páginas foram redigidas sob a tutela dos meus pais, da minha família e amigos próximos que sempre procuraram transmitir-me, através também do desporto, os melhores valores e educação para saber ser e estar em sociedade. Neste primórdio de percurso foram eles que me incutiram e mostraram o significado dos valores universais, nomeadamente a honra (a palavra como equivalente de um contrato formal), o respeito, a responsabilidade, o sentido de ajuda ao próximo, o trabalho e a educação. Sempre afirmaram que o valor da palavra dispensa a redação de um acordo escrito. O compromisso oral era suficiente entre pessoas sérias e de bem. Os meus pais desde sempre me incentivaram à prática de exercício e desporto. Do meu pai, um antigo praticante de andebol, voleibol e futebol no Sporting Clube de Espinho, adquiri o gene do interesse, do gosto e de uma paixão enorme pelo desporto e pela prática desportiva. Da minha mãe, recebi o significado do trabalho, da dedicação, do espírito de sacrifício e do compromisso.

Porquanto, ao longo do tempo, o desporto e tudo o que está relacionado com o exercício e atividade física penetrou irremediavelmente na minha vida, na minha constituição genética e na formação pessoal e profissional. Fui atleta federado de Karaté-do; pratiquei natação até ao nível de pré-competição, ténis de mesa na escola, futebol de rua e treinador de guarda-redes de futebol.

A minha formação académica foi realizada em Santa Maria da Feira desde o primeiro ano até ao décimo segundo ano de escolaridade. Concluídos estes

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doze anos de escolaridade prossegui a minha formação académica na Escola Superior de Desporto de Rio Maior e, posteriormente, na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP). Candidatei-me a Rio Maior para o curso de Desporto na variante do treino desportivo de futebol, mas isto sem nunca perder de vista o meu principal objetivo – o curso de Desporto na FADEUP. Concluído o primeiro ano em Rio Maior, consegui a transferência para a FADEUP, iniciando, então, o meu percurso académico onde sempre quis estudar. Decorria, o ano letivo de 2006/2007. Concluí a licenciatura em Ciências do Desporto - Ramo Treino Desportivo, prosseguindo a minha formação com o Mestrado de Ensino para o 2º Ciclo em Ensino de EF nos Ensinos Básico e Secundário. Base de novos e estimulantes desafios e objetivos de curto, médio e longo prazos.

Tendo em vista as vertentes desportivas, incluindo o treino desportivo de alto rendimento, a docência e a área da saúde (ligada ao desporto) nunca deixei de admitir a possibilidade de me integrar no desporto, direta ou indiretamente, através da docência ou outros meios relacionados, ou seja, sempre respondia com plena convicção querer estar ligado ao desporto, fosse diretamente através de um clube ou mesmo da docência, fosse indiretamente através da enfermagem e da fisioterapia tendo como referências o Enfermeiro/Cinesioterapeuta Rodolfo Moura e o Fisioterapeuta António Gaspar e muitos outros profissionais desta área. E, como consequência das experiências e dos conhecimentos adquiridos no secundário e ensino superior, a área da nutrição (nutrição desportiva) começou a tomar relevo no meu pensamento.

Como adepto de desporto e de futebol, em particular, comecei a dar uma atenção especial a um jovem treinador que durante a sua formação académica e pessoal enveredou pelos caminhos que eu desejava caminhar. Esse jovem treinador era José Mourinho e, apesar de me sentir mais confortável no desempenho das funções de treinador de guarda-redes, o seu exemplo não deve ser descurado nem tomado levianamente, pois ele é e sempre será um extraordinário exemplo de motivação, querer e conquistas, entre outras caraterísticas.

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Enquanto atividades extracurriculares desportivas incluo a minha participação na Tentativa de Obtenção do recorde do Guiness na pista 24horas a nadar no ano de 2005 em Santa Maria da Feira; no I Simpósio Internacional de Futebol.Maia.Jovem em 2009; nas V jornadas do Desporto Escolar da Lezíria e Médio Tejo; no Workshop de Socorrismo Desportivo: numa ação de sensibilização em Suporte Básico de Vida, Julho 2012; e em uma palestra sobre “A importância da Psicologia no Desporto" pelo preletor Sr. Dr. Ângelo Santos - Diretor pedagógico do FC Porto, na Associação de Futebol de Aveiro.

De acordo com essa palestra do diretor pedagógico do FC Porto que tive a oportunidade de assistir na sede da Associação de Futebol de Aveiro, uma das soluções para o Desporto, particularmente, para o treino desportivo, é o aumento progressivo da inclusão de psicólogos nas equipas técnicas ou, caso o clube onde o técnico se encontre não tenha capacidade económica de possuir nos seus quadros um (pelo menos) a tempo inteiro, de promover protocolos com as faculdades de psicologia (vertente desportiva) para receber estagiários. Mas, não será esta apenas uma solução relativa, temporária? Não se deveria apostar numa formação de treinadores/professores que contemple, também, esse domínio (da psicologia) através de uma aprendizagem transversal? Ou seja, a incorporação de um psicólogo compreende mais-valias pela especialização deste no campo desta ciência em específico, mas o papel de um treinador e ou professor não se cinge a realizar, apenas, essa função. Engloba igualmente, o papel de pai, de amigo, de ouvinte, conselheiro e, inclusive de psicólogo.

Em suma, a formação de qualquer pessoa não se deve cingir à sua área de especialização mas sim diversificar as experiências e conhecimentos das múltiplas áreas científicas, como foram o caso dos testemunhos confidenciados pelo professor Vítor Frade, nas suas aulas de metodologia do treino desportivo. Todas as pessoas com quem tive o privilégio de privar, ao longo da minha formação me proporcionaram conhecimentos e experiências memoráveis pelos exemplos e “não-exemplos” que transmitiram; pelo entusiasmo, interesse, motivação e dinamismo com que sempre lecionaram as suas aulas e que me permitiram retirar ilações preciosas. As sensações transmitidas (melhores e

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piores) possibilitaram-me depreender que não existem soluções estanques e mesmo que uma solução encontrada resulte na prática, é apenas relativa e por isso não absoluta, porquanto não existem receitas infalíveis para a docência e ou para a vida.

Na faculdade – como na vida – enquanto estudante, deparei-me com algumas adversidades no meu percurso, tendo acabado por desleixar a minha capacidade de concentração, dedicação, empenho e compromisso com as responsabilidades que tinha aceitado para este desafio, o que resultou na reprovação no segundo ano do curso porquanto, tais decisões e atitudes deveram-se a certos eventos psicológicos, como o entendimento sobre as coisas, as emoções que se geram nestas situações, a ramificação cognitiva que construímos, entre outras (Garmston et al., 2002; cit. por Ferreira, 2011).

Neste sentido, perante as adversidades dos domínios pessoal e profissional é requerida uma capacidade de adaptação, improvisação e ação extraordinárias. Como tal, a imprevisibilidade encontra-se, intimamente, relacionada com o ser humano, pois este é tudo menos previsível – engloba muitas variáveis difíceis de controlar.

Não pretendo desvalorizar o trabalho desenvolvido por nenhum professor no decurso da minha formação mas gostaria de referir, sucintamente, alguns professores que, na minha perspetiva, contribuíram muito positivamente para a minha evolução, a nível do raciocínio, como da minha aprendizagem pessoal como profissional (no âmbito da docência) através dos exemplos da sua própria ação como, também, da sua capacidade de “ir ao encontro do aluno”, isto é, através das suas metodologias de ensino, as suas capacidades para cativar a atenção profunda e completa, de modo a provocar a capacidade de questionamento do próprio aluno e a consequente procura pela informação/conhecimento – as tomadas de decisão e os respetivos momentos em que são pensadas e aplicadas.

No decurso da investigação para redigir este documento, deparei-me com alguns exemplares de relatórios de anos anteriores, um dos quais (Gomes, 2011) realizou uma alusão às aulas de História do Desporto da professora Zélia Matos, com a temática do Desporto na Grécia, com particular ênfase no

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conceito do “aretê” do povo grego, denominado pela procura da perfeição. Esta referência além de me possibilitar uma introspeção reflexiva, permitiu-me uma tomada definitiva de consciência sobre este conceito e a sua conexão aos meus princípios de vida. Pois, existem sempre temas que perduram nas nossas memórias e só perante as necessidades de os empregar é que nos recordamos de tais palavras.

Na vida como no trabalho, devemos pautar as nossas ações pela obtenção da melhor classificação e desempenho. Isso exige total esforço e compromisso com a tarefa e connosco. Portanto, todas as experiências possibilitam a aquisição e respetiva evolução das capacidades de assimilação e acomodação à nossa forma de ser e estar. A afirmação de André Villas-Boas (2010), consubstancia também, este pensamento: “Margem de progressão? Há sempre espaço para a evolução e para colmatar erros cometidos. Mas caminhar para a perfeição é caminhar para o infinito. É inatingível”.

A vida é feita de sonhos e são esses sonhos que comandam a vida. Tendo por base a afirmação do ilustre Fernando Pessoa “ Eu sei que não sou nada e que talvez nunca tenha tudo. Aparte disso, eu tenho em mim todos os sonhos do mundo!” – Partilho deste pensamento pessoano, o mais relevante da minha vida é a busca da perfeição percorrendo o caminho para a excelência. Mesmo sem querer atingir algo que é inatingível, alcançamos então algo distinto, alcançamos um melhor entendimento das coisas, uma melhor capacidade de análise reflexiva e essencialmente um melhor conhecimento de nós próprios.

Pessoalmente, torna-se indispensável referir, especificamente, o professor Vítor Frade pela multiplicidade de temáticas referidas nas aulas da Unidade Curricular de Metodologia do Treino que, além de não se centrarem no futebol, englobava, também, o desporto no geral e as várias ciências correlacionadas com o futebol, pelo que, esta diversidade de temas, esmiuçava todas as vertentes desportivas do futebol e do desporto global e os seus atores principais – os atletas. E, deste modo, possibilitou-me um discernimento mais inclusivo com a minha modalidade, especificamente, através da compreensão do nível de organização e reorganização em consonância com o jogo. E como é que o fez? A sua experiência e conhecimento (“know-how”) do futebol e dos

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aspetos que hoje são, irremediavelmente, imprescindíveis na preparação dos atletas e das equipas de futebol possibilitaram, não só através dos seus relatos mas também, pelas várias individualidades com quem privamos nas aulas, que acedêssemos a um conhecimento mais consistente e mais realístico.

Esta realidade comprovada em cada aula do professor possibilitou-nos o acesso a informações privilegiadas das individualidades convidadas e foi através destes intercâmbios de conhecimentos e de dúvidas, que foi revelada a importância das aprendizagens em grupo (Gomes, 2011).

Será assim tão importante este conceito de aprendizagem em grupo? Este intercâmbio de conhecimentos? A resposta é claramente afirmativa, pois tal é essencial na construção e evolução do que é ser profissional, concretamente de ser treinador e ou professor. Pois, assim, o profissional poderá estar habilitado não só a entender as suas funções/responsabilidades, como também, compreender as potencialidades e necessidades do atleta tanto como aluno como pessoa.

O desenvolvimento profissional exige, de igual forma, um desenvolvimento pessoal pois trata-se de um processo dissociável, pelo que, além de colher todas as aprendizagens que a vida providencia, os conhecimentos adquiridos e as experiências vividas durante a minha formação académica proporcionaram-me um conjunto de instruproporcionaram-mentos com o intuito de proporcionaram-me capacitar na adaptação à prática profissional, em contexto real e singular de ensino, mas que, ocasionalmente se revelaram insuficientes, resultando numa sensação de desnorteio perante alguns desafios apresentados.

Porém, são estes desafios na vida (profissional e pessoal) que nos fazem percecionar as nossas lacunas, as nossas dificuldades e é através da procura das respetivas soluções para superar estas adversidades que evoluímos e então, prosseguirmos na nossa jornada. Mas, nem sempre conseguimos progredir com a primeira aparente solução. Errar é condição inerente ao ser humano, pelo que, de cada vez que se erra, esse mesmo erro deve ser encarado como um instrumento de aprendizagem para reduzir a sua frequência e gravidade, para permitir ao sujeito procurar as razões do erro e trabalhar na solução e ainda, deve servir para ficar mais focado e motivado a fazer melhor.

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Como tal, todas estas experiências são enriquecedoras, tanto a nível pessoal como profissional, permitindo um crescimento gradual e consolidado.

No decurso deste crescimento, a interação com outros professores, permitiu-me uma construção concetual do que é ser professor e, deste modo lograr percecionar, interpretar, tomar decisões e agir em conformidade. Mas, mesmo assim, nada é imutável, no ensino não existem receitas nem prescrições, por isso, o conhecimento apenas nos permite ter a capacidade de filtrar o que nos verdadeiramente interessa para integrar na nossa conceção, na nossa perspetiva do que é ser professor.

O mestrado, enquanto nova etapa na minha formação, providenciou-me no primeiro semestre o conhecimento concetual sobre a escola, a sua organização e a legislação pela qual se rege, possibilitando-me uma visão mais específica e abrangente do contexto escolar, para o estágio. O segundo semestre, na unidade curricular das didáticas específicas, permitiu-me o desenvolvimento de processos de trabalho, pois no caminho para a profissionalização, a prática pedagógica foi uma ferramenta indispensável e útil, que induziu a exercitação das tarefas de lecionação e observação das aulas, acautelando a aprendizagem no processo de ensino e a evolução decorrente deste processo. Neste sentido, o cariz estrutural desta prática pedagógica apesar de nos ter conferido um tempo reduzido de ação, permitiu um contato com a realidade docente de forma progressiva e assistida. E, deste modo, exercitar não só os meus conhecimentos, as minhas capacidades nas modalidades em que me sentia menos apto mas também, reciclar os conhecimentos que detinha nas outras modalidades. Como tal, a aprendizagem do processo de ensino de múltiplas modalidades como o badminton, a ginástica, a dança, entre outras, permitiu-me outra visão que até então só tinha enquanto praticante. Neste sentido, a minha participação na secção do badminton no desporto escolar no âmbito do estágio foi uma experiência extremamente enriquecedora.

Este ano simbolizou mais um momento de transição, não só porque aconteceu fora do espaço da faculdade, como também, pelo facto de vislumbrar o ensino e a escola segundo a ótica do professor e não apenas como aluno. Esta transição aportou a transferência e adaptação dos

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conhecimentos adquiridos nos anos anteriores da formação ao contexto real da prática. Pelo que, a contínua possibilidade de aprendizagem e partilha de conhecimentos situados com a realidade permitiu consolidar a nossa aprendizagem, o nosso trabalho de/em grupo, ou seja, a nossa entrada no contexto real da prática de forma segura e estável, por tal, esta jornada não seria realizada sozinha mas acompanhada e orientada. E, nesse sentido, os conhecimentos poderão ser exponenciados pela aprendizagem em grupo pois o sucesso (na vida profissional como pessoal) não depende apenas do esforço particular de cada um, mas da capacidade de trabalhar em grupo.

2.2 Expetativas e Impacto com o contexto de estágio

Ao apresentar a minha candidatura a este ciclo de estudos, já era do meu conhecimento que o derradeiro processo para finalizar este percurso compreenderia a etapa do EP e o consequente relatório. No decorrer do primeiro ano de mestrado, o interesse aliado à curiosidade fez-me procurar informações sobre o estágio, junto de colegas que se encontravam a estagiar ou que já tinham estagiado. Essa aquisição de conhecimento resultou numa dicotomia de pensamento, com receios e dúvidas de um lado, ansiedade e vontade em trabalhar por outro. Com isto, sentia-me totalmente capaz para aceitar este desafio e dedicar-me total e completamente às tarefas. Este momento é o meio de preparação para a vida profissional, de transição (académica) de discente para docente e que representa o cerne da construção do que é “ser professor”.

Portanto, na construção do meu “Eu”, o trabalho árduo, o compromisso com as responsabilidades e as funções que terei que desempenhar, a dedicação e empenho totais em todas as tarefas sempre estiveram na base da concretização dos objetivos ao longo da minha vida. Como outrora mencionado e celebrizado por Stan Lee 1 “With Great Power, comes Great responsability” – traduzindo – “Do grande poder, advém uma grande responsabilidade”, portanto

1

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está nas nossas (minhas) mãos fazer todos os possíveis para contribuir positivamente na formação dos alunos e só essa tarefa é de enorme importância e responsabilidade.

O estágio representa o contato diário, de forma singular, com a prática docente num contexto real de ensino e de supervisão. O último ano letivo representa o processo introdutório – familiarização – com o contexto docente, através das unidades curriculares do primeiro ano de mestrado. Estas providenciaram-me uma perspetiva da comunidade educativa mais abrangente do que possuía apenas como discente, permitindo-me corroborar de facto a plasticidade das crenças em EF e a aquisição de conhecimentos teóricos sobre a estrutura educativa.

Neste sentido, as unidades curriculares de Didática Específica facultaram-me as ferrafacultaram-mentas necessárias e imprescindíveis para desenvolver as tarefas de lecionação e observação das aulas, dos alunos, ou seja, as capacidades para realizar a minha atuação. Por tal, este será, indubitavelmente, o ano mais exigente e importante de formação, assim como também, o ano de maior aprendizagem e evolução. Deste modo, na minha perspetiva pessoal, as experiências a adquirir durante o EP irão contribuir para o desenvolvimento das competências pedagógicas, didáticas e científicas, interligadas a um desempenho profissional crítico e reflexivo que se consubstancia de igual forma numa ética profissional que salienta a capacidade para o trabalho em equipa, o sentido de responsabilidade, assiduidade, pontualidade, apresentação e conduta adequada na escola. O EP servirá para potencializar o desenvolvimento das minhas capacidades, de trabalhar nas minhas dificuldades e na aprendizagem enquanto docente, não só enquanto um ser individual, como também, enquanto ser pertencente a um coletivo.

Todavia, a aprendizagem estende-se ao confronto de ideologias e experiências com outros professores, membros da comunidade educativa e a aprendizagem em grupo, proporcionam uma aprendizagem enriquecedora tendo por base uma perspetiva e conhecimento mais pormenorizado do que é “ser professor” (Vygotsky, 1978). Por tal, durante este estágio espero

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enquadrar-me plenamente na escola, na realidade da docência e especialmente conseguir aplicar a minha formação académica e pessoal em prol do meu estágio e da minha turma.

O núcleo de estágio releva-se, neste caso, como um pilar para o nosso estágio pois assume uma função incentivadora ao trabalho, de e em equipa. De igual forma, a professora cooperante apossa-se de uma função deveras importante pois acompanha-nos diariamente e emite diversos feedbacks sobre as nossas ações para que possamos considerar e refletir sobre estas, tendo em conta a sua vasta experiência nesta profissão e na função de professora cooperante.

Neste sentido, as reuniões de estágio (núcleo) e as da escola proporcionam uma maior e mais diversificada gama de aprendizagens, permitindo a partilha das mais distintas experiências, ideias e opiniões. O trabalho em grupo não permite apenas facilitar a tarefa de cada um mas, também, através da interação e partilha de conhecimentos que o trabalho de cada um complementa o dos restantes e então é passível de se verificar algum progresso, evolução ou esclarecimento sobre o rumo de determinado projeto (Gomes, 2011). Por tal, este processo torna-se indispensável ao ser humano, ao professor e mais propriamente, ao trabalho a desenvolver este ano. E, deste modo, com este estágio espero alcançar a construção de uma sólida base para que a curto/médio/longo prazo consiga edificar degrau a degrau a minha carreira como professor de EF.

Em suma, todas as minhas vivências no decurso da minha vida foram essenciais para a minha construção enquanto ser humano reflexivo, nesse sentido o passado revela-nos quem somos, o que fizemos e o que alcançamos, afetando o nosso presente e perspetivando o nosso futuro. Assim, poderei dar o meu contributo de forma ativa e positiva para deixar a minha marca na minha cidade, no meu país e no mundo. Tal como Jorge Olímpio Bento, no seu livro Desporto - Discurso e Substância citou: “Sou professor e tenho orgulho nisso. Por pertencer ao número daqueles que se empenham em realizar a

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possibilidade de fazer o Homem, de sagrar de Humanidade todos e cada um, para darmos um nível aceitável à nossa imperfeita perfeição.” (Bento, 2004).

Ao tomar conhecimento da Escola onde fui colocado para realizar o EP, procurei informar-me sobre a comunidade escolar e o meio onde se encontra inserida. As expetativas foram positivas.

Quanto à comunidade educativa, no meu pensamento não tinha quaisquer reservas mas muitas esperanças na receção e integração na escola, através de um clima de trabalho extremamente positivo, cooperativo e um enorme espírito de grupo, particularmente, no grupo de EF. Assim, deste modo, enriquecer a minha formação através da recolha de testemunhos e experiências nas mais diversas funções do professor, designadamente, as funções na escola, na direção de turma, de coordenador de departamento e do grupo disciplinar.

Mas, como tudo na vida, não existem apenas esperanças, o ser humano contempla, igualmente, apreensões, As minhas, nesta fase, centravam-se na turma, nos alunos, na falta de predisposição para a prática desportiva (em virtude da sociedade atual estar muito centrada nas tecnologias e consequentemente, no sedentarismo que daí é proveniente). Estas apreensões poderiam resultar na necessidade em adotar uma posição mais autoritária, e criar um fosso que me impedisse de estabelecer um relacionamento cordial e próximo com os alunos. Pois considero que ao existir um fosso entre alunos e professor, não só prejudica a relação pessoal entre estes, como também, condicionará o processo de ensino-aprendizagem.

Relativamente, aos jovens e a prática desportiva, à existência de uma falta de predisposição para a prática desportiva2, deixo a citação “A grande maioria das crianças e jovens do nosso País apenas pratica o desporto que lhes é imposto pelo horário escolar, não praticando qualquer actividade física fora desse período.

2

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Infelizmente, não há muitas crianças ou jovens que, para além das aulas … se dediquem à prática de desporto em grupo ou individual, seja porque não têm instalações próprias perto da sua zona habitacional, seja por terem pouco incentivo por parte dos pais, ou pouca apetência para o fazer. Sempre que possível, os pais deveriam incitar à prática de desporto, pois para além do desenvolvimento físico e mental, é uma forma de combater o sedentarismo gerado pela televisão e pelo computador.” (Dossier Crianças – Prepare-se para enfrentar a vida, 2005).

Verificando-se uma alarmante falta de predisposição, e que esta deve-se a diversos fatores, tais como a quase total ausência de jogos (atividades) de rua, ou mesmo até da falta de motivação e ou apetência para a prática, no que resulta em níveis de literacia motora baixa e além de condicionar a qualidade de vida dos alunos, aportando um défice na coordenação motora, como a destreza manual e a coordenação óculo-manual e óculo pedal.

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3. ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA PROFISSIONAL

3.1 O papel da Escola e dos Professores

O ser humano, desde a sua génese, tem sofrido constantes mudanças (evolução). Com essas mudanças a sociedade também se modifica. Neste sentido, porque existe uma relação de afinidade, o papel do professor e da escola tem evoluído quase ao mesmo ritmo. A escola reflete, tendencialmente, a sociedade.

Essa evolução, contudo, não é automática. À escola cabe o papel de reconhecer essa evolução e adaptar-se a ela, através da população estudantil que constitui uma “micro-sociedade” dentro da sociedade global. Rocha (1998, p. 40) defende que “ninguém hoje duvida de que o homem integra uma forte dimensão cultural.”. A escola apresenta e representa, pois, uma multiplicidade de culturas do Homem.

Nos tempos que correm a escola e os professores são objeto de uma observação e análise mais cuidada e profunda, muito diferente do que eram no passado. A violência na escola (entre alunos, professores e alunos, pessoal não docente e encarregados de educação), a falta de condições da escola, o aumento do número de alunos por turmas, são referidos com mais rigor pela comunicação social e não só.

O já referido aumento de número de alunos por turma, a gradual redução das suas capacidades físicas, o aumento do peso dos jovens, como pode ser verificado através do trabalho de Neto (2004), no qual refere que uma elevada percentagem de jovens possui uma vida sedentária. Todos estes aspetos dificultam e degradam a ação do professor, influenciando determinantemente a disciplina de EF.

A evolução da sociedade com as suas constantes alterações, traduzem, igualmente, um clima de maior insegurança e inquietação, não só dos alunos,

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mas também, dos seus pais e encarregados de educação. No passado era possível verem-se grupos de jovens a brincar nas ruas, até ao chegar da noite. Hoje tal não se verifica. Tudo isto, aliado à falta de infraestruturas desportivas, como parques de jogos, jardins, entre outras, impõe a falta de prática de atividade física e desportiva.

Por outro lado, ser professor não é uma mera profissão, é uma vocação, e o estudante estagiário necessita de ultrapassar um processo de aquisição de capacidades de adaptação e pensamento flexível, para conseguir solucionar as novas e renovadas exigências profissionais. Pelo que se torna, cada vez mais, imprescindível que os estudantes apostem numa formação segundo um contexto profissional que lhes providencie conceitos como a diversidade, flexibilidade, adaptabilidade e volatilidade, caraterísticas presentes na sociedade atual, porquanto as identidades estão a ser submetidas a frequentes (re)construções, tendo por base as práticas sociais (Liberali, 2004; citado por Gomes, 2011). Neste sentido, por profissão entenda-se a atribuição de uma qualificação fidedigna a um profissional que, consiga aprender e apreender um combinado de capacidades, habilidades, conhecimentos e preparação para a concretização de um trabalho (Bento, 1993). Para tal, o profissional deve ser possuidor de um aglomerado estruturado de conhecimentos: um saber específico. Pelo que, professor pode ser entendido como um profissional qualificado.

Esta profissão determina como requisito mínimo e indispensável, uma cada vez melhor preparação profissional e uma autonomia necessária para fazer face aos múltiplos obstáculos e desafios atuais, porquanto o papel do professor não se cinge ao ensino e ao exercício da sua profissão de forma estandardizada, uma vez que este papel do professor engloba uma multiplicidade de tarefas na escola (Cunha, 2008).

Posto isto, ao professor é exigida uma formação transversal nas mais diversas áreas e a capacidade de uma prática reflexiva, a qual englobe uma construção e desconstrução de saberes, documentais e experienciais e uma plasticidade nas suas crenças, por tal, estas ações reflexivas relativamente à

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prática, providenciarão uma melhoria em todos os níveis de pensamento e atuação do professor, ou seja, no momento atual, é cada vez mais importante que o professor seja um profissional com enorme capacidade de reflexão acerca da sua atuação e durante a própria atuação, pelo que, este deve demonstrar que é um “professor reflexivo” (Cunha, 2008). Para tal, o reportório do professor atual deve englobar ação reflexiva, inovação, adaptabilidade, motivação (intrínseca e extrínseca) e entusiasmo em todas as suas intervenções sociais e pedagógicas (educacional).

A Educação não está circunscrita a nenhuma sociedade em específico mas sim, trata-se de um fenómeno plural a todas as sociedades, que engloba os processos de ensino e de aprendizagem, através dos quais se promove a conservação e imortalização dos costumes culturais, princípios e valores, e no modo de interação (saber coexistir em grupo) fundamentais à socialização em grupo ou sociedade. Engloba, também, uma atividade capital na escola, a atividade pedagógica, e esta “actividade pedagógica, não pode deixar de se construir no interior de uma pessoalidade do professor” (Nóvoa, 2008, citado por Ferreira, 2011).

Portanto, a atividade pedagógica engloba, na ramificação da sua estrutura, os domínios do conhecimento (saber para ensinar); da cultura profissional (saber institucional); o tato pedagógico (capacidade para comunicar e relacionar-se com os demais intervenientes); o trabalho em equipa (as individualidades em prol do coletivo e dos alunos, na partilha de conhecimentos e a entreajuda para a progressão profissional e para a criação de melhores situações para os discentes); e o compromisso social (a construção do domínio psicossocial – princípios e valores sociais – para capacitar cada discente na sua integração não discriminatória na sociedade).

Não esquecendo de aludir que a educação exerce em sentido restrito, direcionando uma ação entre, pelo menos, duas pessoas em que existe numa delas díspares competências. Estas ações que acontecem por transmissão, com o intuito de obtenção de certos objetivos são executadas com intenção.

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Posto isto, a educação providencia as ferramentas para habilitar os indivíduos de capacidades autónomas, críticas e reflexivas na sua interação com o mundo, sem desprezar que o aluno é o cerne do ato educativo, que visa a formação das pessoas em prol de uma sociedade gradualmente melhor (Carvalho, 1998).

Deste modo, a formação pessoal e profissional providencia-lhe uma autonomia para a vida diária, quer em ambiente pessoal, profissional ou social, pelo que, também, o ajuda na sua tomada de decisões. Contudo, no contexto de estágio, o estudante possui apenas uma autonomia relativa (para atuar) pois ele tem liberdade total para elaborar e apresentar ideias e projetos aos professores orientador, cooperante e restantes elementos do grupo disciplinar.

Neste panorama, o EP emerge como o catalisador fulcral no processo de formação profissional do docente, pois não só permite o primeiro contato com o contexto real de ensino como, também, possibilita a criação de processos de adaptação do estudante estagiário à realidade escolar.

Ser Professor, hoje em dia, é uma profissão muito desvalorizada (intelectual e economicamente) pela sociedade e na qual o poder estatal apresenta um parco investimento relativamente à média apresentada pela OCDE (Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Económico), mas não só o capítulo dos investimentos causa uma problemática na educação. A perspetiva (a imagem) que a sociedade detém da profissão docente afeta gravemente a atuação do professor, pois outrora existia um maior respeito, prestígio e consideração pelo docente, agora é algo marginalizada – retiração da autoridade que detinha, os maltratos que se testemunham pela comunicação social dos pais, encarregados de educação e mesmo alunos para com os professores. A tarefa do professor, também, complicou-se exponencialmente quando a sociedade demonstrou uma apetência para a indisciplina, o incumprimento de regras e o desrespeito pelas figuras de autoridade.

É, neste sentido, que o paradigma atual da profissão docente (deve) tem que mudar, pois os docentes não são nem amadores nem profissionais de baixo

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“status”. Esta profissão e a educação devem (têm) de ser valorizadas e alvo de maior investimento a todos os níveis – sociedade e governo.

3.2 Enquadramento Legislativo

O EP é parte fundamental na formação de professores. A análise da forma e conteúdo desse estágio, essencial para o desenvolvimento e aprendizagem da profissão de professor, contempla elementos importantes a considerar.

A etapa final do processo de formação dos futuros professores decorre num espaço escolar, conforme é regulamentado pelos Decretos-Lei nº74/2006 e nº 43/2007, de 24 de Março de 2006 e 22 de Fevereiro de 2007, respetivamente.

No Decreto-Lei nº 43/2007, de 22 de Fevereiro, art.º 4º permite a habilitação profissional para a docência nos domínios referidos nos números 5 a 17 do anexo, os titulares do grau de Mestre na especialidade de correspondente obtido nos termos fixados pelo presente Decreto-Lei. Nesta definição com os titulares habilitados para a docência estão contemplados os possuidores do grau de Mestre em Educação Física e Desporto, sendo este grau indispensável para o desempenho da atividade docente.

Para que possa haver acesso e ingresso no ciclo de estudos que habilitem a docência, os estudantes têm de ser licenciados (ou possuir equivalência legal), conforme o art.º 17º do Decreto-Lei nº 74/2006 de 24 de Março.

3.3 Contexto Institucional

O EP deve ser realizado no contexto real da prática, em colaboração com as escolas, no âmbito dos protocolos de cooperação instituídos com a FADEUP, em cumprimento do regulamento fundamentado na legislação e na organização aprovadas para o efeito.

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Desta maneira, o terceiro e quarto semestres deste curso nesta faculdade - segundo ciclo de estudos referente ao ensino da EF nos ensinos básicos e secundários – contemplam a realização da unidade curricular de EP.

No que respeita à Universidade do Porto, a descrição do artigo 3º presente na regulamentação do segundo ciclo de estudos3, determina que “confere o grau de Mestre aos que tenham obtido o número de créditos fixado no regulamento específico de cada segundo ciclo, através da aprovação em todas as unidades curriculares que integram o plano de estudos do curso de mestrado e aprovação no ato público de defesa de uma dissertação, de um trabalho de projeto ou de um relatório de estágio.”

O mesmo documento, refere no seu artigo 7º, “o ciclo de estudos conducente ao grau de mestre tem 90 a 120 créditos e uma duração normal compreendida entre três e quatro semestres curriculares de trabalho dos alunos, quando em regime de tempo integral.”. Pelo que, a observação do plano de estudos referente a este curso, determina que o mesmo tem a duração de 4 semestres, com 120 créditos ECTS (European Credit Transfer and Accumulation System) distribuídos equitativamente por todos os semestres, dos quais 48 equivalem ao EP, no qual está contemplado a prática de ensino supervisionada e pelo relatório final.

A unidade curricular do EP, mais particularmente, encontra-se sobre a tutela de um regulamento4 próprio, no qual estão patenteadas as normas orientadoras que operacionalizam as tarefas a cumprir pelo estudante estagiário no decorrer do ano de estágio. Pelo que, a um nível estrutural, a unidade curricular EP, segundo o artigo 1º, compreende a prática de ensino supervisionada e respetivo relatório de estágio, com níveis de significância equivalentes.

Deste modo, todos os estudantes estagiários têm conhecimento dos respetivos objetivos para esta unidade curricular mediante a análise reflexiva

3

In: Regulamento dos segundos ciclos da Universidade do Porto.

4

In: Regulamento da unidade curricular estágio profissional do ciclo de estudos conducente ao grau de mestre em ensino de educação física nos ensinos básicos e secundário da FADEUP

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do artigo 2º do referido regulamento, estando patente que “o Estágio Profissional visa a integração no exercício da vida profissional de forma progressiva e orientada, através da prática de ensino supervisionada em contexto real, desenvolvendo as competências profissionais que promovam nos futuros docentes um desempenho crítico e reflexivo, capaz de responder aos desafios e exigências da profissão. Estas competências profissionais, associadas a um ensino da Educação Física e Desporto de qualidade, reportam-se ao Perfil Geral de Desempenho do Educador e do Professor (Decreto-Lei nº 240/2001 de 17 de agosto) e organizam-se nas seguintes áreas de desempenho:

Área I – “Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem”

Áreas II & III – “Participação na Escola e Relações com a Comunidade”

Área IV – “Desenvolvimento Profissional””

Como tal, o referido regulamento, ao apresentar o desenvolvimento do estudante estagiário como o derradeiro objetivo, pretende esmiuçar a evolução decorrente de cada área de desempenho através das tarefas e competências.

Na área I - Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem – está contemplada a execução de tarefas de conceção, planeamento, realização e avaliação do processo ensino-aprendizagem. O propósito desta área visa a aprendizagem segundo a relação teórico-prática, do estudante estagiário, porquanto não se cinge à lecionação das aulas, prevendo para tal, uma multiplicidade de tarefas com vista à aprendizagem da caraterização do contexto onde se encontra inserido, da sua atuação, da atuação dos colegas, entre outras tarefas promotoras da evolução e crescimento como professor.

As áreas II & III - Participação na Escola e Relações com a Comunidade – refletem as atividades (letivas e não letivas) a realizar pelo estudante estagiário e ou núcleo de estágio, nas quais deve estar envolvido enquanto membro cooperante ou dinamizador, tendo em vista a sua integração na comunidade escolar e, simultaneamente, contribuir para um conhecimento do meio local e

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regional, tendo em atenção as condições locais, a relação educativa e a exploração da ligação entre a escola e o meio, ou seja, providenciando a criação de sinergias entre as comunidades escolar e local.

Finalmente, a área IV - Desenvolvimento Profissional – está direcionada a uma série de atividades e ou situações propicias à aprendizagem. Tem como objetivo a aquisição, por parte do estudante estagiário, de competências enquanto futuro profissional na área de EF e do desporto. Nesta área o próprio estudante estagiário é chamado a uma auto reflexão e análise, no sentido de encontrar as suas necessidades, lacunas enquanto professor. Deste modo, o estagiário necessita de encontrar meios que lhe permitam superar as dificuldades deparadas. A formação continuada é imprescindível nesta área de desempenho.

3.4 Contexto Funcional

O entendimento do contexto associado a qualquer área ou domínio de trabalho assume vital importância, assim sendo, é também de interesse indispensável, a compreensão de como o estágio se encontra estruturado na FADEUP, de um ponto de vista funcional.

A unidade curricular Prática do Ensino Supervisionado (PES) desenvolve-se em contexto real, numa escola concreta, sob a designação de escola cooperante, através de protocolos estabelecidos entre estes estabelecimentos de ensino e a faculdade.

Na PES, ao estudante estagiário é-lhe atribuído uma turma, para a qual este será o responsável pela condução do processo de ensino-aprendizagem. No entanto o professor cooperante será uma presença e apoio assíduos para as aulas do estudante-estagiário e é o titular da turma. Em termos gerais, a classificação do estudante-estagiário na PES resultará da avaliação realizada pelo professor orientador da FADEUP e professor cooperante (artigo 10º do Regulamento de Estágio da FADEUP).

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Portanto, o estudante-estagiário, no decurso da PES, tem o privilégio de experienciar o contexto real de ensino através do desempenho das funções de professor, com a presença, apoio e orientação dos elementos da escola cooperante e da faculdade, permitindo-lhe, teoricamente, uma aprendizagem mais enriquecedora, mais eficaz e eficiente que, o conduza a uma construção profissional sólida e à luz dos requisitos da competência. Já Caires (2009, pp. 49-50) constata que, “o contacto com o real (…) podê-lo-ão ajudar a melhor compreender as tarefas, responsabilidades e as próprias expectativas edificadas.”. Assim sendo, está patente que o enquadramento do EP em contexto escolar, contribui de forma muito positiva no desenvolvimento da construção do “eu” profissional e na evolução decorrente deste processo (Júnior et. Al, 1982; Wenger, 1988).

“Por mares nunca de antes navegados,”

(“Os Lusíadas” – canto I, v.3 – Luís Vaz de Camões)

O dia primeiro de setembro do ano de dois mil e onze representou a minha apresentação na escola, local iniciante da minha derradeira (e distinta das demais) experiência da minha formação, a qual seria realizada, na sua maioria, fora de portas (da faculdade). Tinha chegado o momento de encarar uma nova realidade. Deparei-me a “navegar por mares nunca de antes navegados”, isto é, num contexto totalmente novo. Pelo que, tanto a minha experiência no ano anterior nas didáticas específicas como o meu passado no treino desportivo, tiveram um papel preponderante na minha perspetiva das tarefas e nas estratégias para resolver essas mesmas.

A vida é feita de aprendizagens, pelo que na escola não só se aprende nas aulas como, também, fora delas. Deste modo, também, é possível verificar que não só os docentes podem ensinar como os alunos o podem fazer. Assim, sendo, os alunos podem ser os “professores” de si próprios e dos seus

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colegas, como de igual forma, podem ensinar diferentes perspetivas aos professores.

A importância do papel da escola e dos professores na sociedade é exponencialmente crescente, ainda mais no panorama atual, porquanto durante o processo de crescimento das crianças e jovens, o seu tempo é maioritariamente passado na escola, nas salas de aula e em atividades neste espaço. Com isto, importa referir que a função primordial dos professores é a formação do ser humano, apesar de que, a esta foi acrescentada, também, a função de os educar. Tal função que, era outrora, da responsabilidade da família, contudo, não pretendo insinuar que a família deixou de se ocupar da educação mas fruto de um maior tempo na escola, essa tarefa ficou inerente à atuação do professor. Mas… os tempos mudam, existe a evolução de conceções, entre outras componentes, e por isso, também, muda as funções de cada membro da sociedade e do mundo.

Com estas tarefas a cargo do corpo docente, este tem a possibilidade de intervir mais diretamente no núcleo dos alunos, através da promoção e aquisição de um conjunto de comportamentos, atitudes, valores e normas que, em última instância, visam permitir-lhes a integração na sociedade civil e no mercado de trabalho. Além desta possibilidade, o corpo docente também, demonstra a necessidade de manter os seus conhecimentos atualizados.

Neste sentido e, perante a conjuntura atual, é cada vez mais premente que, a escola e os professores formem jovens competentes, literados e entusiastas (a nível cognitivo, motor e psicossocial) de acordo com os valores defendidos na procura do bem social e individual, para o trabalho em prol do singular mas também, do coletivo. Por tal, a estruturação do projeto educativo de escola e o projeto curricular de escola seja em função destas premissas. Todavia, sem desconsiderar o enquadramento destas com as caraterísticas do meio envolvente, pelo que, a definição e estruturação de uma hierarquização das estratégias possibilita a preparação da comunidade discente para o seu presente e futuro.

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