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Open de Badminton ESAOF

No documento Relatório Final de Estágio Profissional (páginas 92-116)

4.1 Organização e Gestão do Ensino e Aprendizagem

4.2.2 Open de Badminton ESAOF

A conceção e organização do projeto “Open de Badminton ESAOF” foi da minha responsabilidade, sendo, os professores cooperante e responsável da modalidade, por mim informados do decorrer da organização do evento.

O propósito desta atividade centrava-se na promoção da modalidade, através de um torneio de singulares, da dinamização da escola através de momentos ativos, em que a participação responsável de toda a comunidade educativa assumiu-se como fulcral para o sucesso do projeto. Visando o cumprimento das seguintes metas:

• Promover a modalidade desportiva;

• Motivar os alunos para a prática do badminton;

• Promover o envolvimento de toda a comunidade escolar;

• Promover o fair-play, a cooperação, a solidariedade, a responsabilidade e estilos de vida saudáveis.

A realização deste evento permitiu um envolvimento geral da comunidade escolar, tendo sido registada uma enorme e surpreendente adesão por parte dos alunos (176 do 3ºCiclo e 74 do secundário).

Consegui reunir alguns patrocínios que me possibilitaram libertar a escola de quaisquer encargos com o evento e garantir o lanche a todos os participantes e colaboradores.

A responsabilidade organizativa deste evento implicava a conceção de uma grelha competitiva para os participantes do torneio. Após várias pesquisas consegui elaborar uma grelha que se mostrou capaz e eficiente. A colaboração dos docentes de EF na organização assegurou o cumprimento dos horários dos jogos e do próprio evento.

Verificou-se no momento de transição dos jogos do terceiro ciclo para o secundário, uma entrada abrupta dos alunos do secundário, perturbando a

finalização dos jogos daqueles. Os professores colaboradores da organização e eu próprio fomos apanhados de surpresa pelo repentismo da situação, mas em poucos segundos conseguimos repor a ordem das coisas.

Apesar deste acontecimento, este evento proporcionou a criação de um envolvimento desportivo com festividade, competição e entusiasmo.

Este evento propiciou-me uma nova perspetiva de uma modalidade que, embora, não me fosse totalmente desconhecida, não me era particularmente familiar.

Por ter tido a experiência da organização do Corta-Mato Escolar, aliado ao facto de ter mais conhecimento da comunidade educativa e do meu percurso evolutivo, desde o inicio do ano, tornou-se mais acessível a elaboração e realização deste evento.

Em termos de falhas, considero o tempo disponibilizado para o torneio ter sido um óbice, já que não permitiu a inscrição de mais alunos.

O que poderia fazer de diferente hoje era dividir a realização do torneio em dois dias, mas tal poderia ou não ser executável face à disponibilidade da escola.

4.2.3 Desporto Escolar - Secção de Badminton

“O sistema educativo e desportivo deve ter um papel decisivo no desenvolvimento pessoal e social, no desenvolvimento de competências de vida e no desenvolvimento moral e do carácter dos participantes que lhe são confiados”

(Rosado e Mesquita, 2009, p. 10)

O desporto é condição essencial de vida, promotor de hábitos positivos e saudáveis ao nível alimentar e de exercitação física e desportiva.

A “matriz genética” do desporto - nos seus propósitos da formação desporto e pessoal – visa uma formação transversal, a partir da qual se promove os domínios motor, cognitivo e psicossocial.

A Escola e o Desporto estão ligados umbilicalmente e funcionam em simbiose porquanto, a escola é o local de formação por excelência e possibilita um primeiro contato com o desporto de forma descontextualizada (sem afiliações clubísticas), livre (gratuita) e inclusiva.

O enquadramento do Desporto Escolar, no âmbito da escola, assume-se como parte do seu projeto pedagógico, de índole obrigatória em todas as escolas, estando este projeto idealizado para quatro anos. Encontra-se, também, inserido em todos os níveis de escolaridade, segundo uma articulação horizontal e vertical, com as atividades curriculares de EF, da expressão físico motora e atividades físicas e desportivas das atividades de enriquecimento curricular do primeiro ciclo.

A sua estruturação orgânica compreende, no seu topo hierárquico, o gabinete coordenador do desporto escolar (GCDE)/DGE, sendo este (GCDE) uma unidade orgânica da direção geral de educação do ministério da educação (ME). Com a finalidade de coordenar, acompanhar e formular propostas de orientações, em termos pedagógicos e didáticos, para as atividades do desporto escolar. A DGE compreende a organização dos campeonatos nacionais e internacionais, podendo ainda delegar em uma das estruturas regionais a organização, com o seu apoio.

Os recursos humanos e as instalações necessárias ao desenvolvimento destas atividades poderão ser solicitados à direção das escolas, pela direção regional da educação (DRE) ou pela DGE.

No segundo nível hierárquico, destas estruturas, estão incorporadas as direções regionais de educação (DRE), sendo estas as delegações regionais do ME, exercendo as funções de administração periférica, no âmbito da sua circunscrição territorial, respeitantes às jurisdições do ME e às mestrias dos seus serviços centrais. O seu papel centra-se na orientação, coordenação e

acompanhamento das escolas. Existem, para este efeito 5 DREs, com um coordenador regional em cada pólo.

O terceiro nível hierárquico, contexto mais local – coordenação local do desporto escolar (CLDE) –, possibilita um apoio às iniciativas das instituições de ensino e a concretização do quadro competitivo, projetos e programas no âmbito do desporto escolar.

O quarto nível hierárquico representa um contexto mais particular, ao nível das escolas e dos seus clubes de desporto escolar (CDE), onde estes últimos assumem-se como uma unidade organizativa escolar de suporte ao desenvolvimento e execução do programa do desporto escolar, o qual é contemplado no projeto de escola aprovado em conselho pedagógico.

A escola deverá providenciar os recursos humanos e materiais necessários ao seu desenvolvimento, onde a sua representatividade está patente através da direção, dos docentes, dos alunos praticantes, dos espaços para a prática, dos materiais e equipamentos. Estando, também, patenteado como caráter obrigatório a oferta de atividades, internas e externas, do desporto escolar.

Por atividade interna entenda-se a atividade desportiva realizada internamente em cada escola, reproduzida sob a forma de torneios inter- turmas, corta-matos, encontros e convívios inter-escolas, etc.. Portanto, quando esta atividade desportiva é desenvolvida por grupos ou equipas, num escalão/género ou num escalão misto, com um caráter representativo da sua escola, considera-se como atividade externa. Deste modo, esta assenta em competições inter-escolas, com um nível de competitividade crescente.

Enquanto estudante estagiário, no âmbito das atividades externas, realizei o Mega Sprinter regional (no estádio municipal da Maia) e os torneios de badminton em escolas situadas em Vila Nova de Gaia. No terceiro e último torneio a nossa escola foi a anfitriã do evento. Numa das saídas, por indisponibilidade do docente responsável, fiquei com a responsabilidade e o dever de acompanhar a equipa ao torneio.

Na modalidade de badminton, inserida no desporto escolar, o meu envolvimento foi de aprendizagem. Inicialmente, porque como já referi atrás, o conhecimento da modalidade não me era familiar.

Desempenhei, por assim dizer, o papel de treinador adjunto, realizando a preparação do espaço de jogo, a assistência ao desempenho do professor da modalidade durante os treinos, procurando assimilar o mais possível os seus ensinamentos.

A nossa equipa de badminton era constituída por alguns jogadores filiados em clubes federados, os quais contribuíram para um melhor desenvolvimento dos seus colegas. Eu mesmo aproveitei para aprender e melhorar os conhecimentos técnico-táticos.

Ao fim de alguns treinos e dada a ausência momentânea do professor, assumia o treino, tendo por base a sua metodologia.

No fim do ano escolar, considero-me capaz de aplicar todos os conhecimentos adquiridos para desempenhar as funções de treinador de badminton.

A realização desta tarefa, de forma singular, potenciou a minha motivação e empenho nas funções de treinador e professor. Perante esta realidade, a participação nos treinos da modalidade, representou um maior interesse e entusiasmo pela mesma.

5. Efeito da Preferência Manual e do Sexo na Destreza Manual e

na Transferência Inter Manual em Crianças do 7º ano de

RESUMO

O presente estudo pretende investigar efeito da preferência manual e do sexo na destreza manual e na transferência inter manual, em jovens do 3º ciclo do ensino básico (7ºano). A amostra deste estudo é constituída por 22 jovens que frequentam o 3º Ciclo do Ensino Básico, sendo 19 destrímanos (11 do sexo masculino e 8 do sexo feminino) e 3 sinistrómanos (2 do sexo masculino e 1 do sexo feminino). A idade dos sujeitos estudados variou entre os 12 anos e os 14 anos. As crianças deste estudo pertenciam à Escola S/3 Arquiteto Oliveira Ferreira de Arcozelo. Para avaliação da preferência manual foi utilizado o Questionário de Preferência Manual, de Van Strien (1992) e para avaliação da destreza manual foram utilizados os testes Purdue Pegboard Test - Model #32020 Lafayette Instrument e Minnesota Manual Dexterity – Model #32023 Lafayette Instrument. Os sujeitos foram divididos em dois grupos, relativamente ao sexo e à preferência manual, tendo sido contrabalançados – em oito subgrupos - em relação à mão de início da tarefa. Para o tratamento estatístico dos dados, utilizou-se o programa de estatística SPSS 20.0. O nível de significância fixou-se em p ≤ 0,05. Os procedimentos estatísticos incluíram a estatística descritiva (média e desvio padrão) e a estatística inferencial (teste t de student). A principal conclusão verificada foi a ausência de diferenças estatisticamente significativas entre os grupos em estudo. Os resultados, apesar de contraditórios à informação bibliográfica, poderão ser considerados no contexto ensino-aprendizagem das aulas de educação física.

Palavras-Chave: PREFERÊNCIA MANUAL, TRANSFERÊNCIA INTER MANUAL, DESTREZA MANUAL.

ABSTRACT

The aim of the present study was to investigate the effect of hand preference and sex on the manual dexterity and intermanual transfer, on 7th grade students (Escola S/3 Arquiteto Oliveira Ferreira of Arcozelo). The sample of this study included 22 children, 19 were right-handed (11 males and 8 females) and 3 were left-handed (2 males and 1 females). The age of the individuals vary from 12 to 14 years old. The Hand preference Questionnaire of Van Strien (1992) was used to assess the hand preference and the tests Purdue Pegboard Test - Model #32020 Lafayette Instrument and Minnesota Manual Dexterity – Model #32023 Lafayette Instrument were used to assess the hand dexterity. The individuals were divided into two groups, according to sex and manual preference, being counterbalanced – into eight subgroups – according to the hand-over task start. For the statistics treatment of the information, the statistics programme SPSS 20.0 was used. The level of significance settled at p ≤ 0,05. The statistics procedures have included the descriptive statistic (medium and standard deviation) and the inferential statistic (student t test). No statistically significant differences were observed between groups, which may be due to the reduced sample size. Although it was not possible to determine any teaching- learning strategy to apply in physical education classes, results should be considered into future motor skill leaning experiences with children.

Key- Words: HAND PREFERENCE, INTERMANUAL TRANSFER, MANUAL DEXTERITY.

ÍNDICE DE ABREVIATURAS

Des – Destrímano

MNP/NPH – Mão Não Preferida/Non-Preferred Hand

MP/PH – Mão Preferida/Preferred Hand

PM/HP – Preferência Manual/Hand Preference

Sin – Sinistrómanos

TIMA/IMT – Transferência Inter Manual de Aprendizagem/Intermanual Transfer

1. INTRODUÇÃO

A mão reflete a assimetria mais óbvia do comportamento humano, como tal a Preferência Manual (PM) consiste no uso preferido ou na escolha de uma mão na execução de tarefas unimanuais. Existe, no entanto, a tendência para preferir a mão mais rápida e proficiente. Estima-se que 90% da população tem preferência pela mão direita e os restantes 10% pela esquerda (Annett, 1985; Corballis, 1989; Oldfield, 1971; Schmidt e Höfke, 1989; Steenhuis e Bryden, 1989; cit. por Schmidt et al., 2000a). Esta possibilidade verifica-se, também, noutras espécies, como nos mamíferos, pássaros e anfíbios (Bisazza et al., 1996).

A maior eficiência de uma mão numa tarefa, nem sempre corresponde à Mão Preferida (MP) (Vasconcelos, 2004), pelo que preferência e proficiência não são conceitos totalmente similares (Strien, 2002).

Há mais de 100 anos que o tema da transferência inter manual de aprendizagem (TIMA) tem suscitado interesse (Ziheng, 2001), como tal, esta pode ser descrita como a capacidade de comprovar se existe uma maior facilidade de aprendizagem com a mão não preferida (MNP)/treinada numa determinada tarefa após a prática desta com a MP (Kirsh e Hoffmann, 2010).

A transferência para a MP é coadjuvada pela ativação bi-hemisférica que resulta da prática com a MNP. Contudo, a maior atividade cerebral no hemisfério esquerdo resulta da prática com a MP, verificando-se assim, um menor grau de transferência para a MNP (Taylor e Heilman, 1980).

A ação (ativa) do professor/treinador torna-se fundamental, na procura da otimização dos processos de aprendizagem motora a partir de uma intervenção mais cuidadosa, principalmente ao nível de estratégias de instrução. Na execução de tarefas motoras simples ou nas mais complexas (coordenação motora, fadiga e força) o desempenho do membro mobilizado em 1º lugar, seja ou não o preferido, assim como a distância que separa os dois membros, são

fatores que influenciam a taxa de transferência (Cratty, 1986), sendo por isso um critério a ter em conta na aprendizagem.

Deve considerar-se, também, a direcionalidade da transferência, sobre se a aprendizagem é simétrica ou assimétrica.

Neste sentido, os estudos sobre a TIMA no âmbito da EF escolar e do treino (em crianças, jovens e adultos) é escassa e torna-se essencial o entendimento sobre este tema para conseguir organizar estratégias de ensino/aprendizagem. Assim, é crucial a compreensão quer dos mecanismos cognitivos como os de programação motora, que definam os aspetos espaciais e temporais necessários nos movimentos, e que possibilitem a transferência da prática de um membro para o membro contralateral (Park e Shea, 2002).

O objetivo deste estudo foi analisar o efeito da preferência manual e do sexo na destreza manual e na transferência inter manual em crianças do 3º ciclo do ensino básico.

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 PM

2.1.1 Definição e Conceitos

Uma das particularidades que distingue a divisão dos hominídeos, desde o ramo principal aos modernos chimpanzés, data aproximadamente de 6 milhões de anos, é a postura. O bipedismo originou a hipótese da libertação dos membros superiores, possibilitando um aumento de oportunidades para o desenvolvimento da expressão e habilidades manuais, onde se inclui a PM (Oliveira, 2006).

Este tipo de preferência manifesta-se em humanos mas também, em muitas outras espécies, incluindo mamíferos, pássaros e anfíbios (Bisazza et al., 1996). Nos humanos, a PM é determinada pela mão mais utilizada para a execução de tarefas unimanuais. Sensivelmente 90% da população tem preferência pela mão direita, enquanto os outros 10% preferem a mão esquerda (Annett, 1985). Contudo, a preferência não é apenas de uma mão em detrimento da outra, uma vez que a MP apresenta também propensão para ser a mais rápida e proficiente (Annett, 1985; Corballis, 1989; Oldfield, 1971; Schmidt e Höfke, 1989; Steenhuis e Bryden, 1989; cit. por Schmidt et al., 2000a).

Quando se designa mão dominante, o próprio conceito pode levar à compreensão de que essa mão é a melhor ou a mais forte. No entanto, a preferência por uma para concretizar uma determinada tarefa, nem sempre se traduz numa maior proficiência por parte dessa mão (Vasconcelos, 2004). Portanto, quando se alude sobre a PM, é de salientar a preferência e a proficiência manuais (Strien, 2002). Certas caraterísticas, como a força e a destreza, podem ser suscetíveis a fatores ambientais, desagregando-se da preferência (Porac e Coren, 1981).

Ao longo dos anos, alguns autores dedicaram-se a caracterizar e a estudar a preferência manual, pois esta era considerada como hereditária e transmitida

geneticamente, segundo as leis de Mendel, logo a preferência manual esquerda era qualificada de índole recessiva (Magalhães, 2007).

Em 1949, Hildreth referiu que a PM é um comportamento determinado por um conjunto de circunstâncias envolvidas no crescimento do indivíduo (cit. por Bishop, 1990), sendo esta uma questão de aprendizagem e não sentenciada por nascimento.

Reportando num estudo realizado por Ramaley (1913) e citado por Porac e Cohen em 1981, cerca de 60% dos casos de descendentes de pais sinistrómanos eram destrímanos. Contudo a teoria referida por Trankel (1955; cit. por Bishop, 1990) afirma que a influência de fatores ambientais e de outros genes se manifestarão se forem de caráter recessivo.

Através de uma rutura com o passado, Annett (1972) considerou, segundo uma perspetiva genética, a preponderância do fator hereditário na determinação da PM.

A disparidade entre esquerda e direita tem possibilitado muita especulação, curiosidade e investigação em diversos domínios como a psicologia, a antropologia, a fisiologia ou a genética (Vasconcelos, 1991). A PM direita, discriminadamente, tem-se patenteado como um quebra-cabeças ímpar para os teóricos das distintas áreas do conhecimento que emitem as suas ideologias mais ou menos científicas consoante a formação e os domínios de onde originam (Vasconcelos, 2004).

Comummente, a mão que realiza as atividades de destreza que envolvem coordenação fina, é a designada por MP. A MNP desempenha, principalmente, as funções de apoio, ou seja, é a mão que segura, agarra, sustenta e suporta, acabando por se tornar a mão especializada para este género de tarefas (Vasconcelos, 2004).

Ao longo do tempo, têm sido diversas as investigações sobre a PM. A classificação dos indivíduos com base no questionário de PM e a classificação baseada nos resultados do teste de deslocação de pinos são congruentes pelo

que a autora Annett (1970) refere que estes manifestam uma favorável concordância entre eles, ou seja, o continuum de PM manifestou-se bem coordenado com o continuum de destreza manual. No entanto, em determinadas atividades motoras nem sempre é possível comprovar a existência de uma boa correlação com as medidas de preferência fundamentadas nos questionários. Segundo Porac e Coren (1981), uma das razões possíveis prende-se com as circunstâncias e o envolvimento, onde os sinistrómanos têm que aprender a utilizar a mão direita para além do que seria indispensável. Para moderar as diferenças de performance (especialmente as da força e destreza) entre ambas as mãos, os sinistrómanos poderiam recorrer ao uso de máquinas e instrumentos bimanuais, o que resultaria, concludentemente, numa redução nas diferenças entre destrímanos e sinistrómanos. Para estes autores, um teste que exija uma resposta simples, não claramente submetida à aprendizagem apresenta uma maior concordância entre os testes de preferência e de performance (Vasconcelos, 2004).

Segundo o estudo de Magalhães (2007), a PM apresenta um grau de influência significativo na destreza manual, no qual verifica-se um desempenho significativamente superior dos destrímanos relativamente aos sinistrómanos.

Na confluência de todas estas ideologias, de acordo com Porac e Coren (1981), a pluralidade de fatores tais como a fadiga, a prática, a compatibilidade entre estímulo e resposta ou as caraterísticas temporais e direcionais do movimento específico exerce um grau de influência tal na superioridade relativa de uma das mãos, que apesar de poder não ser muito evidente, existe.

2.1.2 Desenvolvimento da PM

Apesar de toda a investigação e pesquisas científicas realizadas até aos tempos atuais, tem sido claro que o desenvolvimento da PM ocorre durante a infância (Michel e Harkins, 1986), tornando-se consistente com a progressão no tempo (Fagard e Corroyer, 2003). Similarmente, na escala de preferência, a utilização da MP é maior nos adultos que nas crianças e o seu uso aumenta sistematicamente durante o processo de crescimento, apresentando uma maior eficiência com qualquer das mãos (McManus et al., 1988).

A idade e o sexo do indivíduo demonstram manter uma conexão com a expressão da sua PM e a pesquisa sobre as diferenças entre estes dois fatores ainda se mantém longe de estar terminada. Nos últimos 100 anos têm sido realizados diversos estudos, com o intuito de averiguar o processo de evolução da PM nos bebés e durante a infância. Múltiplas atividades, como por exemplo, o rodar espontâneo da cabeça para um lado, o fechar espontâneo da mão (Cobb et al., 1996) e a força da reação reflexa da preensão (Tan e Tan, 1999), têm revelado tendências laterais desde muito cedo.

Estudos referem que nos primeiros doze meses de vida, os bebés não indicavam preferência por nenhuma mão, pelo que os bebés realizavam a preensão dos objetos com a mão do mesmo lado onde estes eram colocados. Mas, estudos mais recentes revelam que a PM pode ser identificada desde o tempo em que os indivíduos são fetos. Por volta dos 4 a 6 meses, os bebés apresentam ações como as de alcançar e apontar, as mesmas manifestam uma tendência para a utilização de uma das mãos (Michel e Harkins, 1986).

Existem vários estudos efetuados em torno da idade e do sexo relativamente à PM. Um dos trabalhos mais profundos sobre o progresso da PM foi executado por Gesell e Ames (1947, cit. por Vasconcelos, 2007) no qual, os autores averiguavam, entre os 8 meses e os 10 anos, oscilações na expressão da PM, começando esta por ser pela mão esquerda, passando depois por uma fase de bilateralidade, finalizando com uma manifestação particular pela mão direita após o primeiro ano. As oscilações cíclicas com maior ou menor intensidade são observadas até aos 8 anos (Vasconcelos, 2007).

Vasconcelos (1993) no seu estudo avaliou a PM de 512 adultos e 253 crianças, e certificou através dos resultados que os indivíduos do sexo masculino com PM esquerda apresentavam-se em número mais elevado que os do sexo oposto com a mesma PM.

Numa investigação recente sobre os efeitos da idade e do sexo no desenvolvimento da preferência lateral, em 5000 crianças irlandesas dos 3 aos 18 anos, Greenwood et al. (2007) apuraram uma tendência para a direita em

todos os índices (mão, pé, olho e ouvido). No qual, as crianças mais novas e os

No documento Relatório Final de Estágio Profissional (páginas 92-116)

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