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A Avaliação do Ensino

No documento Relatório Final de Estágio Profissional (páginas 84-89)

4.1 Organização e Gestão do Ensino e Aprendizagem

4.1.5 A Avaliação do Ensino

“Avaliar é estimar, apreciar, calcular o valor de uma coisa. Nesse sentido, avaliar é uma atividade humana constante, já que todo o momento temos que recolher informação do meio, valorizar essa informação e decidir em conformidade. Trata-se de um mecanismo básico de processamento de informação por parte dos seres humanos.”

(Rosado & Colaço, 2002)

A avaliação é função inerente ao ser humano, de incessante atuação (Rosado e Colaço, 2002, p. 19), já que tudo o que nos rodeia é avaliado persistentemente por nós, sejam objetos, pessoas, opiniões ou ações; em suma tudo ou quase tudo pode ser avaliado.

O termo avaliação apresenta inúmeras descrições consoante a multiplicidade dos autores. Deste modo, o ato de avaliar pode ser “ estimar, apreciar, calcular o valor de uma coisa “ (Rosado e Colaço, 2002, p.19), ou então “ uma interpretação de uma medida em relação a uma norma preestabelecida” (Lafourcade,1972, p. 21), é como um “modo de expressar o juízo subjetivo sobre uma atividade complexa, quando previamente assinalaram os diferentes conteúdos e expressões de tal atividade, bem como os vários graus de apreciação para se poder determinar com certa precisão o valor que atribuímos à realidade em causa” Garcia Hoz, (1970, citado por

Carrasco, 1989, p. 9); é o confronto entre os resultados obtidos e os objetivos fixados previamente (Tyler, 1949), entre outras.

É evidente que a avaliação tem um papel fundamental, podendo consequentemente afirmar que o ato da avaliação não nos remete, somente, para um processo de classificação dos alunos. Como escreve Bento (1987), avaliar é uma tarefa central do professor, é função continuada e inerente ao processo ensino-aprendizagem que nos possibilita conhecer o rumo de todo o processo, ou seja, sem haver avaliação não se consegue saber se os objetivos planeados foram ou não alcançados e ou se o planeamento foi bem elaborado. É, então, uma análise/avaliação do processo e do produto (Bento, 1987, p. 154) que nos fornece uma clara noção do desempenho dos docentes e dos alunos no decorrer do ano letivo.

Torna-se, por conseguinte, absolutamente crucial analisar o próprio ensino, e mesmo que se considere enfadonho, essa análise é necessária (Bento, 1987).

Quando citamos a avaliação educacional somos remetidos para um processo planeado, sistemático (Rosado e Colaço, 2002), contínuo e integral (Carrasco, 1989). Sistemático porque obedece a um plano pensado e elaborado e não se arroga um caráter fortuito ou ocasional; contínuo porque há uma linha orientadora do processo educativo - avaliado incessantemente em vários momentos e ao longo do desenrolar do processo -, e integral pois todos os interventores devem ser avaliados -materiais, pessoas, categorias, métodos- (Carrasco,1989).

Com a atribuição de notas/classificações pretende-se dar conhecimento aos alunos e encarregados de educação os seus desenvolvimentos face às expetativas e metas estabelecidas, sendo, também, um modo de motivação para o futuro. (Siedentop e Tannehill, 2000).

Os resultados da avaliação possibilitam indagar se estes estão em conformidade com os objetivos educacionais (Bloom et al., 1971).

Considerando a finalidade do processo avaliativo, estes autores referem três tipos de avaliação:

 Avaliação Diagnóstica – recolha de informação sobre os conhecimentos e níveis de desempenho do aluno;

 Avaliação Formativa – balanço da adequação das tarefas de aprendizagem, podendo ser necessário realizar alterações para uma maior e melhor aquisição das tarefas;

 Avaliação Sumativa – verificação do desenvolvimento do aluno e cumprimento dos objetivos determinados inicialmente.

Nesta área do ensino, o meu primeiro contato realizou-se através da avaliação diagnóstica da minha turma, nos testes de avaliação da condição física e posteriormente, na primeira modalidade lecionada. Os dados recolhidos possibilitaram-me a verificação das aptidões e das dificuldades dos alunos e determinar os conhecimentos que tinham adquirido no ano transato sobre esses conteúdos avaliados e neste sentido, possibilitar, também, para estruturar o planeamento onde conste os objetivos e os conteúdos a desenvolver.

Apresentou-se como um autêntico desafio, a elaboração das grelhas avaliativas. O quê e como avaliar (o processo mais eficaz de o fazer) tornou-se um desafio adicional. Esta dificuldade prendeu-se, inicialmente, com a pouca experiência no processo de observação. Despendia muito tempo para determinar o nível de desempenho por cada aluno, para cada conteúdo. A transferência das minhas dificuldades para o restante processo avaliativo (avaliação formativa e sumativa) foi, num primeiro momento, consequência da índole observacional atrás mencionada. Mas a dificuldade e o desafio não se cingiu a apenas esta primeira grelha, tendo-se estendido a todas as grelhas executadas.

Outra dificuldade sentida era notada na observação feita, por exemplo, a dois alunos com nível de desempenho similar. Como fazer a distinção? Optei

por repetições dos exercícios para aprofundar a minha observação. Daí que despendesse mais tempo que o previsto.

Estas dificuldades foram sendo trabalhadas no núcleo de estágio, onde se procuraram novas estratégias a ser aplicada. Assisti, também, às aulas da professora cooperante e de outros professores, com o intuito de analisar e refletir sobre as suas técnicas. Quando achei necessário levantei-lhes questões sobre o assunto.

A avaliação diagnóstica permitia-me, à partida, determinar os múltiplos níveis de desempenho dos meus alunos e organizar as minhas aulas em função dos resultados recolhidos. A minha atenção centrava-se mais nos alunos com mais dificuldades mas sem desconsiderar os outros, tendo utilizado como estratégia para manter os alunos mais hábeis empenhados e motivados, como agentes de ensino, promovendo o ensino entre pares, delegando em alguns uma maior responsabilidade, porquanto considerava que, também, estariam mais aptos para essa tarefa. Contudo, estas metodologias utilizadas não significam que, em algum momento, discriminei ou desconsiderei qualquer aluno.

A avaliação formativa abrange a recolha de informações temporais para verificação da evolução das tarefas e objetivos estabelecidos no processo de ensino-aprendizagem. Esta verificação possibilitou-me observar quais as dificuldades, os pontos mais e menos positivos do processo. Foi realizada de forma continuada e logrei estabelecer comparações entre os objetivos iniciais e os conseguidos até ao momento de avaliação.

Ao realizar a avaliação sumativa conseguia determinar a avaliação final dos conteúdos, no intuito de determinar uma comparação ou classificação dos alunos. Era, também, uma forma de manter, não só os alunos já avaliados como também, os por avaliar, interessados, atentos e empenhados nas tarefas e na aula.

Mas, a determinação da classificação, final do período, baseada nestes três tipos de avaliação existentes não é assim tão linear, pois a classificação

contempla ainda os domínios cognitivos e afetivos (Bloom et al., 1971; Safrit, 1973). Tornando-se, assim, a avaliação num processo subjetivo balizado pelos juízos de valor intrínsecos de cada professor e consoante a experiência profissional destes, inerente à avaliação das competências atitudinais e conceptuais.

4.2 “Participação na Escola e Relações com a Comunidade” – Desporto Escolar

A participação na escola contempla todas as atividades não letivas no decurso deste ano, com o propósito da integração na comunidade escolar. Para tal, contribui a oportunidade de criar um maior contato com o meio escolar, a nível local e regional.

A intervenção, nesta área, de forma responsável, inovadora, contextualizada e cooperativa, realizada em sintonia com o núcleo de estágio e com os restantes professores do grupo de EF, com a finalidade de conferir um contributo para o sucesso educativo e um reforço do (meu) papel do professor de EF na escola e na comunidade local. Uma outra tarefa é a participação na gestão de recursos da organização, assumindo responsabilidades na direção, na elaboração e coordenação de projetos de desenvolvimento organizacional, promovendo estilos de vida ativa e saudáveis e desenvolvendo a COMPETÊNCIA E CIDADANIA junto da comunidade educativa.

Ao longo do ano letivo foram realizadas diversas atividades – conotadas como atividades internas do desporto escolar –, designadamente, o Corta-Mato Escolar, o Torneio do Compal Air (Basquetebol 3x3), o Mega Sprinter, o Torneio de Andebol, “Open de Badminton ESAOF”, Torneio de Voleibol, o Sarau Desportivo. Nas atividades externas do desporto escolar, importa referir as saídas para o Mega Sprinter, a nível regional e as competições da secção do badminton.

Destes eventos, foram da minha responsabilidade, o corta-mato escolar, e o “Open de Badminton ESAOF”. A título pessoal, fui convidado para ser o árbitro da final o torneio de futsal realizado pela associação de estudantes da escola.

No documento Relatório Final de Estágio Profissional (páginas 84-89)

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