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Substâncias Sensíveis em Z 16: faxina ousiológica em Aristóteles?

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CDD: 185

Substâncias Sensíveis em Z 16: faxina ousiológica em

Aristóteles?

MARCO ZINGANO

Departamento de Filosofia Universidade de São Paulo SÃO PAULO, SP

Resumo: A interpretação tradicional de Metafísica Z 16 1040b5-16 é defendida aqui, contra a nova leitura, segundo a qual devem ser eliminadas da lista de substâncias sobre as quais há comum acordo em Z 2 não somente as partes dos seres vivos, mas também os corpos simples.

Palavras-chave: Substância. Corpos simples. Aristotelismo.

Abstract: The old reading of Met. Z 16 1040b5-16 is vindicated, against the new approach, according to which the parts of living beings and the simple bodies should be expurgated from the list of the commonly accepted substances in Z2.

Gostaria de examinar aqui alguns problemas menores de texto referentes à Metafísica Z 16, ou, mais precisamente, à primeira parte deste capítulo. O que quero defender é uma volta à compreensão antiga, a saber, que Aristóteles faz uma restrição bem limitada à sua lista de substâncias sensíveis, retirando dela somente as partes dos animais. Nas leituras mais recentes, Aristóteles estaria fazendo uma restrição bem maior, retirando da lista não somente as partes dos corpos vivos, mas também os corpos simples (e, eventualmente, mais coisas). É contra esta

faxina ousiológica que vou propor uma leitura mais contida desta passagem.

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Metafísica Z 16 pode ser dividido em três partes: (i) 1040b5-16, que

é a parte que quero examinar, a qual versa sobre as substâncias sensíveis; (ii) 1040b16-27, em que é reafirmado que ser e um não são substâncias, e (iii) 1040b27-41a3, a respeito do platonismo e de sua atitude correta de separar as Idéias, se forem substâncias, mas de seu erro de as tomar como substâncias. A unidade não é muito clara, mas pode ser defendida do seguinte modo. A seção (i) examina uma conseqüência a partir de uma das duas teses centrais expostas em Z 13, a saber, que nenhuma substância pode ser composta de outras substâncias em ato. A parte (ii) retoma a outra destas duas teses centrais apresentadas em Z 13, a saber, que nenhum universal é substância, o que tem por conseqüência que tampouco o ser e o um, que são os termos mais universais, são substância. Finalmente, a parte (iii) está conectada com (ii), pois ambas lidam com problemas diretamente ligados à doutrina platônica do que é propriamente substância. Deste modo, Z 16 se liga claramente a Z 13; não é assim um acaso que as linhas finais de Z 16 (1041a3-5) rea-presentam aquelas duas teses básicas de Z 13, fechando assim um grupo temático Z 13 – 16 (Z 14 sustenta que as Idéias não são substâncias, em direta linha com a recusa do universal ser substância, e isso é ligado também, em Z 15, à impossibilidade de definir o indivíduo e à conseqüente impossibilidade de definir as Idéias, pois elas contam como indivíduos, quando deveriam, justamente, em contraste com os indiví-duos sensíveis, poder ser definidas). Esse grupo temático examina, assim, a candidatura do universal a substância (e, por esta via, também a do gênero), respondendo, deste modo, ao programa lançado em Z 3. Com

efeito, em Z 3 são apresentados quatro candidatos: Z3 uJpokeivmenon ou

substrato, examinado no próprio Z 3; to; ti; h\n ei\nai ou a qüididade,

examinada ao longo de Z 4 – 12 (com a intervenção de Z 7-9 sobre o vir-a-ser); cabe assim ao grupo Z 13 – 16 examinar a candidatura do universal, to; kaqovlou, o terceiro candidato, ao qual está diretamente vinculado o sucesso (ou fracasso) do quarto candidato, to; gevno~, o

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gênero (como o próprio Aristóteles ressalta em H 1 1042a14-16: o mesmo argumento que garantiria o estatuto de substância ao universal o garantiria também para o gênero, mais do que para a espécie, e de modo similar às Idéias). O livro Z ou livro VII da Metafísica se conclui, então, por um último capítulo, Z 17, o qual inicia anunciando uma nova linha de abordagem, segundo a qual a substância de algo (que se revelou ser a qüididade deste algo) é a causa primeira do ser aquilo que uma determinada coisa (essencialmente) é.

Passemos ao exame da parte (i) de Z 16, a que unicamente nos interessa aqui. Aristóteles nos fornece três listas das substâncias sensíveis. Estas listas são decisivas, pois, por uma questão de método, precisamos entrar em um acordo prévio sobre que coisas são substâncias para tomá-las como ponto de partida para a investigação sobre o que é ser substância. Com efeito, à luz destes itens, podemos estudar de que modo e como são todas elas substâncias e, munidos destes resultados, podemos então dirimir a questão se há outras substâncias do que as sensíveis e quais seriam elas. Muito, portanto, depende deste ponto de partida: os itens que, de comum acordo, aceitamos todos como substâncias. As listas não precisam nem devem apresentar itens que são sobretudo substância, mas somente itens a respeito dos quais todos concordam que são substâncias, ainda que postulem um grau inferior ou subalterno de substancialidade a estes itens. Platônicos, por exemplo, postulam que as Idéias são sobretudo substância, mas aceitam também que, em um grau degradado, corpos sensíveis são substância. As listas são as seguintes: T 1. Met. Z 2 1028b8-13: “a substância parece pertencer de modo mais evidente aos corpos (por esta razão dizemos que são substância os animais, as plantas e suas partes, bem como os corpos naturais, como fogo, água, terra e tudo o mais deste tipo, assim como o que é ou parte deles ou é composto por eles, seja de partes seja de todos, como o universo e suas partes, as estrelas, a lua e o sol)”;

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T 2. Met. H 1 1042a7-11: “as substâncias sobre as quais estamos de acordo são as naturais, como fogo, terra, água, ar e outros – os corpos simples; em seguida, as plantas e suas partes e os animais e as partes dos animais, e, por fim, o universo e as partes do universo”;

T 3. De Caelo III 1 298a29-32: “(tomo como substâncias os corpos simples, como o fogo, a terra e os outros itens de sua série, e todos os itens compostos deles, como o inteiro universo e suas partes e, por sua vez, os animais, as plantas e suas partes)”.

A estas listas das substâncias sensíveis, que são singularmente muito próximas e que fornecem os mesmos itens, Aristóteles parece em Z 16 aportar uma correção. O problema é que a correção proposta pode ser lida de dois modos. Segundo o comentário antigo (Asclépio, Pseudo-Alexandre) até Bekker, Schwegler e Bonitz, lia-se o texto de modo a ver aí uma exclusão limitada às partes dos animais:

T 4. Met. Z 16 1040b5-10 (Bekker): “É evidente que, entre os itens que parecem ser substância, a maior parte são potências – as partes dos animais: pois nenhuma delas o é separada, mas, quando são separadas, são então todas entidades a título de matéria – terra, fogo e ar; com efeito, nenhuma delas constitui uma unidade, mas são como o soro antes que haja cocção e uma unidade se engendre deles”.

T 5. Ps.-Alexandre in Metaph. 534, 23-28; 535, 14-16: “Dado que chamamos de substância todos os itens que, sendo por si, são capazes de realizar sua função própria (pois substância não é outra coisa senão aquilo pelo qual se cumpre a função de cada coisa: com efeito, a alma de Sócrates é a substância e a forma de Sócrates, alma pela qual se cumpre para ele a função do homem enquanto homem), <Aristóteles> diz que as partes dos animais – mãos e pés –, as quais sobretudo parecem ser

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substância, é evidente com base nestas coisas que não são substâncias, mas potências <...> afirma que, quando as partes do todo são separadas e existem por si, são todas elas a título de matéria: a título de terra, de fogo e de ar”;

T 6. Asclépio in Metaph. 445, 32 – 446, 6: “Aristóteles afirma que é evidente que, dos itens que parecem ser substância, isto é, dos universais a título de partes, a maioria é potência – as partes dos animais; com efeito, nenhuma delas o é separada ela própria *** no estudo, mas ??, sobra então que se descobre como matéria. Sendo terra, fogo, água e ar. Com efeito, nenhum deles é uma unidade, mas são como um amontoado, antes que haja cocção e se engendre algo destas partes”.

O texto de Asclépio está em um estado precário: depois de aujtov há uma lacuna entre 12 e 22 letras. Hayduck sugere, com muita plausibilidade, kaq j auJtov, w{sper ei]rhtai ejn th`/ qewriva, o que faz a frase inteira ser vertida por “com efeito, nenhuma delas separada é por si,

como diz em seu estudo”. Depois de tou

`

faltam cerca de 17 letras; a

sugestão de Hayduck é ler nesta passagem algo como ajll j eja;n ajpo; tou`

oJristou` pravgmato~ cwrisqh

/

, o que daria: “mas quando são

separadas da coisa determinada”, o que é novamente plausível. Na linha 446,4, Hayduck lê u{lh no lugar de u{lhn e acrescenta aujtw`n (faltam cerca de 7 letras aí) com base no texto de Aristóteles; na última linha, gevnh é seguido de uma lacuna de 4 letras, de onde a proposta de

Hayduck de ler gevnhtaiv ti, novamente muito plausivelmente.

A despeito dos problemas de texto referentes a esta última passagem, o importante é ver a concordância desta leitura: trata-se de excluir da lista das substâncias as partes dos animais, e somente isto. A faxina, digamos assim, é bem contida, limitando-se a expurgar um item que, erradamente, tinha antes aparecido em uma lista que deveria ser consensual.

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Convém assinalar alguns detalhes. Em primeiro lugar, o fanerovn (“evidente”) se refere a uma das lições de Z 13, a saber, que uma substância não pode ser composta de outras substâncias: se as partes são elas próprias substâncias, então os todos compostos por estas partes seriam compostos de substâncias. Ou bem somente as partes são substâncias, ou bem somente os todos, mas não é possível que ambos o sejam simultaneamente. Contrariamente à aposta atomista, Aristóteles não tem dúvida em escolher os todos, no caso, os animais. Outro detalhe a observar neste sentido é que Aristóteles canonicamente apresenta o dedo cortado (Z 10 1035b25) ou a mão decepada (Z 11 1036b30) como dedo e mão unicamente por homonímia, respectivamente (a homonímia estando fundada em uma semelhança física), em contraste com o dedo e a mão que cumprem a função pela qual são definidos como partes em um corpo. Por fim, convém assinalar a hesitação entre swrov~, “amon-toado”, e ojrrov~ (que Ps.-Alex. conhece), “soro”: o primeiro termo é comumente usado quando não há unidade orgânica; o segundo deve ter-se introduzido provavelmente em função da noção de cocção, que é mencionada a seguir. É difícil decidir entre os dois termos, mas prefiro a versão de Bekker, em função do termo ojrrov~ ser mais raro e das razões que apresentarei ao final deste texto.

No entanto, quando lemos as versões editadas por Ross e por Jaeger, a passagem estaria sugerindo uma exclusão bem maior:

T 7. Met. Z 16 1040b5-10 (Jaeger, Ross): “é evidente que, entre os itens que parecem ser substância, a maior parte são potências: as partes dos animais (pois nenhuma delas o é separada, mas, quando são separadas, são então todas seres a título de matéria), a terra, o fogo e o ar; com efeito, nenhuma deles constitui uma unidade, mas são como um amontoado, antes que haja cocção e uma unidade se engendre deles”.

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Deste texto, segue-se não somente que as partes dos animais não são substâncias (em ato), mas também que tampouco o são os corpos simples. A exclusão seria assim bem maior, pois concerne, além das partes dos animais, (pelo menos) também aos corpos simples. A tradução de Ross deixa pressagiar, na verdade, uma faxina bem mais severa: “of the things that are thought to be substances, most are only potentialities, – e.g. the parts of animals <...> and earth and fire and air” (em seu comentário, porém, limita-se a expurgar as partes dos seres vivos e os corpos simples). As partes dos animais e os corpos simples seriam somente exemplos do que deve ser retirado da lista, e talvez haja ainda mais itens a serem repudiados. Em um certo sentido, dá-se peso filosófico ao “a maior parte”: a limpeza não pode ser lateral ou mínima, ela deve dizer a um grande número dos itens listados inicialmente como sendo consensualmente substâncias.

O que poderia ter motivado Aristóteles a proceder a uma faxina ousiológica tão severa? Podemos indicar certas motivações. Uma pri-meira diz respeito a problemas de identidade ligados aos corpos homeô-meros e, similarmente, aos corpos simples. Nos Tópicos I 7, Aristóteles reconhece três tipos de identidade: a numérica, a específica e a genérica, ao mesmo tempo em que assinala que a identidade numérica (ou individual) é o que mais aceitamos como o sentido de identidade (103a23-24). No entanto, quando nos referimos a uma mesma água pelo fato de provir da mesma fonte, trata-se de um sentido prima facie distinto destes três sentidos de identidade, mas que Aristóteles termina por localizar entre os tipos de identidade específica, pois esta porção de água e aquela porção ali têm uma similaridade de espécie, a qual é justamente (mas somente isso) reforçada no caso da água que provém de uma mesma fonte. Para individuar porções de água, dever-se-á recorrer a parâmetros espaciais e/ou temporais, mas isso, fundamentalmente, não é tão distinto do apelo à matéria própria na individuação de lagos ou

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mesmo no caso de membros de uma mesma espécie animal (o que é evidente no caso, por exemplo, de gêmeos univitelinos).

No De generatione et corruptione II 8, Aristóteles afirma que todos os corpos compostos que estão ao redor do ponto mediano (ao redor da terra, portanto) se constituem de todos os corpos simples, a saber, terra, ar e fogo. Que contenham terra é evidente, pois é aqui seu lugar próprio. Por outro lado, todo corpo precisa estar delimitado, e para isso é necessário que contenha água, pois a terra sem umidade não tem força de coesão. Por outro lado, como as gerações se dão pelos contrários, é preciso que contenham os elementos contrários a terra e água, a saber, ar e fogo, respectivamente. Aristóteles escreve em 335a6 wJ~ ejndevcetai oujsivan oujsiva/ ejnantivan ei\nai, “como é possível que uma substância seja contrária a outra substância”. Tal cláusula de salvaguarda se faz necessária, pois, segundo o tratado das Categorias, nenhuma substância tem contrário. No entanto, deve-se observar que as qualidades têm contrários; ora, os corpos simples se constituem de pares de qualidade, e a qualidade aceita contrariedade, o que permite falar, nesta medida, de uma substância contrária a outra em função dos pares de contrários: terra e água, de um lado; ar e fogo, de outro. Isso é verdade, mas não é forte o suficiente para bancar o expurgo pretendido. Com efeito, a tese diz que os corpos compostos que estão na terra se compõem de todos os corpos simples; não exclui, porém, que haja, mesmo em torno do ponto mediano, corpos simples, o mais evidente deles sendo a própria terra, que está em seu lugar próprio. Com efeito, mesmo que todos os corpos no mundo sub-lunar estejam misturados (incluindo os corpos simples), isso não impede que porções de ar ocorram, ainda que contendo os outros elementos, pois os contêm sob a forma de mistura por justaposição, na qual ar e os outros elementos existem como tais em ato, e não sob a forma de uma nova composição propriamente dita (mivxi~), como ocorre com a água salgada (na qual o sal e água constituem um novo elemento, terra e água existindo nela somente em potência).

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Obviamente os corpos simples apresentam uma dificuldade para sua individuação, mas ela não parece diferir fundamentalmente da dos corpos homeômeros, como os metais: a pepita Canaã, encontrada em 13 de setembro de 1983 em Serra Pelada, com 60,8 kg., parte de uma pepita maior, de 150 kg, que se quebrou, e a pepita Désirée, encontrada na Austrália em 1870, com 68,8 kg, são porções distintas de ouro, assim como o diamante Stewart, encontrado em 1872 na África do Sul, com 295,61 quilates, se distingue do diamante Darcy Vargas, encontrado em 1939, na cidade de Coromandel (MG), de 460 quilates, com as dimensões de 53mm x 39,9 mm x 26,6 mm. Pepitas de ouro não contêm outros elementos químicos, mas diamantes apresentam como inclusão mais freqüente a olivina e, em cristais euédricos, o zircão também pode ser visto, estas mesmas inclusões contribuindo para sua identificação individual.

Alguém poderia, no entanto, objetar que, no caso dos corpos simples, além destas dificuldades de individuação, há as que estão ligadas a uma concepção hilemórfica: não é o caso que, para os casos simples, estaríamos diante da pura matéria, se os aceitássemos como substâncias plenas? Em Meteorologica IV, Aristóteles nos indica uma resposta, não inteiramente isenta de ambigüidade, porém:

T 8. Meteorologica IV 12 389b28-390a9: “Todos os corpos <homeô-meros> se constituem dos elementos descritos, a título de matéria, mas quanto à essência o são pela definição. Isto é sempre mais claro a respeito dos últimos, a saber, dos que em geral são como instrumentos e com vista a algo, pois é bem claro que o cadáver é um homem por homonímia. E assim também a mão de um homem morto é mão por homonímia, assim como flautas de pedra também seriam ditas por homonímia flautas, pois estas também parecem ser como certos instrumentos. Mas tais coisas são menos visíveis no caso de carne e osso, e menos ainda no caso de fogo e água, pois lá onde predomina a matéria o em-vista-de-quê é minime visível. Com efeito, se se tomar os extremos,

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de um lado a matéria não seria nada mais além dela mesma; de outro, a essência não seria outra coisa senão a definição, mas os itens intermediários o são proporcionalmente em função da proximidade de cada um, pois qualquer um deles é em vista de algo e de modo algum são água ou fogo, como tampouco o são carne ou vísceras”.

A frase central é: pois lá onde predomina a matéria o em-vista-de-quê é minime visível. Não é claro a que exatamente se refere esta observação: aos corpos simples somente (exemplificados por fogo e água) ou também a homeômeros como carne e sangue? A construção parece favorecer o primeiro caso, pois eles constituem o membro último da lista: com os corpos simples o em-vista-de-quê é minime visível. Mas como entender

minime? Como “minimamente” ou como “de modo algum”? Tudo indica

que devemos entendê-lo como “minimamente”, pois fogo e água apare-cem em uma lista em que a visibilidade está cada vez mais diminuta, em um evidente decrescendo, mas não que não haja nenhuma visibilidade. O texto nos diz, assim, que, a despeito das dificuldades, mesmo lá onde predomina a matéria há minimamente a forma – no caso dos corpos sim-ples, sob o registro dos pares de contrários (frio-quente, seco- úmido). É somente hipoteticamente que podemos ter os extremos: de um lado, matéria como simples matéria; de outro, pura forma (no mundo sub-lunar). Com efeito, os corpos simples são a matéria dos corpos compostos, mas, quando tomados por si mesmos, eles voltam a se revestir de uma forma, ainda que minimamente. A passagem, portanto, mantém os corpos simples no rol das substâncias sensíveis, a respeito das quais estamos todos de acordo.

Uma terceira motivação, porém, pode ser fornecida ao pretendido enxugamento das substâncias. Os seres vivos constituem por excelência o que é substância no mundo sensível. Eles estão claramente estruturados mediante uma combinação de matéria e forma. Mais ainda, como a planta gera planta; o homem; homem (um mote que Aristóteles não se

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cansa de repetir), eles evidenciam que a forma é uma forma própria que não se realiza em qualquer matéria, mas requer certas condições materiais específicas para poder aí se realizar. Uma evidência a favor é o fato mesmo que o termo que designa a forma (ei\do~), que é a substância primeira, é precisamente o mesmo que designa a espécie (ei\do~). Tudo isso é verdade; porém, por maior que tenha sido o valor heurístico da espécie animal para a reflexão aristotélica sobre a forma como substância primeira, tudo isso é perfeitamente compatível com casos menos per-feitos de substância, sem implicar sua exclusão do campo da substan-cialidade.

Parte importante desta disputa reside em torno de como entender tav te movria tw`n zwv/wn em 1040b6 de T 4 / 7. Para Bonitz, te tem

como correspondente mavlista de

v

em b10. Neste caso, kai; gh` kai;

pu`r kai; ajhvr estão ligados sintaticamente a wJ~ u{lh pavnta. Para Ross

(seguido por Frede/Patzig), tav te movria está coordenado a kai; gh` kai; pu`r kai; ajhvr da linha b8, e ele conseqüentemente coloca entre parênteses o que os separa. Ross alega que Z 2 1028b9-10 mostraria que

kai; gh` kai; pu`r kai; ajhvr está coordenado a tav te movria (trata-se de

nosso T 1). Isso é possível, mas não é necessário, pois te pode estar

acoplando intimamente somente animais, plantas e suas partes, sepa-rando-se por um sintagma do outro grupo, que compreende os corpos simples; Met. H 1 (T 2 ) e De caelo III 1 (T 3) favorecem esta última direção. A solução de Bonitz parece forçada (ele mesmo reconhece isso:

mutata paulum constructione), mas há um modo mais simples de a

compreender: simples aposição (como o faz claramente Asclépio em T 7; um bom exemplo ocorre no Agamênon de Ésquilo, vv. 1525 – 1529).

Penso que se deve, assim, voltar à leitura tradicional: não há razão para excluir os corpos simples da lista das substâncias sensíveis a respeito das quais há comum acordo. Para concluir, gostaria de fazer três observações. Primeiramente: (i) a que remete aujtw`n da linha 1040b8 de T 4? Há três opções: (a) às partes, (b) aos corpos simples e (c) às partes e

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aos corpos simples. Na leitura de Bonitz, o termo remete (a) às partes. Nesta leitura, pefqh`

/

da linha b9 é típico para “digerir”, “elaborar”, “cozer”. Na perspectiva de Ross, pode ser a (b); neste caso, oujde;n gavr de b8-10 daria a razão de excluir os elementos, enquanto oujqe;n gavr de b6-8 forneceria a razão para excluir as partes dos seres vivos. O melhor, porém, para essa leitura, é tomar (c) como valendo para as partes e para

os corpos simples. Quanto à objeção que pevttein dificilmente se pode

usar com os elementos, Ross remete a A8 989a16, onde to; de;

pepemmevnon kai; sugkekrimevnon são usados para os elementos

(novamente, porém, não é necessário que se leia assim: pode haver duas

referências aqui, uma para as partes – pelo

pepemmevnon

–, outra para

os elementos – pelo

sugkekrimevnon

). Por enquanto, não há como

decidir.

Segunda observação: na seqüência, é feita alusão à experiência de seccionar alguns animais (insetos), que vivem por um certo período: T 9. Met. Z 16 1040b10-16: “Poder-se-ia supor que, sobretudo, as partes dos seres vivos e as partes da alma a elas conexas se tornam as duas coisas, entidades em ato e em potência, pelo fato de terem os princípios do movimento a partir de um ponto em suas articulações; por esta razão alguns animais permanecem em vida quando seccionados. Contudo, todas elas são em potência, quando formam algo uno e naturalmente contínuo, e não contínuo por coerção ou por enxerto, pois tal coisa é uma malformação”.

Esta passagem contém duas dificuldades. (a) Qual é o sentido de kai

v

em b11: aditivo ou epexegético? Se for aditivo, então teríamos também partes da alma (aquelas conexas às partes do corpo) que seriam em potência e em ato. Porém daí a dificuldade: qualquer parte da alma é, para Aristóteles, necessariamente em ato; além disso, não está em discussão aqui nenhuma parte da alma. Se for epexegético, então seriam

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em potência e em ato aquelas partes corporais às quais partes anímicas estão intimamente conectadas (como o coração, sede das sensações). Frede e Patzig propõem mesmo atetizar o kaiv, o que nos parece muito plausível.

A segunda dificuldade: (b) qual é o sentido de pavreggu~? Deve ele ser tomado como adjetivo (caracterizando as partes) ou como ad-vérbio (ligado a a[mfw givgnesqai). No último sentido o toma Pseudo-Alexandre:

T 10. Ps.-Alex. in Metaph. 535, 27 – 34: “Aristóteles diz que se poderia supor que, sobretudo, as partes dos seres vivos, e destas não todas, mas algumas, assim como da alma, se dizem substâncias como sendo em ato com o todo e em potência, pois, dado que, após serem seccionadas e estarem por si, são capazes de se movimentar e sentir, parecem ser em ato e em potência: em potência, de um lado, quando estão com o todo; em ato, de outro lado, porque, visto que, seccionadas, se movem e sentem, parecem que, quando estão com o todo, também são em si e não estão em continuidade com o todo”.

O mesmo em Bonitz: ele comenta que (Commentarius, p. 357) “post givgnesqai comma omisi, quia enunciatum sic puto construendum esse: givgnesqai pavreggu~ a[mfw o[nta kai; ejnteleceiva/ kai; dunavmei, quasi dicat: givgnesqai scedo;n o[nta ajmfotevrw~ kai; ejnteleceiva/ kai; dunavmei”. Segundo sua sugestão, a frase estaria dizendo: “se tornam como que entidades de dois modos, em ato e em

potência”. Ross protesta contra esta leitura, alegando quepavreggu~ não

pode funcionar adverbialmente, mas somente como adjetivo. Teríamos então duas leituras possíveis, em função do que qualifica pavreggu~: (a) “as partes dos seres vivos e as partes da alma conexas a elas”, pavreggu~ qualificando as partes da alma em questão, ou, alternativamente, (b) “as partes dos animais vêm a ser aproximadamente de mesma entidade que

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as partes da alma”, pavreggu~ qualificando as partes dos seres vivos em relação às da alma. Adotei a leitura (a) de Ross.

Minha terceira e última observação: não é clara a expressão inicial

em b5-6 tw`n dokousw`n ei\nai oujsiw`n aiJ plei`stai dunavmei~ eijsi

v

.

Na interpretação de Bonitz, a frase diria algo como: multa, quae videntur

actu substantiae esse, non actu, sed potentia sunt substantiae. São muitas, mas isso

ainda nos permite ficar com um grupo só (no caso, as partes dos animais). A tradução de Ross é mais forte: “of the things that are thought to be substances, most are only potentialities, – e.g. the parts of animals <...> and earth and fire and air”. Nesta última versão, devemos nos preparar para um enxugamento ousiológico eventualmente de porte (as partes dos animais e os corpos simples são somente exemplos de uma tal faxina). Porém, tampouco na versão de Bonitz fica claro por que multa. E, em certo sentido, também em sua interpretação podemos esperar por um enxugamento amplo (ainda que não necessário). No entanto, talvez a limpeza seja muito pequena. No modo como estou propondo de ler esta passagem, trata-se de retirar somente as partes dos seres vivos da lista de substâncias sensíveis acreditadas por todos. E, dentre estas partes, a expressão “a maior parte” é uma cláusula de reserva, pois é possível que algumas partes, quando segmentadas, mantenham-se em vida, como é o caso para as plantas e insetos, à diferença do resto dos seres vivos. O ato de seccionar é referido em dois momentos no de anima: em I 5 411b19-27 é dito que plantas seccionadas sobrevivem, bem como, entre os animais, certos insetos (kai; tw`n zwv/wn e[nia tw`n ejntovmwn); em II 2 413b16-24 é dito que certas plantas seccionadas sobrevivem (tw`n futw`n e[nia), bem como os insetos (mas eles não duram muito tempo porque não possuem os outros órgãos necessários à conservação da vida). Estas são as exceções do que é somente em potência: as partes das plantas e certos animais, os insetos. É assim que, em de long. 6, Aristóteles volta a observar que plantas e insetos sobrevivem quando seccionados: aquelas porque

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têm esta possibilidade em todas as partes, estes por pouco tempo, pois os órgãos são separados e eles não têm como os refazer. “A maior parte” não diz respeito, portanto, à lista de itens que contam como substância, mas somente ao fato que, entre as partes dos seres vivos, parece haver exceções ao fato de serem somente em potência, pois plantas e insetos, quando seccionados, preservam o princípio da vida. Mesmo assim, Aristóteles insiste que, na medida em que estão naturalmente em um todo (e não como enxerto ou algo similar), então são somente em potência e não em ato no todo em que se encontram.

TEXTOS EXAMINADOS

T 1 Met. Z 2 1028b8-13: Dokei` dÆ hJ oujsiva uJpavrcein fanerwvtata me;n toi`~ swvmasin (dio; tav te zw`æa kai; ta; futa; kai; ta; movria aujtw`n oujsiva~ ei\naiv famen, kai; ta; fusika; swvmata, oi|on pu`r kai; u{dwr kai; gh`n kai; tw`n toiouvtwn e{kaston, kai; o{sa h] movria touvtwn h] ejk touvtwn ejstivn, h] morivwn h] pavntwn, oi|on o{ te oujrano;~ kai; ta; movria aujtou`, a[stra kai; selhvnh kai; h{lio~). T 2 Met. H 1 1042a7-11: oJmologouvmenai me;n aiJ fusikaiv, oi|on pu`r gh` u{dwr ajh;r kai; ta\lla ta; aJpla` swvmata, e[peita ta; futa; kai; ta; movria aujtw`n, kai; ta; zw`æa kai; ta; movria tw`n zwvæwn, kai; tevlo~ oJ oujrano;~ kai; ta; movria tou` oujranou`.

T 3 De caelo III 1 298a29-32: (levgw dÆ oujsiva~ me;n tav te aJpla` swvmata, oi|on pu`r kai; gh`n kai; ta; suvstoica touvtoi~, kai; o{sa ejk touvtwn, oi\on tovn te suvnolon oujrano;n kai; ta; movria aujtou`, kai; pavlin tav te zw`æa kai; ta; futa; kai; ta; movria touvtwn, <…>). T 4 Met. Z 16 1040b5-10 (Bekker): fanero;n d j o{ti kai; tw`n dokousw`n ei\nai oujsiw`n aiJ plei`stai dunavmei~ eijsiv, tav te movria tw`n zwvæwn:

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oujqe;n ga;r kecwrismevnon aujtw`n ejstivn: o{tan de; cwrisqh`æ, kai; tovte o[nta wJ~ u{lh pavnta, kai; gh` kai; pu`r kai; ajhvr: oujde;n ga;r aujtw`n e{n ejstin, ajllÆ oi|on oJ ojrro;~ pri;n h] pefqh`æ kai; gevnhtaiv ti ejx aujtw`n e{n.

T 5 Ps.-Alex. in Met. 534, 23-28; 535, 14-16: ÆEpeidh; ga;r oujsiva~ ejkei`nav famen o{as kaqÆ auJta; o[nta duvnatai to; oijkei`on e[rgon ajpotelei`n (oujsiva ga;r oujde;n a[llo ejsti;n h] to; ajfÆ ou| to; eJkavstou e[rgon ejkplhrou`tai: oujsiva ga;r kai; ei\do~ Swkravtou~ hJ tou` Swkravtou~ yuchv, ajfÆ h|~ aujtw`æ to; tou` ajnqrwvpou h|/ a[nqrwpo~ e[rgon ejkplhrou`n), levgei o{ti kai; ta; mevrh tw`n zwvæwn, ou`re~ kai; povde~, a{per mavlista dokou`sin ei\nai oujsivai, fanerovn ejstin ejk touvtwn wJ~ ou[k eijsin oujsivai ajlla; dunavmei~. <…> o{tan ou\n, fhsiv, cwrisqh`æ ta; movria tou` o{lou kai; w\si kaqÆ auJtav, wJ~ u{lh pavnta eijsiv, kai; wJ~ gh` kai; pu`r kai; ajhvr.

T 6 Asclépio in Met 445,32-446,6: fhsi;n ou\n o{ti fanero;n o{ti kai; tw`n dokousw`n ei\nai oujsiw`n, toutevsti tw`n kaqovlou wJ~ merw`n, aiJ plei`stai dunavmei~ eijsiv, tav te movria tw`n zwvæwn: oujde;n ga;r aujtw`n kecwrismevnon ejsti;n aujto; *** qewrivaæ, ajllÆ ÿ uJpo; tou` ***risqh`æ, tovte loipo;n wJ~ u{lh euJrivsketai, o[nta gh` kai; pu`r kai; u{dwr kai; ajhvr. oujde;n ga;r <aujtw`n> e}n ajllÆ oi|on swrov~, pri;n h] pefqh`/ kai; gevnetaiv ti ejx aujtw`n tw`n morivwn.

T 7 Met. Z 16 1040b5-10 (Ross, Jaeger): fanero;n de; o{ti kai; tw`n dokousw`n ei\nai oujsiw`n aiJ plei`stai dunavmei~ eijsiv, tav te movria tw`n zwvæwn (oujqe;n ga;r kecwrismevnon aujtw`n ejstivn: o{tan de; cwrisqh`æ, kai; tovte o[nta wJ~ u{lh pavnta) kai; gh` kai; pu`r kai; ajhvr: oujde;n ga;r aujtw`n e{n ejstin, ajllÆ oi|on swrov~, pri;n h] pefqh`æ kai; gevnhtaiv ti ejx aujtw`n e{n.

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T 8 Meteorologica IV 12 389b28-390a9: e[stin dÆ a{panta wJ~ me;n ejx u{lh~ ejk tw`n eijrhmevnwn, wJ~ de; katÆ oujsivan tw`æ lovgwó. ajei; de; ma`llon dh`lon ejpi; tw`n uJstevrwn kai; o{lw~ o{sa oi|on o[rgana kai; e{nekav tou. ma`llon ga;r dh`lon o{ti oJ nekro;~ a[nqrwpo~ oJmwnuvmw~. ou{tw toivnun kai; cei;r teleuthvsanto~ oJmwnuvmw~, kaqavper kai; aujloi; livqinoi lecqeivhsan: oi|on ga;r kai; tau`ta o[rgana a[tta e[oiken ei\nai. h\tton dÆ ejpi; sarko;~ kai; ojstou` ta; toiau`ta dh`la. e[ti dÆ ejpi; puro;~ kai; u{dato~ h\tton: to; ga;r ou| e{neka h{kista ejntau`qa dh`lon, o{pou dh; plei`ston th`~ u{lh~: w{sper ga;r eij kai; ta; e[scata lhfqeivh, hJ me;n u{lh oujde;n a[llo parÆ aujthvn, hJ dÆ oujsiva oujde;n a[llo h] lovgo~, ta; de; metaxu; ajnavlogon tw`æ ejggu;~ ei\nai e{kaston, ejpei; kai; touvtwn oJtiou`n ejstin e{nekav tou, kai; ouj pavntw~ e[con u{dwr h] pu`r, w{sper oujde; sa;rx oujde; splavgcnon. T 9 Met. Z 16 1040b10-16: mavlista dÆ a[n ti~ ta; tw`n ejmyuvcwn uJpolavboi movria kai; ta; th`~ yuch`~ pavreggu~ a[mfw givgnesqai, o[nta kai; ejnteleceivaæ kai; dunavmei, tw`æ ajrca;~ e[cein kinhvsew~ ajpov tino~ ejn tai`~ kampai`~: dio; e[nia zw`æa diairouvmena zh`æ. ajllÆ o{mw~ dunavmei pavntÆ e[stai, o{tan h\æ e}n kai; sunece;~ fuvsei, ajlla; mh; bivaæ h] sumfuvsei: to; ga;r toiou`ton phvrwsi~.

T 10: Ps.-Alex. in Metaph. 535, 27-34 : mavlista dev, fhsivn, uJpolavboi a[n ti~ ta; tw`n ejmyuvcwn movria, kai; touvtwn ouj pavntwn ajllav tinwn, oJmoivw~ de; kai; th`~ yuch`~, pavreggu~ tou` kai; ejnergeivaæ meta; tou` o{lou o[nta oujsiva~ aujta; levgein kai; dunavmei: ejpeidh; ga;r kai; meta; to; cwrisqh`nai kai; kaqÆ auJta; ei\nai duvnatai kinei`sqai kai; aijsqavnesqai, dovxeien a]n ei\nai kai; ejnergeivaæ kai; dunavmei: dunavmei me;n ga;r o{te meta; tou` o{lou eijsivn, ejnergeivaæ de; o{ti, ejpeidh; cwrisqevnta kinei`tai kai; aijsqavnetai, dokei` wJ~ kai; meta; tou` o{lou o{tan h\æ kaqÆ auJtav ejsti kai; ouj sunevcei tw`æ o{lwó.

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BIBLIOGRAFIA

BARNES, J. The Complete Works of Aristotle. Princeton, 1984. (2v.) BONITZ, H. Commentarius in Aristotelis Metaphysicam. Olms, 1992. FREDE, M., PATZIG, G. Aristoteles Metaphysik Z. Munique, 1988. (2v.) ROSS, W.D. Aristotle: Parva Naturalia. Oxford, 1955.

Referências

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