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CETCC- CENTRO DE ESTUDOS EM TERAPIA COGNITIVO- COMPORTAMENTAL THAIS JENSEN A TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NO TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA

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CETCC- CENTRO DE ESTUDOS EM TERAPIA COGNITIVO- COMPORTAMENTAL

THAIS JENSEN

A TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NO TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA

São Paulo

2018

(2)

THAIS JENSEN

A TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NO TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA

Trabalho de conclusão de curso Lato Sensu

Área de concentração: Terapia Cognitivo-Comportamental Orientadora: Profa. Dra. Renata Trigueirinho Alarcon Coorientadora: Profa. Msc. Eliana Melcher Martins

São Paulo

2018

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Fica autorizada a reprodução e divulgação deste trabalho, desde que citada a fonte.

JENSEN, THAIS

A Terapia Cognitivo-Comportamental no transtorno de Ansiedade Generalizada

Thais Jensen, Renata Trigueirinho Alarcon, Eliana Melcher Martins – São Paulo, 2018.

31 f. + CD-ROM

Trabalho de conclusão de curso (especialização) - Centro de Estudos em Terapia Cognitivo-Comportamental (CETCC).

Orientadora: Profª. Drª. Renata Trigueirinho Alarcon Coorientadora: Profª. Msc. Eliana Melcher Martins

1 Terapia cognitivo-comportamental, 2. Ansiedade generalizada. I. Jensen, Thais.

II. Alarcon, Renata Trigueirinho. III. Martins, Eliana Melcher.

(4)

Thais Jensen

Terapia Cognitivo-Comportamental no Transtorno de Ansiedade Generalizada

Monografia apresentada ao Centro de Estudos em Terapia Cognitivo-Comportamental como parte das exigências para obtenção do título de Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental

BANCA EXAMINADORA

Parecer: ____________________________________________________________

Prof. _____________________________________________________

Parecer: ____________________________________________________________

Prof. _____________________________________________________

São Paulo, ___ de ___________ de _____

(5)

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus familiares

(6)

AGRADECIMENTOS

Eu agradeço aos meus familiares e amigos, pelo apoio e por compreenderem os processos de ausência durante o processo da especialização.

Agradeço também, aos professores na contribuição acadêmica, a orientadora

pelas orientações e a toda dedicação colocada nesta conclusão.

(7)

RESUMO

O transtorno de ansiedade generaliza (TAG) ocasiona ao indivíduo grande prejuízos, sofrimentos como sintomas físicos e pensamentos disfuncionais. O objetivo deste trabalho foi compreender a eficácia da Terapia Cognitivo-comportamental para o tratamento de ansiedade generalizada em adultos, sendo feita uma pesquisa bibliográfica em artigos e periódicos. O trabalho aborda a definição do transtorno de ansiedade generalizada, a terapia cognitivo-comportamental e como o indivíduo, através da reeesturação cognitiva, trabalhando suas crenças e pensamentos disfuncionais pode ressignificar o modo como vê a si mesmo os outros e o mundo, melhorando seus sintomas e lidando melhor com as dificuldades.

Palavras-chave: Ansiedade Generalizada, Terapia Cognitivo-comportamental,

Conceitualização Cognitiva.

(8)

ABSTRACT

Generalized Anxiety Disorder (GAD) causes the individual great harm, suffering such as physical symptoms and dysfunctional thoughts. The objective of this study was to understand the efficacy of Cognitive-Behavioral Therapy for the treatment of generalized anxiety in adults, and a bibliographical research was done in articles and periodicals. The paper addresses the definition of generalized anxiety disorder, cognitive-behavioral therapy, and how the individual, through cognitive rewording, working out their dysfunctional beliefs and thoughts can re-signify how they view themselves and others, improving their symptoms and dealing better with the difficulties.

Keywords: Generalized Anxiety, Cognitive Behavioral Therapy, Cognitive

Conceptualization.

(9)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 8

2 OBJETIVO ... 10

3 METODOLOGIA ... 11

4 RESULTADOS ... 12

5 DISCUSSÃO………...26

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...Erro! Indicador não definido.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 299

(10)

8

1 INTRODUÇÃO

A ansiedade e o medo não podem ser considerados por si só como um transtorno psicológico, todas as pessoas sentem medo, como uma forma protetora e antecipação de uma determinada situação que ofereça perigo, são estas condições essenciais e naturais da vida humana. Porem há casos que o indivíduo apresenta ansiedade e medos persistentes em seu funcionamento, que trazem prejuízos significativos para suas vidas, caracterizando-se como transtorno de ansiedade. O DSM-V caracteriza o por comportamentos de ansiedade preocupação persistentes e excessivas em várias áreas da vida, trazendo reclamações e preocupações incontroláveis e estas se tornam somáticas. Pessoas que sofrem desta ansiedade estão frequentemente temerosas do futuro, aguardam pelo pior a todo o momento, afetando em sua visão do contexto, catastrofizando todas as situações (APA, 2014).

O transtorno de ansiedade generalizada (TAG) atinge uma enorme parcela da população brasileira, e é considerado um dos transtornos ansiosos que mais atinge a população, causando prejuízos significativos em suas vidas, estes indivíduos se preocupam com tudo a todo o momento, e por muitas vezes não são preocupações especificas, mas abrangendo por vezes conteúdos diversos do dia a dia, podendo este surgir em qualquer fase da vida. Segundo Bahls, S., & Novalar (2004). TAG tem de maneira característica e geralmente é somado a outros transtornos secundários, muitos relatam um histórico de ansiedade ao longo de toda a sua história e não conseguem identificar o início destas preocupações crônicas e recorrentes, que tem por fatores questões; fisiológicas, psicológicas e comportamentais que se manifestam diante de um estimulo ocasionado por um medo real ou eminente geralmente de um pensamento distorcido e generalizando as situações.

Ainda Segundo Bahls, S., & Novalar (2004), o tratamento psicológico do TAG

visa possibilitar ao indivíduo um desenvolvimento de estratégias efetivas e eficazes

para lidar com os sintomas da ansiedade. Estudos evidenciam o tratamento com a

Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) de forma eficaz e efetiva para transtornos

ansiosos, tendo seu trabalho focado nos fatores cognitivos da psicopatologia,

evidenciado a importância do pensamento sobre o afeto, o comportamento, a

biologia e o ambiente, onde esses processos são ativados de forma desadaptativa e

disfuncional.

(11)

9

Assim, esse trabalho visa elucidar a eficácia da TCC e trazer algumas

técnicas importantes para o tratamento do TAG.

(12)

10

2 OBJETIVO

Compreender a eficácia da Terapia Cognitivo-Comportamental para o

tratamento de Ansiedade Generalizada em adultos.

(13)

11

3 METODOLOGIA

Foi realizada uma pesquisa bibliográfica no ano de 2018 nos meses de Fevereiro a Agosto, a partir da revisão da literatura nacional e internacional das publicações dos últimos 10 anos nas bases da Scielo, Google Acadêmico, onde a seleção destes estudos foi realizada apenas por artigos sobre a terapia cognitvo- comportamental para o tratamento de ansiedade generalizada em adultos, com palavras-chave: “transtorno de ansiedade generalizada”; “terapia cognitivo- comportamental”; “técnicas da terapia cognitivo-comportamental’; “Cognitive behavioral therapies” e “generalized anxiety disorder”.

Foram selecionados os trabalhos publicados em português, realizados apenas com adultos, com transtorno de ansiedade generalizada e que tiveram o tratamento com foco na terapia cognitivo-comportamental em grupo e individual, sendo excluídos os estudos com crianças e sob enfoque de outras bases teóricas.

Esta pesquisa se baseia na elucidação do transtorno TAG, para adultos suas

comodidades e os possíveis tratamentos dentro da Terapia Cognitiva

Comportamental.

(14)

12

4 RESULTADOS

Transtorno de ansiedade generalizada (TAG)

Este transtorno é caracterizado por preocupação, ansiedade excessiva e crônica, sobre diferentes situações, por tempo prolongado e por motivos injustificáveis ou desproporcionais, podendo ter um longo curso de remissões e recidivas, pessoas que sofrem deste transtorno, estão a maior parte do tempo preocupadas com o futuro e acreditam que o pior vai acontecer, sendo que este estado de perturbação altera a visão que o indivíduo tem sobre si e o mundo.

Segundo Bastos et al. (2018)

,

a ansiedade é causada por uma disfunção emocional que traz prejuízos significativos para a vida de uma pessoa, sendo considerada um problema quando interfere de forma a distorcer as situações e o modo como o indivíduo vê a si mesmo os outros e o mundo.

Segundo o DSM-5 (APA, 2014), o TAG é caracterizado por comportamentos de ansiedade e preocupação persistentes e excessivas acerca de vários campos, onde o indivíduo encontra grande dificuldade no controle desses comportamentos, e este é acometido com sintomas físicos, como: inquietação, dificuldade de concentração, irritabilidade, tensão, perturbação do sono. Indivíduos com TAG, na maioria dos casos, não conseguem identificar e perceber suas preocupações como exageradas e disfuncionais, tendo dificuldades para conter esta preocupação, relatados como um sofrimento e um prejuízo emocionais intensos. Seus sintomas se apresentem de diversas maneiras e podem variar ao longo do tempo, e estes podem ser emocionais, mentais e físicos (DELGALARRONDO, 2000).

Para seu diagnostico, segundo o DSM-V (2014), Transtorno de Ansiedade

Generalizada, segue os seguintes Critérios Diagnósticos abaixo.

(15)

13

Quadro 1. Classificação do TAG.

DSM-V (300.02) e na Classificação Internacional das Doenças (CID-10 – F.41.1)

(16)

14

Os sintomas emocionais e mentais se resumem em dificuldade para relaxar ou a sensação de que está a ponto de estourar, está no limite do nervosismo, preocupação e tensão crônicas e exageradas, irritabilidade, dificuldade de concentração e frequentes esquecimentos, dificuldade de engolir ou sensação de um bolo na garganta, assustar-se com facilidade.

Os sintomas físicos se resumem em se cansar com facilidade, fadiga, tensão muscular, cefaleias, dificuldade para adormecer ou sono insatisfatório, boca seca, mãos ou pés úmidos, enjoos ou diarreia, aumento da frequência urinária, sudorese excessiva, tremores, coração acelerado, tonturas, desconforto abdominal, respiração acelerada, palpitações.

(DELGALARRONDO, 2000)

Segundo o DSM-V (2014). As características diagnósticas essenciais do transtorno de ansiedade generalizada são ansiedade e preocupação excessivas (expectativa apreensiva) acerca de diversos eventos ou atividades.

A intensidade, duração ou frequência da ansiedade e preocupação é desproporcional à probabilidade real ou ao impacto do evento antecipado. O indivíduo tem dificuldade de controlar a preocupação e de evitar que pensamentos preocupantes interfiram na atenção às tarefas em questão.

Os adultos com transtorno de ansiedade generalizada frequentemente se preocupam com circunstâncias diárias da rotina de vida, como possíveis responsabilidades no trabalho, saúde e finanças, a saúde dos membros da família, desgraças com seus filhos ou questões menores. (DSM-V, 2014)

Pessoas com o transtorno de ansiedade generalizada trazem muita angustia e sofrimento em suas vidas, fazendo com que suas habilidades sócias sejam prejudicadas afetando áreas importantes de sua vida. As características associadas que apoiam o diagnóstico podendo haver tremores, contrações, abalos e dores musculares, nervosismo ou irritabilidade associado à tensão muscular. Muitos indivíduos com transtorno de ansiedade generalizada também experimentam sintomas somáticos e uma resposta de sobressalto exagerada (DSM-V, 2014).

Os sintomas de preocupação e ansiedade excessivas podem ocorrer no início da vida, mas manifestam-se como um temperamento ansioso. O início do transtorno raramente ocorre antes da adolescência. Os sintomas tendem a ser crônicos e têm remissões e recidivas ao longo da vida, flutuando entre formas sindrômicas e subsindrômicas do transtorno. As taxas de remissão completa são muito baixas. A manifestação clínica do transtorno de ansiedade generalizada é relativamente consistente ao longo da vida. A diferença principal entre as faixas etárias está no conteúdo da preocupação do indivíduo. Crianças e adolescentes tendem a se preocupar mais com a escola e o desempenho esportivo, enquanto adultos mais velhos relatam maior preocupação com o bem-estar da família ou da sua própria saúde física. (DSM-V, 2014)

Segundo Moura et al. (2018) a TAG é um transtorno com diversas causas e

difícil de ser identificado e por conta disso há um aumento na taxa de comorbidade,

(17)

15

apresentando estes sintomas característico como a ansiedade e a preocupação crônica em diversas situações da vida, onde o indivíduo apresenta problema em regular a suas preocupações e ansiedade trazendo sintomas como fatigabilidade, dificuldade de concentração, irritabilidade, tensão muscular e perturbação no sono

Segundo o (DSM-V, 2014) o Transtorno de Ansiedade Generalizada é diagnosticado com mais frequência no sexo feminino do que no sexo masculino, (cerca de 60 a 60% dos indivíduos que se apresentam com o transtorno são do sexo feminino).

Estudos epidemiológicos, aproximadamente dois terços são do sexo feminino. Os indivíduos de ambos os sexos que experimentam o transtorno de ansiedade generalizada parecem ter sintomas similares, mas demonstram padrões diferentes de comorbidade compatíveis com as diferenças de gênero na prevalência dos transtornos. No sexo feminino, a comorbidade está em grande parte confinada a transtornos de ansiedade e depressão unipolar, enquanto, no masculino, a comorbidade tem mais probabilidade de também se estender aos transtornos por uso de substâncias. (DSM-V 2014)

Para Oliveira (2011), 38% dos casos de TAG tem um fator de hereditariedade, aliado as preocupações dos dias atuais e pressão natural do dia a dia, aliados a má alimentação, sono conturbado, situações essas que corroboram no diagnostico cada vez mais precoce.

Segundo Moura et al. (2018) a ansiedade é multifacetada, envolvendo diferentes campos da vida e acarretando e comprometendo áreas fisiológicas, cognitivas, comportamentais e afetivas, sendo que estas respostas comportamentais e fisiológicas acontecem normalmente na presença de ameaças ou perigos percebidos pelos indivíduos acometidos, e estas tendem a ser respostas defensivas, evitavas, de fuga ou de luta em busca de segurança, sendo que na área da afetividade a ativação ocorre por meio de estímulos cognitivos e fisiológicos, em que o individuo responde com tensão e nervosismo, impaciência entre outras reações disfuncionais que causam danos em sua vida e alteram sua percepção, pensamentos emoções.

A percepção em nível das cognições envolve uma vulnerabilidade, pois os

indivíduos que sofrem deste transtorno superestimam o perigo, dando pouca

importância e não reconhecendo por vezes os recursos pessoais para lidar com

estas situações, e diante de um perigo ou reconhecimento do mesmo, ficam

vulneráveis e propensos a desenvolver mais pensamentos que alimentam sua

ansiedade (WILLHELM et al., 2015). Os próprios sintomas de ansiedade podem

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transformar-se em uma nova ameaça percebida, uma vez que prejudicam o desempenho do individuo em situação perigosa. É importante ressaltar que, para o tratamento de transtornos da TAG, é fundamental a extinção do medo e da resposta que o corpo produz nas situações ou diante de contextos aversivos onde agem de forma desadaptativa.

A regulação emocional desta forma vem para capacitar o paciente a enfrentar seus medos, pensamentos e crenças distorcidas. Segundo Castilloa, Recondob, Asbahrc (2000):

A adaptação de suas emoções é definida como a prática de estratégias de enfrentamento adaptativas que aumentem o reconhecimento e processamento das reações úteis que estimulam, tanto a longo quanto em curto prazo, um funcionamento mais produtivo, definido por metas e propósitos valorizados pelo indivíduo.

E como proposta terapêutica para a TAG esta o modelo Cognitivo- comportamental que considera que nos transtornos de ansiedade são observadas crenças que estão relacionadas interpretações distorcidas feita pelas pessoas dos eventos experimentados que produzem emoções negativas e não os eventos em si.

Segundo Nardi e Schinohara (2004) “identificar e questionar essa forma de interpretar o mundo como algo perigoso e a si mesmo como inábil constitui o foco do entendimento sendo a intervenção terapêutica embasada em tal modelo” (apud Oliveira, 2011, p7).

Dessa forma a Terapia Cognitiva é dotada de um aparato teórico-técnico que visa agir sobre tais preocupações, reestrutura-las o que significa que terapeuta e cliente devem visualizar outras possibilidades de percepções. O arcabouço terapêutico da terapia cognitiva no Transtorno de Ansiedade Generalizada bem como qualquer transtorno não é estandardizado, pois além do Psicólogo ser dotado de uma base teórica e técnica consistente, é necessário que o mesmo planeje uma intervenção terapêutica criativa e flexível (OLIVEIRA, 2011 apud NARDI E SCHINOHARA, 2004)

Segundo Nardi (2004) apud Oliveira (2011), o primeiro passo visa colocar o cliente a par da terapia explicando o funcionamento do processo terapêutico, e lhe explicando que este processo será construído juntamente com ele, após o entendimento do funcionamento da terapia, iniciara a identificação e registros dos pensamentos automáticos que estão relacionados aos temas de perigo, e após a detecção dos pensamentos automáticos e este auxiliara no processo de identificação e avaliação das distorções cognitivas mais frequentes.

De acordo com Newman e Borcovec (2003) apud Oliveira (2011) o

fundamental do tratamento é que o cliente possa auto monitorar-se com relação a

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17

esses pensamentos e as suas consequências que aparecem em seus sintomas, onde é fundamental que se seja incitado a observar as mudanças em seus níveis de ansiedade onde conforme. Oliveira (2011)

Se estabeleça a ligação dos pensamentos preocupantes (automáticos) com catástrofes imaginarias, atividades (reações) fisiológicas, evitação comportamental e sugestões externas, como possíveis causadores de tais respostas. Logo, ao se encontrar a par de tais fatos eles são encorajados a intervir nas respostas mal adaptadas aprendidas substituindo por respostas adequadas. (OLIVEIRA, 2011).

Dessa maneira a Terapia Cognitivo-Comportamental vem auxiliar na identificação dos pensamentos, emoções, crenças e sentimentos que o sujeito acometido com o transtorno de ansiedade generalizada traz, para que de maneira efetiva possa-se encontrar formas mais funcionais e adaptativas para tratar preocupações excessivas e destorcidas que se tem das situações.

Terapia Cognitiva Comportamental (TCC)

A Terapia Cognitiva foi criada por Aaron Back no ano de 1960. Para Bastos et al.(2018), a base teórica cognitiva da TCC está fundamentada no poder dos pensamentos sobre os sentimentos e sobre as percepções errôneas que fazemos da realidade, eventos que ocorrem ativam os pensamentos e estes geram emoções, havendo a distorções de pensamento e estas são vieses sistemáticos na forma como o indivíduo interpreta suas experiências (KNAPP,2004 apud OLIVEIRA, 2011).

A abordagem Beckiana fundamentada no modelo de processamento de informações propõe que nos problemas psicológicos não há apenas uma distorção cognitiva, mas uma rigidez cristalização‟, onde os julgamentos tornam-se absolutos e generalizados e as crenças fundamentais mais inflexíveis. Dessa forma os trabalhos base da TC não consistem apenas em identificar, examinar e modificar as distorções cognitivas, mas buscar tornar os pensamentos mais flexíveis e não-absolutos quando o paciente avalia tais eventos (KNAPP,2004 apud OLIVEIRA ,2011).

Assim o processo terapêutico tem como objetivo estruturar estes

pensamentos automáticos e confronta-los sobre sua veracidade, a partir disto o

terapeuta colaborativamente com o paciente tem como objetivo tornar estes

pensamentos funcionais e adaptativos resignificando uma situação ou contexto que

esteja sendo tratado de forma distorcida e com prejuízos significativos, embora no

início do tratamento o paciente não perceba estes pensamentos como disfuncionais,

(20)

18

pois esta é a forma com que o indivíduo encontra inicialmente para lidar com estes conflitos Hawton (1997).

A terapia Cognitivo-Comportamental tem como ideia central o conceito de que as cognições influenciam e controlam as emoções e os comportamentos. Há uma inter-relação entre cognição, emoção e comportamento.

Para esse modelo de terapia as psicopatologias são provenientes de perturbações que ocorrem no pensamento de um indivíduo, em que cada indivíduo tem uma percepção específica de interpretar os fatos. Para tanto, busca organizar a perturbação no pensamento que está por trás dos transtornos, identificando assim três níveis de cognições, os pensamentos automáticos, os pressupostos subjacentes e crenças nucleares ou centrais.

São a partir do reconhecimento desses conceitos, é que são traçadas as estratégias cognitiva comportamentais, visando o equilíbrio biopsicossocial do indivíduo. (HAWTON 1997)

Segundo Hawton (1997 apud OLIVEIRA, 2011) a terapia cognitivo- comportamental tem como base o método experimental, sendo que inicialmente as sessões têm como foco a formulação, o plano de tratamento em conjunto com o paciente, onde se desenvolve estratégias para lidar com os sintomas da ansiedade, dessa forma é importante entender como o comportamento do indivíduo é determinado pela forma que este estrutura o mundo, onde suas cognições estão baseadas em esquemas desenvolvidos a partir de suas experiências anteriores.

Moura et al. (2018) traz que o modelo cognitivo está baseado na tríade cognitiva que seriam os pensamentos, emoções e os comportamentos “Os processos cognitivos – os pensamentos e a avaliação das percepções – afetam os substratos e vias neuras do sistema nervoso central, de modo a produzir estados emocionais e ativar reações fisiológicas e comportamentais”.

Faria (2011 apud BECK, 2013) elenca os princípios Básicos do Tratamento na

TCC fundamentais no processo terapêutico onde diz que a Terapia Cognitiva

Comportamental está baseada em uma formulação em desenvolvimento contínuo

dos problemas dos pacientes e em uma conceituação individual de cada paciente

em termos cognitivos esta requer uma aliança terapêutica solida. Enfatiza também a

colaboração e a participação ativa, esta é orientada para objetivos e focada em

problemas, enfatizando inicialmente o presente, é educativa, tem como objetivo

ensinar o paciente a ser seu próprio terapeuta e enfatiza a prevenção de recaídas,

alem de serem limitadas no tempo, suas sessões são estruturadas e tem como

principio ensinar os pacientes a identificar, avaliar, responder, aos seus

pensamentos e crenças disfuncionais, usando uma variedade de técnicas para

mudar o pensamento o humor e o comportamento do cliente.

(21)

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A Terapia cognitivo-comportamental no tratamento do TAG

O TAG vem de perturbações que ocorrem no pensamento de um indivíduo, distorcendo sua percepção de um modo específico. Durante o processo de tratamento, a TCC busca organizar a distorção do pensamento, identificando e modificando a cognição do paciente; pensamentos automáticos (PAs); pressupostos subjacentes e crenças nucleares ou centrais. É a partir do conhecimento desses três níveis cognitivos que os terapeutas cognitivos comportamentais traçam as estratégias buscando o equilíbrio emocional (MOURA et al, 2018).

Os PAs ocorrem diariamente, são pensamentos que em sua grande maioria não são percebidos conscientemente, pois além de surgir de forma rápida, involuntária e automática, são praticamente inumeráveis. Os PAs dizem respeito ao self, ao mundo, a outras pessoas e/ou ao futuro. Quando são exagerados, distorcidos, equivocados, irrealistas e disfuncionais possui um importante papel na psicopatologia, pois pode desencadear perturbações muitas vezes, afetivas disfórico. Em muitos casos os PAs são falsos ou apenas parcialmente verdadeiros. Podem ser ativados por eventos externos ou internos. Na TCC os PAs fazer com que o indivíduo teste a precisão dos mesmos pode ajudar na melhora dos sintomas. Dos níveis de cognição os PAs são os mais fáceis de mudar, uma técnica utilizada para esse fim é sua identificação, seja ela em pensamentos ou imagens. Tem por objetivo ajudar o indivíduo a chegar a conclusões mais evidentes e lógicas (MOURA et al. 2018).

Segundo Oliveira (2011) identificar os pensamentos automáticos e as emoções e avalia-los são parte principal do processo onde este surge em função da interpretação dada a determinado evento. Todas as pessoas apresentam pensamentos automáticos, porem quando este não é disfuncional o indivíduo consegue testa-lo e verificar suas variáveis, porem a pessoa com acometida com o transtorno psicológico, interpreta erroneamente as situações e o seu contexto, tendo pensamentos automáticos tendenciosos, e ao identificar e resinificar tais pensamentos torna-os mais funcionais e menos distorcidos.

Segundo Moura et al. (2018), as crenças centrais são as ideias enraizadas e

conceitos mais profundos que a pessoa tem de si mesma. “Aqui as crenças são

incondicionais, o seu pensamento será o mesmo independente das situações sendo

estes aprendidos através das experiências que o indivíduo tem ao longo do tempo,

se tornando rígidas”. Para alguns indivíduos, essas crenças são cristalizadas como

verdades absolutas, e podem se tornar disfuncionais. Em muitos casos são

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maléficas e difíceis de serem mudadas. Sendo o objetivo maio da tcc a correção das crenças nucleares ou centrais

As crenças centrais são identificadas e então modificadas dentro do processo terapêutico com o objetivo de construir modos alternativos de comportamento, onde estão envolvidos nestes pensamentos emoções, sentimentos, sensações e comportamento. Segundo Oliveira (2011), após esta identificação, se inicia a intervenção por meio da reestruturação cognitiva, e a partir disso, a aplicação da habilidade de solução de problemas, onde o cliente começa a questionar os pensamentos, procurar evidencias e favor e contra sobre as avaliações dos eventos e da realidade e identificar os erros cognitivos mais comuns como, catastrofização, leitura mental e a generalização para assim modifica-los.

Os pacientes com TAG parecem exibir plena capacidade para resolução dos problemas mais comuns. Suas dificuldades parecem advir dos altos níveis de excitação (vigilância) e ansiedade, que terminam por prejudicar sua capacidade de raciocínio, além de gerar esquiva, dificultando, afastando ou procrastinando as soluções dos problemas enfrentados. (OLIVEIRA, 2011)

Segundo KAPCZINSKI & MARGIS (2004), os indivíduos com TAG apresentam como caraterística uma ansiedade e preocupação intensa e incontrolável. Devem ser relevantes no processo terapêutico às preocupações e a hiperexcitabilidade persistente os gatilhos internos, emoções, imagens, pensamentos e sensações corporais e comportamentos, pois a detecção de tais indicativos iniciais de ansiedade levam a formação de um ciclo relacionado à ansiedade.

A terapia tem o intuito de corrigir as distorções cognitivas, porém para obter tal resultado é necessário treinar a identificação dos pensamentos automáticos e/ou imagens, testar a validade dos pressupostos no passado e presente, identificar os erros cognitivos e as imagens provocadoras de ansiedade e desenvolver formas para a resolução do problema.

(

KAPCZINSKI & MARGIS, 2004).

É importante ressaltar que o tratamento com a TCC nos transtornos ansiosos traz técnicas cognitivas de Reestruturação e Flexibilização Cognitiva e técnicas comportamentais como Exposição, Dessensibilização Sistemática e técnicas de Relaxamento e Psicoeducação.

Outra técnica muito utilizada o (RPD) Registro de Pensamento Disfuncional

que é utilizado para “auxiliar na identificação dos pensamentos que foram acionados

pela situação e que geraram a emoção e o comportamento seguinte”, onde o

paciente consegue perceber os eventos e situações que para ele são perturbadoras

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21

e a partir disto criar respostas alternativas para este pensamento. Também é utilizada a descoberta guiada, técnica realizada por meio do questionamento socrático, que tem por objetivo “guiar o sujeito a um pensamento mais consciente permitindo que o mesmo tenha uma compreensão maior a respeito do seu pensamento distorcido”. (MOURA et al, 2018)

Para o manejo da ansiedade, segundo Moura et al (2018), pode ser feito também treinamento de relaxamento e manejo do tempo. O relaxamento tem como principal objetivo trazer o alívio dos sintomas fisiológicos da ansiedade com o foco na atenção sobre seu corpo, pois a respiração tende a ser acelerada, tendendo a retenção do ar. Com o relaxamento o paciente aprende a controlar seu corpo de uma forma mais funcional, podendo ser o relaxamento diafragmático, muscular, visual e meditativo, assim o paciente aprende mecanismos para lidar com sua ansiedade, trabalhando seu corpo de uma forma positiva, tendo como consequência a diminuição das sensações físicas da ansiedade.

Na preocupação excessiva as técnicas principais são: exposição à preocupação, a designação de um tempo para preocupação, parada de pensamentos e distração. A exposição à preocupação baseia se em estudos que demonstraram o papel da preocupação na manutenção da TAG. Segundo Moura et al (2018) 5 passos do modelo proposto por Carske e colaboradores para o trabalho da exposição à preocupação, são eles:

Identificar e registrar as esferas de maior preocupação do cliente e ordená- las hierarquicamente; 2. Treinar a imaginação com cenas agradáveis e com cenas que causem desconforto e preocupação (netas, considerar o pior desfecho possível). Quando esta fase estiver acontecendo comnitidez, passa-se para próxima; 3. Escolher a preocupação menos perturbadora do registro inicial e praticar o treinamento de imaginação: evocando a preocupação por meio da concentração do cliente em seus pensamentos ansioso e na imaginação do pior resultado que teme; 4. Assim que o cliente completar a fase 3, o terapeuta deve estimular a rememoração desses pensamentos e imagens por cerca de 25 a 30 minutos; 5. Gerar alternativas para os resultados temidos e propostos nos itens anteriores (MOURA et al.

2018).

Segundo Moura (2011), o bloqueio ou parada do pensamento tem como

objetivo a parada de pensamentos negativos, significando-o e substituindo por novos

pensamentos mais funcionais e positivos para a sua vida, este é um método que tem

como proposta a auto percepção do paciente de seus pensamentos que são

disfuncionais, e a parada dos mesmo para um mais funcional, e trazer uma imagem

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visual reforçando o comando mudando a imagem para uma cena mais agradável e relaxante.

Ainda de acordo com Moura (2011), esta distração incide em fazer com que o paciente se concentre de maneira significativa em imagens mentais mais positivas e que trazem calma, assim o objetivo desta técnica é a distração onde os pensamentos que acompanham a ansiedade tendem e ser fortes e trazem muito sofrimento ao indivíduo.

Os pacientes com Transtorno de Ansiedade Generalizada, de acordo com Oliveira (2011), se preocupam de forma desproporcional com o futuro e, por conta disso, realizam distorções, suas interpretações dos eventos tomam grandes proporções, enfatizando os aspectos negativos e não considerando os positivos, e como consequência há dificuldades para solucionar problemas e realizar mudanças.

Então, a partir desse pressuposto, as intervenções cognitivo-comportamentais vêm com técnicas eficazes que auxiliam neste processo.

As intervenções cognitivo-comportamental mais empregado no quadro ora descrito são: a psicoeducação, a identificação dos pensamentos automáticos e das emoções, a identificação das crenças centrais e intermediárias, a reestruturação cognitiva, a resolução de problemas e a avaliação do processo. (OLIVEIRA, 2011)

Ainda segundo o mesmo autor, a psicoeducação que é uma técnica muito eficaz e também usada na TCC, torna-se um importante recurso dentro do processo psicoterapêutico e deve ser pontapé inicial dentro deste processo, onde o paciente se vê parte importante do processo e consegue criar maneiras de enfrentar e reestruturar estes pensamentos e suas distorções a partir do momento em que as entende (OLIVEIRA, 2011).

Dentre as técnicas existentes, Clark e Beck (2012) sugerem que;

As primeiras intervenções se concentrem em “ensinar os indivíduos com TAG a diferenciar suas preocupações produtivas reais, que são descritas como focada em problemas mais imediatos e realistas, onde o mesmo pode exercer algum controle sobre a situação que o preocupa e foco na resolução objetiva do problema, onde é possível tolerar incertezas, riscos, em que a preocupação é associada a níveis baixos de ansiedade e sofrimento, diferentemente das preocupações irreais, excessivas e patológicas”, onde estas são focadas em preocupações distantes e abstratas, onde o indivíduo apresenta pouco controle sobre a situação preocupante, onde o foco é nas situações negativas, dificuldades em aceitar os problemas, a tendência a catastrofização e a preocupação associada a níveis de ansiedade e sofrimento (CLARK E BECK, 2012).

Esta intervenção oportuniza o paciente averiguar os níveis das suas

preocupações, de modo a possibilitar estratégias de controle sobre elas.

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Outra técnica muito eficaz é a Restruturação Cognitiva, que tem como objetivo a identificação dos pensamentos, no reconhecimento de seus efeitos no humor e na reflexão sobre como este reflete em suas ações, para isso é importante o papel do terapeuta junto ao paciente na identificação dos pensamentos e crenças relacionados à ameaça como destaca Clark e Beck (2012), esta técnica busca evidencias, para avaliar se a estimativa de ameaça é realista ou exagerada dentro de sua percepção, alterando tendências do paciente a interpretações de ameaças exageradas, fazendo com que o mesmo confronte seus pensamentos intrusivos de preocupação. Esse processo de reestruturação cognitiva tem como base algumas estratégias no auxílio da técnica, destacadas a seguir.

Busca de evidências: ocorre via questionamento aos pacientes sobre evidências a favor ou contra a sua crença de uma provável ameaça ou consequências graves;

Análise do custo e benefício: avaliam-se custos e benefícios de se manter determinada crença; Descatastrofização: conduz o paciente a confrontar

“hipoteticamente” sua catástrofe temida ou o pior cenário possível;

Identificação dos erros cognitivos: ensinar aos pacientes a ter maior consciência dos seus erros cognitivos quando estão ansiosos; Geração de alternativas: treino com o paciente para a produção de interpretações menos ansiosas; Teste empírico da hipótese: experimentação comportamental de forma planejada e estruturada visando, através de experiências, uma análise contra ou a favor às crenças de ameaça ou vulnerabilidade. (CLARCK e BECK 2012)

Pode-se notar que tais técnicas têm se mostrado eficazes e efetivas, fazendo com que o paciente crie recursos internos para lidar com a ansiedade e situações que possam gerar um suposto perigo e preocupação, assim com o objetivo de chegar à reestruturação cognitiva, modificando os pensamentos disfuncionais e crenças flexibilizando seus pensamentos para um melhor funcionamento e qualidade de vida. Há também em auxilio as técnicas Cognitivas as técnicas comportamentais, que tem como objetivo a extinção do medo. Segundo, Castilloa, Recondob, Manfrod (2000) através da exposição ao objeto ou a situação ansiogênica ao mesmo tempo em que é trabalhado o corpo, que diante de uma situação de perigo ou de estresse eminente fica tensionado devido a ansiedade elevada e a interpretação que é dada a um evento, a utilização de técnicas de relaxamento é importante em conjunto, pois possuem efeito satisfatório sobre os resultados de enfrentamento e no processo desencadeante da ansiedade.

A habilidade mais frequente de enfrentamento de ansiedade e estresse é a redução de tensão, e a mesma é um aviso físico de que algo não este bem.

Na presença da ameaça, o corpo ativa sistemas defensivos que conduzem um aumento de tensão muscular. Quando a ativação física permanece por

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longos períodos, tem efeitos prejudiciais sobre processos físicos e mentais, e, se a tensão não for reduzida, os indivíduos podem sentir como se estivessem sob uma pressão constante, mesmo quando a fonte inicial da ansiedade e do estresse tiver sido eliminada há algum tempo.( CASTILLOA, RECONDOB, MANFROD,2000)

De maneira geral, a TCC busca proporcionar ao paciente, por meio de suas técnicas o contato com seus pensamentos disfuncionais que trazem impacto nos seus sentimentos e comportamentos. A TCC traz que as emoções e comportamentos estão submissos às percepções e que estas quando errôneas sobre a realidade, trazem o desenvolvimento de problemas. Knapp et al. (2007) afirma que a terapia cognitiva não é um modelo linear que ativa sequencialmente situação, pensamento e emoção, mas sim uma interação recíproca de pensamentos, sentimentos, fisiologia e ambiente. Assim ao identificar os padrões de pensamentos que é a base essencial do trabalho da Terapia Cognitivo-comportamental, não excluindo o comportamento em resposta a estes pensamentos, estas técnicas vão nortear não apenas os aspectos cognitivos mas, também, os fisiológicos, trazendo resultados significativos e consideráveis na redução de sintomas e uma melhor funcionalidade do indivíduo.

Segundo Cordiolli (1998), pode-se elencar a Terapia Cognitiva como possibilidade terapêutica no Transtorno de Ansiedade Generalizada. Os estudos têm demonstrado sua eficácia pelo menos após um ano após o termino do tratamento e tem reduzido, de forma significativa, a necessidade do uso de medicamentos (apud faria, 2011 p.7)

É fundamental ressaltar que não se pode tratar o TAG como os outros transtornos de ansiedade, pois embora pertença a mesma categoria nosográfica quanto a sua classificação, estas constituem a psicopatologias diferentes devendo ser consideradas separadamente (FARIA, 2011).

Dessa forma é necessário conceber o portador de TAG como um individuo que esta passando por sofrimento e que precisa ser compreendido como um ser humano que sofre e que necessita de auxilio profissional, mas que se deve considerar este sujeito como inserido em um determinado contexto social sendo influenciado bem como influenciador no mesmo, onde todas as condições e influencias sejam elas ambientais ou sócias precisam ser apreciadas. (FARIA 2011)

Cordioli e Knaap (2008) ressaltam ainda que, na atualidade, as intervenções

do modelo cognitivo como as técnicas que são destinadas a correção de crenças e

pensamentos disfuncionais juntamente com a terapia comportamental como a

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exposição e o uso de modelos reforçadores são fundamentais para a eficácia deste modelo, onde aliadas proporcionam um melhor resultado.

a proposição de diversos modelos de grande valor heurístico, que possibilitam uma visão mais abrangente da psicopatologia dos transtornos mentais ao incorporar, aos diferentes modelos etiológicos, o papel dos pensamentos e crenças disfuncionais, além das aprendizagens errôneas; 2) a proposição de modelos e hipóteses testáveis por meio do desenvolvimento de intervenções psicoterápicas geralmente breves, cuja eficácia pode ser facilmente aferida; 3) a curta duração dos tratamentos de transtornos de Eixo I, que proporciona uma melhor relação custo/benefício em relação aos tratamentos tradicionais; 4) a elaboração de protocolos e manuais que permitem sua padronização e reprodutibilidade por diferentes pesquisadores; 5) o desenvolvimento de escalas e instrumentos para aferição de desfechos e a curta duração dos tratamentos possibilitou um melhor controle de variáveis intervenientes, uma melhor aferição dos resultados (CORDIOLI,KNAAP, 2008).

Segundo Moura et al. (2018) estudos apontam que após seis meses na TCC, a taxa de recuperação chega a 51% no tratamento do TAG, sendo este modelo atualmente o que obtém melhores respostas ao tratamento da TAG, pois provoca mudanças no pensamento com sua ressignificação, mudanças no comportamento com técnicas que permitem a extinção do medo ou situação ansiogênica, como a regulação cognitiva prevenindo a recaída, com as técnicas terapêuticas que visam identificar e modificar as distorções cognitivas, seguindo para esquemas cognitivos mais funcionais a sua realidade

A terapia Cognitiva Comportamental mostra-se eficaz no tratamento do TAG,

oferecendo ao sujeito uma variedade de técnicas efetivas onde o indivíduo é

ensinado a reconhecer suas preocupações como um comportamento disfuncional e,

a partir disso, cria subsídios para comportamentos, mas adaptativos.

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5 DISCUSSÃO

Após análise dos artigos, foi perceber a relevância da TCC no tratamento do TAG, onde fica evidente a eficácia e eficiência da TCC, possibilitando aos pacientes a minimização de seus sintomas, como a preocupação excessiva que consome a vida do indivíduo,.

Segundo Knapp; Beck (2018) as pesquisas e práticas clinicas mostram a eficácia da TCC nos transtornos psiquiátricos e Faria (2011) reforça a eficácia da terapia trazendo que a busca da reestruturação cognitiva e substituição das reações disfuncionais por respostas de enfretamento mais adaptativas trazem para vida do indivíduo melhores respostas e formas funcionais de encarar as situações.

Moura et al. (2018) ressalta que o indivíduo acometido com TAG traz prejuízos para a sua rotina, que é influenciada de modo significativo e que segundo Oliveira (2011), com a reestruturação cognitiva e as técnicas proporcionadas pela TCC apresenta diminuição dos sintomas, onde a ressignificação dos pensamentos e renças do indivíduo se mostram fundamental, gerando como consequência a mudança de comportamento e sua visão diante das situações que considera ansiogênicas.

Segundo Oliveira (2011) mostra-se fundamental a conceitualização de caso e a relação colaborativa entre paciente terapeuta, onde o paciente é ativo no processo. Fica comprovada a eficácia das técnicas da TCC no tratamento do TAG, onde se percebe a evolução gradativa do paciente, situação que reforça sua motivação para que a adesão ao processo terapêutico seja mantida, onde o indivíduo encontra estratégias de enfrentamento mais funcionais trazendo qualidade de vida ao indivíduo.

Uma limitação do trabalho foi a busca de artigos somente em português, o que exclui artigos publicados na literatura internacional.

A TCC vem se mostrando positiva no auxilio deste tratamento, permitindo a

extinção do medo quanto a regulação cognitiva e emocional e a identificação dos

erros cognitivos que desencadeiam este pensamentos e comportamentos

disfuncionais, junto a combinação medicamentosa o paciente encontra resultados

positivos e funcionais ao longo do tratamento, se tornando uma pessoa mais

adaptativa e flexível as situações. Dessa forma a TCC com suas técnicas e manejos

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terapêuticos trabalha as cognições do paciente e se mostra cada vez mais presente para a diminuição dos sintomas e auxilio no tratamento, com redução de danos tornando o sujeito mais funcional diante das situações de seu contexto (BAHLS, S. &

NOVALAR, 2004)

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6 CONSIDERAÇOES FINAIS

Com a leitura dos livros e artigos expostos nesse trabalho, foi possível concluir que os transtornos de ansiedade possuem alto índice dentro dos transtornos mentais e é notório o aumento deste na população.

Em relação ao Transtorno de Ansiedade Generalizada, onde a preocupação excessiva traz consequências significativas e disfuncionais, é importante identificar os pensamentos, emoções e sentimentos do individuo e quais são suas estratégias de enfrentamento para lidar com as situações. Desta forma, as mudanças com a Terapia Cognitivo-Comportamental e suas técnicas geram uma reestruturação cognitiva, atuando significativamente nos sintomas da TAG, nas percepções errôneas e sobre as estruturas e pensamentos automáticos, modificando-os, ocasionando regulação emocional.

A TCC se apresenta como uma possibilidade eficaz de modificar

pensamentos disfuncionais, resignificar crenças e os sintomas do TAG, promovendo

assim uma melhor qualidade de vida para o paciente e o modo com que ele se

relaciona consigo, com os outros e o mundo.

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relaxamento na terapia cognitiva para ansiedade. Vol. 8 No1. São Leopoldo

jun.2015.

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ANEXO

Termo de Responsabilidade Autoral

Eu Thais Jensen, afirmo que o presente trabalho e suas devidas partes são de minha autoria e que fui devidamente informado da responsabilidade autoral sobre seu conteúdo.

Responsabilizo-me pela monografia apresentada como Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização em Terapia Cognitivo-comportamental, sob o título “A Terapia Cognitivo-Comportamental no Transtorno de Ansiedade Generalizada”, isentando, mediante o presente termo, o Centro de Estudos em Terapia Cognitivo-Comportamental (CETCC), meu orientador e coorientador de quaisquer ônus consequentes de ações atentatórias à "Propriedade Intelectual", por mim praticadas, assumindo, assim, as responsabilidades civis e criminais decorrentes das ações realizadas para a confecção da monografia.

São Paulo, __________de ___________________de______.

_______________________

Assinatura do (a) Aluno (a)

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